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PATOLOGIA BUCAL 2014 DIEGO MARDEGAN 
1 
 
ALTERAÇÕES DENTAIS 
 
SUMÁRIO 
1. ALTERAÇÕES POR FATORES AMBIENTAIS 
 1.1 – Hipoplasia de Turner; 
 1.2 – Fluorose dentária; 
2. PERDA DE ESTRUTURA PÓS-DESENVOLVIMENTO 
 2.1 – Desgaste dentário; 
3. REABSORÇÃO INTERNA E EXTERNA 
4. PIGMENTAÇÃO DENTÁRIA POR FATORES AMBIENTAIS 
5. DISTÚRBIOS DE ERUPÇÃO 
6. ALTERAÇÕES DENTÁRIAS DO DESENVOLVIMENTO 
 6.1 – Alteração de número; 
 6.2 – Alteração de tamanho; 
 6.3 – Alteração de forma. 
7. ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO 
 7.1 – Cúspides acessórias; 
 7.2 – Esmalte ectópico; 
 7.3 – Taurodontismo; 
 7.4 – Hipercementose e dilaceração; 
 7.5 – Raízes supranumerárias; 
 7.6 – Amelogênese e dentinogênese imperfeitas. 
 
1. ALTERAÇÕES POR FATORES AMBIENTAIS 
 Os ameloblastos são células sensíveis a diferentes tipos de estímulo enquanto estão 
produzindo a matriz que será posteriormente mineralizada; os estímulos podem ser térmicos, 
químicos, mecânicos e microbiológicos. Após o desenvolvimento, a única alteração na estrutura 
do esmalte é o desgaste. O período no qual ocorrem as agressões à estrutura do esmalte 
determinam quais as alterações serão encontradas. Como exemplo, o paciente que realizou 
tratamento com tetraciclina na primeira infância pode ter alterações cromáticas posteriormente, 
pois a estrutura química do antibiótico forma um complexo com a matriz de esmalte depositada 
recentemente. 
PATOLOGIA BUCAL 2014 DIEGO MARDEGAN 
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 1.1 - HIPOPLASIA DE TURNER 
 É causada devido a um processo inflamatório que atingiu o periápice dos dentes decíduos, 
seja por cárie ou trauma. Por conta da proximidade entre o periápice e o dente permanente, a 
inflamação nessa região pode produzir mediadores inflamatórios que sensibilizarão as células do 
germe dentário subjacente. A ocorrência em crianças em comum, onde se observa um aspecto 
estrutural irregular no esmalte dentário. O aspecto da lesão varia conforme a época e a 
gravidade da inflamação que acomete o periápice. 
 O aspecto clínico são áreas hipoplásicas de menor formação com coloração variável do 
branco ao marrom, ocorrem principalmente dentes pré-molares, pois os molares decíduos são 
comumente acometidos por cárie. Além da cárie, os traumas também podem desencadear um 
processo inflamatório que cause alterações no dente permanente; os efeitos da agressão do 
periápice dependem da época que houve a lesão. Por exemplo, em dentes mais próximos de 
serem esfoliados não há tanta ocorrência de hipoplasia de Turner, porque o esmalte do dente 
permanente já está formado. Na radiografia, o esmalte tem uma tonalidade mais escurecida do 
que o normal. 
 
 1.2 – FLUOROSE DENTÁRIA 
 É causada pela ingestão excessiva de fluoretos. Clinicamente é visto um esmalte 
hipomineralizado e poroso, que facilitaria a colonização de bactérias e instalação da placa 
cariogênica. No entanto, o fluoreto tem ação bactericida e em virtude de sua presença em maior 
quantidade, quando ocorre desmineralização por ação bacteriana a liberação dele é tóxica para 
as bactérias. Além disso, os cristais de fluorapatita são mais resistentes que os de hidroxiapatita. 
 Quando a luz reflete sobre o dente com fluorose, a lesão tem aparência branco-giz. A 
gravidade da ocorrência depende da dose ingerida, seja pelas altas concentrações presentes na 
água ou pela ingestão de dentifrícios. Os danos geralmente são bilaterais e crônicas, que permite 
a diferenciação com lesões do tipo “mancha branca”, que são mais recentes; o paciente pode 
sentir incômodo estético, pois a fluorose se apresenta na face vestibular, embora também esteja 
em outras faces. 
 
 
 
PATOLOGIA BUCAL 2014 DIEGO MARDEGAN 
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2. PERDA DE ESTRUTURA PÓS-DESENVOLVIMENTO 
 2.1 – DESGASTE DENTÁRIO. 
 ATRIÇÃO 
 É um desgaste causado por um agente endógeno, que é a fricção entre um dente e outro; 
é comum no paciente com bruxismo, que também apresenta aumento na dimensão vertical de 
oclusão – em outras palavras, a abertura de boca fica maior. A incidência de cárie é menor 
mesmo com a exposição de dentina, pois os estímulos de baixa intensidade e longa duração de 
origem traumática produzem maior quantidade de dentina terciária. Esse tipo de dentina é 
mineralizada e não há formação dos canalículos dentinários. Sobre a terapêutica, os pacientes 
que sofreram estímulos de baixa intensidade e de longa duração tem o canal radicular atresiado, 
por isso o tratamento precisa ser integrado com auxílio da cirurgia, ou então pode tratar os 
dentes possíveis, e tentar reestabelecer os demais com desoclusão. 
 
 ABRASÃO 
 É causada pela ação de um agente físico externo, como escova de dente, onicofagia, uso 
de cachimbo. Clinicamente é observado desgastes em forma de C na região cervical, devido ao 
excesso de força durante a escovação. 
 
 EROSÃO 
 É causada por uma ação química devido aos ácidos presentes na alimentação, refluxo ou 
vômitos frequentes, que torna a superfície mais exposta à maior desmineralização do esmalte. O 
paciente com refluxo apresenta erosão principalmente na superfície oclusal; não ocorre na face 
lingual porque próximo a essa região dos dentes inferiores há liberação de saliva, que age como 
tampão, e a língua impede o contato direto do pH ácido com o dente. 
 
 ABFRAÇÃO 
 Os prismas de esmalte tem organização radial na coroa, de maneira que na região cervical 
eles estão mais horizontalizados. Desse modo, a transmissão da força mastigatória em sentido 
oclusal é conseguida com maior facilidade pelas incisais, pois é feita diretamente de um dente ao 
outro. Quando a dissipação de energia pra essa região de prismas mais perpendiculares é maior, 
essa estrutura é abalada, causando microrrupturas que seguem em forma de V, orientação na 
qual os prismas estão ajustados. Não confunda ABFRAÇÃO com ABRASÃO. 
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 A oclusão do paciente com abfração precisa ser corrigida, não somente a área desgastada, 
pois a dissipação de forças decorrente da má oclusão faz com que as regiões de esmalte próximas 
a restauração com que haja as microrrupturas. 
 
3. REABSORÇÃO INTERNA E EXTERNA 
 REABSORÇÃO INTERNA 
 É causada por lesões traumáticas ou cariosas, no entanto, não são comuns; é visto uma 
reabsorção da polpa dentária causada pelas células pulpares. 
 
 REABSORÇÃO EXTERNA 
 É causada pelas células do ligamento periodontal, ocorre comumente e a progressão 
depende do tipo de estímulo sobre o dente, ou pode ter causa idiopática. Clinicamente é 
observada em pacientes que usam aparelho fixo; aqueles que fazem movimentação ortodôntica 
acelerada tem a reabsorção externa mais proeminente, podendo causar a perda do elemento 
dental, não é só pela reabsorção do alvéolo, mas também pela reabsorção do próprio dente. 
 
4. PIGMENTAÇÃO DENTÁRIA POR FATORES AMBIENTAIS 
 PIGMENTAÇÕES EXTRÍNSECAS 
 Ocorre quando algum pigmento exógeno é depositado sobre o dente. O tratamento é 
realizado na superfície, com maior ou menor grau de dificuldade, raspagem, alisamento, 
clareamento ou microabrasão. 
 
 PIGMENTAÇÕES INTRÍNSECAS 
 Ocorre quando algum material endógeno se deposita na estrutura do dente a partir da 
polpa. Os pigmentos endógenos podem estar presentes na corrente sanguínea devido a doenças 
sanguíneas e sistêmicas, ou podem ser decorrentes de um trauma que tenha causado 
desvitalização no dente e dado a ele uma coloração enegrecida; a utilização de tetraciclina se 
encaixa perfeitamente nesse tipo de situação. 
 A icterícia é uma doença caracterizada pelo excesso de bilirrubina, que pode se depositar 
na polpa e na dentina, dando ao dente coloração esverdeada ou enegrecida. Outras doençashematológicas, como a porfíria, podem deixar uma coloração avermelhada. 
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 As pigmentações intrínsecas não são removidas com tratamentos convencionais. Como 
tentativa para reestabelecer a estética, pode-se realizar um tratamento protético, desde que o 
paciente se sinta incomodado. 
 
5. DISTÚRBIOS DE ERUPÇÃO 
 IMPACÇÃO 
 A impacção é caracterizada por dentes que não erupcionaram devido à presença de um 
agente físico; se o dente não erupciona por perder a força, este é chamado de dente incluso. 
 
 ANQUILOSE 
 O dente que apresenta anquilose tem sua erupção impedida devido à reabsorção de 
dentina e integração desta ao osso alveolar, fazendo com que a dentina ou o cemento se fusione 
com o osso que dá suporte à estrutura dentária. A remoção do elemento dental é complexa, pois 
no momento da cirurgia não apenas o dente é removido, mas todo o bloco em que ele estiver 
envolvido; logo, movimentar esse dente torna-se praticamente impossível. Um processo 
inflamatório não acomete somente o dente alvo, mas também a área que o circunda. 
 
6. ALTERAÇÕES DENTÁRIAS DE DESENVOLVIMENTO 
 6.1 – ALTERAÇÕES DE NÚMERO 
 HIPODONTIA 
 Ausência de um ou mais dentes. Na radiografia, nota-se a ausência do germe dentário. O 
termo agenesia refere-se a uma dificuldade genética para desenvolver dentes, logo, não se aplica 
ao perfil do paciente com hipodontia. 
 
 ANODONTIA 
 Anodontia é a ausência de todos os dentes. Oligodontia é a falta de seis ou mais dentes. 
 
 HIPERDONTIA 
 Hiperdontia é o desenvolvimento de um número maior de dentes; são os dentes 
supranumerários. 
 
 
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 6.2 – ALTERAÇÕES DE TAMANHO 
 MICRODONTIA 
 É o dente fisicamente pequeno se comparado aos demais. Geralmente, o aspecto clínico 
desse dente é uma coroa conóide, com as demais estruturas dentro da normalidade. 
 
 MACRODONTIA 
 O dente é fisicamente maior e mais robusto do que o normal. O aspecto clínico é toda a 
estrutura dentária maior. O tratamento é indicado para dentes anteriores quando o paciente se 
sentir incomodado; em dentes posteriores pode-se optar por não realizar nenhum tipo de 
tratamento. 
 
 6.3 – ALTERAÇÕES DE FORMA 
 GEMINAÇÃO 
 Ocorre quando um germe dentário tenta se dividir durante o processo de embriogênese. 
Clinicamente, o dente tem coroas divididas, mas a raiz é comum, e também há uma fissura que 
pode se estender em direção ao periodonto e causar retenção de biofilme. Na contagem dos 
dentes, há a mesma quantidade que um indivíduo com a dentição normal teria. 
 
 FUSÃO 
 A fusão ocorre quando dois dentes durante a fase de formação se fusionaram e foram 
unidos pela dentina. Na contagem dos dentes, o número é menor. 
 
 CONCRESCÊNCIA 
 A concrescência é decorrente da união dos dentes pelo cemento. Não confunda 
CONCRESCÊNCIA com ANQUILOSE: anquilose é a união do dente com o alvéolo, concrescência é a 
união entre dois dentes pelo cemento. Isso ocorre devido a uma resposta inflamatória localizada 
no periápice de algum dos dentes. A contagem dos dentes é normal. 
 
 
 
 
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7. ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO 
 7.1 – CÚSPIDES ACESSÓRIAS 
 TUBÉRCULO DE CARABELLI 
 É uma pequena cúspide localizada na porção mesiolingual dos primeiros molares 
superiores. A importância clínica é que, devido a presença da fóssula e fissura que o separa da 
estrutura dentária, há maior chance de colonização bacteriana e desenvolvimento de cárie. 
 
 CÚSPIDE EM GARRA 
 Ela é observada em dentes anteriores como uma projeção de esmalte na região do 
cíngulo; há casos em que o cíngulo é tão proeminente que chega a ter o tamanho da face incisal. 
 
 DENTE EVAGINADO 
 Também é conhecido como pérola oclusal e ocorre principalmente em pré-molares. 
Clinicamente há uma projeção de esmalte na região de sulco central, onde há oclusão com o 
dente antagonista; sendo assim, o paciente pode ter desequilíbrio oclusal com contatos 
prematuros e lesões decorrentes de trauma oclusal. 
 
 DENTE INVAGINADO 
 É o processo inverso do dente evaginado que ocorre durante o processo de 
coronogênese, devido à migração dos ameloblastos em direção apical. Quando há uma projeção 
do esmalte em direção ao ápice do dente, a colonização bacteriana é favorecida, além de que o 
paciente não consegue higienizar essa região. O tratamento precisa ser realizado rapidamente, 
seja ele com selamento do sulco ou até mesmo exodontia. O dente invaginado pode adquirir 
aspecto de abaulamento, alterando a conformação de uma raiz normal. 
 
 7.2 – ESMALTE ECTÓPICO 
 PÉROLAS DE ESMALTE 
 São porções hemisféricas de esmalte que ficaram contidas na bainha epitelial de Hertwig 
durante a coronogênese e após o início da rizogênese, ficando aderidas no lado externo da 
superfície radicular. Ocorre preferencialmente em molares superiores. 
 
 
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 EXTENSÕES CERVICAIS DO ESMALTE 
 São extensões triangulares projetadas em direção apical, tendo como alvo a região de 
furca. A importância clínica reside no fato de não existir gengiva inserida no local onde estão as 
extensões do esmalte, e o paciente apresenta maior profundidade de sondagem e dificuldade de 
higienização na região de furca. O paciente pode apresentar sintomatologia mesmo com 
anestesia, ele está propenso ao desenvolvimento de doenças periodontais, como periodontite 
crônica. Ocorre geralmente em molares inferiores. 
 
 7.3 – TAURODONTISMO 
 É o aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente com mais de uma raiz, pois o 
assoalho pulpar se desloca em sentido apical. O acesso ao dente é facilitado, visto que a câmara 
pulpar é enorme, no entanto, a localização dos canais é dificultada, pois as raízes são menores. 
Do ponto de vista biomecânico, o taurodontismo “rouba” a ancoragem dos dentes posteriores 
em que a incidência da força mastigatória é maior e a eficiência mastigatória precisa ser 
compensada como uma resposta biológica frente a uma ação física. 
 O taurodontismo apresenta gradações do tipo leve, moderada e severa. Na radiografia, a 
câmara pulpar tem aspecto retangular pelo aumento do seu volume, e o que caracteriza o grau 
da anomalia é em qual terço da raiz ela está - leve: primeiro terço da raiz; moderado: 2/3 da raiz; 
severo: mais que 2/3 da raiz. 
 
 7.4 HIPERCEMENTOSE E DILACERAÇÃO 
 HIPERCEMENTOSE 
 Ocorre o aumento da deposição de cemento neoplásico; o aspecto é de espessamento da 
raiz com deposição de cemento, com preservação do espaço do ligamento periodontal visto pela 
radiografia. No paciente com hipercementose, dependendo da quantidade de cemento 
depositada na porção apical o dente pode assumir um aspecto de ampulheta; a exodontia se 
torna complexa, pois o movimento de luxação pode trazer junto a tábua óssea. Além disso, o 
processo de cicatrização se torna mais difícil, pois não há estruturas ósseas que poderiam 
corroborar com a recuperação do paciente. 
 A hipercementose é semelhante à anquilose, porém, o que difere as duas é na 
hipercementose ainda é possível visualizar a margem radiolúcida do ligamento periodontal vista 
na radiografia. 
PATOLOGIA BUCAL 2014 DIEGO MARDEGAN 
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 DILACERAÇÃO 
 A dilaceração é uma curvatura acentuada na raiz que ocorre preferencialmente em 
molares. Algumas vezes, a radiografia do dente com dilaceração pode ser confundida com a 
hipercementose, pois se a inclinação radicular do ápice estiver para vestibular ou lingual, a 
imagem vista é semelhante a um espessamento na região do periápice. Portanto, durante o 
tratamento deve-se realizar outratomada radiográfica mudando a incidência dos raios-x, e se 
houver deslocamento para direita ou esquerda a dilaceração será confirmada. 
 O tratamento do canal é a principal importância clínica, pois é difícil de ser tratado ainda 
mais se o paciente for idoso, devido a atresia do canal. Pode ocorrer que durante o procedimento 
haja trepanamento do canal, que pode ser selado com MTA (sela a superfície para que ela 
readquira a conformação e é biologicamente inerte). 
 Há sugestões que a dilaceração radicular tenha etiologia inflamatória. Quando a cárie em 
crianças está em fase precoce de desenvolvimento, ela é mais agressiva ao ponto de gerar um 
processo inflamatório intenso no periápice do dente decíduo que ainda está em rizogênese, 
podendo então comprometer o germe dentário do permanente. 
 Quando a etiologia não é inflamatória, é por desenvolvimento. Isso ocorre porque há 
velocidades diferentes de crescimento dos ossos maxilares e mandibulares, que tem um salto de 
crescimento após a primeira infância. Desse modo, o paciente terá uma expansão anterior e 
inferior da mandíbula; essa expansão visa criar e gerar um espaço suficiente pra implantação dos 
dentes permanentes, principalmente dos posteriores. Caso os germes dentários estejam 
implantados em uma posição inadequada e insuficiente para acompanhar o desenvolvimento, 
seja ele anterior ou inferior da mandíbula, haverá uma tentativa de colocar os dentes em oclusão 
através da compensação radicular na fase de rizogênese, causando a dilaceração radicular. 
 
 7.5 – RAÍZES SUPRANUMERÁRIAS 
 As raízes supranumerárias aparecem em dentes que já apresentam classicamente um 
número de raízes dentro do padrão de normalidade. Afeta tanto dentes decíduos quanto 
permanentes; os pacientes que apresentam essa alteração na dentição decídua podem 
apresentar na dentição permanente, mas não é condição de exclusividade. Geralmente são 
observadas nos molares permanentes, principalmente nos terceiros molares. Durante o 
tratamento endodôntico, nenhuma raiz pode ser negligenciada, já que as raízes supranumerárias 
também são focos de infecção. 
PATOLOGIA BUCAL 2014 DIEGO MARDEGAN 
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 7.6 – DENTINOGÊNESE E AMELOGÊNESE IMPERFEITAS 
 AMELOGÊNESE IMPERFEITA 
 Diversas síndromes e doenças que podem ou não acometer o tecido ósseo podem 
apresentar diferenças na quantidade de mineral que é depositado no esmalte. Somente será 
considerado amelogênese imperfeita quando o paciente não tiver nenhuma outra doença que 
cause alterações observáveis no esmalte. Se ele tiver alguma outra doença a amelogênese será 
secundária; o mesmo vale para a dentinogênese imperfeita. 
 Existem três tipos distintos de amelogênese relacionados às fases de formação do 
esmalte. Na amelogênese hipoplásica há deficiência na formação de esmalte, quando a matriz 
que é depositada pelos ameloblastos está sendo produzida – ocorre nas faces incisais e oclusais. 
A amelogênese hipomaturada ocorre quando a matriz adquire a conformação adequada e inicia o 
processo de mineralização pelos cristais de hidroxiapatita; o esmalte perde o aspecto de 
translucidez, permitindo a aderência de pigmentos. A amelogênese hipocalcificada ocorre 
quando os cristais de hidroxiapatita apresentam algum tipo de alteração na conformação 
química, impedindo que estes tenham a mesma rigidez para se permanecerem estáveis na 
cavidade bucal; assim, o que permanece é basicamente a dentina. 
 
 DENTINOGÊNESE IMPERFEITA 
 As alterações devem ocorrer apenas na dentina, e não serem decorrentes de outra 
síndrome; quando detectada, a dentinogênese imperfeita afeta todos os dentes e ambas as 
dentições. Há menor formação de dentina ou uma dentina com módulo de elasticidade diferente 
do que seria compatível com a normalidade. 
 Essa alteração ocorre devido às alterações de genes que codificam proteínas de matriz 
dentinária; quando isso acontece, a dentina tem consistência ou módulo de elasticidade 
semelhante ao da polpa. Durante a incidência de forças mastigatórias ocorrem fraturas, e se o 
paciente não for diagnosticado, a dentinogênese imperfeita pode ser confundida com a cárie 
devido à radiopacidade da dentina, onde o dente se assemelha a uma casca de esmalte e 
cemento; a polpa não é vista, pois o módulo de elasticidade é o mesmo e ambas apresentam a 
mesma capacidade de absorver e transmitir a energia dos raios-x.

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