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Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Construção Civil Coordenação de Engenharia Civil Prof. Ewerton Clayton Alves da Fonseca FUNDAÇÕES (GEOTECNIA) Campo Mourão, 2018/1. 1 2 O concreto e o aço: materiais mais empregados na construção civil com função estrutural; (materiais artificiais) Solos e rochas: materiais naturais; (suas composições e comportamento sob tensão podem variar muito) Tipos de solo, consistência, compacidade, características de resistência e deformabilidade; (heterogeneidade tridimensional) Por isso, em cada projeto de fundações deve-se realizar previamente a análise do maciço geotécnico; (investigação geotécnica) Investigações Geotécnicas 3 SPT (sondagem de simples reconhecimento); CPT (ensaios de cone) & CPTU (piezocone); VST (ensaio de palheta); DMT (ensaio dilatométrico); PMT (ensaio pressiométrico). Investigações Geotécnicas Schnaid & Odebrecht (2012) 4 O “Standard Penetration Test” (SPT) A mais popular, rotineira e econômica ferramenta de investigação geotécnica utilizada no Brasil e no mundo; (muitas vezes é o único ensaio) Portanto, é interessante que o engenheiro civil se familiarize com este ensaio; Trata-se de uma medida de resistência dinâmica conjugada a uma sondagem de simples reconhecimento do subsolo. 5 O “Standard Penetration Test” (SPT) Serve como indicativo da densidade de solos granulares e é aplicado também na identificação da consistência de solos coesivos e até mesmo de rochas brandas; Métodos de projeto de fundações diretas e por estacas usam sistematicamente os resultados de SPT, especialmente no Brasil. 6 Finalidades i) identificar os tipos de solo em suas respectivas profundidades de ocorrência; ii) determinar a posição do N.A.; iii) determinar os índices de resistência à penetração (N) a cada metro. 7 Pinto (2006) 8 Pinto (2006) 9 Princípio Perfuração e cravação dinâmica do amostrador padrão, a cada metro, de modo a resultar na identificação dos tipos de solo e na determinação de um índice de resistência, bem como da observação do N.A.. Aparelhagem A lista de componentes e a descrição dos elementos podem ser consultadas na NBR 6484 (2001). 10 Aparelhagem 11 Execução do Ensaio 12 Execução do Ensaio 13 Execução do Ensaio 14 Procedimentos Pinto (2006) Das (2006) 15 Procedimentos Cintra et al. (2013) I – perfuração; II – amostragem; III – ensaio penetrométrico. 16 Das (2006) 17 SPT Automatizado Das (2006) 18 Vantagens i) simplicidade do equipamento; ii) baixo custo; iii) amostragem dos solos, em cada metro; iv) obtenção de um valor numérico de ensaio que pode ser relacionado por meio de propostas não sofisticadas, mas diretas, com regras semi-empíricas de projeto. 19 NBR 6122 (2010) 20 Críticas ao SPT Existem diferentes técnicas de perfuração, equipamentos e procedimentos de ensaio nos diversos países; (fatores locais e grau de desenvolvimento do setor) Desuniformidade de significância dos resultados obtidos; Método de perfuração, fluido estabilizante, diâmetro do furo, mecanismo de levantamento e liberação de queda do martelo, rigidez das hastes, geometria do amostrador e método de cravação; (características e condições do solo) Dependência do operador; “Ensaios bem ou malfeitos”, idoneidade de empresas, má prática e vícios executivos. 21 Sistemas Manuais No Brasil: NBR 6484 (2001). Massa do martelo: 65 kg; Levantamento do martelo: manual com corda de sisal; Martelo cai de 750 mm de altura (queda livre); É obrigatório o uso do coxim de madeira; Hastes – Schedule 80 com luvas de acoplamento; Amostrador – Raymond Terzaghi (50,8 mm x 34,9 mm). 22 Sistemas Automatizados Nos Estados Unidos: ASTM D1586-11. Massa do martelo: 140 pounds. Equivalente a 63,5 kg; Levantamento do martelo: automático; Martelo cai de 30 inches de altura. Equivalente a 762 mm (queda livre); Contato aço-aço entre martelo e cabeça de bater; Hastes – Schedule 80 com luvas de acoplamento; Amostrador bipartido. 23 Padronização Existem normas nacionais com características variáveis e um padrão internacional adotado como referência; IRTP (International Reference Test Procedure)... Proposto pela ISSMFE (International Society for Soil Mechanics and Foundation Engineering); Equipamento... Energia transferida... A tendência moderna recomenda a medida de energia para cada prática, sendo a NBR 6484 (2001) indicada para tal finalidade... Eficiência; Perdas por atritos, aquecimento, flexão das hastes etc.. 24 Correções das Medidas de N ou NSPT Como corrigir os resultados de ensaios de forma a possibilitar a transposição de experiência entre diferentes países e regiões? Efeito da energia de cravação; Nível de tensões (ver p.36-38 de Schnaid & Odebrecht, 2012). 25 Medidas de Energia A energia transferida ao amostrador não é igual a energia de queda livre transmitida pelo martelo à cabeça de bater; A eficiência do martelo está relacionada com as perdas de energia no sistema; No Brasil, a energia aplicada ao amostrador varia entre 70% e 80% da energia teórica; (72% é aceito como o valor médio obtido no sistema manual empregado no Brasil) Nos Estados Unidos e na Europa, a energia aplicada é de aproximadamente 60% da energia teórica. (valor médio obtido no sistema automatizado empregado na América do Norte) 26 Correção da Medida (energia) 𝑁60 ∙ 0,6 = 𝑁𝑆𝑆𝑆 ∙ 1 𝐸𝑡𝑡𝑡𝑡. = 𝑚 ∙ 𝑔 ∙ ℎ 𝑁60 ∙ 0,6 = 𝑁72 ∙ 0,72 𝑁60 = 𝑁𝑆𝑆𝑆 ∙ 𝑒𝑓0,6 O N ou NSPT é inversamente proporcional à energia efetivamente aplicada na cravação do amostrador. 𝑒𝑓 % = 𝐸𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡.𝐸𝑡𝑡𝑡𝑡. ∙ 100 não existe, na prática! 27 Das (2006) 𝑁60 = 𝑁𝑆𝑆𝑆 ∙ 𝜂𝐻 ∙ 𝜂𝐵 ∙ 𝜂𝑆 ∙ 𝜂𝑅0,6 28 Aplicações Previsão da tensão admissível de fundações diretas em solos granulares; Métodos diretos: as medidas de NSPT (ou N60) são utilizadas diretamente na previsão de capacidade de carga/suporte ou recalques de um elemento de fundação; Métodos indiretos: as medidas de NSPT (ou N60) são utilizadas para estimar parâmetros de comportamento do solo, como por exemplo, ângulo de atrito, resistência não drenada etc.; Como são feitas estas abordagens? 29 Aplicações NBR 6484 (2001) 30 Comentários Finais SPT: ferramenta de investigação geotécnica utilizada com maior frequência no Brasil; Ensaio: mandatório o uso de equipamentos e procedimentos padronizados, com avaliação da energia transmitida ao amostrador; Execução: treinamento de pessoal e supervisão do ensaio, para que os resultados sejam representativos e confiáveis; Aplicação: estimativa de parâmetros geotécnicos e previsão do desempenho das fundações, resguardando as limitações apresentadas. Referências Bibliográficas 31 Referência bibliográficas básicas • HACHICH, W.; FALCONI, F.F.; SAES, J.L.; FROTA, R.G.Q.; CARVALHO, C.S. e NIYAMA, S.. Fundações: Teoria e Prática. 2ª. ed. São Paulo, SP: PINI, 1998; • VELLOSO, Dirceu de Alencar & LOPES, Francisco de Rezende. Fundações: critérios de projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais, fundações profundas. São Paulo, SP: Oficina de Textos, 2011; • ALONSO, Urbano Rodriguez. Exercícios de Fundações. São Paulo, SP: E. Blucher, 1983. Referências bibliográficas complementares • CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. 6ª. ed. rev. e amp. Rio de Janeiro: LTC, 1988; • BARATA, FernandoEmmanuel. Propriedades Mecânicas dos Solos – Uma Introdução ao Projeto de Fundações. Rio de Janeiro: LTC, 1984; • SCHNAID, Fernando. Ensaios de Campo e suas Aplicações à Engenharia de Fundações. Editora: Oficina de Textos. 1ª. ed., 2000; • ALONSO, Urbano Rodriguez. Previsão e Controle das Fundações. São Paulo, SP: E. Blucher, 1991; • ALONSO, Urbano Rodriguez. Dimensionamento de Fundações Profundas. São Paulo, SP: E. Blucher, 1989. Referências Bibliográficas 32 Referência bibliográficas adicionais • PINTO, Carlos de Sousa. Curso Básico de Mecânica dos Solos - em 16 Aulas. 3ª. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006; • DAS, Braja M.. Principles of Geotechnical Engineering. 6th ed. ISBN 85-221-0548-0, 2006; • CINTRA, J.C.A.; AOKI, N.; TSUHA, C.H.C. & GIACHETI, H.L. Fundações: ensaios estáticos e dinâmicos. São Paulo: Oficina de Textos, 2013; • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Solo – Sondagens de Simples Reconhecimento com SPT – Método de Ensaio. Rio de Janeiro, 2001. 17p.; • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8036: Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Rio de Janeiro, 1983. 3p.; • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010. 91p.; • ASTM D1586-11. Standard Test Method for Standard Penetration Test (SPT) and Split-Barrel Sampling of Soils. 9p. • SCHNAID, F. & ODEBRECHT, E. Ensaios de campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Construção Civil Coordenação de Engenharia Civil Prof. Ewerton Clayton Alves da Fonseca FUNDAÇÕES (GEOTECNIA) Campo Mourão, 2018/1. 33 Universidade Tecnológica Federal do Paraná�Departamento Acadêmico de Construção Civil�Coordenação de Engenharia Civil�Prof. Ewerton Clayton Alves da Fonseca Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 Slide Number 28 Slide Number 29 Slide Number 30 Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas Universidade Tecnológica Federal do Paraná�Departamento Acadêmico de Construção Civil�Coordenação de Engenharia Civil�Prof. Ewerton Clayton Alves da Fonseca