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112
Análise dos processos de uma estação de tratamento de água (ETA): 
Um estudo de caso 
Ideval Pires Fernandes (UESC) ipfernandes@uesc.br 
Nayara Martins da Silva Lopes (UESC) naymsl@gmail.com 
Thiago Martins Santos (UESC) thiago_mrs@hotmail.com 
Resumo: Este trabalho tem como objetivo geral analisar criticamente os processos de 
tratamento de água para abastecimento público da cidade de Itabuna, estado da Bahia, 
através de pesquisa de campo, realizada na estação de tratamento local. A coleta de dados 
foi realizada através de entrevista, com aplicação de dois questionários, um objetivo e outro 
subjetivo. Após uma breve introdução, será explicitada a revisão de literatura realizada que 
teve como objetivo levantar informações gerais sobre a água, sobre a legislação de 
tratamento de água no Brasil e sobre as técnicas de tratamento convencionais. Em seguida, 
os resultados do estudo de caso serão discutidos, analisados e criticados, buscando-se 
relacionar o que foi encontrado na prática com a respectiva teoria, o que permitirá a 
compreensão das considerações finais, onde há uma proposta de melhoria. 
Palavras-chave: Tratamento de água; Água; Abastecimento de água. 
1. Introdução 
A água torna-se, cada vez mais, um fator limitante para o desenvolvimento agrícola, 
industrial e urbano. Mesmo em regiões onde os recursos hídricos sempre foram abundantes, 
constata-se uma preocupação com a disponibilidade em longo prazo, visto que os impactos 
ambientais nos meios hídricos já podem ser considerados problemas globais. 
O tratamento de água assume, assim, importância fundamental para diversos fins, 
sejam eles industriais, principalmente em indústrias alimentícias, e/ou domésticos, buscando 
garantir que a água captada do meio-ambiente atenda às necessidades humanas isenta de 
qualquer tipo de poluição e/ou contaminação. 
Nas indústrias, o tratamento, além de garantir que os parâmetros de qualidade sejam 
atendidos, ainda pode propiciar a reutilização da água como uma alternativa para minimizar 
os impactos ambientais e a conseqüente a minimização de custos de produção com a redução 
da demanda de água dos sistemas públicos de distribuição. 
Muitas organizações, governamentais ou não, dedicam parte do seu tempo para 
desenvolver propostas e/ou normas que têm o objetivo de fomentar a importância da 
reutilização de água nas indústrias. A Agenda 21 (1994), documento consensual para o qual 
contribuíram governos e instituições da sociedade civil de 179 países num processo 
preparatório que durou dois anos e culminou com a realização da Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992, no Rio de Janeiro, 
também conhecida como ECO-92, por exemplo, dedicou importância especial ao reuso da 
água, recomendando a implementação de políticas de gestão voltadas para a utilização e 
reciclagem de efluentes (HESPANHOL, 2003). 
No capítulo 21 da Agenda 21 (1994) – “Gestão ambientalmente adequada de resíduos 
líquidos e sólidos”, Área Problemática B – “Maximizando o reuso e a reciclagem 
ambientalmente adequadas”, ficou estabelecido como objetivos principais: “vitalizar e 
ampliar os sistemas nacionais de reuso e reciclagem de resíduos”, e “tornar disponível 
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informações, tecnologia e instrumentos de gestão apropriados para encorajar e tornar 
operacional, sistemas de reciclagem e uso de águas residuárias”. 
Com relação ao tratamento de água para fins domésticos, a principal preocupação está 
em fazer com que a água apresente características sanitárias e toxicológicas adequadas, tais 
como estar isenta de organismos patogênicos e de substâncias tóxicas, para a prevenção de 
danos à saúde e ao bem-estar do homem (BRAGA et al, 2005). 
De acordo com FERREIRA FILHO e ALEM SOBRINHO (1998), o tratamento de 
água para abastecimento público teve origem na Escócia, com a construção do primeiro filtro 
lento. A filtração rápida iniciou-se no Brasil, em 1980, com a instalação pioneira no mundo, 
na cidade de Campos, Rio de Janeiro. 
O órgão responsável por estabelecer os padrões mínimos de potabilidade da água é a 
Organização Mundial de Saúde (OMS). Baseados nesses padrões, os países determinam as 
suas normas de tratamento. Normalmente, essas normas são mais rígidas que os padrões 
internacionais da OMS e buscam adequar as formas de tratamento à qualidade das águas dos 
mananciais. 
No Brasil, o responsável pelo controle e pela vigilância da qualidade da água para 
consumo humano e o seu Padrão de Potabilidade é o Ministério da Saúde, através da Portaria 
nº 518 de 25 de março de 2004. Segundo ela, o Padrão de Potabilidade é o conjunto de 
valores máximos permissíveis das características de qualidade da água destinada ao consumo 
humano. 
Em ambos os casos, nas indústrias e no abastecimento público, é importante 
considerar que a estação de tratamento também gera resíduos. Por isso, é necessário que haja 
uma preocupação com o destino dos resíduos provenientes da estação de tratamento, para que 
não sejam simplesmente despejados no meio-ambiente. 
Este trabalho tem como objetivo geral analisar criticamente os processos de tratamento 
de água para abastecimento público na cidade de Itabuna, estado da Bahia, através de 
pesquisa de campo, realizada na estação de tratamento local. 
1.1 Objetivos específicos 
• Realizar uma revisão de literatura acerca da água, da legislação brasileira para o 
tratamento de água e das técnicas de tratamento de água mais comuns; 
• Comparar a técnica de tratamento observada na pesquisa de campo com as técnicas 
descritas na revisão de literatura; 
• Verificar qual o destino dos resíduos da estação de tratamento estudada; 
• Propor sugestões de melhoria para o processo de tratamento utilizado na empresa 
estudada. 
2. Metodologia 
O presente trabalho apóia-se em três etapas principais: a revisão de literatura, o estudo 
de caso e a análise dos resultados. 
A revisão de literatura foi realizada a partir do estudo de artigos científicos, teses, 
livros, leis e manuais, buscando-se descrever o estado da arte sobre as técnicas de tratamento 
de água e a legislação vigente no Brasil. 
O estudo de caso foi desenvolvido na estação de tratamento de água da organização 
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responsável pelo abastecimento da cidade de Itabuna, no estado da Bahia. As visitas tiveram 
como foco o levantamento de informações acerca das técnicas utilizadas na estação de 
tratamento de água, bem como da disposição dos resíduos. Para tanto, foram utilizados dois 
questionários aplicados em entrevista. 
Um dos questionários continha perguntas objetivas para respostas do tipo sim ou não; 
e o outro era formado por questões subjetivas que solicitavam informações mais detalhadas 
sobre as técnicas de tratamento de água. A entrevista foi realizada nas instalações da ETA 
com um engenheiro químico responsável pelo controle de processo. 
De acordo com Mattar (1996), apud Carnevalli e Miguel (2001), a entrevista é um 
método que se caracteriza pela presença de um entrevistado e de um entrevistador que faz as 
perguntas e anota as respostas. Segundo esses autores, o questionário não precisa ser aplicado 
em entrevista, mas ambos os métodospodem ser realizados concomitantemente. 
A análise dos resultados partiu da organização das informações levantadas nas fases 
anteriores. Para tanto, foram utilizadas as ferramentas Microsoft Office Word 2003 e 
Microsoft Office Excel 2003 para a textualização dos resultados e a criação de tabelas, 
respectivamente. 
3. Revisão de literatura 
3.1 A água 
A água cobre quase quatro quintos da superfície terrestre, mas somente 3% desse total 
correspondem às águas doces. Desses 3%, 2,7% são formadas por geleiras, lençóis existentes 
em grandes profundidades (mais de 800 metros) e vapores d’água e apenas 0,3% do volume 
total de água do planeta pode ser aproveitado para o consumo humano, sendo 0,01% 
encontrada em fontes de superfície (rios, lagos) e 0,29%, em fontes subterrâneas (poços e 
nascentes) (FUNASA, 2006). 
Para utilização dessa pequena fração de água do planeta, é preciso considerar diversos 
fatores. Segundo Braga et al (2005), não existe água pura na natureza, a não ser as moléculas 
de água presentes na atmosfera na forma de vapor. Como resultado, são necessários 
indicadores físicos, químicos e biológicos para caracterizar a qualidade da água, que é 
diferente dependendo das características do local em que ela se encontra. 
Os indicadores físicos incluem a cor, a turbidez, o sabor e o odor. A cor é derivada da 
existência de substâncias em solução, na maioria, de natureza orgânica. A turbidez é 
decorrente da presença de materiais em suspensão, chamados de partículas coloidais, que 
desviam os raios luminosos. E o sabor e odor estão associados à existência de poluentes 
industriais ou de outras substâncias indesejadas, como matérias orgânicas em decomposição, 
algas, etc (BRAGA et al, 2005). 
As características químicas ocorrem em função da presença de substâncias dissolvidas 
na água, geralmente mensuráveis por meios analíticos. Os principais indicadores são: 
salinidade, dureza, alcalinidade, corrosividade, ferro e manganês, impurezas orgânicas, 
nitrogênio e cloretos, compostos tóxicos, fenóis, detergentes, agrotóxicos e radioatividade 
(BRAGA et al, 2005). 
De todos os indicadores químicos, os que merecem ser destacados são a salinidade, a 
dureza e a alcalinidade. A salinidade é decorrente da presença de sais como bicarbonatos, 
cloretos e sulfatos. A dureza é conferida à água pela presença de íons metálicos, 
principalmente os de cálcio (Ca++) e magnésio (Mg++). A dureza é expressa em termos de 
miligramas por litro de CaCO3. A alcalinidade é devida à presença de bicarbonatos (HCO3-), 
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carbonatos (CO3=) ou hidróxidos (OH-). É uma das determinações mais importantes, pois 
influencia em todas as etapas do processo de tratamento da água (NETTO e RICHTER, 
1991). 
Com relação às características biológicas da água, de acordo com Braga et al (2005), 
podemos citar dois indicadores mais importantes: algas e microorganismos patogênicos. As 
algas, apesar de serem importantes para a manutenção do equilíbrio natural, podem também 
gerar alguns problemas. Entre eles, a concentração de grande massa orgânica, levando à 
formação de lodo e à liberação de compostos orgânicos; e a possibilidade de dificultar o 
processo de tratamento, entupindo os filtros, por exemplo. 
Os microorganismos patogênicos, por outro lado, são introduzidos na água pelo 
despejo de esgotos sanitários, principalmente pela matéria fecal existente. São três os tipos de 
microorganismos que podem ser encontrados: bactérias, vírus e protozoários. A variedade 
desses microorganismos dificulta a determinação da quantidade individualizada. Por isso, foi 
determinado como indicador dos microorganismos patogênicos a quantidade das bactérias do 
grupo dos coliformes fecais. O índice de poluição pelos coliformes fecais foi escolhido por 
quatro razões principais: a) eles existem em grande número na matéria fecal e não existem em 
nenhum outro tipo de matéria orgânica; b) eles não se reproduzem na água, o que garante uma 
aferição precisa; c) são resistentes ao meio; e d) a quantificação e análise são feitas com 
métodos simples de pesquisa (BRAGA et al, 2005). 
Todos os indicadores mencionados são muito importantes para a determinação dos 
processos de tratamento que serão utilizados para que a água atenda aos padrões mínimos de 
aceitação para o consumo humano determinados pela OMS e reformulados pelo Ministério da 
Saúde no Brasil. A seguir, será explicitado como a legislação brasileira aborda o tratamento 
de água. 
3.2 Legislação 
A legislação brasileira acerca do uso da água começou a se desenvolver na década de 
30, com a edição em 1934 do Código de Águas. Embora seja considerado avançado para a 
época em que foi criado, o Código de Águas, ainda em vigor, necessita de atualizações em 
conformidade com a Carta Magna de 1988 e a Lei 9.433/97, que estabelece a Política 
Nacional de Recursos Hídricos através de princípios e normas e padrões da gestão da água. 
 A Lei de Recursos Hídricos prevê os fundamentos e objetivos da Política Nacional de 
Recursos Hídricos e as diretrizes gerais de ação para sua implementação. O art. 3º da Lei 
elenca essas diretrizes e, em seu inciso I, trata da gestão sistemática dos recursos hídricos, 
sem a dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade. 
 No art. 32 da lei supracitada estão dispostos os objetivos e a composição do Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos criado pela mesma lei. Dentro os objetivos, 
o mais importante para a gestão adequada da água é o previsto pelo inciso IV, que trata do 
planejamento, regulamentação e controle do uso, preservação e recuperação dos recursos 
hídricos. 
 A lei estabelece também os campos de ação do poder público, sendo necessário 
ressaltar a disposição do art. 31 sobre a responsabilidade dos Poderes Executivos do Distrito 
Federal e Municípios em promover a integração das políticas locais de saneamento básico, de 
uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as políticas federais e estaduais 
de recursos hídricos. Ou seja, cabe ao Poder Executivo, em geral, agir conjuntamente com as 
esferas estaduais e municipais para garantir a eficácia da Política Nacional de Recursos 
Hídricos e o beneficiamento da água para uso da população brasileira de acordo com os 
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padrões mínimos de saúde exigidos pelo Ministério da Saúde. 
As exigências mínimas do Ministério da Saúde, estabelecidos a partir de 
recomendações da Organização Mundial de Saúde, estão dispostas na Portaria 518 de 25 de 
março de 2004. Mais precisamente, esta Portaria estabelece os procedimentos e 
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo 
humano e seu padrão de potabilidade. 
A norma de qualidade da água para consumo humano é um documento anexo a 
Portaria e por ela aprovado, que trata, por exemplo, dos deveres e responsabilidades, a nível 
federal, estadual e municipal no controle de qualidade da água. Aventa também sobre o 
padrão de potabilidade da água, que define as exigências mínimas de qualidade da água. A 
norma possui várias tabelas que tem por base os requisitos mínimos dos indicadores físicos, 
químicos e biológicos da água. Elas não serão mostradas nesse artigo, pois são muito extensas 
e não contribuiriam para o alcance do objetivo geral do trabalho. 
A seguir, tratar-se-á da descrição dos sistemas de abastecimento e das técnicas de 
tratamento de água convencionais que tem o objetivo de atenderà norma da Portaria 518 
(2004). 
3.3 Sistema de abastecimento e técnicas de tratamento de água 
Segundo Melo Baptista (1998), os sistemas de abastecimento de água (SBAs) têm por 
objetivo a prestação de um serviço público fundamental para a saúde e o bem estar das 
populações, que consiste em satisfazer as necessidades das comunidades em termos de 
fornecimento de água. 
Para tanto, os SBAs devem ser constituídos de instalações e equipamentos que 
possibilitem a captação, elevação, adução, armazenamento, tratamento e a distribuição de 
água (MELO BAPTISTA, 1998; BRAGA ET AL, 2005). A Funasa (2006) acrescenta ainda o 
manancial abastecedor e explica cada uma das atividades. 
O manancial abastecedor é a fonte de água da estação de tratamento (ETA). É 
importante considerar que as características físicas, químicas e biológicas da água do 
manancial devem ser adequadas ao tratamento, pois quanto mais poluída e/ou contaminada a 
água, mais difícil e caro é o tratamento. Além disso, é importante que se estude a demanda 
atual de água, bem como a previsão de crescimento da demanda na comunidade que será 
abastecida. A partir da escolha do manancial, as instalações e equipamentos para a captação 
dessa água devem ser planejados (FUNASA, 2006). 
O sistema de elevação, de acordo com Melo Baptista (1998), tem como objetivo 
transmitir energia suficiente à água para que ela consiga circular nas tubulações com a pressão 
conveniente. Já a adução, segundo a Funasa (2006), é o conjunto das tubulações e peças 
especiais dispostas entre a captação e a ETA, a captação e o reservatório de distribuição, a 
captação e a rede de distribuição, a ETA e o reservatório de distribuição e a ETA e a rede de 
distribuição. 
O armazenamento tem como função armazenar a água por períodos variáveis, tanto 
para regularização do processo de tratamento quanto para garantir reservas de incêndio e de 
avaria. O armazenamento pode ocorrer antes ou depois do tratamento, dependendo da 
necessidade. A água armazenada segue para o sistema de distribuição que é o responsável 
pela distribuição da água nas zonas a abastecer. É a última etapa do SBA e abrange também a 
atividade de coleta de amostras em determinados pontos para a análise da qualidade da água 
mesmo fora da ETA (MELO BAPTISTA, 1998). 
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Dentre todos os sistemas do SBA, o processo de tratamento da água merece atenção 
especial. É nessa etapa que os padrões mínimos de potabilidade devem ser alcançados para 
que o consumo seja seguro e saudável. A seguir, explicitaremos os métodos de tratamento 
mais comuns. 
3.3.1 Técnicas de tratamento de água 
De acordo com FUNASA (2006), os métodos de tratamento de água mais comuns são: 
fervura, sedimentação simples, filtração lenta, aeração, correção da dureza, remoção de ferro, 
remoção de odor e sabor desagradáveis e desinfecção. 
Os métodos possuem diversas finalidades e podem ser utilizados individual ou 
coletivamente. Porém, no tratamento de água para o consumo humano várias dessas técnicas 
devem ser utilizadas conjuntamente. Apresentaremos a seguir o modelo de tratamento mais 
comum para os sistemas de Abastecimento público. 
A Figura 1 abaixo mostra a seqüência convencional de um processo de tratamento 
para abastecimento público. 
 
FIGURA 1 – Seqüencia convencional de um tratamento de água para abastecimento público. Fonte: FUNASA 
(2006). 
Percebe-se que são necessárias cinco etapas principais: a coagulação, a floculação, a 
sedimentação, a filtração e a desinfecção. 
O processo de coagulação é o tratamento que consiste na estabilização de cargas da 
água com a adição, normalmente, de sulfato de alumínio [Al2(SO3)4]. Segundo a FUNASA 
(2006), o sulfato de alumínio é o produto mais utilizado tanto pelas suas propriedades como 
pelo seu menor custo. O resultado desse processo é a aglomeração das partículas em 
suspensão, formando coágulos, o que facilitará o processo de sedimentação. A água, então, sai 
do coagulador e entra no floculador. 
A floculação tem por função aumentar o tamanho dos coágulos, formando os flocos. 
Isso ocorre porque os coágulos formados anteriormente apresentam cargas elétricas residuais. 
Isso fará com que cargas contrárias se atraiam e formem os flocos (RICHTER E NETTO, 
1991). Para que o processo seja corretamente executado, é necessário que a água se 
movimente continuamente no floculador. O floculador aumenta a velocidade do processo de 
sedimentação. 
A sedimentação ou decantação é o processo no qual os flocos em suspensão são 
removidos da água. Consiste na utilização de forças gravitacionais para separar partículas de 
densidade superior à da água, depositando-as em uma superfície ou zona de armazenamento 
(RICHTER E NETTO, 1991). Destacaremos dois tipos principais de decantadores: os de 
fluxo horizontal e os de fluxo ascendente. Os primeiros são caracterizados pela simplicidade e 
eficiência. Como o próprio nome já diz, a corrente da água é horizontal e os flocos se 
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depositam nas paredes e no fundo dos decantadores. Os segundos permitem o aumento da 
região de contato da água com a superfície dos decantadores. A corrente da água circula de 
baixo para cima e os flocos ficam depositados no fundo. Os decantadores de fluxo ascendente 
são mais eficientes que os de fluxo horizontal, porém, mais caros. A água segue, então, para o 
processo de filtração. 
De acordo com Richter e Netto (1991), as partículas que não são removidas no 
processo de sedimentação, seja por seus pequenos tamanhos ou por terem uma densidade 
muito próxima a da água, deverão ser removidas na filtração. É na filtração que todas as 
partículas em suspensão são removidas para que a água atenda aos padrões de potabilidade. O 
processo consiste, segundo a FUNASA (2006), em fazer com que a água passe através de um 
meio granular para remoção das impurezas físicas, químicas e biológicas. O filtro mais 
utilizado é o filtro de areia, por causa, principalmente, do baixo custo. Este tipo de filtro 
possui uma camada de areia através da qual a água atravessa e deixa as impurezas. A 
quantidade de filtros de uma ETA é determinada pela demanda de água e pelos fatores 
econômicos (RICHTER E NETTO, 1991). 
A galeria de manobra controla a passagem da água dos filtros para os tanques de 
desinfecção. Muitas ETAs fazem análises da água após o processo de filtração e só permitem 
a passagem para a etapa seguinte se os padrões de qualidade foram atendidos. A partir da 
etapa de desinfecção, a água já não tem mais contato com o ambiente externo. 
A desinfecção é um dos processos mais antigos de tratamento de água. Indícios 
mostram que o uso da água fervida já era recomendado em 500 a.C. Essa etapa tem como 
objetivo a destruição ou inativação de organismos patogênicos, capazes de produzir doenças, 
ou de outros organismos indesejáveis (MEYER, 1994). A fervura é um método bastante 
eficaz nesse sentido, porém, quando tratamos de grandes volumes, não é viável. O método 
mais utilizado é o da cloração, ou seja, adição de cloro. O cloro é capaz de desinfectar a água, 
pois é um forte oxidante e consegue reagir com várias substâncias orgânicas e inorgânicas. O 
composto de cloro mais comum utilizado é o ácido hipocloroso (HOCl) e a sua dissociação 
depende do pH da água, daí a importância da etapa de correção desse índice. 
Segundo Meyer (1994) a reatividade do cloro diminui com o aumento do pH. As 
águas para abastecimento público apresentam,geralmente, valores de pH entre 5 e 10. Nessa 
faixa, a forma predominante do cloro é o ácido hipocloroso, definido como cloro residual 
livre (CRL), e o íon hipoclorito. A presença do CRL é importante pois garante a qualidade 
bacteriológica da água em todas as etapas seguintes dos SBAs (SILVA et al, 2007). A reação 
de hidrólise que ocorre quando o cloro é adicionado na água está representada a seguir: 
 
Geralmente, a água a ser tratada, coletada dos mananciais, apresenta amônia, oriunda 
de diversas fontes de poluição. Nesse caso, a adição de cloro ocorre até que toda a amônia 
reaja e seja eliminada. A partir desse momento, surge o CRL. O método é denominado de 
“cloração ao break-point” (RICHTER E NETTO, 1991), ou seja, a cloração tem como 
referência para a geração de CRL o ponto em que a amônia foi totalmente eliminada. A 
desinfecção e a correção do pH, normalmente, são as penúltimas etapas das ETAs e ocorrem 
ao mesmo tempo. A última é a distribuição. 
Todas as etapas explicadas, se realizadas corretamente, garantem que os padrões de 
potabilidade exigidos pela Portaria 518 (2004) sejam atendidos. Porém, é importante realizar 
uma ressalva, o processo de tratamento de água também gera resíduos e esses resíduos não 
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podem simplesmente ser despejados no meio-ambiente. O tópico a seguir fará um breve 
estudo do que pode ser feito para minimizar esse problema. 
3.3.1.1 Resíduos da estação de tratamento 
Segundo Ferreira Filho e Além Sobrinho (1998), no processo convencional de 
tratamento de água são gerados basicamente dois tipos de despejos: os gerados nos 
decantadores e os gerados na operação de lavagem dos filtros. Andreoli et al (2001) explica 
que embora a grande maioria dos países desenvolvidos já tenha adequado seus sistemas para 
gerenciar os resíduos produzidos no processo de tratamento, um grande número de estações 
de tratamento de água ainda lança esse material diretamente nos cursos d’água, 
principalmente nos países em desenvolvimento. 
Mais de 90% dos resíduos gerados no mundo tem o seu destino por meio de três 
processos: incineração, disposição em aterros e uso agrícola (ANDREOLI et al, 2001). 
Ferreira Filho e Além Sobrinho (1998) ainda citam o adensamento e a desidratação dos 
resíduos para a reutilização da água. A Figura 2 mostra um modelo de tratamento de resíduos 
proposto por eles e que consideraremos um processo adequado e viável para as ETAs do 
Brasil. 
 
Figura 2 – Tratamento de despejos convencional de uma ETA. Fonte: Adaptado de Ferreira Filho e Além 
Sobrinho (1998). 
Na Figura 2, percebe-se que a água do despejo é reaproveitada e os resíduos sólidos 
são encaminhados para aterros sanitários e usos agrícolas. Com referência à água de lavagem 
dos filtros, é possível que se faça em um tanque separado o processo de sedimentação para 
facilitar a desidratação. 
O processo de tratamento das ETAs convencionais não é tão complexo, mas exige 
uma gestão adequada para que todas as etapas sejam perfeitamente executadas. A falha em 
alguma delas pode causar muitos problemas para as populações, o que é inadmissível. A 
 
Água de 
Lavagem 
Condicionamento 
Lodo 
 
Coagulação Floculação 
Processo de 
Separação 
sol./líq. 
Filtração 
Desinfecção 
e correção 
de pH 
Água de 
Lavagem 
Adensamento 
Desidratação 
Disposição 
Final 
Água Bruta Água Final 
Lodo Adensado 
Lodo Condicionado 
Lodo Desidratado 
Fase 
Líquida 
Fase 
Líquida 
Lodo 
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seguir, explicitaremos as informações obtidas na pesquisa de campo e realizaremos uma 
análise crítica dos procedimentos utilizados no tratamento. 
4 Estudo de caso 
As respostas às perguntas do questionário objetivo estão dispostas no Quadro 1 a 
seguir. 
Quadro 1 – Respostas às questões objetivas. 
Perguntas Sim Não 
Há mais de um manancial? X 
São realizadas análises prévias das águas dos mananciais? X 
Existe na empresa mais de um método para o tratamento da água? X 
Houve alguma modificação no projeto de tratamento ao longo desses anos? X 
Embora não faça parte do tratamento da água, a empresa realiza a adição de 
flúor? X 
A empresa dispõe de laboratórios próprios? X 
Todas as análises são realizadas nos laboratórios da empresa? X 
Os resíduos oriundos do processo são tratados e/ou reutilizados para algum 
outro fim? X 
Existe algum projeto futuro para o tratamento e/ou reutilização desses 
resíduos? X 
Há adição de uma porcentagem residual de cloro após a desinfecção? X 
A empresa possui pontos de coleta para análise da água na rede de 
distribuição? X 
 
Para esclarecimento das respostas objetivas, foi realizado uma entrevista com o 
encarregado da área. As informações obtidas dizem respeito ao processo de tratamento da 
ETA estudada. Todas as informações que serão explanadas a seguir são baseadas nas 
respostas obtidas na entrenvista. 
Após a captação de água, que ocorre no Rio Almada, amostras são submetidas a 
análises biológicas e físico-químicas. Esse é um procedimento padrão e deve ser realizado 
diariamente. 
Com relação à técnica de tratamento utilizada, observou-se que consiste na realização 
de cinco etapas principais e uma última referente a adição de flúor. O fluxograma da Figura 3 
esquematiza o processo adotado. 
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Figura 3 – Processo de tratamento adotado pela empresa pesquisada. 
A primeira etapa consiste na coagulação. A água, ao chegar na empresa, é escoada em 
um tanque no qual é adicionado o sulfato de alumínio através de uma canaleta perfurada. Esse 
tanque possui uma geometria capaz de aumentar o movimento da água, facilitando a mistura 
da substância. Em seguida ocorre a floculação. Inicialmente não existia essa etapa no projeto 
da empresa, ela foi adicionada com a finalidade de aumentar a velocidade de sedimentação no 
decantador. A empresa possui dois tipos de floculadores, mecânicos e hidráulicos. Os 
floculadores hidráulicos possuem um custo mais elevado que os mecânicos, porém propiciam 
flocos de maiores tamanhos. 
Posteriormente à floculação, a água é escoada para os decantadores, no qual ocorrerá a 
decantação dos flocos. A água proveniente dos floculadores mecânicos é direcionada para os 
decantadores de fluxo horizontal, com este processo é possível tratar de 0,8 a 1 m³ de água 
por metro quadrado do decantador. Enquanto que a água proveniente dos floculadores 
hidráulicos é direcionada para os decantadores de fluxo ascendente, este processo tem a 
capacidade de tratar até 5m³ de água por metro quadrado do decantador. 
Após ambos os processos de decantação, a água é filtrada em filtros de areia e, após 
essa etapa, não terá mais contato com a atmosfera, passando, então, para o processo de 
desinfecção. A empresa utiliza o cloro na forma de HOCl2 devido ao menor custo e ao menor 
perigo no seu manuseio. A cloração da água é feita em um pH entre 6 e 7. Nessa faixa a 
reatividade do cloro é alta e, portanto, o processo de desinfecção ocorre mais rapidamente. 
Por isso, é importante que seja feita a correção do pH. A adição de cloro ocorre até que a 
concentração de CRL apresente valores entre 0,2 e 2,0 mg/L, sendo recomendando o valor de 
0,5 mg/L como ideal.O método de cloração empregado é o da “cloração ao break-point” já 
explicado. 
O passo seguinte é o da fluoretação. Embora não faça parte do tratamento da água, a 
legislação exige que as ETAs incluam um teor de flúor. Dessa maneira é possível 
proporcionar à população uma maior resistência às cáries nos dentes. Em climas mais quentes, 
a quantidade de flúor é menor devido ao maior consumo de água, para que não haja danos à 
saúde. 
Todo o processo de tratamento é executado a uma velocidade de aproximadamente 
600L/s. O lead time é de aproximadamente 1 hora. 
Uma das perguntas do questionário era com relação ao despejo dos resíduos. Até o 
presente momento, os resíduos oriundos do processo de tratamento são despejados no rio 
Almada. O volume e a freqüência dos despejos foram questionados, mas não foram 
COAGULAÇÃO 
FLOCULADORES 
MECÂNICOS 
FLOCULADORES 
HIDRÁULICOS 
DECANTADORES 
HORIZONTAIS 
DECANTADORES 
ASCENDENTES 
FILTROS DE 
ARÉIA 
DESINFECÇÃO 
OU CLORAÇÃO FLUORETAÇÃO DISTRIBUIÇÃO 
CAPTAÇÃO ANÁLISE 
ANÁLISE 
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informados. O que foi dito é que há um projeto de tratamento e reutilização dos resíduos em 
planejamento. 
A seguir, todas as informações obtidas serão analisadas criticamente com base na 
comparação do que foi encontrado na ETA estudada com a teoria. 
4.1 Análise crítica 
Com relação ao processo de tratamento utilizado pela ETA em análise, observou-se 
que a seqüência de etapas é bem parecida com o processo convencional mostrado no item 3.3. 
A execução e o controle das atividades observadas na visita permitem afirmar que os padrões 
mínimos de potabilidade exigidos pela Portaria 518 (2004) são alcançados. Porém, há que se 
considerar dois pontos importantes. 
O primeiro diz respeito à falta de flexibilidade caso haja um problema no tratamento 
ou na rede de distribuição. Não foi constatado na visita a presença de reservatórios auxiliares 
para regularização do processo, portanto, seria muito difícil atender à demanda da cidade caso 
algum imprevisto acontecesse no processo de tratamento. 
O segundo e, talvez, o mais importante, é com relação ao despejo descontrolado dos 
resíduos. Verificou-se que a empresa, atualmente, não realiza nenhum tipo de tratamento nos 
resíduos da ETA e os despeja novamente no Rio Almada. Obviamente, o resultado é o 
aumento da poluição do rio e o conseqüente prejuízo para as populações ribeirinhas e para o 
ecossistema. 
De acordo com Andreoli et al (2001), para a legislação de diversos países, e mesmo a 
brasileira, os impactos ambientais causados pelo destino inadequado de resíduos é sempre dos 
produtores do resíduo, que podem ser enquadrados na própria lei de crimes ambientais. 
Portanto, fica a necessidade da urgente implantação do projeto que terá como objetivo 
tratar e reutilizar os resíduos da ETA. 
5. Considerações finais 
Pelo estudo de caso, é possível concluir que o processo de tratamento da ETA da 
cidade de Itabuna-BA é adequado para garantir que os padrões mínimos de potabilidade sejam 
atendidos para o consumo humano. As etapas do tratamento são coerentes com o que foi 
encontrado na literatura. 
O principal problema identificado foi o destino inadeqüado dos resíduos gerados 
durante o processo. Para solucionar esse problema, propomos o modelo apresentado no tópico 
3.3.1.1. Utilizando esse modelo, todos os resíduos seriam tratados e/ ou reutilizados. 
Destarte, consideramos que o objetivo geral, bem como os específicos, foram 
alcançados. Concluimos o trabalho ressaltando a oportunidade que existe no desenvolvimento 
de inovações para o tratamento e/ ou reutilização de resíduos das ETAs. A Universidade 
Estadual de Santa Cruz (UESC) poderia contribuir nesse sentido com a aplicação de 
investimentos em projetos de extensão em parceria com a estação de tratamento da cidade de 
Itabuna-BA. 
Referências 
ANDREOLI, C. V. et al. Resíduos sólidos do saneamento: processamento, reciclagem e disposição final. 
Curitiba: Abes, 2001. 
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2 ed. 
Revisada. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
BRASIL. Decreto Federal n.º 24.643, de 10 de julho de 1934. 
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gerados em estações de tratamento de água. Revista Engenharia Sanitária e Ambiental. v.3, n.5, p.128 – 136. Rio 
de Janeiro, 1998. 
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (FUNASA). Manual de Saneamento. 3 ed. revisada. Brasília: Funasa, 
2006. 
HESPANHOL, I. Potencial de reuso de água no Brasil: agricultura, indústria, municípios, recarga de aqüíferos. 
Bahia Análise e Dados, v. 13, n. especial, p. 411-437. Salvador, 2003. 
MEDEIROS, J. B. Redação Científica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
MELO BAPTISTA, J. Como melhorar a qualidade em sistemas de abastecimento de água. In: IV Congresso da 
Água. Lisboa, 1998. 
MEYER, S. T. O uso de cloro na desinfecção de águas, a formação de trihalometanos e os riscos potenciais à 
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004. 
NETTO, J. M.; RICHTER, C. Tratamento de água: tecnologia atualizada. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 
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