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Manejo de Doenças em Culturas de Lavouras Primavera do Leste/MT Agosto/2017 Prof. Dr. Sidnei Roberto de Marchi 1. Conceitos 1.1. O que é doença? Os fitopatologistas esbarram em algumas dificuldades para definir doença. - O que é normal ou sadio e o que é anormal ou doente? 1. Conceitos 1.1. O que é doença? Os fitopatologistas esbarram em algumas dificuldades para definir doença. - O que é normal ou sadio e o que é anormal ou doente? - Como separar doença de uma simples injúria física ou química? Injúria herbicida (paraquat) Injúria herbicida (paraquat) Ramularia areola 1. Conceitos 1.1. O que é doença? Os fitopatologistas esbarram em algumas dificuldades para definir doença. - O que é normal ou sadio e o que é anormal ou doente? - Como separar doença de uma simples injúria física ou química? - Como separar doença de praga ou de outros fatores que afetam negativamente o desenvolvimento das plantas? 1. Conceitos 1.1. O que é doença? Os fitopatologistas esbarram em algumas dificuldades para definir doença. - O que é normal ou sadio e o que é anormal ou doente? - Como separar doença de uma simples injúria física ou química? - Como separar doença de praga ou de outros fatores que afetam negativamente o desenvolvimento das plantas? - Como aceitar que fatores do ambiente, como falta de água, possam causar doenças? Coloração vermelho-púrpura folha Deficiência de Mg Virose Vermelhão 1. Conceitos 1.1. O que é doença? Em suma: A planta está doente quando a habilidade dos tecidos de uma planta ou parte da planta (de realizar uma ou mais funções) se encontra alterada ou inibida por ação de microrganismos patogénicos ou fatores ambientais adversos 1. Conceitos 1.2. Como os agentes patogênicos causam doenças em plantas? a) Debilitando ou enfraquecendo o hospedeiro por absorção contínua de nutrientes da célula hospedeira para seu uso; b) Destruindo ou causando distúrbios no metabolismo da célula hospedeira através de toxinas, enzimas ou substâncias reguladoras de crescimento por eles secretados; 1. Conceitos 1.2. Como os agentes patogênicos causam doenças em plantas? c) Bloqueando o transporte de alimentos, nutrientes minerais e água através de tecidos condutores; d) Consumindo o conteúdo da célula dos hospedeiros mediante contato. 1. Conceitos 1.3. Classificação das doenças baseado no agente a) Doenças não infecciosas ou abióticas Causadas por fatores do meio no qual se encontra a planta. Fatores ambientais (temperatura, luz, nutrientes, pH, etc) e agentes químicos (poluição atmosférica, herbicidas, inseticidas, etc). 1. Conceitos 1.3. Classificação das doenças baseado no agente b) Doenças infecciosas ou bióticas: Causadas por agentes que possuem a capacidade de se multiplicar (fungos, bactérias) ou ser replicados pela planta hospedeira (vírus), gerando desta forma mais inóculo para novas infecções. 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro O desenvolvimento de doenças infecciosas é caracterizado pela ocorrência de uma série de eventos sucessivos e ordenados Todos estes eventos ocorrem de forma cíclica designado como Ciclo das Relações Patógeno- Hospedeiro. 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Atualmente, o conhecimento do Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro é utilizado como fundamento para o manejo correto das doenças infecciosas. 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Atualmente, o conhecimento do Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro é de fundamental importância para o correto manejo das doenças infecciosas. 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Eventos do Ciclo das Relações Patógeno- Hospedeiro: - Sobrevivência 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Eventos do Ciclo das Relações Patógeno- Hospedeiro: - Sobrevivência - Disseminação 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Eventos do Ciclo das Relações Patógeno- Hospedeiro: - Sobrevivência - Disseminação - Infecção 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Eventos do Ciclo das Relações Patógeno- Hospedeiro: - Sobrevivência - Disseminação - Infecção - Colonização 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Eventos do Ciclo das Relações Patógeno- Hospedeiro: - Sobrevivência - Disseminação - Infecção - Colonização - Reprodução 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Sobrevivência Disseminação Infecção 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Infecção 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Sobrevivência Disseminação Infecção Colonização Reprodução Planta doente 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Reprodução 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Reprodução 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Reprodução 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Reprodução 1. Conceitos 1.4. Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro Sobrevivência Disseminação Infecção Colonização Reprodução Ciclo primário Ciclo secundário Planta doente 1. Conceitos 1.5. Subprocessos do Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro 1.5.1. Sobrevivência - Estruturas especializadas (teliósporos, ascocarpos, oósporos, escleródios, clamidospóros) - Atividades saprofíticas - Plantas hospedeiras - Vetores 1. Conceitos 1.5. Subprocessos do Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro 1.5.2. Disseminação - Liberação (ativa ou passiva) - Dispersão - Deposição (sedimentação, impacto ou turbulência) 1. Conceitos 1.5. Subprocessos do Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro 1.5.3. Infecção - Pré-penetração - Penetração (aberturas naturais, ferimentos ou direta) Uredospo Tubo germinativo Apressório Uredospo Abertura natural Invasão bacteriana observada por microscópio confocal. (A) B. fragilis marcado com soro anti-B. fragilis (vermelho); (B) membranas marcadas com DiOC6(3) (verde); (C) a sobreposição das imagens mostrando a invasão bacteriana em células HEp-2 (laranja- vermelho). As imagens foram capturadas e analisadas pelo microscópio confocal laser (Aumento: 1.000 X). – Escala = 10 mm. 1. Conceitos 1.5. Subprocessos do Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro 1.5.3. Infecção - Pré-penetração - Penetração (aberturas naturais, ferimentos ou direta) - Estabelecimento das relações parasitórias 1. Conceitos 1.5. Subprocessos do Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro 1.5.4. Colonização - Intercelular - Intracelular 1. Conceitos 1.5. Subprocessos do Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro 1.5.4. Colonização - Intercelular - Intracelular 2. Epidemiologia É uma ciência de populações, onde os elementos importantes são: - População do hospedeiro - População do patógeno; - População de lesões 2. Epidemiologia 2.1. Definição “Epidemiologiaé o estudo de populações de patógenos em populações de hospedeiros e da doença resultante desta interação, sob a influência do ambiente e a interferência humana”. (Kranz, 1974) 2. Epidemiologia 2.2. Princípio básico É uma ciência de campo e o princípio básico é que a quantidade de doença é determinada pelo balanço entre dois processos opostos: - Infecção - Remoção 2. Epidemiologia 2.2. Princípio básico Ponto importante: A progressão ou não da doença depende da intensidade em que ocorrerá os processos de infecção x remoção 2. Epidemiologia 2.2. Princípio básico O balanço entre os processos antagônicos determinam a característica das doenças: a) Epidemia: aumento exagerado da incidência/severidade da doença em uma população de plantas b) Endemia: a doença está sempre presente e caracteriza-se por não estar em expansão 2. Epidemiologia 2.2. Princípio básico Na prática, cabe ao epidemiologista desenvolver armas e táticas mais adequadas ao controle da doença. Assim, para o manejo de doenças em plantas é necessário a coexistência de estratégia e estrategistas 2. Epidemiologia 2.3. Tipos de Patossistemas 2.3.1. Patossistema selvagem Doença Hospedeiro Patógeno Ambiente 2. Epidemiologia 2.3. Tipos de Patossistemas 2.3.2. Patossistema agrícola Homem Patógeno Ambiente Hospedeiro Doença 2. Epidemiologia 2.3. Tipos de Patossistemas 2.3.3. Patossistema agrícola Homem Patógeno Ambiente Hospedeiro Doença Vetor vetor 3. Grupos de Doenças Existem vários critérios para classificar as doenças. Porém, o mais utilizado é o proposto por McNew (1960) baseado nos processos fisiológicos vitais das plantas 3. Grupos de Doenças Em ordem cronológica, os processos fisiológicos podem ser resumidos em: Grupo I: doenças que destroem órgãos de armazenamento Grupo II: Doenças que causam danos em plântulas Grupo III: Doenças que danificam raízes Grupo IV: Doenças que atacam o sistema vascular Grupo V: Doenças que interferem na fotossíntese Grupo VI: Doenças que utilizam fotoassimilados 3. Grupos de Doenças Este sistema de classificação também permite a ordenação dos agentes causais segundo os graus - Agressividade - Parasitismo - Especificidade 3. Grupos de Doenças Grupo I: podridões órgãos reserva Grupo II: “damping-off” Grupo III: podridões de raízes e colo Grupo IV: doenças vasculares Grupo V: doenças foliares Grupo VI: carvões, galhas, viroses E v o lu ç ã o p a ra s itis m o A g re s s iv id a d e E s p e c ific id a d e 3. Grupos de Doenças 3.1. Grupo I São dividas em a) Podridões secas b) Podridões moles de origem fúngica c) Podridões moles de origem bacteriana 3. Grupos de Doenças 3.1. Grupo I Secas 3. Grupos de Doenças 3.1. Grupo I Moles fúngicas 3. Grupos de Doenças 3.1. Grupo I Moles bacterianas 3. Grupos de Doenças 3.2. Grupo II 3. Grupos de Doenças 3.3. Grupo III 3. Grupos de Doenças 3.4. Grupo IV Fungos 3. Grupos de Doenças 3.4. Grupo IV Bactérias 3. Grupos de Doenças 3.4. Grupo V 3. Grupos de Doenças 3.4. Grupo VI Carvões 3. Grupos de Doenças 3.4. Grupo VI Viroses 3. Grupos de Doenças 3.4. Grupo VI Galhas 4. Princípios de Whetzel 4. Princípios de Whetzel Homem Patógeno Ambiente Hospedeiro Doença Vetor 4. Princípios de Whetzel Propôs a sistematização dos métodos de controle e agrupou em cinco princípios biológicos gerais a) Exclusão: prevenção da entrada de um patógeno numa área ainda não infestada; b) Erradicação: eliminação do patógeno de uma área em que foi introduzido; c) Proteção: interposição de uma barreira protetora entre as partes sensíveis da planta e o inóculo do patógeno, antes de ocorrer a deposição; 4. Princípios de Whetzel Propôs a sistematização dos métodos de controle e agrupou em cinco princípios biológicos gerais d) Imunização: desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes ou ainda, desenvolvimento de uma população de plantas imunes ou altamente resistentes em uma área infestada com o patógeno; e) Terapia: visa restabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabelecera uma íntima relação parasítica. 4. Princípios de Whetzel Sobrevivência Disseminação Infecção Colonização Reprodução Ciclo primário Ciclo secundário Exclusão Proteção I m u n i z a ç ã o T e r a p i a 5. Proteção Contra Patógenos Os fungos são responsáveis por 65% das doenças que ocorrem em vegetais, seguidos pelas bactérias, vírus, nematóides, protozoários e espiroplasmas/fitoplasmas. Este fato explica a relação de produtos registrados no Brasil para proteção de plantas 5. Proteção Contra Patógenos Classes Número Número i.a. Número P.C. Fungicidas 58 124 438 Bactericidas 0 0 0 Nematicidas 5 9 27 Ativadores de plantas 1 1 1 Fungicidas microbiológicos 1 6 9 Nematicidas microbiológicos 1 4 4 5. Proteção Contra Patógenos 5.1. Classificações dos fungicidas Segundo o modo de ação, os fungicidas podem ser: - Preventivo - Curativo - Erradicante 5. Proteção Contra Patógenos 5.1. Classificações dos fungicidas 5. Proteção Contra Patógenos 5.1. Classificações dos fungicidas 5. Proteção Contra Patógenos 5.1. Classificações dos fungicidas Testemunha 4 ppm 16 ppm 63 ppm Não tratado Tratado 5.1. Classificações dos fungicidas Segundo o mecanismo de ação, os fungicidas podem ser: 5. Proteção Contra Patógenos 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas ** Disfunção geral da célula 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.1. Estrobilurinas São fungicidas inibidores de quinona e inibem a Fase III da respiração. Apresentam alta atividade contra a geminação dos esporos e também podem inibir o crescimento micelial dos fungos. 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.1. Estrobilurinas 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.2. Triazóis São fungicidas inibidores da biossíntese de ergosterol, substância importante para manutenção da integridade da membrana dos fungos. 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.2.Triazóis 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.2. Triazóis A ação tóxica é exercida sobre a germinação dos esporos, na formação do tubo germinativo e no apressório. Contudo a inibição é apenas parcial, de modo que ocorre penetração do patógenos nos tecidos tratados. 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.1. Triazóis 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.3. Carboxamidas São fungicidas inibidores da enzima succinata desidrogenada e atuam inibindo a Fase II da respiração dos fungos. Possuem ação sistêmica e também inibem a germinação dos esporos e o crescimento micelial dos fungos sensíveis. 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.4. Benzimidazóis São fungicidas que atuam no gene β- tubulina inibindo a multiplicação de células, mais especificamente a mitose. 5. Proteção Contra Patógenos Principais mecanismos ação fungicidas 5.4. Benzimidazóis
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