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Descrição da doença de Parkinson

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O mesencéfalo contém vários outros núcleos, incluindo a substância negra esquerda e direita, que é grande e apresenta pigmentação escura. Neurônios que liberam dopamina e se estendem da substância negra para os núcleos da base auxiliam no controle da atividade motora subconsciente. A perda destes neurônios está associada à doença de Parkinson.
Primeira descrição da doença, feita em 1817 por James Parkinson que identificou uma curiosa patologia a qual ele deu o nome de paralisia agitante.  Parkinson escreveu um artigo intitulado An Essay on The Shaking Palsy, “Um Ensaio sobre a Paralisia Agitante”, em que descreve as características de seis pacientes que apresentavam como sintoma uma tremedeira constante. A doença de Parkinson (DP) atualmente é um distúrbio progressivo do SNC que tipicamente afeta suas vítimas por volta dos 60 anos de idade. Decorre da destruição generalizada da parte da substância negra (a pars compacta) que envia fibras nervosas secretoras de dopamina para o núcleo caudado e para o putâmen. Neurônios que se estendem da substância negra para o putame e para o núcleo caudado, onde liberam o neurotransmissor dopamina (DA), acabam se degenerando na DP. A dopamina liberada no núcleo caudado e no putâmen é transmissor inibitório; assim, a destruição dos neurônios dopaminérgicos, na substância negra do paciente parkinsoniano, teoricamente permitiria que o núcleo caudado e o putâmen ficassem, de modo intenso, ativos e, possivelmente, causaria saída contínua de sinais excitatórios para o sistema de controle motor corticoespinal. Esses sinais poderiam excitar, de forma intensa, muitos ou todos os músculos do corpo, levando assim à rigidez. O núcleo caudado dos núcleos da base contém neurônios que liberam o neurotransmissor acetilcolina (ACh). Embora o nível de Acetilcolina não se altere conforme os níveis de Dopamina diminuem, o desequilíbrio na atividade neurotransmissora – pouca Dopamina e muita Acetilcolina – pode causar a maior parte dos sintomas. A causa da DP é desconhecida, porém substâncias químicas ambientais tóxicas como pesticidas, herbicidas e monóxido de carbono são agentes suspeitos de contribuírem para seu desenvolvimento.
A doença se caracteriza por (1) rigidez de grande parte da musculatura do corpo; (2) tremor involuntário das áreas envolvidas, mesmo quando a pessoa está em repouso, na frequência fixa de três a seis ciclos por segundo; (3) dificuldade intensa de iniciar movimentos, chamada acinesia; (4) instabilidade postural, causada por reflexos posturais prejudicados, levando ao frágil equilíbrio e quedas; e (5) outros sintomas motores que incluem disfagia (capacidade prejudicada de engolir), distúrbios da fala, distúrbios da marcha e fadiga.
. A degeneração dos neurônios dopaminérgicos na substância negra resulta em estimulação deficiente da via direta (que permite o movimento) e inibição insuficiente da via indireta (que inibe o movimento).
. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), acomete 1% da população mundial, com idade superior a 65 anos. No Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas sofram com o problema. Além dos problemas motores mais conhecidos, várias manifestações não motoras podem surgir à medida que a doença progride, inclusive os sintomas psicóticos. Tem distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100.000 habitantes.

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