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ERER Cap5a São Francisco de Aiucá

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“Eletrificação Rural com Recursos 
Energéticos Renováveis” 
CAPÍTULO 5a: 
 
Estudos de caso de eletrificação 
rural (Comunidade São 
Francisco do Aiucá) 
Prof. Dr. Federico Bernardino Morante Trigoso 
Centro de Engenharias, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas 
Sumário 
1. Premissas 
2. Objetivos do projeto 
3. Localização da comunidade São Francisco do Aiucá 
4. Características da comunidade São Francisco do Aiucá 
5. Arranjo institucional 
6. Processo de implantação do projeto 
7. Configuração do sistema fotovoltaico adotado 
8. Equipamentos utilizados nas casas 
9. Gestão dos sistemas implantados 
10. Capacitação dos usuários 
11. Nível da gestão participativa 
12. Avaliação realizada em 2012 
13. Atividade e questionário 
14. Exercício 
• No Brasil, em 26 de abril de 2002 foi promulgada a lei 10.438 que dispõe 
a universalização do serviço de energia elétrica. 
 
• A seguir, em 29 de abril de 2003 a Agência Nacional de Energia Elétrica 
(ANEEL) emitiu a Resolução no 223 onde se estabelecem as condições 
gerais para a elaboração dos Planos de Universalização de Energia 
Elétrica e também regulamenta o disposto nos artigos 14 e 15 da lei 
10.438. 
 
• Sob este marco legal, qualquer cidadão brasileiro pode solicitar o 
serviço de energia elétrica sem nenhum custo e pagando somente seu 
consumo segundo as tarifas vigentes. 
 
• Para cumprir com estes objetivos as empresas devem escolher a 
tecnologia de geração de energia elétrica mais adequada, nos lugares 
onde é possível estender a rede não haverá maiores problemas, porém, 
isto se torna impossível em certos lugares como é o caso da Amazônia. 
Premissas 
• A universalização deverá ser atingida em cada município brasileiro de 
acordo com o Índice de Atendimento (Ia) estimado tendo como base os 
dados do Censo Nacional de 2000 conforme a tabela abaixo: 
Premissas 
Índice de atendimento do 
município 
Ano máximo para atingir a 
universalização no município 
Ia > 96,00% 2004 
90,00% < Ia ≤ 96,00% 2006 
83,00% < Ia ≤ 90,00% 2008 
75,00% < Ia ≤ 83,00% 2010 
65,00% < Ia ≤ 75,00% 2012 
53,00% < Ia ≤ 65,00% 2014 
Ia ≤ 53,00% 2015 
Índices de atendimento (Ia) ou coeficientes de eletrificação municipal e 
metas para atingir a universalização. 
• Em resumo, até 2015 as empresas concessionárias devem cumprir as 
metas de eletrificar 100% das moradias incluindo aquelas que se estão 
localizadas nas zonas rurais. 
• Como forma de viabilizar o uso de algumas tecnologias de geração 
baseadas em energias renováveis, em setembro de 2004 a ANEEL emitiu 
a Resolução no 83/2004 onde se regulamenta o uso dos denominados 
SIGFI´s (Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com Fontes 
Intermitentes). 
Premissas 
Segundo as definições proporcionadas pela ANEEL uma Fonte de 
Energia Intermitente é qualquer recurso energético renovável que, 
para fins de conversão em energia elétrica pelo sistema de geração, 
não pode ser armazenado em sua forma original. Conseqüentemente, 
um Sistema Individual de Geração de Energia Elétrica com Fonte 
Intermitente (SIGFI) é um sistema de geração de energia elétrica 
implantado por uma empresa concessionária ou permissionária de 
distribuição de energia elétrica, utilizando exclusivamente fonte de 
energia intermitente para o fornecimento à unidade consumidora 
única, constituída basicamente por um sistema de geração, um 
sistema de acumulação e um sistema de acondicionamento. 
• Nesse tipo de geração elétrica se encontram os sistemas fotovoltaicos 
domiciliares (SFD´s) que, segundo o que pode ser observado na tabela 
abaixo, variam desde um mínimo de 13 kWh/mês até 80 kWh/mês. 
Premissas 
 Consumo diário 
de referência 
(Wh/dia) 
Autonomia 
mínima 
(dias) 
Potência mínima 
posta a disposição 
(W) 
Disponibilidade 
mensal garantida 
(kWh) 
SIGFI-13 435 2 250 13 
SIGFI-30 1000 2 500 30 
SIGFI-45 1500 2 700 45 
SIGFI-60 2000 2 1000 60 
SIGFI-80 2650 2 1250 80 
Classificação e disponibilidade de atendimento dos Sistemas Individuais de 
Geração de Energia Elétrica com Fontes Intermitentes (SIGFI´s). 
• Estas instalações devem cumprir um padrão mínimo de atendimento e 
indicadores de qualidade do serviço de energia. 
 
• Também devem respeitar o tipo de serviço prestado nas zonas 
urbanas; isto é, em corrente alternada. 
• É nesse contexto que surgiu o projeto denominado “Sistemas 
Fotovoltaicos Domiciliares” implantado na comunidade de São 
Francisco do Aiucá localizada na Amazônia brasileira. 
 
• O projeto consistiu na eletrificação de 19 residências dessa 
comunidade ribeirinha utilizando sistemas fotovoltaicos domiciliares, 
os quais se enquadram na Classe de Atendimento SIGFI13, conforme a 
Resolução Normativa ANEEL n° 83/2004. 
O projeto 
• Implementar um modelo de gestão, operação e manutenção dos 
sistemas 
 
• Instalar Sistemas Fotovoltaicos Domiciliares com disponibilidade 
mensal de 13 kWh/mês 
 
• Atendimento em corrente alternada: 127 Vac, senoidal 
 
• Monitorar as taxas de falhas e interrupção do serviço (DIC mensal e 
anual) 
 
• Monitorar o nível de satisfação dos usuários 
 
• Dar subsídios aos programas de eletrificação usado SIGFI em 
comunidades ribeirinhas 
 
• Divulgar amplamente os resultados 
Objetivos específicos 
1. Constituição de uma associação de usuários de sistemas 
fotovoltaicos. 
 
2. Constituição de um fundo de operação e manutenção de sistemas 
fotovoltaicos domiciliares. 
 
 A constituição do fundo deverá dar subsídios para estimação de custos e 
subsídios necessários aos projetos de implantação de Sistemas Fotovoltaicos 
Domiciliares no contexto da universalização. 
 
 Isso permitirá a concessionária adotar tarifas equitativas entre os diferentes 
clientes e orientará as discussões sobre o equilíbrio econômico e financeiro 
devido ao uso de Sistemas Fotovoltaicos Domiciliares para atingir suas metas 
de universalização. 
 
3. Estabelecimento de um regulamento para os usuários de sistemas 
fotovoltaicos domiciliares. 
Metas 
4. Capacitação de equipe técnica local. 
 
5. Definição e estabelecimento de um padrão mínimo de atendimento 
com sistemas fotovoltaicos domiciliares. 
 
6. Instalação de 19 sistemas fotovoltaicos domiciliares na comunidade 
de São Francisco do Aiucá. 
 
7. Articulação institucional com a CEAM visando integrar esta 
experiência ao seu programa de universalização. 
 
8. Encaminhamento de sugestões adicionais a ANEEL sobre possíveis 
aperfeiçoamentos aos instrumentos regulatórios pertinentes. 
Metas 
Localização de São Francisco do Aiucá 
• São Francisco do Aiucá esta 
localizado entre as coordenadas 02° 
48´ 03´´ Latitude Sul e 65° 08´ 11´´ 
Longitude Oeste 
 
Vila Alencar 
S. Francisco 
do Aiucá 
Localização de São Francisco do Aiucá 
• São Francisco de Aiucá é uma 
comunidade amazônica ribeirinha 
que se encontra ao lado de um 
igarapé, na margem esquerda do 
rio Solimões. 
 
• O acesso à comunidade é feito 
exclusivamente por via fluvial 
sendo que a viagem em barco 
desde a cidade de Tefé demora 
por volta de 9 horas. 
 
• O retorno a favor da corrente 
leva umas 6 horas. 
Localização de São Francisco do Aiucá 
SFD 1
Centro Comunitário
SFD 10
SFD 9
Igreja
SFD 8
SFD 7
SFD 6
SFD 5
SFD 4
SFD 3
SFD 2
Escola
SFD 19
SFD 11
SFD 12
SFD 13
SFD 14
SFD 15
SFD 16
SFD 17
SFD 18
Igarapé
Casa 22 não eletrificada
Casa 23 não eletrificada
Casa 24 não eletrificada
Casa 25 não eletrificada
Casa 8 não eletrificada
(Casa 2)
(Casa1)
(Casa 3)
(Casa 4)
(Casa 5)
(Casa 6)
(Casa 9)
(Casa 10)
(Casa 11)
Casa 7 não eletrificada
(Casa 12)
(Casa 13)
(Casa 14)
(Casa 15)
(Casa 16)
(Casa 17)
(Casa 18)
(Casa 19)
(Casa 20)
(Casa 21)
S
e
n
t
i
d
o
 
d
a
 
V
a
z
a
n
t
e
 
• Comunidade Ribeirinha localizada na Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá 
 
• O acesso a comunidade é feito via fluvial 
 
• Possui 150 moradores e 26 domicílios 
 
• Fortes ligações familiares entre os comunitários 
 
• Religião Católica 
 
• Possui uma Associação de Moradores e um 
Agente de Saúde 
 
• Possui um professor 
 
• Rotina de vida fortemente influenciada pelo ciclo 
anual de cheia e seca 
 
• Na cheia tem-se uma maior facilidade de 
deslocamento, no entanto a pesca fica escassa 
 
• Na seca tem-se dificuldades de deslocamento e 
piora na qualidade da água para consumo 
 
 
Comunidade São Francisco do Aiucá 
• A população de São Francisco do Aiucá está constituída por caboclos 
muitos dos quais descendem dos denominados “Soldados da Borracha” 
que vieram à Amazônia para extrair látex das seringueiras (hevea 
brasiliensis) nos anos iniciais do século XX e, posteriormente, durante a 
Segunda Guerra Mundial. 
 
• A forma de vida dessas pessoas está fortemente influenciado pelas 
variações do fluxo dos rios, de tal forma que na época mais seca as 
condições de vida pioram. 
 
• Nesses meses do ano a água de boa qualidade para o consumo humano 
é muito escassa e aumentam as dificuldades para transportá-la até as 
casas. 
 
• A flutuação do nível das águas também obriga que as casas sejam 
construídas em palafitas. 
Comunidade São Francisco do Aiucá 
Masculino % Feminino %
0-4 17 19,5 10 15,9 27 18,0
5-9 11 12,6 14 22,2 25 16,7
10-14 7 8,0 12 19,0 19 12,7
15-19 13 14,9 5 7,9 18 12,0
20-24 10 11,5 5 7,9 15 10,0
25-29 11 12,6 2 3,2 13 8,7
30-34 3 3,4 3 4,8 6 4,0
35-39 5 5,7 3 4,8 8 5,3
40-44 4 4,6 4 6,3 8 5,3
45-49 2 2,3 1 1,6 3 2,0
50-54 1 1,1 1 1,6 2 1,3
55-59 1 1,1 2 3,2 3 2,0
60-64 0 0,0 0 0,0 0 0,0
65-69 1 1,1 0 0,0 1 0,7
70-74 0 0,0 0 0,0 0 0,0
75-79 0 0,0 0 0,0 0 0,0
80-84 1 1,1 0 0,0 1 0,7
85-89 0 0,0 0 0,0 0 0,0
90-94 0 0,0 0 0,0 0 0,0
95-99 0 0,0 0 0,0 0 0,0
100-104 0 0,0 1 1,6 1 0,7
Total 87 100 63 100 150 100
Fonte: Censo Demográfico Mamirauá 2006 - IDSM 
Distribuição da população por faixa etária e sexo na Reserva 
de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá 
Comunidade: S. Francisco do Aiucá - Setor Horizonte
Várzea - 26 domicílios - N= 150
Faixa 
Etária
Sexo
População %
Comunidade São Francisco do Aiucá 
Comunidade São Francisco do Aiucá na cheia 
Comunidade São Francisco do Aiucá na vazante 
• Os tetos das moradias são de amianto ou zinco sendo que o número de 
cômodos e seu tamanho variam de família a família. 
 
• A maioria possuem uma sala, um ou dois dormitórios, uma cozinha 
interna e outra externa tradicional com fogão a lenha. 
 
• O número de pessoas que habitam as casas varia de 2 a 14. 
 
• A população de São Francisco do Aiucá é de quase 150 habitantes. 
 
• No total existem 25 casas e, além disso, há uma escola, um centro 
comunitário, um local para o gerador diesel, um campo de futebol e por 
volta de 4 locais para fabricar farinha de mandioca. 
Comunidade São Francisco do Aiucá 
• Esta comunidade já utilizava energia elétrica por volta de 4 horas cada 
noite, fornecida por um moto-generador diesel que utiliza combustível 
entregue pelo Município de Uarani para a escola. 
 
• Este sistema constitui uma rede de distribuição de energia elétrica por 
meio de postes de iluminação pública e cabos para as casas, sendo 
que algumas aproveitam para ligar frízeres ou geladeiras. 
 
• No entanto, as instalações internas são muito precárias e se utiliza 
grande número de lâmpadas incandescentes as quais ficam ligadas de 
forma automática cada vez que é ligado o moto-gerador diesel devido à 
inexistência de interruptores. 
Comunidade São Francisco do Aiucá 
• O projeto foi desenvolvido com recursos provenientes do edital 
CTEnerg MME CNPq 03 2003 liderado pelo Instituto de Eletrotécnica e 
Energia da Universidade de São Paulo (IEE-USP). 
 
• Os outros parceiros foram: 
 
 Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) com 
sede na cidade de Tefé, AM. 
 
 Instituto Winrock Internacional – Brasil. 
Arranjo institucional 
• A introdução da tecnologia solar fotovoltaica na comunidade São 
Francisco do Aiucá seguiu o cronograma estabelecido no projeto. 
 
• Entre 30 de abril e 2 de maio de 2005 foi realizada a primeira viagem de 
campo. 
 
• Nessa ocasião, junto com os membros da comunidade avaliaram-se os 
custos de operação e manutenção dos sistemas e, adicionalmente, 
discutiu-se a constituição de uma associação de usuários de sistemas 
fotovoltaicos domiciliares. 
 
• Depois dessa viagem, entre os meses de maio, junho e julho foram 
realizadas diversas atividades relacionadas com a materialização do 
projeto assim como a aquisição, preparação e transporte dos 
equipamentos até a comunidade. 
Processo de implantação do projeto 
 
Processo de implantação do projeto 
Configuração do sistemas fotovoltaico adotado 
• A configuração técnica adotada corresponde a um sistema fotovoltaico 
do tipo SIGFI-13 conforme Resolução Normativa ANEEL no 83/2004. 
 
• O sistema consta de um gerador fotovoltaico de 200 Wp composto por 
dois módulos fotovoltaicos de 100 Wp ISOFOTON I-100/12 conectados em 
série, um sistema de acumulação composto por duas baterias para 
aplicações fotovoltaicas Enertec SF175TE 150 Ah C20 12V; um 
controlador de carga e descarga de 20 A e 24 V Phocos CX20 e um 
Inversor CC/CA de 60 Hz (senoidal pura) e 127 V Isoverter 250/24. 
 
• Também foram incluídos dispositivos de medição e proteção. 
Configuração do sistemas fotovoltaico adotado 
Diagrama unifilar do sistema fotovoltaico de São Francisco do Aiucá 
Disjuntor
10A
2 Painéis
(100 Wp cada)
Disjuntor
32 A
2 Baterias
em Série
(150 Ah cada)
+
_
+
_
Controlador
de carga 20 A
=
~
*
Inversor de 250 W
conversor CC/CA Proteções Interruptor
Diferencial
30 mA
Medidor de Ah
Interruptor
Geral 3 A
Cargas
O projeto de eletrificação da comunidade São Francisco de Aiucá – AM 
baseou-se na resolução ANEEL No 83 de 2004 na qual o sistema 
fotovoltaico domiciliar da menor classe de atendimento corresponde ao 
denominado SIGFI-13. Segundo essa resolução, o valor de consumo diário 
deste sistema é 435 Wh/dia (ou 13 kWh/mês) que deve ser garantido em 
qualquer mês do ano. Utilizando o critério do pior mês dimensionar o 
sistema SIGFI-13 dessa comunidade com base nos seguintes dados: 
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
5,13 5,43 5,69 5,34 4,70 4,73 5,15 5,58 5,93 5,86 5,27 5,11 
Irradiação diária média no Médio Rio Solimões – 3º21’S / 61º24’O (kWh/m2.dia) 
 Cargas do sistema (Pc): 4 lâmpadas fluorescentes compactas de 20W; 1 
TV colorida de 50W; 1 receptor parabólico de 15W; 1 DVD de 15W e 1 
aparelho de som de 25W. 
 Autonomia do sistema de acumulação de energia: 2 dias 
 Profundidade de descarga diária das baterias: 25% 
 Tensão de trabalho do sistema de acumulação (V): 24V 
 Eficiência da bateria (ηbat): 0,85 
 Eficiência do inversor CC/CA (ηinv): 0,80 
 Eficiência do controlador de carga (ηctrl): 1 
 Fator de segurança para o gerador fotovoltaico (FS): 25% 
Exercício 
• A instalação dos sistemas aconteceu entre 9 e 15 de agosto de 2005. 
 
• No último dia, após a entrada em operação dos 19 sistemas, foi 
realizadauma reunião formal que teve como principal resultado a 
constituição do fundo para a manutenção dos mesmos. 
 
• Nessa reunião foram eleitos dois comunitários, denominados Gestores 
do Fundo de O&M, que em conjunto com um representante do Instituto 
de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), abriram uma conta 
conjunta na cidade de Tefé para depositar o dinheiro que mensalmente 
cada um dos usuários entrega. 
 
• A comunidade decidiu iniciar o fundo com um depósito inicial de R$ 
150,00 por domicílio, que foi a quantia recebida pela construção dos 
abrigos das baterias. 
 
• Na reunião foi acordado um pagamento de uma taxa mensal de R$ 
15,00. 
Processo de implantação do projeto 
 
Colocação de telhas nos abrigos de baterias 
 
Montagem dos geradores fotovoltaicos 
 
 Comunitários levantando um gerador FV Fixação dos módulos fotovoltaicos no poste 
Processo de instalação dos sistemas 
 
 
Processo de instalação dos sistemas 
Processo de instalação dos sistemas 
Processo de instalação dos sistemas 
Processo de instalação dos sistemas 
• No referente ao sistema de iluminação, nas residências foram instaladas 
lâmpadas fluorescentes compactas de 15 e 20W de cor amarela e vida útil 
de 8.000 horas. 
 
• Quanto aos outros aparelhos de usos finais, algumas residências 
possuem televisão colorida com antenas parabólicas e seus respectivos 
receptores. 
 
• Também existem ventiladores, radio-gravadores, liquidificadores, DVD´s, 
aparelhos de som, freezer´s, entre outros. 
Equipamentos utilizados nas casas 
Equipamentos utilizados nas casas 
• Paralelamente às atividades para implantar o projeto, foi elaborado e 
discutido um “Regulamento dos Usuários dos Sistemas de Eletrificação 
Rural Fotovoltaica”. 
 
• Após a entrada em operação dos sistemas, este regulamento foi 
aprovado numa reunião formal com a comunidade. 
 
• No referente aos mecanismos de gestão, o regulamento deixa 
especificado que o fundo de manutenção será constituído por valores 
pagos a título de contribuição mensal para manutenção do sistema e 
valores provenientes da aplicação financeira de sua arrecadação. 
 
• Estes recursos só poderão ser utilizados nos casos de manutenção dos 
sistemas instalados e reposição de baterias. 
Gestão dos sistemas implantados 
• Este regulamento também se refere à instalação e manutenção dos 
sistemas, assim por exemplo, estipula que a instalação dos mesmos 
estará condicionada à preparação do suporte para os módulos e abrigo 
de proteção para as baterias pelos associados, sob a orientação e 
supervisão dos técnicos do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e 
do IDSM. 
 
• Adicionalmente, o regulamento menciona que serão treinados 2 
moradores selecionados dentre aqueles que demonstrarem interesse e 
facilidade de aprendizado e que receberão treinamento técnico 
necessário para auxiliarem na instalação e manutenção dos sistemas. 
 
• Isso foi muito importante porque a formação dos técnicos locais é um 
passo fundamental para garantir a sustentabilidade do projeto. 
Gestão dos sistemas implantados 
• As atividades para a formação dos técnicos locais se referem a uma 
série de cursos de capacitação que são realizados na própria 
comunidade. 
 
• Nelas participaram 11 pessoas escolhidas pelos comunitários, 
entretanto, o curso foi aberto e assistiram outros adultos e crianças. 
Capacitação dos usuários 
Capacitação dos usuários 
• Dadas as características do 
grupo, constituída por pessoas 
alfabetizadas e analfabetas, os 
cursos foram planejados 
utilizando material visual e de fácil 
manuseio. 
 
• Variáveis elétricas como tensão, 
corrente, potência e resistência 
foram explicadas utilizando 
circuitos simples construídos 
sobre tábuas de madeira. 
 
• Esses kits didáticos foram 
construídos no IEE/USP e 
possuem os mesmos dispositivos 
e acessórios encontrados nas 
instalações fotovoltaicas da 
comunidade. 
Objetivos do curso de capacitação dos usuários. 
Capacitação dos usuários 
1. Saber identificar os componentes do Sistema Fotovoltaico e suas funções. 
2. Identificar as ferramentas e sua utilidade nas tarefas de instalação e manutenção. 
3. Conhecer as grandezas elétricas: tensão, corrente, resistência e potência. 
4. Conhecer os cuidados e procedimentos de segurança (choque elétrico, materiais isolante, 
condutores). 
5. Utilizar o multímetro para medir tensão e continuidade. 
1. Verificar com o multímetro os valores de tensão no quadro elétrico, nas tomadas e nas 
lâmpadas do SFD. 
2. Aplicar as tarefas associadas à manutenção preventiva (reposição da água da bateria, limpeza 
e orientação dos painéis, desarmar o interruptor DR, limpeza e ajuste dos terminais das 
baterias). 
3. Solucionar problemas de lâmpada queimada, circuito aberto, mau contato, curto-circuito, 
disjuntor desligado. 
1. Identificar os sinais no controlador e inversor. 
2. Identificar falhas no quadro elétrico; disjuntores, controlador e inversor. 
3. Substituir equipamentos do quadro elétrico, disjuntores, controlador e inversor. 
4. Saber identificar quais os equipamentos elétricos recomendados para utilizar nos sistemas 
instalados. 
1. Substituição de baterias. 
1. Instalação de sistemas. 
Capacitação dos usuários 
Aprendendo a utilizar o multímetro 
Capacitação dos usuários 
• Na comunidade ficou uma caixa de ferramentas próprias para trabalhar 
em instalações elétricas e os técnicos locais aprenderam a utilizá-las. 
• Reuniões formais registradas em atas. 
 
• Reuniões informais e visita aos domicílios. 
 
• Aplicação de questionários para conhecimentos dos usos e gastos 
com energéticos na fase de pré-eletrificação. 
 
• Leitura em conjunto da cartilha educativa, contendo informações 
referentes aos componentes do sistema e o bom uso dos mesmos. 
 
• Utilização de painéis didáticos para facilitar a transferência da 
tecnologia. 
 
• Entrega e discussão dos gráficos de consumos mensais de energia a 
cada domicílio. 
 
• Visita mensal para acompanhamento/monitoramento dos sistemas e 
para coleta das mensalidades referente ao fundo de operação e 
manutenção. 
Relacionamento com a comunidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Final do mês 
(Ah) 
Segundo dia 
(Ah) 
Primeiro dia 
(Ah) 
 
Inversor Parado 
Desligue as cargas 
 
Espere a luz verde 
Desligue as cargas 
 
Desligue o inversor 
 
Verifique o sistema antes de ligar 
novamente 
 
Bateria se preparando 
Aquecimento 
Bateria descarregando 
(Luz laranja fixa) 
(Luz laranja piscando) 
(Luz vermelha piscando) 
Cargas não permitidas 
 ou curto-circuito! 
(Luz vermelha fixa) 
Inversor Funcionando 
Normal: cargas ligadas 
Inversor pronto e esperando as cargas serem ligadas 
(Luz verde piscando) 
(Luz verde fixa) 
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Exemplo de valores mostrados no medidor de 
Ah para o consumo de energia 
Observação: as paradas do sistema não afetam os valores do medidor de Ah 
Uso do cartaz didático 
Relacionamento com a comunidade 
Consumos em kWh/Mês - SFD1
9
14
9 10
13
6
9
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12
0
2
4
6
8
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16
ago/05 set out nov dez jan/06 fev mar abr
kW
h/
M
ês
13 kWh/Mês 
Consumo em kWh/Mês - SFD17
7
9 9
8
5
7
9
13 13
0
2
4
6
8
10
12
14
16
ago/05 set out nov dez jan/06 fev mar abr
kW
h/M
ês
13 kWh/Mês 
Consumos em kWh/Mês - SFD3
3
3 2
1
4
3 2
4
2
0
2
46
8
10
12
14
16
ago/05 set out nov dez jan/06 fev mar abr
kW
h/M
ês
13 kWh/Mês 
Consumo em kWh/Mês - SFD7
2
5
2
1
7
8
5 5
6
0
2
4
6
8
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12
14
16
ago/05 set out nov dez jan/06 fev mar abr
kW
h/
M
ês
13 kWh/Mês 
Relacionamento com a comunidade 
Discussão sobre o consumo de energia elétrica 
• Demanda por eletrificação partiu da própria comunidade. 
 
• Reunião formal entre comunitários e instituições envolvidas para 
explicação do projeto, mostrando as limitações dos sistemas e seus 
possíveis benefícios. 
 
• Aceitação da taxa de R$ 15 mensais e depósito de R$ 150 por domicílio 
para constituição do fundo de operação e manutenção dos sistemas, com 
dois representantes eleitos pela comunidade e um representante do IDSM. 
 
• Comprometimento dos comunitários na construção dos abrigos para 
baterias e postes para fixação dos painéis fotovoltaicos. 
 
• Participação no recebimento e armazenagem dos materiais na 
comunidade. 
 
• Participação na instalação dos 19 SFD em forma de mutirão. 
 
• Formalização da Associação dos Usuários dos Sistemas de Eletrificação 
Rural Fotovoltaica, com um Regulamento discutido em assembléia na 
comunidade. 
Nível de gestão participativa 
• Termo de recebimento do Kit de iluminação (número de série dos 
equipamentos) 
 
• Anotação do consumo mensal de cada domicilio no Caderno de 
Consumo 
 
• Identificação de 11 comunitários interessados na realização de cursos 
de capacitação mais específicos em SFD. 
 
• Relato das dúvidas e situações ocorridas nos SFD instalados. 
 
• Emissão de recibo referente ao pagamento da mensalidade ao fundo de 
operação e manutenção. 
 
• Eleição de dois Gestores do fundo de operação e manutenção, cujas 
atribuições são: recolhimento da mensalidade, repasse ao responsável no 
IDSM e fiscalização. 
 
• Votação para decisão de assuntos relacionados aos sistemas instalados. 
 
• Participação de homens, mulheres e crianças nas discussões sobre os 
impactos sociais, econômicos e ambientais do projeto. 
Nível de gestão participativa 
• Satisfação dos usuários e baixo nível de inadimplência. 
 
• Boa participação de homens e mulheres nas decisões políticas da 
comunidade. 
 
• Desejo pela instalação de SFD nos domicílios e prédios comunitários 
não atendidos . 
 
• Interesse de alguns comunitários no aprimoramento de seus 
conhecimentos nos SFD instalados, o que pode evitar altos custos de 
deslocamento até a comunidade. 
 
• Constituição do almoxarifado na própria comunidade. 
 
• Trabalho de capacitação e acompanhamento/monitoração realizada por 
uma equipe multidisciplinar, contendo profissionais das áreas de saúde, 
ciências humanas e técnica. 
Perspectivas de sustentabilidade do projeto 
Atividade 1. Formação de uma equipe técnica local. 
 
Atividade 2. Cursos de capacitação continuada aos usuários e apoio a 
estrutura gerencial da associação à gestão do fundo de operação e 
manutenção. 
 
Atividade 3. Avaliação da demanda por eletrificação de domicílios não 
atendidos. 
 
Atividade 4. Instalações fotovoltaicas adicionais (sob avaliação) 
 
Atividade 5. Avaliação e proposta de alternativas para eletrificação dos 
equipamentos de refrigeração e prédios comunitários. 
 
Atividade 6. Estabelecimento de uma rotina de manutenção preventiva e 
capacitação da equipe local para sua execução. 
 
Atividade 7. Articulação institucional com a CEAM visando integrar esta 
experiência ao seu programa de universalização. 
Atividades previstas para 2006/2007 
Atividade 8. Monitoramento do desempenho dos sistemas e avaliação de 
sua adaptabilidade ao meio. 
 
Atividade 9. Workshops de avaliação e divulgação da experiência e 
realização de curso de capacitação em sistemas fotovoltaicos 
domiciliares na sede do município de Tefé. O curso será ministrado para 
técnicos de prefeituras da região e de concessionárias interessadas na 
reprodução da proposta. 
 
Atividade 10. Relatório final sobre as lições aprendidas e sua aplicação 
para novas implantações. 
Atividades previstas para 2006/2007 
• Até 2006 foram realizadas várias visitas para supervisionar a gestão e 
o bom funcionamento dos sistemas. 
 
• Nessas visitas foram feitas mais duas capacitações aos técnicos 
locais e solucionaram-se alguns problemas ocorridos com os sistemas. 
 
• Em maio de 2007 instalaram-se mais quatro sistemas. 
 
• A instalação desses sistemas adicionais ocorreu porque durante o 
processo de eletrificação surgiram mais quatro famílias e o projeto 
ainda possuía recursos de capital. 
 
• O fluxo de caixa positivo do processo de implantação é resultante da 
doação das baterias por uma empresa interessada em desenvolver 
baterias especificas para aplicação fotovoltaica. 
Avaliação realizada em 2012 
• Em fevereiro de 2012 foi realizada uma avaliação do estado dos 
sistemas fotovoltaicos domiciliares. 
 
• Por ocasião da visita encontravam-se funcionando 20 sistemas 
fotovoltaicos, dos quais 8 apresentavam algum tipo de problema, 
principalmente relacionado a falhas do controlador, o qual havia sido 
retirado e a conexão era direta dos módulos até as baterias. 
 
• Os três sistemas que não estavam funcionando tinham controlador ou 
inversor com problemas, sendo necessária a troca desses equipamentos 
para que voltem a funcionar. 
 
• Os 12 sistemas restantes estavam funcionando normalmente e eram 
usados, em média, de 3 a 4 horas por dia, principalmente para iluminação 
e uso do televisor. 
Avaliação realizada em 2012 
• Dos 19 sistemas instalados em 2005, 2 não estavam funcionando e 6 
apresentavam problemas com o controlador. 
 
• Dos 4 sistemas instalados em 2007, 1 não estava funcionando e 2 
tinham problemas com o controlador. 
 
• Em 18 das 20 casas com SFD funcionando, encontrou-se uma televisão 
sendo utilizada com antena parabólica. 
 
• Também foram encontrados 11 aparelhos de DVD, 11 rádios ou 
aparelhos de som, 5 ventiladores e 11 celulares. 
 
• Os usuários continuam administrando o fundo de reposição, mas a taxa 
foi reajustada para R$20 (vinte reais) em função do aumento do preço 
das baterias. 
Avaliação realizada em 2012 
Nível de inadimplência 
• Durante a visita de fevereiro de 2012 foi verificado o nível de 
inadimplência da comunidade: 
• Segundo os acordos da comunidade, o sistema deve ser desligado 
após 3 meses sem pagamento, isso significaria que 10 casas já poderiam 
ter perdido o sistema por falta de pagamento. 
• Das 4 residências com as taxas mais alta de inadimplência, em duas o 
sistema não está funcionando e as outras duas têm o sistema 
funcionando com alguns problemas. 
 
• Quando entrevistados, a maioria dos usuários (84%) comentou que a 
taxa paga é aceitável ou até baixa, pelo qual a justificativa da alta taxa de 
inadimplência talvez não seja só a quantidade a ser paga e sim, uma 
questão de credibilidade do fundo, já que houve perdas econômicas no 
fundo e demora de até um ano na compra de novas baterias. 
 
• O tempo de reposição das baterias depende se há dinheiro no fundo e 
uma quantidade razoável de baterias para serem trocadas que 
justifiquem a viagem até Tefé. 
Nível de inadimplência 
Sobre a manutenção dos sistemas 
• Com relação à manutenção durante o treinamento dos técnicos locais 
ensinou-se várias tarefas de manutenção preventiva do sistema como, 
por exemplo: a reposição da água das baterias, a limpeza dos módulos, 
dos terminais das baterias e dos abrigos das baterias. 
 
• Apesar de que a maior parte dos usuários (58%) afirmara que a 
manutenção do sistema fotovoltaicoé fácil, durante a visita foi 
comprovado que essas tarefas não são feitas há um bom tempo. 
 
• Quando questionados, eles afirmaram que a manutenção é uma tarefa 
que “o presidente deve fazer”. 
 
• Os outros problemas encontrados nos sistemas fotovoltaicos 
domiciliares visitados são resultado da falta de manutenção dos 
equipamentos e da queda de qualidade das novas instalações quando 
realizadas mudanças de casas. 
 
• Em relação à falta de manutenção dos equipamentos, comprovou-se a 
falta de limpeza nos módulos, nos abrigos das baterias e a falta de 
reposição de água destilada nas baterias. 
Troca de baterias 
• Como regra geral, todas as casas já trocaram as baterias pelo menos 
uma vez. 
 
• As baterias compradas não são do mesmo modelo e marca do sistema 
original desenvolvida para uso em sistemas fotovoltaicos. 
 
• Na ocasião da visita estavam sendo utilizadas baterias abertas 
automotivas, sendo as marcas e os modelos mais usados os seguintes: 
MEGATRON MB 150MD 12V 150 Ah, BOSCH S5X150D 12V 150 Ah e 
ACDELCO B22 A150D3 (ECO) 12 V 150 Ah. 
 
• O preço por bateria em Tefé está na faixa de R$ 480,00, uma vez 
desgastadas, as baterias são levadas até a loja de venda para ganhar um 
desconto de R$ 30,00 na compra de uma nova bateria. 
 
• Por acordo da associação, o fundo de reposição não cobre mais o gasto 
em água destilada para a reposição nas baterias. 
 
• Isso significa que cada usuário agora deve comprar sua própria água 
destilada, mas só 8 dos 20 usuários com o sistema em funcionamento 
afirmaram ter comprado água nos últimos seis meses. 
Troca de baterias 
• Em vários abrigos das baterias encontrou-se muita sujeira, presença de 
aranhas e outros insetos, ambos fatores indicativos da falta de cuidado 
com a limpeza dos abrigos. 
 
• Também foram encontrados vários terminais das baterias corroídos, 
possivelmente devido à falta de cuidados com a reposição de água das 
baterias. 
 
• Por segurança é o presidente da comunidade quem tem as chaves de 
cada abrigo das baterias. 
 
• Isso traz uma série de vantagens na proteção das baterias e do sistema, 
mas também cria uma dependência de que a manutenção seja feita só 
pelo presidente, o que na prática não está acontecendo. 
 
• Também foi observado que é necessário trocar os telhados dos abrigos, 
pois estes se encontram deteriorados e é possível que ocorra vazamento 
de água no interior dos abrigos. 
Troca de baterias 
Controladores de carga 
• Além da necessidade de trocar periodicamente as baterias, há muitos 
problemas nos sistemas devido ao controlador. 
 
• No momento da visita, 10 casas não tinham o controlador funcionando. 
 
• A configuração sem controlador obriga o usuário a vigiar o estado do 
inversor para usar ou desligar o sistema já que alguns equipamentos 
como a televisão não funcionam adequadamente quando a tensão do 
banco de baterias é baixa. 
 
• A falta de controladores também afeta a vida útil das baterias já que a 
tensão de desconexão por baixa tensão dos inversores é menor que o 
valor de corte dos controladores. 
 
• Além disso, os inversores CC/CA não possuem circuito para controlar a 
sobrecarga das baterias. 
Controladores de carga 
Módulos fotovoltaicos 
• A maior parte dos módulos vistoriados estava suja apesar de ser época 
de chuvas, algumas caixas estavam com fungos e os postes 
apresentavam sinais de desgaste. 
 
• Em duas casas observou-se o sombreamento nos módulos devido a 
construção de um segundo andar. 
 
• Nesses casos, recomenda-se mudar os módulos para local em que não 
haja sombreamento, podendo ser eles colocados na frente da casa ou ao 
lado, sempre que não haja outros obstáculos. 
 
• Também foi observado que vários módulos não estavam orientados 
corretamente, tinham inclinações fora do ângulo ideal e os postes 
estavam tortos 
Módulos fotovoltaicos 
Instalações dentro das moradias 
• No interior de muitas casas, a fiação se encontrava mal instalada e 
frouxa, é recomendável nesses casos, usar elementos de fixação e 
organização dos fios (abraçadeiras de nylon, fitas adesivas de dupla 
face, kits de organização, etc.). 
 
• Também foram encontrados muitos pedaços de cabos sem proteção e 
expostos, muitas vezes com sacolas plásticas como isolante elétrico. 
 
• Também foram encontrados bastantes bicos de luz sem lâmpadas 
porque as pessoas acostumaram a priorizar a iluminação em pontos 
específicos da casa e não trocam as lâmpadas velhas por novas. 
 
• Em média das 4 lâmpadas instaladas inicialmente, são usadas somente 
1 ou 2 em cada casa. 
Instalações dentro das moradias 
Instalações dentro das moradias 
• A falta de mais tomadas para o uso de aparelhos elétricos, faz com que 
seja necessário o uso de benjamins ou extensões para conectar todos os 
aparelhos que a família possui e muitas vezes vários benjamins são 
ligados na mesma tomada. 
• Muitas coisas mudaram na comunidade desde o início da implantação do 
projeto até a atualidade (2012): o número de casas aumentou de 26 para 38, 
a maioria das casas utilizam GLP para cocção, é possível o uso do telefone 
celular, algumas famílias desenvolveram atividades produtivas em casa 
como a fabricação de tipiti para vender, entre outras. 
 
• O modelo de gestão adotado, que incluía a criação da associação dos 
usuários, a capacitação dos técnicos e a criação de um fundo de 
manutenção, mostrou-se aceitave, embora sejam necessários alguns 
ajustes. 
 
• Uma lição aprendida é que mesmo com um grande investimento em 
treinamento, precisa-se adotar uma supervisão constante da gestão dos 
sistemas. 
 
• A alta taxa de inadimplência e os problemas com o fundo de manutenção 
talvez possam ser solucionados repassando o controle do fundo para outra 
entidade, tarefa que pode ser assumida pelo IDSM, pela prefeitura de Uarini 
ou pela concessionária de energia elétrica da região. 
 
• Também existe o problema da falta de manutenção dos sistemas que pode 
ser remediada com a capacitação de novos técnicos. 
Conclusões 
• Foi comprovado que os técnicos conseguiram aprender a montar e 
substituir equipamentos dos sistemas já que esses trabalhos foram 
feitos várias vezes. 
 
• Porém, a qualidade das instalações novas é diferente da inicial porque 
os técnicos têm outra percepção de qualidade. 
 
• Com relação às falhas dos componentes do SFD era esperado que as 
baterias durassem 3 ou 4 anos e que após esse período elas fossem 
trocadas pelo menos 1 vez. 
 
• Porém, não era esperado que os controladores apresentassem um alto 
índice de falhas (10 residências não tem controlador) o que torna 
necessário a avaliação dos controladores danificados para determinar 
as causas dessas falhas e realizar as medidas corretivas. 
 
• Também se percebeu problemas com as lâmpadas fluorescentes 
compactas já que são poucas as lâmpadas operativas por casa apesar 
do estoque de lâmpadas que foi deixado na comunidade. 
Conclusões 
• Foi comprovado que os técnicos conseguiram aprender a montar e 
substituir equipamentos dos sistemas já que esses trabalhos foram 
feitos várias vezes. 
 
• Porém, a qualidade das instalações novas é diferente da inicial porque 
os técnicos têm outra percepção de qualidade. 
 
• Com relação às falhas dos componentes do SFD era esperado que as 
baterias durassem 3 ou 4 anos e que após esse período elas fossem 
trocadas pelo menos 1 vez. 
 
• Porém, não era esperado que os controladores apresentassem um alto 
índice de falhas (10 residências não tem controlador) o que torna 
necessário a avaliação dos controladores danificados para determinar 
as causasdessas falhas e realizar as medidas corretivas. 
 
• Também se percebeu problemas com as lâmpadas fluorescentes 
compactas já que são poucas as lâmpadas operativas por casa apesar 
do estoque de lâmpadas que foi deixado na comunidade. 
Conclusões 
Leitura do Capítulo 4 (pp. 99-119) da Dissertação de André 
Ricardo Mocelin “Implantação e gestão de sistemas 
fotovoltaicos domiciliares: resultados operacionais de um 
projeto piloto de aplicação da Resolução ANEEL No 83/2004”. 
 
LINK: http://www.iee.usp.br/producao/2007/Teses/Tese_Andre.pdf 
 
Atividade 
1. Na comunidade São Francisco do Aiucá mesmo após a entrada em 
funcionamento dos sistemas fotovoltaicos domiciliares continuou 
funcionando o gerador diesel, qual foi o motivo disso? 
 
2. Nas denominadas cozinhas tradicionais da comunidade no inicio foi 
necessário realizar muitas trocas de lâmpadas fluorescentes compactas, 
qual foi o principal fator que causou esse problema e qual foi a solução 
proposta? 
 
3. Como forma de controlar o consumo de energia os usuários contavam 
com o controlador de carga e o medidor de Ah, qual foi a melhor forma de 
controle manifestada por eles? Por quê? 
 
4. Cite as principais transformações ocasionadas pela introdução de 
sistemas fotovoltaicos domiciliares na comunidade São Francisco do 
Aiucá. 
 
5. A experiência de eletrificação com sistemas fotovoltaicos na 
comunidade São Francisco do Aiucá permitiu identificar três condições 
básicas para o funcionamento dos sistemas, quais são essas condições? 
Como viabilizar isso em projetos similares? 
Questionário 
MOCELIN, André Ricardo. “Implantação e gestão de sistemas 
fotovoltaicos domiciliares: resultados operacionais de um projeto 
piloto de aplicação da Resolução ANEEL No 83/2004”. Dissertação de 
Mestrado, Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia, 
Universidade de São Paulo, 2007. 
 
 MOCELIN, André Ricardo; ZILLES, Roberto e MORANTE, Federico. 
“Resultados operacionais da implantação de sistemas fotovoltaicos 
domiciliares de acordo com a Resolução ANEEL No 83/2004”. Anais do I 
Congresso Brasileiro de Energia Solar, Fortaleza, 8 a 11 de abril de 
2007. 
 
VALER-MORALES, Roberto; MOCELIN, André Ricardo e ZILLES, 
Roberto. “Estado dos sistemas fotovoltaicos domiciliares instalados 
em uma comunidade ribeirinha amazônica após seis anos e meio de 
operação”. Anais do IV Congresso Brasileiro de Energia Solar e V 
Conferência Latino-Americana da ISIS, São Paulo, 18 a 21 de setembro 
de 2012. 
Bibliografia

Outros materiais