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Piromania Diagnóstico Diferencial Piromania é um transtorno caracterizado pela sensação de prazer, satisfação ou liberação de tensão ao provocarem incêndios este é indiferente às consequências do fogo para a vida, a propriedade que está sendo incendiada ou com os danos materiais resultantes, classificada como TCI – Transtorno de Controle dos Impulsos. É bem raro, a pessoa tem prazer em ver o caos e a destruição que está fazendo ou de que alguém fez, quando o fogo é apagado pode sentir tristeza, angústia e também vontade de provocar outro incêndio. Para se diagnosticar é preciso que a pessoa tenha comportamento repetitivo de provocá-los propositalmente e intencionalmente. Mas é necessário que outros comportamentos sejam excluídos como psicose, transtorno de despersonalização, esquizofrenia, transtorno bipolar, personalidade antissocial, geralmente este comportamento não visa obter ganhos financeiros, expressar uma ideologia sociopolítica ou seja ideias ou pensamentos de uma pessoa ou de um grupo de indivíduos por sua vez a ideologia pode estar ligada a ações políticas, econômicas e sociais encobrir uma atividade criminosa, expressar raiva ou vingança, melhorar as próprias condições de vida ou em resposta a um delírio ou uma alucinação . Deve-se ter cuidado no processo de diagnostico motivação do ato, é importante descartar outras causas de comportamento incendiário antes de se fazer o diagnóstico de Piromania. A provocação intencional de incêndios pode ocorrer para fins de lucro, sabotagem ou vingança; para encobrir um crime; para fins políticos (por ex. um ato de terrorismo ou protesto), ou para obter atenção ou reconhecimento (por ex., provocar um incêndio para descobri-lo e fazer-se passar por herói). O comportamento incendiário também pode ocorrer como parte da experimentação adequada ao estágio de desenvolvimento na infância (por ex., brincar com fósforos, isqueiros ou fogo). Alguns indivíduos com transtornos mentais usam o comportamento incendiário para comunicar um desejo, vontade ou necessidade, frequentemente dirigidos à obtenção de uma mudança na natureza ou localização dos serviços. Esta forma de comportamento incendiário tem sido chamada de "incêndio comunicativo", devendo ser cuidadosamente diferenciada da Piromania. Um diagnóstico separado de Piromania não é feito quando o comportamento incendiário ocorre como parte de um Transtorno da Conduta, um Episódio Maníaco ou Transtorno da Personalidade Antissocial, ou em resposta a um delírio ou alucinação (por ex., na Esquizofrenia). O diagnóstico de Piromania também não deve ser feito quando o comportamento incendiário resulta de um prejuízo no julgamento associado com demência, Retardo Mental ou Intoxicação com Substância. O comportamento incendiário também pode ocorrer como parte da experimentação adequada ao estágio de desenvolvimento na infância (por ex., brincar com fósforos, isqueiros ou fogo). Alguns indivíduos. A diferença entre os incendiários propositais e os piromaníacos é que o primeiro tem motivação criminosa, vingança, sabotagem, obtenção de reconhecimento público, atos terroristas, querem tirar proveito de algo como resgatar o seguro de uma propriedade, enquanto os piromaníacos não. O tratamento é feito com remédios indicados por psiquiatra e sessões de terapia em longo prazo. Critérios Diagnósticos para F63.1 - 312.33 Piromania A. Comportamento incendiário deliberado e proposital em mais de uma a ocasião. (Critério A). Indivíduos com esse transtorno experimentam tensão ou excitação afetiva antes de provocar um incêndio B. Tensão ou excitação afetiva antes do ato. C. Fascinação, interesse, curiosidade ou atração pelo fogo e seus contextos situacionais (por ex., parafernália, usos, consequências). D. Prazer, gratificação ou alívio ao provocar incêndios, ou quando a testemunha ou participa de seus resultados. E. O comportamento incendiário não ocorre visando a obter ganhos monetários, expressar uma ideologia sócio-política, encobrir uma atividade criminosa, expressar raiva ou vingança, melhorar as próprias condições de vida, em resposta a um delírio ou alucinação, ou em consequência de um prejuízo no julgamento (por ex., na demência, no Retardo Mental ou na Intoxicação com Substância). F. O comportamento incendiário não é melhor explicado por um Transtorno da Conduta, um Episódio Maníaco ou em Transtorno da Personalidade Antissocial. (Critério A). Indivíduos com esse transtorno experimentam tensão ou excitação afetiva antes de provocar um incêndio (Critério B). Há grande fascinação, interesse, curiosidade ou atração pelo fogo e seus contextos situacionais (p. ex., equipamentos, usos, consequências) (Critério C). Indivíduos com esse transtorno são frequentemente "expectadores" regulares de incêndios em suas vizinhanças, podem disparar falsos alarmes e obter prazer do convívio com instituições, equipamentos e pessoal associados a incêndio. Podem passar tempo no corpo de bombeiros local, provocar incêndios para se afiliar ao corpo de bombeiros ou mesmo se tornarem bombeiros. Sentem prazer, gratificação ou alívio ao provocar um incêndio, ao testemunhar seus efeitos ou participar de suas consequências (Critério D). Os incêndios não são provocados com fins monetários, como uma expressão de ideologia sociopolítica, para ocultar atividades criminais, para expressar raiva ou vingança, para melhorar as circunstâncias de vida de uma pessoa ou em resposta a um delírio ou alucinação (Critério E). O ato de provocar incêndios não resulta de julgamento alterado (p. ex., no transtorno neurocognitivo maior, na deficiência intelectual [transtorno do desenvolvimento intelectual]). O diagnóstico não é feito se a provocação de incêndio for mais bem explicada por transtorno da conduta, por episódio maníaco ou por transtorno da personalidade antissocial (Critério F). Características associadas que apoiam o Diagnóstico Indivíduos com piromania podem fazer uma preparação antecipada considerável antes de iniciar um incêndio. Eles podem permanecer indiferentes às consequências do incêndio para a vida ou propriedade ou sentir satisfação com a destruição patrimonial resultante. Os comportamentos poderão provocar danos materiais, consequências legais, lesões ou morte do incendiário ou de outras pessoas. Indivíduos que impulsivamente provocam incêndios (que podem ou não ter piromania) com frequência têm história atual ou passada de transtorno por uso de álcool. A prevalência de piromania na população é desconhecida. A prevalência de provocação de incêndios ao longo da vida, que é apenas um componente da piromania e por si só não é suficiente para o diagnóstico, foi relatada como sendo de 1,13% em uma amostra populacional, embora as comorbidades mais comuns tenham sido transtorno da personalidade antissocial, transtorno por uso de substâncias, transtorno bipolar e transtorno do jogo. Por sua vez, a piromania como diagnóstico primário parece ser muito rara. Em uma amostra de pessoas que chegaram ao sistema criminal por causa de incêndios repetidos, apenas 3,3% tinham sintomas que preenchiam os critérios plenos para piromania. Desenvolvimento e Curso não existem dados suficientes para determinar uma idade de início típica para a piromania nem documentação sobre a relação entre provocação de incêndios na infância e piromania na idade adulta. Em indivíduos com piromania, os incidentes de provocação de incêndios são episódicos e podem aumentar e diminuir em frequência. O curso longitudinal é desconhecido. Embora a provocação de incêndios seja um grande problema em crianças e adolescentes (aproximadamente 40% das pessoas presas nos Estados Unidos por ofensas incendiárias têm idade inferior a 18 anos), a piromania na infância parece ser rara. Geralmente, a provocação de incêndios entre jovens está associada ao transtorno da conduta, ao transtorno de déficit de atenção/hiperatividade ou a um transtorno de adaptação. Questões Diagnósticas Relativas ao Gênero A piromania ocorre com mais frequência no sexo masculino, especialmentenaqueles indivíduos com habilidades sociais mais pobres e com dificuldades de aprendizagem. Comorbidades aparentemente, há alta comorbidades de piromania com transtornos por uso de substâncias, transtorno do jogo, transtornos depressivo e bipolar e outros transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta Existem comorbidades psiquiátricas associadas a piromania Altas taxas de comorbidades psiquiátricas são comuns entre pessoas com piromania, dentre elas esquizofrenia, depressão, mania bipolar, personalidade antissocial e abuso de substâncias Comorbidades Influências Biológicas Retardo mental leve e deficiências de aprendizagem foram associadas a provocação de incêndios, influência bioquímica foi sugerida com base na evidência de níveis de líquido cerebrospinal significativamente baixos de ácido acético 5 -hidróxido (5 -HIAA) e 3- metoxi -4-hidroxifenilglicol (MHPG) encontrados em estudo de indivíduos com piromania (Hollander et al,2008) este estudo mostra também possíveis tendências hipoglicemia nesses indivíduos. Estudado por Freud 1964 fogo como um símbolo de sexualidade, ou seja, satisfação sexual ou símbolo da inferioridade social, físico segundo (Sadock e Sadock ,2007). Pesquisa 36% dos pacientes psiquiátricos exibiam uma história de comportamento incendiários sendo que 16% tinham provocado incêndios (Geller e Bertsch) 1985. Ritchie e Huff (1999) revisaram registros de saúde mental e depressão de 283 incendiários ,90% dos quais possuíam história previa de esquizofrenia ou transtorno Bipolar e 64% estavam abusando de álcool ou drogas. Piromania e a Depressão Pessoas com depressão não experimentam todas os mesmos sintomas. A gravidade, frequência e duração dos sintomas variam de acordo com o indivíduo e sua doença depressiva em particular. Lejoyewx e colaboradores ( 2002) avaliaram os TCIs,usando a entrevista de transtornos impulsivos de Minesota EUA, em 107 pacientes deprimidos internados que satisfaziam os critérios do DSM-IV-TR pra episódios depressivos maiores( TABS.19-8 e19-9 )31% satisfazerem os critérios para TCIs 18 tinham TEI ,3 jogo patológico ,4 cleptomaníaco ,3 piromania os pacientes com TCIs comorbido eram jovens idade média de 37 anos e 7 meses e 42 anos e 8 meses .Os piromaníacos manifestavam maior episódios depressivos prévios (3,3 vs.1,3 ,P=0,01). Por sua vez os transtornos Bipolar eram mais frequentes no grupo TCI do que naquele sem TCI (19vs 1,3 % P 0,002) Bulimia (42vs 10,5%P 0,005) e compra compulsiva (51vs 22% P=0,006) eram mais frequentes em TCI. Este estudo sugere que há mais incidência em pacientes com TCI do que em pacientes encontrados em uma população menos gravemente doente. Piromania e alcoolismo Laubechler e colaboradores (1996) compararam os registros (n=103) de incendiários criminosos e piromaníacos. Estes eram mais jovens (idade média 20 anos) do que incendiários criminosos (idade média de 30 anos) dentre 103 pacientes ,70 tinham consumido álcool antes de provocar incêndios ,54 apresentam dependências de álcool, portanto os autores sugerem uma relação entre a quantidade de álcool consumida e a provocação de incêndios. Outros autores como Rasanem e colaboradores (1995) verificam 82% apresentam alcoolismo e 82% estavam intoxicados ao cometer os incêndios, portanto o consumo pesado de álcool estava ligado ao incêndio cometido. Entretanto, não é possível concluir com essa população, restrita que a piromania não está relacionada a dependência de álcool, há necessidade de mais estudos. Bibliografia Fonte: DSM-5) 312.33 (F63.1) Piromania (476) Enfermagem Psiquiátrica Autor: Mary C. Townsend Conceito de Cuidados na Prática Baseada em Evidências Tratado de Psiquiatria Clínica - 5ed( paginas 246- 248) Citação Por Robert E. Hales, Stuart C. Yudofsky, Glen O. Gabbard Hollander et al,2008) Sadock e Sadock ,2007 (Geller e Bertsch) DSM-IV-TR TABS.19-8 e19-9