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eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com Aula de TGP de 26/04/2018 – Professora Bianca Sumário Aula de TGP de 26/04/2018 – Professora Bianca ..................................................... 1 Princípios ................................................................................................................. 2 A. Disponibilidade das Ações: ...................................................................................................................... 2 B. Livre Investigação das Provas : ................................................................................................................ 2 C. Demanda (Art. 2º, CPC): .......................................................................................................................... 2 D. Impulso Oficial: ........................................................................................................................................ 3 E. Oralidade: ................................................................................................................................................ 3 F. Publicidade (Art.189, CPC): ...................................................................................................................... 3 G. Lealdade Processual (Art.77, CPC): .......................................................................................................... 3 Estado e Jurisdição .................................................................................................. 4 • Jurisdição: ................................................................................................................................................ 4 eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com PPrriinnccííppiiooss A. Disponibilidade das Ações: É setorial, ou seja, só se aplica às ações de Direito patrimonial. Em regra, nas demandas onde são discutidas matérias de direito patrimonial, o titular pode abrir mão deste direito (direito de ação). Todavia, a disponibilidade deste direito não é absoluta. Isto porque, após a proposição da ação por parte do autor, já houve a perturbação, então, caso ele queira dispor da demanda (abrir mão da ação), ele só poderá fazê-lo caso haja concordância por parte do réu. B. Livre Investigação das Provas: O Juiz pode lançar mão de qualquer meio de prova lícita para se chegar à verdade dos fatos. Prova precisa ser lícita por respeito às garantias individuais do Cidadão. Eventual ilicitude da prova pode ser afastada pela teoria do Estado de Necessidade. Mesmo o juiz mandando desentranhar prova ilícita do processo, ele poderá ser influenciado pelo conteúdo desta prova. STF: Caso a prova seja ilícita, mas que seja a única e determinante prova, entende-se que esta está amparada pelo Estado de Necessidade (Excludente de Ilicitude - Direito Penal). Neste caso, a prova será considerada lícita, segundo o STF. Ministério Público: Pode investigar? Investiga, porém, é inconstitucional. *Todavia, em 25 de abril de 2018, o Supremo Tribunal Federal julgou a ADI 4263, afirmando que o Ministério Público pode efetuar quebra de sigilo das comunicações e grampear telefones e endereços de e-mail. (<-Pesquisar mais) Não há hierarquia entre as provas. C. Demanda (Art. 2º, CPC): Juiz precisa esperar o autor propor ação, ou seja, ele não pode agir de ofício, precisa aguardar a provocação por parte do autor, a quebra da inércia do juiz. O juiz não pode agir de ofício para não violar a sua isenção, para não se aproximar dos interesses do autor, para preservar sua imparcialidade. Não é absoluto, pois existe uma única exceção: Ação de Inventariado. Neste caso, o juiz pode instaurar por conta própria (de ofício) ação caso nenhum dos interessados solicitar a abertura do mesmo dentro do prazo legal de 60 dias (ou dois meses, assim como está na lei?).(Art. 611, CPC). (ver Arts.: 614 + 738, CPC). “Art. 2º, CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.” “Art. 611, CPC. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.” eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com D. Impulso Oficial: A partir do rompimento da inércia jurisdicional, o magistrado é quem precisa impulsionar o processo, por meio de Despachos, até que a sentença possa ser proferida. “Art. 2º, CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.” E. Oralidade: Ainda sub utilizado no nosso sistema, determina que atos processuais devem ser praticados tanto quanto possível de forma oral, em detrimento da escritura. O princípio da oralidade determina que certos atos devem ser praticados oralmente, ou seja, recomenda a prevalência da palavra falada sobre a escrita nos processos. Um exemplo disso, é o agravo, que é aconselhado a ser promovido oralmente. F. Publicidade (Art.189, CPC): Atos processuais, em regra, devem ser públicos. Exceções sigilo nos casos de direito de família ou para sucesso de ação penal, por ordem social e interesse público “Art. 189, CPC: Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. § 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.” G. Lealdade Processual (Art.77, CPC): As partes devem agir com boa-fé processual, lealdade, retidão. O artigo 77 do Código de Processo Civil estabelece multa** e eventuais sanções criminais, civis e processuais para aqueles que litigarem de má-fé (litigância de má-fé). Imprescindível salientar que como partes, podem-se abranger todos os intervenientes do processo, ou seja, juízes, auxiliares da justiça, advogados, membros do Ministério Público, Fazenda Pública etc. "Art.77, CPC: Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. (...) § 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízodas sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa*** de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta." eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com EEssttaaddoo ee JJuurriissddiiççããoo O Direito Processual é amparado em três grandes elementos (Trilogia Estrutural do: � Jurisdição � Ação � Processo • Jurisdição: É a função estatal que se harmoniza em um sistema de freios e contrapesos, juntamente com as funções (poderes) legislativas e executivas. Historicamente, a Jurisdição foi definida por Carnelutti como atividade estatal de justa composição de lides, conceito este que foi reformado por Chiovenda, que sustenta que a Jurisdição é uma atividade estatal de aplicação da lei ao caso concreto, já que nem sempre há lides (conflitos) a serem resolvidos em um processo, pois este pode ser consensual. eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com Aula de TGP de 03/05/2018 – Professora Bianca Sumário Aula de TGP de 03/05/2018 – Professora Bianca ................................................................................................ 1 Características da Jurisdição .................................................................................... 2 A. Inércia: ..................................................................................................................................................... 2 B. Substitutividade: ...................................................................................................................................... 2 C. Caráter declaratório: ............................................................................................................................... 2 Princípios fundamentais .......................................................................................... 2 A. Do Juiz Natural: ........................................................................................................................................ 2 B. Da Unidade de Jurisdição: ....................................................................................................................... 2 C. Da Indeclinabilidade da Jurisdição: ......................................................................................................... 3 Impedimento (art. 144): .......................................................................................................................................... 3 Suspeição (art. 145): ................................................................................................................................................ 3 D. Da Improrrogabilidade da Jurisdição ....................................................................................................... 3 E. Da Indelegabilidade da Jurisdição ........................................................................................................... 4 Substitutivos ou Sucedâneos da Jurisdição ............................................................... 4 A. Arbitragem: .............................................................................................................................................. 4 B. Mediação: ................................................................................................................................................ 4 C. Negociação: ............................................................................................................................................. 4 Jurisdição Contenciosa X Voluntária ........................................................................ 4 A. Contenciosa: ............................................................................................................................................ 4 B. Voluntária ................................................................................................................................................ 4 Teoria Clássica ou Administrativista: ....................................................................................................................... 4 Teoria Revisionista ou Jurisdicionalista: .................................................................................................................. 4 eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com CCaarraacctteerrííssttiiccaass ddaa JJuurriissddiiççããoo A. Inércia: Em regra, o juiz só demanda decisão, profere sentença, se for provocado pela parte autora (Art. 2º, CPC). Exceção: Processo iniciado de ofício pelo juiz (Ação de Inventariado). - Ação de Inventariado. Neste caso, o juiz pode instaurar por conta própria (de ofício) ação caso nenhum dos interessados solicitar a abertura do mesmo dentro do prazo legal de 60 dias (ou dois meses, assim como está na lei?).(Art. 611, CPC). (ver Arts.: 614 + 738, CPC). “Art. 2º, CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.” “Art. 611, CPC. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.” B. Substitutividade: Com a sentença, juiz resolve o conflito entre as partes, já que estes não se entenderam sem que o juiz (o estado) precisasse interferir. O Juiz substitui autor e réu, através da decisão, já que estes não foram capazes de chegar, por conta própria, há um entendimento. C. Caráter declaratório: Por definição, todo direito emana da lei, cabendo ao juiz tão somente que conhecer a sua existência. Ao sentenciar, o juiz não cria direito. Nenhum direito nasce da sentença, somente declara um direito pré-existente em lei. O direito já existe, não é a sentença que faz nascer o direito. Exemplo: Não é a sentença que fará surgir o direito de usucapião. Este direito irá surgir com o decurso do tempo estabelecido de acordo com o caso concreto, definido em lei. A sentença somente irá declarar/reconhecer a existência desse direito. PPrriinnccííppiiooss ffuunnddaammeennttaaiiss A. Do Juiz Natural: O juiz/ juízo é escolhido previamente, não cabendo, esta escolha, às partes. A sentença deve ser proferida por um magistrado que, à época da ocorrência dos fatos, tinha competência para proferir decisão. B. Da Unidade de Jurisdição: A função judicante não é distinta em relação à área do Direito, técnicas etc. Esta função é a única. A função julgadora é Una, tecnicamente, não se subdivide em áreas diversas. Essa especialização só deve ser feita para facilitar a dinâmica forense e realização dos estudos sobre o tema. eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com C. Da Indeclinabilidade da Jurisdição: A função julgadora não pode ser renunciada pelo magistrado. Exceções: Isenção do juiz. Há o foro subjetivo. O julgador deve, de ofício, se antecipar e declinar da apreciação do processo. (ver artigos 144 e 145, CPC ) • Impedimento (art. 144): O vício é mais grave, cabendo ação rescisória (desfaz as decisões já feitas no processo). • Suspeição (art. 145): Mais brando, pode ser sanado. Não desfaz o que o juiz já fez o processo. “Art. 144, CPC. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. § 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. § 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. § 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. Art. 145, CPC. Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. § 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. § 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.” D. Da Improrrogabilidade da Jurisdição: Estabelece que a função julgadora deve ser exercida dentro dos limites de competência do órgão em que o magistrado está lotado. Por conta disso, este princípio nos remete à ideia de Juiz Natural, pois, se um magistrado invadir a esfera de julgamento de outro, não mais será o Juiz Natural que apreciará aquele assunto. eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com E. Da Indelegabilidade da Jurisdição: Estabelece que não podem os magistrados transferir a um colega a responsabilidade de julgar os seus processos, por quê, também estes, não funcionariam como juízes naturais da causa. SSuubbssttiittuuttiivvooss oouu SSuucceeddâânneeooss ddaa JJuurriissddiiççããoo A. Arbitragem: A decisão deste vale tanto quanto a do juiz. É voluntário, não é obrigatório. O árbitro não tem poder executório, poder coercitivo para fazer cumprir as decisões. O juiz não pode rever o mérito da decisão arbitral. O juiz pode usar a coerção para fazer cumprir a decisão arbitral. Ou seja, o árbitro decide e o juiz executa. B. Mediação: Vontade das partes. Extrapola o fundo jurídico, possui cunho emocional. Trata as partes e não o problema. C. Negociação: Vontade das partes, porém com foco na questão jurídica. Trata o problema. Há sempre um negócio jurídico envolvido. JJuurriissddiiççããoo CCoonntteenncciioossaa XX VVoolluunnttáárriiaa A. Contenciosa: Há quando, em determinado processo, existe uma lide a ser resolvida. B. Voluntária Quando não há lide no processo em questão. - Duas grandes teorias tentaram explicar a Jurisdição Voluntária: • Teoria Clássica ou Administrativista: Sustentava que não há, na jurisdição voluntária, efetivo exercício da jurisdição. O que há é a administração pública de interesses que são privados, uma vez que adotam o conceito de Carnelutti, para quem a jurisdição é atividade estatal de composição de lides. • Teoria Revisionista ou Jurisdicionalista: Sustenta que na jurisdição voluntária há efetivo exercício de jurisdição, pois adotam o conceito de Chiovenda, para quem jurisdição é tão somente a atividade estatal de aplicação da lei ao caso concreto. eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com Aula de TGP de 10/05/2018 – Professora Bianca Sumário Aula de TGP de 10/05/2018 – Professora Bianca ................................................................................ 1 Escopos da Jurisdição: .............................................................................................. 2 A. Sociais ...................................................................................................................................................... 2 B. Jurídicos ................................................................................................................................................... 2 C. Políticos ................................................................................................................................................... 2 Competências .......................................................................................................... 2 A. Competência Internacional: .................................................................................................................... 2 Concorrente (art. 21, CPC): ............................................................................................ 2 Exclusiva (art. 23, CPC): .................................................................................................. 3 B. Competência Interna (4 critérios): .......................................................................................................... 3 1. Em razão do valor da causa: ............................................................................................................ 3 2. Em razão da matéria: ....................................................................................................................... 3 3. Competência funcional: ................................................................................................................... 3 4. Competência Territorial ou de Foro: ............................................................................................... 4 eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com EEssccooppooss ddaa JJuurriissddiiççããoo:: São os objetivos perseguidos pelo exercício da função julgadora. Objetivos: A. Sociais A jurisdição educa e pacífica a sociedade. Educa quando o juiz diz quais são os atos suportados ou não. Pacífica, pois evita a autotutela. Ao sentenciar, o juiz estabelece os comportamentos que são aceitáveis e sinaliza para a sociedade que sempre haverá, nele, espaço para acolhimento de eventuais pretensões. B. Jurídicos Reforço da importância da lei. Ao proferir uma sentença, o magistrado reforça a imperatividade/ coercitividade da lei. Está atrelado a ideia de que a lei não tenha apenas importância teórica. Ela possui também enorme importância prática, na medida que é com base nesta que ojuiz profere suas decisões. C. Políticos Toda vez que o magistrado sentencia, o Estado mostra que está acima dos cidadãos. Ele tem o poder de impor aquilo que lhe parece mais correto. Está diretamente atrelado a ideia de soberania do Estado, na medida em que, ao proferir uma decisão, o Estado se mostra hierarquicamente superior aos cidadãos. CCoommppeettêênncciiaass A. Competência Internacional: O Brasil pode (concorrente) ou deve (exclusiva) julgar determinado assunto. É necessário ver os tratados para saber quem vai ser julgado onde. Artigo 21 do CPC: competência internacional concorrente. Artigo 23 do CPC: competência Internacional exclusiva. • Concorrente (art. 21, CPC): Hipóteses em que, tanto o Brasil quanto o país estrangeiro, poderão julgar o feito. “Art. 21,CPC. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com • Exclusiva (art. 23, CPC): Hipóteses em que apenas o Brasil poderá julgar o caso. Art. 23,CPC.. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.” B. Competência Interna (4 critérios): 1. Em razão do valor da causa: Não existe no Rio de Janeiro. JEC e JECRIM não se enquadram, pois, se for necessário produzir prova pericial, será necessário ir à Vara Cível/Penal. Prevê a criação de juízos especializados em razão do valor da causa. Os juizados especiais não se inserem neste critério, uma vez que nem toda ação de valor igual ou menor de 40 salários tramitam nos juizados especiais, da mesma forma que se pode ter a execução em juizado viações que ultrapassa 40 salários. 2. Em razão da matéria: A especialização da competência em razão da matéria determina a criação de juízos especializados por assunto. Ao se fazer uma petição inicial, é fundamental que seja ela endereçada a um juízo competente para julgar aquele tema. Havendo na localidade mais de um juízo especializado naquele assunto, submete-se a petição à livre distribuição. 3. Competência funcional: Vários processos e um só juízo: Processo de Conhecimento e Processo Cautelar. Um processo, vários juízes: Divisão de funções entre os juízes (mesma hierarquia) e também hierarquicamente entre juízos, entre instâncias (hierarquias diferentes). O critério funcional de competência estabelece que pode haver, em um único juízo, a tarefa de julgar o processo principal e o seu processo acessório (processo de conhecimento e processo cautelar), sendo certo ainda que, por esse critério, se pode ter dois juízes atuando em um único processo. É o que ocorre quando se tem expedição de uma carta precatória ou interposição de um recurso em face de sentença proferida por um juiz. Em ambas as hipóteses, teremos divisão de tarefas entre juízos que estão no mesmo patamar hierárquico ou estão em Patamares hierarquicamente distintos. OBS.: Turma Recursal é um órgão colegiado de juízes dos juizados especiais, que recebe as apelações das sentenças proferidas em primeira instância nestes juizados especiais. Só existe nos juizados especiais. eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com 4. Competência Territorial ou de Foro: Fixado com base em padrão geográfico. Localidade onde devo propor ação. - Regra: Foro/lugar onde está localizado (domiciliado) o réu, pois lá este terá mais facilidade para produzir provas, se defender (Art. 46, CPC). “Art. 46, CPC. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. § 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. § 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. § 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. § 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.” - Exceções: Os artigos 47 e seguintes do CPC contemplam diversas exceções, complementadas pelo artigo 101, inciso I da Lei 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor). A cláusula de eleição de foro é legítima e pode ser implementada desde que resulte de uma manifestação bilateral de vontade. “CPC: Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente. Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. eduardo fragoso – edufragoso@me.com eduardo fragoso – edufragoso@me.com Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal. Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimentoou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III - do lugar: a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício; IV - do lugar do ato ou fato para a ação: a) de reparação de dano; b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. “Lei 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor): Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;” eduardo fragoso – edufragoso@me.com 1 eduardo fragoso – edufragoso@me.com Aula de TGP de 17/05/2018 – Professora Bianca Sumário Aula de TGP de 17/05/2018 – Professora Bianca .......................................................................... 1 Perpetuatio Jurisdictionis ......................................................................................... 2 Critérios Absolutos e Relativos de fixação de competência (Interna) ........................ 2 A. Critérios Absolutos: ................................................................................................................................. 2 B. Critérios Relativos: ................................................................................................................................... 2 Modificação de Competência ................................................................................... 3 A. Vontade das partes .................................................................................................................................. 3 B. Inércia: ..................................................................................................................................................... 3 C. Conexão: .................................................................................................................................................. 3 D. Continência: ............................................................................................................................................. 3 Juízo Prevento: ......................................................................................................................................... 4 eduardo fragoso – edufragoso@me.com 2 eduardo fragoso – edufragoso@me.com PPeerrppeettuuaattiioo JJuurriissddiiccttiioonniiss É a regra prevista no artigo 43 do CPC, segundo a qual a competência de um juízo deve ser fixada no momento da propositura da ação. Desta forma, ainda que haja alterações posteriores na competência daquele juízo, para as ações que já estavam em trâmite, terá aquele juízo sua jurisdição perpetuada. Apenas se houver extinção do juízo, promove-se a redistribuição das causas que lá estavam. Mesmo que seja criado um novo juízo que passará a ser competente para apreciar o objeto de determinada causa que antes estava sendo apreciado por outro juízo, esta causa permanecerá no seu juízo inicial, devido à Perpetuatio Jurisdictionis. Ex.: Em 2009, ajuízo uma demanda por violência doméstica no JECRIM, à época, juízo competente para julgar casos de violência doméstica. Em 2011, cria-se um juízo que passará a ser competente para julgar estes casos. Mesmo assim, minha demanda irá permanecer no JECRIM, pois a competência do JECRIM foi fixada no momento da propositura da ação, logo, o JECRIM terá sua competência perpetuada. Somente as novas ações de violência doméstica serão apreciadas pelo novo juízo criado. Em casos de extinção de uma vara (juízo), os processos serão redistribuídos entre as varas remanescentes. “Art. 43, CPC. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.” CCrriittéérriiooss AAbbssoolluuttooss ee RReellaattiivvooss ddee ffiixxaaççããoo ddee ccoommppeettêênncciiaa ((IInntteerrnnaa)) São os critérios de fixação de COMPETÊNCIA INTERNA divididos em Absolutos e Relativos. “Art. 64, CPC. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.” A. Critérios Absolutos: o Material o Funcional O desrespeito a um critério absoluto gera um vício INSANÁVEL, que pode ser alegado por ação rescisória mesmo após a extinção do processo, para desconstituir tal processo. Por essa razão, esses vícios podem ser suscitados pelo Réu ou declarados de ofício pelo Juiz. B. Critérios Relativos: o Valor da causa o Territorial O desrespeito ao critério Territorial ou de Valor da Causa gera vício SANÁVEL, razão pela qual somente o réu pode alegar a incompetência do juízo. Somente o réu pode alegar a incompetência, na preliminar, no início da sua contestação, no prazo para apresentação de defesa. O juiz não pode declarar de ofício a incompetência relativa. O autor também não pode alegar tal incompetência, pois foi o próprio autor quem escolheu o foro quando da petição inicial. A consequência imediata do acolhimento da incompetência relativa é a extinção do processo, sem análise de mérito, para que o autor possa ajuizá-lo no juízo competente. eduardo fragoso – edufragoso@me.com 3 eduardo fragoso – edufragoso@me.com - Prorrogação de competência: Caso o réu não faça o pedido de declaração de incompetência relativa dentro do prazo de que dispõe para responder a petição inicial, ocorrerá a sanatória do vício e a prorrogação de competência, ou seja, o juízo que, em princípio, não era competente para julgar aquele assunto, vai se tornar competente para fazer este julgamento. MMooddiiffiiccaaççããoo ddee CCoommppeettêênncciiaa Somente se dá em casos de vícios RELATIVOS de competência. A competência relativa pode ser modificada por quatro diferentesfenômenos. A. Vontade das partes Acontece quando as partes assinam cláusula de eleição de foro (territorial e valor da causa). Nota-se que se elege o foro, não o juízo. “Art. 63, CPC. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.” B. Inércia: Ocorre quando o réu deixa de fazer exceção de incompetência no prazo de que dispõe para responder a petição inicial, acarretando a prorrogação de competência do juízo. “Art. 65, CPC. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.” C. Conexão: Ocorre, nos termos do artigo 55 do CPC, quando duas ou mais ações possuem, em comum, o mesmo pedido e mesma causa de pedir (giram em torno dos mesmos fatos). Neste caso, todas as ações serão reunidas para julgamento conjunto em uma única vara, para que as mesmas tenham tratamento similar, evitando, assim, decisões discrepantes em torno do mesmo fato, gerando uma maior sensação de segurança jurídica. A conexão provoca uma mudança territorial, pois algumas ações sairão de suas varas de origem e encontrarão a ação piloto em outra vara (no juízo prevento). “Art. 55, CPC. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2º Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.” D. Continência: Ocorre, nos termos do artigo 56 do CPC, quando duas ou mais ações tiverem as mesmas partes (identidade de partes), a mesma causa de pedir, e o pedido de uma delas for mais amplo contendo o pedido feito na outra ação. “Art. 56, CPC. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.” “Art. 57, CPC. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.” eduardo fragoso – edufragoso@me.com 4 eduardo fragoso – edufragoso@me.com - Juízo Prevento: Nestas duas últimas situações (Conexão e Continência), haverá a reunião de causas para julgamento simultâneo no Juízo Prevento, nos termos do artigo 58 do CPC, considerando-se prevento o que primeiro der despacho liminar positivo (o ‘cite-se’), o que determinou primeiro a citação válida. Ou seja, o primeiro juiz que receber a petição inicial e mandar citar o réu, será o Juízo Prevento. “Art. 58, CPC: A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente.” “Art. 59, CPC: O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.” eduardo fragoso – edufragoso@me.com 1 eduardo fragoso – edufragoso@me.com Aula de TGP de 24/05/2018 – Professora Bianca Aula de TGP de 24/05/2018 – Professora Bianca .......................................................................... 1 Organização do Poder Judiciário .............................................................................. 2 A. Justiça Federal: ........................................................................................................................................ 2 B. Justiça do Trabalho: ................................................................................................................................. 2 C. Justiça eleitoral: ....................................................................................................................................... 2 D. Justiça Militar: ......................................................................................................................................... 2 E. Justiça Estadual:....................................................................................................................................... 2 F. Ingresso na Magistratura:........................................................................................................................ 2 G. Quinto Constitucional: ............................................................................................................................. 2 H. Prerrogativas: .......................................................................................................................................... 3 Vitaliciedade: ........................................................................................................... 3 Inamovibilidade: ....................................................................................................... 3 Irredutibilidade de Subsídios: ...................................................................................... 3 eduardo fragoso – edufragoso@me.com 2 eduardo fragoso – edufragoso@me.com OOrrggaanniizzaaççããoo ddoo PPooddeerr JJuuddiicciiáárriioo Artigo 92, CF. Justiça Federal: Arts 106 a 110; Justiça do Trabalho: Arts 111 a 117; Justiça Eleitoral: Arts 118 a 121; Justiça Militar: Arts 122 a 124; Justiça Estadual Ordinária: Arts 125 a 126; Ingresso na Magistratura: Art 93; Quinto Constitucional: Art 94. MP: Arts 127 a 129: - MPE: Promotores e Procuradores - MPU: Procurador da República A Constituição trata das diversas justiças no artigo 92, que disciplina os órgãos do Poder Judiciário. Nesta relação, estão incluídos o STJ e o STF, excluindo o MP. Isso porque o MP pertence ao poder executivo (verba vem do orçamento do Executivo), e o CNJ tem papel fiscalizatório e regulatório. A. Justiça Federal: Tem sua competência julgadora disciplinada no artigo 109 da CF. É composta por juízes e pelo TRF. B. Justiça do Trabalho: Artigo 114. É composta por juízes, pelo TRT e pelo TST. C. Justiça eleitoral: É composta por juízes eleitorais, pelo TRE e pelo TSE. A atividade eleitoral é desempenhada por juízes estaduais em delegação. D. Justiça Militar: Julga PMs e bombeiros que cometeram crimes militares próprios. Essa função também é desempenhada por juízes estaduais. E. Justiça Estadual: Tem competência residual, julgando os assuntos que não competemas demais justiças. É composta por juízes e por tribunais de justiça. F. Ingresso na Magistratura: Pressupõe três anos de prática jurídica, no mínimo. G. Quinto Constitucional: Regra que estabelece que 1/5 das vagas dos nossos tribunais serão ocupadas por membros oriundos da Magistratura e da Advocacia. eduardo fragoso – edufragoso@me.com 3 eduardo fragoso – edufragoso@me.com H. Prerrogativas: São prerrogativas dos membros do MP e da Magistratura a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de subsídios. • Vitaliciedade: A vitaliciedade estabelece que estes membros não podem ser, após concluído o estágio probatório de 2 anos, livremente exonerados. • Inamovibilidade: A inamovibilidade estabelece que estes membros, após titularizarem em um determinado órgão, não podem ser livremente removidos. • Irredutibilidade de Subsídios: A irredutibilidade de subsídios garante que as verbas a eles pagas não podem ser reduzidas. “CF: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar- se a indicação; e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal eduardo fragoso – edufragoso@me.com 4 eduardo fragoso – edufragoso@me.com fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no Art. 40; VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. Seção IV DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: I - os Tribunais Regionais Federais; II - os Juízes Federais. Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: I - um quinto dentreadvogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira; II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. eduardo fragoso – edufragoso@me.com 5 eduardo fragoso – edufragoso@me.com Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I - processar e julgar, originariamente: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. § 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei. eduardo fragoso – edufragoso@me.com 6 eduardo fragoso – edufragoso@me.com Seção V Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Juízes do Trabalho Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; II - os Tribunais Regionais do Trabalho; III - Juizes do Trabalho. §§ 1º a 3º(Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no Art. 94; II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II as ações que envolvam exercício do direito de greve; III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no Art. 102, I, o; VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no Art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. eduardo fragoso – edufragoso@me.com 7 eduardo fragoso – edufragoso@me.com Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no Art. 94; II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. Parágrafo único.(Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999) Art. 117. e Parágrafo único.(Revogados pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999) Seção VI DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: I - o Tribunal Superior Eleitoral; II - os Tribunais Regionais Eleitorais; III - os Juízes Eleitorais; IV - as Juntas Eleitorais. Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. § 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores. Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. § 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cadacategoria. § 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. eduardo fragoso – edufragoso@me.com 8 eduardo fragoso – edufragoso@me.com § 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. Seção VII DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: I - o Superior Tribunal Militar; II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo: I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional; II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar. Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. Seção VIII DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio. CAPÍTULO IV DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA SEÇÃO I DO MINISTÉRIO PÚBLICO eduardo fragoso – edufragoso@me.com 9 eduardo fragoso – edufragoso@me.com Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. § 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no Art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. § 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. Art. 128. O Ministério Público abrange: I - o Ministério Público da União, que compreende: a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério Público do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; II - os Ministérios Públicos dos Estados. § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução. § 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do Art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; II - as seguintes vedações: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e) exercer atividade político-partidária; f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no Art. 95, parágrafo único, V. eduardo fragoso – edufragoso@me.com 10 eduardo fragoso – edufragoso@me.com Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
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