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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Gestão de Produção e Operações Aula 4 Profa. Rosinda Angela da Silva CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Neste estágio de conhecimento sobre produção você já é capaz de imaginar como é o dia a de uma fábrica, não é mesmo? Já sabe que diariamente inúmeras decisões são tomadas relacionadas ao “o que produzir”, “quanto produzir”, “como produzir” e “porque produzir”. E, também, você já pode se questionar como é que o gestor da produção sabe quanto tempo precisará para atender ao pedido de tal cliente e como é que ele planeja a sua produção. Muito bem, então, neste momento da aula já podemos avançar pelo ambiente fabril e compreender que toda e qualquer empresa possui um layout instalado que visa fomentar a produtividade e a satisfação dos colaboradores. Além disso, vamos aprender que é preciso definir “o que” e “o quanto” produzir por meio de uma previsão de demanda, para não correr o risco de fabricar o produto que o cliente não quer comprar. Diante disso, nesta aula vamos conhecer os tipos mais comuns de layout e distinguir os tipos de previsão de demanda mais comumente utilizados pelas firmas. Vamos entender, ainda, como se calcula o tempo padrão de produção e quais os principais elementos do Plano Mestre da Produção (PMP), além de conhecer as premissas envolvidas na programação da produção. Vamos a nossa quarta aula de Administração de Produção e Operações! Contextualizando Atualmente, muitos conceitos desenvolvidos para o gerenciamento da produção industrial estão sendo adaptados para gestão de serviços e de varejo. E isso é benéfico porque não apenas indústrias precisam investir em melhoria de processo e produto, mas também as empresas de todos os segmentos. O estudo do layout, os estudos dos tempos, as análises das previsões de demanda e o planejamento diário da fábrica foram alguns dos assuntos que se tornaram interdisciplinares, ou seja, são discutidos nos cursos de produção, e nos cursos que abrangem conceitos de varejo e serviços. Se para um processo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 produtivo industrial é importante à disposição das máquinas e equipamentos, para o varejo e os serviços, a disposição dos móveis e dos equipamentos de uso coletivo é salutar, principalmente porque os colaboradores e os clientes compartilharão o mesmo ambiente. Tema 1: Layout e Instalações Físicas O layout ou arranjo físico é um dos elementos mais impactantes na capacidade produtiva de uma indústria, de uma área de vendas do varejo ou do atendimento de um serviço. Isso porque, se o layout estiver inadequado pode gerar desperdícios de diversas naturezas, atrapalhando, assim, o desempenho da firma como um todo. Slack (2002, p.210) informa que: O arranjo físico de uma operação produtiva preocupa-se com a localização física dos recursos de transformação. Colocado de forma simples, definir o arranjo físico é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. O arranjo físico é uma das características mais evidentes de uma operação produtiva porque determina sua “forma” e aparência. Podemos compreender o layout, então, como a disposição de todos os recursos físicos, tecnológicos e humanos na empresa para executar as operações de maneira mais eficiente. Mas, para isso, é necessário planejar o layout de forma que propicie essa eficiência. A mudança de um layout industrial, por exemplo, pode ter alto custo e a mudança de um layout em um escritório pode ser conflituosa. Para entender melhor esses conceitos iniciais, vamos conhecer os principais tipos existentes: 1 - Industrial, 2- Armazenagem, 3 - Escritório, 4 - Loja e 5 - Atendimento de serviços. 1 – Layout Industrial: Quando pensamos em uma indústria, consideramos que o processo produtivo tem uma sequência lógica e que os produtos se movimentam de forma harmônica, por entre as máquinas, e, no final da linha, temos um produto pronto. Conceitualmente, é assim mesmo que ocorre, mas, na prática, existem alguns elementos que necessitam ser considerados e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 um deles é o tipo de layout industrial que a empresa utiliza. A empresa pode optar pelos seguintes modelos: a) Linear ou por produto: Segundo Martins (2006, p. 139): Aas máquinas ou as estações de trabalho são colocadas de acordo com a sequência das operações e são executadas de acordo com o a sequência estabelecida sem caminhos alternativos. O material percorre um caminho previamente determinado no processo. É indicado para produção com pouco ou nenhuma diversificação, em quantidade constante ao longo do tempo e em grande quantidade. Requer um alto investimento em máquinas e pode apresentar problemas com relação dos produtos fabricados. Para os operadores, gera monotonia e estresse. Isso acontece porque o produto se movimenta entre as máquinas e o operador fica parado. Geralmente não oferece flexibilidade para as empresas porque exige alto volume de produção como as automobilísticas, fábricas de bebidas, fabricantes de chapas de papelão ondulado, entre outros. b) Processo ou Funcional: Para Moreira (2008, p. 241): Os centros de trabalho são agrupados de acordo com a função que desempenham. Os materiais (ou pessoas) se movem de um centro a outro de acordo com a necessidade. Hospitais, escolas, armazéns, bancos e muitas outras atividades são organizados por processo; na indústria, este tipo de arranjo físico indica que as máquinas de uma mesma função são agrupadas em departamentos funcionais, e o produto caminha até a máquina adequada à próxima operação. Esse tipo de layout faz com que os produtos se movimentem entre processos, de certa forma, “obrigatórios” (e não entre as máquinas, como no caso do linear). Gera menos estresse para os colaboradores que se tornam multifuncionais para executar várias fases do processo. c) Celular: Para Slack (2002, p. 214): O arranjo celular é aquele que os recursos transformados, entrando na operação, são pré-selecionados para movimentar-se para uma parte específica da operação (ou célula) na qual todos os recursos transformadores necessários a atender a suas necessidades imediatas de processamento se encontram. Este modelo de layout costuma trazer satisfação para os colaboradores que tem a oportunidade de entender o produto como um todo e, ainda, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 interagir com os outros colaboradores. É indicado para produtos de mesma família, o que traz flexibilidade para o processo. d) Posicional ou Fixo: Segundo Seleme (2013, p. 28), “No arranjo por posição fixa o material permanece fixo em determinada posição e as máquinas e os operadores se deslocam, executando as operações necessárias”. Este modelo é indicado para produtos grandes e que não podem ser movimentados, tais como construção de residências, fabricação de um avião, de um navio e outros. Os colaboradores costumam ser mais especializados para trabalhar neste tipo de produção, mas no espaço da produção podem ocorrer conflitos entre a mão de obra, os insumos, as máquinas e equipamentos, entre outros. e) Híbrido: As indústrias podem optar, ainda, por combinarem os layouts dentro da planta, buscando otimizar os recursos (aproveitar o que já tem dentro da fábrica) e ganhar tempo, pois alterações ou incorporações podem demorar menos do que construir algo novo. 2 – Layout para Armazenagem: O uso dos serviçosofertados por armazéns vêm crescendo consideravelmente e, para atender a crescente demanda, o layout também precisa ser repensado tendo em vista de que o espaço deve estar adequado para atender as necessidades do cliente. Para planejar o layout de um armazém é preciso levantar os volumes de produtos que serão movimentados e guardados ali, o fluxo das operações, os equipamentos de movimentação interna (quais e quantos serão utilizados), o espaço destinado às operações, as informações e aos colaboradores. Segundo Gaither e Frazier (2002, p. 198), são objetivos dos layouts de operação de armazenamento: Promover carga e descarga eficiente de veículos de transporte; Fornecer eficaz retirada de estoques, Atendimento de encomendas e carga unitizadas; Permitir facilidade de contagem de estoques e Promover acurados registros dos estoques. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Devido a esses objetivos, o planejamento do layout da armazenagem contemplará a disposição dos sistemas porta pallets, das docas de recebimento e expedição, espaço para produtos rejeitados ou avariados, e também, espaços comuns aos colaboradores como sanitários, bebedouros. Tudo isso considerando as melhores condições de segurança para os colaboradores e para os produtos ali estocados. 3 – Layout para Escritório: A disposição dos móveis e equipamentos, bem como a distribuição dos departamentos em um escritório influenciam diretamente na qualidade de vida dos colaboradores e na produtividade. O layout deve contribuir para que o escritório seja um ambiente agradável e produtivo. Mas, para isso, é preciso realizar uma análise crítica da necessidade de interação entre os departamentos. Espera-se que a organização do layout privilegie a interação entre as operações, sem que ocorram conflitos. Por exemplo, um departamento movimentado e barulhento não deve ficar próximo de um setor que necessite de concentração e silêncio para bem desenvolver suas atividades. Além disso, dentro do estudo do layout do escritório, inclui-se o espaço individual, a iluminação, a ventilação, as portas de emergência, o formato das mesas, a altura das cadeiras, a altura dos monitores de computadores, entre outros, visando atender, também, as exigências da ergonomia. 4 – Layout da Loja: Uma loja comercial (confecções, calçados, acessórios femininos e masculinos, livrarias, pet shops, papelarias, farmácias, entre outros) tem como objetivo expor os produtos de forma que encante o cliente. Devido a isto, o estudo do layout deste tipo de empreendimento avalia o tipo de produto que será exposto, quantidade, valor agregado, local onde a loja está inserida (no shopping, centros comerciais, ruas comerciais, clusters e outros). Deve-se levantar o espaço disponível para a circulação dos clientes, para as gôndolas, balcões expositores, araras, iluminação adequada, climatização, saídas de emergência e questões de segurança do ambiente. Certamente que isso envolve a determinação do estilo do cliente que se quer CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 atender e quanto tempo deseja que o mesmo permaneça na loja. Por exemplo, uma grande livraria pode disponibilizar sofás, pufes e computadores para que os clientes leiam partes ou livros inteiros, ali mesmo. 5 – Layout para atendimento a serviços: Na prestação do serviço, o layout tem como objetivo oferecer conforto aos colaboradores que atuarão no front office, bem como para o usuário do serviço. O principal elemento envolvido é a análise do fluxo do serviço (onde o cliente entra, por quais processos deve passar e onde o atendimento encerra) para que a disposição das mesas dos atendentes respeite esse fluxo. Neste tipo de layout é necessário avaliar o tempo médio de atendimento, para identificar possíveis gargalos e formação de filas, bem como se haverá a necessidade de cadeiras e sofás. Um elemento crucial no layout do serviço é a inclusão da acessibilidade para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, como os idosos, por exemplo. O fato é que, quanto mais elementos forem contemplados nos estudos do layout, menores são as chances de retrabalho ou readequações tardias. Tema 2: Tempos de Produção e Tempos de Atendimento Para conhecer a capacidade produtiva de uma operação industrial ou de atendimento de um serviço é preciso conhecer o tempo que o mesmo demanda. Para isso, é necessário levantar as informações inerentes ao processo e, também, o método utilizado para a produção ou atendimento. Segundo Seleme (2012, p. 19): O método é um procedimento que foi desenvolvido a partir das necessidades da simplificação e da padronização do trabalho humano para a redução do esforço despendido na execução das tarefas, assim, ele não nasceu na indústria, e sim, surgiu juntamente com o desenvolvimento do ser humano. Entretanto, alguns métodos foram estudados, aperfeiçoados e registrados para serem transmitidos sistematicamente dentro das organizações em uma escala de contínua evolução. A definição do método adequado para a produção de um bem ou a prestação de um serviço dependerá do modus operandi que a empresa utiliza para a realização de determinada operação. É bem possível que se façam testes CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 com vários métodos até identificar o mais adequado para a tarefa, uma vez que o mesmo é impactado pelo tipo do produto/serviço, matéria-prima utilizada, tecnologia aplicada, capacitação dos colaboradores e fluxo do processo. Normalmente, para verificar se o método escolhido é o mais eficiente, busca-se identificar o tempo de produção utilizado. Observe o exemplo para entender melhor: Você está na sala de aula da faculdade, a qual fica no 3º andar do prédio. O professor determina a mesma operação para três estudantes, mas com métodos diferentes. O professor solicita que os três estudantes se dirijam até a Biblioteca, a qual fica no 1º andar do prédio. Para o primeiro estudante, é solicitado que ele vá de elevador, para o segundo que vá de escada rolante e para o terceiro que vá de escada convencional. Certamente que os três atingirão o mesmo objetivo, entretanto, com tempos diferentes, uma vez que utilizaram métodos distintos. Compete ao professor avaliar as variáveis da operação e determinar qual o método será sistematizado como “padrão”, porque o método escolhido que determinará o tempo necessário. Discutida a questão método, vamos aprender sobre os tempos padrões da atividade. Para identificar o tempo realmente necessário para a execução de uma tarefa, alguns passos são importantes, tais como: observar como a tarefa é desenvolvida, qual a quantidade de movimentos que o operador realiza ou, até mesmo, a quantidade de estágios necessários na máquina, para que a peça fique pronta. Vários autores escrevem sobre isso, mas o modelo utilizado será o de Martins e Laugeni (2006, págs. 85 a 87). Os autores recomendam cinco estágios para a determinação do tempo padrão, são eles: 1 – Dividir a operação em elementos: Para que seja possível avaliar o método de trabalho e descobrir ineficiências. Os autores solicitam cautela nessa divisão para que não se criem muitos elementos, ou demasiadamente poucos. (MARTINS & LAUGENI, 2006, p. 85) 2 – Determinação do número de ciclos a serem cronometrados: O método proposto pelos autores sugere que sejam realizadas entre 10 e 20 cronometragens prévias e aplicar a equação a seguir para se certificar que o número de ciclos realizados expressa o tempo padrão real da peça. (MARTINS & LAUGENI, 2006, p. 86) CCDD – Centro de Criação e DesenvolvimentoDialógico 9 N = Z x R Er x d2 x X 2 Onde: N = número de ciclos a serem cronometrados Z = coeficiente da distribuição normal padrão para uma probabilidade determinada (dado disponível na tabela de coeficientes Distribuição Normal) R = amplitude da amostra Er = erro relativo d2 = coeficiente em função do número de cronometragens realizadas preliminarmente (dado disponível na tabela de coeficientes para calcular o número de cronometragens) X = média da amostra Para utilização da expressão acima, deve-se realizar uma cronometragem prévia, cronometrando-se entre cinco e sete vezes e retirando-se dos resultados obtidos a média (X) e a amplitude R. devem também ser fixados os valores da probabilidade (Z) e do erro relativo (Er) que são desejados. (Na prática, costuma-se usar probabilidades entre 90% e 95%, e erro relativo variando entre 5% e 10%). Para isso, o autor sugere o uso dos coeficientes constantes nas tabelas a seguir: (MARTINS & LAUGENI, 2006, p. 86) Tabela 1 - Distribuição Normal Probabilidade (%) 90 91 92 93 94 95 Z 1,65 1,70 1,75 1,81 1,88 1,96 Coeficiente para calcular o número de cronometragens N 2 3 4 5 6 7 8 9 0 d2 1,128 1,693 2,059 2,326 2,534 2,704 2,847 2,970 3,078 Fonte: MARTINS & LAUGENI, 2006, p. 86 Exemplo hipotético: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 A operação de pintar uma moldura de espelho de madeira de 30cmx50cm foi cronometrada 6 vezes, onde encontrou-se o tempo médio de 1 minuto e 27 segundos com uma amplitude de 22 segundos. Determine o número de cronometragens ideais para uma confiança de 91% e um erro relativo de 9%. Como resolver? Em 2 passos! 1º Tirar os dados: N = ? Z = 91% = utiliza-se o valor da primeira tabela: 1,70 R = 22 segundos Er = 9% = 0,09 d2 = utiliza-se o valor da segunda tabela: 2,534 X = 1min27seg = 87 segundos (porque a amplitude também está em segundos) 2º Aplicar a fórmula: N = Z x R Er x d2 x X 2 N = 1,70x22 N = 37,40 N = 1,8849 N = 3,55828 0,09x2,534x87 19,8412 Neste caso, arredonda-se para 4 cronometragens! Como o exemplo menciona que haviam sido realizadas 6 cronometragens prévias e o resultado da equação demonstrou que 4 cronometragens eram suficientes, conclui-se que o tempo padrão utilizado pode ser considerado real. 3 – Avaliação da velocidade do operador: A velocidade do operador é representada pela letra V e é determinada de forma um tanto subjetiva por parte do cronometrista, o qual é 2 2 2 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 responsável por definir a velocidade normal do operador. Mas para ter certeza de que tal colaborador está produzindo a “x” velocidade, os cronometristas devem se recapacitar continuamente e pesquisar as técnicas existentes no mercado para que sua atuação não fique “subjetiva demais”. (MARTINS & LAUGENI, 2006, p. 86) 4 – Determinação das tolerâncias: Também conhecido como alívio fadiga, é o conceito o qual considera que uma pessoa não trabalha oito horas por dia ininterruptamente, uma vez que ela tem as suas necessidades pessoais como ir ao banheiro, tomar água, tomar um café, fazer ginástica laboral ou descansar, entre uma operação e outra. Mas para efeito de definição do tempo padrão, é preciso definir qual é o percentual (%) que esta pessoa utiliza ao se ausentar do seu posto de trabalho, para que seja considerado o “tempo líquido” que ela utilizou na sua meta de produção. Quanto mais repetitivo for o trabalho, ou mais insalubre for o ambiente de trabalho, maior será esse fator de tolerância, pois não se pode determinar o mesmo percentual para quem trabalha no escritório e para quem trabalha na fábrica. Segundo os autores, costuma-se adotar 5% de fator para o escritório e de 10% a 20% para indústrias que oferecem boas condições de trabalho aos colaboradores. 5 – Determinar o tempo padrão: Após ter definido os quatro passos anteriores é possível, então, definir o tempo padrão da operação. Para isso, são necessários dois passos básicos. Primeiro: determinar o tempo normal da operação, por meio da simples equação: (TN): TN = TC x V Segundo: Calcular, finalmente, o tempo padrão, utilizando a equação: (TP): TN x FT Pode-se identificar o TP, também, apenas acrescentando o fator de tolerância ao Tempo Normal encontrado: TP = TN + FT %. Exemplo hipotético: Uma seguradora de veículos necessita conhecer o tempo padrão que um atendente necessita para preencher um aviso de sinistro modelo standard por telefone com o cliente. Esta operação foi cronometrada 9 vezes, aonde atingiu um tempo médio por ciclo de 5 minutos. A velocidade média desse atendente CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 ficou em torno de 92%. Como o ambiente de escritório é relativamente confortável, foi atribuído um fator de tolerância de 5%. Qual será o tempo padrão para essa atividade? Resolução: (TN): TN = TC x V = 8 min. x 0,90 = 7,2 min. (TP): TN x FT = 7,2 min. x 1,05 = 7,56 min. (ou 7,2 min. + 5% = 7,56 min.) Percebe-se, pelo resultado, que o tempo normal para atender um cliente é 7,2 minutos, entretanto, ao acrescentar 5%, destinado às fadigas totais do trabalho, considera-se 7,56 minutos como tempo padrão para esta atividade. Com isso, é possível afirmar que sempre TP > TN. Essa informação é muito útil no momento de definir a capacidade de atendimento diário do departamento. As empresas que já estão estabelecidas no mercado desenvolveram seus próprios métodos de trabalho e já sabem como identificar os tempos padrões das operações. Já para as empresas entrantes no mercado, essa sistemática ainda precisa ser desenvolvida e amadurecida. Para as empresas novas, o conhecimento do tempo padrão auxiliará no levantamento dos custos e, certamente, na precificação do produto ou serviço que será vendido no mercado. Com as novas tecnologias utilizadas pelas empresas atualmente, é possível utilizar softwares de simulação específicos para levantar os tempos padrões e o custo das atividades. Dessa forma, os gestores obtém a informação de como será o seu preço no mercado, o qual poderá ser comparado com a concorrência, antes mesmo do produto/serviço existir efetivamente. Tema 3: Previsão da Demanda Para que o setor produtivo ou de atendimento se prepare para produzir ou atender é necessário ter uma noção de quantidade e isso é determinado por meio da previsão da demanda. Na maioria das organizações a previsão de demanda é uma tarefa do departamento de Marketing pelo fato de que é o responsável por prospectar as futuras compras dos clientes. Sendo assim, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 quanto mais reais forem esses números, mais assertivas serão as decisões de compra de insumos e carregamento das máquinas e equipamentos. Segundo Moreira (2008, p. 293): A previsão da demanda é, pois, um processo racional de busca de informações acerca do valor das vendas futuras de um item ou de um conjunto de itens. Tanto quanto possível, a previsão deve fornecer também informações sobre a qualidade e a localização (lugar onde serão necessários) dos produtos no futuro. Conseguindo tais informações, a empresa consegue se organizar melhor para que seja possível atender a demanda maior ou menor que a prevista. Além disso, as firmas devem considerar se os produtos são sazonais ou não, pois quanto mais sazonal for o insumo da empresa, maior será o planejamentonecessário. Diante disso, é possível afirmar que a previsão de demanda envolve informações importantes para o planejamento da firma, tais como: a busca por identificar a preferência dos clientes por determinados tipos de produtos, avaliar a aceitação de produtos novos no mercado, decisões sobre investimentos em futuras instalações, em capacitações dos colaboradores, necessidade de aquisições de novas tecnologias, entre outras situações pertinentes. Para entender como fazer uma previsão de demanda, Tubino (2009, p. 16), sugere que sejam seguidas cinco etapas obrigatórias para justificar o uso de um modelo de previsão. Vamos conhecer de forma sucinta a fase três (3) seleção da técnica de previsão, apresentada na imagem a seguir: Figura 01: Etapas do modelo de previsão da demanda CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Fonte: Adaptado do modelo de Tubino, 2009, p. 16 A previsão de demanda pode ser definida por meio de parâmetros qualitativos e de técnicas quantitativas. Vamos conhecer os métodos qualitativos propostos por Moreira (2008, págs. 295 e 296): Opiniões de Executivos: Um seleto grupo de executivos de áreas distintas da organização (Marketing, Vendas, Financeiro, Produção ou outros) discute a previsão das vendas baseados no Planejamento Estratégico da organização, em suas experiências pessoais e também na perspectiva do seu departamento. Essa técnica é muito boa porque reúne a alta direção, os quais são responsáveis por idealizar o futuro da empresa, mas é preciso bom senso para não permitir que alguns gerentes que tenham maior poder de persuasão, imponham suas vontades, fragilizando a tomada de decisões. Opinião da força de Vendas: O julgamento dos vendedores é de grande valia, pois são os responsáveis em captar as vendas e também de monitorar as tendências dos clientes. Mas, alguns cuidados se fazem necessários porque pode haver conflito de interesses entre os vendedores e também ocorrer certo direcionamento nas ações. Por exemplo, se por ventura uma empresa tem um mix variado de produtos, os vendedores podem “forçar” a previsão de demanda para os itens mais fáceis de vender, mas nem sempre o mais lucrativo para empresa. Outra situação que pode ocorrer é deixar o cenário mais recente da empresa distorcer a previsão de demanda. Exemplo: se o último mês foi ruim para determinado produto, faz-se uma previsão pessimista e se as vendas foram boas no último período analisado, faz-se uma previsão muito otimista. Pesquisas junto a Consumidores: Através da aplicação de pesquisas de mercado (geralmente por amostragem), consultam-se os clientes para tentar identificar suas intenções de compras. É fato que para aplicar tais pesquisas é necessário a utilização de técnicas específicas, então nesse caso é mais indicado utilizar colaboradores especializados e que dominem as técnicas. Objetivo do modelo Coleta e análise dos dados Seleção da técnica de previsão Monitoração do modelo Obtenção das previsões CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Método Delphi: Em linhas gerais esse método consiste em uma reunião de um grupo de pessoas que deve opinar sobre certo assunto, dentro de regras determinadas para a coleta e depuração das opiniões. Tais participantes são especialistas no assunto em pauta e também em assuntos correlatos. A técnica utiliza um questionário preestabelecido para que as opiniões e alguns participantes não se sobreponham aos demais. As respostas são tratadas de forma estatística e devolvidas aos participantes para suas avaliações, os quais podem inclusive, mudar de ideia. Esse processo é repetido algumas vezes até se chegar a um consenso sobre as respostas e sobre a perspectiva de demanda do produto analisado. Além dos métodos qualitativos, que aparentemente são mais simples de serem aplicados, as empresas utilizam também os métodos matemáticos os quais auxiliam a prever o estado futuro de suas vendas. Segundo Moreira (2008) p. 294-295, as técnicas quantitativas mais conhecidas são matemáticos ou quantitativos, tais como: Métodos causais: a demanda de um item ou conjunto de itens é relacionada a uma ou mais variáveis internas ou externas a empresas, tais como: A população, o PNB (Produto Nacional Bruto), o número de alvarás expedidos para construção, o consumo de certos produtos, entre outros. Tais métodos se subdividem em: regressão da demanda simples e regressão múltipla”. Séries temporais: exige o conhecimento de valores passados da demanda (ou, de forma geral, da variável que se quer prever). Tais séries se dividem em: classes de média, modelos de decomposição, os quais envolvem a identificação da linha de tendência. As técnicas qualitativas são úteis e quanto menor for o horizonte de planejamento, maiores são as chances de acertos das quantidades a serem produzidas para determinado período. Entretanto, alerta-se para não utilizar apenas um tipo, mas sim, fazer um mix dos métodos e técnicas existentes para que as chances de erros se reduzam, pois não podemos esquecer que uma previsão de demanda mal planejada pode trazer desperdícios de recursos para a empresa. Tema 4 – Plano Mestre de Produção e de Operações Depois de determinar a previsão da demanda, é preciso organizar a produção para que seja possível executá-la conforme o previsto. No primeiro momento será desenvolvido um Plano Agregado de Produção, aonde são consideradas as quantidades totais de produção da empresa para um horizonte de planejamento de longo prazo, considerando o orçamento total que será utilizado na produção. No entanto, para a produção é necessário saber quais insumos serão adquiridos e quando chegarão à empresa. Já para o planejamento financeiro, é importante identificar onde os recursos financeiros serão alocados. Então, a partir do Plano Agregado que se originará o Plano CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Mestre de Produção (PMP), o qual atenderá essa necessidade de ambos os setores. Segundo Tubino (2009, p.51): O Plano Mestre de Produção formalizará as decisões tomadas quanto a necessidade de produtos acabados para cada período analisado. O mesmo é obtido pelo método da tentativa e erro, em que a partir de um PMP inicial busca-se verificar a disponibilidade de recursos para sua execução, caso o PMP seja viável, autoriza-se o plano, porém, se forem encontrados problemas, deve-se refazer o PMP. A partir disso, podemos compreender PMP como um “documento” responsável por direcionar as decisões do setor de Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP), o que será discutido em aula posterior. O PPCP, em posse desse documento que pode ser digital ou físico, tomará as decisões necessárias para que a produção prevista seja executada em tempo hábil. O PMP como metodologia utilizada para organizar o processo produtivo possui objetivos a serem atingidos. De acordo com Gaither e Frazier (2002, p. 250), os mais expressivos são: Programar itens finais para serem concluídos prontamente e quando prometido aos clientes e; Evitar sobrecarregar ou gerar ociosidade na produção, a fim de que a capacidade de produção seja utilizada eficientemente e resulte em baixos custos de produção. Para atingir tais objetivos são necessárias informações internas e externas ao processo da produção da empresa. Entre as informações mais essenciais temos: A estratégia de crescimento da empresa para o próximo ano; As condições econômicas do mercado consumidor; A expectativa de crescimento da empresa, preferencialmente por produto ou por famíliade produtos; O estado dos estoques (produtos acabados, matérias primas, componentes); CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Se algumas fases da produção são terceirizadas (pois nesse caso terá que contar com a eficiência do fornecedor); A capacidade produtiva instalada; Os possíveis gargalos que a empresa possa ter, entre outras informações. E se a empresa for uma prestadora de serviços? Como será que é um Plano Mestre de Atendimento? Da mesma forma que pensamos em um PMP para produtos, aonde consideramos a compra de matérias-primas, o tempo disponível das máquinas, equipamentos e dos operadores, em uma prestação de serviço isso também ocorre. Considerando que alguns serviços utilizam insumos na sua realização, tais como: serviços de limpeza industrial, refeitórios/restaurantes terceirizados, laboratórios de manipulação, hospitais, farmácias de manipulação e outros, é preciso planejar, também, a aquisição destes elementos. Neste caso, o Plano Mestre de Atendimento é crucial para que tais insumos sejam provisionados a tempo. A grande diferença reside na questão de que em serviços, utilizamos mais a expressão hora/homem do que hora/máquina. Exemplo hipotético de uma Previsão de Demanda que gerará um Plano Mestre de Atendimento de um salão de Beleza localizado em um Shopping Center de uma grande capital brasileira: Tabela 2: Previsão de demanda para um PMP de serviços Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2016. Serviços Manicure Pedicure Podologia Corte/cabelo Maquiagem Penteados Semanas Previsão Previsão Previsão Previsão Previsão Previsão 1 250 230 40 120 40 40 2 300 270 60 120 60 60 3 320 270 80 150 50 50 4 280 250 60 150 50 50 Total 1150 1020 240 540 200 200 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Cada serviço apontado na Previsão de Demanda exigirá um Plano Mestre de Produção onde serão alocados os profissionais responsáveis por atender cada serviço. No caso do salão de beleza, chamamos de agendamento ou “hora marcada”. Como o agendamento é realizado por hora, vamos considerar que cada serviço de manicure demore 1 hora, o que significa dizer que para atender a previsão de 1.150 operações semanais, serão necessários 1.150 horas semanais. Se cada manicure trabalhar 8h/dia (6 dias na semana, pois folgam 1 dia) cada manicure terá 48 horas semanais de trabalho, então para atender toda essa demanda o salão necessitará de 24 manicures. Além das profissionais, o gestor das operações do salão providenciará os insumos e o espaço para acomodar 24 profissionais, trabalhando diariamente no mesmo ambiente. A seguir serão apresentados alguns impactos do Plano Mestre de Produção e de Atendimento. Vamos supor que uma empresa determinou seu Planejamento Mestre de Produção para o próximo ano. A partir dessa informação macro, é necessário planejar a produção, considerando que uma empresa não atua sozinha no mercado e dificilmente é autossuficiente em tudo. Ou seja, uma empresa adquire insumos e serviços de terceiros, o que exige o conhecimento do lead time dos fornecedores, bem como se há sazonalidade no fornecimento. Conhecendo então o tempo necessário para receber os insumos para seu processo produtivo, é imperativo colocar as ordens de compra junto aos fornecedores com tempo hábil. Por exemplo, se um fornecedor consegue entregar os insumos apenas em 30 dias, compete ao planejador de materiais ou ao comprador, colocar o pedido de compra com a antecedência suficiente para não acarretar atrasos na entrega. Outra decisão importante na fábrica, que é tomada a partir da ciência do Plano Mestre de Produção, é a programação da manutenção preventiva das máquinas e equipamentos. Essa é uma via de mão dupla, porque compete ao gestor da produção informar ao Setor de Manutenção as “janelas livres”, ou seja, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 as datas em que haverá possibilidade de parar determinada máquina ou equipamento para os reparos necessários. Por outro lado, cabe ao gestor da manutenção informar ao setor de produção quando é necessário fazer as manutenções preventivas, pois, normalmente, a manutenção registra todos os reparos e controla a vida útil das peças e até do equipamento. Dessa forma, ambos os gestores devem combinar as paradas de máquinas, de forma que não atrapalhe a produção, e que muito menos se corra o risco de paradas de produção por falta de manutenção nas máquinas e nos equipamentos. Como o Plano Mestre de Produção exige o planejamento da utilização da mão de obra em cada posto de trabalho, caso a empresa tenha gargalos (restrição à produção, ou seja, uma máquina mais lenta ou um posto de atendimento mais demorado), o gestor da produção precisa ajustar a capacidade para atender a demanda prevista. Essas e outras informações são cruciais para que a produção possa então ser “programada”, ou seja, para que as metas diárias de produção ou de atendimento sejam atingidas. Tema 5 – Programação da Produção e do Serviço Com o Plano Mestre de Produção pronto, a próxima fase é desenvolver a programação da produção. Essa programação será à base das atividades semanais e diárias da produção e do atendimento ao serviço. Segundo Moreira (2008, p. 362): Programar a produção envolve, primeiro, o processo de distribuir as operações necessárias pelos diversos centros de trabalho. Essa fase recebe o nome de alocação de carga. Dado que diferentes operações podem aguardar processamento em um dado centro, a programação da produção também envolve o processo de determinar a ordem na qual essas operações serão realizadas. A essa fase dá o nome de sequenciamento de tarefas. Além da alocação de cargas e do sequenciamento das tarefas, a programação se ocupa também com a obtenção dos insumos para a produção, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 pois a mesma gera ordens de compra, montagens ou fabricação, dependendo do produto que deverá ser produzido. Essa sistemática está representada na figura a seguir: Figura 02: Modelo conceitual do Planejamento da Produção Fonte: Adaptado de Tubino (2009, p. 64) A partir da representação proposta por Tubino, é conveniente analisarmos a administração dos estoques. Se pensarmos que a produção é um setor que depende do estoque (pelo menos de matérias-primas), significa que se faltar estoque de qualquer componente, o fluxo produtivo pode ser comprometido. Então vamos discutir brevemente esse assunto: Uma empresa pode ter vários tipos de estoques tais como: produtos acabados, matérias-primas, produtos em processo, produtos em trânsito, produtos em consignação, Manutenção, Reparo e Operações (MRO), entre outros. a) Produtos acabados: Já estão prontos para venda, armazenados na empresa ou até mesmo fora dela. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 b) Matérias-primas: Engloba os itens necessários para a produção de determinado bem e, normalmente, passarão por um processo de transformação (ou vários processo) na empresa. É vital para que a produção não pare. c) Produtos em processo: São os itens que já passaram por algum processo produtivo, mas ainda não estão totalmente prontos. d) Produtos em trânsito: São materiais (insumos ou componentes) que já foram despachados do fornecedor, mas ainda não chegaram à empresa. e) Produto em consignação: São bens que estão em poder de terceiros, geralmente, para prospectar a venda. Caso a venda não seja realizada no prazo estipulado, o produto pode ser devolvido para a empresa,respeitando algumas condições previamente acordadas. f) MRO: São itens que não fazem parte do processo produtivo, mas são importantes para a fábrica, pois são utilizados para manter as máquinas e os equipamentos em perfeito estado de funcionamento. Embora alguns tipos de estoques impactem mais do que outros no processo produtivo, o ideal é que sempre tenha o suficiente para o lote que será produzido (nem mais, nem menos). Os responsáveis pela programação da produção necessitam das informações atualizadas sobre os estoques da empresa para que possam desenvolver suas atividades diárias de forma mais eficiente. Exemplo hipotético: Um programador da produção consultou o sistema informatizado e lá constava a quantidade de matérias-primas suficientes para a produção prevista para o dia. O mesmo emitiu as ordens de fabricação e solicitou ao almoxarifado que separasse os insumos e encaminhasse para determinada linha de produção. Para sua surpresa, o almoxarife informou que alguns itens da lista estavam em falta no estoque, os quais impediam a produção programada. Isso significa dizer que o estoque no sistema informatizado estava inconsistente. Estas situações são corriqueiras em algumas firmas que ainda não possuem um controle efetivo do seu estoque. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Mas se todos os itens necessários estiverem disponíveis no estoque, o programador realizará o sequenciamento da produção. Tal sequenciamento é responsável por ocupar, racionalmente, os recursos produtivos (homem/hora, máquinas, estoques, equipamentos e tecnologia fabril). Além disso, no sequenciamento é determinado o fluxo do processo (máquina a máquina), apontando o caminho percorrido pela matéria-prima ou componente desde a sua entrada na linha de produção, até a sua finalização. O sequenciamento de produção mais utilizado é o balanceamento de linhas, onde são analisados os gargalos de capacidade que a empresa pode ter. Tem como foco fazer o melhor aproveitamento dos recursos. Vamos ver um modelo conceitual de uma linha que foi balanceada: Figura 03: Modelo conceitual de uma linha balanceada Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2016. A B C B B A C B D B – Lixa D- Embalagem A - Corte C- Pintura CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 O processo de corte é mais rápido que o da lixa, dessa forma as 2 máquinas cortadoras conseguem alimentar 4 lixadeiras. As lixadeiras, por sua vez, alimentam 2 linhas de pintura e toda a produção segue para uma única estação de embalagem. O balanceamento da linha significa dizer que houve uma preocupação em equilibrar as capacidades de todas as fases produtivas e isso é realizado por meio da simulação de uma operação produtiva. Depois destas duas etapas (administração dos estoques e sequenciamento), pode-se, então, emitir as Ordens de Compra (OC), Ordens de Fabricação (OF ou Ordem de Produção OP) e Ordens de Montagem (OM). Vamos conhecê-las brevemente. Ordens de Compra: Após a avaliação das quantidades necessárias de insumos, o programador de materiais emite as ordens de compra, geralmente, com o auxílio do software de Materials Requirement Planning ( MRP,), assunto que será estudado mais adiante, que encaminha ao setor de suprimentos, o qual é o responsável por fazer os encaminhamentos necessários junto ao fornecedor externo. Ordens de Fabricação ou Ordens de Produção: Quando a empresa manufatura o produto internamente, as ordens serão emitidas, as quais são documentos com todas as informações pertinentes ao produto, tais como: tamanho do lote, quantidade de matérias-primas, embalagens, número dos desenhos, códigos de refugo, número e nome das máquinas e equipamentos que serão utilizadas na produção, entre outros. Ordem de Montagem: Quando uma empresa utiliza como estratégia o produto em processo (WIP), as ordens de montagem informam, exatamente, quais produtos finais serão montados e quais os componentes necessários para montagem. Uma Ordem de Montagem é muito similar a uma Ordem de Fabricação, mas ao invés de sinalizar as matérias-primas necessárias, apontará os componentes ou módulos necessários. Em alguns casos, partes ou CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 componentes são fabricados por terceiros e a empresa somente monta o produto final. Diante de tudo isso é possível concluir que a programação da produção é responsável pelas operações diárias das cargas das máquinas, alocação das pessoas nas linhas e utilização dos recursos materiais (estoques) da empresa, visando atender a demanda prevista pelo PMP. Trocando Ideias Agora que você já acessou informações sobre as principais características dos layouts, visite um supermercado e analise a disposição dos equipamentos e móveis (gôndolas, prateleiras, displays, balcões expositores), ordem dos caixas, entre outros detalhes da estrutura. Faça as suas anotações e discutam no fórum se conseguiu identificar qual o tipo de layout é utilizado e se o mesmo é adequado ou necessita de melhorias. Síntese Nesta aula, foram apresentados importantes conceitos que são utilizados no dia a dia das fábricas, das lojas e das prestadoras de serviços. Foi comentada, ainda, a relevância do desenho de um bom layout e como o mesmo influencia na produtividade. Depois disso, foram explicados os tempos padrões de uma operação e a previsão da demanda dos itens, assuntos que impactam diretamente na capacidade produtiva. E, para finalizar, foram apresentados o Plano Mestre da Produção e seu uso pela empresa, bem como a programação diária da planta operacional da indústria ou de uma prestação de serviços. Todos os assuntos tratados, nesta aula, são cruciais para o bom andamento de uma operação fabril ou de serviços. Por isso a relevância em conhecê-los mesmo de forma breve. No entanto, as indicações de leitura os auxiliarão a ampliar o conhecimento sobre tais tópicos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Referências GAITHER, Norman; FRAZIER, Greg. Administração da Produção e Operações. 8ªed. São Paulo: Cengage Learning, 2002. MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P. Administração da produção. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006. MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da produção e operações. 2ªed.rev.e ampl. São Paulo: Cengage Learning, 2008. PARANHOS Filho; Moacyr. Gestão da Produção Industrial. Curitiba: InterSaberes, 2012. SELEME, Robson. Métodos e tempos: racionalizando a produção de bens e serviços. Curitiba: InterSaberes, 2012. SELEME, Robson. Automação industrial: uma abordagem gerencial. Curitiba, InterSaberes, 2013. SELEME, Robson; SELEME, Roberto Bohlen. Automação da Produção. Curitiba: InterSaberes, 2013. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 2ªed. São Paulo: Atlas, 2002. TUBINO, Dalvio Ferrari. Planejamento e Controle da Produção: Teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2009.
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