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850666_Slides TGP_Unidade 1_Conceito e Principios

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Profa. Carla Clark
carlaclarkc@hotmail.com
Teoria Geral do Processo
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Conceito
 TEORIA GERAL DO PROCESSO
Conjunto de conhecimentos para estudo 
dos INSTITUTOS que compõem o 
PROCESSO
 Conjunto de conhecimentos para unificação e estudo 
dos princípios, pressupostos e fundamentos gerais 
dos INSTITUTOS que compõem o PROCESSO 
(LEAL, 2010, p. 280)
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Conceito
 TEORIA: Organização programática de hipóteses de conhecimento científico 
sobre o PROCESSO. A TGP é unificadora dos campos processuais, embora 
não signifique teoria definitiva, acabada, totalizada ou completa
 GERAL: reunião dos dados informativos unificados dos elementos comuns 
extraídos da leitura de diversos estatutos jurídicos vigorantes no campo do 
DIREITO PROCESSUAL
 PROCESSO: instituição jurídica constitucionalizada que se define pela 
conjunção dos princípios do contraditório, ampla defesa e isonomia, para 
assegurar a criação, o exercício e o reconhecimento de direitos pela 
estrutura dos institutos procedimentais criados em lei (LEAL, 2010, p. 280)
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Concepções
 PROCESSO
Cria, atua e realiza (dinamiza) o Direito
Espaço discursivo para solução dos interesses
É ciência e técnica
A TÉCNICA processual exige a configuração e 
orientação teórica desenvolvida pela CIÊNCIA
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Definições
 PROCESSO x AUTOS não são sinônimos
Processo
• Relação jurídica processual
• Espaço jurídico discursivo
• Deduz pretensão em juízo em desfavor de outrem
Autos
• Materialização e comprovação dos atos processuais
 Importante! Confundir os institutos demonstra imprecisão técnica 
e desconhecimento do direito processual
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Definições
 PROCESSO x LITÍGIO
Litígio
• Não é processo, ESTÁ no processo
• Ocorre qdo há resistência de um 
interesse, uma pretensão resistida
• É um conflito de interesses 
juridicamente qualificado
FONTES DO 
DIREITO
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Fontes do Direito
LEI
COSTUMES
DOUTRINA
JURISPRUDÊNCIA
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Fontes do Direito
 A LEI é fonte primária. Dela emanam as normas 
necessárias à solução dos conflitos
 As normas do CPC (fonte inferior) são válidas apenas 
se em consonância às normas da Constituição 
Brasileira de 1988 (fonte superior). Este raciocínio 
aplica-se a todas as outras normas do ordenamento 
jurídico
 A LEI é interpretada segundo o caso concreto
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Fontes do Direito
 São fontes secundárias os COSTUMES, a 
DOUTRINA e a JURISPRUDÊNCIA
 Além das fontes primárias e secundárias, os 
REGIMENTOS INTERNOS DOS TRIBUNAIS e os 
CÓDIGOS DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA 
vigentes em cada Estado, também são fontes de 
direito
LEI PROCESSUAL NO 
TEMPO E ESPAÇO
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Lei Processual no Tempo
 Em regra, a lei processual se aplica de imediato 
aos processos em curso, contudo, não alcança 
atos processuais já praticados, mas tão somente 
aqueles vindouros
 Art. 1.211 do CPC. Este Código regerá o 
processo civil em todo o território brasileiro. Ao 
entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão 
desde logo aos processos pendentes
 “tempus regit actum”
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Lei Processual no Espaço
 Em regra prevalece o PRINCÍPIO DA 
TERRITORIALIDADE: o magistrado, no exercício da 
função jurisdicional aplica a lei nacional, afastando 
textos internacionais
 Art. 1º do CPC. A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos 
juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código 
estabelece
 Arts. 13, 14, 15, 16 e 17 da LINDB - Lei de Introdução às normas do Direito 
Brasileiro Decreto-lei nº 4.657/1942
 Art.17 da LINDB: “As leis, atos e sentenças de outro país, bem como 
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando 
ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.”
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Lei Processual no Espaço
 Vale destacar:
 A Lei nº 12.376 de 2010 alterou o nome de LICC para 
LINDB, no intuito de ampliar seu campo de aplicação sobre 
todo o ordenamento jurídico, e não apenas ao Direito Civil
 Os críticos rechaçam a criação de um novo nome para um 
velho diploma normativo, uma vez que nada se alterou no 
texto com quase 100 anos de vigência e aplicação 
extensiva aos demais diplomas legais. Atribuem a 
mudança ao descompromisso do legislador com as 
urgentes reformas políticas e tributárias
PRINCÍPIOS 
PROCESSUAIS
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Princípios Processuais
 Norteiam a atuação do magistrado impedindo que 
as normas processuais sejam aplicadas em 
desacordo com os pilares jurídicos do 
ordenamento legal
 No momento de sua criação a norma deve 
observar os princípios constitucionais e não pode 
ser aplicada além ou aquém do que o previsto no 
texto constitucional, sob pena de se infringir um 
preceito pilar do sistema jurídico
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Princípios Processuais
 A maioria dos princípios constitucionais 
relacionados ao processo, em qualquer que seja a 
esfera, estão relacionados no artigo 5º da CB/88; 
logo, são Cláusulas Pétreas e por isso não são 
passíveis de supressão ou modificação, nem 
mesmo por emenda constitucional
 O processo é uma instituição constitucionalizada
que se compõe de princípios INSTITUTIVOS e 
INFORMATIVOS (LEAL, 2010)
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Princípios Processuais
 Os princípios INSTITUTIVOS são três: 
CONTRADITÓRIO, ISONOMIA e AMPLA DEFESA
 Importante:
 Aplicam-se na resolução de litígios, assim como na 
produção, atuação, aplicação e extinção das leis
 Só por meio dos princípios é possível pensar 
juridicamente o processo
 Todos os procedimentos previstos no 
ordenamento jurídico brasileiro devem englobar 
esses três princípios
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Princípios Processuais
 Os princípios INFORMATIVOS:
São todos os demais mas não estão presentes, 
necessariamente, em todos os tipos de 
procedimentos
São obrigatórios para a instauração do devido 
processo legal apenas naqueles procedimentos em 
que a lei exige a sua aplicação
 Ex.: o Princípio da Oralidade nos Juizados Especiais (JESP)
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Princípios INSTITUTIVOS
 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Necessidade de ouvir a pessoa que sofrerá os efeitos 
da decisão, garantindo-lhe o direito de defesa e de 
pronunciamento durante o curso processual
Possibilita à parte conhecer para reagir
Garante a possibilidade de produção de provas para 
contrapor-se a fatos e documentos trazidos ao autos 
pela parte contrária
 Incisos LV e LVI do art. 5º da CR/88
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Princípios INSTITUTIVOS
 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Jurisprudência:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROVA RELEVANTE AO DESATE DA
LIDE. INDISPENSABILIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. Consoante
precedentes do C. Superior Tribunal de Justiça, existindo
necessidade de dilação probatória para aferição de aspectos
relevantes da causa, o julgamento antecipado da lide importa em
violação do princípio do contraditório, constitucionalmente
assegurado às partes e um dos pilares do devido processo legal;
Decisão reformada. (Agravo de Instrumento Cv 1.0051.11.002133-7/001,
Relator(a): Des.(a) Domingos Coelho , 12ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
22/01/2014, publicação da súmula em 31/01/2014)
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Princípios INSTITUTIVOS
 PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Assegura que as partes sejam tratadas com paridade na 
relação jurídica (igualdade processual)
É vedado beneficiar qualquer das partes, em prejuízo da 
parte contrária, devendo ser-lhes proporcionado o 
mesmo tratamento jurídico-processual
Garante aplicação das mesmas regras ao autor e ao réu
 Artigo 5º, caput da CR/88
 Obs: a Fazenda Pública possui prazo em quádruplo para contestar, 
não estando em igualdade com pessoas físicas ou públicas de 
direito privado, cujo prazo para apresentar a contestação é comum
23Princípios INSTITUTIVOS
 PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Jurisprudência:
EMENTA: AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL. INVERSÃO DO ÔNUS
PROBATÓRIO. REGRA DE PROCEDIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA.
Embora a inversão do ônus probatório seja determinada pelo juiz,
conforme as peculiaridades do caso concreto (ope judicis), não se
pode descurar do preceito constitucional que consagra o devido
processo legal (ampla defesa, contraditório e isonomia), bem como
do princípio da cooperação, resultando assim no dever de que a
inversão se dê anteriormente à sentença, de preferência quando da
prolação do despacho saneador (regra de procedimento). (Apelação
Cível 1.0313.06.209071-4/001, Relator(a): Des.(a) Cláudia Maia , 13ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 10/10/2013, publicação da súmula em 18/10/2013)
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Princípios INSTITUTIVOS
 PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
Consiste na liberdade inerente ao indivíduo (no 
âmbito do Estado Democrático) de, em defesa de 
seus interesses, alegar fatos e propor provas
É garantia da plenitude da defesa em tempo e 
modo suficiente para sustentá-la
 Art. 5º, LV da CR/88
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Princípios INSTITUTIVOS
 PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
Jurisprudência:
EMENTA: ADMINISTRATIVO - ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL - ALVARÁ DE
FUNCIONAMENTO CASSADO - INTERDIÇÃO REALIZADA - DEVIDO PROCESSO LEGAL
INOBSERVADO - ANULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATO QUE SE IMPÕE - PROCEDÊNCIA
DO PEDIDO INICIAL - RECURSO PROVIDO. Ofende o princípio do devido
processo legal administrativo o ato do Poder Público que determina o lacre
de estabelecimento empresarial que está a exercer suas atividades, sem
antes oportunizar ao administrado o direito de ampla defesa no processo
administrativo instaurado para que restasse realizada a cassação de alvará
de localização e funcionamento, situação que inviabiliza a manutenção da
penalidade sumariamente aplicada. (Apelação Cível 1.0024.08.983107-7/002,
Relator(a): Des.(a) Edilson Fernandes , 6ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/01/2014,
publicação da súmula em 07/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DO JUIZ NATURAL
Garante às partes que o julgador será aquele investido 
de prerrogativa legal para pôr fim à demanda, 
impedindo o juízo ou Tribunal de Exceção
O juízo ou Tribunal de Exceção não se confunde com 
justiças especializadas. Aqueles são constituídos para 
julgar determinado fato; diferente das justiças 
especializadas que são criadas para julgarem conflitos 
específicos, como por exemplo, as Varas de Família ou 
Falência
 Incisos XXXVII e LIII do art. 5º da CR/88
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
Jurisprudência:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONSUMIDOR - PRERROGATIVA DE FORO -
RENÚNCIA - NECESSIDADE DE ADOÇÃO DA REGRA GERAL DE COMPETÊNCIA -
ESCOLHA ARBITRÁRIA DE FORO - ALHEIO AO DOMICÍLIO DE QUALQUER DAS
PARTES - IMPOSSIBILIDADE - PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL - VIOLAÇÃO -
IMPOSSIBILIDADE DE PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA. A renúncia pelo
consumidor de sua prerrogativa de foro, prevista no art. 101, I do CDC,
somente é possível na hipótese em que sua escolha atenda às limitações
legais para a fixação da competência. A escolha de foro alheio ao domicílio
de qualquer das partes que figuram no feito consiste em arbitrariedade que
configura violação ao princípio do juiz natural, tornando insuscetível a
prorrogação da competência indevidamente estabelecida. (Agravo de
Instrumento Cv 1.0105.13.011360-5/001, Relator(a): Des.(a) Pedro Bernardes , 9ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 04/02/2014, publicação: 10/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Supra princípio, que abarca todos os outros, de 
modo que a infração a qualquer deles acarretaria 
uma infração ao devido processo legal
Este princípio impede que os atos processuais sejam 
praticados em DESACORDO com as previsões 
legais, e que as partes sejam tomadas de sobressalto 
pela prática de ato não especificado em lei
 Inciso LIV do art. 5º da CR/88
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Jurisprudência:
EMENTA:EMBARGOS INFRINGENTES. COPASA. VIOLAÇÃO DO
HIDRÔMETRO. APLICAÇÃO DE MULTA. INOBSERVÂNCIA DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL. ILEGALIDADE DA COBRANÇA. Constatada a violação
do hidrômetro localizado na residência do autor, deve a COPASA
observar o princípio constitucional do devido processo legal na sua
apuração, possibilitando ao usuário acompanhar o procedimento
administrativo de vistoria. Não demonstrada de forma válida e cabal
a prática de conduta irregular pelo consumidor, impõe-se reconhecer
a inexigibilidade da multa aplicada. (Embargos Infringentes
1.0079.09.994800-6/002, Relator(a): Des.(a) Wander Marotta , 7ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 28/01/2014, publicação da súmula em 07/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
Magistrado deve proferir decisão fundamentada, em qlq
das espécies (decisões interlocutórias, sentenças e 
acórdãos), possibilitando às partes condições de 
compreendê-la (para combatê-la pelo recurso adequado, 
se for o caso)
Decisão que não apresente esta característica é NULA 
por afronta ao princípio constitucional que assegura a 
transparência das decisões judiciais
 Inciso IX do art. 93 da CR/88
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS: 
continuação...
A nulidade da decisão pela falta de fundamentação 
não se confunde com decisão judicial 
equivocadamente fundamentada. Esta não é NULA, 
mas enseja ser corrigida adequando-se corretamente 
aos argumentos das partes
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
Jurisprudência:
EMENTA: HABEAS CORPUS - ROUBO TENTADO - SENTENÇA CONDENATÓRIA
PROFERIDA - DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE - DECISÃO SEM MOTIVAÇÃO -
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO - ORDEM CONCEDIDA. Para a
denegação do direito de recorrer em liberdade, o julgador, ao proferir a
sentença, deve justificar, fundamentadamente, a conveniência e a
necessidade de se impor a segregação do apenado, observando, em
concreto, a existência dos pressupostos autorizadores da prisão processual.
A sentença condenatória que possui fundamento genérico, quanto à
necessidade da segregação cautelar do paciente, ofende o princípio da não-
culpabilidade, ensejando o constrangimento ilegal. (Habeas Corpus
1.0000.13.098087-3/000, Relator(a): Des.(a) Cássio Salomé , 7ª CÂMARA CRIMINAL,
julgamento em 30/01/2014, publicação da súmula em 06/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
Criado pela EC nº 45, este princípio busca evitar a 
prática exagerada e inadequada de atos 
burocráticos e procrastinatórios
 Inciso LXXVIII do art. 5º da CR/88: 
"a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios 
que garantem a celeridade de sua tramitação"
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
Jurisprudência:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA "ON LINE
BACENJUD". LEGALIDADE. AGRAVO NÃO PROVIDO. A penhora via "BACENJUD" é
medida que se justifica para viabilizar o prosseguimento da ação de execução
fiscal e a realização do crédito exeqüendo, cuja finalidade exulta no
cumprimento da obrigação que não transige com a demora de seu
cumprimento em obséquio ao princípio da razoável duração do processo de
que cuida o art. 5º item LXXVIII da CRFB. Inexistindo bens passíveis de
penhora a constrição "BACENJUD" é medida que se impõe para satisfação do
crédito executado e garantia da aproveitabilidade do processo. (Agravo de
Instrumento Cv 1.0349.11.002328-1/001, Relator(a): Des.(a) Belizáriode Lacerda , 7ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 28/01/2014, publicação da súmula em 07/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA INVESTIDURA
O magistrado para exercer a função especial de 
julgar em nome do Estado, obrigatoriamente 
deve estar INVESTIDO no cargo de juiz
Deve ser TOGADO, aquele que ingressou na 
carreira de Magistrado segundo preceitos legais 
e por atender aos requisitos de habilitação, para 
proferir decisões nas demandas jurisdicionais
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA INDELEGABILIDADE
Dever do juiz de não repassar a outrem a prática de 
atos inerentes às suas funções, exceto se a lei 
determinar o contrário
 Ex.: Se o juiz adoece e tem que ser substituído
 PRINCIPIO DA INEVITABILIDADE
O juiz não pode demorar na prática de suas funções 
sem que haja uma justificação legal (presteza na 
tutela jurisdicional)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA INAFASTABILIDADE
 Impõe ao juiz o dever de se vincular 
permanentemente ao procedimento
O juiz não escolhe a causa que vai julgar, 
nem pode dela abster-se de julgar
 Inciso XXXV do art. 5º da CR/88
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA IMPARCIALIDADE
O julgador atua sem qualquer interesse em favor de 
uma das partes
Cessada a imparcialidade, o juiz deve afastar-se ou 
ser recusado através de exceção de impedimento
(artigos 134 do CPC e 252 e 253 do CPP) ou de suspeição
(artigos 135 do CPC e 254 do CPP)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA INÉRCIA
Juiz não instaura procedimento. Ele atua quando 
provocado da forma procedimental correta, ou seja, 
pelo ajuizamento da ação
Ao juiz é vedado atuar por iniciativa própria
“Princípio da Inércia” é a REGRA. 
Atuação “ex officio” é EXCEÇÃO prevista em lei 
 Doutrina afirma que tutela antecipada NÃO pode ser deferida de 
ofício, sem requerimento na petição inicial ou peça avulsa
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Princípios INFORMATIVOS
Princípio da Inércia X
Princípio do Impulso Oficial:
 A parte é responsável pela formação do processo, 
mas a CONTINUIDADE dá-se por impulso oficial, 
nos termos do Art. 262 do CPC:
 Art. 262. O processo civil começa por iniciativa 
da parte, mas se desenvolve por impulso oficial
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA BOA FÉ ou da LEALDADE 
PROCESSUAL
O Estado e partes CONJUGAM esforços no 
processo para SOLUCIONAR o litígio
O juiz dispõe de meios para atuar de oficio contra 
a FRAUDE PROCESSUAL, prevendo a lei sanção 
aplicável caso as partes sejam declaradas 
litigantes de má-fé (art. 18 do CPC)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA BOA FÉ ou da LEALDADE PROCESSUAL
Jurisprudência:
EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA - UNIÃO ESTÁVEL HAVIDA ANTERIORMENTE AO CASAMENTO -
MATÉRIA JÁ DEBATIDA EM AÇÃO DE SEPARAÇÃO ANTERIOR, EXTINTA COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO,
EM VIRTUDE DE TRANSAÇÃO DAS PARTES - PRECLUSÃO LÓGICA - COMPORTAMENTO
CONTRADITÓRIO - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ - PEDIDO MANIFESTAMENTE
IMPROCEDENTE. - Se a questão referente à união estável supostamente havida entre as
partes já fora, no bojo da ação de separação do casal, invocada pela parte ré, que,
todavia, por ato de livre manifestação de vontade, houve por bem ceder a uma parcela de
seus interesses e transacionar com o autor, pondo fim à demanda, não pode ela,
posteriormente, pretender renovar o debate noutra ação, seja porque a matéria, bem ou
mal, já foi levada ao Judiciário, seja porque o Princípio da Boa-fé Processual, corolário
do Devido Processo Legal, veda a adoção de comportamentos contraditórios pelos
sujeitos processuais, em proteção da lealdade e da preservação da confiança no âmbito
do processo. (Apelação Cível 1.0024.10.145170-6/001, Relator(a): Des.(a) Eduardo Andrade , 1ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 05/07/2011, publicação da súmula em 22/07/2011)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE e da 
INDISPONIBILIDADE
Possibilidade de apresentar a pretensão em juízo, 
bem como apresentá-la da maneira que melhor lhe 
aprouver ou mesmo renunciar a ela
Essa disponibilidade encontra restrições, 
principalmente na esfera penal, como no caso de 
delitos que demandam ação pública incondicionada
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA RECORRIBILIDADE e do 
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Evita a eternização do ERRO
O ato do juiz que possa prejudicar um direito ou 
um interesse da partes deve ser recorrível, como 
meio de afastar o erro e a falha inerentes aos 
julgamentos humanos
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA RECORRIBILIDADE e do 
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Não basta assegura o direito ao recurso, é preciso 
que exista outro órgão encarregado para a revisão 
do decisório impugnado
Daí decorre o PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE 
JURISDIÇÃO que, em regra, possibilita à parte o 
direito de ter sua pretensão reanalisada por juízo 
diferente do prolator, mediante recurso, no caso de 
inconformismo
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA ORALIDADE
A oralidade em audiência é forma de aproximação 
das partes, juiz, e sujeitos do processo, pq
permite transmitir, uns aos outros, na presença do 
juiz, impressões e entendimentos sobre a 
realidade processual trazida aos autos
 DISPENSA da aplicação deste princípio: 
quando há julgamento antecipado da lide, cuja audiência 
de instrução e julgamento é dispensada, bem como a 
argumentação e produção de prova pelas partes
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL
Consiste em obter o MÁXIMO RESULTADO com o 
MÍNIMO de emprego da atividade processual
 Importante: 
A utilização desse princípio NÃO pode MITIGAR 
direitos fundamentais constitucionalmente 
previstos, sobretudo, o contraditório e a ampla 
defesa
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL
Jurisprudência:
EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO - AÇÃO DE EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO CUMULADA COM
PEDIDO DE ALIENAÇÃO JUDICIAL - AVALIAÇÃO POR PERITO JUDICIAL ANTES DA SENTENÇA -
DESNECESSIDADE. A extinção do condomínio, bem como a alienação judicial da coisa comum,
deve observar certos procedimentos, estabelecidos em lei, determinando o disposto no art.
1.114 do Código de Processo Civil a avaliação judicial prévia do imóvel. Entretanto, em face
do princípio da economia processual, nada impede que depois de proferida a sentença e
desde que procedente o pedido, antes de se proceder a alienação da coisa comum, seja
realizada a avaliação do bem para apurar eventual existência de benfeitorias, inclusive, sem
qualquer prejuízo para as partes demandantes e sem afronta ao devido processo legal. - A
jurisprudência pátria, inclusive deste tribunal, e, particularmente, desta Câmara, posiciona-se
no sentido de que, não comprovada cumpridamente a realização de benfeitorias, não há que
se falar em indenização. (Apelação Cível 1.0701.10.026761-9/001, Relator(a): Des.(a) Antônio de
Pádua , 14ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 21/02/2013, publicação da súmula em 01/03/2013)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE ou da PRECLUSÃO
O processo divide-se em fases nas quais se 
realizam as atividades das partes e do juiz
Cada faculdade processual deve ser exercida na 
fase adequada, sob pena da perda da oportunidade 
de praticar o respectivo ato, denominado preclusão
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE ou da PRECLUSÃO
A preclusão consiste na perda da faculdade de 
praticar um ato processual, por questão:
Temporal: ato praticado fora do prazo legal
Lógica: ato incompatível com outro já praticado, 
ainda que no tempo legal do curso
Consumativa: ocorre no momento da prática que 
consuma o ato procedimental
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PrincípiosINFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE ou da PRECLUSÃO
Jurisprudência:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL . INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA. COMPROVAÇÃO DA RENDA. NÃO CUMPRIMENTO. INDEFERIMENTO DA
PETIÇÃO INICIAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO -
PRECLUSÃO TEMPORAL. Indeferido o requerimento de concessão dos
benefícios da gratuidade de justiça com a determinação para o
recolhimento das custas prévias, transcorrido o prazo sem o seu
cumprimento, opera-se a preclusão temporal, devendo ser mantido o
indeferimento da inicial com a extinção da ação sem resolução do
mérito. (Apelação Cível 1.0040.13.003838-9/001, Relator(a): Des.(a) Amorim
Siqueira , 9ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/02/2014, publicação da súmula em
10/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE ou da PRECLUSÃO
Jurisprudência:
EMENTA: AGRAVO INTERNO - INADMISSÃO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO - PRECLUSÃO LÓGICA -
NEGAR PROVIMENTO. A preclusão é a perda da faculdade processual, quer porque
já exercitada no momento adequado, quer porque a parte deixou escoar a fase
processual própria sem fazer uso do seu direito. Se contra a decisão não foi
interposto qualquer recurso ou mesmo simples impugnação, não há como
rediscutir a matéria ali decidida posteriormente, pois em relação a ela operou-
se a preclusão lógica (art. 473 do CPC), razão pela qual o não conhecimento
do recurso é medida que se impõe. (Agravo Interno Cv 1.0518.12.024117-0/002, Relator(a):
Des.(a) Batista de Abreu , 16ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 30/01/2014, publicação da súmula em
10/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE ou da PRECLUSÃO
Jurisprudência:
EMENTA: PROCESSUAL CÍVEL - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E AGRAVO INTERNO INTERPOSTOS
CONTRA A MESMA DECISÃO - PRECLUSÃO CONSUMATIVA - PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE -
NÃO CONHECIMENTO. Em caso de interposição simultânea de dois recursos
distintos pela mesma parte, incide a preclusão consumativa em relação ao
segundo recurso. (STJ. 5ª Turma. AgRg no Ag nº 758.370/SP, Min. Gilson Dipp,
DJ: 01/08/06, pág. 527). Pelo princípio da unirrecorribilidade, é vedada a
utilização de duas vias recursais para a impugnação de um mesmo ato
judicial. (Embargos de Declaração-Cv 1.0024.11.110569-8/003, Relator(a): Des.(a) Marcos Lincoln , 11ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 05/02/2014, publicação da súmula em 10/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA INSTRUMENTALIDADE
Afasta as nulidades relativas dos atos quando forem 
suscetíveis de recuperação ou aproveitamento
Todavia o juiz não pode, de oficio, ante uma nulidade 
relativa, mandar suprir o defeito dos atos 
processuais. Há hipóteses em que é faculdade da 
parte alegar os vícios do ato
 Este princípio contrapõe a linha da Escola Mineira de Processo
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA INSTRUMENTALIDADE
Jurisprudência:
EMENTA: AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO - SENTENÇA EXTINTIVA DA AÇÃO POR AUSÊNCIA DE
PRESSUPOSTO PROCESSUAL VÁLIDO - AUSÊNCIA DE MENÇÃO AO VÍCIO EXISTENTE
- INADMISSIBILIDADE - SENTENÇA CASSADA. O Juiz, ao proferir o despacho de
emenda da inicial, em observância ao princípio da instrumentalidade das
formas, deverá indicar de forma expressa os vícios existentes na inicial,
para que a parte possa ter condições de saná-lo. (Apelação Cível
1.0231.12.006794-8/001, Relator(a): Des.(a) Wanderley Paiva, 11ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento: 05/02/2014, publicação: 10/02/2014)
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Princípios INFORMATIVOS
 PRINCIPIO DA PUBLICIDADE DO PROCESSO E DOS ATOS 
PROCESSUAIS
Divulgação oficial dos atos processuais. No exercício da 
jurisdição, há um interesse público maior do que o privado
É garantia de que todos tenham acesso às informações e 
acompanhamento do procedimentos e audiências
A justiça não pode ser secreta, nem as decisões 
arbitrárias. A exceção ocorrerá nas situações previstas em 
lei, como as ações que correm em segredo de justiça
 Inciso IX do art. 93 da CR/88 c/c ao art. 155 do CPC
REFERÊNCIAS
BRÊTAS DE CARVALHO DIAS, Ronaldo; SOARES, Carlos Henrique. Manual elementar de processo 
civil. Belo Horizonte: Del Rey, 2011.
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo curso de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 
2010.
LEAL, Rosemiro Pereira. Teoria geral do processo: primeiros estudos. Rio de Janeiro: Forense, 2010.
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito processual civil. São Paulo: Atlas, 2010.
58
JusBrasil - http://www.jusbrasil.com.br
Migalhas - http://www.migalhas.com.br
P A N D E C T A S do Prof. Gladston Mamede - www.pandectas.com.br
Jus Navigandi - http://jus.com.br
Consultor Jurídico - http://www.conjur.com.br
Informativo IBDFAM - http://www.ibdfam.org.br
Notícias do STF - www.stf.jus.br
Informativo On-line da OAB - http://www.oab.org.br
News Estado de Direito - http://www.estadodedireito.com.br
Direito Público - http://www.direitopublico.com.br
Âmbito Jurídico - http://www.ambito-juridico.com.br
Sites jurídicos:

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