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AS FASES DE UM PROJETO DE ARQUITETURAAS FASES DE UM PROJETO DE ARQUITETURAAS FASES DE UM PROJETO DE ARQUITETURAAS FASES DE UM PROJETO DE ARQUITETURA O projeto arquitetônico pode, de maneira simplificada, ser descrito como uma proposta para a solução de um problema de organização espacial. Ou seja, a partir de uma determinada demanda, procura-se adequar o espaço físico para que ele atenda às relações e/ou processos indicados por ela. É importante lembrar que o projeto de arquitetura configura-se em um meiomeiomeiomeio, não devendo ser encarado como um fim. Seu papel principal é comunicar aos executores a imagem mental formulada pelo arquiteto acerca do “problema” proposto. Na concepção de um projeto de arquitetura vários fatores devem ser levados em consideração, como os anseios e necessidades dos futuros usuários, as atividades que ocorrerão no ambiente projetado, o local onde o projeto será implantado – clima, entorno, infraestrutura .... - , o custo da construção e materiais mais adequados, o momento histórico, entre outros. Quanto mais complexa a demanda, maior a quantidade de dados fornecida e o número de profissionais envolvidos no processo. Assim, em casos onde o objetivo de uma construção é prover abrigo, e este é imaginado e construído pelo próprio usuário, o projeto formal é muitas vezes dispensado. Porém, à medida que surge a divisão do trabalho e o usuário concebe seu abrigo, transferindo a outro a tarefa de executar a construção, o projeto surge como forma de comunicação entre as partes, podendo, por vezes, constituir-se apenas em comunicação verbal. Em situações em que os papeis de usuário, projetista e construtor apresentam-se distintos, o projeto torna-se um veículo necessário de comunicação e registro de decisões entre as partes. Essa função do projeto torna- se ainda mais relevante nos casos em que as edificações apresentam alta complexidade - programática e técnica - e o projeto de arquitetura é complementado por diversos outros projetos, demandando profissionais especializados em diversas áreas para a sua execução. A demanda gerada pelo usuário constitui-se em um problema, cuja solução será concretizada através da elaboração de um projeto. Entre um extremo e outro desse processo, existem etapas projetuais que diferem umas das outras pelo seu grau de definição. Assim, o desenvolvimento de um projeto de arquitetura costuma ser “organizado” em fases distintas: � Determinação do programa � Definição do partido arquitetônico � Estudo preliminar � Anteprojeto � Projeto de execução PROGRAMA ARQUITETÔNICOPROGRAMA ARQUITETÔNICOPROGRAMA ARQUITETÔNICOPROGRAMA ARQUITETÔNICO O programa consiste em um levantamento de dados acerca do problema apresentado. São levantadas as necessidades – físicas e psicológicas - dos futuros usuários, assim como aspectos de ordem técnica que venham a interferir na proposta do projeto. Em algumas situações o projeto é concebido para atender um “usuário indefinido”. Isso acontece, por exemplo, quando um investidor encomenda um projeto para um determinado empreendimento que será ofertado a terceiros. Nesses casos, o programa é formulado a partir de pesquisas de mercado e do perfil de futuro usuário, além dos outros parâmetros relativos ao local de implantação e das demandas específicas para aquele projeto. Não existe “formulário padrão” para elaboração de um programa pois, para cada situação, diferentes parâmetros serão considerados e possuirão “pesos” diferenciados para o projeto. PARTIDO ARQUITETÔNICOPARTIDO ARQUITETÔNICOPARTIDO ARQUITETÔNICOPARTIDO ARQUITETÔNICO A partir dos dados fornecidos pelo programa, define-se um “caminho a seguir” no projeto. Para tanto, é importante que, além de atender aos requisitos programáticos, o partido arquitetônico considere o local de implantação e seu entorno, as limitações impostas pela legislação edilícia, os recursos materiais disponíveis, além de outros aspectos que possam interferir na implantação do projeto e sua futura utilização. ESTUDO PRELIMINARESTUDO PRELIMINARESTUDO PRELIMINARESTUDO PRELIMINAR A etapa de Estudo Preliminar consiste no desenvolvimento do partido arquitetônico proposto. Diferentes soluções são “testadas” e apresentadas ao cliente, de maneira a se chegar a uma forma e a uma ocupação inicial do espaço que atendam aos anseios dos futuros usuários. Dependendo do projeto a ser desenvolvido, aspectos de ordem técnica podem, por exemplo, possuir maior relevância que parâmetros subjetivos. Assim como na formulação do programa, não existe um único caminho a ser seguido para o desenvolvimento do projeto. Cada caso é um caso. ANTEPROJETOANTEPROJETOANTEPROJETOANTEPROJETO Uma vez definido o caminho a seguir, o anteprojeto deverá fornecer maiores dados sobre o estudo desenvolvido. Assim, nesta fase do desenvolvimento do projeto deverão ser explicitados de forma clara: � implantação do projeto � definição volumétrica � distribuição espacial das funções � tipologia construtiva e estrutural � solução plástica � acessos e circulações � definição de compartimentos � definição de aberturas � indicação de equipamentos � dimensionamento básico � especificação preliminar dos materiais a serem utilizados Quando existe a necessidade de um projeto de legalização, ele costuma ser elaborado a partir dos dados disponíveis na etapa de anteprojeto. PROJETO DE EXECUÇÃOPROJETO DE EXECUÇÃOPROJETO DE EXECUÇÃOPROJETO DE EXECUÇÃO O projeto de execução é o instrumento utilizado para a execução da obra. Ele deve conter todas as informações e detalhes necessários para que a idéia concebida saia do papel e se concretize conforme imaginada. Sua função primordial é informar, sendo um instrumento de caráter técnico. Os desenhos componentes do projeto de execução costumam ser compostos por plantas e elevações que devem indicar: � posição e dimensionamento de alvenarias – comprimentos, alturas, espessuras, desníveis � posição e dimensionamento de aberturas � definição e detalhamento de esquadrias � posição, dimensionamento e/ou especificação de equipamentos � indicação de materiais de acabamento � paginação de materiais – pisos, paredes e tetos � distribuição horizontal e alturas de tomadas – elétricas, telefone, interfone, lógica, antena etc � distribuição e especificação de luminárias e interruptores correspondentes � detalhes necessários à completa compreensão do espaço projetado Dependendo da complexidade do projeto, algumas das informações acima listadas poderão ser dispensadas ou venham necessitar de dados adicionais. Dependendo, também, do tamanho e da quantidade de dados a serem informados, essas informações podem ser distribuídas em um número maior ou menor de desenhos, podendo algumas delas ser agrupadas em uma mesma prancha. Em alguns casos, o desenvolvimento do projeto apresenta uma fase de PROJETO BÁSICO. Essa etapa é uma etapa intermediária entre o anteprojeto e o projeto de execução. Ele deve conter todas as informações necessárias para que se possa orçar o projeto com precisão, não requerendo os detalhes construtivos que não venham a interferir com o custo projeto. O projeto básico costuma ser utilizado nos casos de concorrências e/ou licitações. É uma maneira de permitir que o orçamento seja feito, preços comparados e, no caso de concorrências onde a liberação de verba para a construção é demorada, agilizar o andamento do processo. Nessas situações, o processo “burocrático” se dará paralelamente ao desenvolvimento do projeto de execução (que costuma ser demorado), poupando-se tempo. É muito importante lembrar que o projeto de arquitetura não se resume nele mesmo. Especialmente nos casos onde o objeto do programa é complexo, é necessária a elaboração deprojetos complementares – estrutura, instalações hidráulicas, de esgoto, elétricas, lógica, telefonia, gás, ar-condicionado, entre muitas outras. Nesses casos, a compatibilização desses projetos é muito importante para que o resultado final seja satisfatório. Muitas vezes, as soluções propostas são conflitantes, tanto entre as “disciplinas” complementares, quanto com o projeto de arquitetura, requerendo alterações e adaptações das propostas iniciais. Vencida a etapa de projeto, poderão surgir problemas no decorrer da execução da obra que venham a requerer alterações no projeto. Essas alterações devem ser registradas e, ao final da construção, é interessante que se faça o registro as-built do projeto. Esse documento servirá como base de dados para futuras intervenções e modificações.