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Plano de Aula: Aula 07 - Política Monetária e legislação aplicada I ECONOMIA POLÍTICA - CCJ0252 Título Aula 07 - Política Monetária e legislação aplicada I Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 7 Tema Política Monetária e legislação aplicada I Objetivos Compreender a ordem monetária na Constituição Federal brasileira Entender como se organiza o Sistema Financeiro Nacional (SFN) - Autoridades Monetárias Conhecer a regulamentação dos bancos comerciais Estrutura do Conteúdo POLÍTICA MONETÁRIA E LEGISLAÇÃO APLICADA A ordem monetária na Constituição Federal brasileira Sistema Financeiro Nacional (SFN) - Autoridades Monetárias Instrumentos de Política Monetária Regulamentação dos Bancos comerciais Títulos de Crédito Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. A ordem monetária na Constituição Federal brasileira: Na questão da moeda na Constituição Federal brasileira, observa-se o art. 48 XIII e XIV que prevê: Cabe ao Congresso Nacional , com a sanção do Presidente da República , [...], dispor sobre todas as matérias de competência da União , especialmente sobre: [...] XIII - matéria financeira , cambial e monetária , instituições financeiras e suas operações; XIV -moeda , seus limites de emissão , e montante da dívida mobiliária federal". O art. 164 da Constituição Federal diz "A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central. &1º é vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente , empréstimos ao tesouro nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. & 2º o banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional , com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. & 3º as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados , do Distrito Federal , dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas , em instituições financeiras oficiais , ressalvados os casos previstos em lei". Sistema Financeiro Nacional (SFN) - Autoridades Monetárias a) Conselho Monetário Nacional O Conselho Monetário Nacional (CMN): órgão colegiado ao Ministério da Fazenda - é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete: estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras e disciplinar os instrumentos de política monetária. A lei no. 4595/64 em seu art. 3º estabelece que "A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa". A atual composição do Conselho Monetário Nacional CMN é constituída pelo Ministro da Fazenda, como Presidente do Conselho; o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; e o Presidente do Banco Central do Brasil. Sendo, portanto, o órgão máximo de todo o sistema financeiro nacional. Dentre as suas atribuições destacamos: a) a autorização de emissão de papel moeda; b) a fixação dos coeficientes dos encaixes obrigatórios dos Depósitos à Vista e Depósitos a Prazo; c) a regulamentação das operações de redesconto; d) o estabelecimento de diretrizes do Banco Central para operações com títulos públicos; e) a regulamentação das operações de câmbio e a política cambial; f) a aprovação do orçamento monetário elaborado pelo Banco Central. b) Banco Central do Brasil O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31.12.64, com a promulgação da Lei nº 4.595/64. Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo Tesouro Nacional. A SUMOC, criada em 1945 com a finalidade de exercer o controle monetário e preparar a organização de um banco central, tinha a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a política cambial e representava o País junto a organismos internacionais. O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do governo, mediante o controle das operações de comércio exterior, o recebimento dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais e a execução de operações de câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional, de acordo com as normas estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial. O Tesouro Nacional era, até então, o órgão responsável pela emissão de papel-moeda. Após a criação do Banco Central buscou-se dotar a instituição de mecanismos voltados para o desempenho do papel de "bancos dos bancos". Em 1985 foi promovido o reordenamento financeiro governamental com a separação das contas e das funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional. Em 1986 foi extinta a conta movimento e o fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil passou a ser claramente identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central. O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até 1988, quando as funções de autoridade monetária foram transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, enquanto as atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao fomento e à administração da dívida pública federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco Central, dentre os quais destacam-se o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição. Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional. Sendo, portanto, o órgão executor da política monetária, além de exercer a regulamentação e fiscalização de todas as atividades de intermediação financeira no país. Entre as suas atribuições, destacam-se: a) a emissão de moeda; b) o recebimento dos depósitos obrigatórios dos bancos comerciais e dos depósitos voluntários das instituições financeiras em geral; c) realização de operações de redesconto de liquidez e seletivo; d) operações de mercado aberto (open market); e) controle do crédito e das taxasde juros; f) a fiscalização das instituições financeiras e a concessão da autorização para seu funcionamento; g) a administração das reservas cambiais do país. Instrumentos de Política Monetária Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos. a) Emissões - o Banco Central controla o montante de moeda na economia, decidindo sobre as necessidades de novas emissões e respectivos volumes; b) Depósitos compulsórios - os bancos comerciais são obrigados a depositar no Banco Central um percentual determinado sobre os depósitos à vista. Caso o governo queira restringir a oferta monetária, poderá aumentar a porcentagem dos depósitos á vista que os bancos comerciais são obrigados a depositar no Banco Central; c) Operações com mercado aberto (open market) - consistem na compra e venda, pelo Banco Central, de títulos da dívida pública; d) Operações de redesconto - correspondem à liberação de recursos pelo Banco Central aos bancos comerciais, que podem ser classificados como empréstimos ou redesconto de títulos. Se o Banco Central elevar a taxa aplicada às operações de redesconto, poderá desestimular o sistema bancário em recorrer a este tipo de socorro financeiro. O Banco Central poderá também afetar o fluxo de moeda pela regulamentação da moeda e do crédito, por exemplo, restringindo o crédito, fixando taxa de juros, prazos para o crédito ao consumidor etc. Se o objetivo é o controle da inflação, a medida apropriada de política monetária seria diminuir o estoque monetário da economia (por exemplo, aumento dos depósitos compulsórios, ou captação de recursos através do open market). Se a meta é o crescimento econômico, a medida adotada seria o aumento do estoque monetário. Regulamentação dos Bancos comerciais: A Lei no. 4.595/64, trata e regulamenta a matéria. Art. 17 - "Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros [...]". Art. 18 - "As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo quando forem estrangeiras". Art. 25 - "As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto ser representado por ações nominativas". Art. 29 - "As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de preferência, não menos de 50% ( cinqüenta por cento ) dos depósitos do público que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou território". Art. 30 - "As instituições financeiras de direito privado, exceto as de investimento, só poderão participar de capital de quaisquer sociedades com prévia autorização do Banco Central da República do Brasil [...]". Banco do Brasil tem função precípua de agente financeiro do Tesouro Nacional, podendo nesta atribuição, receber a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes de arrecadação de tributos e o produto das operações de crédito da União por antecipação da receita orçamentária; realizar pagamentos e suprimentos necessários à execução do orçamento geral da União; conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização legal ; adquirir e financiar estoques de produção exportável; ser agente pagador e recebedor fora do país; executar os serviços bancários de interesse do Governo federal; executar os serviços de compensação de cheques e de outros papéis; entre outros. Títulos de Crédito Pode-se dividir os títulos de crédito em duas grandes classes - a) títulos públicos; b) títulos particulares ou comerciais. O Código Civil, Lei 10.406/2002, trata nos arts. 887 a 926 sobre os títulos de crédito, classificando estes títulos como ao portador, à ordem (endosso) ou nominativo. Os títulos de crédito ao portador são aqueles que não indicam o nome do beneficiário e se transferem por simples entrega manual. Os títulos de crédito à ordem são aqueles emitidos a uma pessoa determinada mediante endosso, que pode ser lançada no verso e no anverso do título de crédito. Os títulos de crédito nominativos são aqueles que trazem inscrito o nome de seu proprietário e somente se opera a sua transferência através de termo de transferência lavrado em livro próprio e cujo nome conste no registro do emitente assinado pelo proprietário e pelo adquirente, tais como as ações nominativas das sociedades anônimas. São títulos públicos aqueles emitidos pelo Poder Público, onde se destaca os Títulos da Dívida pública. São títulos particulares ou comerciais, entre outros: a) Ações emitidas pelas sociedades comerciais - é a unidade de capital das sociedades anônimas. b) Debêntures - são títulos de crédito de emissão das sociedades por ações, representando empréstimos contraídos por estas sociedades junto aos particulares. c) Nota promissória - é o título de crédito pelo qual alguém promete pagar a outrem certa quantia em determinado prazo. Trata-se de uma promessa de pagamento, exigindo na sua constituição, um emitente, que é o devedor que a assina, e um beneficiário ou portador, que é o credor. d) Duplicata mercantil - é um título de crédito de emissão nas vendas mercantis a prazo, realizadas entre comerciantes residentes no país. e) Cheque - é a ordem de pagamento à vista emitido em favor próprio ou de terceiro, sem prazo ou vencimento, sacada por uma pessoa contra instituição financeira autorizada. Emissor ou emitente é a pessoa que emite o cheque. Sacado é o banco que tem fundos à disposição do emitente. Aplicação Prática Teórica Estudo de Caso: FMI apóia políticas monetárias não convencionais (O Globo On-line, 13/03/2016) As políticas monetárias não convencionais dos bancos centrais na Europa e no Japão receberam a aprovação do Fundo Monetário Internacional (FMI) no domingo, apesar de autoridades de mercados emergentes terem advertido que essas medidas estão elevando os riscos para a economia global. O debate sobre os méritos das políticas não convencionais acontece dias antes de importantes bancos centrais, como o Federal Reserve, dos EUA, o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão, anunciarem suas decisões sobre as taxas de juros. Nas conclusões de um evento de três dias do FMI em Nova Délhi, a diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que os países deveriam seguir adiante com políticas monetárias não convencionais se elas vierem acompanhadas de reformas estruturais e baixa inflação. "A política monetária é necessária, mas não pode ser o único" disse Lagarde. Em declarações no mesmo evento no sábado, o presidente do BC da Índia, Raghuram Rajan, um crítico dessas políticas, disse que seus custos estão aumentando, apesar de os benefícios parecerem estar diminuindo. Ainda assim, pediu aos bancos centrais mundiais que adotem um sistema para avaliar o impacto de suas ações, incluindo as políticas monetárias não convencionais que estão sendo usadas atualmente. O Banco Central Europeu adotou recentemente novas medidas de estímulo monetário ao reduzir, na semana passada, suas taxas de juros, que ficaram ainda mais negativas, aumentar as compras de ativos ? também chamado dequantitative easing? e lançar um programa de empréstimos que os bancos deveriam estender à economia real. O Banco do Japão levou suas taxas de juros para o território negativo pela primeira vez, e o Fed prevê endurecer sua política monetária apenas gradualmente após anos de juros próximas de zero e alívio quantitativo. Rajan, do banco central indiano, propôs que um grupo de acadêmicos meça e analise os efeitos das políticas monetáriase indique quais deveriam ser usadas e quais é melhor evitar. O sistema de monitoramento poderia ser implementado por meio de um acordo internacional em linha com os acordos de Bretton Woods ou através do FMI, acrescentou. Indagações: Comente, a partir do texto sobre a importância do Banco Central no Brasil e na Europa na questão monetária. A partir do texto, comente sobre as medidas a serem tomadas pelos bancos Centrais para estimular o desenvolvimento econômico. Pontos a serem abordados: O aluno deverá comentar o papel dos Bancos Centrais como órgão executor da política monetária e como agente fundamental para manter a estabilidade da moeda. Comentar também sobre as principais medidas de política monetária à disposição dos bancos centrais para o fomento da atividade econômica. Poderá ser consultado o site www.bcb.gov.br QUESTÕES PARA A AULA 1) São objetivos da política do Conselho Monetário Nacional com EXCEÇÃO: a) zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras b) participar do conselho de administração das empresas públicas c) adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional d) regular o valor interno da moeda e) propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros 2) NÃO é um título particular ou comercial: a) Ações emitidas pelas sociedades comerciais. b) Cheque. c) Duplicata Mercantil. d) Título Público. e) Nota Promissória.
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