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CENTRO UNIVERSITÁRIO CURITIBA ACIONISTAS Conceito, classificação, Deveres, Direitos de Acionistas da Sociedade Anônima e Acordo de Acionistas Ana Paula Karpinski Osório 13/11/2017 Trabalho referente ao 2º bimestre, 7MB 1 Sumário 1.Conceito ................................................................................................................................... 2 2. Classificação das sociedades anônimas ............................................................................... 3 I. A companhia aberta e fechada ....................................................................................... 3 II. Sistema de vasos comunicantes do mercado de valores mobiliários ............................. 4 3. Direitos e deveres do acionista na sociedade anônima ......................................................... 6 III. Direitos......................................................................................................................... 6 IV. Deveres ....................................................................................................................... 6 V. 1.1 Dever de diligência .................................................................................................... 6 VI. 1.2 Não agir com desvio de finalidade ........................................................................ 6 VII. 1.3 Dever de lealdade ................................................................................................. 7 VIII. 1.4 Dever de sigilo ....................................................................................................... 7 IX. 1.5 Não conflitar com interesse da companhia ........................................................... 7 X. 1.6 Dever de informar ...................................................................................................... 7 XI. 1.7 Prestação de contas .............................................................................................. 8 4. Acordo de acionistas ........................................................................................................... 8 Referências................................................................................................................................. 9 2 1.Conceito i Segundo Campinho, Sergio (2017, p. 205) - – – - – – - - desse compass - - - - de um pa - - - a figura do acionista e - - 3 2. Classificação das sociedades anônimas A lei n.º 6.404, de 15.12.1976, que regula as Sociedades Anônimas no Brasil, delineia, no artigo 4.º, as duas espécies, utilizando as denominações companhia aberta e companhia fechada, referindo-se, respectivamente, à Sociedade Anônima de capital aberto e à de capital fechado: Art. 4.º Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. I. A companhia aberta e fechada ii Os conceitos de companhia aberta e fechada bifurcam a sociedade anônima através de um processo de diferenciação A companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam, ou não, admitidos à negociação no mercado (art. 4o). Já “ ” A caracterização da companhia como aberta ou fechada é extremamente importante. E possui inúmeros efeitos práticos. A distinção entre companhia aberta e fechada é factual. Diz-se aberta a companhia que tiver os valores mobiliários admitidos à negociação no mercado. Caso contrário, diz-se fechada. A Lei n. 6.385, de 1976, não apenas define os valores mobiliários, como também explicita títulos que não são considerados valores mobiliários: Art. 2o São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei: I - as ações, debêntures e bônus de subscrição; II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II; III - os certificados de depósito de valores mobiliários; IV - as cédulas de debêntures, clubes de investimento em quaisquer ativos; VI - as notas comerciais; VII - os contratosfuturos, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos ativos 4 subjacentes; e IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. § i° Excluem-se do regime desta Lei: I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; II - os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures. Para que a sociedade anônima possa ter os seus valores mobiliários admitidos à negociação no mercado são necessárias algumas formalidades burocráticas: registro da companhia e registros das emissões de valores mobiliários na CVM (arts. 40, § i°, 170, § 6o, e 82). O registro da companhia somente poderá ser cancelado se preenchidas as condições do § 40 do art. 40; dependerá de prévia avaliação da companhia. O mercado de valores mobiliários é um segmento do mercado de capitais que, por sua vez, integra 0 chamado mercado financeiro. Examine 0 desenho abaixo: • ( ) • de capitais (círculo intermediário) • ( ) Redação dada pela Lei n. 10.303, de 31.10.2001. A redação original do art. 2o, da Lei n. 6 385/76 “ ros títulos criados ou emitidos pelas sociedades anônimas, a critério do Conselho Monetário Nacional. Para a companhia aberta, o mercado de valores mobiliários funciona como um sistema de vasos comunicantes. As poupanças populares são captadas e canalizadas para o financiamento dà atividade empresarial, por meio da aquisição de papéis emitidos pelas companhias para o autofinanciamento de seu capital de giro. II. Sistema de vasos comunicantes do mercado de valores mobiliários Observe o desenho a seguir: 5 1. Pequenas somas, de pequenos investidores, aglutinadas, podem formar um grande volume de recursos financeiros. 2. Esses recursos financeiros podem ser investidos em valores mobiliários de companhias abertas. 3. Os valores mobiliários das companhias abertas podem ser negociados na Bolsa de Valores, por intermédio de suas Corretoras associadas. 4. Os investidores compram e vendem os valores mobiliários, diretamente entre si ou com a intermediação das corretoras associadas às Bolsas de Valores. 5. No mercado primário de valores mobiliários, vislumbra-se 0 primeiro elo entre os investidores e a companhia; as operações de renegociação de valores mobiliários adquiridos por investidores operam-se no mercado secundário, no qual assumem especial relevo as Bolsas de Valores. O mercado de valores mobiliários acha-se juridicamente estruturado. Nele, assumem especial importância os bancos de investimento, as corretoras, as distribuidoras de valores mobiliários, as bolsas de valores e, também, a Comissão de Valores Mobiliários. As operações no mercado de valores mobiliários ocorrem, principalmente, nas Bolsas de Valores ou no mercado de balcão. Bolsa (de Valores) é associação civil ou sociedade anônima; seu capital compõe-se de títulos patrimoniais ou de ações. São atividades de mercado de balcão as realizadas com a participação das sociedades corretoras e das distribuidoras de valores mobiliários, das sociedades e dos agentes autônomos, que exerçam atividades de mediação na negociação de valores mobiliários, bem como as entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários, excluídas as efetuadas em bolsa (Lei n. 6.385, de 1976, arts. 21, § 40, e 15,1, II e III). 6 3. Direitos e deveres do acionista na sociedade anônima III. Direitos iii Os “ ” artigo 109 da Lei da Sociedades por Ações, não podem ser retirados dos acionistas nem pelo estatuto social nem por assembleia-geral. São eles o direito de participar dos lucros sociais; de participar do acervo da companhia, em caso de sua liquidação; de fiscalizar a gestão dos negócios sociais; de dar preferência para a subscrição de ações e outros títulos e valores mobiliários conversíveis em ações; e de retirar-se da companhia nos casos previstos em lei. IV. Deveres De acordo com FÜHRER, Maximiliano Cláudio Américo. Resumo de Direito Comercial (empresarial). 30ª ed. São Paulo: Malheiros, 2003. A administração da sociedade anônima caberá, conforme dispuser o estatuto, ao Conselho de Administração e à Diretoria, ou somente à Diretoria, quando não houver o Conselho de Administração, que é obrigatório somente nas companhias abertas e nas de capital autorizado. Tal conselho é um órgão de deliberação colegiada (fixação de diretrizes), sendo a representação da companhia (administração propriamente dita) privativa dos diretores. Assim, são administradores da companhia os diretores e os conselheiros de administração, estes quando existirem. As atribuições e poderes conferidos por lei a esses órgãos de administração não podem ser outorgados a outro órgão, seja ele criado por lei ou pelo estatuto,conforme artigo 139 da Lei de Sociedade Anônima. Por fim ressalto que os deveres e responsabilidade dos administradores abaixo elencados se relacionam com a própria sociedade anônima. No entanto, eles também podem ser responsabilizados por danos que causem a terceiros no exercício de suas funções, como por exemplo, os consumidores. V. 1.1 Dever de diligência O artigo 153 da Lei de Sociedade Anônima traz que o administrador deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios. Assim, o administrador deve exercer suas atribuições com vistas a realização dos fins e interesses da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e função social da empresa. VI. 1.2 Não agir com desvio de finalidade As atitudes do administrador devem ser compatíveis com a finalidade da sociedade anônima, existindo algumas condutas proibidas: privilegiar o grupo que o elegeu; incorrer em liberalidade à custa da companhia; tomar empréstimo, recursos ou bens da companhia, ou usar em benefício próprio ou de outrem bens, serviços ou crédito da companhia; receber de terceiros vantagem em razão do cargo. 7 VII. 1.3 Dever de lealdade O administrador deve servir com lealdade à sociedade anônima, não podendo usar em proveito próprio ou de terceiro, informação pertinente aos planos ou interesses da companhia a qual teve acesso em razão do cargo em que ocupa. Tal dever é previsto no artigo 155 da LSA, e seu descumprimento pode em alguns casos caracterizar crime de concorrência desleal. Exemplos de descumprimento do dever de lealdade são: não guardar reserva sobre os negócios sociais; negligenciar no exercício ou na proteção de direito da S.A.; deixar de aproveitar oportunidade negocial em nome da companhia, com o objetivo de obter para si ou para outrem vantagens; e comprar para revender à sociedade um bem de que ela necessite ou que tenha interesse VIII. 1.4 Dever de sigilo O administrador possui o dever de sigilo, em razão do qual ele deve guardar segredo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de modo ponderável na cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para si ou para outrem, vantagem mediante compra ou vendade valores mobiliários (artigo 155, § 1º, LSA), ganhando esse dever relevância principalmente nas companhias abertas. IX. 1.5 Não conflitar com interesse da companhia O administrador deve abster-se de intervir em qualquer operação social em que tiver interesse conflitante com o da sociedade anônima, bem como na deliberação que a respeito tomar o órgão no qual tenha assento e/ou demais administradores, cumprindo-lhe cientificá-los do seu impedimento e fazendo consignar, em ata de reunião do Conselho de Administração ou da Diretoria, a natureza e a extensão do seu interesse, conforme artigo 156 da LSA. X. 1.6 Dever de informar O administrador tem o dever de informar à Bolsa de Valores e divulgar pela imprensa qualquer deliberação dos órgãos sociais ou fato relevante que possa influenciar na decisão dos investidores do mercado de comercializar valores imobiliários de emissão da sociedade anônima. Além disso, o artigo 157 da Lei da Sociedade Anônima prevê que o administrador deve declarar, ao tomar posse, as ações e outros títulos mobiliários emitidos pela companhia, suas controladas ou sociedades do mesmo grupo, de que seja titular e tenha interesse, pois os demais acionistas tem o direito de conhecer. 8 XI. 1.7 Prestação de contas O administrador deve realizar a prestação de contas para os acionistas pelo menos uma vez a cada ano, fazendo o demonstrativo financeiro da companhia e expondo aos sócios. 4. Acordo de acionistas ivPara Fábio Uchoa coelho, Manual de Direito Comercial,( p.241) Os acionistas podem, livremente, compor seus interesses por acordo que celebrem entre si. Terão, em decorrência, a proteção que a lei dispensa aos contratos em geral. Caso, entretanto, tais acordos versem sobre três temas determinados, a seguir referidos, e estejam registrados na companhia, tais acordos estarão sujeitos a uma proteção especificamente liberada pela legislação do anonimato. a proteção que a lei dispensa aos contratos em geral. Caso, entretanto, tais acordos versem sobre três temas determinados,a seguir referidos, e estejam registrados na companhia, tais acordos estarão sujeitos a uma proteção especificamente liberada pela legislação do anonimato. Assim, se o acordo tem em vista o poder de controle,exercício do direito de voto, a compra e venda de ações ou a preferência de sua aquisição, o seu registro junto à companhia importará nas seguintes modalidades de tutela: a) a sociedade anônima não poderá praticar atos que contrariem o conteúdo próprio do acordo; b) poderá ser obtida execução específica do avençado,mediante ação judicial. Assim, se um acionista acordou em conceder direito de preferência a outro, mas vendeu suas ações a um terceiro,descumprindo o acordo, a companhia não poderá registrar a transferência de titularidade das ações, caso o acordo se encontre averbado. Não há, no entanto, como tornar efetivo o direito de preferência, por parte do acionista prejudicado, senão com recurso ao Poder Judiciário que, substituindo a vontade do acionista alienante, conceda a preferência àquele. No tocante ao acordo de acionista que tenha por objeto o exercício do direito de voto, há duas observações a fazer: 1ª) não pode ocorrer a venda de voto, fato tipificado como crime pelas legislações mais avançadas. O que as partes acordam é a uniformização da política administrativa; 2ª) o chamado voto “ ” acordo. Nesta categoria se incluem os votos do acionista em matéria não propriamente deliberativa, mas homologatória, como é o caso da votação das contas dos administradores, ou do laudo de avaliação de bens para integralização do capital social etc. 9 Referências i CAMPINHO, Sérgio. Curso de Direito Comercial - Sociedade Anônima - 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2017. ii CORREA, Osmar Brina. Sociedade Anônima. Revista atualizada 3ª ed. Belo Horizonte, 2005. iii FÜHRER, Maximiliano Cláudio Américo. Resumo de Direito Comercial (empresarial). 30ª ed. São Paulo: Malheiros, 2003. iv COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 21ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
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