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GEOLOGIA GERAL MINERALOGIA – PROPRIEDADES FÍSICAS Referências: Frank Press, Raymond Siever, John Grotzinger, Jordan H. Thomas. (2006) Para Entender a Terra. Porto Alegre, Bookman. Teixeira, Toledo, Fairchild & Taioli. (2001). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos. Wicander, Reed & Monroe, James S. (2009). Fundamentos de Geologia. São Paulo, Cengage Learning. Essa apostila é apenas um guia do que vimos em sala, favor estudar pelas referências citadas acima. Propriedades Físicas dos Minerais para Identificação DUREZA: A dureza é a facilidade com que a superfície de um mineral pode ser riscada. ESCALA DE MOHS CONSTRUÍDA PELO AUSTRÍACO MINERALOGISTA FRIEDRICH MOHS EM 1822. Dentro de um grupo específico de minerais com estruturas cristalinas similares o aumento da dureza também está relacionado a outros fatores que aumentam a força das ligações, tais como: Tamanho: Quanto menores os átomos e os íons menor as distâncias entre eles, mais forte é a atração elétrica e, portanto, mais forte a ligação. Carga: Quanto maior a carga dos íons, maior a atração entre eles e, portanto, mais forte a ligação. Empacotamento dos átomos ou íons: Quanto mais fechado o empacotamento de átomos ou íons, menor a distância entre eles e, portanto, mais forte a ligação. CLIVAGEM: É a tendência que um cristal apresenta de se partir segundo superfícies planares, a sua perfeição varia inversamente com a força das ligações. Ex: minerais com ligações covalentes produzem clivagens imperfeitas ou mesmo nenhuma clivagem enquanto minerais com ligações iônicas produzem excelentes clivagens As clivagens são classificadas em dois grupos: 1) Número de planos e padrão de clivagem 1.1) Ex: Micas – apenas 1 plano de clivagem ao longo das folhas que se agrupam como sanduíche. 1.2) Calcita e dolomita – 3 excelentes direções de clivagem o que lhes dá a forma romboédrica. 1.3) Distinção entre piroxênios e anfibólios – o primeiro apresenta clivagem em 900, enquanto o segundo apresenta planos de clivagem em 600 e 1200. 1.4) Galena e halita – 3 planos de clivagem dentro do sistema cúbico. 2) Qualidade dos planos de clivagem e facilidade com que o cristal se separa ao longo desses planos. 2.1) Clivagem Perfeita – A muscovita produz superfícies lisas de extrema qualidade e com grande facilidade. 2.2) Clivagem Boa – Silicatos de cadeias simples e duplas como os piroxênios e anfibólios, além do seu plano de clivagem mais comum também quebram-se em outros, porem com superfícies mais rugosas. 2.3) Clivagem Regular – O berilo se quebra facilmente ao longo de direções diferentes daquelas do plano de clivagem. Silicatos formados por estruturas tridimensionais (tectossilicatos) ou tetraedros isolados (nesossilicatos) geralmente possuem ligações muito fortes, este fato faz com que esses minerais não apresentem planos de clivagem e sim fraturas, com a quebra em planos irregulares. Ex: Quartzo e Granada. FRATURA: É a tendência que os minerais tem de se quebrar ao longo de superfícies irregulares, ao invés de utilizarem planos de clivagem. Todos os minerais apresentam fraturas, estas podem cortar os planos de clivagem ou se desenvolver em qualquer direção nos minerais que não apresentam clivagem. 1) Fratura Conchoidal: Formam superfícies lisas, encurvadas. 2) Fratura Fibrosa: Quando apresentam aparência de madeira rachada. BRILHO: Modo como a superfície de cada mineral reflete a luz, este é controlado pelos tipos de átomos presentes e pelas suas ligações, sendo que estes dois fatores afetam a maneira como a luz passa através do mineral ou é refletida por ele. BRILHO DOS MINERAIS BRILHO CARACTERÍSTICA METÁLICO Reflexões fortes produzidas por substâncias opacas VÍTREO Brilhante como o vidro RESINOSO Característico das Resinas, como o âmbar GRAXO Como se estivesse recoberto por uma substância oleosa NACARADO Iridescência esbranquiçada de alguns materiais como a pérola SEDOSO O lustro dos materiais fibrosos, como a seda ADAMANTINO É o brilho intenso do diamante e de materiais parecidos COR: É conferida pela luz refletida ou transmitida, seja através dos cristais ou das massas irregulares. É uma propriedade muito complexa e ainda não totalmente compreendida. É determinada tanto pelos tipos de átomos encontrados no mineral puro quanto pelos traços de impureza presentes. Os íons e as cores: Cromo Verde: esmeralda, grossulária, hiddenita, jade cromífero e turmalina cromífera Vermelho: rubi, espinélio e topázio Verde-vermelho: alexandrita Azul-verde: água-marinha, turmalina Amarelo: quartzo citrino Ferro Verde: prasiolita Amarelo, verde, marrom: jade Manganês Rosa: morganita, espodumênio Níquel Verde: crisoprásio, opala niquelífera Vanádio Verde: esmeralda Verde-vermelho: safira natural e artificial Nitrogênio em diamante (amarelo) Boro em diamante (azul) A variação na coloração tem como principais fatores: 1) Composição Química: 1.1) Quartzo que é um mineral incolor e pode se tornar violeta (ametista) devido a átomos de manganês. 1.2) A cor da blenda (sulfeto de zinco) progressivamente varia de branco a amarelo e de castanho a preto pela substituição de átomos de zinco por átomos de ferro 2) Desordem no Retículo Cristalino: 2.1) Minerais submetidos a alguns tipos de irradiação podem mudar de cor: O topázio incolor pode se tornar azul, sem se tornar radioativo. 3) Temperatura de Cristalização: 3.1) Apesar de não estar bem estabelecida, é provável que as várias cores da fluorita sejam devido a variações na temperatura de cristalização. 4) Impurezas: 4.1) Diminutas inclusões de bolhas de ar deixam o quartzo com aspecto branco leitoso. 4.2) O jaspe, variedade criptocristalina vermelha de quartzo, deve sua cor a pequenas quantidades de hematita dispersa na massa do mineral. 4.3) As variedades gemológicas de coríndon, rubi e safira, devem sua cor a impurezas de cromo para a primeira e ferro e titânio para a segunda. TRAÇO: é definido como a cor do pó fino de um mineral. A observação do traço de um mineral é geralmente feita atritando- se o mineral contra uma superfície de porcelana não polida (dureza ≈ 7). Embora a cor de um mineral seja freqüentemente variável, o seu traço tende a ser relativamente constante sendo uma propriedade extremamente útil na identificação do mineral. Ex: Os óxidos de ferro magnetita (Fe3O4) e hematita (Fe2O3) apresentam traços traço preto e castanho avermelhado, respectivamente. Alguns minerais possuem dureza tão baixa que são capazes de deixar traço em materiais como papel, como o caso do grafite e da molibdenita (MoS2). HÁBITO: Por hábito de um mineral se entende a (s) forma (s)com a qual ele aparece freqüentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais tabulares (achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos característicos; ou mesmo como grãos sem uma forma definida. Ex: Magnetita (Fe3O4) - octaédricos Pirita (FeS2) – cúbica Micas - lamelas. A lista a seguir inclui os termos mais comumente usados na descrição do hábito dos minerais: 1) Prismático: os cristais do mineral são freqüentemente constituídos por prismas (ou combinações de mais de um prisma). 1.1) Colunares - prismas alongados, com uma direção geralmente coincidente com o eixo do cristal. 1.2) Aciculares - muito alongados e finos, com forma que lembra agulhas. 1.3) Fibrosos, capilares ou filiformes - ainda mais finos, lembrando fios de cabelo. 1.4) Tabulares - achatados, com duas direções mais bem desenvolvidas do que a terceira). 1.5) Laminares - alongados e achatados, como a lâmina de uma faca. 2) Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico, etc: mineral caracterizado pela ocorrência freqüente de cristais com as formas citadas. 3) Dendrítico: arborescente, em ramos divergentes, como os de uma planta. 4) Divergente ou radiado: agregado de cristais (geralmente prismas colunares, aciculares ou tabulares) divergentes a partir de um ponto central. Tipos específicos de agregados radiais podem ser: 4.1) Globular - agregados de cristais radiais, formando pequenas superfícies esféricas ou semi-esféricas. 4.2) Botrioidal - formas globulares assemelhando-se (em tamanho dos glóbulos) a um cacho de uvas. 4.3) Mamelonar - grandes superfícies arredondadas, semelhantes a mamas, formadas por indivíduos radiais ou divergentes. 4.4) Reniforme - agregados radiados terminando em formas arredondadas com forma de rins. 5) Granular: agregado simplesmente composto por grãos (sem nenhuma conotação específica de forma ou tamanho). 6) Concêntrico: camadas mais ou menos esféricas, superpostas umas às outras. 7) Pisolítico: massas arredondadas, mais ou menos do tamanho de ervilhas. 8) Oolítico: massa arredondadas, pequenas concreções em rochas carbonáticas. 9) Bandado: mineral formado por camadas de diferentes cores ou texturas. 10) Maciço: material compacto, sem formas ou feições especiais. Outros termos específicos, relacionados ao modo de ocorrência do agregado: 11) Drusa: superfície coberta de pequenos cristais 12) Geodo: cavidade (em uma rocha) cuja superfície é coberta de pequenos cristais 13) Concreção: massas formadas por deposição de material em torno de um núcleo. 14) Estalactite: agregados em cilindros ou cones pendentes, como em cavernas. TENACIDADE: A tenacidade é uma medida da coesão de um mineral, ou seja, a sua resistência a ser quebrado, esmagado, dobrado ou rasgado. A tenacidade não guarda necessariamente relação com a dureza. O exemplo clássico desta diferença é o diamante, que possui dureza elevada, porém tenacidade relativamente baixa, quando submetido a um impacto. Os seguintes termos qualitativos são usados para expressar tenacidade de um mineral: 1) Quebradiço: o mineral se rompe ou é pulverizado com facilidade. 2) Maleável: o mineral pode ser transformado em lâminas, por aplicação de impacto. 3) Séctil: o mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço. 4) Dúctil: o mineral pode ser estirado para formar fios. 5) Flexível: o mineral pode ser curvado, mas não retorna a sua forma original, depois de cessado o esforço. 6) Elástico: o mineral pode ser curvado, mas volta à sua forma original, depois de cessado o esforço. DENSIDADE ESPECÍFICA: É a relação entre o peso do mineral e o peso de um volume igual de água pura, é um número adimensional, e não tem o mesmo significado que peso específico (medido em unidades de peso por unidade de volume). A densidade relativa é característica para cada mineral, e depende basicamente de dois fatores: os elementos químicos que constituem o mineral e a maneira como estes elementos estão arranjados dentro da estrutura cristalina. Ex: minerais com estrutura semelhante e composição distinta, como os carbonatos ortorrômbicos de Ca, Sr, Ba e Pb, onde a densidade relativa aumenta com o aumento do peso atômico do cátion, de 2,95 na aragonita (CaCO3) até 6,55 na cerussita (PbCO3). A diferença de densidade relativa entre o carbono puro na forma de grafite (2,2) e de diamante (3,5) ilustra o efeito da estrutura cristalina sobre esta propriedade. Existem vários métodos de determinação quantitativa de densidade em minerais, com o uso de equipamentos adequados (balança de Jolly, balança de Berman, picnômetro), líquidos pesados (bromofórmio, iodeto de metileno, etc.). MAGNETISMO: Alguns minerais podem ser atraídos por um campo magnético, como o de um ímã comum, ou o da própria Terra. Há apenas dois minerais que são atraídos pelo ímã comum de mão: a magnetita e a pirrotita. PROPRIEDADES ELÉTRICAS: A condução de eletricidade em minerais é fortemente controlada pelo tipo de ligação existente. Assim, minerais formados exclusivamente por ligações metálicas (p.ex. os metais nativos) são condutores, minerais formados por ligações parcialmente metálicas (p.ex. alguns sulfetos) são semi-condutores, e minerais formados por ligações iônicas e/ou covalentes são maus condutores de eletricidade. 1) Piezoeletricidade: produção de eletricidade por aplicação de pressão ao longo de um eixo polar (eixo com formas cristalinas distintas em cada uma das pontas). Este efeito só pode ocorrer em cristais que não possuem centro de simetria. 2) Piroeletricidade: produção de eletricidade por variação de temperatura. Ocorre apenas em minerais que não possuem centro de simetria e têm pelo menos um eixo polar (piroeletricidade verdadeira). A piroeletricidade secundária ocorre em minerais que sofre expansão desigual ao longo de direções distintas, ao ser aquecidos. A deformação do retículo resulta em pressão localizada, gerando piezoeletricidade. HÁBITOS DOS MINERAIS Tefroíte: agrupamento granular Antimonita: acicular Crisotilo: Fibroso Mixita: filiforme, agregados radiais Pirofilita: acicular, radial Muscovita: foliado Barita: agregados reticulares Quartzo: drusa Ametista: geodo Lepidolita: maciça e compacta okenita: globular Bauxita: pisólitos e oólitos Hematita: botroidal Psilomelana: dendrítica CLIVAGEM Flogopita (mica):perfeita em 1 direção Rodocrosita:Romboédrica em 3 planos Blenda: em 2 direções Calcita: em 3 direções BRILHO Pirita: metálico Anglesita: adamantino Enxofre: resinoso Ametista: vítreo Apofilita: nacarado Artinita: sedoso Calcedônia:gorduroso/graxo Ilita (mineral de argila):Terroso TRANSPARÊNCIA OU DIAFANEIDADE TransparenteTranslúcido Opaco
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