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Suspensão de Segurança em Matéria Tributária Limites

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SUSPENSÃO DE SEGURANÇA EM 
MATÉRIA TRIBUTÁRIA: LIMITES 
CASSIO SCARPINELLA BUENO 
Advogado formado pela Faculdade de Direito da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
(PUCSP), instituição na qual obteve os títulos de 
Mestre (1996), Doutor (1998) e Livre-docente (2005) 
em Direito Processual Civil, todos com a nota 
máxima, e onde exerce as funções de Professor-
Doutor de Direito Processual Civil nos cursos de 
Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado. 
Membro e Diretor de Relações Institucionais do 
Instituto Brasileiro de Direito Processual. Membro do 
Instituto Iberoamericano de Direito Processual e da 
Associação Internacional de Direito Processual. 
Integrou a Comissão Revisora do Anteprojeto de novo 
Código de Processo Civil no Senado Federal e 
participou dos Encontros de Trabalho de Juristas sobre 
o mesmo Projeto no âmbito da Câmara dos Deputados. 
1. Palavras iniciais 
O presente trabalho pretende abordar o "pedido de sus-
pensão", mais comumente chamado de "suspensão de seguran-
ça" quando empregado em matéria tributária, buscando iden-
tificar seus limites. 
Mais que limites, contudo, a conclusão mais adequada 
a ser alcançada com relação àquela medida é de sua total 
163 
. t Brasileiro de Estudos Tributários 
IBET _ Institu o 
. . . nalidade e desnecessidade, ao menos do Pont 
inconstitucio 1·d de Máxime em casos col'n o de 
. . "d. a atua i a . ' .. ,..lo o 
vista JUrI ico, n d " ·t t "b t,, . aqui 
d. respeito ao irei o ri u ano e ern estudado, que izem . . ,, · d . que o 
. t t lado J·urisdicionalmente e, a1n a que in nat 
obJeto a ser u e Ura, 
pecuniário. 
A Si.ção que se segue toma como referência O rnanct expo . . ~ 
do de segurança. o instituto aqui exami~ado, contudo, tern 
serventia quando há medida liminar proferida em sede de "pro. 
cesso cautelar" contra a Fazenda Pública e também quando a 
hipótese for de tutela antecipada contra a Fazenda Pública. Isto 
por força do disposto no art. 411 e respectivos parágrafos da Lei 
n. 8.437/1992 e do art. lª da Lei n. 9.494/1997, respectivamente. 
As eventuais distinções de aplicação do instituto em cada caso 
são identificadas e analisadas ao longo do texto. 
A suspensão de segurança também é prevista no § líl do 
art. 12 da Lei n. 7.347/1985, que disciplina a "ação civil pública", 
o que atrai para o ponto, idênticas observações às que são feitas 
ao longo da exposição. Não se perca de vista, contudo, a vedação 
daquela ação coletiva para discutir questões tributárias, con-
soante o flagrantemente inconstitucional parágrafo único do art. 
1 .a da mesma Lei, fruto, tanto quanto a maior parte dos parágra-
fos do precitado art. 4.a da Lei n. 8.437/1992, da Medida Provisó-
ria n. 2.180-35/20011, que institui, a meu ver, o que já tive opor-
tunidade de chamar de "contra-reforma do Código de Processo 
Civil2• 
2 A" · d 
. suspensao e segurança": visão geral 
O art. 15 da Lei n. 12.016/2009, que é o diploma legislativo 
1. Para esta discussão, v. 0 me O ,, . . ,, 59. Mais recentemente voltei· t u poder publico emJuizo, esp. p. 148-1 .AI 
' ao ema em m e . . • rocessuu-
civil, vol. 2, tomo III 203 eu urso sistematizado de direito P , p. -205. 
2. Este é o mote, com efeito d onhº 
especialmente nas na p, . ' 0 meu O poder público em juízo, como exP 
agmas l-l4 daquele trabalho. 
164 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
que na atualidade disci 1 · d d . . . 
' , P 1na o man a o de segurança 1nd1v1-
dual e coletivo trata da " - d 
. suspensao e segurança", que ocupava, 
anteriormente e de forma bastante tímida, o art. 13 da Lei n . 
1.533/1951 e, mais amplamente, o art. 4.0 da Lei n . 4.348/1964, 
com seus dois parágrafos acrescentados pela Medida Provisória 
n . 2.180-35/2001. Em função do avento da Lei n. 4.348/1964, aliás, 
a interpretação mais adequada era no sentido de que o precita-
do art. 13 da Lei n . 1.533/1951 já havia sido revogado3• 
Sempre que tive oportunidade de me manifestar sobre o 
assunto, fiz questão de destacar o entendimento quanto à in-
constitucionalidade da medida. Dentre outras razões pela cir-
cunstância de ela atritar com o princípio da isonomia - da 
"paridade de armas" - ao prever à pessoa jurídica de direito 
público (e ao Ministério Público) mecanismo processual não 
disponibilizado ao impetrante e que tem aptidão para interferir 
diretamente no que é mais caro ao mandado de segurança, a 
produção imediata dos efeitos das decisões jurisdicionais pro-
feridas em prol do impetrante, assegurando a sua fruição in 
natura. Até porque, se é verdade que quando o instituto foi 
concebido pelo legislador brasileiro, o sistema processual civil 
era pouco claro quanto às possibilidades de a fase recursai de-
senvolver-se sob o manto do "dever-poder geral de cautela", a 
observação não condiz à realidade normativa hoje vigente4. 
3. Cf. Napoleão Nunes Maia Filho, Estudos processuais sobre o mandado de 
segurança, p. 133, e o meu Mandado de segurança, p. 163-164. 
4. o instituto foi previsto originariamente no art. 13 da Lei n.' 191/36 e no _art. 
328 do Código de Processo Civil de 1939 com as 
12
segu1ntes redaçoes, 
t . te· "Art 13 Nos casos do art. 8
12
, § 9 , e art. 10, poderá o respec 1vamen . .n • · 
presidente da Corte Suprema, quando se tratar de dec~s~o da Justi~a Federal, 
d C t d Apelação, quando se tratar de dec1sao da Justiça local, a ou o a ore e 'd' d d ' · , bl' 
· t d presentante da pessoa juri 1ca e 1reito pu 1co requer1men o o re , , , . 
· t d ·tar lesa· 0 grave à ordem, à saude ou a segurança publica, m eressa a, para ev1 . . . 
t - d to 1·mpugnado até o julgamento do feito, em primeira man er a execuçao o a 
d . ,. • " "Art 328 A requerimento do representante da pessoa ou segun a mstanc1a . .n · · . _ 
· 'd' d d' ·t 'bli'co 1·nteressada e para evitar lesao grave à ordem, à Jun 1ca e irei o pu . 'b l 
, d , , bli'ca poderá o presidente do Supremo Tr1 una 
sau e ou a segurança pu , 
165 
IBET _ Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
Q d O "pedido de suspensão" é dirigido ao S uan o .b Uper' 
Tribunal de Justiça e/ou ao Supremo Tri _unal Federal-no lor 
d hamado de "pedido de suspensao da não-susp ~lle po e ser e . ,.. . d ensao'' 
_ , ela crítica soma-se a circunstancia e a Constituiç-
' aqu ,.. . d 1 . ao Fe. deral não ter previsto competencia aque es Tribunais t · • Para julgá-lo originariamente, o que con raria a interpretação dad 
Por eles próprios à taxatividade de sua competência fixact ª 
. 1 e t ·t . - 5 a, única e exclusivamente, pe a ons i uiçao . 
Não obstante estar convencido do acerto desta conclusã 
t d . ,, 1 o, é importante, ao menos para o momen o, eixa- a de lado para 
sem O que não haveria elementos para refletir sobre O tema 
proposto. 
De acordo com a regra em exame, é possível suspender 
a eficácia de medida liminar ou de sentença em mandado de 
Federal ou do Tribunal de Apelação, conforme a competência, autorizar a 
execução do ato impugnado." 
5. Para essa demonstração, v. o meu O poder público em juízo, p. 58-63. Em 
oportunidade anterior, busquei compatibilizar o instituto com a ordem cons-
titucional vigente, entendendo-o como uma forma de prevalecimento do in-
teresse público sobre o interesse particular. Mesmo assim, contudo, a hipóte-
se só se justificaria diante do que consagra o art. 52 , XXN, da Constituição 
Federal: a desapropriação de direitos pressupõe prévio pagamento de j~ ta 
indenização. A solução, de qualquer sorte, apresenta-se como verdadeira 
antítese à noção mais comezinha de mandado de segurança, predestinado ª 
buscar a proteção de um direito, lesionado ou ameaçado, in natura. Para 
tanto, consultar o meu Liminar em mandado de segurança: um tema com _v~-
riações, p . 213-228, com a bibliografia lá indicada. O art. 18.2 da "Ley 0rgani· 
ca del Poder Judicial" espanhola
prevê, similarmente, o seguinte: "Sólo P?r 
causa de utilidad pública o interés social declarada por el Gobierno, p~dran 
· 1 d ' ' bl ca en expropnarse os erechos reconocidos frente a la Administración Pu 1 1 
una sentencia firme, antes de su eiecución En este caso el Juez o Tribuna .: 
• J • ' orv1 .. 
~ui~m corresponda la ejecución será el único competente para senalar p é de 
n~c1de?tal la co~res?ondiente indemnización". O dispositivo, contudo, cola· 
d~scutivel constitucionalidade, como dá notícia Manuel Ortells Rarn?s, •ón 
c1onando as lições de M B lt - . (La e3ectLci 
· e ran de Fehpe e M. Bassols Coma para 
de condenas no dinerari l l . •z 51 e 99), 
. _ as en a ey de enjuiciamiento cwi , P· Lei Il• 
uma expos1çao que busca compatibilizar o instituto J. á na regência dah Co· 
12.016/2009 com " d 1 ' . • 0 oc a, 
, . ,' 
0 mo e O constitucional" , v. Caio Cesar Vieira .[l, 
mentarios a nova lei do mandado de segurança, p. 204-206. 
166 
• 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
segurança para evitar "grave lesão à ordem, à saúde, à seguran-
ça e à economia públicas". Trata-se de medida anômala com 
finalidade bastante específica: paralisar, suspender, neutralizar 
ou imunizar os efeitos de decisão favorável ao impetrante pro-
ferida, liminarmente ou a final, em mandado de segurança6• 
Os critérios empregados para a suspensão dos efeitos da 
decisão proferida em desfavor do Poder Público, é lê-los uma 
vez mais, não dizem respeito ao erro cometido pelo seu prolator. 
Nem error in procedendo e nem error in judicando. Trata-se, 
diferentemente, de viabilizar ao Presidente do Tribunal compe-
tente para julgamento do recurso ( que não necessariamente 
será interposto; v. n. 6, infra) a suspensão da eficácia de decisão 
em desfavor do Poder Público analisando-a não do ponto de 
vistajurídico, insista-se, de seu desacerto, mas de sua afronta à 
ordem pública, quanto a ela causar ou, quando menos, ter ap-
tidão de causar lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia 
públicas. A análise do ato que se pretende suspender, destarte, 
dá-se mais na perspectiva da inconveniência de sua manutenção 
do que, propriamente, do seu acerto ou desacerto. É este, aliás, 
o viés político que muitos autores enxergam na medida até como 
forma de justificar a sua previsão no ordenamento jurídico 7. 
Não é errado entender esse instituto como uma espécie 
de "pedido de efeito suspensivo avulso", que se justificou à 
6. Para uma profunda discussão sobre a natureza jurídica do "pedido de 
suspensão", é imperiosa a leitura do trabalho de Marcelo Abelha Rodrigues, 
Suspensão de segurança: sustação da eficácia de decisão judicial proferida 
contra o Poder Público, p. 95-104. Para o prestigiado processualista capixaba, 
0 instituto deve ser entendido como um incidente processual, não como ação 
e nem como recurso. 
7 
.. Particularmente - e sempre juízo do que escrevi - entendo que a justifi-
cativa posta no texto não pode ser acatada, até porque, em última análise, ela 
afronta o princípio da separação dos Poderes (art. 2° da Constituição Federal). 
Trata-se, contudo - e é isto que o texto quer evidenciar - de entendimento 
corrente na doutrina e na jurisprudência. A resenha feita por Alexandre Frei-
t~s Câmara (manual do mandado de segurança, p . 279-297) a respeito é sufi-
cientemente ilustrativa do acerto da última afirmação. 
167 
t·t to Brasileiro de Estudos Tributários IBET-Ins 1 u 
. - 0 por causa da inadmissão, pela jurisp 
é~oca dle sdua ctr~aça do cabimento do agravo de instrurnen~dên. 
eia e pe a ou rina, . . d d o con. 
d . - oncessiva da hminar em se e e mandado de tra a ec1sao e . .b. . segu 
At , rque mesmo que aceita a recorri ihdade dess d · rança. e po , . a e. 
. - ele recurso era inapto para evitar eventuais dano c1sao, aqu s ou 
transtornos para o réu do mand~do de seg~rança. Justamente 
porque O agravo de instrument_o nao suspen?i~ generalizadamen. 
te os efeitos da decisão recornda, ao contrario do que hoje é ex. 
pressamente admitido pelo art. 558, caput, do Código de Processo 
Civil, desde a Lei n. 9.139/1995. Também o recurso de agravo de 
petição, cabível das sentenças proferidas em sede de mandado de 
segurança, era, de acordo com a maior parte da doutrina da épo-
ca, despido de efeito suspensivo8• Justificava-se, assim, que o le-
gislador criasse mecanismo como o instituto em exame, para in-
viabilizar que os efeitos da decisão que acabara de reconhecer o 
direito do impetrante fossem experimentados desde logo. 
3. Legitimidade 
Tem legitimidade para formular o "pedido de suspensão" 
a "pessoa jurídica de direito público interessada". A locução, 
que repe~e a do art. 4n, caput, da Lei n. 4.348/1964, continua a 
merecer interpretação ampla: todo aquele que pode ser alvo de 
mandado de seguran f - • - 'bl'· ça em unçao do exercício defunçao pu 1 
catem legitimidade p l ·t a 
. . ara P e1 ear a suspensão nos termos e par 
os fins do d1spos1tivo em exame. 
É esta a ra - l -
· d' t zao pe ª qual até entidades da administraçao in ire a e conce . ,, . ·d d 
Para a ~ l ~s1onarios de serviço público têm legitirn1 a e 1ormu açao do p d 'd •d de 
seus atos sere e 1 0 como necessária contrapartl ªd. 
m contrastá · · . . . . é 10 do mandad d veis Jurisd1c1onalmente por 1nterrn 
o e segurança 9. 
8. A respeito do assunto v . o de 
Processo Civil, t . 5, p. 197 ' · Pontes de Miranda, Comentários ao Códig 
9. Para esta demonstra ~ ~a 
doutrina · Çao, v. o meu M d 253-254· 
mais recente v. H an ado de segurança, P· d do de 
' ·· umb t T n a er O heodoro J r. Lei do ma 
168 ' 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
O caput do art. 15 da Lei n. 12.016/2009, inovando, ao me-
nos expressamente, em relação à disciplina anterior relativa ao 
mandado de segurança, admite que também o Ministério Pú-
blico apresente o "pedido de suspensão". A atuação do Minis-
tério Público, na espécie, dá-se a título de custos legis; não como 
parte, e afina-se, por isso mesmo, com as suas funções institu-
• • 10 c1ona1s . 
4. O agravo interno da decisão que defere o pedido de sus-
pensão 
O art. 15, caput, da Lei n. 12.016/2009 admite expressamen-
te o cabimento de agravo da decisão que concede a suspensão. 
Trata-se de agravo interno, expressamente previsto na lei 
e, por isso, não regimental, a ser processado de acordo com as 
regras estabelecidas genericamente pelo art. 557 do Código de 
Processo Civil. 
A nova regra colocou fim a importante questão relativa ao 
prazo do agravo. Ele deverá ser interposto em cinco dias e não 
mais em dez dias, como, expressamente, impunha o caput do 
art. 4ll da Lei n . 4.348/1964, que, sendo regra específica, devia 
,, • 11 prevalecer sobre a s normas genencas . 
A circunstância de a lei tirar efeito suspensivo ao recurso 
merece ser interpretada à luz do sistema p rocessual civil. Na 
medida em que se façam presentes os elementos autorizadores 
do "dever-poder geral de cautela" no âmbito recursai (art. 558, 
caput, do Código de Processo Civil), não há como, sob pena de 
segurança, p . 306-307, e Alexandre Freitas Câmara, Manual do mandado de 
segurança, p. 306-308. 
10. Para essa demonstração, sustentando a legitimidade do Ministé rio P úblico 
para o pedido mesmo diante do silêncio do art. 4°, caput, da Lei n. 4.348/1964, 
v. o meu Mandado de segurança , p. 254-256. 
11. Para essa demonstração, v. o meu Man dado de segurança, p . 258-259. 
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IBET _ Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
. .d. m inconstitucionalidade, negar que o efeito suspen . 1nc1 ir e / . d s1v0 
. dido Entendimento contrario, e resto, presta 
seJa conce · . / . -se a 
a desmesurada e generalizada pratica do rnand recuperar . . . _ ado 
de segurança contra ato Jud1c1al que nao deve ser prestigiad 
1 . ·1 t 112 a em um sistema processua c1v1 como o a ua
. 
Vale destacar, a respeito do dispositivo, que o caput do art. 
15 da Lei n. 12.016/2009, ao repetir a redação do caput do art. 4Q 
da Lei n. 4.348/1964 não se deu conta do cancelamento das Sú-
mulas 506 do Supremo Tribunal Federal e 217 do Superior 
Tribunal de Justiça, que estabeleciam, como já fazia a lei então 
vigente, que o agravo interno só era cabível da decisão do Pre-
sidente que concedia o pedido de suspensão; não do que o ne-
gava. A opção legislativa, espelhada em ambas as Súmulas, era 
mais que justificável à luz do "modelo constitucional do man-
dado de segurança", razão pela qual os seus cancelamentos, com 
o devido respeito, não tinham a minha concordância, embora, 
isto é inegável, afinassem-se com as modificações mais recentes 
do Código de Processo Civil e, de forma ampla, com a da legis-
lação extravagante sobre o assunto13• 
O fato é que a lei vigente prevê o cabimento do agravo 
somente no caso de deferimento do pedido; não de seu indeferi-
mento. Deve prevalecer o texto da lei ou a fundamentação que 
levo~ 0 Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de 
JuSb~a ª cancelarem as súmulas noticiadas? Considerandoq~e 
o cab1m:nto do agravo só no caso previsto pelo legislador rn~1s 
recente e a alternativa que mais se afina com o berço constitucio· 
nahl ~~ mt andado de segurança, é vedado ao intérprete generalfiiz~ 
a ipo ese. O indefe · ,, ·gni 1c"'' 
nmento do pedido de suspensao SI para todos os fins p . u qtJe 
' que O residente do Tribunal reconhece 
12. Para essa discussão v 71 e, r11ai5 
amplamente, tratando d · 0 meu Mandado de segurança, P· 66d-. '. ai cof11° 
sucedâneo recursal m eº mandado de segurança contra ato ju ~ci_l v. 5, P· 
' eu urso sist · l ciV1 ' 4 79-489. ematizado de direito processua 
13. Para o assunto v o m M 
' · eu and d d 3 a o e segurança, p . 260-26 · 
170 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
a decisão que favorece o impetrante não tem aptidão para cau-
sar impactos negativos na ordem pública, e, por isso, deve ela 
surtir seus regulares efeitos desde logo. 
Ademais, a previsão do cabimento do recurso de agravo 
interno pelo § 32 do art. 42 da Lei n. 8.437 /1992 é indiferente para 
a espécie. Aquele dispositivo, como já destacado, disciplina o 
cabimento do "pedido de suspensão" em cautelares contra o 
Poder Público e, por força do art. 12 da Lei n. 9.494/1997, também 
para os casos de antecipação de tutela contra o Poder Público. 
A previsão diferenciada da Lei n . 12.016/2009, justifica-se, vale 
a ênfase, por se tratar de mandado de segurança. Trata-se de 
norma específica e mais recente que, também por isto, deve 
prevalecer sobre aquela outra14• 
5. O pedido de suspensão da não-suspensão 
A interpretação proposta pelo item anterior mostra-se 
como a mais correta até mesmo em função do § 1.u do art. 15 da 
Lei n. 12.016/2009. A regra, repetindo o que já constava do§ 1.u 
do art. 4.u da Lei n. 4.348/1964, introduzido pela Medida Provi-
sória n. 2.180-35/ 2001, prevê que, "indeferido o pedido de sus-
pensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, 
caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal 
competente para conhecer de eventual recurso especial ou 
extraordinário". 
É dizer: desde que o pedido de suspensão, tal qual formu-
lado pela "pessoa jurídica de direito público interessada" ou 
pelo Ministério Público, for indeferido pelo Presidente do Tri-
bunal ou, ainda, quando a decisão que deferira o pedido for 
reformada por força do agravo interno previsto no caput do 
14. Contra, sustentando o prevalecimento do disposto no art. 411, § 3°, da Lei n . 
8.437 /1992, v. Humberto Theodoro J r., Lei do mandado de segurança comentada, 
p . 315 e , forte, nas razões que levaram o STF ao cancelamento da Súmula 506, 
Alexandre Freitas Câmara, Manual do mandado de segurança, p. 302-306. 
171 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
d . sitivo (apresentado pelo impetrante), é possível a fo 1spo _ d' . .d rniu 
lação de um novo pedido de ~uspensao 1r~g1 o ao President~ 
do Superior Tribunal de Justiça ou ao Presidente do Suprerno 
Tribunal Federal. 
É importante notar que a regra em exame não prevê 
0 
cabimento do agravo do indeferimento do pedido. Muito pelo 
contrário: a solução dada pela hipótese é a de admitir um novo 
pedido a ser apresentado perante um dos Tribunais Superiores. 
Destarte, abstraída a inconstitucionalidade da regra não 
só por atritar com o princípio da isonomia e por prever compe-
tência ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal 
Federal, ao arrepio de autorização constitucional (v. n. 2, supra), 
o certo é que a postura reservada pela lei diante do indeferimen-
to do pedido ou da modificação da primeva decisão monocráti-
ca do Presidente do Tribunal, mercê do acolhimento do recurso 
apresentado pelo impetrante, é a de apresentar novo pedido 
perante aqueles Tribunais e não a de apresentar o recurso de 
agravo interno perante o colegiado competente para tanto, de 
acordo com o Regimento Interno de cada Tribunal. 
Entre as várias questões não enfrentadas pela Lei n. 
12.016/2009 a respeito do assunto está a de discernir os casos ern 
que O novo pedido de suspensão deverá ser formulado perante 0 
Superior Tribunal de Justiça ou perante O Supremo Tribunal 
Federal. A resposta está na mesma lógica que divide, com razoável 
nitidez, ª competência daqueles Tribunais para julgamento dos 
recursos especial e extraordinário apresentados de acórdão com 
dupla fundamentação, infraconstitucional e constitucional._ A 
depender dafundamentação do p d'd d , . a decisão cuJos fi . e 1 o e a propri 00 
e e1tos se pretende ver suspensos, a competência será de u~ -
de outro daqueles Tribunais. A soluçãoJ·ustifica-se tambéJll dia)~ 
te d d' - .f.rll . 0 que ispoe O art. 25, caput, da Lei n. 8.038/1990 (v. n. 9, in;' -
15. Para essa demonstra ã 212-273 e o 
meu O poder públ" ~ ~• v. 0 meu Mandado de segurança, P· 
ico em Juizo, p. 53-56. 
172 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
O§ 2.fl do art. 15 da Lei n . 12.016/2009 prevê o cabimento 
do "novo pedido de suspensão" "quando negado provimento a 
agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se re-
fere este artigo". 
Uma vez mais, a demonstrar o patente rompimento da 
paridade de armas no plano do direito processual civil, em de-
trimento do impetrante que tem razão, está a lei infraconstitu-
cional a criar mecanismo de reexame da decisão do Tribunal 
ou, quando menos, de sustação de seus efeitos imediatos, pe-
rante os Tribunais Superiores, que não é concebido para o 
impetrante. Concedida a medida liminar em mandado de segu-
rança impetrado em primeira instância e negado provimento 
ao agravo de instrumento interposto contra ela, o acórdão res-
pectivo fica sujeito a ter seus efeitos suspensos mercê do novo 
pedido de suspensão previsto no § 1 íl do art. 15 da Lei n . 
12.016/2009. 
Houve época em que tal previsão confirmava o que uma 
cuidadosa leitura sistemática já evidenciava: o entendimento de 
que cabia agravo de instrumento em sede de mandado de segu-
rança 16. Por força das inovações trazidas pela Lei n . 12.016/2009, 
contudo, é suficiente, para embasar aquela mesma conclusão, 
o disposto no art. 7.!l, § líl. Destarte, a verdadeira ratio da regra 
ora veiculada pelo§ 2.fl do art. 15 do mesmo diploma legal tem 
condições de mostrar sua verdadeira face: a de criar, em prol da 
"pessoa jurídica de direito público interessada" e, até mesmo, 
do Ministério Público, um verdadeiro atalho para os Tribunais 
Superiores cujos Presidentes, como quer o § 1 íl do dispositivo, 
têm competência para sustar os efeitos da decisão contrária aos 
interesses dos réus do mandado de segurança 17• 
16. Nesse sentido, v. o meu Mandado de segurança, p . 275-276. 
17. Esta é a form a que sempre me pareceu correta para
tratar do instituto, 
desde sua introdu ção no ordenamento jurídico nacional por obra da Medida 
Provisória n. 2.180-35/2001. A respeito, v. o meu O poder público em juízo, p . 
87-94, e o meu Mandado de segurança, p . 267-272. 
173 
IBET _ Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
Vale destacar, contudo, que hipótese oposta, que tern t 
e - e · · Udo 
b Stante comum no 1oro, nao 101 prevista pelo legi· 1 para ser a . . , . s adot 
nem pelo atual e nem pelo da Med_1da ~ro_v1so:91a ~-2.180-35/2001'. 
a medida liminar é negada e~ primeira ~nsta~c1a, e o agravo d~ 
instrumento interposto pelo 1mpetrante e provido para concedê. 
-la. Em tal caso, cabe o "novo pedido de suspensão" nos moldes 
do art. 15, § 111, da Lei n. 12.016/2009? A resposta, forçosamente 
tem de ser negativa à falta de previsão legal. De resto, o pedid~ 
de suspensão disciplinado pelo art. 25 da Lei n. 8.038/1990 não 
tem aplicação na espécie por não se tratar de mandado de se-
gurança impetrado originariamente no plano dos Tribunais mas, 
bem diferentemente, de recurso julgado pelos Tribunais. 
6. Concomitância do pedido de suspensão e do agravo de 
instrumento 
O§ 3.Q do art. 15 da Lei n. 12.016/2009, repetindo o que já 
dispunha o§ 5il do art. 4.Q da Lei n. 8.437 /1992, aplicável ao man· 
dado de segurança por força do § 211 do art. 411 da Lei n. 4.348/1964, 
dispõe que "a interposição de agravo de instrumento contra 
liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e 
seu~ agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do 
pedido de suspensão a que se refere este artigo". 
A melhor interpretação para a regra sempre deixandº de 
lado, para fins de e · - ' l'd de do 
. . xposiçao, a patente inconstituciona 1 ª 
instituto em ex , d sãO 
_ . ame, e a e entender que o pedido de suspen 
nao exclui o cabi t d de· 
. - . men ° o agravo de instrumento contra ª 
cisao concessiva da m d'd 1· d preser· 
var valo d' e i a iminar, porque destina o a , o 
res iversos do ord - orreÇll intrínseca d 1 . enamento jurídico que nao a e rs· aque a dec1sã o " • - " na pe pectiva da . º· pedido de suspensao , . 58 orientação ju . ·torto ' quer lidar com . risprudencial amplamente vi dida 
. . o impacto qu d . - . da JJle liminar assum e a ec1sao concessiva . trt1· 
e perante a " d de 111s 
mento, como qual or em pública". O agravo . vali· 
d quer outr ou in ar a decisão pro" 'd O recurso, quer reformar 1,1, ao ien a pelo . errº magistrado a quo porque 
174 
> 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
conceder a liminar que, na visão do agravante, deveria ter sido 
indeferida 18• A diversa fundamentação das duas medidas, por 
assim dizer, justifica(ria) a sua concomitância 19• 
7. O contraditório no pedido de suspensão 
Repetindo a regra que já se encontrava no § 7il do art. 4il 
da Lei n. 8.437/1992, aplicável ao mandado de segurança graças 
ao § 2il do art. 42 da Lei n . 4.348/1964, o § 42 do art. 15 da Lei n . 
12.016/2009 dispõe que "O presidente do tribunal poderá confe-
rir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo 
prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na 
concessão da medida". 
O dispositivo deve ser entendido no sentido de ser necessá-
rio que o exame do pedido de suspensão seja precedido de contra-
ditório. Que somente em casos onde houver a "plausibilidade do 
direito invocado" e a "urgência na concessão da medida" é que o 
Presidente do Tribunal respectivo poderá "conferir ao pedido 
efeito suspensivo liminar", isto é, concedê-lo antes do estabeleci-
mento do contraditório. Prevalece para a hipótese - e nem po-
deria ser diferente - o princípio do contraditório, albergado pelo 
18. O dispositivo, destarte, alberga orientação que, na perspectiva destacada, 
já me parecia importante ser evidenciada desde a primeira vez que me 
debrucei mais demoradamente sobre o tema, no meu Liminar em mandado 
de segurança: um tema com variações, p. 242. 
19. Bem ilustra a afirmação do texto o seguinte trecho da ementa do acórdão 
proferido pela Corte Especial do STJ no AgRg na SS 2.723/RJ, rel. Min. Felix 
Fischer, j.un. 20.8.2014, DJe 27.8.2014: "AGRAVO REGIMENTAL NA 
SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. ALEGADA GRAVE LESÃO À ORDEM 
PÚBLICA. INEXISTÊNCIA. INDEVIDA UTILIZAÇÃO DO INCIDENTE 
COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. PEDIDO DE SUSPENSÃO INDEFERIDO. 
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.( ... ) IV - Finalmente, na linha da 
pacífica jurisprudência desta eg. Corte, deve-se ressaltar que não se admite a 
utilização do pedido de suspensão exclusivamente no intuito de reformar a 
decisão atacada, olvidando-se o requerente de demonstrar o grave dano que 
ela poderia causar à saúde, segurança, economia ou ordem públicas. Agravo 
regimental desprovido.". 
175 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
t 52 LV: da Constituição Federal. Tanto para O Pect·ct ar . ' ' o. l o de 
suspensão formulado com base no § 1 como ~ara o "novo'' 
pedido autorizado pelo§ 22, ambos do art. 15 da Lei n. 12.016/2009. 
Somente em casos de urgência, em que o estabelecimento 
do prévio contraditório e o tempo que ele consome puderem 
comprometer a inteireza dos valores que o pedido de suspensão 
pretende resguardar, é que o§ 42 admite que a suspensão seja 
concedida liminarmente, isto é, postergando-se o contraditório , 
dada a necessidade da tutela imediata de outro valor constitu-
cionalmente garantido, coisa que, de resto, é usual em todos os 
casos de pedidos de liminar fundados na necessidade da urgên-
cia da prestação jurisdicional. É nesse sentido que deve ser 
entendida a expressão "conferir efeito suspensivo liminar". 
Trata-se de conceder a suspensão liminarmente, determinando-se, 
em seguida, o estabelecimento do contraditório. Colhida a ma-
nifestação do impetrante, beneficiário da liminar, da sentença 
ou do acórdão, conforme o caso, o Presidente manterá a decisão 
liminar (suspendendo-se os efeitos da liminar, da sentença ou 
do acórdão) ou a reformará, para admitir que a decisão questio-
nada volte a surtir seus regulares efeitos. Dessa decisão é que 
caberão eventuais recursos ou, afastada a inconstitucionalidade 
do instituto, sempre para fins de exposição, 0 novo pedido de 
suspensão de que trata O § 2.u do art. 15 da Lei n. 12.016/2009. 
8. Pedido de suspensão coletivo 
O §0.50. do art. 15 da Lei n. 12.016/2009 repete a regra do§ 8~ 
do art. 4 da Lei n 8 437/1992 1· , 1 d do de segu 
· · , ap icave ao man a 
rança mercê do § 2.u do art. 4.u da Lei n. 4.348/1964. 
De acordo co . 5pensã0 
d . . m a regra, uma vez concedida a su r e uma hm1nar. 0 t . ,., ·rase 
_ ' u ras, que seJam idênticas poderao vi 
suspensas tao só pel d' ' 1 0 a Itamento do pedido origina· 
Assim suspen . . . ar coil' 
. ' sos os efeitos de uma medida lurun • ;o 
cedida em mandado d d dec1s8 
e segurança, é possível valer-se ª 
176 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
presidencial respectiva para suspender todas as outras que 
sejam idênticas, embora originárias de outros processos. Trata-
-se de verdadeiro efeito intersubjetivo do pedido de suspensão, 
que se aproxima - e bastante - dos efeitos das súmulas vincu-
lantes e quejandos. Claro, nesse sentido, o dispositivo, quando 
admite que os efeitos do pedido de suspensão original poderão 
ser estendidos a liminares supervenientes. 
O objetivo da regra é claro: para hipóteses juridicamente 
idênticas, deve-se dar a aplicação da mesma regra jurídica, 
embora filtrada, como ocorre no caso, pela Presidência do Tri-
bunal. Trata-se de discurso que se afina com o princípio da 
isonomia e que não difere, substancialmente, do que está por 
trás da tutela dos denominados direitos ou interesses individuais 
homogêneos, pela qual o sistema infraconstitucional admite (e 
incentiva) o tratamento conjunto (coletivo) porque são qualita-
tivamente idênticos uns aos outros. Trata-se,
de resto, da idên-
tica motivação de diversos outros dispositivos do Código de 
Processo Civil, dentre os quais é pertinente destacar o art. 557, 
caput, e § 1 fl_A (atuação monocrática do relator no âmbito dos 
Tribunais), o § 3íl do art. 4 75 (não sujeição da sentença ao ree-
xame necessário quando seu fundamento for precedente de 
Tribunal), o art. 285-A Uulgamento liminar de improcedência 
do pedido), o art. 543-B (repercussão geral do recurso extraor-
dinário em "casos múltiplos") e o art. 543-C ("recursos especiais 
repetitivos"), todos frutos das mais recentes reformas proces-
suais empreendidas no Código de Processo Civil20• 
A aplicação da decisão paradigmática em cada caso con-
creto, contudo, pressupõe o contraditório prévio do § 4fl do art. 
15 da Lei n. 12.016/2009 (v. n. 7, supra), como forma de viabilizar 
que o impetrante contraste não só a identidade das hipóteses 
20. Todos estes dispositivos encontra, nos Projetos de novo Código de Processo 
Civil, simila r, confirmando ser aquela a tendência do direito processual civil. 
Para esta demonstração, v. o meu Projetos de novo Código de Processo Civil, 
passim. 
177 
IBET _ Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
t legitimar a incidência da regra em comento concre as, a . ~ d , lb.as 
t b , para permitir a d1scussao e outros temas que se , am em, , . . , lb.os. 
trem relevantes para a espec1e, qu1ça apartando-a do "Prece. 
'd . 121 dente" pres1 enc1a • 
Questão interessante que merece exame é a de saber se 
este efeito "coletivo" do pedido de suspensão tem aplicação Para 
os casos de sentenças ou acórdãos. A redação do dispositivo em 
comento refere-se apenas a "liminares". Do ponto de vista da 
economia e da eficiência processuais, a interpretação mais am-
pla do dispositivo é inegável. Crítica a ela não reside na coleti-
vização do processo a partir de um caso eleito como paradigmá-
tico mas, bem diferentemente, dos usos (e abusos) dos pedidos 
de suspensão e de sua feição, cuja finalidade atrita com o "mo-
delo constitucional do direito processual civil" e do próprio 
mandado de segurança. 
Eco dessa resposta encontra-se no próprio§ 5.Q aqui exa-
minado. Embora a nova lei não o preveja, é irrecusável que 0 
que a prática dos nossos Tribunais Superiores vem denominan-
do "efeito multiplicador" como justificativa para a concessão do 
pedido de suspensão, tenha tudo para persistir no sistema. 
Trata-se do emprego da previsão em análise como fator para 
determinar ª suspensão de medidas liminares toda vez que 
houver probabilidade de haver um sem-número de decisões no 
mesmo sentido22 • 
9. A suspensão de acórdão concessivo do mandado de 
segurança 
O art 15 d L · quí-
. a e1 n. 12.016/2009 . 'd' d mesrno e voco do art 13 d L . , 1nc1 1n o no . ~ 0 8 
· ª ei n . 1.533/1951, pressupõe que a decisa 
21. Aceitando expressa rnbert0 
Theodoro J~ Lei dom mdente este entendimento é a lição de }Iu 
·, an ado d 
22. Para essa demon t _ e segurança comentada, p . 316. s'ff e 
d S s raçao, com 1 - tes do 0 T J, v. o meu Mandado d ª co açao de diversos preceden 
e segurança, p. 280-281. 
178 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
ser suspensa seja proferida invariavelmente em mandado de 
segurança impetrado na primeira instância. 
Pode ocorrer, no entanto, que o mandado de segurança 
tenha sido impetrado diretamente nos Tribunais, como, de 
resto, admite expressamente o art. 16 da Lei n . 12.016/2009. 
Em tais casos, desconsiderando, para fins de exposição, não 
só a inconstitucionalidade mas também a desnecessidade do 
instituto no sistema recursai vigente atualmente (v. n. 2, supra), 
cabe lembrar do art. 25 da Lei n. 8.038/1990, que "institui nor-
mas procedimentais para os processos que especifica, perante 
o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal". 
De acordo com o dispositivo, "Salvo quando a causa tiver por 
fundamento matéria constitucional, compete ao Presidente do 
Superior Tribunal de Justiça, a requerimento do Procurador-
-Geral da República ou da pessoa jurídica de direito público 
interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à se-
gurança e à economia pública, suspender, em despacho fun-
damentado, a execução de liminar ou de decisão concessiva de 
mandado de segurança, em única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados 
e do Distrito Federal". 
Está prevista, nesse dispositivo, a possibilidade de sus-
pensão de liminar ou de acórdão concessivo de mandado de 
segurança impetrado originariamente nos Tribunais estaduais 
ou federais. Forçoso concluir, de acordo com sua redação, que 
é possível a suspensão de acórdão proferido por esses mesmos 
Tribunais que, em grau recursai, venha a confirmar sentença 
concessiva do mandado de segurança impetrado originaria-
mente na primeira instância. Daí ler-se, do dispositivo legal 
destacado, que a suspensão tem lugar quando se tratar de 
decisão concessiva de mandado de segurança em única ou 
última instância. 
A competência do Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral ou do Superior Tribunal de Justiça é identificada consoante 
179 
IBET _ Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
a fundamentação do próprio pedido de suspensão. Se a ,, 
, d , ,, d , , . grave lesão a or em, a sau e, a segurança e a economia pública" 
·t · 1 t" · ,, res valar na ordem consb uciona , a compe encia e do Presid · 
· 1 ..., d 1 C t ,, . ente do Supremo Tribuna l.' e era . aso con rano, e residualn--
• •~
1ente 
a competência é reservada para o Presidente do Superior Tri~ 
bunal de Justiça. 
Os três parágrafos do art. 25 da Lei n . 8.038/1990 discipli. 
nam o que pode ser chamado de "procedimento" do pedido de 
suspensão, que devem guiar o intérprete na interpretação do 
novel art. 15 da Lei n . 12.016/2009. 
De acordo com o § 1.0. do art. 25, fica assegurado o contra-
ditório prévio ao deferimento da suspensão. Admite-se, para 
tanto, a oitiva do impetrante e do Procurador-Geral da Repú-
blica, quando não for ele o requerente, no prazo de cinco dias. 
O verbo "poder" empregado pelo legislador não pode ser enten-
dido como mera faculdade dos Presidentes dos Tribunais Su-
periores. Trata-se de nítido dever, de verdadeira imposição 
constitucional (princípio do contraditório), que só admite pos-
tergação diante da necessidade, devidamente justificada, de 
proteção imediata de outros valores constitucionais. Trata-se 
da mesma diretriz que deriva da escorreita interpretação do § 
4.0. do art. 15 da Lei n . 12.016/2009 (v. n. 7, supra). 
O § 2.0. do art. 25 da Lei n . 8.038/1990 prevê o cabimento do 
impropriamente chamado "agravo regimental" da decisão que 
conceder a suspensão, isto é, que sustar a eficácia de liminar ou 
da decisão final concessiva da segurança. O recurso deve ... ser 
. d. oe o interposto no prazo de cinco dias, nos termos do que isp . ... 
39 d . rev1sa0 art. o mesmo diploma legal. A regra afina-se com a P 
do caput do art. 15 da Lei n. 12.016/2009. 
M . 1,.. . rdo coJll 
ais po emico é o § 3.0. do mesmo art. 25. De aco to 
d - "A " nquaJl sua re açao, suspensão de segurança vigorara e iVª 
pender o recurso, ficando sem efeito se a decisão conces\ar 
for mantida pelo Superior Tribunal' de Justiça ou trans1 
em julgado". 
180 
-
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
Leitura apressada e desatenta aos valores constitucionais, 
sempre subjacentes ao mandado de segurança, ou, quando 
menos, à melhor técnica processual, pode pretender fundamen-
tar nesse dispositivo a tese da "ultra-atividade" do "pedido de 
suspensão", na esteira do que parece querer generalizar a Sú-
mula 626 do Supremo Tribunal Federal. Por "ultra-atividade do 
pedido de suspensão" deve-se entender que, uma vez suspensos 
os efeitos da liminar, os efeitos de futura sentença concessiva da 
ordem estariam
também - e antecipadamente - suspensos. 
Não é isso que deve ser entendido do dispositivo legal, 
contudo. O que o § 32 disciplina é que a suspensão de eventual 
liminar ( em se tratando de mandado de segurança impetrado 
originariamente nos tribunais) vigorará até o julgamento do 
mandado de segurança, quando a liminar é substituída pela 
decisão final. A oração "enquanto pender o recurso" só pode 
ser interpretada como o recurso da decisão concessiva da limi-
nar (agravo interno e eventual recurso especial ou extraordi-
nário interpostos do acórdão respectivo). O § 32 do art. 72 da 
Lei n. 12.016/2009 ao criar o "efeito anexo" tal qual propõe o n. 
20, supra, é o dado de direito positivo infraconstitucional que 
faltava para proscrever, vez por todas, aquela tese do mandado 
de segurança23• 
A segunda parte do § 32 do art. 25 da Lei n . 8.038/1990, por 
sua vez, confirma o que é decorrência lógica do sistema: a sus-
pensão ficará sem efeito se a decisão concessiva for mantida 
pelo Superior Tribunal de Justiça ou pelo Supremo Tribunal 
Federal, ou, ainda, se transitar em julgado. Tudo para confirmar 
o que, à época da criação do instituto no direito brasileiro, não 
23. Essa é a correta conclusão a que chega Athos Gusmão Carneiro, "O 
mandado de segurança coletivo, nos termos da Lei 12.016/2009", p . 37, nos 
seguintes termos: "E igualmente [está] cancelada a Súmula 626 (pela qual a 
suspensão da liminar vigoraria até o trânsito em julgado da decisão concessiva 
da segurança), eis que a Lei 12.016/2009, art. 7íl, § 3íl, dispõe expressamente 
que 'os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão 
até a prolação da sentença'." . 
181 
IBET _ Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
poderia ser obtido de outra forma: o "pedido de suspensã ,, f 
as vezes de um verdadeiro efeito suspensivo "avulso" de eve~it az . 
d . , . . t Ual recurso especial ou extraor 1nar10 a ser 1n erposto pelo réu do 
mandado de segurança que, nos termos dos arts. 497 e 542, § 2Q 
do Código de Processo Civil, não têm efeito suspensivo. É dize/ 
sem O pedido de suspensão, a decisão concessiva da liminar ou 
da segurança é imediatamente eficaz. 
10. Reflexões finais 
Como destacado de início, a suspensão de segurança é 
medida que, a despeito de seu empregado frequentíssimo no 
cotidiano forense, é de discutível constitucionalidade. A uma, 
porque se trata de providência que atenta ao princípio da iso-
nomia; a duas, porque, a competência para sua concessão não 
encontra previsão na Constituição Federal que prevê, taxativa-
mente, a competência dos Tribunais no âmbito do direito pro-
cessual civil. Isto sem falar da desnecessidade do instituto no 
atual contexto normativo que não só prevê a recorribilidade das 
decisões proferidas contra o Poder Público mas também - e em 
idêntica medida - a possibilidade de atribuição de efeito "s~s-
pensivo quando houver, a um só tempo, plausibilidade de exito 
no recurso e perigo na demora de seu julgamento. 
Não obstante e justamente pelo emprego constant~ da 
Su e - d • • ) ons1de-sp nsao e segurança sem maiores ( ou quaisquer e . 
- d . Ih quis raçoes acerca e sua inconstitucionalidade, este traba O . 
evidenciar os necessários limites de sua aplicação prática. Assu:ri, 
d t t · • d 1 itura en re ou ro pontos, fo1 evidenciada a necessidade e e 
restritiva de diversos dispositivos de sua lei de regência (;~ 
âmbito do mandado de segurança, o art. 15 da Lei n. 12.016/200 . 
Jl· Por fim mas n- • da suspe 
_ , ao menos importante: o emprego are· 
sao de segurança quando está sub . d' t 'b to é nulificar 1\.T -
1 ,. . d . JU ice ri u , . 0 J. ,,8 evanc1a o disposto no art 151 IV V. d C 'd' Tributar1 
. . , e , o o 1go J118t1· 
c1onal, pelos quais, como cediço, a concessão de liminar eJJl. ad8 
dado de segurança, ª de medida liminar ou de tutela anteciP 
182 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
em outras espécies de ação judicial tem, por si só, o condão de 
suspender a exigibilidade do crédito tributário. 
Uma vez concedida medida com aquele viés, a suspensão 
da eficácia da decisão contra o Poder Público significa, em ter-
mos diretos, que o contribuinte precisará recolher o valor do 
tributo questionado aos cofres públicos. Ao fazê-lo, contudo, a 
viabilidade de fruição in natura por ele pretendida - e, em um 
primeiro momento, assegurada, mercê da decisão jurisdicional 
proferida em seu favor - cai por terra. A regra do solve et repete 
passa a ser, assim, a única solução para o caso concreto, em 
flagrante contradição com os avanços do direito processual civil 
mais recente e - o que é ainda mais grave - com o próprio sis-
tema diferenciado de tutela material reconhecido pelo Código 
Tributário nacional, como demonstram suficientemente, os 
dispositivos acima evidenciados. 
Ainda quando a decisão favorável ao contribuinte é obtida, 
a despeito da criticável vedação do parágrafo único do art. 112 da 
Lei n . 7.347/1985, em ação coletiva ou, ainda - e como é mais 
comum-, quando ela tem efeito "multiplicador". A circunstân-
cia de vários contribuintes obterem decisões jurisdicionais em 
seu favor perante o Estado-juiz só pode querer significar, do 
ponto de vista jurídico, que o Estado-administração ou, antes 
dele, o Estado-legislador está a cometer alguma irregularidade 
no processo de positivação da norma tributária. Os efeitos pre-
judiciais que tais decisões têm a aptidão de causar aos cofres 
públicos, não há por que negá-los, não podem ser combatidos 
(sustados) por decisão que não enfrenta a questão do ponto de 
vista jurídico. 
E o pior: a multiplicação de decisões contrárias à Fazenda 
Pública tem o condão de justificar a suspensão da segurança 
expandindo os efeitos da primeira aos demais nos moldes do § 
512 do art. 15 da Lei n. 12.016/2009. A hipótese oposta, de canali-
zar em um só processo idênticas pretensões contra um mesmo 
a to tributá rio que se reputa ilegítimo, todavia, é descartada 
183 
IBET _ Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
aprioristicamente pela vedação do já mencionado parágr t 
único do art. 1 il da precitada Lei da Ação Civil Pública. ª 0 
Exemplo bastante ilustrativo da afirmação do último Pa-
rágrafo está na Suspensão concedida pelo então Presidente do 
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Desembargador 
Ivan Sartori, nos Processos 0199725-19.2013 e 0199859-46.201324 
que impediu a produção dos efeitos de liminar concedida pel~ 
7ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo em ação 
civil pública promovida pelo Ministério Público do Estado de 
São Paulo contra a Lei municipal de São Paulo sobre a revisão 
da Planta Genérica de Valores, base de cálculo do IPTU25• 
A ressalva feita em nota é tanto mais interessante quando se 
constata que em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade 
promovida perante o próprio Tribunal de Justiça do Estado de São 
Paulo, o Órgão Especial daquela Corte deferiu a liminar pedida, 
sustando os efeitos da polêmica lei, vencidos três Desembargado-
res, dentre eles o Desembargador Ivan Sartori26• O Município e a 
Câmara Municipal de São Paulo pleitearam, perante o STJ, a 
suspensão dos efeitos daquele acórdão, negado pelo Presidente 
daquele Tribunal, Min. Felix Fischer, pela sua "manifesta impro-
cedência", decisão da qual não foi apresentado nenhum recurs021• 
~4 .. Suspensão de Liminar ou Antecipação de Tutela n. 0199725-19.2013.8.26.0000, 
J. 13.11.2013, registrado em 25.ll.2Ol3. 
25. Cabe acrescentar p t . . fl - no texto, 
, ara ornar amda mais pertinentes as re exoes 
que, na~uela oportunidade, o Presidente do Tribunal não deixou de ace~t_uar 
ser poss1vel embora ex • 1 . , minun° de d . _' . cepciona, sem sede de suspensão" ... umJUIZO . efll 
d ehbaçao ª respeito das questões jurídicas debatidas na ação principal u or em a constatar a exist.. • d d' . ,, Acentuo
' 
a propo'si·to " . encia O ire1to e do perigo de grave dano · ·ci·pal 
, ser sugestivo" - h l · muni 
que d t . nao aver vício formal na edição da ei te" e ermmara a atualiz - d . " paren 
descabimento d _ . ~çao os valores venais dos imóveis e P ªd. te da 
a açao civil públ' . N- ó 1an 
vedação legal (recf . ica para o fim pretendido. ao 5 . d meote 
pretender fazer ius, por medida provisória) mas também por indevi a 
as vezes de aç· d. · d 
26 ADI 0201865 26 ao ireta de inconstitucionahda e. é ·c)eS 
. - .2013.8.26.0000 ADI l Des. P ri Piza, j.m.v. 11.12 2013 . e 02O2182-24.2O13.0OOO, re · 
. 'registrado em 17.12 2013 
27. SLS 1836/SP, j. 18.12 2013 DJ · · 
· ' e 19.12.2013. 
184 
IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários 
Idêntica sorte foi reservada ao pedido formulado perante o 
então Presidente do STF, Min. Joaquim Barbosa, em interes-
santíssima (e irrecorrida) decisão na qual foram acentuadas as 
restritíssimas e excepcionalíssimas hipóteses de cabimento 
daquela medida e, no que tange ao dano ao erário, a percepção 
de que " ... o risco imediato de consolidação de quadros irrever-
síveis pende em desfavor dos contribuintes. Na eventualidade 
de ser cassada a liminar, o município deverá cobrar o tributo, 
por dever de ofício e com a auto-executoriedade típica de todo 
e qualquer ato administrativo. Contudo, uma vez recolhido o 
valor do tributo, sua restituição é demorada e custosa, no melhor 
dos mundos possíveis, consideradas as vicissitudes bastante 
conhecidas do precatório"28• 
A reflexão final, destarte, só pode ser a seguinte: até quan-
do a comunidade jurídica aceitará, acriticamente, a concessão 
cotidiana de tais medidas em inequívoca afronta ao "modelo 
constitucional"? Em um Estado Democrático de Direito, é afir-
mar o que ninguém nega, os fins (a arrecadação tributária) não 
podem querer justificar os meios (arrecadação desafinada aos 
modelos de tributação, constitucional e legal). 
É evidente que a liminar que determina a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário impede o ingresso de valores 
para os cofres públicos. Quando, contudo, a medida é tomada 
com base na ilegitimidade da cobrança tributária, não é tolerável, 
juridicamente, que elementos estranhos à juridicidade daquela 
cobrança - assim, os argumentos ad terrorem estampados no 
caput do art. 15 da Lei n. 12.1026/2009: "evitar grave lesão à ordem, 
à saúde, à segurança e à economia públicas" - possam querer 
justificar o ingresso obstado pelo juízo de instância inferior, tal 
qual sói ocorrer em se tratando de suspensão de segurança. 
Pior quando a prática, consagradíssima, cabe insistir, tem 
o condão de esvaziar o que o mandado de segurança, desde sua 
28. SL 745/SP, j. 20.12.2013, DJe 3.2.2014. 
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. - onsti·tucional tem de mais relevante, a viabilidad d prev1sao c ' e e 
t. 1·mpetrante a fruição in natura do bem pretend·d garan ir ao . . , . , . . 1 0 
que, no âmbito do direito tributa~10, e, primeiro, a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário (art_- 1~1, IV, do CTN) e, se. 
gundo, a sua não-cobrança, com a extinçao do mesmo crédito 
(art. 156, X, do CTN). 
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