Buscar

RESUMO DIREITO PENAL III, Peculato, concussão, corrupção passiva, prevaricação

Prévia do material em texto

RESUMO – DIREITO PENAL III
Crimes contra a administração pública
*ESSES ARTIGOS SÃO OS QUE ESTÃO NO CADERNO*
Art. 312 – PECULATO
Pena: reclusão, 2 a 12 anos, e multa.
- Furto
- Apropriação
- Desvio
Apropriar-se de: bem móvel, dinheiro (espécie), valor (títulos).
Peculato próprio: Ocorre quando o funcionário apropria-se de dinheiro, valor ou bens móveis que tenham utilidade e possam ser mensurados economicamente, estando de sua posse em razão do cargo que ocupa na administração.
A posse em um primeiro momento é licita, pois tais objetos são acessórios delimitados ao desempenho funcional.
Assim como na apropriação indébita (168 CP), o agente recebe o bem móvel, dinheiro ou valor espontaneamente, não havendo a necessidade de praticar qualquer ação para obtenção da posse sobre a coisa. Entretanto de posse, passa a fazer isso como se dono fosse sendo essa a ação que caracteriza o delito, pois o uso ocorre em detrimento ao patrimônio da administração, deturbando sua conduta.
Peculato desvio: no peculato desvio o agente altera a destinação inicialmente planejada para determinado bem, dinheiro ou valor da administração. Contudo o faz em proveito próprio ou de terceiro de sua escolha, o que proporciona prejuízo a administração, principalmente ao administrado, que seriam os legítimos destinatários do bem desviado.
Nesta hipótese o agente público age em flagrante improbidade, na medida desse, ao dar destinação diversa ao patrimônio público causa significativo prejuízo econômico e também moral a administração pois compromete sua credibilidade e confiabilidade.
Peculato furto: ocorre a subtração do bem com propósito de posse definitiva havendo, portanto, transferência e inversão da posse.
Nesta hipótese o agente transfere e incorpora ao seu patrimônio o bem subtraído. Ainda que o objeto seja de uso temporário, se caracteriza prejuízo ao ente público o crime estará caracterizado pois haverá ocorrido uma modificação no estado natural da coisa subtraída.
Existe um dolo específico que é o de tornar-se dono da coisa através da inversão da posse, adquirindo domínio sobre a coisa.
Art. 312, § 1º
Relata a hipótese de peculato furto na qual o funcionário se aproveita de uma condição para ter acesso ao objeto pertencente a administração que pretende subtrair.
No peculato furto o agente não tem a posse sobre a coisa, porém tem um acesso facilitado a ele: dinheiro, valor, bens, em razão da sua condição de funcionário.
Art. 312, § 2º e § 3º
Pena: detenção 3 meses a 1 ano.
A forma culposa do peculato relata a hipótese do funcionário público concorre culposamente para o crime de outrem. 
O peculato culposo prevê a hipótese de reparação do dano (§ 3º) na qual o agente que causou prejuízo a administração por culpa em razão da sua dívida/falta de cuidado, caso venha a reparar o dano antes do trânsito em julgado da sentença condenatória a sua pena é extinta (107 CP).
Entretanto se optar pela reparação do dano após o trânsito em julgado da sentença condenatória, terá a sentença reduzida pela metade.
Art. 316 – CONCUSSÃO
Pena: reclusão, 2 a 8 anos, e multa.
Tipo objetivo: EXIGIR. Exigir tem o sentido de obrigar, ordenar, impor ao sujeito passivo a concussão da pretendida vantagem indevida.
Não se confunde com a conduta “solicitar”, como na hipótese da corrupção passiva, pois na concussão ocorre uma imposição, agindo o agente de forma imperativa, valendo-se do cargo que exerce.
Essa imposição ocorre com a utilização de uma certa violência, principalmente psicológica pois o agente se vale de sua condição para causar temor a vítima, esta por sua vez intimidada pela figura do representante do Estado, cede as exigências temendo por consequência grave que possa lhe ser acarretada.
Na concussão o funcionário DEVE EXIGIR de modo que aterrorize a vítima.
Obs.: o crime pode ocorrer pela via direta ou indireta. Será direta quando o agente formula a exigência diretamente a vítima ou de forma expressa. Será indireta quando a exigência se der por terceiro.
É um crime funcional impróprio tendo em vista que se o sujeito ativo não for funcionário público praticará o crime de extorsão.
Elementar: Vantagem Indevida.
A vantagem de regra será patrimonial, ou seja, de cunho e natureza econômica (financeira).
Não há necessidade de que o mal injusto prometido pelo agente público à vítima se consolide, bastando que cause o temor que a autoridade implica.
O agente pode não estar no momento da função, porém se vale do cargo público que é de conhecimento da vítima para fazê-lo.
Consumação: o crime se consuma com a simples exigência.
Não é necessário que se efetive o recebimento da vantagem indevida.
Tentativa: via escrita interceptada.
A concussão difere da extorsão pois deve-se obrigatoriamente ser praticado por funcionário público o que não ocorre na segunda hipótese, o que se vale da violência ou grave ameaça.
A concussão diferencia-se da corrupção passiva, pois nesta há um acordo entre corrupto e corruptor não ocorrendo a exigência.
Art. 316, § 1º
Exigir tributo ou contribuição social de forma que sabe ser indevido, ou sabendo ser devido, no ato da cobrança o faz de forma vexatória ou que a lei não autoriza. 
Pena: reclusão, 3 a 8 anos, e multa.
Trata-se de uma modalidade especial de concussão, tendo em vista que o beneficiário da vantagem é o próprio Estado.
Tipo objetivo: ocorre quando o funcionário exige tributo que sabe ser indevido.
Cobrança indevida e exagerada de tributos, quando realizada em desacordo com a legislação.
O crime ocorre ainda quando a cobrança se dá por meio vexatório.
Art. 316, § 2º
Pena: reclusão, 2 a 12 anos, e multa.
O crime é caracterizado pela conduta do agente que cobra o tributo indevidamente, revertendo o produto do crime para si ou para outrem. Nesta hipótese o benefício alcançado volta a ser em favor do agente, embora ocorra em uma situação peculiar, na qual seja a cobrança de tributos.
Art. 317 – CORRUPÇÃO PASSIVA
- Solicitar
- Receber 
- Aceitar
Elementar: Vantagem Indevida.
Pena: reclusão, 2 a 12 anos, e multa.
Trata-se de delito funcional, ou seja, praticado necessariamente por funcionário público no qual o agente tem a pretensão de alcançar algum tipo de vantagem por meio de solicitação, recebimento ou aceitação. 
Como contrapartida oferece a prestação de algum tipo de serviço ou a não realização/retardamento de outro.
O agente tendo o domínio da máquina pública em razão do cargo que ocupa, dela se vale para alcançar a vantagem ilícita privilegiando aquilo que é pretendido pelo particular.
Figuras: corrupto e corruptor.
Solicitar: nessa modalidade a iniciativa da corrupção é do próprio funcionário público que irá pedir/postular junto ao particular algum tipo de vantagem indevida, de forma direta ou indireta, implícita ou explicitamente em seu favor ou em favor de terceiro de sua indicação. Trata-se de uma ação positiva em que o próprio funcionário público da causa ao evento criminoso, sujeitando o particular a figurar como parte essencial do delito, caso venha a acolher a solicitação.
Entretanto não há a necessidade de que o particular atenda a solicitação para que o crime se consolide, bastando para tanto a mera solicitação.
Receber: a iniciativa para que o crime se realize é do corruptor (particular) pois este irá direta ou indiretamente entregar vantagem indevida ao funcionário público. Este por sua vez terá a opção de rejeitá-la, descaracterizando qualquer figura típica, restringindo o delito somente ao particular que estaria praticando corrupção ativa (333 CP).
Entretanto ao concordar com o recebimento, ocorre a caracterização do delito pois neste momento estaria alcançando a vantagem indevida.
Aceitar: assim como na anterior a iniciativa para cometimento do delito é do particular que irá oferecer a vantagem indevida ou promessa de vantagem cabendo ao funcionário público aceita-la ou não. Em aceitando o crime estará configurado.
É imprescindível que o particular faça a promessa de vantagem indevida,bastando ao funcionário público aceitá-la, não havendo necessidade de que tal promessa seja efetivamente cumprida.
Neste delito ocorre uma exceção a Teoria Monista (concurso de pessoas, 29 CP). De modo que o particular responde por um crime (corrupção ativa) ao passo que o funcionário público responde por outro crime (corrupção passiva).
A bilateralidade (receber e aceitar promessa) não é essencial por que o particular pode não aceitar dar a vantagem, bastando que tenha ocorrido a aceitação ou o recebimento.
A expressão “vantagem indevida” deve ser entendida de forma ampla, ou seja, não se restringe a uma vantagem financeira/patrimonial, como prevê o próprio texto da lei.
Art. 317, § 1º 
Aumento de pena em um terço caso o agente retarde, deixe de praticar qualquer ato de ofício ou pratique infringindo o dever funcional.
Art. 317, § 2º 
Se trata da forma privilegiada do delito.
Pena: detenção, 3 meses a 1 ano, ou multa.
A conduta do agente na forma privilegiada ocorre motivada por autopreservação no tocante ao trabalho ou ainda quando há influência de terceiro que se refere ao legislador. Ocorre no sentido de prestigiar ou bajular a pessoa que efetivamente tenha a pretensão de alcançar a vantagem indevida.
Consumação: núcleo solicitou: não necessita que o particular acolha a solicitação. Núcleo recebeu: se dá com a materialização da vantagem indevida, com o recebimento. Núcleo aceitar: diz respeito a promessa, bastando que o sujeito ativo concorde com a proposta do particular.
Para a consumação não necessita de resultado.
Art. 318 – CONTRABANDO OU DESCAMINHO
- Facilitar
- Contrabando
- Descaminho
Pena: reclusão, 3 a 8 anos, e multa.
Produto ilegal: não é permitido a importação e a introdução de produtos ilegais no Brasil.
Este tipo penal reflete a preocupação do legislador em relação a um seguimento específico, qual seja a introdução de produtos de origem estrangeira no território nacional, salvo aguardando o recolhimento de tributos.
Bem como a introdução de produtos que possam trazer prejuízos ao Estado e a população.
Neste caso, os funcionários públicos aptos ao cometimento deste delito são os da área de segurança (policiais), bem como aquele com incumbência de recebimento da tributação dos impostos de importação, tendo em vista a especificidade do objeto jurídico, que visa tutelar a administração pública no que se refere a arrecadação de impostos e preservação da população no tocante do consumo e utilização de produtos não controlados pelos órgãos competentes.
Art. 319 – PREVARICAÇÃO
- Retardar
- Deixar de praticar
- Praticar
Tipo objetivo: retardar, deixar de praticar ou praticar.
Retardar e deixar de praticar: conduta omissiva.
Praticar: conduta comissiva.
Pena: detenção, 3 meses a 1 ano, e multa.
Retardar: atrasar a realização de ato de ofício que deveria ser realizado em prazo pré-determinado, deixando fluir o tempo para sua execução causando por consequência prejuízo á administração bem como eventualmente ao particular se dependesse da realização deste ato.
Exemplo: funcionário do Cartório que por antipatia ao advogado, atrasa o mandado de soltura do cliente do mesmo.
Nessa modalidade, em algum momento o agente realiza a tarefa, entretanto prorroga sua execução o máximo que conseguir, por esse modo alcançará seu propósito.
Deixar de praticar: conduta omissiva, por meio da qual o agente devendo realizar determinado ato, permanece inerte com a intenção deliberada de não realizar.
A distinção que se verifica entre esta modalidade e a anterior reside no fato que naquele a pretensão do agente é de prorrogar o ato, ao passo que nessa o autor não pretende realiza-lo em nenhum momento.
Obs.: na modalidade retardar, o atraso deliberado poderá estar vinculado ao esgotamento de determinado prazo para realização do ato, o que inviabilizaria a efetivação deste ato. Na ausência do prazo pré-determinado o retardamento também pode caracterizar o crime, se a consequência for prejudicial a administração ou ao particular que dela depende.
Praticar ato de ofício não expresso em lei: significa que o funcionário pratica um ato ilegal, contrariando o ordenamento jurídico, constituindo uma infração administrativo-penal.
Tratando-se de conduta comissiva na qual há deliberadamente afronta a norma jurídica, esta modalidade configura conduta bem mais grave que as anteriores. Entretanto não há aumento de pena em razão desta conduta mais grave, mantendo-se a pena prevista inicialmente para o crime.
Nesta modalidade o agente ignora a legislação fazendo prevalecer o seu arbítrio em relação ao ato a ser desempenhado.
Bem jurídico tutelado: administração pública em relação ao administrado.
Elemento subjetivo: dolo, o agente age dolosamente com o propósito de satisfazer sentimento pessoal subjetivo material ou moral.
Consumação: com o retardamento ou omissão de ato de ofício SEM JUSTA CAUSA ou praticar ato de ofício fora da disposição legal.
Tentativa: em que pese sua dificuldade de se demonstrar a sua ocorrência no caso em concreto é admitida na modalidade “praticar ato de ofício”.
Art. 320 – CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
Pena: detenção, 15 dias a 1 mês, ou multa.
Tipo objetivo: omissão do funcionário público que exerce função hierarquicamente superior e mesmo se tomar conhecimento de que seu subordinado pratica infração administrativa ou penal não comunica tal fato a autoridade competente.
Omissão se dá por compaixão que caracteriza uma conduta complacente com a conduta inadequada do subordinado.
Art. 321 – ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
Pena: detenção, 1 a 3 meses, ou multa.
O patrocinar (proteger, defender, postular) direta ou indiretamente interesse de particular (privado) perante a administração pública, valendo-se da sua condição de funcionário.
A facilidade de acesso à administração, seja pelo conhecimento que o funcionário possui sobre determinado segmento da administração é o que caracteriza este delito. O crime se configura ainda pelo fato de que o funcionário se aproveita dessa sua condição para contatar superiores ou outros funcionários para que estes atendam o interesse privado de particular.
Na hipótese desse crime o agente se vale de certo prestígio que desfruta no interior das repartições públicas bem como a facilidade de acesso as informações; da camaradagem e amizade com outros funcionários para conseguir favores especiais em prol de interesse particular.
O que pune efetivamente e é reprimido pelo ordenamento jurídico é O PATROCÍNIO DE INTERESSE PRIVADO, pois muitas das vezes se estabelece conflito com os interesses da administração, comprometendo a lisura de suas ações, que não admite privilégios a quem quer que seja.
O patrocínio pode ser direto ou indireto (quando se utiliza de terceira pessoa). Nas duas modalidades presume-se que o agente aja aproveitando-se das facilidades que a sua condição de funcionário público lhe proporciona.
Interesse privado: qualquer finalidade/meta/objetivo a ser alcançado pelo particular perante a administração pública, patrocinado por funcionário público.
É irrelevante para caracterização do crime se o interesse privado é legítimo ou ilegítimo, porém, sendo ilegítimo teremos o crime na sua modalidade qualificada. O interesse ilegítimo confronta o interesse da administração, que por sua vez age em prol da coletividade, não desenvolvendo as suas atividades a partir do requerimento ou solicitação ou mesmo de patrocínio do particular.
O funcionário busca junto a administração que seja satisfeito interesse próprio, NÃO caracteriza esse crime, pois a elementar do tipo faz menção a interesse privado. Neste caso o funcionário responderia administrativamente por falta grave.
Consumação: ocorre com o patrocínio independente do resultado, não havendo necessidade de ocorrer o favorecimento.
Art. 322 – VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA
Pena: detenção, 6 meses a 3 anos, além da pena correspondente à violência.
Praticar/exercer violência (a violência aqui tratada é de viés corporal), abrangendo vias de fato, lesãocorporal ou mesmo homicídio.
É obrigatório que a conduta seja realizada pelo agente no desempenho da sua função pública ou a pretexto de exercê-la. O emprego da violência deve ser arbitrário desprovido de legitimidade devendo ser caracterizado por uma condição de pretensa superioridade do agente público em relação ao ofendido.
Violência quando autorizada por lei é exercida no limite da sua necessidade e não constituirá crime.
Consumação: com a efetiva prática da violência desde que realizada no exercício da função ou a pretexto de exercê-la.
Tentativa: é possível, na interceptação.
Tipo da ação: pública incondicionada, sendo desnecessário qualquer manifestação do ofendido ou seu representante legal.
Art. 323 – ABANDONO DE FUNÇÃO
Pena: detenção, 15 dias a 1 mês, ou multa.
Tipo objetivo: desguarnecer, deixar a função pública ou afastar-se mesmo que temporariamente ou largar intencionalmente o cargo que ocupa na administração pública.
Nesta hipótese o agente sem uma justificativa plausível (um exemplo de justificativa plausível seria: o agente acometido por doença), que autorizasse a deixar a função, seja por previsão legal ou por infortúnio justificável, abandona a função desempenhada comprometendo o bom andamento da administração naquele ofício que lhe foi confiado.
Há entendimento de que o abandono pode ocorrer sem que o funcionário se afaste da repartição pública, bastando que deixe de fazer suas funções, não sendo, entretanto, majoritário, pois a doutrina em parte entende que o abandono deverá ser completo, ou seja, exige a ausência física do agente.
Objeto jurídico: bom andamento da administração pública.
Art. 323, § 1º, § 2º Forma qualificada
A forma qualificada é quando ocorre com o resultado.
No § 1º o resultado é o Prejuízo. Com pena de: detenção, 3 meses a 1 ano, e multa.
É possível que em razão do abandono/afastamento, implique em flagrante prejuízo a administração, que aumenta a reprovabilidade da conduta, qualificando a figura típica.
Entretanto se o prejuízo for tão somente do particular não há do que se falar na configuração do crime na sua forma qualificada.
No § 2º o resultado é a Fronteira. Com pena de: detenção, 1 a 3 anos, e multa. 
Entende-se por faixa de fronteira aquela situada dentro de 150 Km ao longo das fronteiras nacionais. Tal qualificadora justifica-se pela importância estratégica que a administração ocupa nesses locais, especialmente nas regiões de fronteira seca, pois eventual abandono pode inclusive colocar em risco a própria segurança nacional pois se trata de regiões limítrofe com outros países. O abandono ocorrido nos chamados pontos sensíveis tais como as regiões de fronteira, por representar maio perigo, comprometendo até mesmo a segurança, será punido com maior rigor.
Art. 325 – VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL
Pena: detenção, 6 meses a 2 anos, ou multa.
Tipo objetivo: Revelar, facilitar.
Revelar: significa desvelar, ou seja, contar a alguém fato de que tem ciência em razão do cargo que ocupa e que deve permanecer em segredo, tornando possível ou acessível o conhecimento a terceiro de que desta informação não deveria saber.
A ação revelar, ou seja, de divulgar/declarar, fato que deveria ser mantido em sigilo afronta a administração pública na medida em que tal revelação poderá comprometer o bom andamento da máquina administrativa. Revelar segredo funcional corresponde a ação de ampliar o conhecimento de fato relevante para administração pública e que deveria se manter restrito a um número reduzido de pessoas, pois determinados assuntos não devem ser de conhecimento geral. Apesar de parecer uma conduta menos nociva o ato de FACILITAR o acesso a informação ou documentos a terceiros, em razão do cargo que ocupa também corresponde ao crime de violação de sigilo funcional, incorrendo, portanto nas mesmas penas.
A violação pode ocorrer pela via oral, documental ou virtual, independente do veículo utilizado para sua divulgação, desde que se trate de informação privilegiada, classificada quanto ao seu sigilo (reservado, confidencial, secreto), e de que o agente tem conhecimento em razão do cargo que ocupa.
Elementar: dado sigiloso da qual o agente público tem conhecimento em razão do cargo que ocupa.
Consumação: se consuma com a revelação do segredo em relação a primeira parte e com a facilitação do acesso as informações sigilosas (segunda parte), o momento consumativo é aquele que o agente revela a terceiro fato que teve ciência em relação ao seu cargo e que deveria ser mantido em segredo.8
Art. 325, § 1º
Mesma pena que do artigo, I – Permite ou facilita acesso a senhas e dados. II – Se utiliza do acesso restrito.
Exemplo: acesso de dados bancários do devedor em ações de execução penal.
Art. 325, § 2º 
Se da ação ou omissão resulta em dano a administração pública ou a outrem.
Pena: reclusão, 2 a 6 anos, e multa.

Continue navegando