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Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Mineração – Mineralogia 1 
 
CAPITULO I 
1. INTRODUÇÃO 
1.2. A HISTÓRIA DA MINERALOGIA 
Embora os minerais sejam utilizados pelo homem desde a Antiguidade, somente 
em tempos mais recentes é que a Mineralogia foi reconhecida como uma ciência. 
Na Idade da Pedra o homem já utilizava os minerais, principalmente, em registros 
de pinturas rupestres de cavernas, onde era utilizada a hematita (pigmentos avermelhados) e a 
pirolusita (pigmentos pretos). 
Substâncias como o ouro nativo, malaquita, lápis-lazúli e esmeralda, já eram conhecidas, 
comercializadas e utilizadas pelas civilizações do vale do rio Nilo, na África, há cerca de 
5.000 antes do Presente. 
A arte da mineração, nos registros arqueológicos, já era amplamente conhecida 
pelas civilizações chinesa, babilônia, egípcia e grega. Além do ouro nativo, cobre nativo e 
prata nativa, as civilizações da Antigüidade já conheciam jazimentos ricos em combinações 
de substâncias ricas em cobre, estanho e ferro e, assim, aprenderam a extrair, fundir e 
processar esses minerais para forjar suas armas e instrumentos úteis em seu dia-a-dia. 
Também coletavam pedras coloridas que, por sua beleza, os deixavam maravilhados. 
Surgiu, então, na antiga Grécia, com Platão (427 a.C. –347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C. –322 
a.C), os primeiros estudos relacionados às substâncias cristalinas. Seguiram-nos o grego 
Theophrastus (372 a.C. –287 a.C.) que descreveu as primeiras 16 espécies mineralógicas. 
Após, o romano Plínio Gaio – “o Velho” (23 -79), que escreveu quatro tratados em que trazia 
todo o conhecimento a respeito dos minerais na época. Na Idade Média o Ocidente entrou em 
franco declínio científico, devido à Inquisição, vindo, então, o Oriente, que assimilou a 
cultura grega e hindu ascendendo cientificamente. Destacou-se o médico árabe Avicenna (980 
-1037) que publicou o “Tratado das Pedras”, fazendo a primeira classificação taxonômica dos 
minerais conhecidos à época. 
Assim, em decorrência dessa treva cultural estabelecida durante a Idade Média, o 
estudo dos minerais ficou restrito, por um longo período, apenas a especulações sobre 
propriedades mágicas que as pedras teriam. A Química se restringia apenas a estudos 
limitados e primordiais da alquimia. Contudo, já se dava nomes primitivos às minas e às 
pedras. 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Mineração – Mineralogia 2 
 
A partir do final da Idade Média, no século XVI, surgiu na literatura europeia o 
trabalho do médico da Bohêmia, Georgius Agrícola (1494 -1555), denominado De Re 
Metallica , considerado um marco para a emergência da mineralogia como ciência. O 
eminente cientista versou sobre as práticas mineiras aplicadas na Alemanha e Itália e propôs 
uma classificação das substâncias cristalinas em relação aos jazimentos em que elas se 
formavam. Logo a seguir, estudando relações de cristais de quartzo e hematita, o médico 
dinamarquês Niels Stensen (Nicolas Steno) (1638 -1686) enunciou em 1669, a Lei da 
Constância dos Ângulos Diedros. Ele notou que a despeito da origem, tamanho ou hábito, os 
ângulos entre as faces correspondentes são sempre constantes. Estava sendo embasado o que 
viria a ser uma nova ciência: a Mineralogia. Na Rússia surgiu um dos maiores expoentes da 
Mineralogia, o químico Mikhail Vassilievich Lomonósov (1711 - 1765), que formulou a 
Teoria da Estrutura Cristalina das Substâncias. Em 1784, René J. Haüy (1743 -1822) mostrou 
que os cristais são construídos por ínfimos blocos, que ele chamou de “moléculas integrais”, 
que correspondem a conceito de celas unitárias da cristalografia moderna. Mais tarde 
desenvolveu a teoria dos índices racionais das faces cristalinas. Na Alemanha surgiu a Escola 
de Freiberg, encabeçada por Abraham Gottlob Werner (1750 –1817), que influenciou o 
desenvolvimento da mineralogia em todos os países da Europa Ocidental. 
No início do século XIX, em Londres, William Hyde Wollaston (1766 -1828) inventou o 
goniômetro de reflexão que permitiu medidas precisas da posição das faces dos cristais, 
tornando a cristalografia em uma ciência exata. Em meados do século XIX, a mineralogia 
constitui-se definitivamente como a ciência dos minerais. Separaram-se as rochas, até então 
consideradas minerais, e passou-se a considerar os minerais isoladamente como indivíduos 
cristalinos, com estudos precisos sobre as formas cristalográficas e das características físicas e 
químicas através das primeiras análises químicas completas dos minerais. O mineralogista 
russo Nicolai Yvanovich Koksharov (1818 -1893) fez a primeira sistematização dos minerais 
utilizando-se de critérios descritivos e parâmetros matemáticos dos cristais. Somente a partir 
do estabelecimento do Sistema Periódico dos Elementos, pelo químico russo Dimitri 
Mendeleyév (1834 -1907), é que se conseguiu classificar quimicamente as substâncias 
cristalinas. Começou-se, então, a se esboçar a mineralogia moderna. 
Em 1828, o físico escocês, William Nicol (1770 -1851) inventou uma lente à luz polarizada 
que permitiu o estudo ótico sistemático em substâncias cristalinas, o que tornou o microscópio 
à luz polarizada, em uma ferramenta fundamental na mineralogia. No final do século XIX, o 
mineralogista russo Evegne S. Fedorov (1853 -1919) e o físico alemão Arthur Moritz 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Mineração – Mineralogia 3 
 
Schönflies (1853 -1928), quase simultaneamente, desenvolveram teorias sobre ordem e 
simetria interna dos cristais que constituíram a fundação dos trabalhos de cristalografia por 
raios-x. Em 1912, a difração de raios-x tornou-se um método poderoso no estudo dos 
minerais, através de estudos do cristalógrafo alemão Max Von Laue (1879 -1960), e em 1914, 
pela primeira vez uma estrutura cristalina é determinada por difração, pelos físicos ingleses 
William Henry Bragg (1862-1942) e William Lawrence Bragg (1890-1971). 
 A partir de 1960 o estudo da química mineral, em microescala, foi possível com o 
advento da microssonda eletrônica, dotada de feixes de elétrons, que pode fornecer análises in 
situ e em grãos tão pequenos quanto um micrometro (0,001 mm). Desde 1970, outros 
instrumentos com feixes de elétrons podem magnificar a arquitetura interna dos minerais, 
milhões de vezes, com imagens da estrutura atômica, tais como os Microscópios Eletrônicos 
de Transmissão (TEM) e o Microscópio Eletrônico de Transmissão de alta resolução 
(HRTEM). 
 Atualmente estão validadas pela IMA mais de 4000 espécies de minerais. Destes, 
cerca de 150 são considerados comuns (quartzo, feldspatos, muscovita, talco, biotita, calcita, 
etc.), outros 50 são ocasionais (ouro, molibdenita, prata, etc.) e os restantes considerados raros 
ou extremamente raros. Alguns minerais, como o quartzo, feldspatos, zircão e apatita 
apresentam uma vasta distribuição geográfica e petrológica, enquanto outros ocorrem de 
forma muito restrita, sendo que a maioria dos espécimes descritos foi encontrada em poucas 
amostras,provenientes de locais específicos do planeta, conhecidas somente por alguns 
pequenos cristais. 
1.2. DEFINIÇÕES 
A mineralogia é a ciência que estuda os minerais, o que são eles, como são 
formados e onde ocorrem. Uma vez que os minerais estão por toda parte (são as substâncias 
formadoras das rochas, solos e sedimentos) e fornece uma grande parte das matérias primas 
usadas em aplicações tecnológicas e industriais, o potencial de aplicação deste conhecimento 
é vasto. Na verdade, com exceção das substâncias orgânicas, os demais materiais que usamos 
ou com os quais convivemos no dia a dia são todos minerais ou de origem mineral. 
 
MINERAL: “Um mineral é um sólido homogéneo, natural com uma composição química 
definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atómico altamente ordenado. É, 
normalmente, formado por processos inorgânicos”. 
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Mineração – Mineralogia 4 
 
 
 
 Figura 1: Feldspato 
Vejamos algumas implicações deste conceito em maior detalhe, abaixo: 
 Sólido: as substâncias gasosas ou líquidas são excluídas do conceito de mineral. 
Assim, o gelo nas calotas polares é um mineral, mas a água não. Algumas substâncias que 
fogem a esta definição ainda assim são objeto de estudo do mineralogista. É o caso do 
mercúrio líquido, que pode ser encontrado na natureza, em determinadas situações. Nestes 
casos, a substância é chamada de mineralóide. 
 Homogêneo: algo que não pode ser fisicamente dividido em componentes químicos 
mais simples. Este conceito é obviamente dependente da escala de observação, uma vez que 
algo que é aparentemente homogêneo a olho nu pode ser constituído de mais de uma 
substância, quando observado em escala microscópica. 
 Natural: exclui as substâncias geradas em laboratório ou por uma ação consciente do 
homem. Quando estas substâncias são idênticas em composição e propriedades a um mineral 
conhecido, o nome deste mineral pode ser usado, acrescido do adjetivo sintético. (por 
exemplo, esmeralda sintética). Acima, consideramos o gelo das calotas polares como um 
mineral. Entretanto, para seguir o conceito de mineral à risca, o gelo que fabricamos na 
geladeira não constitui um mineral. 
 Composição química definida: significa que um mineral é uma substância que pode 
ser expressa por uma fórmula química. Por exemplo, a composição do ouro nativo é Au, a do 
quartzo é SiO2, a da calcita é CaCO3, e assim por diante. Entretanto em muitos minerais é 
possível a substituição de um ou mais elementos da fórmula original por outros. Assim, a 
dolomita CaMg(CO3)2 admite a substituição de Mg por quantidades variáveis de Fe e Mn, e a 
esfalerita ZnS admite a substituição de Zn por quantidades variáveis de Fe. Em muitos casos, 
a composição química dos minerais pode variar dentro de certos limites, sem que seja 
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Mineração – Mineralogia 5 
 
necessário alterar o nome do mineral. Em outros casos as variações são tão grandes que 
caracterizam uma espécie mineral distinta. 
 Arranjo atômico ordenado: implica na existência de uma estrutura interna, onde os 
átomos ou íons estão dispostos em um padrão geométrico regular. Este padrão obedece às 
regras de simetria que você estudou na disciplina de cristalografia, e os sólidos assim 
constituídos pertencem a um dos sistemas cristalinos: triclínico, monoclínico, ortorrômbico, 
tetragonal, hexagonal (trigonal) e isométrico. Sólidos que possuem tal arranjo interno 
ordenado são chamados de cristalinos. Os que não o possuem são chamados de amorfos, e 
fogem á classificação estrita de mineral, compondo o grupo dos mineralóides. 
 Inorgânico: aqui o termo geralmente é incluído por Klein e Hurlbut no conceito, para 
permitir o enquadramento de substâncias que atendem a todos os requisitos acima, mas são 
geradas naturalmente por (ou com a ajuda de) organismos. Estes minerais são chamados de 
biogênicos e, à exceção da sua origem, são idênticos aos minerais equivalentes formados por 
processos inorgânicos. O exemplo mais comum de mineral biogênico é o carbonato de cálcio 
(CaCO3) presente nas conchas de moluscos na forma dos minerais calcita, dolomita ou 
vaterita. Alguns outros exemplos incluem alguns sulfetos, sulfatos, fosfatos, fluoretos, óxidos, 
enxofre nativo e formas amorfas de SiO2. 
 
MINERALÓIDE: São materiais semelhantes aos minerais, mas sem estrutura cristalina. 
Exemplos: opala (SiO2 amorfa) (fig.2), minerais de U e Th, como o zircão (ZrSiO4), onde a 
cristalinidade original é destruída pala radiação de elementos radioativos presentes na 
estrutura original e o vidro vulcânico. 
 
 
 Figura 2: Opalas 
CRISTAL: sólido geométrico regular limitado por superfícies planas e suaves que são a 
expressão externa do arranjo interno regular dos íons ou átomos constituintes. 
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Mineração – Mineralogia 6 
 
 
 Figura 3: Cristal de Quartzo 
GEMAS: os materiais gemológicos naturais são aqueles inteiramente formados pela natureza, 
sem interferência do homem. São de origem inorgânica: os minerais e as rochas; e orgânica: 
os de origem animal ou vegetal. 
 
 Figura 4: Alguns exemplos de gemas lapidadas. 
MINÉRIOS: Minério (do latim minera, mina) é um mineral que é economicamente 
autossustentável para a sua prospecção e exploração industrial (mineração). 
 
 Figura 5: Ilmenita: minério de titânio 
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Mineração – Mineralogia 7 
 
ROCHAS: é um agregado sólido que ocorre naturalmente e é constituído por um ou mais 
minerais ou mineralóides. 
 
 
 Figura 6: Granito 
 
CRISTALOGRAFIA: A cristalografia é a ciência experimental que tem como objeto de 
estudo a disposição dos átomos em sólidos. É também a ciência experimental que estuda o 
cristal, ou cristais. 
 
CAPITULO II 
 
2.1. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS 
 
As propriedades físicas dos minerais são o resultado direto de sua composição 
química e de suas características estruturais. Existe um conjunto de propriedades físicas que 
podem ser examinadas ou testadas rapidamente, com auxílio de instrumentos simples como 
um imã, uma lupa de mão, um canivete e uma placa de porcelana. Com, frequência estas 
propriedades são suficientes para a identificação de um mineral desconhecido e, pela 
facilidade de seu estudo, são de emprego corriqueiro por mineralogistas, tanto no campo 
como em laboratório. 
As propriedades físicas são as seguintes: hábito, clivagem, partição, fratura, 
dureza, tenacidade, densidade relativa, magnetismo, cor, traço e brilho. 
 
http://tudojoia.blog.br/blog/2011/10/12/cristalografia/
http://tudojoia.blog.br/blog/2011/10/12/cristalografia/
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Mineração – Mineralogia 8 
 
2.1.1 . HÁBITOPor hábito de um mineral se entende a (s) forma (s) com a qual ele aparece 
frequentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais tabulares 
(achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos característicos; ou mesmo 
como grãos sem uma forma definida. Muitas espécies minerais ocorrem preferencialmente 
com um determinado hábito. Por exemplo, cristais de magnetita (Fe3O4) são frequentemente 
octaédricos, pirita (FeS2), comumente ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas 
ocorrem como lamelas. Embora nem sempre um determinado mineral tenha que apresentar 
seu hábito característico, o fato de que isto ocorra com frequência é de grande auxílio na sua 
identificação. 
 
Os termos mais comumente usados na descrição do hábito dos minerais são: 
 
• Prismático: Os cristais do mineral são frequentemente constituídos por prismas (ou 
combinações de mais de um prisma). Usualmente são empregados adjetivos para qualificar os 
cristais prismáticos, como colunares (prismas alongados, com uma direção geralmente 
coincidente com o eixo “c” mais desenvolvido que os demais), aciculares (muito alongados e 
finos, com forma que lembra uma agulha), fibrosos, capilares ou filiformes (ainda mais finos, 
lembrando fios de cabelo) tabulares (achatados, com duas direções mais bem desenvolvidas 
do que a terceira), laminares (alongados e achatados, como a lâmina de uma faca). 
 
• Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico, etc: Minerais caracterizados pela 
ocorrência frequente de cristais com as formas citadas. 
 
• Micáceo: Cristais tabulares ou lamelares formados por placas finas (como as micas) 
 
• Euédrico, subédrico, anédrico: Os minerais ocorrem comumente como cristais bem 
formados (euédricos), ou com apenas algumas faces bem desenvolvidas (subédricos), ou 
ainda como grãos sem faces cristalinas presentes (anédricos, embora deva ser ressaltado que a 
ausência de formas cristalinas visíveis externamente não signifique que o mineral não possua 
uma estrutura cristalina ordenada). 
 
 
 
 
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Mineração – Mineralogia 9 
 
Modelo Esquemático Fotomicrografia 
 
 
Hábito tabular Monocristal tabular de rodonita 
 
 
Hábito prismático Cristais prismáticos de silimanita 
 
 
Hábito acicular Cristais aciculados de actinolita 
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Mineração – Mineralogia 10 
 
 
 
Hábito equidimensional 
Monocristal, no centro, equidimensional de 
leucita 
 
 
Hábito granular Cristais granulares de quartzo 
 
 
 
Hábito lamelar Cristais lamelares de biotita 
Figura 7: Hábitos mais comuns observados em minerais. 
 
Muitos dos termos citados, especialmente os relativos a prismas, podem ser 
igualmente aplicados a agregados de cristais (por exemplo, agregados colunares, agregados 
aciculares, etc.). 
 
Os seguintes termos são específicos da descrição de agregados cristalinos: 
 
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Mineração – Mineralogia 11 
 
 Dendrítico: Arborescente, em ramos divergentes, como os de uma planta. 
 
 Divergente ou radiado: Agregado de cristais (geralmente prismas colunares, 
aciculares ou tabulares) divergentes a partir de um ponto central. Tipos específicos de 
agregados radiais podem ser: 
 
a) Globular: Agregados de cristais radiais, formando pequenas superfícies esféricas ou 
semiesféricas; 
 
b) Botrioidal: Formas globulares assemelhando-se (em tamanho dos glóbulos) a um 
cacho de uvas; 
 
c) Mamelonar: Grandes superfícies arredondadas, semelhantes a mamas, formadas por 
indivíduos radiais ou divergentes; 
 
d) Reniforme: Agregados radiados terminando em formas arredondadas com forma de 
rins; 
 
e) Colomorfo: Termo genérico aplicado a formas arredondadas compostas de agregados 
radiados, sem levar em conta o tamanho; 
 
• Granular: Agregado simplesmente composto por grãos (sem nenhuma conotação específica 
de forma ou tamanho); 
 
• Concêntrico: Camadas mais ou menos esféricas, superpostas umas às outras; 
 
• Pisolítico: Massas arredondadas, mais ou menos do tamanho de ervilhas; 
 
• Oolítico: Massa arredondada, mais ou menos do tamanho de ovas de peixe; 
 
• Bandado: Mineral formado por camadas de diferentes cores ou texturas; 
 
• Maciço: Material compacto, sem formas ou feições especiais. 
 
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Mineração – Mineralogia 12 
 
Outros termos específicos, relacionados ao modo de ocorrência do agregado: 
 
• Drusa: Superfície coberta de pequenos cristais; 
 
• Geodo: Cavidade (em uma rocha) cuja superfície é coberta de pequenos cristais; 
 
• Concreção: Massas formadas por deposição de material em torno de um núcleo. Algumas 
concreções são esféricas, mas outras podem ter forma variável; 
 
• Estalactite: Agregados em cilindros ou cones pendentes (como por exemplo, em cavernas). 
 
2.1.2. CLIVAGEM, PARTIÇÃO E FRATURA. 
 
 Um mineral pode apresentar (ou não) tendência a se romper segundo planos 
preferenciais, quando submetido a um esforço externo. Este comportamento está diretamente 
relacionado ao tipo de ligação química envolvida e à eventual presença de defeitos ou 
descontinuidades na estrutura cristalina. Em presença de um esforço externo um cristal poderá 
apresentar tendência a se romper ao longo de direções em que: 
• A força de ligação é menor 
• Existem menos ligações por unidade de volume 
• Existem defeitos estruturais 
• Existe um maior espaçamento interplanar, embora as ligações químicas sejam do mesmo 
tipo. Clivagem, partição e fraturas são propriedades físicas diferentes. A distinção entre elas é 
extremamente importante do ponto de vista da identificação de minerais 
 
CLIVAGEM: Tendência de o mineral partir-se paralelamente a planos atômicos 
identificados por índices de Miller, tais como faces do cristal. Os planos de clivagem são, 
portanto, repetitivos desde a escala mesoscópica (do cristal) a escala microscópica e até a 
escala da própria estrutura cristalina. A clivagem é sempre consistente com a simetria do 
cristal. 
 Para estudar a clivagem de um mineral não é suficiente apenas reconhecê-la, mas é 
necessário caracterizá-la em termos de sua orientação e sua qualidade. Em termos de 
orientação (geometria) a clivagem pode ser descrita por adjetivos que a relacionam com 
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Mineração – Mineralogia 13 
 
formas cristalinas. Assim, pode-se caracterizar a clivagem como cúbica como na galena 
(PbS), octaédrica como no diamante(C), dodecaédrica como na esfalerita ( ZnS), romboédrica 
como na calcita(CaCO3), prismática como nos piroxênios e anfibólios, pinacoidal como a 
clivagem basal das micas, etc (Fig.8). 
Outra maneira de expressar esse conceito é utilizando os índices de Miller para a 
forma cristalina em questão, como {111} para a clivagem octaédrica. 
Vimos que a clivagem está intrinsecamente relacionada à estrutura cristalina. Portanto, 
se um mineral possui uma determinada direção de clivagem, existe o potencial para ocorrerem 
inúmeros planosde clivagem ao longo daquela direção. Entretanto, nem sempre a clivagem é 
perfeitamente desenvolvida nos cristais. Assim, devem-se utilizar adjetivos para caracterizar a 
qualidade da clivagem. Isto é feito de acordo com uma escala comparativa e empírica. Assim, 
pode-se dizer que uma clivagem é excelente (como a clivagem basal das micas e do grafite), 
boa, pobre ou ruim. Finalmente, alguns minerais se caracterizam pela ausência de clivagem. O 
quartzo, um dos minerais mais comuns não apresenta clivagem. 
 
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Mineração – Mineralogia 14 
 
 
 Figura 8: Tipos de clivagem. 
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Mineração – Mineralogia 15 
 
PARTIÇÃO: Assim como a clivagem, a partição também está associada a planos 
cristalográficos, mas não é tão bem desenvolvida. A partição pode ter outras causas, como a 
presença de planos de geminação no cristal ou ocorrer como resposta à aplicação de pressão. 
Assim, ao contrário do que ocorre com a clivagem, alguns indivíduos de uma espécie mineral 
podem apresentar partição enquanto outros não a possuem. Por exemplo, em uma população 
de cristais de um determinado mineral, pode ocorrer que apenas os cristais geminados ou 
submetidos à pressão apresentem planos de partição visíveis. 
Outro critério útil para distinguir clivagem de partição é o caráter menos 
penetrativo da última. Por exemplo, um cristal pode se partir ao longo de planos de geminação 
relativamente espaçados entre si, e ao mesmo tempo fraturar-se de maneira irregular na região 
entre dois planos de partição. Exemplos comuns de partição incluem a partição octaédrica da 
magnetita, a partição basal dos piroxênios e a partição romboédrica do coríndon. 
 
FRATURA: Refere-se à maneira pela qual o mineral se rompe, exceto aquelas controladas 
pelas propriedades de clivagem e partição. Ocorre quando a força das ligações químicas é 
mais ou menos a mesma em todas as direções e, portanto, o rompimento não ocorre ao longo 
de nenhuma direção cristalográfica em particular. Assim, ao estudar as fraturas de um 
mineral, o estilo de fraturamento é a observação importante a ser feita. Alguns minerais 
apresentam estilos de fratura característicos, o que pode auxiliar na sua identificação. 
 Os termos mais comuns usados para descrever fraturas em um mineral são: 
 Conchoidal: Superfícies lisas e curvas, semelhantes à parte interna de uma concha, 
comum vidro e no mineral quartzo; 
 Fibrosa: Quando o mineral se rompe formando estilhaços ou fibras; 
 Serrilhada: Superfície denteada, irregular, com bordas cortantes; 
 Irregular: Superfícies rugosas e irregulares. 
 
2.1.3. DUREZA 
 
 Esta é uma das mais importantes propriedades para a identificação de muitos 
minerais. Define-se como dureza de um mineral a resistência que uma superfície lisa do 
mineral apresenta a ser arranhada (sulcada) por outro material (outro mineral, a ponta de uma 
faca, etc.). 
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Mineração – Mineralogia 16 
 
Em última instância, a dureza de um mineral está relacionada à reação da estrutura 
cristalina à aplicação de esforço sem ruptura. Em cristais formados essencialmente por 
ligações metálicas, os quais podem fluir plasticamente, o atrito de um material de dureza mais 
alta contra a superfície do cristal tende a produzir um sulco. Minerais formados por ligações 
iônicas ou covalentes tendem a apresentar um comportamento mais rúptil. Ao ser submetido 
ao mesmo teste, a produção do sulco poderá ser acompanhada da produção de pó do mineral 
mais mole. 
Em compostos iônicos o tamanho e a carga dos íons envolvidos afetam a dureza 
do mineral. Assim, para um grupo de substâncias diferentes com o mesmo tipo de estrutura 
cristalina, quanto maior a distância Inter iônica e quanto menores as cargas dos íons, mais 
fraca será a ligação e, consequentemente, menor será a dureza do mineral. 
É importante ressaltar que a força global de uma estrutura cristalina é dada por 
uma combinação dos diferentes tipos de ligação química presentes, mas a dureza desta mesma 
estrutura é uma expressão da sua ligação mais fraca. 
A dureza é uma característica de cada mineral, e pode ser avaliada quantitativamente 
através do uso de equipamentos adequados. Entretanto, sua principal utilidade na 
identificação mineralógica consiste em estimar qualitativamente a dureza do mineral que se 
deseja identificar, comparando-o com outros minerais e/ou materiais de dureza conhecida. O 
teste de dureza baseia-se no fato de que um mineral de dureza mais alta é capaz de provocar 
um sulco em um mineral de dureza mais baixa, mas o segundo não é capaz de sulcar o 
primeiro. 
O mineralogista austríaco F. Mohs idealizou uma escala de dureza com base em dez 
minerais relativamente comuns, aos quais atribuiu graus de dureza relativa de um a dez. Esta 
escala ficou conhecida como Escala de Dureza de Mohs (Fig.9) e é de uso corrente entre 
mineralogistas e outras pessoas interessadas na identificação de minerais. 
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Mineração – Mineralogia 17 
 
 
 Figura 9:Escala de Dureza de Mohs 
Portanto, se um mineral que se deseja identificar é capaz de sulcar a fluorita, mas 
não sulca a apatita, pode-se dizer que este mineral tem uma dureza entre 4 e 5. Um grupo de 
materiais de fácil acesso pode ser usado para testar dureza, em complemento aos minerais da 
escala. Assim, a unha humana possui dureza pouco acima de 2 (sulca talco e gipsita, mas não 
sulca calcita); o cobre tem dureza pouco abaixo de 3; o aço comum tem dureza pouco acima 
de cinco; o vidro comum tem dureza 5 ½ , o aço temperado tem dureza 6 ½ etc. Ao avaliar a 
dureza de qualquer mineral é imprescindível realizar o teste nos dois sentidos (ou seja tentar 
sulcar o mineral A com o mineral B e vice-versa), porque um mineral excessivamente friável 
(pulverulento) ou quebradiço pode ser fisicamente desagregado por outro, mesmo que este 
possua dureza mais baixa. 
Em termos de dureza absoluta, a progressão de talco (dureza 1) até diamante 
(dureza 10) não é linear, mas segue uma curva exponencial, de tal maneira que a diferença de 
dureza entre o diamante (10) e o coríndon (9) é muito maior do que a diferença de dureza 
entre a gipsita (2) e o talco (1). Como a dureza é uma propriedade direcional, alguns minerais 
possuem dureza diferente segundo direções cristalográficas distintas. Quando ocorre, este fato 
frequentemente auxilia na identificação do mineral. Por exemplo, os cristais de cianita 
possuem dureza igual a 5 na direção do comprimento e dureza igual a 7 na direção 
perpendicular ao comprimento. 
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Mineração – Mineralogia 18 
 
 
2.1.4 . TENACIDADE 
 
A tenacidade é uma medida da coesão de um mineral, ou seja, a sua resistência a 
ser quebrado, esmagado, dobrado ou rasgado. A tenacidade não guarda necessariamente 
relação com a dureza. O exemplo clássico desta diferença é o diamante, que possui dureza 
muito elevada, mas tenacidade relativamentebaixa, quando submetido a um impacto. Os 
seguintes termos qualitativos são usados para expressar tenacidade de um mineral: 
• Quebradiço: O mineral se rompe ou é pulverizado com facilidade; 
• Maleável: O mineral pode ser transformado em lâminas, por aplicação de impacto; 
• Séctil: O mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço; 
• Dúctil: O mineral pode ser estirado para formar fios; 
• Flexível: O mineral pode ser curvado, mas não retorna a sua forma original, depois de 
cessado o esforço; 
• Elástico: O mineral pode ser curvado, mas volta à sua forma original, depois de cessado o 
esforço. 
Propriedades como ductilidade, sectilidade e maleabilidade são típicas de 
materiais constituídos por ligações metálicas. Neste tipo de ligação o material é considerado 
como cátions imersos em uma nuvem de elétrons de alta mobilidade. Quando é aplicado um 
esforço externo, os cátions podem mover-se relativamente uns aos outros sem 
necessariamente originar forças eletrostáticas repulsivas (e, consequentemente, sem perder 
coesão). 
 O comportamento flexível é típico de minerais com estruturas em folha, como 
talco e clorita, onde as folhas são unidas entre si por forças de Van der Waals ou pontes de 
hidrogênio (quando submetida a um esforço externo, a estrutura desliza ao longo dessas 
ligações mais fracas). Outro grupo de minerais com estrutura em folha, as micas, apresenta 
propriedades elásticas, porque nestes minerais as camadas da estrutura são mantidas unidas 
entre si por ligações iônicas envolvendo álcalis como K+ (consideravelmente mais fortes do 
que as forças de Van der Waals) 
 
 
 
 
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Mineração – Mineralogia 19 
 
2.1.5. DENSIDADE RELATIVA 
 
 Definida como a relação entre o peso do mineral e o peso de um volume igual 
de agua pura, é um número adimensional, e não tem o mesmo significado que peso específico 
(medido em unidades de peso por unidade de volume). A densidade relativa é característica 
para cada mineral, e depende basicamente de dois fatores: os elementos químicos que 
constituem o mineral e a maneira como estes elementos estão arranjados dentro da estrutura 
cristalina. 
Os efeitos destes fatores podem ser facilmente avaliados comparando-se: 
Minerais com estrutura semelhante, mas composição distinta, como os carbonatos 
ortorrômbicos de Ca, Sr, Ba e Pb, onde a densidade relativa aumenta com o aumento do peso 
atômico do cátion, de 2,95 na aragonita (CaCO3) até 6,55 na cerussita (PbCO3). Por outro 
lado, a diferença de densidade relativa entre o carbono puro na forma de grafite (2,2) e de 
diamante (3,5) ilustra o efeito da estrutura cristalina sobre esta propriedade. Existem vários 
métodos de determinação quantitativa de densidade em minerais, com o uso de equipamentos 
adequados (balança de Jolly, balança de Berman, picnômetro), líquidos pesados 
(bromofórmio, iodeto de metileno, etc.), ou cálculos com base na cela unitária do mineral. 
 Para um reconhecimento expedito, entretanto, pode-se estimar a densidade 
relativa por comparação entre amostras de diferentes minerais. Associada ao estudo de outras 
propriedades físicas, esta análise comparativa de densidade é muitas vezes uma ferramenta 
fundamental na identificação de minerais. 
 
2.1.6 . MAGNETISMO 
 
Materiais que apresentam a propriedade de ser atraídos por uma um imã são 
chamados de ferromagnéticos. O número de minerais que apresentam esta propriedade é 
muito pequeno. Dentre os minerais comuns na natureza, apenas a magnetita (Fe3O4) e a 
pirrotita (FeS) apresentam esta propriedade. Portanto, quando presente em um mineral, o 
magnetismo é de extrema utilidade na identificação. 
Adicionalmente, o fato de que diferentes minerais possuem diferentes 
susceptibilidades magnéticas permite a separação física de grãos de minerais distintos 
mediante o uso de equipamentos. Ao serem aquecidos acima de uma temperatura específica, 
os materiais ferromagnéticos perdem suas fortes propriedades magnéticas, que são 
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Mineração – Mineralogia 20 
 
substituídas por um magnetismo comparativamente mais fraco (paramagnetismo). A 
temperatura à qual esta mudança ocorre é conhecida como temperatura de Curie. Para a 
magnetita, este fenômeno ocorre a 85 oC. 
 
2.1.7 . COR 
 
Esta é provavelmente a primeira propriedade física a chamar a atenção quando 
alguém examina um mineral (Fig. 10). O que o nosso cérebro interpreta como cor é, na 
verdade, o resultado da absorção seletiva de determinados comprimentos de onda da luz que 
atravessa o mineral. Os comprimentos de onda que não são absorvidos tornam-se dominantes 
no espectro que emerge do mineral, e a combinação destes comprimentos de onda é o que é 
percebido como cor. 
A maior parte dos mecanismos que produzem cor são produtos da interação de 
ondas luminosas com elétrons. A origem da cor em minerais está ligada a uma variedade de 
razões, tais como a presença de íons metálicos (em especial metais de transição como Ti, V, 
Cr, Mn, Fe, Co, Ni e Cu), fenômenos de transferência de carga, efeitos de radiação ionizante, 
entre outros. Para muitos minerais a cor é uma característica diagnóstica fundamental, 
enquanto para outros ela é tão variável que não pode ser usada como um critério de 
identificação. Devido à possibilidade de alteração de muitos minerais por contato com o ar, 
água, etc., a cor deve ser sempre observada preferencialmente em uma fratura recente do 
mineral. 
 
• Metais de transição: podem estar presentes em minerais em quantidades importantes (como 
os constituintes principais) ou em quantidades muito pequenas (como impurezas). Em ambos 
os casos, estes elementos podem provocar o aparecimento de cor em estruturas cristalinas que 
admitem substituições de grandes quantidades de um cátion por outro, as variações químicas 
podem implicar em um amplo espectro de variação de cor. Este é o caso da esfalerita (ZnS), 
que admite a substituição do Zn por quantidades variáveis de Fe e cuja cor varia em tons de 
branco, amarelo, castanho e preto, dependendo da quantidade de Fe presente. 
Em outros casos, onde um determinado metal ocorre em pequenas quantidades na 
estrutura, variedades coloridas podem ocorrer em um mineral cuja composição química global 
é essencialmente constante. No caso do mineral berilo, por exemplo, a presença de pequenas 
quantidades de Fe2+ produz cor azul enquanto a presença de Cr3+ como impureza produz 
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Mineração – Mineralogia 21 
 
coloração verde. As variedades azul e verde do mineral berilo possuem importância 
econômica como gemas preciosas (água-marinha e esmeralda, respectivamente). Com 
exceção da cor, as demais propriedades físicas da água-marinha e da esmeralda são idênticas 
às do berilo comum. O mesmo ocorre com o mineral corindon: a presença de Cr3+ como 
impureza no corindon gera a variedade vermelha conhecida como rubi. 
 
• Transferência de carga: Este processo só ocorre em compostos que tenham pelo menos 
dois elementos com estados de oxidação diferentes e variáveis. O processo pode produzir 
cores intensas em minerais e gemas, e envolve a transferência de elétrons entre elementos 
diferentes. Alguns exemplos de elementos que participam no processo de transferência de 
carga são: Fe2+ e Fe3+; Ti3+ e Ti4+; Mn2+, Mn3+ e Mn4+, ou combinações entre eles (por 
exemplo, mineraiscontendo ferro e manganês). A transferência de um elétron de um átomo a 
outro envolve a absorção de energia, a qual pode ocorrer segundo um comprimento de onda 
definido. Por exemplo, a transferência de um elétron entre Fe2+ e Ti4+ envolve a absorção de 
energia luminosa no comprimento do vermelho, portanto produz a cor azul da Safira. O 
mesmo processo pode ocorre entre ânions (por exemplo, a cor azul do mineral lazurita decorre 
da transferência de carga entre um triângulo de átomos de enxofre) ou entre cátion e ânion. 
 
• Centros de cor: São imperfeições na estrutura cristalina que causam absorção de energia 
luminosa e, consequentemente, o aparecimento de cor. Na maioria dos casos este fenômeno 
está associado à exposição à radiação ionizante. A fonte da radiação pode ser natural 
(elementos radioativos, como U, Th, K presentes em minerais) ou artificial e, em raros casos, 
radiação ultravioleta pode produzir centros de cor. Quando um mineral é exposto à radiação, 
elétrons podem ser removidos de suas posições normais e, depois de perder energia, ficar 
aprisionados em uma posição vaga na estrutura cristalina. Estes elétrons aprisionados 
absorvem seletivamente determinados comprimentos de onda, produzindo cor. Um exemplo 
deste fenômeno é a variedade violeta (ametista) de quartzo (SiO2). A presença de pequenas 
quantidades de Fe3+ como impureza no quartzo produz cores amarelas (variedade citrino). 
Quando submetido à radiação, o Fe3+ pode perder um elétron (efetivamente tornando-se 
Fe4+), o qual é aprisionado em um centro de cor na estrutura do quartzo, produzindo a cor 
violeta típica da ametista. Como os centros de cor são um tipo de defeito causado por 
radiação, este defeito pode ser eliminado pela adição de energia. Por exemplo, ao submeter à 
ametista a um tratamento térmico, o processo é revertido, e a cor passa de violeta a amarelo. 
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Mineração – Mineralogia 22 
 
Na verdade, alguns tipos de ametista tendem a perder a cor com a simples exposição 
prolongada a luz (radiação ultravioleta). Tratamento térmico é um recurso frequentemente 
usado na indústria de pedras preciosas, para modificar, melhorar ou controlar a coloração de 
uma determinada gema. 
 
 
 Figura 10: Exemplo de cores dos minerais 
 
2.1.8. TRAÇO 
 
 É definido como a cor do pó fino de um mineral. A observação do traço de um 
mineral é geralmente feita atritando-se o mineral contra uma superfície de porcelana não 
polida com dureza é aproximadamente 7 (Fig. 11). Embora a cor de um mineral seja 
frequentemente variável, o seu traço tende a ser relativamente constante, portanto é uma 
propriedade extremamente útil na identificação do mineral. Os óxidos de ferro magnetita 
(Fe3O4) e hematita (Fe2O3), por exemplo, podem ser distinguidos por seu traço preto e 
avermelhados, respectivamente. Alguns minerais possuem dureza tão baixa que são capazes 
de deixar traço em materiais como papel, como é o caso do grafite e da molibdenita (MoS2). 
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Mineração – Mineralogia 23 
 
 
Figura 11: Traço da hematita 
 
2.1.9. BRILHO 
 
Refere-se à aparência do mineral à luz refletida. Em uma classificação ampla, o 
brilho dos minerais pode ser dividido em metálico e não metálico, com uma categoria 
transicional (sub-metálico) entre eles. Os termos geralmente utilizados para descrever o brilho 
dos minerais são: 
 
• Metálico: Brilho semelhante ao dos metais. Característico de minerais dominados por 
ligações metálicas ou parcialmente metálicas. Minerais de brilho metálico geralmente (mas 
nem sempre) apresentam traço escuro. Este tipo de brilho é comum em minerais do grupo dos 
metais nativos, sulfetos e óxidos. 
 
• Não metálico: Sem aparência de metal. Típico de minerais dominados por ligações iônicas 
ou covalentes. Geralmente possuem traço claro. Uma série de termos é usada para descrever 
os tipos de brilho não metálico: 
 
• Vítreo: Brilho como o do vidro. O exemplo típico é o mineral quartzo. 
 
• Resinoso: Brilho semelhante ao de resina 
 
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Mineração – Mineralogia 24 
 
• Nacarado: Brilho semelhante ao brilho da pérola. Normalmente é mais bem observado nos 
planos de clivagem 
• Gorduroso ou graxo: Brilho que lembra uma superfície coberta de óleo. O mineral nefelina 
é um exemplo típico 
 
• Sedoso: Brilho que lembra a seda. Comum em agregados fibrosos, como o asbesto e a 
gipsita fibrosa. 
 
• Adamantino: Brilho que lembra o brilho do diamante. Além do diamante, ocorre 
tipicamente em minerais transparentes de chumbo, como a cerussita (PbCO3) e a anglesita 
(PbSO4). 
 
2.1.9. OUTRAS PROPRIEDADES DEPENDENTES DA LUZ 
 
• Jogo de cores: A cor muda em sucessão rápida, quando o mineral é girado (diamante, 
opala); 
 
• Mudança de cores: Idem, mas a variação é lenta (labradorita); 
 
• Iridescência: Espectro de cores no interior (fraturas, clivagens) ou na superfície 
(revestimento superficial) do mineral (bornita, calcopirita); 
 
• Opalescência: Reflexão leitosa ou nacarada no interior do mineral (opala); 
 
• Embaçamento: A cor da superfície é diferente da cor do interior do mineral (calcocita, 
bornita, calcopirita); 
 
• Asterismo: Formação de raios de luz como uma estrela, quando o mineral é observado ao 
longo do eixo vertical. Ocorre principalmente em minerais hexagonais; 
 
• Luminescência: Emissão de luz, exceto as provocadas por incandescência. Normalmente é 
tênue, melhor observável no escuro; 
 
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• Triboluminescencia: Emissão de luz provocada por atrito. Ocorre em minerais não 
metálicos e anidros (fluorita, esfalerita); 
 
• Termoluminescência: Emissão de luz provocada por aquecimento (fluorita); 
• Fluorescência e fosforescência: Emissão de luz provocada por exposição a determinados 
tipos de radiação, como luz ultravioleta, raios-x, raios catódicos. (fluorita, scheelita); 
 
• Transparência: Capacidade do mineral de ser atravessado pela luz; 
 
• Transparente: É possível ver contornos de objetos através do mineral; 
 
• Translúcido: Há passagem de luz, mas não é possível distinguir contornos de objetos; 
 
• Opaco: Não permite a passagem de luz, mesmo em seções delgadas; 
 
• Refração: Mudança na direção da luz, quando passa de um meio para outro de densidade 
diferente (por exemplo, do ar para o mineral). Depende do índice de refração (n) do mineral. 
Para minerais com n = 2, a velocidade da luz no mineral é a metade da velocidade no ar. Esta 
propriedade é de vital importância para os minerais utilizados como gemas, pois influencia o 
tipo de brilho dos minerais transparente. Assim, um mineral com n = 1.5 tenderá a apresentar 
brilho vítreo, enquanto um mineral com n = 2.4 tenderá a apresentar brilho adamantino. 
 
• Dupla refração: Quando um raio de luz penetra em um mineral ele se desdobra em dois 
raios, cada um viajando com velocidade e direção diferentes. A dupla refração ocorre na 
maioria dos minerais não isométricos, mas geralmente é muito fraca para poder ser observada. 
Uma exceção notável é a calcita de qualidade ótica(espato de Islândia), que possui dupla 
refração forte. 
 
2.1.10. PROPRIEDADES ELÉTRICAS 
 
A condução de eletricidade em minerais é fortemente controlada pelo tipo de 
ligação existente. Assim, minerais formados exclusivamente por ligações metálicas (p.ex. os 
metais nativos) são condutores, minerais formados por ligações parcialmente metálicas (p.ex. 
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Mineração – Mineralogia 26 
 
alguns sulfetos) são semicondutores, e minerais formados por ligações iônicas e/ou covalentes 
são maus condutores de eletricidade. 
• Piezoeletricidade: Produção de eletricidade por aplicação de pressão ao longo de um eixo 
polar (eixo com formas cristalinas distintas em cada uma das pontas). Este efeito só pode 
ocorrer em cristais que não possuem centro de simetria. 
 
• Piroeletricidade: Produção de eletricidade por variação de temperatura. Ocorre apenas em 
minerais que não possuem centro de simetria e têm pelo menos um eixo polar 
(piroeletricidade verdadeira). A piroeletricidade secundária ocorre em minerais que sofre 
expansão desigual ao longo de direções distintas, ao serem aquecidos. A deformação do 
retículo resulta em pressão localizada, gerando piezoeletricidade. 
 
2.1.11. RADIOATIVIDADE 
 
Ocorre em minerais formados por elementos radioativos, tais como U e Th, e 
pode ser um importante critério de identificação nestes casos. 
 
CAPITULO III 
 
 CLASSES MINERALÓGICAS 
 
3.1. CLASSE DOS ELEMENTOS NATIVOS 
 
 
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Mineração – Mineralogia 27 
 
 
Figura 12: Elementos Nativos 
Minerais dessa classe são compostos idealmente por arranjos de átomos de um 
único elemento químico (ou por soluções sólidas envolvendo elementos afins como, por 
exemplo, a do ouro com a prata). Algumas das propriedades físicas desses minerais são 
semelhantes àquelas dos próprios elementos químicos, isto é metais, semi-metais e não 
metais. Outras propriedades são tipicamente conferidas pelo tipo de ligação química 
envolvida na formação dos minerais desta classe. 
Os metais nativos importantes podem ser subdivididos em: a) grupo do ouro; b) 
grupo da platina; c) grupo do ferro. O grupo do ouro inclui Au, Ag e Cu nativos como 
minerais importantes e Pb e Hg como raras curiosidades mineralógicas. No grupo da platina 
os principais elementos nativos são a platina (Pt), o paládio (Pd) e ligas naturais como Platina-
Irídio (Pt, Ir) e Ósmio-Irídio (Os, Ir). Os minerais significativos no grupo do ferro são o Fe e 
as ligas naturais de Níquel-Ferro (Ni,Fe) mais comuns em meteoritos como a Kamacita e a 
Taenita. Ta, Sn e Zn podem ocorrer como elementos nativos, mas são muito raros. As 
características gerais dos metais nativos incluem dureza baixa, alta maleabilidade, ductilidade 
e, em alguns casos, sectilidade. São bons condutores de calor e eletricidade, possuem baixo 
ponto de fusão e brilho metálico. Estas características gerais são conferidas em grande parte 
pela ligação metálica, enquanto as características particulares de cada metal (como cor, 
densidade, etc) são resultado das propriedades atômicas do elemento respectivo. 
Os semi-metais nativos compreendem o arsênio (As), antimônio (Sb) e bismuto 
(Bi), normalmente agrupados sob a designação de grupo do arsênio. Sua estrutura não pode 
ser representada por esferas, porque cada átomo está mais próximo de alguns vizinhos do que 
de outros, resultando em um tipo de ligação intermediário entre metálica e covalente, que 
fornece a estes minerais sua baixa tenacidade, além de simetria mais baixa e condutividade 
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Mineração – Mineralogia 28 
 
térmica e elétrica menor que as dos metais. A estrutura é acamadada, paralelamente a {0001}, 
conferindo uma boa clivagem nesta direção. 
Os não metais nativos compreendem o grupo do Carbono (diamante e grafite), e o 
enxofre. As estruturas cristalinas e os tipos de ligação química no diamante e no grafite são 
muito contrastantes, embora ambos possuam a mesma composição química. Enquanto o 
diamante é formado por uma rede tridimensional de tetraedros de átomos de carbono 
fortemente unidos entre si por ligações covalentes, o grafite é formado por planos paralelos a 
{0001}, onde os átomos de carbono também estão ligados covalentemente, mas entre um 
plano e o outro as ligações são muito fracas (forças de van der Waals). As diferenças no tipo 
de ligação presente explicam o enorme contraste observado em algumas propriedades físicas 
do diamante e do grafite, como por exemplo, a dureza. O enxofre nativo pode ocorrer sob a 
forma ortorrômbica ou monoclínica, embora a última seja muito rara. No enxofre 
ortorrômbico, os átomos estão organizados em anéis com oito átomos de enxofre ligados 
covalentemente entre si. A ligação de um anel com outro é feita através de forças de van der 
Waals. Ao contrário do grafite, entretanto, no enxofre nativo os anéis não estão posicionados 
ao longo de um único plano, o que explica a ausência de uma clivagem proeminente (como a 
do grafite) neste mineral. 
As principais características macroscópicas dos elementos nativos mais importantes 
são fornecidas no resumo abaixo. 
 
3.1.1. OURO – Au 
 
 
Figura 13: Ouro nativo 
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
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Mineração – Mineralogia 29 
 
Hábito: Cristais octaédricos, raramente faces dodecaédricas, cúbicas e trapezoedrais. 
Frequentemente em agregados de cristais arborescentes (dendríticos), filiformes, reticulados 
ou esponjosos. Também maciço, formando grãos (pepitas) irregulares, rugosos, arredondados 
ou achatados. 
Propriedades físicas: 
Fratura: irregular 
Maleável, dúctil e séctil 
Dureza: baixa (2,5 a 3,0) 
Peso específico: 19,3 (Au puro). Diminui com a presença de prata, cobre, etc em solução 
sólida. 
Brilho: metálico 
Cor e traço: Amarelo-ouro. Tons variam em função da pureza (mais esbranquiçado com a 
presença de prata, mais alaranjado ou avermelhado em ligas com Cu), Opaco 
Composição e estrutura: Uma solução sólida completa existe entre Au e Ag, e o ouro nativo 
frequentemente contém 10 a 15% Ag. Para proporções de prata maiores que 20% a liga 
recebe o nome de “electro”. Pequenas quantidades de Cu e Fe podem estar presentes, além de 
Bi, Pb, Sn, Zn e os metais do grupo da platina. Estrutura cúbica compacta. 
Paragênese e usos: A proporção média de ouro na crosta terrestre é de 4 ppb (partes por 
bilhão). Entretanto, o ouro pode atingir concentrações bem mais altas, se for relativamente 
concentrado por processos geológicos, em condições e ambientes geológicos específicos. 
Concentrações de ouro ocorrem comumente associadas a pirita e outros sulfetos em veios de 
quartzo de origem hidrotermal. Au é também um subproduto comum da mineração de sulfetos 
de metais básicos, onde ocorre associado a pirita, calcopirita, pirrotita, esfalerita. Em 
depósitos sedimentares do tipo placer (aluvião) associa-se a outros minerais pesados 
resistentes ao intemperismo. A concentração relativa de ouro pode ocorre também em solos 
residuais. 
O ouro foi historicamente utilizado como lastro de moeda por muitos países, mas este 
uso tem diminuído consideravelmente em temposmodernos. Os principais usos do ouro são 
como investimento financeiro, como matéria prima na indústria joalheira, aplicações em 
odontologia, galvanoplastia, revestimento de componentes eletrônicos, e na indústria de 
equipamentos científicos. 
 
 
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Mineração – Mineralogia 30 
 
3.1.2. PRATA – Ag 
 
Figura 14: Prata nativa 
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
Hábito: cristais mal formados em grupos arborescentes ou reticulados. Encontrados 
principalmente como massas irregulares, escamas, placas e agregados filiformes. 
Propriedades físicas: 
Fratura: irregular 
Dureza: baixa (2,5 a 3,0) 
Peso específico: 10,5 (Ag pura). Muda com a presença de ouro ou cobre em solução sólida. 
Brilho: metálico 
Maleável, dúctil e séctil 
Cor e traço: Branco prata. A superfície é frequentemente escurecida para marrom ou preto 
acinzentado, por efeito de embaçamento. Opaco 
Composição e estrutura: prata nativa frequentemente contém Au, Hg, Cu, mais raramente 
traços de Pt, Sb e Bi. Estrutura cúbica compacta 
Paragênese e usos: Prata nativa ocorre em pequenas quantidades na zona de oxidação de 
depósitos minerais ou como produto primário de deposição de soluções hidrotermais. Em 
sistemas hidrotermais, prata nativa pode estar associada a uma variedade de minerais: a) 
sulfetos, zeolitas, calcita, barita, fluorita e quartzo (Kongsberg, Noruega); b) arsenietos e 
sulfetos de cobalto, níquel e prata, e bismuto nativo (Freiberg, Alemanha; Cobalt, Canadá); c) 
uraninita e minerais de cobalto e níquel (Great Bear Lake, Canadá); d) cobre nativo 
(Michigan). Entretanto, a maior parte da produção mundial de prata vem de outros minerais, 
tais como acantita (Ag2S), proustita (Ag2S) e pirargirita (Ag3SbS3). A prata tem usos variados, 
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Mineração – Mineralogia 31 
 
incluindo fotografia, galvanoplastia, componentes eletrônicos, refrigeração, joalheria e 
utensílios de prata. 
Historicamente a prata foi muito importante na cunhagem de moedas, mas foi 
gradativamente substituída por outros metais, como o cobre e o níquel, e posteriormente por 
outras ligas metálicas. 
 
3.1.3. COBRE – Cu 
 
Figura 15: Cobre nativo 
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
Hábito: Faces tetrahexaedro são comuns. Também cubo, dodecaedro e octaedro. Cristais 
normalmente mal formados, formando grupos arborescentes. Normalmente ocorrem como 
massas irregulares, escamas, placas e formas torcidas, semelhantes a fios. 
Propriedades físicas: 
Fratura: irregular 
Dureza: 2,5 a 3,0 
Peso específico: 8,0 a 9,0 
Brilho: metálico 
Maleável, dúctil e séctil 
Cor: vermelho do cobre em superfície fresca. Normalmente escuro com brilho fosco devido à 
oxidação. Opaco 
Composição e estrutura: Cobre nativo frequentemente contém pequenas quantidades de Ag, 
Hg, As, Sb e Bi. Estrutura cúbica compacta. 
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Mineração – Mineralogia 32 
 
Paragênese e usos: Cobre nativo é um constituinte comum de zonas oxidadas de depósitos 
sulfetados de cobre, onde está associado a minerais como cuprita, malaquita e azurita. 
Também como produto de sistemas hidrotermais (Cu nativo primário), especialmente 
associados a rochas ígneas básicas, associado à prehnita, datolita, epidoto, calcita e zeolitas. A 
maior parte da produção de cobre vem de sulfetos, e não de cobre nativo. Os principais usos 
do cobre são para fins elétricos, especialmente sob a forma de fios, e na produção de ligas 
metálicas como o latão (cobre e zinco), o bronze (cobre e estanho, com algum zinco) e a prata 
alemã (cobre, zinco e níquel). 
 
3.1.4. PLATINA – Pt 
 
 
Figura 16:Platina nativa 
 
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
Hábito: cristais cúbicos são raros, normalmente mal formados. Geralmente encontrados como 
grãos pequenos e na forma de escamas. 
Propriedades físicas: 
Dureza: 4,0 a 4,5 (alta para um metal aumenta com o teor em Fe) 
Peso específico: 21,45 quando pura. 
Brilho: metálico 
Maleável e dúctil 
Cor: cinza azulado com forte brilho. Opaco 
Magnética quando rica em Fe. 
Composição e estrutura: Platina nativa forma liga com ferro (até 28% Fe) e menores 
quantidades de Ir, Os, Rh, Pd e também Cu, Au e Ni. Estrutura cúbica compacta. 
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Mineração – Mineralogia 33 
 
Paragênese e usos: A platina ocorre quase exclusivamente na forma nativa (exceto pelo 
mineral sperrilita – PtAs2), associada com: a) rochas ultrabásicas (com olivina, cromita, 
piroxênio e magnetita, Bushveld, Africa do Sul); b) subproduto de minério de níquel-cobre 
(Sudbury, Canadá), c) em aluviões ou como subproduto da mineração de ouro e, mais 
raramente, do cobre. Algumas das principais aplicações da platina derivam de sua maior 
dureza e ponto de fusão mais alto do que outros metais nobres. Platina é usada na indústria 
automobilística (catalisadores), química e de petróleo, odontologia, instrumentos cirúrgicos e 
de laboratório, joalheria e equipamentos elétricos. 
 
3.1.5. FERRO – Fe 
 
 
Figura 17: Ferro nativo 
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
Hábito: Cristais são raros. Em materiais terrestres: Fe nativo (α-Fe) ocorre como raros grãos 
ou massas associados com rochas basálticas (uma exceção notável é Disko Island, na 
Groenlândia, onde as massas de Fe nativo podem atingir várias toneladas). Ligas naturais de 
níquel-ferro ocorrem raramente, como pequenas placas e grãos, produto da alteração de 
olivina em serpentinitos. Em meteoritos, Fe (kamacita) ocorre como placas e massas 
lamelares, em intercrescimentos regulares com Ni-Fe (taenita). 
Propriedades físicas (α-Fe): 
Clivagem: {001} pobre 
Fratura: irregular 
Dureza: 4,5 
Peso específico: 7,3 a 7,9 
Brilho: metálico 
Maleável 
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Mineração – Mineralogia 34 
 
Cor: cinza aço a preto. Opaco 
Fortemente magnético 
Composição e estrutura: α Fe sempre contém algum Ni e frequentemente pequenas 
quantidades de Co, Cu, Mn, S, C. kamacita: pode conter até 5,5 % em peso de Ni 
Taenita: teor de Ni variável, de 27% a 65% em peso α Fe e kamacita: cúbico de corpo 
centrado Taenita: cúbico de face centrada. Estrutura cúbica compacta 
Paragênese e usos: Fe nativo é extremamente raro em materiais terrestres. Em alguns 
meteoritos, kamacita e taenita estão associadas à troilita (FeS). As principais fontes de ferro 
para a indústria são os minerais da classe dos óxidos (hematita, magnetita). 
 
3.1.6. ARSÊNIO – As 
 
Figura 18: Arsênio nativo 
Dados cristalográficos: hexagonal (trigonal) 3 2/m 
Hábito: cristais pseudocúbicos são raros. Usualmente maciço granular, reniforme, estalactite. 
Propriedades físicas: 
Clivagem: {0001} perfeita 
Dureza: 3,5 
Peso específico: 5,7 
Brilho: quase metálico, em superfície fresca. 
Quebradiço 
Cor: branco em superfície fresca e oxida para cinza escuro. Traço: cinza. Opaco 
Fortemente metálico 
Composição e estrutura: Arsênio nativo frequentemente mostra uma limitada substituição 
de Sb; traçosde Fe, Ag, Au, Bi. 
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Mineração – Mineralogia 35 
 
 Paragênese e usos: Arsênio nativo é um mineral raro, associado com minérios de prata, 
cobalto e níquel. Podem estar também associado à barita, cinábrio, realgar, stibnita, ouro-
pigmento e galena. A produção comercial de arsênio, para uso na industria química 
(herbicidas, inseticidas) e em ligas, vem de outros minerais como arsenopirita (FeAsS), 
enargita (Cu3AsS4) e tenantita (Cu12As4S13) 
 
3.1.7. ENXOFRE – S 
 
Figura 19: Enxofre nativo 
Dados cristalográficos: ortorrômbico, 2/m 2/m 2/m 
Hábito: cristais comuns, tipicamente piramidais (combinações de dipiramides, prisma e 
pinacóide basal). Massas irregulares imperfeitamente cristalizadas (reniformes, estalactites, 
incrustações, terroso). 
Propriedades físicas: 
Fratura: conchoidal a imperfeita 
Dureza: 1,5 a 2,5 
Peso específico: 2,05 a 2,09 
Brilho: resinoso 
Quebradiço 
Cor: amarelo enxofre 
Pobre condutor de calor. 
Composição e estrutura: enxofre nativo pode conter pequenas quantidades de Se em 
substituição ao S. 
Paragênese e usos: S nativo é encontrado em regiões de vulcanismo recente e também em 
sequências sedimentares que contém sulfatos junto com matéria orgânica (associado à 
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Mineração – Mineralogia 36 
 
anidrita, gipsita e carbonatos). O enxofre e os compostos de enxofre são utilizados em uma 
variada gama de processos industriais como a produção de fertilizantes, inseticidas, borracha, 
sabão, tecidos, papel, couro, tintas, corantes, explosivos, medicamentos, plásticos, etc. 
 
3.1.8. Diamante – C 
 
Figura 20:Diamante nativo octaedro, proveniente do Zimbawe. 10 mm 
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
Hábito: cristais geralmente octaédricos, mas podem ser cúbicos e dodecaédricos. Faces 
curvas são comuns. 
Propriedades físicas: 
Clivagem: {111} perfeita 
Dureza: 10 
Peso específico: 3,51 
Brilho: adamantino. Cristais não cortados tem uma aparência graxosa. Alto índice de refração 
(n=2,42), brilho forte. 
Cor: amarelo pálido, incolor, tons pálidos de vermelho, laranja, verde, azul e marrom. Tons 
mais escuros são raros. Carbonado é preto ou preto acinzentado (não tem clivagem, é opaco e 
menos brilhante que os cristais). 
Composição e estrutura: puro Carbono 
Paragênese e usos: diamante ocorre em rochas ígneas alcalinas (kimberlitos, lamproitos), e 
em depósitos sedimentares do tipo aluvião. Além do uso como gema, diamante possui várias 
aplicações industriais, como abrasivo e na fabricação de instrumentos de corte e polimento. O 
diamante pode ser sintetizado em escala comercial, e a maior parte do total do diamante 
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Mineração – Mineralogia 37 
 
consumido no mundo tem origem artificial. Os processos de fabricação de diamante ainda não 
conseguem, entretanto, competir comercialmente com as gemas naturais de boa qualidade. 
 
3.1.9. GRAFITA – C 
 
Figura 21:Grafita nativa 
 
Dados cristalográficos: hexagonal, 6/m 2/m 2/m 
Hábito: cristais tabulares hexagonais com proeminente plano basal. Geralmente em massas 
foliadas ou escamosas, pode ser radial ou granular. 
 
Propriedades físicas: 
Clivagem: {0001} perfeita 
Dureza: 1,0 a 2,0 
Peso específico: 2,23 
Brilho: metálico 
Cor e traço: preto 
Sensação graxosa. Flexível, mas não elástico (foliável) 
Composição e estrutura: Carbono, com impurezas de óxido de ferro, argilas ou outros 
minerais. 
Paragênese e usos: A grafita natural ocorre principalmente em rochas metamórficas e, mais 
raramente, em pegmatitos, diques e veios associados com rochas ígneas. Além do grafite 
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Mineração – Mineralogia 38 
 
usado no lápis (mistura de grafita e argila), o mineral é usado na fabricação de refratários 
(moldes de fundição), lubrificantes, tintas, eletrodos, equipamentos elétricos, etc. 
 
3.2. CLASSE DOS SULFETOS 
 
Com o estudo da classe dos sulfetos damos início a um trabalho mais sistemático 
de identificação macroscópica. Em decorrência disso você vai precisar ter sempre à mão (e 
usar) os seguintes equipamentos: 
- Lupa 
- Imã 
- Placa de porcelana 
- Canivete 
A classe dos sulfetos é muito importante porque inclui grande número de minerais 
minério. A fórmula geral dos sulfetos pode ser expressa como XmZn, na qual o X representa 
o elemento metálico e o Z o elemento não metálico. Seguindo a orientação de Klein & 
Hurlbut (1985) os minerais listados abaixo estão organizados em ordem decrescente da razão 
X:Z. 
 
3.2.1. CALCOCITA – Cu2S 
 
 
Figura 22: Calcopirita nativa 
 
Dados cristalográficos: Monoclínico, pseudo-ortorrômbico, 2/m ou m (abaixo de 105 oC); 
hexagonal (acima de 105 oC ). 
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Hábito: cristais são incomuns, geralmente pequenos e tabulares com formas hexagonais. 
Mais comumente maciço e de granulação fina. 
Propriedades físicas: 
Clivagem: {110} pobre 
Dureza: 2,5-3,0 
Peso específico: 5.5 – 5.8 
Brilho: metálico 
Cor: cinza chumbo brilhante oxida facilmente desenvolvendo coloração preta sem brilho. 
Traço: preto acinzentado 
Composição: Cu 79,8% e S 20,2%. Pode conter pequenas quantidades de Ag e Fe. 
 
3.2.2. BORNITA – Cu5FeS4 
 
 
Figura 23: Bornita nativa 
 
Dados cristalográficos: tetragonal, 2m (abaixo de 228 oC), isométrico 4/m 2/m (acima de 
228 oC). 
Hábito: A mais comum forma do mineral é tetragonal. Cristais octaédricos, dodecaédricos e 
pseudocúbicos são raros. Geralmente maciço 
Propriedades físicas: 
Dureza: 3 
Peso específico: 5,06 – 5,08 
Brilho: metálico 
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Mineração – Mineralogia 40 
 
Cor: bronze amarronzado em superfície fresca, mas oxida rapidamente para tons azuis e 
roxos e finalmente para preto. 
Traço: preto acinzentado. 
Composição e estrutura: Cu 63,3%, Fe 11,2% e S 25,5% para Cu5FeS4 estequiométrico, mas 
extensa solução sólida no sistema Cu-Fe-S ocorre. A estrutura de alta temperatura é 
relativamente complexa, com átomos de enxofre ocupando os vértices e centros de faces de 
um arranjo cúbico do tipo F, os átomos de Cu e Fe estão então tetraédricamente coordenados 
ou S. A estrutura de baixa T é derivada da estrutura de alta T apenas apresentando uma série 
de defeitos. 
Alteração: altera facilmente para covelita e calcocita. 
 
3.2.3. GALENA – PbS 
 
 
Figura 24: Galena nativa 
 
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
Hábito: geralmente em cubos, algumas vezes truncados por octaedros. Dodecaedros e 
trioctaedros são raros. 
Propriedades físicas: 
Clivagem: {001} perfeita 
Dureza: 2,5 
Peso específico: 7,4 – 7,6 
Brilho: metálico 
Cor: cinza chumbo 
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Traço: cinza chumbo 
Composição e estrutura: Pb 86,6% e S 13,4%. Ag está normalmente presente em solução 
sólida ou como inclusões de minerais de prata, tais como acantita e tetraedrita. Inclusões 
devem também ser responsáveis pelas pequenas quantidades de Zn, Cd, Sb, As e Bi presentes. 
Selênio pode substituir S. Galena tem a mesma estrutura do NaCl, com Pb no lugar de Na e S 
no lugar de Cl. 
Alteração: Galena oxida para anglesita (PbSO4) e cerussita (PbCO3) 
 
3.3.4. ESFALERITA – ZnS 
 
Figura 25: Esfalerita nativa 
Dados cristalográficos: isométrico, 3 m 
Hábito: Tetraedros, dodecaedros e cubos são formas comuns, mas os cristais são 
frequentemente altamente complexos mal formados ou em agregados arredondados, mostram 
geminação polissintética em {111}. Geralmente encontrados em massas quebráveis, de 
granulação fina a grosseira. Compactos, botrioidais, criptocristalino. 
Propriedades físicas: 
Clivagem: {011} perfeita, mas a maioria dos cristais é muito fina para que a clivagem possa 
ser observada. 
Dureza: 3,5 – 4,0 
Peso específico: 3,9 – 4,1 
Brilho: não metálico e resinoso a sub-metálico, também adamantino. 
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Cor: incolor quando puro, e verde quando quase puro. Geralmente amarelo, preto, marrom, 
ficando mais escuro com o aumento do teor de Fe. Também vermelho. Transparente a 
translúcido. 
Traço: branco a amarelo e marrom 
Composição e estrutura: Zn 67% e S 33% quando puro. Quase sempre contém Fe, sendo 
que a quantidade desse metal depende da temperatura e da composição química do ambiente 
de formação. Se Fe está em excesso (normalmente indicado pela presença de pirrotita), a 
quantidade de FeS na esfalerita pode atingir 50% molal. Mn e Cd ocorrem em pequenas 
quantidades em solução sólida. A estrutura da esfalerita é similar à estrutura do diamante, 
com metade dos átomos de carbono substituídos por Zn e a outra metade por S. 
 
3.2.5. CALCOPIRITA – CuFeS2 
 
 
Figura 26: Calcopirita nativa 
 
Dados cristalográficos: tetragonal, 2 m 
Hábito: geralmente apresenta um aspecto tetraedral com dominância do diesfenóide. 
Geralmente maciça. 
Propriedades físicas: 
Dureza: 3,5 – 4,0 
Peso específico: 4,1 – 4,3 
Brilho: metálico 
Cor: amarelo, frequentemente oxida apresentando uma coloração bronze ou iridescente. 
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Traço: preto esverdeado 
Composição e estrutura: Cu 34,6 %, Fe 30,4% e S 35,0%. Desvia-se muito pouco da 
composição ideal CuFeS2. Estrutura derivada da estrutura da esfalerita onde metade do Zn 
está substituído por Cu e a outra metade por Fe, esse efeito leva ao duplicamento da célula 
unitária. 
Alteração: Calcopirita é a principal fonte de cobre para os minerais secundários malaquita, 
azurita, covelita, calcocita e cuprita. Concentração de cobre em zonas de enriquecimento 
supergênico são frequentemente o resultado de tal alteração e remoção de cobre em solução 
com sua deposição subsequente. 
3.2.6. PIRROTITA – Fe1-xS 
 
 
Figura 27: Pirrotita nativa 
 
Dados cristalográficos: monoclínica, 2/m para variedade de baixa temperatura, estável 
abaixo de 250 oC ; hexagonal 6/m 2/m 2/m para forma de alta temperatura. 
Hábito: Cristais hexagonais, geralmente tabulares ou piramidais indicam cristalização como 
polimorfo de alta temperatura. 
Propriedades físicas: 
Dureza: 4,0 
Peso específico: 4,58 – 4,65 
Brilho: metálico 
Cor: bronze amarronzado 
Traço: preto 
Magnética, mas de variável intensidade, quanto maior o teor de ferro, menor o magnetismo. 
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Composição e estrutura: A maioria das pirrotitas tem deficiência em ferro em relação ao S, 
como indicado pela fórmula Fe1-xS, onde x fica normalmente entre 0,0 e 0,2. Solução sólida 
completa entre FeS (com 50% de Fe) e pirrotita com 44,9% de Fe existe no campo de 
estabilidade de alta temperatura (entre 1190 oC, temperatura de fusão e 400 oC) que é 
caracterizado por simetria hexagonal. A mais baixa temperatura o campo de estabilidade da 
pirrotita é mais restrito e a variedade hexagonal única dá lugar a vários tipos hexagonais e 
monoclínicos. A variedade monoclínica é estável de 0oC até 254 oC, quando inverte-se para 
hexagonal. A estrutura da pirrotita é bastante complexa, onde os átomos de S estão arranjados 
em empacotamento fechado aproximadamente hexagonal. 
 
3.2.7. PENTLANDITA – (Fe,Ni)9S8 
 
 
Figura 28: Pentlandita nativa 
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
Hábito: Maciço, geralmente em agregados granulares com partição octaédrica. 
Propriedades físicas: 
Partição: {111} 
Dureza: 3,5 – 4,0 
Peso específico: 4,6 – 6,0 
Brilho: metálico 
Cor: bronze amarelado 
Traço: marrom claro 
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Composição e estrutura: (Fe,Ni)9S8, geralmente a razão Fe:Ni é próxima de 1:1. Geralmente 
contém pequenas quantidades de Co. A estrutura da pentlandita é muito complicada, trata-se 
de uma estrutura cúbica de face centrada, onde os átomos metálicos estão em coordenação 
octaédrica e tetraédrica com S. Pura (Fe,Ni)9S8 sem Co é estável até 610 
oC no sistema Fe-Ni-
S. Pentlandita com até 40,8 % de Co é estável até 746 oC. 
Geralmente ocorre como lamelas de exsolução na pirrotita. 
 
3.2.8. COVELITA – CuS 
 
 
Figura 29: Covelita nativa 
 
Dados cristalográficos: hexagonal, 6/m 2/m 2/m. 
Hábito: raramente como cristais hexagonais tabulares. Geralmente maciça recobrindo ou 
disseminada com outros minerais de Cu. 
Propriedades físicas: 
Clivagem: {0001} perfeita 
Dureza: 1,5 – 2,0 
Peso específico: 4,6 – 4,76 
Brilho: metálico 
Cor: azul índigo ou mais escura 
Traço: preto a cinza chumbo 
Composição e estrutura: Cu 66,4%, S 33,6%. Uma pequena quantidade de Fe pode estar 
presente. A estrutura da covelita é muito complexa, um tipo de átomo de Cu está 
tetraedricamente coordenado com S, sendo que dos vértices do tetraedro formam camadas. 
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Um segundo tipo de Cu está em coordenação trigonal com o S, dando origem a camadas 
planares. A excelente clivagem {0001} é paralela a essa estrutura acamadada. Covelita é 
estável até 507 oC. 
 
 
3.2.9. CINÁBRIO – HgS 
 
 
Figura 30: Cinábrio nativo 
 
Dados cristalográficos: hexagonal (trigonal), (polimorfo de baixa temperatura, estável até 
aproximadamente 344 oC); isométrico, (polimorfo de alta temperatura, conhecido como meta-
cinábrio). 
Hábito: cristais geralmente romboédricos apresentando geminação penetrativa. Faces 
trapezoedrais são raras. Geralmente de granulação fina, maciço, também terroso, como 
incrustações e disseminações através da rocha. 
Propriedades físicas: 
Clivagem: {1010} perfeita 
Dureza: 2,5 
Peso específico: 8,10 
Brilho: adamantino quando puro, até terroso quando impuro. 
Cor: vermelho quando puro a vermelho amarronzado quando impuro. Transparente a 
translúcido 
Traço: vermelho

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