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Contabilidade para 
Iniciantes e Não Contadores 
 
Objetivos
Unidade II:
A contabilidade como um
instrumento de tomada de
decisão nas organizações
 e seus usuários
• Compreender como a contabilidade ajuda na tomada de decisões 
nas organizações;
• Conhecer os principais usuários da contabilidade e seus interesses;
• Diferenciar a contabilidade societária da contabilidade fiscal.
Univates EAD2
Unidade II
 Nesta unidade, você vai ver como a contabilidade fiscal e a contabilidade 
societária podem auxiliar na tomada de decisão nas organizações. Também 
serão identificados os principais usuários da contabilidade, que podem ser 
classificados em internos ou externos. 
 Ou seja, você vai identificar qual é o papel da contabilidade nas 
empresas e na sociedade e de que forma ela atende aos interesses de diferentes 
grupos. Além disso, você vai descobrir que há uma grande quantidade de 
pessoas e organizações que usam as informações contábeis no dia a dia.
A contabilidade como instrumento de 
tomada de decisão
 Dentro de uma empresa, os administradores estão constantemente 
tomando decisões importantes e, muitas vezes, vitais para o sucesso, a partir de 
questionamentos como os exemplificados a seguir:
• Teremos disponibilidade financeira para atender aos compromissos?
• Vamos comprar ou alugar um veículo?
• Vamos contrair uma dívida? A curto ou longo prazo?
• Quanto material para os estoques deveremos comprar?
 Para embasar a tomada de decisões, são necessários subsídios, como dados 
e informações corretas. Nesse sentido, a contabilidade pode se tornar uma fonte 
de auxílio para o controle da empresa, guiando o gestor na tomada de decisão. 
Os subsídios provenientes da contabilidade podem melhorar o desempenho da 
empresa, aperfeiçoando os processos de controle de gastos, de planejamento de 
vendas e de aumento da rentabilidade. 
 Nesse sentido, “a Contabilidade está para a empresa - seja de grande ou pe-
queno porte - na mesma importância com que o plano de vôo está para um piloto” 
(SCHNORR et al., 2008, p. 28). Assim como o piloto não consegue pilotar uma 
aeronave, seja qual for seu tamanho, sem ter determinado um plano de voo, uma 
empresa não é capaz de gerenciar o seu patrimônio sem realizar a contabilidade. 
Com esse exemplo, fica claro que a contabilidade é fundamental em qualquer em-
presa, seja para fornecer informações que auxiliem a traçar estratégias, avaliar o 
cumprimento das metas, analisar o resultado esperado ou simplesmente atender 
ao que determina a Lei. 
Univates EAD 3Univates EAD
Contabilidade para Iniciantes e Não Contadores 
Lembre-se
 Na Unidade 1, vimos que o art. 1.179 do Código Civil, Lei n.º 10.406/2002, prevê 
que todas as empresas devem possuir um sistema de contabilidade.
 Dessa forma, as principais funções da contabilidade são controlar o proces-
so, elaborar as demonstrações e fornecer instrumentos que auxiliem no processo 
de tomada de decisão. Porém, nos casos em que a contabilidade não é utilizada 
para a geração de informações que subsidiam a tomada de decisão, deve, pelo 
menos, respeitar os requisitos legais mínimos, isto é, cumprir o que determina a 
legislação do Imposto de Renda, Decreto n.º 3.000/1999. A seguir, vamos entender 
melhor como funciona cada tipo de contabilidade.
Contabilidade fiscal ou tributária
 A contabilidade fiscal ou tributária é uma das subáreas da contabilidade que 
compreende a gestão de tributos gerados por uma empresa ou organização, envol-
vendo todos os procedimentos necessários para apurá-los. Com base na contabi-
lidade, podem ser identificados o total de tributos a serem pagos e o impacto que 
eles têm no resultado (lucro ou prejuízo) da organização. 
 Veja os principais exemplos de tributos municipais, estaduais e nacionais:
Fonte: Univates (2018).
Univates EAD4
Unidade II
 Na Unidade 1, quando falamos que todas as empresas devem ter uma conta-
bilidade, estávamos nos referindo à contabilidade fiscal. Seja qual for o porte e o 
segmento de uma entidade, todas têm em comum a necessidade de definir uma 
modalidade de tributação (Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional) e, 
a partir disso, identificar quais são os tributos a serem pagos e o valor de cada um.
Para saber mais
O Lucro Real diz respeito ao lucro que uma empresa realmente teve em determi-
nado período sobre o qual é calculado o Imposto de Renda. Para saber mais so-
bre a regra, consulte a Lei n.º 9.430/1996. Já o Lucro Presumido calcula o Imposto de 
Renda com base em um cálculo determinado pela Receita Federal, conforme consta 
no art. 15, §1°, da Lei n.º 9.249/1995. O Simples Nacional, por sua vez, foi estudado na 
Unidade 1 deste componente curricular, portanto, para saber mais, retome o material 
didático e a Lei complementar n.º 123.
 É importante que o contador e também os gestores da empresa tenham 
conhecimento suficiente sobre tributos e regulamentos, para que possam tomar 
as melhores decisões, realizando um planejamento fiscal que permita à entidade 
pagar o menor valor possível de tributos. Isso não significa um estímulo à 
sonegação, mas sim um bom planejamento tributário, que permite a manutenção 
da organização.
 A contabilidade fornece as informações necessárias à apuração dos tributos, 
sejam eles incidentes sobre vendas, como o Imposto sobre Circulação de Merca-
dorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), ou 
sobre o lucro, como o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Vale ressaltar que o não pagamento de um 
tributo ou o pagamento do valor incorreto - ou seja, tanto o cálculo quanto os va-
lores de receita e lucro devem estar corretos - tem como consequência a cobrança 
de multas por parte dos governos. 
Contabilidade societária
 A contabilidade societária tem um enfoque diferente da contabilidade fiscal. 
Enquanto a contabilidade fiscal reúne as informações sobre tributos a serem pagos, 
a contabilidade societária busca identificar e organizar as informações importantes 
para o controle da empresa e para o seu processo de tomada de decisão.
Univates EAD 5Univates EAD
Contabilidade para Iniciantes e Não Contadores 
Fonte: Univates (2018).
 Pode ser considerada uma evolução da contabilidade, porque não fica 
restrita ao levantamento das informações para o cálculo e recolhimento dos 
tributos. Vamos fazer uma comparação com nossa vida pessoal: provavelmente 
você tem alguma fonte de renda, seja em função do seu trabalho ou da ajuda de 
algum familiar. E é claro que você também deve ter contas a pagar, como boletos 
de compras de roupas, o almoço no restaurante, a prestação da moto etc. Para fazer 
isso, você precisa, pelos menos, saber quanto recebe em um período (digamos um 
mês), o que precisa pagar e em que data deve realizar esse pagamento. Esses são 
os controles mínimos que você precisa ter, caso contrário, vai acabar deixando de 
pagar algo, o que pode lhe causar problemas no futuro. 
 Nas empresas, a contabilidade fiscal tem uma função semelhante, ou seja, 
ela proporciona um mínimo de controle para que a empresa identifique o valor 
dos seus tributos e os pague obrigatoriamente. 
 Agora, suponha que você goste de controlar todos os seus gastos e faça isso 
de forma bastante organizada, por meio de um caderno ou planilha em que anota 
tudo o que recebe (salário, horas extras, ajuda dos pais, presentes em dinheiro etc.) 
e tudo o que gasta (alimentação, roupas, calçados, estudo, passeios etc). Suponha, 
também, que, todos os meses, você analise o que recebeu e o que gastou, planeje 
suas compras e consiga fazer uma poupança para algum possível imprevisto. Por 
fim, imagine que você queira comprar uma moto, mas analisando seus gastos, vê 
que a prestação mensal seria muito alta, e, por isso, constata que é melhor poupar 
por maisum tempo para poder dar uma entrada maior. 
 Ter esses controles proporciona a você informações sobre seus gastos, per-
Univates EAD6
Unidade II
mite fazer um planejamento, lhe fornece subsídios para tomar melhores decisões. 
Nas empresas, o papel da contabilidade societária também é esse, pois ela auxilia 
os gestores ou proprietários a planejar melhor a forma de administrar a empresa.
 A contabilidade societária ajuda a alimentar planilhas e relatórios que 
fornecem informações para comparar, por exemplo, se o valor das vendas está 
aumentando ou diminuindo ao longo do tempo, ou se algum custo ou despesa vem 
aumentando nos últimos meses. Auxilia, também, na elaboração do orçamento 
(que é a previsão do valor das vendas, custos e despesas futuras – geralmente um 
ano), na identificação do ponto de equilíbrio (quanto a empresa precisa vender 
para conseguir pagar suas contas) e na definição do preço de venda, entre outras 
funções.
 Veja, a seguir, um resumo das características dos dois tipos de contabilidade 
estudados:
 É importante lembrar que as informações geradas pela contabilidade nas 
empresas são de natureza econômica e estão relacionadas ao confronto entre as 
receitas e despesas, ou seja, entre a atividade de vendas (serviços ou materiais) e os 
gastos necessários para que estas vendas ocorram. 
Lembre-se
Na Unidade 1, estudamos as demonstrações financeiras, que geram informações 
sobre o patrimônio e as receitas e despesas das organizações. As principais 
demonstrações econômicas são o Balanço Patrimonial, que mostra todos os bens, 
direitos e obrigações da empresa, e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), 
que evidencia se houve lucro ou prejuízo.
 A situação econômica de uma empresa é apurada pelo regime de 
competência, por meio do qual se registram as transações. Segundo esse princípio, 
deve-se considerar sempre os fatos contábeis ocorridos durante determinado 
período, para fins de apuração do resultado. Dessa forma, os fatos são contabilizados 
no período em que ocorrem, independentemente de quando se realiza o efetivo 
pagamento de despesas ou recebimento de receitas.
Univates EAD 7Univates EAD
Contabilidade para Iniciantes e Não Contadores 
 Por exemplo, em uma empresa, o pagamento do salário aos empregados 
ocorre no 5º dia útil do mês, porém esse salário não se refere ao mês em que os 
empregados recebem-no, e sim ao período anterior. Em torno do dia 5 de abril, 
por exemplo, eles recebem o salário de março. Como os registros contábeis são 
realizados pelo regime de competência, o valor desse salário é registrado como 
custo no mês de março (quando o trabalhador desempenhou suas atividades) e 
não no momento do pagamento. 
 No entanto, só faz sentido gerar uma informação se ela for útil para alguém. 
Na sequência, vamos ver quem utiliza as informações da contabilidade.
Os usuários da contabilidade
 Antes de iniciarmos este capítulo, convidamos você a pensar nas seguintes 
questões: por quem a contabilidade é utilizada? Somente pelas empresas? Será que 
uma dona de casa, um estudante e um profissional autônomo também a utilizam? 
 Qualquer pessoa, organização ou órgão que necessita da informação 
contábil pode ser considerado usuário da contabilidade (ou stakeholder, que, em 
tradução livre do inglês, significa “parte interessada”). O proprietário de uma 
empresa, por exemplo, precisa controlar o seu patrimônio, que, como vimos na 
Unidade 1, é o objetivo da contabilidade. O governo, por sua vez, usa as informações 
contábeis para identificar se os tributos estão sendo recolhidos adequadamente. 
Ou seja, todos aqueles que precisam, por alguma razão, dos dados fornecidos pela 
contabilidade são considerados usuários, cada um com seus interesses específicos. 
 Os interessados na contabilidade podem ser divididos em dois grupos 
principais: os usuários internos e externos. Os usuários internos são aqueles que 
atuam dentro da empresa e precisam tomar decisões relativas à administração, 
como, por exemplo: acompanhamento dos custos, despesas e vendas; definição do 
preço; análise da viabilidade de novos investimentos etc. Já os usuários externos 
possuem interesse nas demonstrações financeiras, mas com outras finalidades: os 
governos necessitam saber o valor dos tributos, os investidores querem acompanhar 
os lucros, e a sociedade como um todo deseja saber como a empresa contribui para 
a geração de riquezas.
 A seguir, vamos identificar com maior profundidade os interesses de cada 
um desses grupos.
Univates EAD8
Unidade II
Usuários internos
 São todos aqueles que atuam dentro da organização e cujo interesse está 
vinculado principalmente aos controles internos, isto é, avaliam a necessidade 
de aumento ou diminuição de investimentos e monitoram custos a partir das 
informações contábeis. Além disso, analisam a situação financeira/patrimonial e 
sua evolução, projetam resultados e situações futuras e avaliam necessidades de 
capital ou financiamentos. 
 Observe os principais grupos de usuários internos das informações geradas 
pela contabilidade:
Fonte: Adaptado pela Univates, com base em Mind (2018).
 O grupo dos usuários internos da contabilidade engloba os gestores ou 
responsáveis por diferentes setores e também a administração da empresa. As 
informações, para cada um desses grupos, são diferentes, uma vez que cada um 
deles tem interesses específicos. Enquanto a alta administração se preocupa com 
questões gerais da empresa, os gestores de áreas específicas buscam informações 
na contabilidade para controlar a execução das atividades no dia a dia. Veja:
• Alta administração: a alta administração da empresa é responsável por 
definir o planejamento e as metas da empresa (metas de venda, regiões a 
Univates EAD 9Univates EAD
Contabilidade para Iniciantes e Não Contadores 
serem atendidas, política de preços etc.). Por isso, necessita de informações 
relacionadas à empresa como um todo. A administração, por exemplo, pode 
avaliar se vale a pena construir um prédio próprio ou se é melhor continuar 
alugando; se a abertura de uma nova filial tem possibilidade de gerar lucro 
ou não; se determinado produto ou serviço deve deixar de ser oferecido aos 
clientes porque a demanda diminuiu etc.
• Gestor comercial (ou a área de vendas): acompanha as vendas diárias ou 
semanais para verificar se os vendedores estão atingindo as metas, para iden-
tificar o valor da comissão de cada um e se determinado tipo de campanha de 
marketing trouxe mais clientes para a empresa, entre outras atividades.
• Gestor administrativo: utiliza as informações contábeis para controlar as con-
tas a pagar e a receber. Por exemplo, para programar as questões financeiras, é 
preciso saber qual é o valor que precisa ser pago e qual é o prazo. Identificado o 
valor a pagar, o gestor verifica quanto dinheiro há no caixa da empresa e quan-
to dinheiro há para ser recebido. Com isso, é possível identificar se existem 
recursos suficientes no caixa da empresa para realizar o pagamento no prazo 
estipulado.
• Gestores de compras e de produção: seguem na mesma linha. Precisam de 
informações sobre os estoques para planejar a compra de matéria-prima e 
equipamentos e avaliar se o custo está dentro do aceitável, bem como programar 
a produção, assegurar o cumprimento das metas de produção dentro dos 
padrões estabelecidos pela empresa.
 Além desses, outros funcionários podem ser usuários internos da 
contabilidade, seja para realizar suas tarefas diárias ou para acompanhar a situação 
financeira da empresa, com o intuito de saberem se seus empregos estão seguros 
ou se será necessário um corte de gastos devido à situação financeira da empresa. 
Usuários externos
 São todos aqueles que atuam de forma externa à organização. O interesse 
desses usuários está vinculado ao desempenho, principalmente em relaçãoao 
resultado e à situação da empresa como um todo. Utilizam as informações da 
contabilidade com o objetivo de decidir se continuam como sócios ou investidores 
da empresa, para liberar valores relativos a empréstimos ou financiamentos, para 
avaliar a capacidade de pagamento em relação às compras realizadas, para verificar 
se o valor dos tributos está correto e se estão sendo recolhidos adequadamente, para 
se certificar de que a empresa tem condições de fornecer determinado produto ou 
prestar determinado serviço etc. 
Univates EAD10
Unidade II
 Geralmente, os usuários externos não têm acesso direto às informações 
contábeis. Algum usuário interno (normalmente o contador ou gestor) prepara a 
informação contábil de acordo com a necessidade do usuário externo, extraindo 
as informações mais relevantes para cada contexto. 
 Confira quais são os principais grupos de usuários externos das informações 
geradas pela contabilidade:
Fonte: Adaptado pela Univates, com base em Mind (2018).
 O grupo dos usuários externos é mais diversificado, pois envolve investidores, 
outros trabalhadores, instituições financeiras, fornecedores, clientes, governo e 
público em geral.
• Investidores: os investidores são pessoas que injetaram o seu capital na empresa 
e utilizam as informações contábeis (principalmente as das demonstrações 
financeiras) para avaliar quanto estão obtendo de retorno pelo capital investido. 
Essas informações são importantes para que o investidor analise se deve manter 
o seu investimento ou se deve retirá-lo em virtude de o retorno não estar sendo 
satisfatório.
• Outros: são todos aqueles que podem ter interesse nas informações contábeis 
em função da sua relação de trabalho com a organização. Nesta categoria estão 
Univates EAD 11Univates EAD
Contabilidade para Iniciantes e Não Contadores 
os funcionários, os sindicatos e os trabalhadores terceirizados (autônomos), 
que utilizam as informações contábeis principalmente para defender seus 
interesses. Um funcionário de uma empresa, por exemplo, pode usar como 
argumento para solicitar um aumento de salário o fato de que a empresa tem 
aumentado seu volume de vendas e que ele tem contribuído para isso. De forma 
semelhante, os sindicatos podem defender aumentos de salário em função do 
aumento dos lucros da empresa.
• Credores: os credores, representados principalmente pelas instituições 
financeiras (bancos), necessitam das demonstrações financeiras para avaliar a 
capacidade de pagamento da organização. Com base no volume de vendas e de 
lucro, os bancos definem o valor que pode ser liberado, a taxa de juros e se há 
ou não a necessidade de que a organização ofereça garantias (como imóveis) 
em troca dos empréstimos e financiamentos. 
• Fornecedores: os fornecedores têm necessidades de informação contábil 
semelhante à dos credores, pois, de certa forma, também podem ser considerados 
credores. Ao realizar uma negociação com a organização, seja entregando 
máquinas, equipamentos, matéria-prima etc. ou realizando prestação de 
serviços, os fornecedores passam a ter o direito de receber recursos financeiros 
como contrapartida desse fornecimento de materiais ou serviços. Nesse sentido, 
os fornecedores precisam ter indicativos de que receberão esses recursos.
• Clientes: para os clientes, a informação contábil é importante principalmente 
quando há relacionamentos de longo prazo. Clientes recebem produtos, 
mercadorias e serviços das organizações e os utilizam para consumo ou 
como integrante do processo produtivo de suas empresas. Na indústria 
automobilística, por exemplo, isso fica mais claro. Pense em uma montadora 
de veículos que é cliente das empresas que fornecem os componentes e peças e, 
por isso, precisa ter a garantia de que receberá seus pedidos no prazo e com a 
qualidade solicitada. As informações constantes nas demonstrações financeiras 
não podem garantir isso; porém, se houver indicativos de que a situação 
financeira da empresa não vai bem, podem ocorrer problemas também na 
entrega dos componentes e peças. Assim, o cliente (neste caso, a montadora) 
analisa as informações contábeis para acompanhar o desempenho da empresa 
e saber se pode efetuar as compras ou aquisição do serviço.
• Governo: o interesse dos governos (municipal, estadual ou federal) decorre da 
necessidade de arrecadação de tributos, que são sua fonte de financiamento. 
Mensalmente, as empresas enviam arquivos eletrônicos aos governos com 
informações de compras, vendas, remuneração de funcionários, movimentação 
de produtos e mercadorias etc. Esses arquivos são gerados a partir das 
informações contábeis e utilizados para a realização de auditorias fiscais, que 
Univates EAD12
Unidade II
buscam identificar possíveis fraudes relacionadas à sonegação de impostos e 
verificam, ainda, se o cálculo referente aos impostos devidos está correto. 
• Público: a sociedade como um todo também pode utilizar informações 
contábeis. Quando um cidadão acessa o site da prefeitura do seu município 
ou estado para analisar os gastos de determinado período ou de determinada 
natureza está acessando a contabilidade. Da mesma forma, quando um cliente 
ou simpatizante de determinada marca recebe informações do balanço social 
(em que a organização divulga as ações desenvolvidas em favor da sociedade), 
está, automaticamente, recebendo informações contábeis.
 É importante que as empresas saibam a quais interessados as demonstrações 
financeiras se destinam, para estarem atentas às exigências de cada um desses grupos. 
Por exemplo, as companhias de capital aberto devem elaborar suas demonstrações 
financeiras de acordo com as exigências da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM). Já os bancos e instituições financeiras costumam solicitar informações 
específicas, relacionadas a vendas e projeções orçamentárias. Os governos, por sua 
vez, definem o layout (formato) das informações a serem enviadas. 
 Nesta unidade, você viu como a contabilidade pode ser utilizada nas 
organizações (seja para tomada de decisões ou para cumprir as exigências 
fiscais) e quem são os usuários das informações contábeis. Vimos também 
que esses usuários utilizam as informações contábeis com finalidades 
distintas.
Atividade
 Agora que você já sabe mais sobre a função da contabilidade nas organ-
izações, a diferença entre contabilidade fiscal e contabilidade societária, e os 
usuários internos e externos da contabilidade, acesse o Ambiente Virtual e realize 
a atividade proposta.
Univates EAD 13Univates EAD
Contabilidade para Iniciantes e Não Contadores 
Referências
BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a tributação, 
fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos 
de qualquer natureza. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/d3000.htm>. Acesso em: 05 abr. 2018.
MIND Map ênfases e usuários da Contabilidade. 2018. Disponível em: <http://
www.odaircontador.cnt.br/2016/03/mind-map-enfases-da-contabilidade.html>. 
Acesso em: 11 fev. 2018.
SCHNORR, Paulo W. (Coord.) et al. Escrituração contábil simplificada para 
micro e pequena empresa, 2008. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 
2008. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/
uploads/2013/01/Livro_Escrituracao_contabil.pdf>. Acesso em 26 mar. 2018.

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