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Relatório ESGOTO

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Autor: Fernanda Ellen de O. Gonçalves
Hellen Santos de Araújo
Lucas de Sousa Passos
Lucas Ilcley F. dos Santos 
Monthanna Borba Bueno
Pró-Reitoria Acadêmica 
Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente
Curso de Engenharia Civil 
Saneamento Básico
Brasília - DF
2018
Análise de Efluentes
INTRODUÇÃO
A água proveniente do banho, limpeza de roupas, louças ou descarga do vaso sanitário é denominada de esgoto. Há distintas denominações dependendo do uso, os resíduos provenientes das residências formam os esgotos domésticos, os formados no processo de fábricas recebem o nome de esgotos industriais e as águas das chuvas são denominadas pluviais e não podem ser lançadas na rede de esgoto.
A ausência de tratamento dos esgotos e condições adequadas de saneamento podem contribuir para a contaminação da água, do solo e o aumento da proliferação de inúmeras doenças parasitárias e infecciosas além da degradação dos corpos receptores.
De acordo com a resolução 430/2011 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta resolução e em outras normas aplicáveis. Sendo uma das exigências que o lançamento de efluentes não poderá alterar a classificação do corpos receptores, exceto na zona de mistura.
Considerando a importância do tratamento adequado do esgoto, o presente relatório apresenta a análise do esgoto bruto coletado na saída do Areal no Bloco O da Universidade Católica de Brasília (UCB). A análise foi realizada no laboratório do Bloco I da UCB, no qual foram realizados os seguintes ensaios: Sólidos Dissolvidos, Turbidez, pH, Demanda Química de Oxigênio e Cone Imhoff.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para que seja possível o lançamento do esgoto coletado em um manancial de Classe II, as seguintes análises foram realizadas: Sólidos Dissolvidos, Turbidez, pH, Demanda Química de Oxigênio e Cone Imhoff.
2.1 SÓLIDOS DISSOLVIDOS 
A presença de sólidos no esgoto é relativa aos parâmetros físicos, os sólidos presentes no esgoto podem estar distribuídos como sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos. Sólidos em suspensão são aquelas partículas que ficam retidas nos processos de filtração. Sólidos dissolvidos são constituídos por partículas de diâmetro muito pequeno e que permanecem em solução mesmo após a filtração. 
A entrada de sólidos no esgoto ocorre através de ações antrópicas ou de forma natural. Esse parâmetro também está associado com a cor do esgoto, pois esses sólidos são matéria orgânica, e se tem matéria provavelmente haverá uma concentração maior de cor.
Para a realização desse ensaio utilizou-se os seguintes materiais e equipamentos:
80 ml da amostra homogeneizada;
Becker;
Aparelho Condutivímetro;
Água destilada;
Para realização deste ensaio foi necessário lavar, com água destilada, o eletrodo do condutivímetro (Figura 1) e depois inseri-lo no Becker contendo a amostra homogeneizada de 80 ml e fazer a leitura do resultado no equipamento (Figura 2). Esse ensaio determinou a quantidade de sólidos dissolvidos totais em mg/L.
Figura 1– Lavagem do eletrodo do condutivímetro com água destilada
Fonte: Elaborada pelo próprio autor (2018)
Figura 2– Condutivímetro na amostra e leitura do resultado 
Fonte: Elaborada pelo próprio autor (2018)
2.2 TURBIDEZ
A turbidez pode ser definida como uma medida da interferência da passagem da luz através do líquido e ocorre devido à presença de materiais sólidos em suspensão. Pode ser provocada também pela presença de algas, matéria orgânica e muitas outras substâncias como o ferro, manganês e areia, resultantes do processo natural de erosão ou de despejos domésticos e industriais. 
Para a realização desse ensaio utilizou-se os seguintes materiais e equipamentos:
10 ml de amostra homogeneizada;
Cubeta;
Aparelho Turbidímetro;
Realizou-se a colocação da amostra de 10 ml dentro da cubeta do aparelho turbidímetro, a cubeta foi limpa de modo que ficou livre de manchas e depois colocada no aparelho onde a leitura foi realizada (Figura 3). Através deste ensaio obteve-se o valor de turbidez em U.T. (Unidade de Turbidez).
Figura 3– Resultado do valor de turbidez 
Fonte: Elaborada pelo próprio autor (2018)
2.3 pH
O pH (potencial hidrogêniônico) representa a intensidade das condições ácidas ou alcalinas do líquido, variando de 0 a 14 (inferior a 7: condições ácidas; superior a 7: condições alcalinas). O intervalo de pH para esgoto é estabelecido pela Resolução 430/2011 do CONAMA entre 5 e 9. 
Para a realização desse ensaio utilizou-se os seguintes materiais e equipamentos:
80 ml da amostra homogeneizada;
Becker;
Aparelho pHmetro;
Água destilada;
Depois de realizar a lavagem do eletrodo do pHmetro com água destilada e secá-lo (Figura 4), o eletrodo foi inserido na amostra contida no Becker e realizada a leitura do valor do pH (Figura 5).
Figura 4– Preparação da amostra 
Fonte: Elaborada pelo próprio autor (2018)
Figura 5– Colocação do eletrodo do pHmetro na amostra e leitura do resultado
Fonte: Elaborada pelo próprio autor (2018)
2.4 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO)
A cor da água é produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de origem orgânica ou mineral. 
Para a realização do ensaio na cubeta de referência foi adicionado ácidos para a retirada da matéria orgânica e para finalizar a degradação de toda a matéria orgânica foi levada para estufa com temperatura de 150° C por duas horas, assim atingindo a cor laranja, enquanto a cubeta com a amostra tem cor esverdeada (Figura 6).
No ensaio realizado obteve-se a Demanda Química de Oxigênio (DQO) porém a Resolução 430/2011 estabelece como parâmetro a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) que é determinada como 60% da DQO obtida.
Para a realização desse ensaio utilizou-se os seguintes materiais e equipamentos:
10 ml da amostra homogeneizada;
Cubeta;
Aparelho Espectrofotômetro;
10 ml de água destilada;
Separou-se 10 ml da amostra, as duas cubetas, de referência e com a amostra foram transferidas para a cubeta do espectrofotômetro, primeiro a cubeta referência foi inserida no aparelho e depois a que contém a amostra, o espectrofotômetro irá comparar as duas e determinar o valor em Pt-Co (Figura 7).
Figura 6– Cubeta de referência e com amostra 
Fonte: Elaborada pelo próprio autor (2018)
Figura 7– Resultado do DQO da amostra 
Fonte: Elaborada pelo próprio autor (2018)
2.5 CONE IMHOFF 
O cone Imhoff simula um decantador de uma estação de tratamento de esgoto, tendo formato circular e cônico.
O ensaio com o cone foi realizado para medir a quantidade em volume de sólidos sedimentáveis contida em um litro de efluente, por período de tempo determinado, controlando-se a temperatura da amostra.
Para a realização desse ensaio utilizou-se os seguintes materiais e equipamentos:
1000 ml da amostra homogeneizada;
Cone Imhoff;
Colocou-se a amostra homogeneizada no cone Imhoff e aguardou-se a decantação de no mínimo uma hora (Figura 8), posteriormente realizou-se a leitura do volume de sólidos sedimentares em ml/L.
Figura 8– Cone Imhoff com amostra decantada 
Fonte: Elaborada pelo próprio autor (2018)
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos nos ensaio e as determinações dos parâmetros estabelecidos pelas Resoluções 357/2005 e 430/2011 do CONAMA estão apresentados na tabela 1.
Tabela 1 – Resultados obtidos e estabelecidos
	Parâmetro
	Resultados Obtidos
	Resultados Estabelecidos
	Sólidos Dissolvidos
	475 mg/L
	500 mg/L
	Turbidez
	377 NTU
	 Até 100NTU 
	Ph
DQO
DBO
Cone Imhoff
	8,5
562 mg/L
337,20 mg/L
6,5 ml/L
	5 – 9
-
Até 10 mg/L
1 ml/L
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2018)
De acordo com os resultado obtidos os sólidos dissolvidos se enquadra na determinação da Resolução 357/2005 do CONAMA para corpo receptor de Classe II, já a turbidez não atendea determinação da Resolução 357/2005 do CONAMA para corpo receptor de Classe II, o Ph atende a determinação da Resolução 430/2011 do CONAMA no lançamento de efluentes diretamente no corpo receptor, porém o DBO e o volume de sólidos sedimentáveis de acordo com o cone Imhoff não atendem essa resolução.
PARECER
Após a análise dos resultados obtidos, não é indicado o lançamento do efluente coletado diretamente no corpo receptor de Classe II, pois irá alterar sua classificação, já que possui parâmetro fora das determinações das Resoluções 357/2005 e 430/2011 do CONAMA, sendo assim necessário o tratamento prévio do efluente, para não acarretar problemas futuros, como o assoreamento do corpo receptor devido ao resultado do ensaio de cone Imhoff, e a inviabilidade de vidas aquática devido ao resultado obtido da DBO.
REFERÊNCIAS
O QUE é Esgoto ?. 2018. Disponível em: <http://www.saaec.com.br/esgoto/o-que-e-esgoto/>. Acesso em: 09 jun. 2018.
A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~bdta/esgoto/importancia.html>. Acesso em: 09 jun. 2018.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>. Acesso em: 09 jun. 2018.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 18 de março de 2005. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf
>. Acesso em: 09 jun. 2018.
ANA, Agência Nacional de Águas. INDICADORES DE QUALIDADE - ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS (IQA). 2018. Disponível em: <http://portalpnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx>. Acesso em: 09 jun. 2018.

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