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CURSO SUPERIOR DE ENFERMAGEM BIOQUÍMICA E BIOFÍSICA Atividade Prática Supervisionada 9 FOTOSSÍNTESE Anderson Oliveira Caio Lima Carla Somer Denis Marques Izabella Mian Lavinia Bortoleti da Silva Bebedouro – SP 23/04/2018 2 1. INTRODUÇÃO A fotossíntese é o processo pelo qual a energia luminosa é transformada em energia química, armazenada nas moléculas de ATP e de NADPH. Os organismos capazes de efetuar este processo são as bactérias verdes e púrpuras, as cianobactérias, as algas e as plantas. O processo é apropriadamente denominado fotossíntese porque, além da síntese de ATP, em uma segunda etapa, as coenzimas ATP e NADPH são utilizadas para adicionar CO2 a moléculas orgânicas preexistentes, caracterizando outra síntese, esta de carboidrato. 2. IMPORTÂNCIA PARA A NATUREZA E PARA O HOMEM Ela é de extrema importância, porque equilibra a atmosfera com a retirada de CO2 e liberação de O2, que é usado na respiração aeróbia, realizada pela maioria dos seres vivos. 3. PROCESSO FOTOSSINTÉTICO A fotossíntese processa-se em organelas especializadas: os cloroplastos, presentes nas células em número que varia de 1 a 100. Estas organelas são compostas de duas membranas: uma externa, bastante permeável, e uma interna, com permeabilidade seletiva. O conteúdo do cloroplasto, análogo à matriz mitocondrial, é chamado estroma e consiste em uma solução concentrada de enzimas, além de DNA, RNA, ribossomos etc. Imersa no estroma encontra-se a membrana tilacóide, que delimita um compartimento denominado tilacóide, cujo lúmen fica, portanto, isolado do estroma, A membrana tilacóide apresenta múltiplos dobramentos, que se empilham formando os grana, e também segmentos não dobrados. Um cloroplasto pode ter de 10 a 100 grana. A membrana tilacóide contém os pigmentos fotossintéticos e as enzimas necessárias para a utilização da luz e produção de ATP e NADPH; no estroma encontram-se as enzimas utilizadas para a redução de C02 a carboidrato. Para a energia luminosa ser utilizável pelos organismos fotossintéticos, ela deve ser inicialmente ser absorvida por pigmentos específicos, que são de três tipos: clorofilas (nas plantas), carotenoides (plantas e bactérias e ficobilinas (algas). 3 Fig. 1 Cloroplasto Fonte: Purves Fig. 2 Estruturas clorofila a e b Fonte: Marzzoco e Torres 3.1 FASE CLARA Fig 3. Representação esquemática da Fase Clara, onde temos em A representação do fosfolipídio, temos uma camada dupla de glicolipídios, sendo B as estruturas de membranas chamados de fotossístema II onde ocorre a fotólise da água. O complexo C é o pastoquinona onde ocrre o transporte de életrons representado(quinona- plastosemiquinona e plasto-hidroquinona). O D é a cadeia intermediária de transportadores de életrons, E é a plastocianina, F é o fotossístema I , G é a membrana do tilacóide, H e I é o complexo da antena e o J ATP- sintetase. 4 Fonte: Nicolas A fase fotoquímica, fase luminosa ou fase clara é a primeira fase do processo fotossintético. A energia luminosa é captada por meio de pigmentos fotossintetizantes, capazes de conduzi-la até o centro de reação. Tal centro é composto por um complexo de clorofila também denominado P700 porque absorve a onda luminosa com 700 nanômetros de comprimento. Os elétrons excitados da P700 saem da molécula e são transferidos para uma primeira substância aceptora de elétrons, a ferredoxina. Esta logo os transfere para outra substância, e assim por diante, formando uma cadeia de transporte de elétrons. Tais substâncias aceptoras estão presentes na membrana do tilacóide. Nessa transferência entre os aceptores, os elétrons vão liberando energia gradativamente e esta é aproveitada para transportar hidrogênio iônico de fora para dentro do tilacóide, reduzindo o pH do interior deste. A redução do pH ativa o complexo proteico ATP sintetase. O fluxo de hidrogênios iônicos através do complexo gira, em seu interior, 14 promovendo a fosforilação de moléculas de adenosina difosfato dando origem à adenosina trifosfato. Fig. 4 Representação da molécula adenosina trifosfato 5 Fonte: Nicolas 3.2 FASE ESCURA ATP e NADPH sintetizados na fase clara são utilizados para a redução de CO2 a glicose. O conjunto de reações enzimáticas responsáveis por esta síntese é chamado ciclo de Calvin. A fixação de CO2 é feita por sua reação com ribulose 1,5-bifosfato e produz duas moléculas de 3-fosfoglicerato. Fig. 5 Catalização de 3-Fosfoglicerato Fonte: Marzzoco e Torres O 3-fosfoglicerato é fosforilado por ATP, produzindo 1,3-bisfosfoglicerato. Este composto é reduzido a gliceraldeído 3-fosfato através de uma gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase específica para NADPH. Uma sequência de reações semelhante a esta é encontrada na via glicolítica, porém ocorrendo em sentido inverso e utilizando NAD+ como coenzima. Deste modo, a partir de ribulose 1,5-bifosfato, são produzidas duas moléculas de gliceraldeído 3-fosfato, uma das quais contém o átomo de carbono presente no CO2 incorporado pela fotossíntese. Através de uma sequência de reações da qual participam enzimas da glicólise, da gliconeogênese, da via das pentoses-fosfato e enzimas características de cloroplastos, a ribulose 1,5-bifosfato pode ser regenerada. Iniciando o ciclo com 6 moléculas de ribulose 1,5-bisfosfato, é possível verificar a produção líquida de uma molécula de glicose 6-fosfato e a regeneração das 6 moléculas iniciais de ribulose 1,5-bisfosfato. Há consumo de 18 ATP e 12 NADPH, que corresponde ao dispêndio energético para a síntese de uma molécula de glicose. 6 Equação geral do ciclo de Calvin: 6 CO2 + 11 H20 + 18 ATP + 12 NADPH >> Glicose 6-fosfato + 18 ADP + 17 Pi + 12 NADP+ Fig. 6 Ciclo de Calvin. O esquema mostra a síntese de uma molécula de glicose 6-fosfato a partir de 6 moléculas de CO2 e 6 moléculas de H20. O esquema inicia-se com 6 moléculas de ribulose 1,5-bisfosfato que são regeneradas no fim do ciclo. Os números nas setas referem-se às enzimos: rubisco (1), fosfoglicerato quinase (2), gliceraldeído 3- fosfato desidrogenase (3), triose fosfato isomerase (4), aldolase (5), frutose 1,6-bisfosfatase (6), transcetolase (7), sedoeptulose 1,7-bisfosfatase (8), ribose fosfato isomerase (9), fosfopento epimerase (10) e ribolose 5-fosfato quinase (11) Fonte: Marzzoco e Torres 4. REFERÊNCIAS RAVEN, P.H.; EVERT, R.F.; EICHHORN, S. Biologia vegetal. Tradução de Jane Elizabeth Kraus. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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