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Aula 13 Curso: Administração Geral e Pública p/ INSS (código ADMIN) Professor: Carlos Xavier Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 117 AULA 13: Gestão de Processos. SUMÁRIO PÁGINA 1. Palavras iniciais. 2 2. Conceitos fundamentais em gestão de processos. 3 3. O Guia BPM CBOK. 14 3.1. Planejamento. 15 3.2. Análise. 16 3.3. Desenho e modelagem. 17 3.4. Implementação. 18 3.5. Monitoramento e controle. 18 3.6. Refinamento. 19 4. Técnicas de mapeamento e análise de processos. 20 4.1. Observação direta. 23 4.2. Entrevistas. 24 4.3. Observação e feedback por escrito. 24 4.4. Workshops estruturados. 25 4.5. Videoconferência. 25 4.6. Brainstorming. 26 4.7. 5W1H. 28 4.8. Quadro branco e flip charts. 29 4.9. Papel de flip chart e papeis adesivos. 30 4.10. Modelagem e projeção audiovisual. 30 4.11. Ferramentas de desenho e reporte. 31 4.12. Fluxogramas. 31 5. Técnicas de aprimoramento (“melhoria”) de processos. 40 5.1. Melhoria 40 5.1.1. Lean management. 41 5.1.2. Melhoria Contínua. 42 5.1.3. TQM. 43 5.1.4. Benchmarking 46 5.1.5. Seis Sigma. 49 5.1.6. ABC e ABM. 49 5.1.7. Modelo de melhoria de desempenho. 50 5.2. Reengenharia. 52 5.3. Redesenho. 55 6. Os processos e a ISO 9000. 56 7. Noções de estatística aplicada aos processos. 59 7.1. Média aritmética. 59 7.2. Moda 60 7.4. Mediana. 62 7.4. Desvio-Padrão. 63 7. Questões Comentadas. 68 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 117 8. Lista de Questões. 100 9. Gabarito. 116 10. Bibliografia principal. 117 1. Palavras Iniciais. Oi pessoal! Estou de volta para a última aula do nosso curso. E ela está adiantada, para que você tenha mais tempo de estudar! Hoje estudaremos a gestão de processos nas organizações. Apesar de toda a dificuldade, também consegui encontrar algumas questões da FUNRIO sobre este assunto, e vocês verão que não tem maiores dificuldades em relação à teoria. Por isso, trouxe questões de diferentes bancas que abordam o tema de forma similar. Abraço e boa prova! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 117 2. Conceitos fundamentais em gestão de processos. Para começar essa aula, nada melhor do que uma visão histórica da administração e sua estruturação: Antes da revolução industrial do início do Século XX a produção de bens se dava principalmente através de profissionais autônomos em oficinas, que conheciam todo o trabalho necessário para produzir um objeto, do início ao fim. Competia ao sapateiro, por exemplo, a recepção do pedido de um cliente, a medição do tamanho do seu pé, a moldagem, a seleção e compra do couro e outras matérias primas, o corte das partes, a costura, cola e outras tarefas necessárias para que o par de sapatos ficasse pronto no final do processo de produção, alinhado às necessidades do cliente que fez a encomenda. Com a revolução industrial e o surgimento das fábricas para produção em larga escala, surgiram as teorias administrativas que buscavam dar maior eficiência à organização através da superespecialização e verticalização do trabalho e da estrutura. Nessa linha vão as teorias de Taylor, Fayol, o modelo Ford de produção em massa, e o modelo burocrático de Max Weber aplicado às organizações. Sob esta perspectiva, as organizações deveriam ser compostas por departamentos “fechados”, que cuidavam com carinho e cuidado de suas funções específicas dentro da organização. A lógica por trás disso era que se cada uma das partes organizacionais funcionasse perfeitamente, o todo também deveria funcionar de modo perfeito. No que tange ao elemento humano, a excessiva especialização tornava o trabalho monótono e repetitivo, gerando desmotivação, acomodação 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 117 e desatenção entre os funcionários, chegando a causar acidentes em ambientes de trabalho mais perigosos. Apesar disso, por muitas décadas esse modelo pareceu bom, garantindo melhorias de produtividade às organizações. Com o surgimento do fenômeno da globalização, a competição crescente, e as mudanças cada vez mais rápidas e intensas no ambiente externo, as organizações precisavam se adaptar. Os departamentos estanques e preocupados apenas com a sua área funcional já não se adequavam às demandas dos clientes, que precisavam de respostas mais rápidas e precisas às suas demandas. Como consequência disso, surgiam diversas disfunções na organização. Um exemplo típico acontece até hoje em muitas empresas quando um departamento de vendas superprodutivo procura expandir as vendas para superar ao máximo a sua meta, findando por vender mais do que o departamento de produção consegue produzir. Para o departamento de vendas, tudo está bem. O gerente de vendas diria ao presidente da empresa: “Qualquer problema, fale com o departamento de produção, que não consegue produzir o suficiente!”. Na verdade, o que se observa nesse caso é que este tipo de organização não está focada no cliente, mas sim nas metas específicas de cada área organizacional. De forma um tanto maldosa, chega-se a chamar essa estruturação funcional de “silos funcionais”, pois os departamentos seriam limitados a uma perspectiva vertical e tão obscuros que só quem está dentro sabe o que acontece por lá! 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 117 Representação dos “silos verticais” A noção de organização e gestão de processos surge para resolver os problemas derivados da visão verticalizada da organização. A ordem do dia passa a ser a orientação para o cliente, através de processos direcionados à satisfação de suas necessidades. Trata-se, em certa medida, de um retorno à perspectiva da oficina pré-revolução industrial: todos os processos passam a ser voltados para seus clientes (internos ou externos), sendo vistos como uma integração de diferentes atividades inter-relacionadas, de modo a agregar valor para o cliente final. A diferença, neste caso, é que os processos nas organizações modernas são conduzidos por várias pessoas que agregam valor em diferentes níveis, ao contrário da forma artesanal de produção pré-revolução industrial. Fazendo uma reflexão similar, Cury (2012) afirma que a visão vertical de uma empresa é muito restritiva, uma vez que: Diretoria de Marketing e Vendas Diretoria de Materias, Logística e Produção Diretoria de Administração e Finanças 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 117 • Não evidencia como se agrega valor aos produtos ou serviços destinados aos clientes; • As funções são muito mais importantes que os clientes e os fornecedores; e • As principais responsabilidades se perdem na lacuna entre os departamentos funcionais. Com isso, a visão horizontal (por processos) da organização ganha força frente à visão vertical. Entre as vantagens de uma abordagem por processos Davenport (apud Cury, 2012) destaca que: • Significa a adoção do ponto de vista do cliente; • Os processos são a estrutura pela qual uma organização faz o necessário para produzir valor para os seus clientes; • Em consequência, uma importante medida de um processo é a satisfação do cliente com o produto desse processo. A partir da compreensão do que foi dito, chegamos ao momento em que devemos definir “processo”. Existem diversas definições, mas uma visão mais genérica aponta que processo é uma série de tarefas ou etapas que recebem insumos (tais como materiais, informações, pessoas, máquinas, e métodos), agregam-lhes valor, e produzem produtos para o cliente (tais como produto físico, informação ou serviço). Apesar de já existirem há mais tempo, os processos organizacionais só passaram a ser sistematicamente estudados a partir do sucesso do livro “Reengenharia: revolucionando a empresa em função dos clientes” de Michael Hammer e James Champy, na década de 1990 (CURY, 2012). Para eles, o “processo empresarial é um conjunto de atividades com uma ou mais espécies de entrada e que cria uma saída de valor para o cliente”. A ideia inicial desses autores era a de que os processos deveriam sofrer mudanças drásticas para que a organização passasse a ser dirigida em 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 117 função dos clientes. Posteriormente, percebeu-se que o termo drástico não era o mais importante, mas sim o termo processo. Sobre definições de processos, e considerando a grande variabilidade do assunto, o Guia de Gestão de Processos de Governo do GesPública afirma que: Uma visão inicial conceitua processos como um “conjunto de recursos e atividades inter- relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em serviços/produtos (saídas), sendo realizado para agregar valor”. Também no âmbito do Programa GesPública, “um processo é um conjunto de decisões que transformam insumos em valores gerados ao cliente/cidadão”. Uma definição de processo mais completa e atual é dada pela SEGES: “conjunto integrado e síncrono de insumos, infraestruturas, regras e transformações, que adiciona valor às pessoas que fazem uso dos produtos e/ou serviços gerados” essa visão reforça a ideia de que os processos possuem o compromisso de satisfazer as necessidades dos clientes/cidadãos, exigem sincronia, transformam elementos, seguem orientações e consomem recursos. Tal é a abordagem adotada pela Sociedade para a Ciência e Design de Processos (SDPS, do inglês Society for Design and Process Science), primeira instituição científica a ser criada no tema e com a qual o MP/SEGES possui cooperação em vigor desde 2009. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 117 Como resultado dessa longa discussão, percebe-se que os processos possuem um caráter sistêmico, possuindo entradas, processamento e saídas para os clientes, que podem ser internos ou externos à organização. Com essas definições em mente, vamos pensar em um caso prático do dia-a-dia: Quando você liga para uma lanchonete e pede um lanche para entrega em casa, o que acontece para que ele seja atendido? Vamos ter uma ideia geral das coisas que acontecem na figura que preparei a seguir: Entradas Saídas Processamento Realimentação 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 117 Perceba que existe uma sequencia de atividades executadas com foco no atendimento do pedido que você realizou. Essas atividades são realizadas de maneira inter-relacionada, em várias áreas típicas dos antigos “silos funcionais”, tais como vendas, produção, finanças, entrega, contabilidade, etc. O objetivo final dessa visão de processo é o atendimento da necessidade do cliente! Note também como os insumos são utilizados ao longo do processo para atender o cliente (você!) na ponta final! Voltando à teoria... Os processos podem ser de diferentes tipos, não havendo uniformidade teórica a esse respeito. Partindo da visão de Gonçalves (2000) e Cury (2012), percebe-se a existência de três tipos de processos: os processos de negócio (ou de clientes, ou ainda finalísticos), processos Recebimento do pedido Envio do pedido para a cozinha Preparação do lanche e embalagem Faturamento e envio do lanche para o cliente. Entrega do lanche e cobrança Fechamento do pedido e do faturamento. Insumos 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 117 organizacionais (ou administrativos) e processos gerenciais (ou de gerenciamento). Elaborei um quadro-resumo dos tipos de processo, para que você possa entendê-los melhor, conforme apresentado na próxima página: Tipo de processo Características Processos de negócio, de clientes, finalísticos, primários, ponta-a-ponta ou essenciais • Representam a essência do funcionamento da organização; • Confeccionam o produto ou serviço para o cliente externo; • Caracterizam a área de atuação da organização; • São muito diferentes de uma organização para outra; • Recebem suporte de outros processos internos. • Exemplos: fabricação do produto em uma fábrica ou atendimento dos pedidos do cliente em uma empresa de serviço. Processos organizacionais, administrativo, de apoio ou de suporte • Fabricam produtos invisíveis para os clientes externos; • São essenciais ao funcionamento efetivo do negócio; • Exemplos: contas a pagar, contas a receber, recrutamento e seleção de pessoal. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.brPágina 11 de 117 Processos gerenciais ou de gerenciamento • Incluem as ações que os gerentes devem tomar para apoiar os processos de negócios. • Exemplos: definição de metas, definição de preços, acompanhamento do planejamento. Perceba que os processos de negócio são os mais importantes para a organização, constituindo o cerne de sua existência, pois eles são responsáveis pelo atendimento das necessidades dos clientes, diferenciando a organização de suas concorrentes no mercado. Os processos organizacionais, por sua vez, são aqueles que dão o devido suporte e apoio para que os processos de negócio possam funcionar bem e agregar valor para os clientes. Os processos gerenciais, por sua vez, são aqueles relacionados às ações dos gerentes. Trata-se da tomada de decisões gerenciais pelos gerentes para que a organização possa seguir rumo ao futuro. Por fim, apresento outra visão, que divide os processos em: • Processos primários: são aqueles que agregam valor para o cliente e que vão de ponta-a-ponta na organização. São equivalentes aos processos de negócio ou de clientes. • Processos secundários: dão o suporte necessário para que os processos primários funcionem adequadamente. Relacionam-se com os processos de gerenciamento e administrativos. Além de entender a classificação dos tipos de processos, você deve entender ainda a decomposição do processo em diferentes níveis de detalhamento. Assim como nos casos anteriores, as definições são as mais 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 117 diversas. Isto posto, os níveis de detalhamento, do maior para o menor são: macroprocessos, processos, subprocessos, atividades e tarefas. Neste sentido, é possível apresentar definições globais sobre cada um dos níveis, conforme faço a seguir: • Macroprocessos: são grandes conjuntos de atividades por meio das quais a organização cumpre a sua missão, gerando valor para o cliente. Correspondem às grandes funções da organização, para as quais devem estar voltadas todas as suas unidades internas e descentralizadas. É possível ainda que todo o trabalho de uma empresa possa ser considerado um macroprocesso (ou megaprocesso). Em outras palavras, os macroprocessos são os processos mais amplos da organização, que geralmente englobam mais de uma função organizacional e geram impactos em diversas áreas. • Processo: é o conjunto de atividades inter-relacionadas que recebe insumos, agregando-lhes valor e produzindo saídas para clientes internos e externos; • Subprocesso: é o conjunto de atividades relacionadas que executa uma parte específica de um processo, dele recebendo insumos e para ele enviando os seus produtos. É a decomposição de processos em outros processos menores, possibilitando o seu funcionamento; • Atividades: é uma decomposição ainda mais detalhada. São as ações que acontecem dentro de um processo ou subprocesso para que ele funcione. Geralmente são realizadas por uma unidade de trabalho (pessoa, departamento, etc.) e é documentada em instruções que detalham as tarefas a serem realizadas. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 117 • Tarefas: são os menores elementos que compõem um processo, sendo o resultado da decomposição das atividades em unidades ainda mais singulares e relatam como determinado item é executado. - Você sabia que existe um “guia” para o gerenciamento de processos?! É o Guia BPM CBOK, vamos estudá-lo no próximo tópico! 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 117 3. O Guia BPM CBOK. O gerenciamento de processos na administração pública brasileira utiliza as boas práticas previstas no guia Business Process Management Common Book Of Knowledge (BPM CBOK) - cujo nome pode ser traduzido como Guia para o Corpo Comum de Conhecimentos sobre Gerenciamento de Processos de Negócio. Trata-se de uma abordagem que busca identificar, desenhar, medir, monitorar, controlar e melhorar os processos de negócio nas organizações. A ideia é alinhar os processos de negócio à estratégia da organização para que ela obtenha o desempenho desejado. Nas palavras do Guia BPM CBOK: Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM) é uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, controlar e melhorar processos de negócio automatizados ou não para alcançar os resultados pretendidos consistentes e alinhados com as metas estratégicas de uma organização. BPM envolve a definição deliberada, colaborativa e cada vez mais assistida por tecnologia, melhoria, inovação e gerenciamento de processos de negócio ponta-a-ponta que conduzem a resultados de negócios, criam valor e permitem que uma organização cumpra com seus objetivos de negócio com mais agilidade. BPM permite que uma organização alinhe seus processos de negócio à sua estratégia organizacional, conduzindo a um desempenho eficiente em toda a organização através de melhorias das atividades específicas de trabalho em 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 117 um departamento, a organização como um todo ou entre organizações. O gerenciamento de processos do BPM é estabelecido com base em um ciclo de vida que possui seis etapas: 1. Planejamento; 2. Análise; 3. Desenho e modelagem; 4. Implantação; 5. Monitoramento e controle; 6. Refinamento; Vamos aprender o mais importante de cada uma dessas etapas, sempre com foco no seu concurso! 3.1. Planejamento. É a primeira etapa do ciclo de gerenciamento de processos. É aqui que é desenvolvido um plano e uma estratégia dirigida aos processos da organização, estabelecendo a estratégia e o direcionamento do BPM. O início do plano se dá através do entendimento das estratégias e metas que são desenhadas para garantir que o cliente perceba valor nos processos de negócio da organização. A estrutura e o direcionamento dos processos centrados no cliente são baseados no plano. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 117 O planejamento deve assegurar que a abordagem de gestão dos processos de negócio integre a estratégia, as pessoas, processos e sistemas ao longo dos limites funcionais. É aqui também que são identificados os papéis e responsabilidades organizacionais de gerenciamento de projetos, o patrocínio executivo, metas, expectativas quanto à medição do desempenho e as metodologias a serem utilizadas. 3.2. Análise. Após considerar as metas e objetivos desejados, a análise dos processos busca entender os processos atuais,também chamados de AS IS (do inglês - “como é” - em oposição aos processos a serem implementados no futuro, chamados de TO BE “como será”). Segundo o Guia de Gestão de Processos de Governo do GesPública, a análise reúne informações oriundas de planos estratégicos, modelos de processo, medições de desempenho, mudanças no ambiente externo e outros fatores, a fim de compreender os processos no escopo da organização como um todo. Nessa etapa são vistos alguns pontos como: objetivos da modelagem de negócio, ambiente do negócio que será modelado, principais stakeholders e escopo da modelagem de processos relacionados com o objetivo geral. A análise dos processos leva em conta diferentes metodologias para facilitar as atividades de identificação do contexto e de diagnóstico da situação atual, que constituem o foco desta etapa. 3.3. Desenho e modelagem. O desenho esta focado sobre o desenho intencional e cuidadoso dos processos de negócio que entregam valor ao cliente. É no desenho que se 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 117 definem as especificações dos processos de negócio, de modo que fique claro o quê, quando, onde, quem e como o trabalho será realizado. Conforme consta no Guia CBOK, o desenho dos processos trata da “criação de especificações para processos de negócio novos ou modificados dentro do contexto dos objetivos de negócio, objetivos de desempenho de processo, fluxo de trabalho, aplicações de negócio, plataformas tecnológicas, recursos de dados, controles financeiros e operacionais, e integração com outros processos internos e externos”. Sobre a modelagem do processo, o Guia de Gestão de Processos de Governo do GesPública afirma o seguinte (destaques feitos por mim): Já a modelagem de processo é definida como “um conjunto de atividades envolvidas na criação de representações de um processo de negócio existente ou proposto”, tendo por objetivo “criar uma representação do processo em uma perspectiva ponta- a-ponta que o descreva de forma necessária e suficiente para a tarefa em questão”. Alternativamente chamada de fase de “identificação”, a modelagem pode ser também definida como “fase onde ocorre a representação do processo presente exatamente como o mesmo se apresenta na realidade, buscando-se ao máximo não recorrer à redução ou simplificação de qualquer tipo”. O Guia CBOK ressalta, no entanto, que a modelagem de processos pode ser executada tanto para o mapeamento dos processos atuais como para o mapeamento de propostas de melhoria. (...) 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 117 Além de mapear os processos atuais e as propostas de melhoria, a modelagem requer ainda a reflexão e definição do resultado que se espera ao final do processo. 3.4. Implementação. Para a realização das atividades de implementação, subentende-se que as fases anteriores criaram e aprovaram um conjunto de especificações que podem ser executados sofrendo apenas pequenos ajustes pontuais. Deste modo, a implementação nada mais é do que a realização do desenho do processo de negócio aprovado. Ela se dá através de procedimentos e fluxos de trabalho documentados, testados e operacionais. 3.5. Monitoramento e controle. Esta etapa busca fornecer informações-chave de desempenho de processos através de métricas ligadas às metas estabelecidas e ao valor para a organização. A análise do desempenho realizada nesta etapa pode fazer com que se desenvolvam atividades de melhoria, redesenho ou reengenharia. 3.6. Refinamento. Segundo o Guia BPM CBOK, “o refinamento trata aspectos de ajustes e melhorias pós-implementação de processos com base nos indicadores e informações-chave de desempenho”. Estes ajustes são feitos com base nas informações obtidas por meio da medição e do monitoramento de processos de negócio. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 117 O Guia de Gestão de Processos de Governo afirma que esta etapa também pode ser chamada de “encenação”, revendo o modelo de processo e implantando as mudanças propostas após o estudo de variados cenários. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 117 4. Técnicas de mapeamento e análise de processos. Para que o analista de processos possa realizar as atividades de mapeamento e análise dos processos para posterior melhoria, em primeiro lugar, ele deve capturar informações. Neste sentido, segundo o Guia BPM CBOK, existem várias maneiras para se levantar informações. Neste sentido, algumas técnicas principais que podem ser utilizadas para isso, individualmente ou em combinação: 1. Observação direta;* 2. Entrevistas individuais;* 3. Reuniões estruturadas/workshops estruturados;* 4. Conferências via web/videoconferências;* 5. Retornos por escrito/observação e feedback escrito.* Além delas, podem ser destacadas também: 1. Brainstorming*: é uma técnica que consiste na geração de ideias a partir de um discussão sem pré-julgamentos.* 2. 5W1H*: é uma técnica de diagnóstico com base em perguntas e respostas. 3. Survey/questionários: trata-se da realização de um questionário aplicado pela organização para levantamento de informações; *As técnicas marcadas possuem detalhes importantes que serão abordados mais à frente nesta mesma aula. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 117 Alguns autores (Rotondaro, 2005; Cury, 2012) afirmam que é fundamental que o levantamento das atividades seja feito no local de trabalho e que as pessoas envolvidas sejam entrevistadas, se possível, onde trabalham. Se a prova disser isso, aceite! Uma vez levantadas as informações, o processo atual e o desejado poderão ser mapeados/modelados através de diferentes técnicas. Elas permitem que sejam conhecidas todas as operações que ocorrem em um determinado processo. Apesar de essas técnicas estarem colocadas em separado das que mencionamos anteriormente, o levantamento de informações pode ser visto como uma atividade intimamente ligada ao mapeamento! Tenha atenção a isso na hora da prova! O BPM CBOK menciona as seguintes técnicas de mapeamento: 1. Quadro branco e flip charts; 2. Papel de flip chart e papéis adesivos; 3. Ferramentas de desenho e reporte; 4. Modelagem e projeção audiovisual. Segundo Rotondaro (2005), as pessoas que vão fazer o mapeamento devem: • Entender os conceitos do processo e sistema. • Entender os elementos FEPSC (fornecedor, entrada, processo, saída, cliente) e estar aptas a aplicá-los a seu próprio processo.96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 117 • Entender o que é valor para a empresa e o cliente. • Saber como usar os rendimentos obtidos nos passos do processo para identificar onde uma melhoria deve ter maior impacto. - Você, concurseiro(a) não vai fazer o mapeamento de um processo, mas vai fazer uma prova sobre o assunto! Assim, trago a sequência lógica a ser utilizada na elaboração do FEPSC segundo Rotondaro (2005): Determinar o propósito • Por que existe este processo? • Qual é o propósito deste processo? • Qual é o resultado? Análise das saídas • Que produto faz este processo? • Quais são as saídas deste processo? • Em que ponto termina este processo? Dados dos clientes • Quem usa os produtos deste processo? • Quem são os clientes deste processo? Análise das entradas e fornecedores 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 117 • De onde vem a informação ou material com o qual você trabalha? Quem são seus fornecedores? • O que eles fornecem? • Onde afetam o fluxo do processo? • Que efeito têm no processo e nos resultados? Determinar os passos do processo • O que ocorre com cada input? • Que atividades de conversão acontecem? Uma ferramenta básica de desenho utilizada para tornar visíveis os processos levantados pelo FEPSC é o gráfico de fluxo, ou fluxograma. Ele apresenta o processo de maneira clara e objetiva, conforme discutiremos em um tópico mais adiante, dedicado aos fluxogramas. Vamos estudar os aspectos essenciais de cada uma das técnicas mencionadas! 4.1. Observação direta. Trata-se da simples observação da realidade do processo, sendo uma boa maneira para documentar os procedimentos atuais. Ela possibilita a descoberta de atividades e tarefas, podendo ser efetiva ainda para identificar variações e desvios no trabalho diário em relação ao previsto. Apesar disso, esta técnica pode não capturar as variações entre grupos e localizações, dado que ela só pode ser utilizada em uma pequena amostragem observável. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 117 O uso da observação direta para coletar informações para o mapeamento do processo e sua análise incorre no risco de a simples presença de um observador mudar o comportamento das pessoas e, como consequência, dos processos, de modo que o que se observa não é o processo natural, mas sim uma versão modificada. 4.2. Entrevistas. No processo de modelagem e documentação de processos de negócio, as entrevistas podem criar um sentimento de propriedade e participação nas pessoas. Apesar disso, elas podem tomar mais tempo do que os outros métodos para levantar informações. Por conta das informações levantadas, pode ser difícil de construir um fluxo de processo coeso e de mapear as várias visões sobre um processo em uma só. O uso desta técnica costuma requerer acompanhamento e, às vezes, não identifica todas as atividades para descrever um processo por completo. 4.3. Observação e feedback por escrito. Sobre esta técnica, o guia BPM CBOK dá destaque às dificuldades apresentadas. Segundo ele “feedback por escrito requer tempo e interrupção na execução das tarefas. Normalmente as informações podem ser coletadas dessa forma. Entretanto, frequentemente tende a apresentar as mesmas dificuldades encontradas em entrevistas individuais, tais como tomada de mais tempo, falta de alguma informação, tempo gasto reconciliando diferenças de opinião ou quando o mesmo trabalho tem sido descrito de forma diferente por pessoas diferentes, podendo demandar acompanhamento”. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 117 4.4. Workshops estruturados. São reuniões onde um número suficiente de profissionais com conhecimento e pessoas impactadas pelo assunto são reunidas com o objetivo de desenvolver o modelo do processo por meio de suas interações. Esta técnica tem a vantagem de ser mais rápida, por reunir várias pessoas de uma só vez, além de criar um maior senso de propriedade por parte dos participantes do workshop em relação às outras técnicas. O workshop pode ainda contar com a participação de um profissional habilitado em técnicas de modelagem, que os participantes normalmente não conhecem. Apesar de suas vantagens, o guia BPM CBOK destaca que “devido ao eventual custo com viagem e despesas que podem ser requeridos, workshops tendem a ser mais caros do que outros métodos”. Ainda assim, “geralmente, os modelos produzidos em workshops exigem menos acompanhamento e geram uma descrição comum acordada de um processo de maneira mais rápida e com melhor qualidade do que outras técnicas”. 4.5. Videoconferência. A videoconferência é uma reunião que acontece com o uso de equipamentos de vídeo e áudio para que as pessoas em salas de reunião diferentes (remotas) possam ser vistas e ouvidas umas pelas outras como se estivessem em uma só reunião. Elas podem gerar os mesmos benefícios que os workshops presenciais, mas devem ser operacionalizadas com grupos menores. Quando os participantes estão muito distantes, ela pode ser mais conveniente e barata do que a realização de workshops presenciais. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 117 Segundo o Guia BPM CBOK, “utilizar esse tipo de tecnologia realmente depende da existência de facilitadores que tenham habilidade no uso dessas técnicas. Nos workshops realizados dessa forma, pode ser mais difícil de monitorar e gerenciar a participação individual no trabalho em grupo”. 4.6. Brainstorming. O brainstorming é uma técnica de auxílio à tomada de decisão e à solução de problemas, sendo utilizada também como ferramenta de qualidade, à medida que possibilita um amplo levantamento de ideias sobre determinado tema. Na aplicação específica ao mapeamento, análise e melhoria de processos, a técnica se relaciona essencialmente à geração de ideias. Podendo ser traduzida como tempestade cerebral, esta técnica consiste na reunião de grupos de pessoas que expõem seu pensamento livremente, de modo a incentivar o surgimento de novas ideias. Os seus princípios básicos são os seguintes (Chinelato Filho, 2008): 1. Inexistência de críticas - ninguém pode ser depreciado pelo que sugeriu. 2. Incentivo à ideia absurda - tal ideia pode trazer a chave da originalidade; por meio da analogia, pode-se chegar à grande solução. 3. Estímulo à quantidade - a quantidade acaba por gerar qualidade. 4. Os melhoramentos e analogias - combinando-se elementos, dando-se uma feição lógica e real às “ideias absurdas” chega-se a grandes descobertas. O produto final de brainstormingé um elenco de ideias ordenado. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 117 Este mesmo autor apresenta um roteiro a ser utilizado como sequência básica para uma sessão de brainstorming: 1. O grupo precisa, antes de tudo, estar informado sobre os objetivos da sessão de brainstorming. O coordenador de cada grupo deve ter total domínio dessa metodologia. 2. O coordenador expõe o problema a ser discutido. Se necessário, divide-o em partes. Por fim, pede soluções para o problema. 3. O coordenador solicita que cada membro apresente apenas uma ideia de cada vez, e deve estimular cada ideia para provocar uma “reação em cadeia”. 4. Os primeiros 10 a 15 minutos da sessão devem ser destinados ao bombardeio de ideias. 5. Um relator deve anotar todas as ideias sugeridas e preparar uma lista para rediscuti-las com os participantes. 6. A etapa seguinte é a seleção de ideias que pareceram mais promissoras. Se for o caso, devem-se fazer analogias ou adotar um sentido lógico. 7. As soluções escolhidas devem ser aglutinadas, coordenadas na definição do projeto e devidamente experimentadas. Além disso, o Brainstorming pode ser classificado em dois tipos diferentes: 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 117 • Brainstorming estruturado: é aquele no qual cada membro dá sua opinião a cada rodada. A grande vantagem é que os membros mais tímidos têm participação mais ativa, uma vez que possuem um momento apropriado para falar, não havendo uma completa dominância dos membros mais extrovertidos. A principal desvantagem é que há uma perda de dinamicidade em relação ao outro modelo; • Brainstorming não estruturado: neste tipo, cada pessoa pode dar sua opinião a qualquer momento, não havendo um momento específico como no modelo anterior. A grande vantagem é a maior dinamicidade do processo, pois as ideias vão se construindo umas sobre as outras. Por outro lado, por ser um método menos metódico, as pessoas tímidas e introvertidas tendem a contribuir pouco para o processo. Por isto, este modelo é ideal apenas quando todas as pessoas do grupo possuem um perfil extrovertido. 4.7. 5W1H. Difere da técnica 5W2H porque não busca informações sobre o custo daquilo que está sendo estudado, concentrando-se apenas em realizar perguntas-chave (e obter as devidas respostas) no que diz respeito aos processos organizacionais analisados. Neste sentido, o 5W1H também é uma ferramenta muito utilizada no planejamento operacional. As perguntas a serem resolvidas sobre o problema que está sendo investigado ou sobre o processo atual ou a ser planejado são: • What – O que deve ser executado? • Who – Quem irá executar a tarefa? 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 117 • Where – Onde será executada a ação? • When – Quando será executada a ação? • Why – Por que será executada a tarefa? • How – Como será executada a tarefa? 4.8. Quadro branco e flip charts. Trata-se de uma técnica de modelagem de processos que consiste em utilizar um quadro branco e canetas de tinta removível para desenhar o fluxo de um processo. Além disso, são utilizados flip charts (quadros utilizados para exposições didáticas que utilizam grandes blocos de papel) para capturar outras informações. Este tipo de ferramenta é bastante comum em workshops, entrevistas ou na realização e modelagem dirigida ou estruturada. Com base nas informações levantadas será utilizada uma ferramenta de desenho, modelagem ou de informação (tipicamente apoiada em tecnologia da informação) para que se possa visualizar apropriadamente o processo. 4.9. Papel de flip chart e papéis adesivos. Esta técnica de modelagem consiste em colocar nas paredes de uma sala onde se realizará o workshop vários papéis de flip chart para que os participantes coloquem papeis adesivos removíveis que representem as atividades de um processo, até que consigam rearranjar atividades em uma 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 117 sequencia acordada. Algumas vezes é necessário que haja um facilitador que ajude os participantes nesta tarefa. Alguns autores falam em “técnica do post-it”, então tenha atenção na hora da prova! No final da atividade, o modelo preparado deve ser transcrito para uma ferramenta de desenho, modelagem ou de informação. 4.10. Modelagem e projeção audiovisual. Segundo o BPM CBOK, “o uso de ferramentas para desenho ou modelagem de forma eletrônica, projetando imagens em telas grandes para capturar e visualizar o desenvolvimento de modelos tornou-se uma prática comum hoje em dia”. O guia afirma ainda que essa técnica possui vários benefícios: • O modelo é visível, podendo ser modificado durante o workshop; • Quando a sessão é concluída, não há necessidade de transferir o conhecimento gerado para outra ferramenta; • Muitas ferramentas permitem que os modelos gerados sejam compartilhados rápida e facilmente por e-mail ou logo após a sessão. • Adicionando videoconferências via web, é possível que pessoas em salas de reunião remotas também possam participar da sessão. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 117 • Diversas ferramentas de modelagem atuais são baseadas em um repositório de informações que possibilitam o uso de padrões e objetos anteriormente definidos. 4.11. Ferramentas de desenho e reporte. O guia BPM CBOK afirma que “durante ou após entrevistas e workshops, os participantes capturam fluxos de processo e notas utilizando ferramentas baratas, tais como o MS-Visio, MS-Powerpoint ou qualquer outra ferramenta de desenho disponível. Frequentemente, esses desenhos são apresentados em MS-Word ou MS-Powerpoint como uma forma de reportar laudos e compartilhar resultados. Esse é um meio comum de modelagem de processo utilizado nas organizações hoje em dia”. 4.12. Fluxogramas. Esta é uma ferramenta muito utilizada para que se possa visualizar com facilidade o fluxo de ações para que determinado processo possa ser concluído. Trata-se de um gráfico que representa o fluxo ou sequencia normal de qualquer trabalho, produto, documento, informação, etc., utilizando-se de diferentes símbolos que esclarecem o que está acontecendo em cada etapa. Segundo Cury (2012), os fluxogramas possuem as seguintes vantagens: • Permitir verificar como funcionam, realmente, todos os componentes de um sistema, mecanizado ou não, facilitando a análise de sua eficácia; 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios- Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 117 • Entendimento mais simples e objetivo do que o de outros métodos descritivos; • Facilitar a localização das deficiências, pela fácil visualização dos passos, transportes, operações, formulários, etc.; • Aplicação a qualquer sistema, desde o mais simples aos maios complexos; • O rápido entendimento de qualquer alteração que se proponha nos sistemas existentes, por mostrar claramente as modificações introduzidas. Os fluxogramas podem ser de diferentes tipos: • Fluxograma vertical: é aquele construído com base em formulários padronizados para processos dentro de uma mesma área da organização. É mais apropriado a processos mais simples e que não transitam entre diferentes órgãos. • Fluxograma administrativo: se utiliza dos mesmos símbolos do fluxograma vertical, mas pode ser elaborado de forma mais livre, sem a necessidade do uso do formulário padronizado; • Fluxograma global (de colunas): é o fluxograma que possibilita a visualização de como o fluxo de trabalho passa de um órgão para outro, já que estes ficam dispostos na mesma folha, em colunas, sendo mais apropriado aos fluxos mais complexos e que envolvem diferentes órgãos. Como cada fluxograma é diferente, é fundamental que se defina a técnica a ser utilizada antes de começar o trabalho de elaboração do fluxograma, uma vez que cada uma das técnicas poderá exigir o levantamento de informações diferentes, pois diferentes atividades e símbolos são retratados em cada tipo de fluxo. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 117 Neste sentido, não há padronização 100% aceita quanto aos símbolos utilizados no fluxograma. Para Cury (2012) os símbolos básicos para o fluxograma vertical e o administrativo são: Chinelato Filho (2008) destaca diversos símbolos como sendo bastante importantes para os fluxogramas. Destaco, nas próximas páginas, os símbolos apresentados por este autor e alguns exemplos de diferentes fluxogramas: 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 117 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 117 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 117 Exemplos de fluxogramas são apresentados nas próximas páginas para que você possa entendê-los melhor. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 117 Exemplo de fluxograma vertical (CURY, 2012): 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 117 Exemplo de fluxograma administrativo (CURY, 2012): 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 117 Exemplo de fluxograma global (Chinelato Filho, 2008) 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 117 5. Técnicas de aprimoramento (“melhoria”) de processos. Uma vez mapeados e analisados, os processos podem precisar de intervenções para que sejam transformados. É chegada a hora de se utilizar das diferentes metodologias para a transformação dos processos para melhor. As técnicas mais utilizadas para isso são: 1. Melhoria: são técnicas que melhoram os processos já existentes; 2. Redesenho: trata-se de redesenhar os processos observados; 3. Reengenharia: trata-se de modelar novos projetos a partir do zero. Vamos estudar cada uma delas! 5.1. Melhoria. As técnicas de melhoria partem do processo existente para melhorá- lo mediante intervenções. Elas não são excludentes uma da outra, podendo ser abordadas em conjunto. Vamos compreender a essência das mais importantes para o concurso que você vai fazer! 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 117 5.1.1. Lean management. Lean é uma filosofia de gerenciamento que busca a redução dos sete desperdícios (produção excessiva, tempo de espera, transporte, processamento, estoque, movimentação e refugo). Trata-se de um sinônimo do Sistema Toyota de Produção. Segundo o Guia BPM CBOK, os princípios básicos do Lean são: • Qualidade perfeita na primeira vez - busca do zero defeito, descoberta e solução de problemas na fonte • Minimização de desperdício - eliminando atividades que não agregam valor e redes de segurança, maximizando uso de recursos escassos (capital, pessoas, terra) • Melhoria contínua - reduzindo custos, melhorando qualidade, aumentando produtividade e compartilhando informação • Processamento “puxado”: produtos ou serviços são puxados pelo consumidor final e não “empurrados” para ele prontos • Flexibilidade - produzindo diferentes misturas ou grande diversidade de produtos ou serviços com rapidez, sem sacrificar a eficiência em menores volumes de produção • Construção e manutenção de um relacionamento de longo prazo com fornecedores através de compartilhamento colaborativo de risco, custos e informação 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 117 5.1.2. Melhoria Contínua. Em sua essência, a melhoria continua é uma técnica de mudança organizacional que acontece de forma incremental, participativa, suave e contínua, atuando no nível operacional e funcionando de baixo para cima na organização. Ela é baseada nos círculos de controle de qualidade (CCQ), que são grupos de 6 a 12 pessoas voluntárias que se reúnem semanalmente para discutir e resolver problemas sobre as atividades do trabalho da organização. A ideia chave é que as pessoas que executam os processos conhecem a organização melhor do que ninguém e podem propormelhorias importantes. Assim como nos CCQs, a melhoria contínua é centrada nas pessoas e visa uma qualidade contínua dos produtos e serviços da organização, sob uma perspectiva de longo prazo. A filosofia da melhoria contínua deriva da palavra japonesa Kaizen, que significa “mudanças positivas”. O Kaizen é uma filosofia que busca fazer com que as coisas sejam feitas de maneira cada vez melhor por todos os empregados da organização, através de melhorias levantadas e implementadas pelos próprios funcionários. Além disso, o Kaizen busca também o atingimento de resultados específicos como a eliminação de desperdícios de qualquer natureza e a elevação da qualidade em suas várias dimensões. Chiavenato (2011) destaca que, na realidade, o Kaizen é uma forma de pensar e agir baseada nos seguintes princípios: 1. Promover aprimoramentos contínuos. 2. Enfatizar os clientes. 3. Reconhecer os problemas abertamente. 4. Promover a discussão aberta e franca. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 117 5. Criar e incentivar equipes de trabalho. 6. Gerenciar projetos por intermédio de equipes multifuncionais. 7. Incentivar o relacionamento entre as pessoas. 8. Desenvolver a autodisciplina. 9. Comunicar e informar a todas as pessoas. 10. Treinar intensamente e capacitar todas as pessoas. O Kaizen é uma filosofia de melhoria contínua que serve para a vida como um todo. Aplicado à organização, aponta para que os empregados estejam realizando suas tarefas de uma maneira melhor a cada dia, reduzindo desperdícios, melhorando a qualidade, melhorando relacionamentos interpessoais etc. Tudo isso com foco no cliente, por meio de comunicação aberta e disciplina. 5.1.3. TQM. A qualidade total surge como consequência da aplicação da melhoria contínua nas organizações. Em sua essência é um programa de melhoria contínua que engloba toda a organização em todos os seus aspectos, incluindo desde o nível operacional e administrativo até a cúpula estratégica da organização. Para o Guia BPM CBOK, o “Gerenciamento da Qualidade Total (TQM - Total Quality Management) é um conjunto de práticas ao longo da organização para garantir que a organização consistentemente satisfaça ou exceda os requisitos do cliente. TQM coloca forte ênfase em medição e controles de processo como um meio para melhoria contínua. A análise estatística é 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 117 utilizada para monitorar o comportamento de processo e identificar defeitos e oportunidades de melhoria. TQM é considerado um precursor do Six Sigma”. Sendo abordagens incrementalistas baseadas uma na outra, tanto a melhoria contínua quanto a qualidade total seguem o seguinte processo: 1. Escolha de uma área de melhoria: é aqui que serão definidas as áreas que passarão pelo processo de melhoria; 2. Definição da equipe de trabalho que tratará da melhoria: é uma etapa importante, dado que a ênfase desses processos está na melhoria baseada nas equipes; 3. Identificação de benchmarks: benchmarks são padrões de comparação e excelência que a organização pode utilizar como referência para os seus próprios processos. Ele pode ser interno (quando se utiliza um processo da mesma organização como referência) ou externo (quando o processo-referência está fora da organização). Existem ainda outras classificações para o Benchmarking, mas essas não são importantes no assunto que estamos estudando agora; 4. Análise do método atual: é nessa etapa que a equipe de trabalho analisa os métodos utilizados na área a ser melhorada e identificam como ele pode ser melhorado para alcançar ou superar o benchmark estabelecido; 5. Estudo piloto da melhoria: aqui a equipe desenvolve um piloto sobre a proposta de melhoria e testa sua relação custo x benefício para verificar se ela deve ser implementada; 6. Implementação da melhoria: é nessa etapa que a equipe de trabalho propõe a melhoria a ser implementada e a direção assegura sua implementação, fortalecendo a competitividade da organização e aumentando a motivação das pessoas que trabalham no processo de melhoria. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 117 - Acabou!!??!?! - Resposta: NÃO! Na verdade, por ser um processo contínuo, ao atingir essa última etapa, o processo recomeça, voltando para a primeira das atividades e reiniciando o ciclo. Deve-se destacar ainda que a qualidade total é um conceito que está baseado nos grupos de trabalho e considera a necessidade de empoderamento (empowerment) das pessoas para que elas possam realmente decidir quais como melhorar as diversas questões organizacionais. Buscando entender os vários conceitos que fazem parte da qualidade total, Miguel (2005) fez um apanhado dos vários elementos do TQM, segundo diferentes autores. Com base em sua visão, apresento a seguir uma relação desses elementos: Elemento Descrição Liderança e apoio da alta direção. Prover liderança no processo de mudança, exemplaridade e motivação da força de trabalho da organização. Deve também promover e estimular as práticas e abordagens direcionadas ao TQM. Relacionamento com os clientes. Concentrar as atividades com foco nos clientes e estabelecer canais de comunicação, visando a levantar suas necessidades e níveis de satisfação, promovendo um entendimento sobre os clientes. Gestão da força de trabalho. Aplicar os princípios da gestão de recursos humanos, com base em um sistema de trabalho em equipe e com empoderamento (empowerment), processos de recrutamento e seleção e capacitação e treinamento. Relação com os fornecedores. Utilizar práticas de seleção e qualificação de fornecedores, bem como meios de medição de desempenho. Estabelecer relação de longo prazo com os fornecedores, visando à colaboração mútua, além de buscar melhoria da qualidade dos produtos. Gestão por processos. Definir os processos-chave da organização, promover práticas preventivas, autoinspeção, utilizando planos de controle e utilização de métodos estatísticos na produção. Projeto de Envolver todas as áreas funcionais no processo de 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 117 produto. desenvolvimento de produto, visando a desenvolver um produto que venha a satisfazer aos requisitos dos clientes. Fatos e dados da qualidade. Disponibilizar os dados e informações relativas à qualidade, como parte de um sistema de gestão transparente e de fácil visualização. Registros sobre indicadores da qualidade, incluindo índices de refugo, retrabalho, dados de garantia e custos da (não-) qualidade. Fonte: Adaptado de Miguel (2005) 5.1.4. O benchmarking. Benchmarking é um processo sistemático e contínuo de avaliação dos produtos, serviços e processos de trabalho das organizações/departamentos/etc. que sãoreconhecidas como representantes das melhores práticas, com a finalidade de comparar desempenhos e identificar oportunidades de melhoria na organização que está realizando o benchmarking. Em outras palavras, é um processo de comparação conduzido por uma organização ou área em relação a outra que seja tida como referência. O benchmarking deve ser percebido como algo sistemático, que envolve toda a organização, e não isolado. Ele é também um processo gerencial, à medida que ele serve para que os tomadores de decisão na empresa guiem o seu pensamento. Os principais tipos de benchmarking são: 1. Benchmarking Competitivo Caracteriza-se por ter como alvo específico as práticas dos concorrentes. Na prática, é o menos usual, uma vez que é 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 117 quase impossível que as empresas facilitem o acesso a dados que estão ligados diretamente com a sua atividade à concorrência. Por isto, muitas vezes, é necessário contratar uma consultora externa para obter informações para a realização do benchmarking competitivo. Neste tipo de benchmarking, produtos, serviços ou processos da organização são comparados com os de organizações concorrentes, buscando superá-los. 2. Benchmarking interno Neste tipo de benchmarking, a procura pelas melhores práticas ocorre dentro da própria organização, em diferentes unidades (outros departamentos, sedes, etc.). Neste caso, há uma maior facilidade na obtenção de parcerias para realização do benchmarking. Além disso, apresenta custos mais baixos e a valorização das melhores práticas internas à organização. A grande desvantagem é que as práticas organizacionais objeto de comparação estarão sempre impregnadas com os mesmos paradigmas. Em resumo, são comparados valores ou processos entre unidades internas da organização, com vista a disseminar as melhores práticas por todas as unidades. Por suas vantagens, esse tipo de benchmarking é bastante utilizado. 3. Benchmarking genérico Ocorre quando o Benchmarking é baseado num processo que atravessa várias funções da organização e pode ser encontrado na maioria das empresas do mesmo porte, como por exemplo, 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 117 o processo desde a entrada de um pedido até a entrega do produto ao cliente. É neste tipo de Benchmarking que encontramos a maioria dos exemplos práticos e onde as empresas estão mais dispostas a colaborar e a ser mais verdadeiras na disponibilização dos padrões, ou “benchmarks”. Ele é não competitivo, pois são comparados processos entre organizações com a colaboração do “benchmark partner”, que poderá ter vantagens diversas em permitir que sejam dissecados os seus processos. Essas vantagens incluem notoriedade, prestígio, volume de negócios, etc. 4. Benchmarking funcional Este tipo de benchmarking é baseado numa função específica, servindo para trocar informações acerca de uma atividade bem definida como, por exemplo, a distribuição, o faturamento ou embalagem. Alguns autores vinculam o conceito de benchmarking funcional ao de benchmarking genérico, pela possibilidade dos mesmos serem utilizados sem se levar em consideração a concorrência direta da organização que aprende ou patrocina o estudo e a organização "investigada". Neste sentido, são comparados processos similares entre organizações, independentemente do setor de atividade (empresas não concorrentes). 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 117 5.1.5. Seis sigma. Baseada na ideia da qualidade total nas organizações, a metodologia Seis Sigma (Six sigma) foi desenvolvida na Motorola em meados da década de 1980, sendo popularizada na General Electic na década de 1990. Em essência, essa técnica enfoca a redução dos defeitos em qualquer processo - da manufatura à transação, do produto ao serviço -, utilizando-se de dados estatísticos para tal. Cabe destacar que, para essa metodologia, um defeito é qualquer coisa fora das especificações do cliente. A ideia central é buscar atingir os seis sigmas (conceito estatístico de distância da média prevista), possibilitando que não haja mais de 3,4 defeitos por milhão de oportunidades (de defeito). Para seu funcionamento, esta técnica segue a duas metodologias inspiradas no ciclo PDCA: • DMAIC: apropriada para processos já existentes que não estão performando adequadamente ou atendendo aos requisitos dos clientes. Consiste em Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar os processos. • DMADV: utilizada para novos processos na organização ou para processos que já foram otimizados pelo uso da metodologia DMAIC mas ainda não estão maduros o suficiente para ter elevada previsibilidade e não mais ter defeitos. Consiste em: Definir, Medir, Analisar, Desenhar e Verificar. O guia CBOK afirma ainda que a “análise de processo pode utilizar esse conjunto de disciplinas em conjunto com a modelagem do processo atual, mas, primeiramente para oportunidades de melhoria e transformação de 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 117 processo. Six Sigma não representa um meio de realinhamento de processos corporativos para diferenciação no mercado, mas, um meio comprovado para eliminar custos de processos existentes”. 5.1.6. ABC e ABM. O custeio baseado em atividade (metodologia ABC = Activity Based Costing / não confundir com a Curva ABC de Pareto!!!) é uma metodologia de medição dos custos e do desempenho que está baseada nas atividades desenvolvidas no processo de produção. Trata-se, em outras palavras, de identificar e alocar os custos dos processos. O gerenciamento baseado em atividade (metodologia ABM = Activity Based Management), por sua vez, está focado sobre o gerenciamento das atividades dentro dos processos utilizando as informações de custos ABC para buscar melhorar de forma contínua o valor gerado para os clientes pelos processos de negócio da organização, assim como melhorar o lucro obtido pela organização ao prover os clientes com saídas de valor. 5.1.7. Modelo de melhoria de desempenho. Trata-se da metodologia de Rummler e Brache para alinhar os processos da organização com a sua estratégia e os requisitos do cliente. Baseada na melhoria do desempenho humano, ela pode ser utilizada para entender o alinhamento de recursos humanos para o desempenho de uma ou várias cadeias de valor. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 117 Na matriz utilizada por essa metodologia, a estrutura do trabalho da organização é baseada no nível de desempenho organizacional, no nível dedesempenho do processo e no nível de desempenho da tarefa ou do executor. O quadro a seguir apresenta a matriz de Rummler e Brache que provê os meios de alinhamento da organização: Objetivos e medição Desenho e implementação Gerenciamento Nível organizacional Metas organizacionais e medições de sucesso organizacional Desenho e implementação organizacional Gerenciamento organizacional Nível de processo Metas de processo e medições de sucesso de processo Desenho e implementação de processo Gerenciamento de processo Nível de atividade ou desempenho Metas de atividades e medições de sucesso da atividade Desenho e implementação de atividade Gerenciamento de atividade Fonte: Guia BPM CBOK. O segredo está em alinhar “objetivos e medição” “desenho e implementação” e “gerenciamento” aos diferentes níveis organizacionais. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 117 A informação disponível sobre esta metodologia dentro do BPM CBOK é bastante limitada, sendo o que tipicamente as bancas cobrariam em um concurso sobre o assunto. Neste sentido, perceba como a tabela apresentada é fácil. Realmente não precisa decorar. Basta lembrar que na tabela de melhoria de desempenho de Rummler e Brache é só combinar “objetivos e medições”; “desenho e implementação” e “gerenciamento” com o respectivo nível ao qual se está referindo! 5.2. Reengenharia. A reengenharia é uma técnica diferente das que vimos até agora. Essa técnica foi criada por Michael Hammer e James Champy na década de 1990, como resposta à necessidade das organizações se adaptarem às rápidas mudanças com as quais a organização passou a ter que lidar em seu ambiente. A reengenharia trata de repensar fundamentalmente a organização, criando mudanças radicais e drásticas nos processos organizacionais, que são substituídos por outros inteiramente novos e revolucionários. O grande foco da reengenharia são os processos organizacionais. Ela deve ser iniciada de cima para baixo da hierarquia organizacional (processo Top- Down), como forma de fazer com que processos inteiramente novos possam ser implementados com sucesso. Perceba como a reengenharia é diferente da melhoria contínua: 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 117 Reengenharia Melhoria contínua Radical Passo-a-passo Revolucionária Incremental De cima para baixo De baixo para cima Ao criar processos inteiramente novos, a reengenharia utiliza os seus três componentes (pessoas, TI e processos) para atuar na busca dos seguintes objetivos: 1. Redução de custos; 2. Melhoria de qualidade; 3. Melhoria no atendimento; 4. Melhoria da velocidade. Assim como as outras metodologias que estudamos, a reengenharia também tem uma metodologia própria de implementação. Segundo ela, a implementação da reengenharia envolve quatro etapas, conforme especificado a seguir: 1. Preparação: consiste em realizar um levantamento (mapeamento) dos processos organizacionais para revelar o funcionamento dos processos, selecionar aqueles que deverão sofrer intervenção e mobilizar os recursos necessários para isso; 2. Planejamento: é a fase em que as mudanças a serem realizadas são planejadas. Nesta fase devem ser garantidos os recursos (pessoal, materiais, tempo, etc.) e as equipes devem ser mobilizadas para a mudança que acontecerá; 3. Implementação: é nessa etapa que as mudanças são implementadas. Aqui os processos selecionados serão 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 117 analisados, reinventados, implementados e a mudança terá seu impacto avaliado; 4. Avaliação: trata-se da etapa em que os resultados da reengenharia serão avaliados, medidos e comunicados. Trata- se da última etapa que serve para o controle do processo. Deve ser destacado ainda que a reengenharia dos processos direciona o foco da organização para os processos e traz as seguintes consequências para a organização: 1. Os departamentos tendem a deixar de existir, dando espaço para equipes e funções orientadas para processos e clientes. A departamentalização, tipicamente realizada por funções, passa a ser substituída por redes de equipes de processos. 2. A estrutura organizacional, que muitas vezes é alta e longa, passa a ser nivelada, achatada e horizontalizada. A reengenharia faz o enxugamento organizacional (downsizing) para que ela deixe de ser centralizadora e rígida e passe a ser flexível, descentralizada e maleável. 3. As tarefas deixam de ser simples, rotineiras, fragmentadas e especializadas para se tornar cada vez mais multidimensionais e baseadas no trabalho em grupo, com responsabilidade solidária e coletiva. 4. A autonomia, liberdade e responsabilidade passam a moldar os comportamentos das pessoas, que deixam de ser controladas por regras e regulamentos rígidos. 5. O foco do treinamento das pessoas deixa de ser com base nos requisitos de um cargo específico e passam a ser construídos com base em uma educação integral que busca a formação do indivíduo e o desenvolvimento de suas habilidades pessoais. 6. O foco da avaliação de desempenho deixa de recair sobre as atividades realizadas e passa a considerar os resultados 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 13 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 117 alcançados, a contribuição da pessoa para esses resultados e o calor criado para a organização e para o cliente. 7. Os valores compartilhados passam a ser centrados no cliente, seja interno ou externo, e não mais nas relações chefe- subordinado. 8. Os gerentes deixam de ser controladores de resultados e de permanecer distantes da operação do dia-a-dia organizacional para se tornarem líderes que impulsionam as pessoas, que participam mais de perto das operações do dia-a-dia, e que mantém relacionamento mais próximos com as pessoas. 9. Os gerentes passam a ser orientadores e educadores que possuem habilidades interpessoais para o relacionamento humano, deixando de ser apenas técnicos que controlam as pessoas. 5.3. Redesenho. O redesenho é um meio termo entre a reengenharia e a perspectiva de melhoria contínua dos processos. Enquanto a reengenharia busca redefinir os processos a partir do zero e a melhoria contínua busca melhorar constantemente aspectos pontuais do processo, o redesenho assume uma perspectiva holística sobre a organização (diferente da melhoria contínua) redesenhando processos com base nos processos já existentes (diferentemente da reengenharia). Devido aos aspectos culturais das organizações brasileiras, que não possuem nem a vertente incrementalista japonesa (kaizen) nem os recursos tecnológicos para mudanças radicais (reengenharia) tipicamente realizadas por grandes
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