Prévia do material em texto
Civil para AV3 1) Obrigação de dar coisa incerta 2) Pagamento -quem deve pagar -terceiro interessado -quem deve receber -tempo lugar -objeto -prova do pagamento 3) pagamento em consignação 4) Obrigação solidária Condições adicionais 5) obrigação de fazer 6) Questões comentadas 1) Obrigação de Dar Definição Jurídica: Ato da entrega, transferência ou restituição da coisa. Espécies: certa, incerta, pagar quantia certa ou obrigação pecuniária Obrigação de dar coisa incerta A) Objeto: Coisa especificada apenas pelo gênero e quantidade. B) Ato de Concentração ou Escolha: Por princípio, o Código Civil assume que o ato de concentração cai sobre o devedor e este não poderá dar coisa pior, mas também não está obrigado a prestar a melhor. C) Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa incerta: Independe da culpa do devedor (mesmo que por força maior). Gênero nunca perece (Genus Nunquam Perit). Gênero limitado = Somente perderá a obrigação quando se tratar de gênero limitado no qual se extingue toda a espécie. 2) Pagamento É o principal modo de extinção da obrigação. Direto Devedor, ou alguém por ele, cumpre a obrigação de forma voluntária para o credor, ou alguém por ele. Estrito cumprimento com o objeto estabelecido, dentro do tempo estabelecido e lugar estabelecido. Indireto 1- pagamento em consignação forçar ao credor receber. Fato do credor não querer receber não extingue a dívida. 2- Outro exemplo é a dação do pagamento quando o credor aceita que o devedor dê fim à relação de obrigação existente entre eles pela substituição do objeto da prestação, ou seja, o devedor realiza o pagamento na forma de algo que não estava originalmente na obrigação. Quem paga é o Devedor ou Terceiro que é quem paga, uma obrigação do devedor, com seu próprio patrimônio. Definição de Terceiro Interessado: é aquele que mesmo não sendo parte, vincula- se à obrigação, e pode ter seu patrimônio afetado caso a dívida, pela qual também se obrigou, não seja paga. Quando o terceiro interessado paga a dívida, ele se sub- roga nas garantias e nos privilégios do subordinado. Temos como exemplos de terceiro interessado o fiador e o avalista. Definição de Terceiro NÃO Interessado: não se vincula juridicamente à obrigação, possuindo apenas um interesse metajurídico. Quando o terceiro não interessado paga a dívida em seu próprio nome, ele tem o direito de exigir o reembolso do que pagou, mas quando ele paga em nome do devedor não possui o mesmo direito. Quem pode receber? (Art. 308 do CC) “O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.” o Ao credor incapaz (Art. 310 do CC) O incapaz não emite recibo. Incapacidade etária, pródigo, alcoólatra, toxicômano. o Ao credor putativo (Art. 309 do CC) Teoria da aparência. Ex: Uniforme. Posição do credor Ex: Pessoa atrás do caixa. o Ao portador da quitação (Art. 311 do CC) quem devolve a nota promissória ou título de crédito. Prova do Pagamento (Art. 320 do CC) “A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.” Lugar do pagamento Em regra é o domicílio do devedor e aceita exceções. Se houver mais de um lugar cabe ao credor escolher Tempo do pagamento (Art. 331 do CC) “Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.” 3) Formas Especiais do Pagamento - Pagamento em consignação Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Quais são os 3 requisitos de validade para que a consignação tenha força de pagamento? 1) Partes; 2) Objetos; 3) Modo de pagar. O 3° Interessado pode pagar em consignação? Sim, também pode entrar com ação e pagar. O que acontece se a obrigação for em dinheiro e estiver atrasada e fizer consignação? Deve pagar com correção do dinheiro atrasado. Como é feita a consignação extrajudicial? Feita somente em dinheiro no banco. Quando considera consignação extrajudicial? Quando ocorrer omissão no prazo de 10 dias ou aceitação do credor. - Pagamento com sub-rogação O pagamento por consignação é o depósito judicial ou "bancário" (extrajudicial) feito em pagamento de uma dívida. Hipóteses de sub-rogação legal: I- Em favor do credor que paga a dívida do devedor; II- Em favor do adquirente do imóvel hipotecário ou terceiro que paga o débito para não ser privado de direito sobre o imóvel. III- Em favor do terceiro interessado que paga a dívida pela qual poderia ser demandado. Hipóteses de sub-rogação convencional: I- É um acordo feito com o credor onde ele recebe e transfere os direitos. II- Empréstimos feito ao devedor que especifica a condição de sub-rogado. Quais os efeitos da sub-rogação? Transfere ao credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do credor primitivo. E não pode haver especulação econômica na sub-rogação legal. *Sub-rogação= Substituir, tomar o lugar do outro. Ex: fiador. Remição= É a forma de extinção da obrigação (libertação, quitação). Remissão= Perdão 4) Obrigações Solidárias Definição: Há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor ou mais de um devedor, cada um com direito ou obrigado à dívida toda. Solidariedade não se presume. . Complexidade: Art. 266, CC “A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.” 4) Espécies: Solidariedade Ativa = Pluralidade só de Credores Solidariedade Passiva = Pluralidade só de Devedores Solidariedade Mista = Sem regra específica. 5) Obrigação Solidária Ativa (Art. 267, CC) *Tende a cair em desuso. Risco de prejuízo notório. *Ex: Conta Conjunta* Pluralidade de credores; 6) Obrigação Solidária Passiva (Art. 275, CC) *A mais usada. * a. Pluralidade de devedores. b. Para exigir o cumprimento da obrigação pode i. Cobrar um, alguns ou todos os devedores. ii. Cobrar todo o crédito ou parte dele. c. Renúncia da solidariedade do devedor não pode ser presumida, a solidariedade se extingue, porém, a dívida não. i. A cobrança de um devedor não implica em renúncia da solidariedade. Ex: 3Devedores, Dívida 30mil, Pago 10mi ii. Possibilidade: Art. 282 CC *Remissão do credor a um devedor a dívida mantem intacta. * d. Pagamento para a extinção parcial ou total. e. Pagamento da dívida realizado por um devedor (Art. 283, CC) poderá cobrar dos outros devedores a parte que lhe cabem. Se um deles é insolvente, a parte da dívida do insolvente será dividida entre os devedores. Ex: Devedor 1 paga tudo. Devedor 2 é insolvente e deve 2mil. Devedor 3 terá que pagar sua parte que lhe cabe para A e a parcela do insolvente (divido entre devedores 1 e 3 cada um paga mil) f. Modificação na obrigação (por um dos sujeitos) Art. 278, CC Só é válido para melhorar a posição da solidariedade. g. Descumprimento sofre efeitos jurídicos para cada um. i. Impossibilidade- (Art. 279, CC) “Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.” ii. Todos pagam pelos juros damora (atraso) mesmo que a culpa é só de um dos devedores, depois o culpado deverá restituir os outros devedores solidários. h. Morte de um dos devedores solidários: Débito pago com um patrimônio do falecido. i. Art. 285, CC “Se a dívida interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar” 5) Obrigação de Fazer - A prestação corresponde à realização de uma atividade, um serviço pelo devedor ao credor. Ex: Médico tratar de um paciente. Diferença entre dar e fazer as vezes pode ficar difícil de estabelecer. Geralmente, para estabelecer, podemos identificar se a prestação é necessária fazer para depois dar, se sim, a obrigação é fazer. Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá- lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Questões comentadas 1) Julgue os itens abaixo, relativos às modalidades de obrigações. a) Se Jurandir obrigou-se a entregar a Jonas um veículo e um animal, ele firmou uma obrigação composta cumulativa. b) Se José obrigou-se a entregar a Cícero duas sacas de café, ele firmou uma obrigação divisível. c) Se existirem vários devedores solidários passivos, cada um deles responde pela dívida inteira. d) A obrigação do advogado, em regra, é uma obrigação de meio. e) A obrigação do transportador de passageiros, em regra, é uma obrigação de resultado. RESPOSTA COMENTADA a) Correta. Obrigação composta cumulativa é a que possui várias prestações que devem ser adimplidas conjuntamente para que a obrigação seja considerada extinta. Existe o conectivo “e” (veículo e animal). Distingue-se da obrigação composta alternativa que se caracteriza por ter mais de uma prestação e, qualquer uma delas que for entregue pelo devedor será considerada como adimplida a obrigação (conjunção “ou” – veículo ou animal). b) Errada. Divisível é a obrigação cuja prestação tem por objeto um bem que pode ser dividido em várias parcelas sem que haja depreciação acentuada. No caso, temos um credor, um devedor e a obrigação de entregar duas sacas de café não é passível de cisão sob pena de prejuízo ao adimplemento da obrigação. Acrescente- se, ainda, que a obrigação divisível pode ter pluralidade de devedores ou de credores. No primeiro caso, será dividida em tantas obrigações iguais e distintas de acordo com o número de devedores (por exemplo, a obrigação de pagar R$ 100,00 com dois devedores, cada um pagará R$ 50,00); no segundo caso, há vários credores (no mesmo exemplo, havendo dois credores, o devedor pagará a cada um R$ 50,00). Observe que cada um dos devedores responde por sua parte da dívida e cada um dos credores só pode exigir a sua parte. c) Certa. É característica da solidariedade passiva que cada um dos devedores solidários responda pela dívida toda. d) Certa. O advogado se compromete com a defesa dos interesses da melhor forma possível, não com a vitória no processo. Se o compromisso fosse com a vitória (resultado) seria obrigação de resultado. e) Certa. A prestação a que se compromete o transportador é a entrega do bem nas condições em que recebeu. Há um resultado (um fim) a ser atingido. Por isso é uma obrigação de resultado. 2) Ary celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Laurindo e, mesmo sem a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte à sua mudança, Ary foi surpreendido com a cobrança de três meses de cotas condominiais em atraso. Inconformado com a situação, Ary tentou, sem sucesso, entrar em contato com o vendedor, para que este arcasse com os mencionados valores. De acordo com as regras concernentes ao direito obrigacional, assinale a opção correta. a) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das contas em atraso, pois cabe ao vendedor solver todos os débitos que gravem o imóvel até o momento da tradição, entregando-o livre e desembargado. b) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação subsidiária, já que o vendedor não foi encontrado, cabendo ação in rem verso, quando este for localizado. c) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das contas em atraso, pois se trata de obrigação com eficácia real, uma vez que Ary ainda não possui direito real sobre a coisa. d) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das contas em atraso, pois se trata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do imóvel adquirido. RESPOSTA COMENTADA No art. 1.345 do C dispõe que “O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.” A questão trata de uma obrigação propter rem. A obrigação propter rem é àquela que recai sobre uma pessoa em razão da sua qualidade d e proprietário ou de titular de um direito real sobre um bem. Como Ary conseguiu registrar o bem em seu nome, passa a ser o responsável pelo adimplemento da obrigação. 3) Segundo a legislação civil, o adquirente do imóvel em condomínio edilício responde pelos débitos condominiais, ainda que anteriores à data de sua aquisição. Nesse contexto, a referida obrigação denomina -se a) obrigação eficacial. b) obrigação com ônus pessoal. c) obrigação propter rem ou obrigação híbrida. d) obrigação natural. 4) No dia 2 de a gosto de 2014, Teresa celebrou contrato de compra e venda com Carla, com quem se obrigou a entregar 50 computadores ou 50 impressoras, no dia 20 de setembro de 2015. O contrato foi silente sobre quem deveria realizar a escolha do bem a ser entregue. Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Trata-se de obrigação facultativa, uma vez que Carla tem a faculdade de escolher qual das prestações entregará a Teresa. B) Como se trata de obrigação alternativa, Teresa pode se liberar da obrigação entregando 50 computadores ou 50 impressoras, à sua escolha, uma vez que o contrato não atribuiu a escolha ao credor. C) Se a escolha da prestação a ser entregue cabe a Teresa, ela poderá optar por entregar a Carla 25 computadores e 25 impressoras. D) Se, por culpa de Teresa, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo a Carla a escolha, ficará aquela obrigada a pagar somente os lucros cessantes. RESPOSTA COMENTADA No caso, trata -se de uma obrigação alternativa, e não de uma obrigação facultativa. Esta faculta o cumprimento do objeto da prestação; porém, se a parte assim quiser, pode cumprir a obrigação subsidiária, e m substituição à principal. A obrigação alternativa se caracteriza por existir uma alternativa no objeto; a parte cumpre uma obrigação OU outra, como no caso. Por isso, a alternativa A está incorreta. Quando da escolha, o art. 252, § 1o estabelece que não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra, pelo que a alternativa C também está incorreta. A assertiva D também está incorreta, já quese a obrigação se tornou impossível, por culpa do devedor, e competia a ele a escolha, o art. 254 estabelece que deve ele indenizar pelo “valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos”. Por fim, a alternativa B vai ao encontro do previsto no art. 252: “nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou”, tornando - a correta. 5) João deverá entregar quatro cavalos da raça X ou quatro éguas da raça X a José. O credor, no momento do adimplemento da obrigação, exige a entrega de dois cavalos da raça X e de duas éguas da raça X. Nesse caso, é correto afirmar que as prestações a) alternativas são inconciliáveis, havendo indivisibilidade quanto à escolha. b) alternativas são conciliáveis, havendo divisibilidade quanto à escolha. c) facultativas são inconciliáveis, quando a escolha couber ao credor. d) facultativas são conciliáveis, quando a escolha couber ao credor. RESPOSTA COMENTADA Nessa questão há menção às obrigações facultativas, mas estamos diante de uma obrigação alternativa: quatro cavalos OU quatro éguas. Assim, o credor (se a escolha lhe pertencer, o que a questão não diz) poderá escolher ou os quatro cavalos ou as quatro éguas, mas não poderá mesclar as duas obrigações. 6) Donato, psiquiatra de renome, era dono de uma extensa e variada biblioteca, com obras de sua área profissional, importadas e raras. Com sua morte, seus três filhos, Hugo, José e Luiz resolvem alienar a biblioteca à Universidade do Estado, localizada na mesma cidade em que o falecido residia. Como Hugo vivia no exterior e José em outro estado, ambos incumbiram Luiz de fazer a entrega no prazo avençado, porém, mais preocupado com seus próprios negócios esqueceu-se de entregar a biblioteca à Universidade, que, diante da mora, notificou José para exigir integral em 48 horas, sob pena de resolução do contrato em perdas e danos Nesse contexto, assinale a afirmativa correta. A) José deve entregar a biblioteca no prazo designado pela Universidade, se quiser evitar a resolução do contrato em perdas e danos. – Alternativa correta. Se qualquer um dos devedores não entregar o bem o contrato se extingue e resolve em perdas e danos, art.475, CC. B) Não tendo sido ajustada solidariedade, José não está obrigado a entregar todos os livros, respondendo, apenas, pela sua cota parte. - Alternativa incorreta. A obrigação não é solidária, tendo em vista o art. 265, CC. Todavia é indivisível e, por tal razão, qualquer um dos devedores se obriga perante o credor a entregar o todo, art. 259, “caput”, CC. C) Como Luiz foi incumbido da entrega, a Universidade não poderia ter notificado José, mas deveria ter interpelado Luiz. - Alternativa incorreta. Pelo fato de a obrigação ser indivisível, o credor pode exigir a entrega do bem por qualquer um dos devedores, art. 259, “caput, CC. D) Tratando-se de três devedores, a Universidade não poderia exigir de um só o pagamento; logo, deveria ter notificado simultaneamente os três irmãos. - Alternativa incorreta. A obrigação é indivisível e, por tal motivo, o credor pode exigi-la de qualquer um dos devedores, art. 259, “caput”, CC. “obrigação é indivisível e, por tal motivo, o credor pode exigi-la de qualquer um dos Devedores”, art. 259, “caput”, CC. RESPOSTA COMENTADA Conclusão: A referida questão versa sobre a entrega de um bem indivisível por uma pluralidade de devedores, sendo a resposta a literalidade do art. 259, CC. Não sendo passível de recurso. 7) Com relação ao direito das obrigações, assinale a opção correta. (A) Tratando-se de obrigação com objeto indivisível e pluralidade de credores, presume-se a solidariedade ativa. (B) Dada a natureza da obrigação, a exoneração, pelo credor, da solidariedade a um dos devedores, aproveitará aos demais. (C) Em se tratando de obrigação solidária, ainda que somente um dos devedores seja o culpado pela impossibilidade de seu cumprimento, todos os demais continuam obrigados ao pagamento do valor equivalente. (D) Se a obrigação intuitu personae se tornar impossível, ainda que não haja culpa das partes, haverá conversão em perdas e danos em favor do credor. (E) Havendo impossibilidade de cumprimento, por culpa do devedor, de apenas uma das obrigações alternativas, ao credor restará ficar com a obrigação que subsistiu, independentemente de caber a ele a escolha. RESPOSTA COMENTADA A letra “a” está errada. Art. 265, CC: A solidariedade não se presume; resultada lei ou da vontade das partes. A letra “b” está errada. Art. 282, CC: O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. A letra “c” está correta. Art. 279, CC: Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. A letra “d” está errada. Se a obrigação for intuitu personae (ou seja, personalíssima) e ela se tornar impossível, somente se houver culpa do devedor é que haverá a conversão em perdas e danos em favor do credor. Se não houver culpa, a obrigação simplesmente se extingue, sem qualquer indenização. Art. 248, CC: Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. A letra “e” está errada. Art. 255, CC: Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos. 8) Quanto ao adimplemento das obrigações, é errado afirmar que: a) O pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava ser, é válido pela lei. b) O pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava ser, obriga o devedor a pagar novamente ao verdadeiro credor. c) O pagamento não é a única forma de adimplemento prevista no Código. 9) João é locatário de um imóvel residencial de propriedade de Marcela, pagando mensalmente o aluguel por meio da entrega pessoal da quantia ajustada. O locatário tomou ciência do recente falecimento de Marcela ao ler “comunicação de falecimento” publicada pelos filhos maiores e capazes de Marcela, em jornal de grande circulação. Marcela, à época do falecimento, era viúva. Aproximando-se o dia de vencimento da obrigação contratual, João pretende quitar o valor ajustado. Todavia, não sabe a quem pagar e sequer tem conhecimento sobre a existência de inventário. De acordo com os dispositivos que regem as regras de pagamento, assinale a afirmativa correta. A) João estará desobrigado do pagamento do aluguel desde a data do falecimento de Marcela. B) João deverá proceder à imputação do pagamento, em sua integralidade, a qualquer dos filhos de Marcela, visto que são seus herdeiros. C) João estará autorizado a consignar em pagamento o valor do aluguel aos filhos de Marcela. D) João deverá utilizar-se da dação em pagamento para adimplir a obrigação junto aos filhos maiores de Marcela, estando estes obrigados a aceitar. RESPOSTA COMENTADA alternativa “C” é a correta porque diante de dúvida sobre a legitimidade do credor, somente restava ao devedor consignar em pagamento. Isso é o que se extrai do inciso III, do art. 335 do Código Civil Brasileiro. A alternativa “A” não poderia ser a correta porque o falecimento do credor não desobriga o devedor de realizar o pagamento. Também não suspende o prazo. A alternativa“B” também não era correta porque a imputação do pagamento (art. 352, C CB) “é a operação pela qual o devedor de vários débitos da mesma natureza, a um só credor, declara qual deles quer extinguir” os requisitos imputação do pagamento são: i) a pluralidade de débitos; ii) a identidade dos sujeitos; iii) a igual natureza das dívidas; iv) a possibilidade da prestação oferecia resgatar mais de um débito. Em outras palavras a imputação é aquela operação em que alguém “indica” qual parcela quer ver resgatada quando existem várias dívidas vinculando as mesmas pessoas e o devedor não tem condição de pagar todas. Por fim, a alternativa “D” também não era correta porque a dação em pagamento (art. 356 CC) é a operação pela qual o credor consente em receber prestação diversa da convencionada. Ex: o devedor deve R$ 1.000,00 em dinheiro, não tem condições de pagar, oferece um notebook ao credor e este aceita receber o notebook como forma de pagamento.