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Definiçã� Anomalias dentárias: desenvolvidas durante a odontogênese. Alterações dentárias: após o completo desenvolvimento da estrutura dentária. Distúrbi� dentári� d� desenvolviment� Forma: - Geminação - Fusão - Concrescência - Cúspides acessórias - Dente invaginado - Esmalte ectópico - Taurodontia - Hipercementose - Raízes acessórias - Dilaceração Tamanho: - Microdontia - Macrodontia Número: - Hipodontia - Hiperdontia Estrutura: - Amelogênese imperfeita - Dentinogênese imperfeita - Displasia dentinária tipo I - Displasia dentinária tipo II - Odontodisplasia regional → podem ser classificadas pela origem do tecido, morfologia terminal, etiologia (congênitas, genéticas, adquiridas) ou pelas fases do desenvolvimento. - Estágios de iniciação e proliferação - → responsáveis pela primeiras formações no órgão do esmalte e da papila → corresponde às fases de botão e capuz. → a falha na formação de dentes é uma das anomalias de desenvolvimento dentário mais comuns, com a prevalência variando de 1,6% a 9,6% em dentes permanentes, quando a ausência dos terceiros molares é excluída. A prevalência aumenta para 20% se os terceiros molares forem considerados. → a predominância em mulheres é de aproximadamente 1,5:1. Agenesia ➢ ausência congênita de uma ou mais estruturas dentárias. ➢ Hipodontia: falta de um ou mais dentes. ➢ Oligodontia: ausência de mais de 6 dentes (excluindo os 3° M). ➢ Anodontia: ausência de todos os dentes de uma arcada. → condição rara. Em muitos casos, ocorre na presença hereditária da displasia ectodérmica hipoidrótica, na qual ocorre comprometimento das estruturas do ectoderma. De fato, quando o número de ausências dentárias é alto ou envolve os dentes mais estáveis (p. ex., incisivos centrais superiores, primeiros molares), o paciente deve ser avaliado para diagnóstico quanto à displasia ectodérmica. Agenesia do esmalte apresenta falha total na formação de esmalte. Os dentes são da forma e da cor da dentina, com matriz marrom-amarelada, pontos de contato abertos e coroas que se afinam em direção à superfície inciso-oclusal. A superfície da dentina é áspera, e a mordida aberta anterior é vista com frequência. As radiografias mostram ausência de linha periférica de esmalte sobre a dentina. Geralmente, ocorre a falha na erupção de muitos dentes com significativa reabsorção. Correlaciona-se com a ausência de lâmina dentária apropriada. → provavelmente o meio ambiente influencia o resultado final ou, em alguns casos, pode ser totalmente responsável pela falta de formação do dente. A lâmina dentária é muito sensível a estímulos externos, e danos antes da formação do dente podem resultar em hipodontia. Trauma, infecção, radiação, quimioterápicos, distúrbios endócrinos e intrauterinos graves foram associados à ausência dos dentes. ➢ incomum na dentição decídua, com prevalência que varia de 0,5% a 0,9% e, quando presente, envolve mais os incisivos laterais. ➢ a ausência de um dente decíduo está fortemente associada a uma prevalência de ausência do sucessor. ➢ a falta de um dente na dentição permanente não é rara, sendo os terceiros molares os mais afetados. Depois dos terceiros molares, os segundos pré-molares e os incisivos laterais são os mais afetados. ➢ positivamente associada à microdontia, com a redução do desenvolvimento alveolar, aumento do espaço interproximal e retenção de dentes decíduos. Hipodontia. A, Ausências múltiplas de desenvolvimento de dentes permanentes e diversos dentes decíduos retidos em mulher adulta. B, A radiografia panorâmica não exibe dentes inclusos nos ossos gnáticos. Tratamento e prognóstico ➢ sequelas associadas incluem alteração do espaço entre os dentes, retardo na formação dentária, retardo na esfoliação de dentes decíduos, erupção tardia dos dentes permanentes e dimensão alterada das regiões gnáticas associadas. ➢ nem sempre há necessidade de tratamento para a ausência de um único dente; a restauração protética é geralmente necessária quando há múltiplos dentes ausentes. ➢ as opções de tratamento incluem próteses fixas tradicionais, pontes em resina, implantes osteointegrados com associação de coroas protéticas, tratamento ortodôntico. → pacientes com oligodontia exibem um aumento da prevalência de reabsorção radicular externa associada à ortodontia. Isto pode ser devido às alterações na anatomia da raiz ou a extensa movimentação dentária que é exigida em alguns pacientes. → dispositivo removível ou uma ponte em resina muitas vezes é adequado em crianças e adultos jovens, enquanto aguarda-se a completa maturação dentária e esquelética. Uso de próteses fixas tradicionais, normalmente, não é recomendado para crianças devido ao risco de exposição da polpa durante o preparo, e porque o crescimento ósseo futuro pode levar a infraoclusão e anquilose dos dentes retidos em conjunto pela prótese. Da mesma forma, como os implantes agem mais como dentes anquilosados do que como dentes em erupção, seu uso não é recomendado antes do completo crescimento ósseo, exceto em casos de pacientes com anodontia. Hiperdontia ➢ a teoria mais aceita é a que a hiperdontia é resultado de uma hiperatividade localizada e independente da lâmina dentária. ➢ aproximadamente 76-86% dos casos ocorrem em um único dente; 12-23% dois dentes, e menos de 1% apresentando três ou mais supranumerários. ➢ quando unitária, ocorre mais na dentição permanente e cerca de 95% dos casos na maxila, com forte predileção pela região anterior, mais comumente na região dos incisivos superiores, seguida pelos molares superiores e os molares inferiores, pré-molares, caninos e incisivos laterais. ➢ em contrapartida com a hiperdontia unitária, supranumerários múltiplos com origem não sindrômica ocorrem mais na mandíbula, mais na região de pré-molar, seguida pelas regiões de molar e região anterior, respectivamente. ➢ incisivos inferiores supranumerários são muito raros. ➢ dentes supranumerários podem ser bilaterais, mas a maioria ocorre unilateralmente. ➢ mais comum nos ossos gnáticos, mas pode ocorrer na gengiva, tuberosidade maxilar, palato mole, seios maxilares, fissura esfenomaxilar, cavidade nasal e entre a órbita e o cérebro. ➢ é positivamente relacionada com a macrodontia. ➢ demonstra uma predominância masculina de 2:1. ➢ embora possam ser identificados exemplos em adultos mais velhos, a maioria desenvolve-se durante as primeiras duas décadas de vida. Terminologia Dente supranumerário na região de incisivos superiores é chamado mesiodente. Um quarto molar acessório é frequentemente chamado distomolar ou distodente. Um dente posterior supranumerário situado lingual ou vestibularmente a um molar é chamado de paramolar. Os supranumerários são divididos em tipos: suplementar (tamanho e forma normais) e rudimentar (forma anormal e tamanho menor). Os dentes supranumerários rudimentares são classificados, ainda, em conoides (pequenos, cônicos), tuberculados (anterior, em forma de barril com mais de uma cúspide) e molariformes (semelhante a pré-molares ou a molares). Apesar de alguns odontomas serem considerados hamartomas e poderem ser colocados dentro desta classificação, essas lesões são tradicionalmente incluídas na lista de tumores odontogênicos. O mesiodente conoide representa um dos dentes supranumerários mais comuns e pode irromper espontaneamente, enquanto que os tuberculados são menos frequentes e de erupção rara. Erupção ➢ a erupção é variável e depende do espaço disponível. ➢ 75% dos dentes supranumerários na região anterior da maxila não irrompem. ➢ obs: quando há uma significativa demora na erupção dos dentes de determinada região da arcada, deve-se investigar a presença de supranumerários. Ocasionalmente, o dente normal pode irromper em uma posição inapropriada (p. ex., o canino presente entre os prémolares). Esse padrão anormal de erupção é chamado de transposição dentária. Tais dentes malposicionados têm sido confundidos com dentes supranumerários; mas, na realidade, em pacientes que exibem a transposição dentária, foi relatado um aumento da prevalênciade hipodontia, e não da hiperdontia. Os dentes envolvidos mais frequentemente na transposição são os caninos superiores e os primeiros pré-molares. Paramolar. A, Dente rudimentar situado palatinamente a um molar em paciente que também apresenta hipodontia. B, Na radiografia do mesmo paciente, observa-se o dente completamente formado, sobrejacente à coroa do molar. Tratamento e prognóstico ➢ apenas 7% a 20% dos dentes supranumerários não apresentarem complicações clínicas, a rotina de tratamento é a remoção dos dentes acessórios o mais cedo possível, ainda na dentição mista. ➢ as complicações criadas por supranumerários anteriores tendem a ser mais significativas. ➢ após a remoção do dente supranumerário em decíduo, a erupção ocorre em 75% dos casos de forma espontânea. ➢ os dentes permanentes são mais bem tratados por exposição cirúrgica com erupção ortodôntica. ➢ uma consequência do tratamento tardio pode incluir a erupção retardada, reabsorção dos dentes adjacentes, deslocamento dentário com apinhamento associado, dilaceração, má oclusão, formação de diastemas ou erupção para a cavidade nasal. Dentes supranumerários também predispõem a área para pericoronarite subaguda, gengivite, formação de abscessos e o desenvolvimento de cistos e tumores odontogênicos. ➢ pode estar relacionado a Displasia Cleidocraniana. Dentes decíduos prematuros ➢ dentes acessórios podem estar presentes no momento do nascimento ou logo após. ➢ historicamente, dentes presentes ao nascimento em recém-nascidos têm sido chamados de dentes natais e aqueles que surgem dentro dos primeiros 30 dias têm sido chamados de dentes neonatais. ➢ alguns autores haviam sugerido que estes dentes podem representar dentes pré-decíduos supranumerários, mas a maioria é de dentes decíduos erupcionados prematuramente. ➢ quase 85% dos dentes natais são incisivos inferiores, 11% são incisivos superiores e 4% são dentes posteriores. ➢ etiologia desconhecida, havendo menção à hereditariedade, sífilis congênita, síndromes congênitas, deficiências nutricionais, projeção mais superficial do germe permanente, etc. ➢ geralmente são menos desenvolvidos, mais cônicos e amarelados, podendo haver ausência das raízes. Dente natal. Incisivos centrais inferiores que estavam erupcionados ao nascimento. Tratamento e prognóstico ➢ devem ser manipulados individualmente. ➢ a remoção cirúrgica destes dentes é indicada quando existe risco de aspiração devido à mobilidade. Se a mobilidade não é um problema e os dentes estão estáveis, eles devem ser conservados. ➢ ulcerações traumáticas dos tecidos moles adjacentes (doença de Riga-Fede) podem ocorrer durante a amamentação, mas geralmente podem ser resolvidas com medidas apropriadas. Geminação ➢ tentativa de um único germe dentário dividir-se, com a resultante formação de um dente com coroa chanfrada e, geralmente, uma raiz e um canal radicular em comum. ➢ é definida como um único dente aumentado ou unido (duplo) no qual a contagem dentária é normal quando o dente anômalo é considerado como um. ➢ mais frequente na maxila. ➢ geralmente apresenta um único canal e conduto radicular, coroa bífida com um sulco médio. ➢ tamanhos e formas diferentes. ➢ mais comum em caninos e incisivos. Geminação. A: Pré-molar inferior exibindo coroa bífida. B: Radiografia do mesmo paciente. Observe a coroa bífida e o canal radicular compartilhado. Fusão ➢ união de dois germes dentários normalmente separados, com a resultante formação de um dente unido com confluência de dentina. ➢ é definida como o aumento de um único dente ou dente unido (duplo), no qual a contagem dentária revela a falta de um dente quando o dente anômalo é contado como um. ➢ de caráter hereditário, também pode estar relacionada pela presença de pressão durante o processo de desenvolvimento. ➢ mais frequente na mandíbula e na dentição dencídua. ➢ pode ser uma união completa ou incompleta. ➢ canais separados estão presentes na fusão, mas isto não ocorre em todos os casos. ➢ incisivos e caninos são mais afetados. A: Fusão. Dente duplo no lugar do incisivo lateral inferior e do canino. B:Vista radiográfica de dente duplo na região dos incisivos lateral e central. Notam-se os canais radiculares separados. Tratamento e prognóstico da fusão e geminação Podem resultar em apinhamento, espaçamento anormal e erupção ectópica ou retardada dos dentes permanentes subjacentes. Quando detectada, a progressão da erupção dos dentes permanentes deve ser monitorada de perto, por cuidadosa observação clínica e radiográfica. Quando indicada, a extração pode ser necessária para prevenir uma anormalidade na erupção. Ocasionalmente, a fusão na dentição decídua está associada à ausência do sucessor permanente subjacente. Várias abordagens são possíveis para o tratamento de dentes unidos na dentição permanente, e o tratamento de escolha é determinado pelas necessidades particulares de cada paciente. São raros os casos documentados de divisão cirúrgica bem-sucedida. Na maioria dos casos de divisão cirúrgica, foi realizado tratamento endodôntico. A reconstrução da forma, independente da colocação de coroas totais, é realizada em muitos casos. Outros pacientes apresentam características anatômicas pulpares ou coronárias que contraindicam a reconstrução e requerem remoção cirúrgica com reposição protética. Dentes duplos frequentemente apresentam sulcos pronunciados nas faces vestibular ou lingual tornando-os mais propensos ao desenvolvimento de cáries. Em tais casos, o selamento dos sulcos e das fissuras ou a restauração com compósito é apropriado para a conservação dos dentes. Obs: Dentes duplos (geminação e fusão) ocorrem nas dentições decíduas e permanentes, com maior frequência nas regiões anterior e superior. Na dentição permanente, a prevalência de dentes duplos parece ser de aproximadamente 0,3% a 0,5%, enquanto a frequência na dentição decídua é maior, variando de 0,5% e 2,5%. Na população asiática, observa-se uma ocorrência superior a 5% em alguns estudos. Em ambas as dentições, incisivos e caninos são mais comumente acometidos. - Estágios de histodiferenciação - Amelogênese imperfeita Amelogênese imperfeita é uma alteração de desenvolvimento na estrutura do esmalte na ausência de uma alteração sistêmica. Há pelo menos 14 subtipos hereditários diferentes de amelogênese imperfeita, com numerosos padrões de herança e uma grande variedade de manifestações clínicas. A formação do esmalte é um processo de múltiplas etapas, e problemas podem surgir em qualquer uma delas. Em geral, o desenvolvimento do esmalte pode ser dividido em três estágios principais: 1. Elaboração da matriz orgânica 2. Mineralização da matriz 3. Maturação do esmalte. Os defeitos hereditários da formação do esmalte também são divididos ao longo dessas linhas: hipoplásico (única relacionada ao estágio de histodiferenciação), hipocalcificado e hipomaturado (relacionado aos estágios mais tardios da amelogênese). Até o momento, cinco mutações em genes foram associadas à amelogênese imperfeita. Cada gene pode ser mutado em uma variedade de sítios, criando, frequentemente, diversos e distintos padrões fenotípicos. Quando se observam grandes números de familiares afetados por amelogênese imperfeita, somente raras famílias demonstraram mutação em um dos genes que atualmente conhecemos. Amelogênese imperfeita hipomaturada ➢ a matriz do esmalte é apropriadamente depositada e começa a se mineralizar; entretanto, há um defeito na maturação da estrutura dos cristais de esmalte. ➢ os dentes afetados têm forma normal, mas apresentam manchas opacas variando entre o branco, marrom e amarelo. ➢ o esmalte é mais fino e macio do que o normal e tende a se soltar da dentina subjacente. ➢ radiograficamente, o esmalte afetado mostra uma radiopacidade semelhante à da dentina. Amelogênese imperfeita hipomaturada, ligada ao cromossomo X. A, Paciente do gênero masculino exibindo dentição branco-amarelada difusa. B, A mãe do paciente apresenta faixas verticais brancas, esmalte opaco e translúcido. Característicashistopatológicas ➢ não são evidentes em preparações rotineiras. → como a descalcificação dos dentes é necessária antes do processamento para permitir a secção dos espécimes embebidos em parafina, todo o esmalte é perdido. Com o objetivo de examinar a estrutura alterada do esmalte, são preparados cortes por desgaste de espécimes não descalcificados. As alterações descobertas são altamente diversificadas e variam com cada tipo clínico de amelogênese imperfeita. Tratamento e prognóstico ➢ as implicações clínicas de amelogênese imperfeita variam de acordo com o subtipo e sua gravidade, mas os principais problemas são estética, sensibilidade dentária e perda da dimensão vertical. ➢ em alguns casos de amelogênese imperfeita, há aumento da prevalência de cáries, mordida aberta anterior, erupção retardada, impactação dentária ou inflamação gengival associada. Amelogênese imperfeita hipoplásica ➢ a alteração básica concentra-se na deposição inadequada da matriz de esmalte apropriadamente mineralizada. ➢ radiograficamente contrasta bem com a dentina subjacente. ➢ matriz do esmalte parece ser imperfeitamente formada, com falhas na deposição, resultando em uma espessura fina ou irregular. ➢ pode apresentar uma superfície áspera com fossetas e sulcos generalizados, ainda que possa apresentar-se liso ou polido. ➢ sua coloração vai de amarelo ao pardo, isso de acordo com a intensidade da lesão. ➢ as coroas dos dentes podem não ter um contorno normal de esmalte, e geralmente possuem formato mais quadrado. ➢ pode ser fisiológica, como pela fluorose. Amelogênese imperfeita hipoplásica, padrão autossômico dominante polido (padrão generalizado fino). A, Dentes pequenos e amarelados exibindo esmalte duro brilhante, com numerosos pontos de contato abertos e mordida aberta anterior. B, Radiografia do mesmo paciente demonstrando delimitação periférica fina do esmalte radiopaco Dentinogênese imperfeita ➢ também chamada de dentino opalescente hereditária. ➢ distúrbio de desenvolvimento da dentina na ausência de qualquer desordem sistêmica. ➢ alteração rara e autossômica dominante. ➢ ocorre em aproximadamente 1:8.000 brancos nos Estados Unidos. ➢ pesquisadores acreditam que a anormalidade do esmalte é considerada um efeito secundário e não uma expressão direta do gene responsável pela dentinogênese imperfeita. Características clínicas ➢ todos os dentes de ambas as dentições são afetados. ➢ a gravidade das alterações dentárias varia com a idade durante a qual o dente se desenvolveu. ➢ os dentes decíduos são atingidos mais gravemente, seguidos pelos incisivos permanentes e primeiros molares, com os segundos e terceiros molares sendo atingidos por último. ➢ os dentes apresentam uma pigmentação marrom azulada, em geral translúcidos, com uma transparência distinto. ➢ o esmalte frequentemente é separado com facilidade da dentina defeituosa subjacente. Uma vez exposta, a dentina demonstra desgaste por atrição significativamente acelerada. ➢ radiograficamente, os dentes apresentam coroas bulbosas, constrição cervical, raízes delgadas, encurtadas e afiladas, além de obliteração precoce dos canais radiculares e das câmaras pulpares. ➢ apesar de as polpas estarem geralmente obliteradas pela produção excessiva de dentina, alguns dentes podem apresentar polpas com tamanho normal ou aumento da câmara pulpar (dentes em concha). ➢ particularmente no tipo III, a dentina é mais delgada e fina, o que faz com que as câmaras tornem-se extremamente grandes → dentes com formato de conha. Dentinogênese imperfeita. Dentes exibindo pigmentação acinzentada com atrição e perda de esmalte significativas. Dentinogênese imperfeita. Radiografia exibindo coroas bulbosas, obliteração precoce da polpa e hipoplasia de esmalte. → Vários familiares afetados pela dentinogênese imperfeita também têm demonstrado alta frequência de perda auditiva neurossensorial. Foi demonstrado que a posição da mandíbula afeta a anatomia do ouvido interno, e a perda dentária prematura tem sido associada a déficits auditivos. Neste momento, não está claro se a perda auditiva está relacionada com a mutação no gene DSPP, ou se é secundária a uma alteração primária de mudanças gnáticas. Os pesquisadores se perguntam se a restauração dentária pode prevenir a perda auditiva ou se o gene DSPP pode afetar diretamente a formação óssea e da estrutura do ouvido interno. Shields Apresentação Clínica Witkop Dentinogênese imperfeita I Osteogênese imperfeita com dentes opalescentes Dentinogênese imperfeita Dentinogênese imperfeita II Dentes opalescentes isolados Dentes opalescentes i hereditários Dentinogênese imperfeita III Dentes opalescentes isolados Brandywine isolado Tipo I ➢ associada a Osteogênese imperfeita. ➢ dentição decídua com severidade maior que a permanente. ➢ pesquisas genéticas confirmam que a dentinogênese imperfeita é claramente um distúrbio distinto da osteogênese imperfeita. Tipo II ➢ mais comum. ➢ não é associada a nenhuma outra doença hereditária. ➢ ambas as dentições são afetadas com quadros clínicos semelhantes. Tipo III ➢ mais rara. Dentes em concha: - demonstram espessura normal do esmalte em associação de dentina muito fina e polpas significativamente aumentadas. - a dentina fina pode envolver todo o dente ou estar restrita à raiz. - anormalidade rara encontrada mais em dentes decíduos na presença de dentinogênese imperfeita. A alteração pode não estar associada à dentinogênese imperfeita como um achado isolado em ambas as dentições e apresentar forma e coloração normais, um histórico familiar negativo e envolvimento difuso. Em uma variante isolada, ocorre reabsorção radicular lenta, mas progressiva. Dente em concha. Dentes exibindo espessura normal do esmalte, dentina muito fina e polpas significativamente aumentadas. Características histológicas ➢ dentina adjacente à junção do esmalte parece semelhante à dentina normal, mas a remanescente é claramente anormal. Prognóstico e tratamento ➢ prognóstico desfavorável, devido a difícil receptividade da restauração, pela baixa adesão aos materiais restauradores. ➢ a dentição inteira corre risco por causa de numerosos problemas. Os canais radiculares tornam-se delgados e podem desenvolver microexposições, resultando em lesões inflamatórias periapicais. Apesar do risco de perda do esmalte e da significativa atrição, os dentes não são bons candidatos a coroas totais devido a fraturas cervicais. O sucesso da cobertura total é maior em coroas e raízes que estejam próximas à normalidade da forma e do tamanho. Coroas protéticas colocadas em dentes restaurados com cimento de ionômero de vidro fluoretado têm sido usadas com sucesso em alguns casos. Em pacientes com atrição extensa, a dimensão vertical tem sido restaurada pela colocação de restaurações protética de metais fundidos não preciosos com agentes adesivo que não tenham recebido preparos e não estejam sujeitos a estresse oclusal significativo. As resinas modernas combinadas com um agente de ligação dentinária, têm sido usadas em áreas sujeitas ao desgaste oclusal. - Estágios de morfodiferenciação - → o germe vai adquirir definição de forma e tamanho Microdontia ➢ dentes fisicamente menores que o comum. ➢ ocorre exclusivamente na dentição permanente. ➢ mais frequente na maxila, 3° M, e incisivo lateral superior, sendo este o mais afetado e, em geral, aparece como uma coroa conóide sobre uma raiz que normalmente é de comprimento normal. ➢ o diâmetro mesiodistal é reduzido, e as superfícies proximais convergem para a margem incisal. ➢ a prevalência relatada varia de 0,8% - 8,4% da população. ➢ a alteração parece ser autossômica dominante com penetração incompleta. ➢ antes de restaurar, é imprescindível a análise ortodôntica. ➢ um fato curioso é que os incisivos laterais superiores e os terceiros molares estão entre os dentes que, com maior frequência, estão ausentes congenitamente. Classificação ➢ absoluta: quanto realmente os dentes apresentavam-se com tamanhos reduzidos. ➢ relativa: Dentes com o tamanhonormal podem parecer menores quando amplamente espaçados em arcada que são maiores que o normal; representa macrognatia. ➢ generalizada: todos os dentes da arcadas acometidos. Pode ocorrer como uma descoberta isolada na síndrome de Down, no nanismo hipofisário, e em associação a um número pequeno de distúrbios hereditários raros que apresentam múltiplas anormalidades da dentição. ➢ focal: mais comum, representada por acometimento em apenas um dente. Macrodontia ➢ macrodontia, megalodontia ou megadontia. ➢ não deve ser usado para descrever dentes que tenham sido alterados por fusão ou geminação. ➢ a participação do meio ambiente é rara, e caracteristicamente apenas poucos dentes são anormalmente grandes. ➢ ocorre mais em incisivos ou caninos, mas também pode ser observada em segundos pré-molares e terceiros molares. ➢ em tais situações, a alteração ocorre frequentemente de modo bilateral. A macrodontia com erupção unilateral prematura não é rara nos casos de hiperplasia hemifacial. Autores têm postulado que o crescimento ósseo unilateral resultante desta condição pode, também, afetar o desenvolvimento dos dentes do lado atingido. Classificações ➢ absoluta: quanto realmente os dentes apresentavam-se com tamanhos maiores. ➢ relativa: dentes com dimensão de coroa normal, porém apinhados em uma arcada pequena. ➢ generalizada: todos os dentes da arcadas acometidos. Tem sido vista em associação a gigantismo hipofisário, síndrome otodental, homens XYY e hiperplasia pineal com hiperinsulinismo. ➢ focal. Dente invaginado ➢ dens in dente. ➢ profunda invaginação da superfície da coroa ou da raiz que é limitada pelo esmalte. Características clínicas ➢ em ordem de frequência decrescente, os dentes afetados quase sempre incluem os incisivos laterais, incisivos centrais, pré-molares, caninos e molares. Ocorre predominância pela maxila. ➢ em dentes decíduos é incomum. ➢ a profundidade da invaginação varia de um ligeiro aumento da fosseta do cíngulo a um profundo sulco que se estende ao ápice, podendo atingir a raiz. ➢ antes da erupção, o lúmen da invaginação é preenchido com tecido mole semelhante ao do folículo dental (epitélio reduzido do esmalte com uma parede de tecido conjuntivo fibroso). Quando da erupção, este tecido mole perde o suporte vascular e necrosa (propiciando um meio excelente para o crescimento de bactérias). Classificação ➢ tipo I: mostra uma invaginação que é limitada à coroa, terminando no forame cego. ➢ tipo II: invaginação é mantida dentro do canal principal e estende-se abaixo da junção amelocementária. Necessária intervenção restauradora. Termina em fundo cego que pode ou não ter comunicação com a polpa. Invaginações de grandes dimensões podem tornar-se dilatadas e conter esmalte distrófico na base da dilatação. ➢ tipo III: estende-se através da raiz e perfura a área apical ou lateral radicular, sem que haja qualquer comunicação imediata com a polpa. A perfuração leva à comunicação direta da cavidade oral com o tecido intraósseo periradicular e, muitas vezes, produz lesões inflamatórias mesmo na presença de polpa vital. O esmalte que delimita a invaginação é frequentemente reposto pelo cemento próximo à perfuração radicular. Características radiológicas ➢ Radiograficamente, os dentes afetados mostram um alargamento da raiz. Um exame minucioso sempre revela uma invaginação dilatada limitada pelo esmalte, com abertura da invaginação situada ao longo da porção lateral da raiz. A: Dente invaginado coronário tipo II. Incisivo lateral superior com invaginação da superfície de esmalte que se estende levemente abaixo da junção amelocementária. B: Dente invaginado coronário tipo III. Canino superior mostrando uma invaginação de esmalte paralela ao canal pulpar, que perfurou a superfície lateral da raiz. Tratamento e prognóstico ➢ tipo I: como é de pequenas dimensões, a abertura da invaginação deve ser restaurada na época da erupção em uma tentativa de prevenir o surgimento de cárie e inflamação pulpar subsequente. Se a invaginação não for detectada rapidamente, ocorre, com frequência a necrose pulpar. ➢ nas invaginações grandes, o conteúdo do lúmen e qualquer dentina cariada devem ser removidos; em seguida, deve-se colocar uma base de hidróxido de cálcio para evitar qualquer possível microcomunicação com a polpa adjacente. Em casos com comunicação pulpar óbvia ou sinais de patologia pulpar, tanto a invaginação, como o canal pulpar subjacente requerem tratamento endodôntico. Em dentes com ápices abertos, a apicificação com hidróxido de cálcio ou agregado de trióxido mineral geralmente é bem-sucedida, seguida da obturação final. ➢ tipo III: quando associadas a lesões inflamatórias perirradiculares requerem tratamento semelhante ao endodôntico. Antes da obturação final com guta-percha, a proteção temporária com hidróxido de cálcio ajuda a construir pontes dentinárias e a manter a vitalidade da polpa subjacente. Alguns casos não respondem ao tratamento endodôntico conservador e requerem cirurgia periapical e obturação retrógrada. Invaginações grandes e dilatadas geralmente exibem coroas anormais e os dentes necessitam ser extraídos. Dente evaginado ➢ ou tubérculo central, cúspide tubercular, tubérculo acessório, pérola oclusal, odontoma evaginado, pré-molar de Leong, pré-molar tubercular. ➢ elevação semelhante a uma cúspide de esmalte localizada no sulco central ou na crista lingual da cúspide vestibular de pré-molares ou de molares. ➢ apesar de este quadro de cúspides acessórias ter sido relatado em molares, o dente evaginado ocorre caracteristicamente em pré-molares, sendo comumente bilateral e demonstrando marcada predominância pela arcada inferior. ➢ molares decíduos são raramente afetados. ➢ a cúspide acessória normalmente consiste em esmalte e dentina, e a polpa está presente em quase metade dos casos. embora a prevalência seja variável, muitos estudos sugerem uma frequência variando de 1% e 4%. ➢ necrose pulpar é comum e pode ocorrer por exposição direta ou invasão pelos túbulos dentinários imaturos. ➢ pode resultar em dilaceração, deslocamento e angulação ou rotação dentária. ➢ radiograficamente a superfície oclusal exibe uma aparência de tubérculo e, com frequência, é vista uma extensão pulpar da cúspide. Em um amplo estudo, cerca de 80% dos tubérculos se apresentaram desgastados ou fraturados, e foram encontradas patologias pulpares em cerca de 25% dos pacientes. Radiografia dos dentes descritos na Fig. 2-63. Note a anatomia oclusal com tubérculos. A atrição na cúspide acessória levou a necrose pulpar e doença inflamatória periapical. Tratamento e prognóstico ➢ cúspide de Carabelli: não requer tratamento, a menos que um sulco profundo esteja presente entre a cúspide acessória e a superfície da cúspide mesiolingual do molar. Estes sulcos profundos devem ser selados para evitar desenvolvimento de cárie. ➢ cúspide em garra nos dentes inferiores geralmente não necessitam de tratamento; cúspides em garra presente nos dentes superiores frequentemente interferem na oclusão e devem ser removidas. Outras complicações incluem comprometimento estético, deslocamento de dentes, cáries, problemas periodontais e irritação dos tecidos moles (p. ex., língua ou mucosa labial). Pelo fato de a maioria destas projeções conter um corno pulpar, a remoção precitada resulta, com frequência, em exposição pulpar. Quaisquer fissuras ou invaginações profundas devem ser restauradas rapidamente após a erupção para proteger a polpa adjacente de exposição à cárie. A remoção sem que haja perda de vitalidade pode ser feita por meio de desgaste periódico da cúspide, com tempo suficiente para deposição de dentina terciária e retração pulpar. Ao término de cada sessão de desgaste, a dentina exposta deverá ser recoberta com um agente dessensibilizante, do tipo verniz fluoretado que também pode acelerar a retração pulpar. Taurodontia ➢ aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente multirradicular com deslocamento apical do assoalho pulpar e da bifurcação e encurtamento dasraízes. ➢ ocorre devido a uma falha na invaginação da bainha epitelial de hertwig (surge na curvatura cervical durante a fase de sino, que vai dar conformação da raiz dentária). Esta forma de molares foi encontrada nos antigos homens de Neandertal, e o formato do taurodente lembra aquela dos dentes molares dos animais ruminantes (tauro = touro, e dont = dente). Características clínicas ➢ os dentes afetados tendem a ser retangulares em sua forma e mostram câmaras pulpares aumentadas no sentido ápicooclusal e uma bifurcação próxima ao ápice. ➢ o diagnóstico geralmente é feito subjetivamente da imagem radiográfica. ➢ pode ser bilateral ou unilateral e afeta dentes permanentes mais frequentemente que os decíduos. ➢ não há predileção por gênero. ➢ a prevalência relatada é altamente variável (0,5% e 46%) e muito provavelmente está relacionada com diferentes critérios diagnósticos e a variações raciais. ➢ etiologia desconhecido, sendo relatada associação com fatores genéticos, radioterapia, trauma físico, doenças sistêmicas, etc. ➢ pode ocorrer como uma característica isolada ou como um componente de uma síndrome específica, como a de down, como também, pela displasia ectodérmica. Geralmente demonstra um efeito de campo com envolvimento de todos os molares. Quando isto ocorre, o primeiro molar é menos afetado, com aumento da gravidade da lesão notada nos segundos e terceiros molares, respectivamente. Um aumento da frequência de taurodontia foi relatado em pacientes com hipodontia, fenda labial e fenda palatina. Alguns sugerem que anormalidades cromossômicas podem interromper o desenvolvimento da forma dos dentes e que a taurodontia não é o resultado de uma anormalidade genética específica. Grau de classificação ➢ o grau de classificação pode ser leve (hipotaurodontia), moderado (mesotaurodontia) e severo (hipertaurodontia), de acordo com o grau de deslocamento apical do assoalho pulpar. Tratamento e prognóstico ➢ não requer tratamento específico. ➢ não é vista extensão coronária da polpa; entretanto, o processo não interfere na rotina dos procedimentos restauradores. Se há necessidade de tratamento endodôntico, a forma da câmara pulpar frequentemente aumenta a dificuldade de localização, instrumentação e obturação dos canais pulpares. Uma constatação boa é que os pacientes portadores de taurodontia têm que apresentar destruição periodontal significativa antes que ocorra o envolvimento da furca. Raízes supranumerárias ➢ refere-se ao aumento do número de raízes nos dentes, comparado com aquele classicamente descrito na anatomia dentária. ➢ qualquer dente pode desenvolver raízes acessórias, e o envolvimento tem sido relatado nas dentições decídua e permanente. ➢ os dentes mais afetados são os molares permanentes (especialmente terceiros molares) superiores e inferiores, os caninos inferiores e pré-molares. ➢ em algumas ocasiões, a raiz supranumerária é divergente e vista facilmente em radiografias; em outros casos, a raiz adicional é pequena, sobreposta a outras raízes e de difícil identificação. A prevalência parece variar significativamente entre raças diferentes. A: Fotografia macroscópica exibindo um molar inferior com uma pequena raiz supranumerária. B, Rx periapical do dente extraído. Tratamento e prognóstico ➢ tratamento não é necessário, mas a detecção de raiz acessória é de importância fundamental quando é empreendido o tratamento endodôntico ou a exodontia. ➢ dentes extraídos sempre devem ser examinados cuidadosamente para assegurar que todas as raízes foram removidas com sucesso, porque raízes acessórias podem não estar evidentes nas radiografias pré-cirúrgicas. ➢ igualmente importante é a busca por canais acessórios durante os procedimentos de acesso endodôntico, porque a não percepção destas aberturas adicionais frequentemente resulta na falta de resolução do processo inflamatório associado. Dilaceração ➢ refere-se a angulação anormal ou curvatura na raiz ou, menos frequentemente, na coroa do dente. ➢ também ocorre na bainha epitelial de hertwig. ➢ embora a maioria dos exemplos seja de causa idiopática, parece que um número de dentes com dilaceração surge após um trauma que desloca a porção calcificada do germe dentário, e o restante do dente continua sua formação em um ângulo anormal. Após o dano, frequentemente segue uma avulsão ou intrusão do dente decíduo, um fato que, em geral, ocorre antes dos 4 anos de idade. A dilaceração relacionada com o trauma afeta mais frequentemente a dentição anterior e, muitas vezes, leva a problemas dentários funcionais e estéticos. ➢ menos frequentemente, desenvolve-se secundariamente à presença de um cisto adjacente, tumor ou hamartoma odontogênico (odontoma, dente supranumerário). Características clínicas e radiográficas ➢ eventualmente, ocorre o envolvimento de dentes decíduos. Alguns têm sido associados a um trauma anterior, secundário à laringoscopia neonatal e intubação endotraqueal. A idade do paciente, a direção e o grau da força parecem determinar a extensão da malformação dentária. A angulação anormal pode estar presente em qualquer região ao longo do comprimento do dente. ➢ quando em dentes superiores, há falha na erupção, já em inferiores e posteriores, costuma-se ocorrer a erupção normalmente. Angulação da raiz de um canino inferior. O desenvolvimento foi alterado pela presença de um odontoma composto adjacente. Tratamento e prognóstico ➢ variam de acordo com a gravidade da deformidade. ➢ dentes decíduos alterados sempre demonstram reabsorção imprópria resultando em atraso na erupção dos dentes permanentes. A extração dos dentes decíduos é indicada quando necessária para a erupção normal dos dentes permanentes. ➢ pacientes com menor grau de dilaceração em dentes permanentes frequentemente não requerem tratamento. ➢ deformidades dentárias acentuadas requerem remoção cirúrgica. A extração de dentes afetados pode ser difícil e resultar em fratura radicular durante a remoção. ➢ quando da tentativa de realização de procedimentos endodônticos, o clínico deve ser cauteloso para evitar a perfuração da raiz dos dentes com significativa dilaceração. Aqueles dentes que exibem erupção tardia ou anormal podem ser expostos e tracionados ortodonticamente para a posição. Em alguns casos, por causa de deformações extensas dos dentes afetados pode ocorrer perfuração da crista alveolar vestibular durante o reposicionamento, pela raiz mal posicionada. Nesses casos, a amputação do ápice da raiz, com posterior tratamento endodôntico pode ser necessário. - Estágios de aposição - → crescimento posicional. Os ameloblastos, odontoblastos e cementoblastos, seguem depositando em camadas. Hipoplasia de esmalte Características clínicas e radiográficas ➢ uma das anomalias mais comum. ➢ define-se como um defeito na formação da matriz de esmalte, com quantidade de esmalte reduzida ou alterada, isso causada por uma injúria aos ameloblastos. ➢ a função dos ameloblastos e alterada e em decorrência dessa incapacidade de remodelação do esmalte, as modificações durante a formação são permanentemente registradas na superfície dentária ➢ mediante a determinação da localização de defeito do esmalte é possível identificar em que determinado período de vida o distúrbio aconteceu. ➢ durante o período de formação do dente, da vida intrauterina até 6-7 anos, essa formação fica suscetível a estímulos que poderão interferir na integridade dentária. ➢ fator não é hereditário, sendo sistêmicos ou locais. Causas locais: - infecção, trauma, radioterapia, idiopáticas (opacidade do esmalte). Causas gerais a) ambientais ou sistêmicas: (hiperplasias cronológicas) Pré natal: - infecções, e: rubéola, sífilis - doença materna - excesso de íons fluoreto Neonatal: - doença hemolítica do recém-nascido - hipocalcemia - nascimento prematuro/trabalho de parto prolongado Pós-natal: - infecções graves da infância, especialmente o exantema viral - doenças crônicas da infância, ex: doenças cardíaca congênita, doenças gastrointestinais e endócrina -deficiências nutricionais, ex: vitamina D - quimioterapia do câncer - excesso de íons fluoreto Fluorose dentária Pesquisadores acreditam que a exposição contínua ao flúor tópico, contido em produtos como dentifrícios ou na água fluoretada, inibe a desmineralização e apresenta efeitos antibacterianos. Além disso, eles sugerem que a exposição ao flúor na fase pré-eruptiva é mais eficaz contra cáries em fóssulas e fissuras, enquanto que a exposição na fase pós-eruptiva é mais significativa para cáries em superfícies lisas. ➢ os defeitos do esmalte causados pelo flúor parecem ser originários da retenção de proteínas amelogeninas na estrutura do esmalte, levando à formação de esmalte hipomineralizado. Estas alterações criam uma hipomaturação permanente do esmalte na qual há um aumento da porosidade em sua superfície externa e também na camada subjacente. ➢ a estrutura do esmalte altera a reflexão da luz e cria áreas com aparência branco-giz. ➢ a maioria dos problemas associados à fluorose dentária é estética e dizem respeito à aparência dos dentes anteriores. Entretanto, o ponto crítico para fluorose dentária clinicamente significativa é durante o segundo e o terceiro anos de vida, quando os dentes são formados. ➢ a gravidade da fluorose dentária é dependente de dose, com consumo elevado de flúor durante períodos críticos do desenvolvimento. ➢ os dentes afetados são resistentes à cárie. ➢ a superfície dentária alterada aparece como áreas com esmalte branco, opaco e sem brilho, que apresentam zonas de pigmentação amarela ou marrom-escura. Frequentemente podem beneficiar-se da microabrasão, que produz aumento significativo e permanente na correção da pigmentação marrom ou amarela da superfície. A melhoria das marcas brancas da superfície do esmalte comumente requer posterior procedimento restaurador. B: Fluorose dentária. Alteração branca e opaca dos pré-molares e segundos molares em paciente que também apresenta pigmentação dos dentes causada por tetraciclina. O paciente passou a residir em área de fluorose endêmica a partir dos 3 anos de idade. Sífilis congênita ➢ dentes anteriores modificados pela sífilis são chamados de incisivos de Hutchinson e apresentam coroas cuja forma se assemelha à ponta de uma chave de fenda, com maior diâmetro no terço médio da coroa e margem incisal constricta. A porção média da margem incisal geralmente apresenta um entalhe central hipoplásico. ➢ os dentes posteriores afetados são chamados molares em amora e apresentam a superfície oclusal constricta com uma desorganização da superfície anatômica que lembra a forma irregular da amora. Pérolas de esmalte Acredita-se que surja de uma projeção localizada da camada odontoblástica. Esta saliência propicia contato prolongado entre a bainha radicular de Hertwig e a dentina em desenvolvimento, desencadeando a indução da formação de esmalte. Projeções internas de esmalte semelhante para a dentina subjacente raramente foram relatadas nas coroas dentárias. Características clínicas e radiográficas ➢ são estruturas hemisféricas que podem consistir inteiramente em esmalte ou conter dentina e polpa subjacentes. ➢ são encontradas mais nas raízes dos molares superiores (molares inferiores são o segundo local mais frequente). Raramente, elas ocorrem nos pré-molares superiores ou incisivos. ➢ envolvimento de molares decíduos não é raro. ➢ prevalência varia de 1,1% a 9,7%. ➢ na maioria dos casos, é encontrada apenas uma pérola, mas o máximo de quatro pérolas foi documentado em um único dente. ➢ a maioria ocorre na região de furca das raízes ou próximo à junção amelo-cementária. ➢ a superfície de esmalte das pérolas impede a aderência periodontal normal com o tecido conjuntivo e, provavelmente, existe uma junção hemidesmossômica. Esta junção é menos resistente à ruptura; uma vez realizada a separação, é provável a ocorrência de rápida perda de aderência. ➢ a natureza exofítica da pérola induz à retenção de placa e à limpeza inadequada. Massa de esmalte ectópico localizada na área de furca de um molar. ➢ radiograficamente, aparecem como nódulos bem-definidos e radiopacos, ao longo das superfícies radiculares. As pérolas de esmalte maturadas internas aparecem como áreas circulares de radiopacidade bem-definida, que se estendem da junção amelo-dentinária até a dentina coronária subjacente. Tratamento e prognóstico ➢ deve-se manter higiene bucal meticulosa como esforço para prevenir perda localizada de suporte periodontal. ➢ se for cogitada a possibilidade de remoção da lesão, o cirurgião-dentista deve lembrar que a pérola de esmalte pode, ocasionalmente, conter tecido pulpar vital. - Estágios de mineralização - → após a formação da matriz, ocorre deposição de sais minerais. O esmalte é o que apresenta maior conteúdo mineral. Amelogênese imperfeita tipo hipomineralizada ➢ a matriz do esmalte é depositada apropriadamente, mas não ocorre significativa mineralização. ➢ os dentes estão apropriadamente formados na erupção, porém o esmalte é muito mole e facilmente perdido. ➢ na erupção, o esmalte é marrom-amarelado ou alaranjado, mas, com frequência, torna-se manchado de marrom a negro e exibe rápida deposição de cálculo. Com anos de função, muito do esmalte coronário é perdido, com exceção da porção cervical, que é mais bem calcificada. ➢ dentes não erupcionados e mordida aberta anterior são comuns. ➢ observou-se forte padrão hereditário. Os padrões são semelhantes, mas os exemplos autossômicos recessivos são, em geral, mais graves que os casos autossômicos dominantes. ➢ radiograficamente, as densidades do esmalte e da dentina são semelhantes. ➢ antes da erupção, os dentes são normais em sua forma; entretanto, depois de um período de função, muito do esmalte da cúspide é perdido, com a superfície oclusal tornando-se irregular. Amelogênese imperfeita hipocalcificada. A, Dentição apresentando pigmentação marrom-amarelada difusa. Notam-se numerosos dentes com perda de esmalte coronário, exceto a porção cervical. B, Radiografia do mesmo paciente. Observe a perda extensa do esmalte coronário e dentina e esmalte com densidade semelhante. Alteraçõe� dentária� → desgaste dentário. → pigmentação dentária. → distúrbios na erupção. → reabsorção dentária. - Desgaste dentário - O desgaste dentário, também chamado de perda da superfície dos dentes, é um processo fisiológico que ocorre com o decorrer do envelhecimento, mas pode ser considerado patológico quando o grau de destruição cria problemas funcionais, estéticos ou de sensibilidade dentária. Apesar de os casos de desgaste (atrição, abrasão, erosão, abfração) frequentemente serem discutidos como alterações independentes, a maioria dos casos de perda dentária é o resultado da combinação de fatores. Muitos casos de atrição são acelerados pela presença de materiais abrasivos na boca. Áreas de dentina exposta por atrição ou abfração são mais atingidas pelos efeitos da erosão ou da abrasão. Áreas amolecidas pela erosão são mais suscetíveis a abrasão, atrição e abfração. É importante para o clínico observar que a perda da estrutura dentária adquirida por fatores ambientais quase sempre é multifatorial. A maioria dos pesquisadores acredita que a prevalência do desgaste dentário relatada está aumentando. Isto é, em parte, explicado pela grande conscientização entre os clínicos e, também, porque a população adulta está mantendo mais dentes naturais ao longo da vida. Além disso, indivíduos jovens parecem demostrar um aumento na perda de superfície dentárias, que muitos acreditam ser causado por uma dieta com maior quantidade de ácidos (p. ex., refrigerantes, alimentos dietéticos, frutas frescas). Em todas as formas de desgaste dentário, o processo ocorre normalmente de forma lenta, o que permite a deposição de dentina terciária, impedindo a exposição da polpa, mesmo quando presente extensa perda de estrutura dentária. Em muitos casos, e especialmente na dentição decídua, a perda dentária pode ocorrer de forma mais acelerada, que resulta em uma exposição franca e próximada polpa. Atrição ➢ é a perda da estrutura dentária causada pelo contato entre os dentes antagonistas durante a oclusão e a mastigação. ➢ certo grau de atrição é fisiológico, e o processo torna-se mais perceptível com o aumento da idade. ➢ quando a quantidade de perda dentária é extensa e começa a afetar a estética e a função, o processo pode ser considerado patológico. Fatores que podem acelerar a destruição dentária ➢ qualidade inferior ou ausência de esmalte (p. ex., fluorose, hipoplasia do esmalte ou causada por fatores ambientais, ou dentinogênese imperfeita). ➢ contatos prematuros (oclusão topo a topo). ➢ abrasivos intraorais, erosão e hábito de ranger os dentes. Características clínicas ➢ pode ocorrer tanto na dentição decídua como na permanente. ➢ mais frequentemente, encontra-se as superfícies oclusais e incisais comprometidas, além das superfícies linguais dos dentes anteriores superiores e as vestibulares dos dentes inferiores anteriores. ➢ as facetas são grandes, planas, lisas, brilhantes e são encontradas em uma relação correspondente ao tipo de oclusão. ➢ a exposição pulpar e a sensibilidade dentinária são raras devido à lentidão da perda de estrutura dentária e à aposição de dentina secundária e reparadora no interior da câmara pulpar. Os pontos de contato interproximais também são afetados pelo movimento vertical dos dentes durante a função mastigatória. Com o tempo, esta perda interproximal resulta em uma perda do comprimento do arco. Abrasão ➢ é a perda patológica da estrutura dentária ou restauração pela ação mecânica de um agente externo. ➢ a causa mais comum é a escovação dentária com pasta abrasiva e escovação horizontal intensa. ➢ também incluem hábitos de colocar entre os dentes lápis, palitos, cabos de cachimbo e grampos para cabelo. Mascar fumo, quebrar nozes, roer unha, cortar linha e o uso impróprio do fio dental também podem causar abrasão clinicamente significativa. Quando o desgaste dentário é acelerado por mascar substâncias abrasivas entre os dentes antagonistas, o processo tem sido chamado de demastigação e apresenta características tanto de atrição como de abrasão. Características clínicas ➢ é encontrada de várias formas, dependendo da causa. ➢ quando por escovação dentária aparece caracteristicamente como entalhes cervicais horizontais na superfície vestibular com cemento e dentina radicular expostos. ➢ os defeitos comumente têm margens definidas e superfície dura e lisa. ➢ cortar linha, usar cachimbo e abrir grampos para cabelo comumente produzem entalhes com formas arredondadas ou em V na superfície incisal dos dentes anteriores. Quando ocorre a presença de ácidos, lesões mais arredondadas e superficiais são vistas. O grau de perda é maior em dentes proeminentes (caninos, pré-molares e dentes adjacentes a áreas edêntulas) e no lado do arco oposto à mão dominante que sustenta a escova dentária. O uso inadequado do fio dental e de palitos resulta na perda de cemento radicular e de dentina interproximal. Desgastes cervicais horizontais nos dentes anteriores inferiores. Notam-se canais pulpares visíveis que foram conservados com dentina terciária. Erosão ➢ perda da estrutura dentária causada por processo químico somado à interação bacteriana com o dente. ➢ caracteristicamente, é causada por exposição aos ácidos, mas agentes quelantes são, geralmente, a sua causa primária. ➢ embora a saliva contenha bicarbonato e ajude na remineralização com significativa capacidade tampão, esse efeito pode ser subjugado pela hipossalivação ou pelo excesso de ácido. Podendo estas alterações ter causas em hipofunção de glândula salivar, incluindo aplasia, desidratação, radiação terapêutica, medicamentos e condições sistêmicas como a síndrome de Sjögren, bulimia nervosa e diabetes. ➢ extrínseca: alimentação, fármacos. ➢ intrínseca: ácidos gástricos. → a fonte de ácidos geralmente está em alimentos e bebidas, mas outras fontes incluem algumas medicações (p. ex., vitamina C mastigável, tabletes de aspirina), piscinas sem monitoramento de pH, regurgitação involuntária (p. ex., hérnia de hiato, esofagite, alcoolismo crônico, gestação), regurgitação voluntária (p. ex., distúrbios psicológicos, bulimia, ocupações que requerem baixo peso corporal) e exposição a dejetos industriais no ambiente. → A erosão proveniente da exposição dentária a secreções gástricas é chamada de perimólise. ➢ a saliva tem a capacidade de remineralizar superfícies do dente expostas ao ácido, isso pode ser verificado em áreas onde há dano por erosões, porque o componente abrasivo da saliva remove o esmalte amolecido antes da ocorrência da remineralização. ➢ alguns pesquisadores acreditam que a erosão raramente é a única responsável pela perda da estrutura dentária, apesar de outros referirem a erosão como a principal causa de desgaste dentário acelerado Características clínicas e radiográficas ➢ as superfícies vestibulares e palatinas dos dentes superiores e as superfícies vestibulares e oclusais dos dentes posteriores inferiores são as mais afetadas. ➢ o envolvimento das superfícies linguais de toda a dentição inferior é incomum, possivelmente em decorrência da capacidade protetora da saliva serosa proveniente da glândula submandibular. ➢ caracterizada por uma lesão com depressão côncava central na dentina, cercada por margem elevada de esmalte. As áreas côncavas podem ser vistas nas pontas das cúspides oclusais, arestas incisais e cristas marginais. ➢ nas superfícies vestibulares e incisais dos dentes anteriores, muitas vezes, estão associadas a fontes dietéticas ácidas e uma fonte ambiental externa. ➢ nas superfícies oclusais dos dentes posteriores de ambas as dentições, é provável haver a regurgitação de secreções gástricas. ➢ os dentes posteriores exibem perda extensa da superfície oclusal, e as margens de restaurações metálicas podem, portanto, estar acima do nível da estrutura dentária. ➢ a localização da perda dentária pode sugerir a causa da perda, mas não é totalmente confiável. Os locais predominantes dessas perdas são áreas que não estão protegidas pela secreção serosa das glândulas parótidas e submandibulares. Após uma porção do esmalte da cúspide ter sido perdida, a dentina é destruída mais rapidamente que o esmalte remanescente, resultando, com frequência, em uma depressão côncava de dentina circundada por uma margem elevada de esmalte. A erosão ativa revela uma superfície limpa, sem manchas, enquanto que as regiões inativas apresentam-se manchadas e pigmentadas. Múltiplas depressões em forma de cálice em áreas correspondentes às pontas de cúspide. Tratamento e prognóstico ➢ intervenções preventivas podem apresentar-se como uma tentativa não só para reduzir a exposição ácida, mas também para melhorar a capacidade da cavidade oral em resistir aos efeitos dos ácidos. ➢ a utilização de um dentifrício minimamente abrasivo e a orientação profissional previne e pode auxiliar na redução da escovação inadequada associada à abrasão. Pacientes devem limitar a escovação dentária a uma vez ao dia, pela manhã, por causa do aumento da vulnerabilidade do esmalte atacado por ácido à abrasão e atrição. O consumo de substâncias-tampão, como o leite e o queijo, também é tido como benéfico. A hidratação adequada é de extrema importância para manter o fluxo salivar adequado. Placas de mordida podem ser usadas para diminuir a atrição noturna e proteger os dentes da exposição frequente aos ácidos oriundos da regurgitação ou de fontes industriais. A sensibilidade dentária pode ser reduzida com o uso de vernizes, bochechos ou dentifrícios contendo cloreto de estrôncio, fluoreto estanhoso ou monofluorofosfato. Se não houver sucesso inicialmente, estes agentes podem ser combinados com iontoforese. Abfração ➢ se refere à perda de estrutura dentária devido a um estresse oclusal (forças extensivas e compreensivas), que por flexão repetida provoca falha no esmalte e na dentina distante do ponto de pressão. A dentina é capaz de suportar uma quantidade maior de estresse que oesmalte. Quando as forças oclusais são aplicadas excentricamente ao dente, a tensão é concentrada no fulcro cervical, levando à inclinação que pode produzir rompimento das ligações químicas dos cristais do esmalte nas zonas cervicais. Uma vez danificado, o esmalte partido pode ser perdido ou ser mais facilmente removido por erosão ou abrasão. Alguns pesquisadores sugeriram que as restaurações oclusais enfraquecem a capacidade do dente de resistir ao estresse da oclusão e que predispõem a futuras lesões abfrativas. o envolvimento, pela abfração, das regiões cervicais vestibulares dos dentes anteriores superiores é muito intrigante, porque a flexão ocorreria na superfície palatina do dente, e não na superfície vestibular. Características clínicas e radiográficas ➢ tem a aparência de cunhas limitadas à região cervical dos dentes, com margens delimitadas e bastante profundas. ➢ pode, com facilidade, assemelhar-se à abrasão cervical ou à erosão. ➢ os sinais para o diagnóstico incluem defeitos que são profundos, estreitos e em forma de V (o que não permite o contato da escova dentária com a base do defeito) e, em geral, afetam um único dente, não sendo os adjacentes atingidos. ➢ além disso, as lesões ocasionais são subgengivais, uma região caracteristicamente protegida de abrasão e erosão. ➢ as lesões são vistas quase que exclusivamente na superfície vestibular e apresentam-se com maior prevalência em pacientes com bruxismo. Tratamento e prognóstico ➢ Em lesões consideradas abfração, ionômero de vidro é recomendado por sua grande resiliência, que permite que o material flexione como o dente. Defeitos profundos e estreitos na região cervical da superfície vestibular dos dentes inferiores. - Pigmentação dentária - → A cor dos dentes normais varia e depende de matiz, translucidez e espessura do esmalte. Pode ser temporárias ou permanente. Pigmentação extrínseca ➢ ocorrem pelo acúmulo superficial de um pigmento exógeno e, geralmente, podem ser removidas com o tratamento da superfície. ➢ manchas bacterianas, ferro, tabaco, alimentos e bebidas, hemorragia gengival, materiais restauradores, medicações. Tratamento: polimento cuidadoso com pedra-pomes refinada pode remover a maioria dos pigmentos extrínsecos sobre os dentes; reconhecidamente, a profilaxia normal com pasta profilática é insuficiente. Pigmentos persistentes, geralmente, são removidos pela mistura de 3% de peróxido de hidrogênio com pedra-pomes ou pelo uso de jatos de bicarbonato. A recidiva das manchas é comum, a menos que a causa seja reduzida ou eliminada. A melhora do padrão de higiene bucal geralmente minimiza a chance de recidiva. Manchas bacterianas: ➢ muito comum. ➢ bactérias cromogênicas podem produzir uma coloração que varia entre cinza, marrom-escuro ou laranja. ➢ ocorre mais em crianças e costumam ser vistas, inicialmente, na superfície vestibular, localizadas no terço gengival dos dentes anteriores superiores. ➢ geralmente os acometido apresentam baixos níveis de cárie, no entanto não sabe-se a real associação com essa redução. Pigmentação por produtos derivados de tabaco, chá ou café: ➢ em geral, resulta em significativa pigmentação marrom da superfície do esmalte. ➢ o alcatrão presente no tabaco dissolve-se na saliva e penetra facilmente nas fóssulas e fissuras do esmalte. ➢ tabagistas (de tabaco e de maconha) apresentam maior envolvimento das superfícies linguais dos incisivos inferiores; usuários do fumo de mascar geralmente demonstram comprometimento do esmalte na área de alojamento de tabaco. ➢ manchas provenientes de bebidas também costumam comprometer a superfície lingual dos dentes anteriores, mas as manchas são habitualmente mais difusas e menos intensas. ➢ alimentos que contêm clorofila em abundância podem produzir pigmentação verde na superfície do esmalte. Manchas extrínsecas marrons do esmalte na superfície lingual dos dentes anteriores inferiores, devido ao uso prolongado de tabaco. Pigmentação intrínseca ➢ surgem de uma coloração intrínseca de material endógeno que é incorporado ao esmalte e à dentina, e não pode ser removidas por pasta profilática ou pedra pomes. ➢ amelogênese imperfeita, dentinogênese imperfeita, fluorose dental, Porfiria eritropoiética, Hiperbilirrubinemia, Ocronose, trauma, decomposição localizada de hemácias, medicações. ➢ recebe destaque as manchas brancas nas fases iniciais da doença cárie, como também, pigmentações após a necrose pulpar. A bilirrubina é um produto da decomposição das hemácias e níveis elevados podem ser liberados para o sangue em várias condições. O aumento da quantidade de bilirrubina pode levar ao seu acúmulo no fluido intersticial, mucosa e pele, resultando em uma pigmentação amareloesverdeada chamada icterícia. Durante o período de hiperbilirrubinemia, os dentes em desenvolvimento também podem acumular o pigmento e se tornarem intrinsecamente manchados. Na maioria dos casos, os dentes decíduos são afetados como resultado da ação da hiperbilirrubinemia durante o período neonatal. As causas mais comuns são a eritroblastose fetal e a atresia biliar. A pigmentação cinza-escura ocorre a longo prazo, e acomete dentes com significativa lesão pulpar, por meio de produtos de degradação sanguínea que se difundem pelos túbulos dentinários. O tratamento endodôntico iniciado antes ou logo após a morte total da polpa muitas vezes impede a pigmentação. A necrose pulpar pode ser asséptica e não estar associada a significativa sensibilidade à percussão, mobilidade, ou doença periapical inflamatória associada. Um processo relacionado secundariamente com a destruição localizada das hemácias também pode resultar em pigmentação dos dentes. Materiais restauradores, especialmente amálgama, podem resultar em pigmentação cinza-escura dos dentes. Isto ocorre com mais frequência em pacientes jovens que têm maior quantidade de túbulos dentinários abertos. - Distúrbios na erupção - → A erupção é o processo contínuo de movimentação de um dente do seu local de desenvolvimento para sua posição funcional. A erupção continua após o aparecimento do dente para compensar o desgaste mastigatório e o crescimento dos ossos gnáticos. Impacção ➢ os dentes que cessam a erupção antes de emergirem estão impactados. ➢ alguns autores subdividem estes dentes não erupcionados entre os que são obstruídos por uma barreira física (impactados) e aqueles que parecem mostrar uma perda da força eruptiva (inclusos). Em muitos casos, um dente pode parecer incluso; entretanto, quando removido, pode ser descoberto um hamartoma odontogênico subjacente ou um tumor. Portanto, parece apropriado classificar todos estes dentes como ‘’impactados’’s. Características clínicas e radiográficas ➢ a impactação de dentes decíduos é raríssima; quando ocorre, os segundos molares são mais afetados. ➢ na dentição permanente, os 3° MI são os dentes mais impactados, seguidos pelos 3° molares e CS. Em ordem decrescente de frequência, também pode ocorrer nos PMI, CI, PMS, ICS, ILS e 2° MI. Primeiro molares e segundos molares superiores são raramente afetados. ➢ é causada mais vezes por apinhamento e desenvolvimento maxilofacial insuficiente. ➢ dentes impactados são, com frequência, desviados ou angulados e, por fim, perdem seu potencial de erupção (após a conclusão do desenvolvimento radicular). ➢ os dentes podem estar parcialmente erupcionados ou completamente impactados (impacção óssea completa). Além disso, a impacção pode ser classificada de acordo a angulação do dente com relação ao restante da dentição: mesioangular, distoangular, vertical, horizontal ou invertido. ➢ às vezes, pequenas espículas ósseas, não vitais, podem ser vistas, clínica ou radiograficamente, superiores às coroas dos dentes permanentes superiores parcialmente irrompidos. O processo é chamado de sequestro de erupção e ocorre quando fragmentos ósseos são separados do osso contínuo durante a erupção do dente associado. Pode ser notada uma ligeira sensibilidade na área, principalmente durante a alimentação. Outros fatores conhecidospor estarem associados à impacção incluem: Cistos e tumores sobrejacentes, trauma, cirurgia reconstrutora, espessamento de osso ou do tecido mole sobrejacente, desordens sistêmicas, doenças e síndromes. Sequestro de erupção. O fragmento radiopaco de osso sobrejacente sequestrado pode ser visto no terceiro molar impactado. Tratamento e prognóstico ➢ tratamento: observação continuada, erupção ortodonticamente assistida, transplante, remoção cirúrgica. A presença de infecção, lesões cariosas não restauráveis, cistos, tumores ou destruição de dentes adjacentes e osso ordenam a exodontia. Anquilose ➢ interrupção da erupção após o seu começo. ➢ ocorre pela fusão do cemento ou dentina com o osso alveolar. → embora as áreas de união possam ser muito sutis para serem detectadas clínica e radiograficamente, o exame histopatológico demonstra fusão entre o dente afetado e o osso adjacente em quase todos os casos. ➢ outros termos na literatura para este processo incluem infraoclusão, retenção secundária, submersão, reimpactação e reinclusão. ➢ a patogênese é desconhecida e pode ser secundária a um de muitos fatores. ➢ Distúrbios advindos de alterações do metabolismo local, trauma, lesão, irritação química ou térmica, falha no desenvolvimento ósseo local e pressão anormal da língua foram sugeridos. Outras teorias apontam para um distúrbio entre a reabsorção normal da raiz e a reparação de tecido duro. Vários pesquisadores acreditam que uma predisposição genética tenha uma significativa influência. Características clínicas e radiográficas ➢ pode ocorrer em qualquer idade; entretanto, clinicamente, é mais óbvia se a fusão desenvolver-se durante as duas primeiras décadas de vida. ➢ a maioria dos pacientes relatados com evidentes alterações na oclusão está entre 7 e 18 anos de idade, com o pico de prevalência ocorrendo entre 8 e 9 anos. ➢ ainda que qualquer dente possa ser atingido, os dentes mais comumente envolvidos, em ordem de frequência, são o 1° mi, 2° mi, 1° ms e 2°ms. ➢ em dentes permanentes é incomum. ➢ na dentição decídua, os dentes inferiores são 10 vezes mais afetados que os dentes superiores. ➢ o plano oclusal dos dentes envolvidos fica abaixo do da dentição adjacente (infraoclusão) em pacientes com histórico de prévia oclusão completa. ➢ na percussão, pode ser notado um som mais grave quando mais do que 20% da raiz está fusionada ao osso. ➢ radiograficamente, pode ser observada ausência do espaço correspondente ao ligamento periodontal; entretanto, a área da fusão está frequentemente na bifurcação e na superfície interadicular das raízes, fazendo com que seja muito difícil a detecção radiográfica. Dentes anquilosados que são deixados em posição podem levar a numerosos problemas dentários. Os dentes adjacentes quase sempre se inclinam em direção ao dente afetado, frequentemente com o desenvolvimento subsequente de problemas oclusais e periodontais. Além disso, o dente oposto apresenta extrusão. Às vezes, o dente anquilosado provoca uma deficiência localizada no rebordo alveolar ou impaccão do dente permanente subjacente. É observado, também, um aumento na frequência de mordidas aberta e cruzada. Radiografia de molar decíduo anquilosado. Nota-se a perda do espaço correspondente ao ligamento periodontal. Tratamento e prognóstico ➢ a terapia recomendada para anquilose dos primeiros molares decíduos é variável e quase sempre determinada pela gravidade e época do processo. ➢ quando um dente permanente sucessor está subjacente, a extração do molar anquilosado não deve ser realizada até que seja óbvio que a esfoliação não está ocorrendo normalmente, ou que as forças oclusais adversas estão atuando. Depois da extração do molar anquilosado, o dente permanente erupcionará normalmente, na maioria dos casos. ➢ em dentes permanentes ou decíduos sem sucessor subjacente, uma reconstrução protética deve ser feita para aumentar a altura oclusal. Por estarem fusionados ao osso adjacente, não respondem às forças ortodônticas; com as tentativas de se mover o dente anquilosado, ocasionalmente, se tem como resultado a intrusão do dente ancorado. Casos graves de molares decíduos são mais bem tratados com extração e mantenedores de espaço. A luxação de um dente permanente afetado pode ser tentada com fórceps em um esforço para se interromper a anquilose. Espera-se que a reação inflamatória subsequente resulte na formação de novos ligamentos fibrosos na área de fusão prévia. Nestes casos, é obrigatória a reavaliação em seis meses. Ultimamente, vários relatos documentaram sucesso no reposicionamento de dentes permanentes anquilosados com uma combinação de ortodontia, osteotomia segmentar e distração osteogênica.
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