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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA E CONTENCIOSA

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DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL V
PROFESSORA: ALINE DALLA ROZA LUSTOZA
PERÍODO: 2018/1
SEMESTRE : 7⁰
 PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
7.9-) DA ORGANIZAÇÃO E DA FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES- arts. 
As fundações consistem em patrimônio, ao qual a lei atribui personalidade jurídica para a realização de determinados fins, de interesse público, em caráter permanente e estável, não são constituídas por grupos de pessoas, mas de bens, destinados a consecução de determinados fins (art. 62 do CC) (fundações= patrimônio + fim).
Constituição- dar-se-á em 4 etapas:
1-) Instituição= ato de dotação, n qual o instituidor reserva os bens que serão destinados a fundação e estabelece os fins almejados;
2-) Estatuto= a elaboração do estatuto da fundação pode ser feita de forma direita, pelo próprio instituidor ou de forma fiduciária, feita por pessoa de sua confiança (art. 65 do CC);
3-) Aprovação= o MP deve aprovar o estatuto. Caso as fundações estejam destinadas a funcionar no Distrito Federal ou em território, a aprovação caberá ao MPF, e, se elas estenderem a atividade por mais de um estado, caberá, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público;
4-) Registro= elaborado e aprovado o estatuto ele deverá ser registrado no RCPJ, somente a partir daí é que a fundação passa a existir legalmente (art. 46 do CC).
Extinção- são 3 suas causas: (art. 69 do CC)
1-) Vencimento de seu prazo de existência.
2-) Quando se tornar ilícito seu objeto.
3-) Quando for impossível sua manutenção.
O requerimento deverá ser feito por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, não havendo nenhuma fundação com fim semelhante, os bens serão declarados vagos e passarão ao domínio do Município ou DF, ou da União, dependendo de onde estiverem situados.
7.10-) DA RATIFICAÇÃO DOS PROTESTOS MARÍTIMOS E DOS PROCESSOS TESTEMUNHÁVEIS FORMADOS A BORDO- arts. 766 a 770
Tais procedimentos visam a comprovar sinistros, avarias ou quaisquer perdas ocorridas durante a navegação. 
Dispõe o art. 505 do Cód. Comercial: “Todos os processos testemunháveis e protestos formados a bordo, tendentes a comprovar sinistros, avarias ou quaisquer perdas, devem ser ratificados com juramento do capitão competente do primeiro lugar onde chegar; a qual deverá interrogar o mesmo capitão, oficiais, gente da equipagem e passageiros sobre a veracidade dos fatos e das circunstancias, tendo presente o Diário de Navegação, se houver sido salvo.”
Assim, no primeiro porto a que o navio chegar, o comandante deverá apresentar ao jiz da comarca , nas primeiras 24h da chegada da embarcação, todos os protestos e os processos testemunháveis para ratificação (art. 767 do CPC).
A petição inicial será distribuída com urgência e encaminhada ao juiz que ouvirá, sob compromisso a ser prestado no mesmo dia, o comandante e as testemunhas, qualificados na inicial, em número mínimo de duas e máximo de quatro, e que serão trazidas para ato independentemente de intimação.
Aberta audiência, o juiz apregoará as partes e eventuais interessados, nomeando para os ausentes curador para o ato.
Depois de ouvido o comandante e as testemunhas, o juiz ratificará por sentença o protesto ou o processo testemunhável lavrado a bordo, caso se convença da veracidade do que consta no Diário de Navegação e, independentemente do transito em julgado, determinara a entrega dos autos ao autor, ou seu advogado, mediante traslado.
8- PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA
• Ação de Consignação em Pagamento; 
• Ação de Exigir Contas; 
• Ações Possessórias; 
• Ação de Divisão e de Demarcação de Terras Particulares; 
• Ação de Dissolução Parcial de Sociedade; 
• Inventário e Partilha; 
• Embargos de Terceiro; 
• Oposição; 
• Habilitação; 
• Ações de Família; 
• Ação Monitória; 
• Homologação do Penhor Legal; 
• Regulação de Avaria Grossa; 
• Restauração dos Autos.
OBS: Nos procedimentos de jurisdição contenciosa, até um determinado momento, é utilizado o procedimento especial. Entretanto, quando o réu apresenta a sua contestação, é utilizado o procedimento comum. Naquilo que for omisso, se utilizará subsidiariamente o procedimento comum (art. 318 do CPC).
8.1-) DA CONSIGNAÇÃO E PAGAMENTO
A consignação é um mecanismo previsto na lei civil, de que pode se valer o devedor que queira desonerar-se e que esteja em dificuldades para o fazer, seja porque o credor recusa-se a receber ou dar quitação, seja porque está em local inacessível ou ignorado, seja ainda porque existem dúvidas fundadas a respeito de quem deve legitimamente receber o pagamento. 
→HIPÓTESES- estão previstas no art. 335 do CC. São elas:
1⁰) a recusa do credor em receber ou dar quitação. A recusa pode provir de ato comissivo ou omissivo. Pode ocorrer, por exemplo, que o devedor procure o credor para pagar, e este se recuse a receber, alegando que o depósito é insuficiente, ou qualquer outro motivo. Pode ainda ocorrer que a obrigação seja quesível, isto é, que seja do credor a obrigação de vir buscar o pagamento em mãos do devedor. Caso ele se omita, o devedor terá interesse em requerer a consignação. Essas hipóteses correspondem às dos incisos I e 11, do art. 335, do CC: "I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação, na forma devida; 11 - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos"; 
2⁰)- a impossibilidade de o credor receber, porque é incapaz, desconhecido, declarado ausente, ou por residir em lugar incerto ou de acesso difícil ou perigoso; 
3⁰) a dúvida a respeito de quem deva legitimamente receber; 
4⁰) a existência de litígio sobre o objeto do pagamento. Esse rol do art. 335 não é taxativo. Pode-se dizer que a consignação será possível sempre que o devedor quiser pagar e houver algum óbice para que o faça.
→ TIPOS DE AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO- A lei processual trata de dois tipos diferentes de procedimento nas ações de consignação em pagamento. Um para as hipóteses em que se sabe quem é o credor, mas não se consegue fazer o pagamento, porque ele não aceita receber ou dar quitação; ou não vai buscar o pagamento, embora seja sua tarefa; ou está em local inacessível ou desconhecido. Outro, quando houver dúvida sobre a quem deve ser feito o pagamento. 
Ambos exigem que o autor deposite em juízo o valor oferecido. Mas, no primeiro, não existe litígio senão entre o devedor e o credor; já no segundo, pode surgir uma disputa entre os dois ou mais credores potenciais, em relação aos quais existe dúvida sobre quem deva levantar o dinheiro. Por isso, o procedimento da consignação, em caso de dúvida sobre quem seja o credor, terá importantes diferenças em relação à consignação comum, que serão examinadas oportunamente.
→ BENS QUE PODEM SER CONSIGNADOS- A consignação será feita com o depósito, judicial ou extrajudicial, de dinheiro ou de outro bem qualquer que seja objeto da obrigação, podendo ser móvel ou imóvel. É possível que o pagamento seja feito por consignação, quando a obrigação é de pagamento ou de entrega de coisa certa, móvel ou imóvel, por exemplo, na consignação das chaves de um imóvel, que o devedor pretende restituir e o credor se recusa a receber.
Somente as obrigações de fazer ou não fazer é que não podem ser extintas por consignação.
→ MOMENTO- A consignação em pagamento cabe quando há mora do credor, provocada pela recusa em receber o pagamento (ou dar quitação) ou pela omissão em ir buscar o pagamento, quando isso lhe competir. 
É preciso distinguir obrigações quesíveis (quérable) ou portáveis (portable). A primeira é aquela em que incumbe ao credor mandar receber no tempo, lugar e condições devidos, e ele não faz; a segunda é aquela em que a iniciativa é do devedor, que deve procurar o credor, no tempo, lugar e condições devidos, para efetuar o pagamento. Salvo previsão contratual em contrário, as obrigações são quesíveis. 
O devedor tem o direito de liberar-se da obrigação. Se a dívida é quesível e o credor não o procura para receber, naforma convencionada, haverá a possibilidade de consignar o pagamento. Se a obrigação é portável, ele só poderá consignar se, tendo buscado o credor para fazer o pagamento, não conseguiu, seja porque houve recusa, seja porque ele está em local desconhecido ou inacessível. 
Há casos em que o devedor em mora deseja livrar-se da obrigação e procura o credor, para finalmente efetivar o pagamento, ainda que com atraso.
 Pode o credor licitamente recusá-lo, alegando que o devedor está em mora? Havendo tal recusa, pode o devedor liberar-se, por meio da consignação? 
Mesmo em mora, o devedor poderá consignar. É preciso que ofereça ao credor o valor da dívida, acrescido dos encargos decorrentes de sua mora, como juros, correção monetária e eventual multa contratual. Se assim for, o credor não pode recusar o pagamento, salvo em duas hipóteses: 
• se ele não for mais útil ao credor. Por exemplo: o devedor comprometeu-se a entregar ao credor vários folhetos de publicidade para determinado evento. O material não foi entregue no prazo. Não caberá a consignação, se na data em que for feita a oferta, o evento já tiver sido realizado, pois terá perdido a utilidade para o credor; 
• quando ele já tiver ajuizado ação em decorrência da mora. Por exemplo: não cabe mais a consignação se o devedor não pagou prestação de um contrato e o credor já ajuizou ação de rescisão desse contrato. No entanto, é preciso fazer a ressalva de que, em alguns tipos específicos de ação, permite-se a purgação da mora, com o pagamento feito no próprio processo. Por exemplo, nas ações de despejo por falta de pagamento.
→ PROCEDIMENTO- São dois os tipos de ação de consignação em pagamento: a fundada na recusa em receber, cabível quando presentes as hipóteses do art. 335, I a III, do CC, e a fundada na dúvida sobre a titularidade do crédito (art. 335, IV e V). A estes, pode acrescentar- -se um terceiro tipo, que é a consignação de alugueres, prevista na Lei n. 8.245/91. Cada uma delas será examinada em item próprio.
1⁰) CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER: 
1.1) Competência: Variará conforme a natureza da dívida. Sendo portável, a ação deve ser proposta no foro de domicílio do réu, e, se quesível, no domicílio do devedor-autor. A razão é simples: se portável, o devedor deve buscar o credor para fazer o pagamento. Portanto, a competência será do domicílio deste; e, se quesível, é o credor que tem de buscar o pagamento com o devedor. 
Em ambas as hipóteses, a competência é relativa, e pode ser derrogada quando as partes instituírem outro foro de pagamento, que não os de seus domicílios, ou quando houver eleição de foro.
1.2) Legitimidade: Tem legitimidade ativa quem pode fazer o pagamento. O principal legitimado é o devedor; se tiver falecido, o espólio, enquanto não tiver havido a partilha, ou os herdeiros, depois dela. 
O pagamento também pode ser feito por terceiro interessado, ou por terceiro não interessado, desde que o faça por conta e em nome do devedor. Tal autorização é dada pelo art. 304 e parágrafo único, do CC. O legitimado passivo é aquele que pode receber e dar quitação: o credor, seus sucessores ou herdeiros.
1.3) Depósito: A consignação pressupõe que o devedor ofereça ao credor determinada quantia ou bem, para o cumprimento de sua obrigação. É necessário que ele efetive o depósito do dinheiro ou da coisa oferecida.
Se o objeto da consignação for pagamento em dinheiro, o depósito pode ser judicial ou extrajudicial; se for determinada coisa, só cabe o depósito judicial.
1.4) Depósito extrajudicial: Só podem ter objeto obrigações em dinheiro. É opção do credor, que, antes de ingressar em juízo, pode depositar o valor em estabelecimento bancário situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando o credor por carta com aviso de recepção. Recebida a carta, o credor tem prazo de dez dias para manifestar a sua recusa (art. 539, § 1°, do CPC). O prazo de dez dias conta- -se da data de retorno do aviso de recebimento. 
A recusa deve ser manifestada por escrito ao estabelecimento bancário em que o depósito foi efetivado. Embora haja alguma controvérsia, prevalece o entendimento de que deve ser fundada, cumprindo ao credor expor as razões pelas quais não o aceita. 
Não havendo recusa no prazo, reputa-se o devedor liberado da obrigação, ficando o dinheiro depositado à disposição do credor. Não terá havido ação de consignação em pagamento, mas apenas consignação extrajudicial. 
Quando houver recusa, manifestada no prazo, o devedor ou qualquer legitimado deverá ajuizar a ação de consignação no prazo de um mês, instruindo a petição inicial com a prova do depósito e da recusa. O prazo corre da data em que o devedor toma conhecimento da recusa do credor. 
Caso a ação não seja proposta no prazo, o depósito fica sem efeito; e poderá ser levantado pelo devedor. Isso não impede que ele. oportunamente, proponha ação de consignação. O devedor não perde esse direito, por não o ter feito, no prazo de um mês. Mas a eficácia liberatória só existirá a partir do novo depósito, não do anterior. Não é possível, no entanto, que o autor faça nova consignação extrajudicial, do mesmo valor, se ele já foi recusado pelo credor anteriormente. Havendo recusa, a solução é a consignação judicial. 
Proposta a ação no prazo de um mês; o devedor estará livre das consequências da mora, como, por exemplo, os juros, salvo se ela for julgada improcedente.
1.5) Petição Inicial: Deve preencher os requisitos do art. 319 do CPC, sendo fundamental que o autor indique a quantia ou a coisa oferecida. Se for montante em dinheiro, deve indicar como chegou a ele, declinando os encargos acrescidos, o tempo, o modo e as condições de pagamento.
Na petição inicial, o autor requererá o depósito do valor ou da coisa, no prazo de cinco dias. Caso tenha depositado extrajudicialmente o valor, instruirá a inicial com o respectivo comprovante.
Nada impede que, em vez de requerer o prazo para o depósito, o autor já o comprove, no momento do ajuizamento da ação. Caso esteja em mora, deve depositar o valor do débito, com todos os encargos.
Não há óbice à cumulação de outros pedidos aos de consignação, como, por exemplo, de reparação de danos, porque, após o depósito inicial, a ação corre pelo procedimento comum.
Havendo prestações sucessivas, consignada a primeira, o devedor poderá continuar a consignar as demais, à medida que se forem vencendo, no curso do processo, em até cinco dias, contados da data do vencimento (CPC, art. 541). 
Há controvérsia sobre até quando as parcelas periódicas podem ser consignadas no mesmo processo, se até a sentença ou até o trânsito em julgado. Ainda há controvérsia do Superior Tribunal de Justiça, mas na maioria das seções prevalece o entendimento de que pode haver a consignação até o trânsito em julgado. Esse é o entendimento que tem prevalecido, embora pareça-nos aplicável à consignação comum o art. 67. III, da Lei do Inquilinato, que permite a consignação das parcelas vencidas tão somente até a sentença. 
É certo que esse dispositivo diz respeito somente às consignações de alugueres, mas a mesma regra deve ser aplicada, a nosso ver, às consignações comuns. 
O art. 543 do CPC trata da hipótese de a coisa objeto da obrigação ser indeterminada.
1.6) Recebimento da inicial e citação do réu: Para que seja determinada a citação do réu, é preciso que o autor tenha feito o depósito da coisa ou valor devidos. Se não o tiver feito nem no momento da propositura da ação, o juiz lhe dará cinco dias para fazer. A omissão implica extinção do processo sem resolução de mérito, pois não há consignação sem a oferta e o depósito daquilo que o devedor entender devido. 
O réu é citado para receber o valor ou a coisa depositada, ou para oferecer contestação. 
Nas hipóteses em que a consignação é requerida porque o credor é desconhecido, a citação será feita necessariamente por edital. 
Se o credor aceitar o valor ou coisa que foi depositada, haverá reconhecimento jurídico do pedido, e o juiz extinguirá o processo comresolução de mérito, condenando o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
1.7) Contestação: Caso o réu não aceite a oferta, o prazo para oferecer contestação é de quinze dias.
O art. 544 enumera as principais matérias que o réu pode alegar em contestação.
Esse rol não é taxativo. O réu pode alegar as matérias preliminares enumeradas no art. 337, do CPC. E, no mérito, qualquer fato extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor.
Admite-se a reconvenção em ação de consignação em pagamento. Não há óbice procedimental já que, feito o depósito, a consignação seguirá o procedimento comum. Em caso de alegação de insuficiência de depósito, a consignação será dúplice, o que tornará desnecessário ao réu reconvir para postular eventual diferença. Mas a reconvenção poderá ser apresentada para que o réu formule outras pretensões, que não a de condenação ao pagamento do saldo.
1.8) A insuficiência do depósito: Quando a defesa está fundada na insuficiência do depósito, surgem algumas particularidades procedimentais que merecem um exame mais aprofundado. A primeira é a exigência de que o réu indique o valor que entende devido, sob pena de o juiz não conhecer a sua alegação.
Mas o art. 545 do CPC traz outras peculiaridades. O autor, intimado para manifestar-se sobre a alegação de insuficiência, poderá completar o depósito no prazo de dez dias, salvo quando o saldo corresponder à prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. 
Em regra, após a contestação, o autor não pode modificar a sua pretensão. Mas nas consignações, ele pode complementar a oferta a inicial, depositando o saldo apontado pelo credor. Se isso ocorrer, o juiz julgará procedente a consignação e liberará o devedor. Mas carreará os ônus da sucumbência- custas e honorários advocatícios- ao autor-devedor, já que o valor por ele oferecido inicialmente era mesmo insuficiente, tendo, ao final, sido deferida a liberação pelo valor reclamado pelo credor. 
Outra peculiaridade da consignação em que a defesa estiver fundada na insuficiência do depósito é que ela terá caráter dúplice.
O art. 545, § 2°, do CPC estabelece: "A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária". A redação do dispositivo deixa claro que o juiz só condenará o autor ao pagamento do saldo se for possível, no curso do processo, seja na fase de conhecimento, seja na fase de liquidação, determinar qual é o montante devido. 
Quando a única defesa do réu for a insuficiência do depósito, o juiz poderá, desde logo, autorizar o levantamento da quantia ou coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, caso em que o processo prosseguirá quanto à parcela controvertida (CPC, art. 545, § 1°).
1.9) Fase instrutória e decisória: Não há particularidades quanto à instrução nas ações consignatórias, podendo o juiz determinar, de ofício ou a requerimento das partes, todas as provas necessárias à formação de seu convencimento. Julgada procedente a consignação, o juiz declarará extinta a obrigação, condenando o réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios. 
O juiz ainda autorizará ao réu o levantamento da coisa ou valor depositado, descontando-se aquilo que for devido ao autor, em razão de custas e honorários. Se o juiz julgar improcedente a ação, o depósito inicial não terá efeito liberatório e poderá ser levantado pelo autor, salvo nos casos de insuficiência, em que o réu poderá levantá-lo, havendo liberação parcial. 
A sentença que acolhe a consignação é meramente declaratória, pois se limita a declarar a extinção da obrigação, e de seus efeitos reflexos, desde o momento em que o depósito tiver sido efetivado. Nos casos de insuficiência de depósito, ela terá natureza declaratória, no que se refere à extinção parcial do débito, e caráter condenatório, quanto ao saldo remanescente que puder ser apurado.
2⁰) CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA DÚVIDA QUANTO A TITULARIDADE DO CRÉDITO: 
É aquela fundada nos incisos IV e V, do art. 335, do CC. Não há recusa do credor em receber, mas, sim, dúvida a respeito de quem tenha essa qualidade. 
A razão é afastar o risco de pagar à pessoa errada, com o que não se obterá o efeito liberatório da obrigação. 
Dada a peculiaridade de circunstâncias, o procedimento dessa consignação será diferente. Para que caiba, é preciso que a dúvida seja razoável, séria, fundada. Mas não que os dois ou mais potenciais credores tenham se apresentado, exigindo o pagamento. É possível que haja dúvida fundada sobre a qualidade do credor, ainda que nenhum deles, ou apenas um, tenha se apresentado como tal. 
Por exemplo: com o falecimento do credor, podem surgir dúvidas a respeito de quem seja o legítimo sucessor; ou podem surgir questões decorrentes de uma cláusula obscura ou mal redigida em um contrato, que não permita identificar a quem deva ser dirigido o pagamento.
2.1-) Procedimento
2.2-) Petição inicial: A ação será ajuizada em face de todos aqueles que tenham a possibilidade de ser reconhecidos como credores. Na petição inicial, o autor exporá as razões pelas quais tem dúvidas a respeito de a quem deva ser feito o pagamento. Conquanto ela precise ser séria e fundada, o juiz deve ter tolerância, uma vez que o devedor não pode correr o risco de pagar mal, sob pena de ter de fazê-lo novamente. Ele receberá a inicial, ainda que o risco de equívoco seja pequeno, pois só o fato de ele existir já justifica a consignação. Somente em caso de inexistência de dúvida, quando a titularidade do crédito for evidente e indiscutível, ele indeferirá a inicial. 
Havendo, entre os potenciais credores, litígio judicial a respeito da titularidade do crédito, a consignação se justifica com ainda mais razão. O art. 334 do CC estabelece que "o devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento".
2.3-) Depósito e Citação: Se o autor não efetuar o depósito da quantia ou coisa já de início, o juiz determinará que o faça em cinco dias. 
Somente depois, será determinada a citação dos réus. Se o depósito não for feito, o processo será extinto sem resolução de mérito.
2.4-) Posturas do réu: O art. 548 do CPC traça um panorama das várias possibilidades, conforme as posturas que os réus venham a assumir. Pode ocorrer que:
- Nenhum deles compareça a juízo;
- Apenas um dos potenciais credores compareça reclamando a coisa para si;
- Dois ou mais dos potenciais credores apareçam, postulando o levantamento da quantia ou coisa depositada;
2.5-) Segunda fase: Quando dois ou mais credores comparecerem reclamando o depósito, o juiz extinguirá a obrigação do devedor, e o excluirá, prosseguindo-se apenas entre eles, para que se decida a quem compete o levantamento. 
Essa segunda fase nem sempre será necessária. Pode ocorrer que, apesar de dois ou mais credores reclamarem o depósito, seja possível, desde logo, identificar qual é o verdadeiro credor, sem necessidade de outras provas. O juiz proferirá sentença, na qual não apenas liberará o devedor, como identificará a quem compete o levantamento. 
Também não haverá segunda fase quando já houver, entre os credores, litígio judicial a respeito da titularidade do crédito, caso em que, excluído o devedor, o juiz determinará que se aguarde o resultado do processo em curso, para que fique apurado a quem compete o levantamento. 
Só haverá a segunda fase quando houver necessidade de provas a respeito da qualidade de credor. Se esta envolver apenas matéria de direito, ou matéria de fato que não dependa de outras provas, o juiz dispensará a fase subsequente. 
Quando isso não for possível, o juiz, após a exclusão do devedor, determinará o prosseguimento entre os credores, pelo rito comum, com a produção das provas necessárias para a solução.
3⁰) CONSIGNAÇÃO DE ALUGUERES:
Além das duas já examinadas,há uma terceira espécie de ação, cujo procedimento se distingue dos demais: a ação de consignação em pagamento de alugueres, regulada nos arts. 67 e ss., da Lei do Inquilinato. 
O procedimento se assemelha ao da consignação comum, mas há algumas particularidades que o distinguem. São elas:
*Na consignação comum, se o autor não tiver feito o depósito extrajudicial, nem fizer o judicial quando da propositura da demanda, o juiz determinará que ele o faça em cinco dias. Somente depois do depósito, determinará que o réu seja citado; na consignação de alugueres, estando em termos a petição inicial, o juiz, no mesmo despacho, ordena a citação do réu, e determina o depósito do valor oferecido, no prazo de 24 horas. 
* Na consignação de alugueres, como a prestação é periódica, o autor depositará os que se forem vencendo no curso do processo, tal como na consignação comum. Mas naquela, a lei é expressa: o limite dos depósitos é a sentença (art. 67, III, da Lei do Inquilinato), ao passo que na consignação comum não há previsão legal, prevalecendo o entendimento de que poderá ser feita até o trânsito em julgado. Além disso, na de alugueres, o depósito deve ser efetuado na data do vencimento, ao passo que na comum, até cinco dias depois. 
* Não há autorização expressa da lei para que se faça a consignação dos alugueres extrajudicialmente. Parece-nos que não haverá óbice para que o devedor o faça, já que, naquilo que a Lei do Inquilinato for omissa, será aplicável o procedimento da consignação comum. O enunciado 41 do extinto Segundo Tribunal de Alçada Civil de São Paulo estabelece: "O depósito bancário, a que alude o art. 890 do CPC (atual art. 539) é instrumento de direito material e também se presta à exoneração de obrigações oriundas dos contratos de locação". 
* Quando houver alegação de insuficiência de depósito, o autor poderá complementá-lo no prazo de cinco dias, e não de dez, como na consignação comum (art. 67, VII, da Lei n. 8.245/91), acrescido de multa de 10% sobre o valor da diferença. Haverá essa possibilidade mesmo que o réu credor ofereça reconvenção, postulando o despejo e a condenação ao pagamento do saldo. 
* Se o valor for insuficiente, o juiz não poderá, na consignação de alugueres, condenar o autor ao pagamento do restante, porque o art. 545, § 2°, do CPC não se aplica. A situação é regida pelo art. 67, VI, da Lei do Inquilinato. O réu, se quiser a condenação do autor ao pagamento das diferenças, terá de reconvir, caso em que também poderá postular o despejo. 
* Em caso de o réu não contestar a consignação de alugueres, ou de receber os valores oferecidos, o juiz o condenará a pagar honorários advocatícios de 20%. Na consignação comum, não há honorários prefixados.
8.2-) DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Existem relações jurídicas das quais resulta a obrigação de um dos envolvidos prestar contas a outrem.
Isso ocorre quando, por força dessa relação, um deles administra negócios ou interesses alheios, a qualquer título. Aquele que o faz deve prestar contas, apresentar a indicação pormenorizada e detalhada de todos os itens de crédito e débito de sua gestão, para que se possa verificar se, ao final, há saldo credor ou devedor.
A prestação de contas serve para aclarar o resultado da gestão, permitindo que se verifique se há saldo em favor de alguém. Quem administra negócios ou bens alheios pode receber valores que devem ser entregues ao titular, e fazer despesas, que devem por este ser repostas. Só por meio dela será possível verificar se há saldo em favor de algum dos envolvidos. 
Não se admite a prestação de contas se não há necessidade de aclaramento. Quando já é possível saber se há saldo credor ou devedor, sem a prestação de contas, não há interesse na ação, bastando que aquele que tem crédito a seu favor ajuíze ação de cobrança, ou aquele que tem débito ajuíze ação de consignação em pagamento.
→NATUREZA DÚPLICE- Característica da ação de exigir contas é a sua natureza dúplice. O art. 552 do CPC estabelece que "A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial". Mas pode haver saldo credor tanto em favor do autor da ação quanto do réu. Na sentença, o juiz pode reconhecer saldo em favor deste, sem que ele o postule. Reconhecido, o saldo poderá ser executado, seja em favor do autor ou do réu.
 A prestação de contas é exemplo de ação intrinsecamente dúplice. Nas que não o são, o réu não pode formular, na própria contestação, pretensão em face do autor (salvo a de que o juiz julgue improcedente o pedido). Se o réu quiser formulá-la, deverá valer-se da reconvenção.
Havendo uma relação jurídica da qual resulte a obrigação de prestar contas, e tendo a ação natureza dúplice, há legitimidade tanto daquele que as tem de prestar como daquele que pode exigi-las. 
Há duas ações diferentes: para exigir contas e para dá-las. Imagine-se que, durante algum tempo, A administrou bens de B. B pode exigir de A que preste contas; e A pode ajuizar ação para prestar a B as contas, liberando-se da obrigação de prestá-las. -· ·--
Para-que haja interesse, é preciso que:
* aquele que tem obrigação de prestar contas se recuse a fazê-lo; 
* ou aquele a quem as contas devem ser prestadas se recuse a recebê-las; 
* que haja divergência sobre a existência e o montante do saldo apontado nas contas prestadas.
Havendo acordo sobre a obrigação de prestar contas, e sobre o valor do saldo credor ou devedor, as contas podem ser prestadas extrajudicialmente. 
Embora se admitam tanto as ações de exigir contas quanto as de dar contas, apenas as primeiras terão procedimento especial (art. 550 e ss.). As de dar contas, uma vez que não vêm tratadas especificamente no Título III do Livro I da Parte Especial, correrão pelo procedimento comum.
→PROCEDIMENTO- Vem tratado no art. 550 do CPC. A ação é proposta por aquele cujos bens foram administrados por outrem. 
O que caracteriza o seu procedimento é a existência, em regra, de duas fases: a primeira, para que o juiz decida sobre a existência ou não da obrigação de o réu prestar contas. Se o juiz decidir que não, o processo encerra-se nessa fase; mas se decidir que sim, haverá uma segunda, que servirá para que o réu preste as contas, e o juiz possa avaliar se o fez corretamente, reconhecendo a existência de saldo credor ou devedor.
1⁰) FASE: A petição inicial deve preencher os requisitos do art. 319 do CPC, cuidando o autor de expor com clareza as razões pelas quais tem o direito de exigir contas do réu, e instruindo-a com os documentos comprobatórios de seu direito. 
Na inicial, ele pedirá ao juiz que mande citar o réu para, no prazo de 15 dias, apresentá-las ou contestar a ação. Citado, o réu poderá ter uma entre várias condutas possíveis:
* pode reconhecer a obrigação de prestar contas, e já as apresentar, caso em que o juiz considerará superada a primeira fase e passará, desde logo, à segunda. O juiz ouvirá o autor sobre as contas prestadas, no prazo de 15 dias, e determinará as provas necessárias, podendo, se preciso, designar audiência de instrução e julgamento. Ao final, proferirá sentença, na qual decidirá se há saldo em favor de alguma das partes;
* pode permanecer inerte, sem contestar nem prestar as contas solicitadas, caso em que o juiz, aplicando ao réu os efeitos da revelia, julgará antecipadamente o mérito, determinando que o réu preste ao autor as contas solicitadas, no prazo de 15 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar;
* pode apresentar resposta. Na contestação, o principal fundamento será a -- inexistência da obrigação de prestar contas, seja porque a relação que havia entre- -- as partes não a impõe, seja porque as contas já foram prestadas extrajudicialmente. O juiz determinará as provas necessárias e, ao final, proferirá sentença. Caso seja de procedência, o réu será condenado a prestar contas em 15 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar. O réu poderá valer- -se de reconvenção, desde que o objeto desta não seja o reconhecimento de saldo em seu favor, jáque para tanto não há necessidade de reconvir, dada a natureza dúplice da ação. Mas a reconvenção pode ter outra finalidade. Por exemplo: o autor postula que o réu seja condenado a prestar contas em razão de um contrato, e o réu reconvém para obter a declaração de nulidade deste;
* pode o réu contestar, negando a obrigação de prestar contas, mas, ao mesmo tempo, já apresentá-las. O processo passará desde logo à segunda fase, seguindo-se o procedimento do § 2° do art. 550. Ao apresentar as contas, o réu reconheceu a obrigação, cumprindo apenas verificar se elas estão corretas e se há saldo em favor dos litigantes.
Como o pronunciamento judicial que condena o réu a prestar contas não põe fim ao processo, marcando apenas a passagem para a segunda fase, o art. 550, § 5°, refere-se a ele como "decisão". Trata-se de decisão interlocutória de mérito, já que o juiz decide, por meio dela, se o réu deve ou não contas ao autor, determinando que ele as preste. O recurso cabível será o de agravo de instrumento, com fundamento no art. 1.015, Il, do CPC. Há controvérsias sobre o momento oportuno para a condenação em honorários advocatícios, em caso de procedência. 
Ao proferir a decisão condenando o réu a prestar contas, o juiz o condenará ao pagamento de honorários. Se ele as prestar, e o autor aceitá-las, não haverá a fixação de novos honorários, correspondentes à segunda fase. Mas, se nesta surgir controvérsia- do que pode resultar a necessidade de provas, como a pericial e a testemunhal - novos honorários deverão ser fixados. Pode ocorrer, por exemplo, que o réu seja condenado na primeira fase a pagar honorários, porque se recusou a fazê-lo. Mas que, na segunda fase, ele as preste assim que intimado, e que o autor as impugne, reputando-as incorretas. Serão determinadas as provas necessárias e, se o juiz verificar que a razão estava com o réu, será o autor condenado em honorários.
2⁰) FASE: Tendo o réu sido condenado a prestar contas, passar-se-á à segunda fase, na qual ele será intimado para o fazer, em 15 dias, sob pena de não poder impugnar as que forem apresentadas pelo autor. 
O réu poderá tomar duas atitudes possíveis:
* apresentar as contas, caso em que a segunda fase processar-se-á na forma do art. 550, § 2°, do CPC: o autor será ouvido em quinze dias. Se quiser impugná-las, deverá fazê-lo de maneira específica e fundamentada, referindo-se expressamente àqueles lançamentos com os quais não concorda. Feito isso, o juiz determinará as provas necessárias e, ao final, julgará. Mas é preciso que as contas sejam prestadas na forma do art. 551 do CPC. Se o réu apresentar contas, sem obedecer à forma exigida por lei, o juiz não as considerará prestadas. Não é necessário que elas sejam apresentadas sob forma mercantil, como exigia o CPC de 1973. Mas é preciso que o sejam de forma adequada, especificando-se as receitas e os investimentos, se houver. Caso o autor apresente as contas, porque o réu não as apresentou no prazo estabelecido pelo juiz, ele também deverá fazê-lo de forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver;
* não prestar as contas, caso em que se procederá na forma do art. 550, § 6°, 2• parte do CPC: o autor as apresentará no prazo de quinze dias, e elas serão julgadas ao prudente arbítrio do juiz, que poderá determinar, se necessário, exame pericial contábil. O réu omisso perde o direito de apresentar contas e de impugnar as que o autor apresentar. Mas isso não significa que o juiz vá acolher as do autor. É preciso examiná-las e, se necessário, determinar as provas para formar a sua convicção. Não pode o juiz permitir que o autor se valha da proibição de o réu impugná-las, para perpetrar abusos, cobrando mais do que é devido. Na dúvida, o juiz determinará a realização de exame pericial contábil.
Se o réu não prestar contas, e o autor também não as apresentar, o processo não terá como prosseguir. Cumpre ao juiz intimar o autor para que dê andamento ao feito, sob pena de extinção sem resolução de mérito.
→FORMA- As contas, tanto as apresentadas pelo réu quanto pelo autor, devem observar a forma prevista no art. 551, caput e§ 2°, conforme mencionado no item anterior. 
A razão é permitir àquele a quem as contas devem ser prestadas que possa examiná-las e indicar equívocos. 
As contas devem vir acompanhadas dos documentos comprobatórios. 
Se houver a indicação de gastos, é indispensável que sejam comprovados com os recibos ou notas fiscais correspondentes. Se aquele que deve prestar contas não as apresenta dessa maneira, o juiz as considerará não prestadas.
→PRESTAÇÃO DE CONTAS POR DEPENDÊNCIA- Vem tratada no art. 553 do CPC.
A peculiaridade é que as pessoas indicadas administram bens alheios por determinação judicial e devem prestar contas de sua gestão. 
Não haverá ação autônoma, mas um incidente em apenso. A determinação para que as contas sejam prestadas pode ser do próprio juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público.
Como se trata de mero incidente, as contas não serão julgadas por sentença, mas decisão interlocutória agravável. Verificada a existência de saldo a ser pago pelo administrador, ele o fará sob pena de incorrer nas sanções do art. 553, parágrafo único, do CPC. 
Esse incidente não impede que eventuais interessados possam se valer da ação autônoma de exigir contas contra o administrador. Ainda que o juiz tenha, por exemplo, determinado que o inventariante preste contas de sua gestão, no inventário, um dos herdeiros, ou qualquer outro interessado, pode ajuizar ação autônoma, que seguirá os procedimentos mencionados nos itens anteriores.

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