Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
11 2.4. PLUTONISMO Plutonismo se define como sendo o conjunto de fenômenos magmáticos que se realizam em regiões profundas da crosta terrestre. Os corpos rochosos assim formados são chamados de plutons ou plutonitos ou ainda rochas plutônicas ou intrusivas. As rochas pré-existentes que envolvem o corpo plutônico são ditas encaixantes. De uma maneira geral, as rochas plutônicas são ácidas (granitos e granodioritos). Isto porque em função da sua composição química um magma ácido tem grandes possibilidades de se cristalizar em profundidade e menores de fazê-lo à superfície. A composição química, no caso, é determinante do comportamento de um magma em relação à mudanças de fase. Devido ao fato de serem resultantes de massas magmáticas provenientes do interior da terra, os plutons apresentam uma grande variedade de formas e dimensões, assim como as suas relações com as rochas encaixantes. De acordo com as suas relações com as rochas encaixantes, os plutonitos são divididos em concordantes e discordantes. Corpos plutônicos concordantes são aqueles que concordam, ou seja, que obedecem a configuração das encaixantes, adquirindo então uma forma determinada pela disposição de outras rochas. Seus bordos ou contatos são paralelos à estratificação ou xistosidade das encaixantes, não truncando a estrutura geral destas rochas. As formas concordantes mais comuns são: Soleiras ou sills: são corpos extensos, pouco espessos de forma tabular quando vistos em corte. Estes corpos foram formados a partir de um magma de baixa viscosidade, o qual pode se intrometer entre planos da rocha encaixante. Lacólitos: são corpos plano-convexos lenticulares (não tem continuidade horizontal) que se assemelham a cogumelos. São relacionados a magma muito viscosos, que por se escoarem com dificuldade, se acumulam próximo à fonte provocando um arqueamento das rochas sobrejacentes. Lopólitos e Facólitos: são corpos lenticulares associados a rochas dobradas. Os lopólitos se associam a sinclinais (dobras que tem a concavidade voltada para cima) adquirindo uma forma similar à de uma bacia. Os facólitos se associam a anticlinais (dobras que tem a sua concavidade voltada para baixo) e adquirem configuração similar à de uma sela. Corpos plutônicos discordantes são aqueles que cortam ou truncam a configuração das encaixantes. Contudo, obedecem frequentemente a outros elementos estruturais desenvolvidos nas rochas, tais como diáclases, falhas fendas ou aberturas produzidas por explosões vulcânicas. As formas discordantes mais comuns são: Diques: são corpos magmáticos de forma tabular que preenchem fendas nas rochas pré- existentes. Tem largura e comprimento muito variável ocorrendo desde “microdiques” até diques com vários metros de largura e quilômetros de extensão. Os diques podem formar conjuntos ou sistemas nos quais se dispõem em direções paralelas ou direções cruzadas. Estes formam-se em consequência de esforços de tensão provocados pela ascensão do corpo magmático. Outras vezes os diques são circulares, envolvendo o corpo magmático, chamados então de anelares. Originam-se de fendas produzidas ao redor de um foco vulcânico, quando do abatimento (colapso) do edifício vulcânico. Os diques são muito comuns no Brasil, ocorrendo em vários tipos de rocha e com composição própria variável. Nas bacias sedimentares paleozóicas são comuns diques de diabásio, e no 12 nordeste do Brasil ocorrem diques de pegmatitos mineralizados em pedras coradas e outros minerais de interesse econômico (wolframita, tantalita, etc.) Necks: são corpos cilíndricos verticais que cortam as rochas encaixantes. Constituem chaminés de vulcões antigos, cuja parte superior foi erodida. Apófise: são corpos digitiformes (em formas de dedos) derivados diretamente de massas magmáticas maiores como de batólitos, por exemplo. Batólitos: são corpos magmáticos de grandes dimensões (área de afloramento superior a 100 km2) que não tem, aparentemente, delimitação em profundidade, passando gradualmente à zona de material rochoso em fusão. São chamados de stocks àqueles corpos magmáticos com as mesmas características dos batólitos, que, no entanto, apresentam áreas de afloramento inferiores a 100 km2. 2.5. VULCANISMO O vulcanismo abrange todos os processos que permitem e provocam a ascensão de material magmáticos do interior do globo terrestre para a superfície terrestre. O magma pode extravasar à superfície através de dois tipos de aberturas: Fissuras: são extensas fendas que colocam a câmara magmática (cavidade onde se aloja o magma) em contato com a superfície terrestre. Orifícios: é o tipo mais comum, o magma é ejetado por uma abertura circular em torno da qual se acumulam os materiais produzidos pela atividade vulcânica, constituindo o edifício do cone vulcânico. O orifício é chamado de cratera, e o canal por onde ascende o magma se denomina conduto ou chaminé vulcânica. É conhecido como caldeira o conjunto de montanhas com disposição circular que envolve um foco vulcânico abatido. No Brasil, Poços de Caldas – MG é envolvida por uma caldeira, a maior do mundo. Atividades vulcânicas Segundo a sua natureza e modo de ocorrência, as atividades vulcânicas podem ser explosivas (extravasamento violento do magma, comum em magmas viscosos) ou efusivas (extravasamento calmo, sem explosões). Inicialmente ocorre a instalação de um foco vulcânico, tremores de terra, formação de fendas, exalação de gases e vapores, seguindo-se a abertura e limpeza da chaminé vulcânica. Depois ocorre a ejeção ou o derramamento de lava, podendo ser explosivo durante todo o período ou apenas no início. As exalações gasosas, de acordo com a temperatura, recebem denominações tais como fumarolas, sulfataras e mofetas. Os materiais produzidos pela atividade vulcânica são lavas que são massas magmáticas parcial ou totalmente fundidas (as lavas básicas são mais quentes e menos viscosas do que as ácidas, estas últimas tendem a produzir um vulcanismo mais explosivo), os materiais piroclásticos (que são fragmentos que podem ser derivados do próprio magma ou das rochas encaixantes, normalmente predominam nas fases iniciais, podendo ser os únicos). Em função do tamanho e da forma são classificados como blocos, bombas, lapilli e cinzas (que são fragmentos finos que ao consolidarem formam os tufitos ou tufos vulcânicos). Além disso, existem as exalações que são vapores e gases produzidos ao longo de todas as atividades vulcânicas. Atualmente não existem vulcões ativos no Brasil, mas ocorreram intensamente em épocas geológicas passadas (130 milhões de anos). Os testemunhos dessas atividades vulcânicas quase 13 não existem mais, já que os produtos do vulcanismo são facilmente erodíveis. Foram atingidos todo o sul do Brasil e partes de MS, MG, MA e AM, onde o vulcanismo de fissura básico cobriu cerca de 1.200.000 km2. Constituiu-se de derrames sucessivos de lava basáltica e intrusões em forma de dique e soleiras de diabásio. Em alguns locais esses derrames ultrapassam a espessura de 1.000 m, tendo sido observados até 32 derrames individuais. Os solos desenvolvidos sobre essas rochas são em grande parte os Latossolos Roxos, com excepcionais qualidades físicas e químicas. A magnetita presente como mineral acessório no basalto contém elementos traços, essenciais como micronutrientes para as plantas. São solos porosos, de boa drenagem que permitem bom desenvolvimento radicular. Possuem, entretanto, pouca coerência entre partículas tornando-se muito susceptíveis à erosão quando mal manejados. O vulcanismo mais moderno no Brasil foi responsável pela formação de diversas ilhas no Atlântico brasileiro, como Fernando de Noronha, Trindade, Rochedos de São Pedro e São Paulo, e Abrolhos.
Compartilhar