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AGRICULTURA FAMILIAR Prof: Marlon C. Hoff 1 INTRODUÇÃO No setor primário da economia de um país; a agricultura exerce grande importância como fonte geradora de alimentos, emprego e renda. A agricultura familiar é um setor bastante antigo, que com o passar do tempo foi se rompendo os preconceitos e se modificando; Hoje em dia possui um novo conceito e se traça um perfil representando significativamente o desenvolvimento agrícola da nação. 2 O conceito de agricultura familiar é relativamente recente no Brasil, antes, falava-se em pequena produção, pequeno agricultor, agricultura de baixa renda ou de subsistência e até mesmo o termo camponês; O que se pensa tipicamente como pequeno produtor é alguém que vive em condições muito precárias, que tem um acesso nulo ou muito limitado ao sistema de crédito, que conta com técnicas tradicionais e que não consegue se integrar aos mercados mais dinâmicos e competitivos. Os empreendimentos familiares têm como característica principal a administração pela própria família; e neles a família trabalha diretamente, com ou sem o auxílio de terceiros. Podemos dizer, também, que um estabelecimento familiar é, ao mesmo tempo, uma unidade de produção e de consumo; NÚMEROS DA AGRICULTURA FAMILIAR Mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população vem da Agricultura Familiar; Mais de 80% das propriedades rurais do país se encaixam na Agricultura Familiar; A Agricultura Familiar emprega pelo menos 5 milhões de famílias; A Agricultura Familiar produz cerca de 58% do leite produzido, 87% da mandioca produzida e cerca de 70% do feijão produzido, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz e 21% do trigo; A agricultura familiar constitui a base econômica de 90% dos municípios; Responde por 35% do PIB nacional; Na pecuária é responsável por 60% da produção de leite, 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos; Este segmento tem um papel crucial na economia das pequenas cidades – mais de 4 mil municípios tem menos de 20 mil habitantes, esses produtores são responsáveis por inúmeros empregos no comércio e nos serviços prestados nas pequenas cidades; De uma forma geral, a parcela da população urbana é pouco informada sobre o papel da agricultura familiar em suas vidas, quais nichos ela vem ocupando, principalmente no abastecimento interno, e qual a sua importância social; DEFINIÇÃO DE AGRICULTURA FAMILIAR Compreende-se por Agricultura Familiar as atividades desenvolvidas no meio rural, que utilizam mão de obra da própria família, com área que não ultrapasse mais do que 4 módulos fiscais; São beneficiários dessa condição: Silvicultores que atendam simultaneamente todos os requisitos; Produtores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o manejo sustentável daqueles ambientes; Aquicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos e explorem reservatórios hídricos com superfície total de até 2 ha ou ocupem 500 m³ de água, quando a exploração se efetivar em tanques rede; MÓDULO FISCAL: É uma unidade de medida, em hectares, cujo valor é fixado pelo INCRA para cada município levando-se em conta: O tipo de exploração predominante no município; Renda obtida no tipo de exploração predominante; Outras explorações existentes no municípios que, embora não predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da área utilizada; O conceito de módulo fiscal foi introduzido em 1979 o qual regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola. Seu valor expressa a área mínima necessária para que uma unidade produtiva seja economicamente viável. O número de módulos fiscais de um imóvel é utilizado na aplicação da alíquota no cálculo do ITR; DESAFIOS DA AGRICULTURA FAMILIAR Apesar da importância da agricultura familiar para o Brasil, as políticas públicas adotadas ainda privilegiam os latifundiários; Como, por exemplo, o Plano de Safra 2011/2012, em que R$ 107 bilhões foram destinados à agricultura empresarial, enquanto R$ 16 bilhões foram destinados aos produtores familiares; Entretanto, a agricultura familiar gera, em média, 38% da receita dos estabelecimentos agropecuários e emprega aproximadamente 74% dos trabalhadores agropecuários do país; A insuficiência de investimentos em infraestrutura produtiva, de beneficiamento, armazenamento, transportes e preços remuneradores, e o acesso às políticas públicas de cunho social são fatores que influenciam a permanência das pessoas no campo; Por outro lado, é necessário investir em sistemas de produção que proporcionem melhoria contínua das condições de vida de agricultores familiares, garantindo renda e sustentabilidade ambiental, de modo que todas as potencialidades do estabelecimento de produção possam ser aproveitadas sem prejuízos à natureza; É preciso incentivar as iniciativas econômicas que ampliem as oportunidades de trabalho, de distribuição de renda, de produção de alimentos, das melhorias de qualidade de vida, da preservação da biodiversidade e da diminuição das desigualdades; Esses resultados somente serão alcançados se existir um plano de desenvolvimento rural sustentável, a partir da implementação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar; TECNOLOGIA NA AGRICULTURA FAMILIAR Quando se fala em tecnologia para a agricultura familiar, não é demais se perguntar sobre o significado da tecnologia para a metade dos agricultores que utilizam unicamente o trabalho braçal; A tecnologia disponível quando bem usada tem se mostrado adequada e viável. Isto acontece porque há um grande esforço da pesquisa voltado para o setor. A tecnologia é neutra e não discrimina classes de produtores quanto à área do estabelecimento; A maioria das tecnologias desenvolvidas visa aumentar a produtividade da terra e algumas, como máquinas e equipamentos adaptados aos pequenos produtores, têm como objetivo eliminar a ociosidade da terra ou aumentar a produtividade do trabalho.
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