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BOTÂNICA I
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
UNIASSELVI
2012
NEAD
Caderno de Estudos
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 580
P436b Pereira, Roberta Andressa
 Botânica I / Roberta Andressa Pereira. 2. Ed. Indaial : 
 Uniasselvi, 2012. 
 
 198 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830- 678-6
 1. Botânica I.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a)!
A diversidade biológica variou ao longo do tempo geológico em nosso planeta. Diversas 
propostas já surgiram procurando estabelecer uma ordem que pudesse classificar os seres 
vivos de acordo com suas características. 
Em tempos passados, Linnaeus recomendou dividir a Natureza em apenas três grupos: 
Animal, Vegetal e Mineral. (RAVEN et al., 2001). Com o avançar da Ciência, o surgimento 
de microscópios acurados, o desenvolvimento de técnicas minuciosas e a descoberta das 
células e suas estruturas internas e características moleculares, muitos cientistas propuseram 
a divisão em outros grupos. Os sistemas de classificação vão sofrendo alterações com o 
tempo, porque agregam os novos conhecimentos adquiridos pela Ciência. Uma teoria que 
teve grande aceitabilidade agrupa os organismos em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, 
Plantae e Animalia. 
Daremos início agora ao estudo da Botânica, também conhecida por Biologia Vegetal. 
Botânica é o ramo da Biologia que estuda as plantas, indo desde formas de organização simples, 
como os musgos, até as que atingiram o máximo de complexidade, como é o caso das plantas 
com flores. Seu campo é muito diversificado e amplo. Por razões didáticas e tradicionais, 
dividiremos o estudo das plantas em dois grupos: as criptógamas, que abrangem as briófitas 
e as pteridófitas; e as fanerógamas, que compreendem as gimnospermas e as angiospermas. 
Por ser uma caminhada longa, iremos apresentá-la em dois momentos diferentes: Botânica I 
e Botânica II.
No primeiro momento, trataremos dessas divisões, as relações filogenéticas e evolutivas 
desses grupos, a maneira correta de escrever o nome científico das plantas, a diferença 
entre células animais e vegetais, peculiaridades da célula vegetal e as características das 
criptógamas.
Este Caderno de Estudos tratará também dos fungos, conhecidos popularmente por 
bolores, orelhas-de-pau, cogumelos. Apesar desses não serem considerados vegetais e terem 
uma área exclusiva para o seu estudo, a Micologia, muitas vezes são vistos como um ramo 
dentro da Botânica. 
Outro grupo que abordaremos é o das algas. Na sua maioria, as algas são unicelulares. 
Várias linhas no processo evolutivo acabaram se tornando pluricelulares. As algas compreendem 
um agrupamento artificial e apresentam características tão diversas que chegam a ser 
classificadas em reinos diferentes. Apesar de possuírem pouca coisa em comum com as 
plantas, comumente são estudadas pela Botânica. 
iiiBOTÂNICA I
BOTÂNICA I iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
O objetivo deste caderno é servir como um guia para você, caro(a) acadêmico(a), em 
seus estudos. Desse modo, os conteúdos apresentados abordam tópicos principais que devem 
ser complementados com estudos mais aprofundados em bibliografia específica, sugeridas no 
final deste caderno, e em tópicos disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Vamos ao estudo do mundo das plantas, dos fungos e das algas? Bons estudos!
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
BOTÂNICA I
SUMÁRIO
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO À BOTÂNICA ..................................................................... 1
TÓPICO 1: INTRODUÇÃO À BOTÂNICA ........................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 O CONCEITO DE BOTÂNICA ....................................................................................... 3
3 PORÉM, O QUE É UM VEGETAL? UMA APRESENTAÇÃO NO REINO PLANTAE .......... 4
4 RELEMBRANDO A CÉLULA VEGETAL ....................................................................... 6
5 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS ORGANISMOS ....................................................... 8
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................ 9
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................. 11
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 12
TÓPICO 2: SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO ................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
2 O QUE É SISTEMÁTICA VEGETAL? ......................................................................... 15
3 OS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO ........................................................................ 16
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 25
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 26
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 27
TÓPICO 3: NOMENCLATURA BOTÂNICA ................................................................... 29
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 29
2 O CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA (CINB) ............... 30
3 TIPOS NOMENCLATURAIS ....................................................................................... 31
4 UNIDADES DE CLASSIFICAÇÃO .............................................................................. 32
5 REGRAS DE NOMENCLATURA VEGETAL ............................................................... 32
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 35
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 39
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 40
TÓPICO 4: COLEÇÕES BOTÂNICAS ........................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 43
2 UMA COLEÇÃO BOTÂNICA ESPECIAL: OS HERBÁRIOS ...................................... 44
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 50
RESUMO DO TÓPICO 4 ................................................................................................. 57
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 58
PRÁTICA - OBSERVAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE PTERIDÓFITAS ...........................59
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 65
UNIDADE 2: INTRODUÇÃO AO REINO FUNGI ............................................................ 67
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BOTÂNICA I vi
TÓPICO 1: O REINO DOS FUNGOS ............................................................................. 69
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 69
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 71
2 REPRODUÇÃO DOS FUNGOS .................................................................................. 74
2.1 REPRODUÇÃO ASSEXUADA ................................................................................. 74
2.2 REPRODUÇÃO SEXUADA ...................................................................................... 75
3 IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS ................................................................................... 77
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ....................................................................................... 77
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ....................................................................................... 88
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 92
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................ 94
TÓPICO 2: CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS ............................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 97
2 DIVISÃO CHYTRIDIOMYCOTA ................................................................................... 99
3 DIVISÃO ZYGOMYCOTA .......................................................................................... 102
4 DIVISÃO ASCOMYCOTA ........................................................................................... 106
5 DIVISÃO BASIDIOMYCOTA ....................................................................................... 111
6 DIVISÃO GLOMEROMYCOTA ................................................................................... 115
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................... 117
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 122
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 123
TÓPICO 3: AS ALGAS ................................................................................................. 125
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 125
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ALGAS ............................................................ 126
3 IMPORTÂNCIA DAS ALGAS .................................................................................... 127
4 OS DIFERENTES GRUPOS DE ALGAS .................................................................. 129
4.1 FILO CHLOROPHYTA ............................................................................................. 130
4.2 FILO PHAEOPHYTA ............................................................................................... 132
4.3 FILO RHODOPHYTA ............................................................................................... 132
4.4 FILO BACILLARIOPHYTA ........................................................................................ 133
4.5 FILO CHRYSOPHYTA ............................................................................................. 134
4.6 FILO EUGLENOPHYTA .......................................................................................... 135
4.7 FILO DINOPHYTA ................................................................................................... 136
4.8 FILO CHAROPHYTA ............................................................................................... 137
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 138
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 142
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 143
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 144
UNIDADE 3: REINO PLANTAE .................................................................................... 145
BOTÂNICA I vii
TÓPICO 1: PLANTAS AVASCULARES – AS BRIÓFITAS .......................................... 147
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 147
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ..................................................................................... 147
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BRIÓFITAS ...................................................... 151
3 REPRODUÇÃO E CICLO DE VIDA DAS BRIÓFITAS .............................................. 155
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ..................................................................................... 159
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 163
TÓPICO 2: PLANTAS VASCULARES SEM SEMENTES – AS PTERIDÓFITAS ........ 165
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 165
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS .................................................................................. 167
3 REPRODUÇÃO E CICLO DE VIDA DAS PTERIDÓFITAS ....................................... 168
4 SELAGINELA E SEU CICLO DE VIDA .................................................................... 172
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 175
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 179
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 181
TÓPICO 3: METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA ............................... 183
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 183
2 PROPOSTAS PARA AS AULAS ............................................................................... 184
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 192
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 193
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 194
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 195
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UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
OBjETIvOs DE ApRENDIzAgEm
 A partir desta unidade você será capaz de:
	conceituar Botânica e vegetal;
	nomear as principais características das plantas e as estruturas 
peculiares à célula vegetal;
	identificar as principais categorias taxonômicasdos vegetais;
	explicar a origem do oxigênio e a fotossíntese bacteriana;
	diferenciar sistemática e taxonomia;
	conhecer os sistemas de classificação dos organismos e o 
Código Internacional de Nomenclatura Botânica;
	reconhecer as coleções botânicas e as principais etapas da 
realização e manutenção de um herbário.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
TÓPICO 2 – SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
TÓPICO 3 – NOMENCLATURA BOTÂNICA
TÓPICO 4 – COLEÇÕES BOTÂNICAS
pLANO DE EsTUDOs
Esta primeira unidade está dividida em quatro tópicos. No final 
de cada um deles você encontrará atividades que contribuirão para a 
sua reflexão e análise dos conteúdos explorados.
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INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 1
Há mais ou menos uns 550 milhões de anos os continentes eram apenas desertos. Naquela 
época, os seres vivos habitavam somente os mares. Foram as algas verdes primitivas, ancestrais 
das plantas atuais, os primeiros organismos a colonizar a terra firme. O ambiente era extremamente 
seco em comparação ao ambiente marinho, porém, era um imenso território a ser conquistado, 
sem que houvesse competidores para impedir o desenvolvimento. Graças à capacidade de realizar 
fotossíntese, com isso, autossuficientes em termos alimentares, as plantas não dependiam de outros 
seres vivos para se estabelecerem em terra firme. Com isso, puderam evoluir e diversificaram. 
Neste tópico vamos apresentar o Reino Plantae, bem como as suas principais características e a 
importância das plantas para o meio ao longo de sua evolução em nosso planeta.
2 O CONCEITO DE BOTÂNICA
Segundo Raven, Evert e Eichhorn (2001, p. 1), podemos conceituar “Botânica como a 
parte da biologia que estuda os vegetais em todos os aspectos possíveis. É importante frisar 
que algas e fungos NÃO são plantas. Por possuírem forma de vida bem distinta, pertencem a 
reinos próprios, mas são estudados aqui por questão de tradição”. 
De acordo com os mesmos autores, a palavra “botânica” provém do grego botané, 
significando planta, e deriva do verbo boskein, “alimentar”. Entretanto, as plantas são importantes 
não apenas por servir como fonte de alimento.
Você já parou para pensar como os vegetais são importantes nas nossas vidas? Eles 
nos fornecem o oxigênio que respiramos, fibras para a confecção de tecidos, especiarias para 
temperos, matéria-prima para a produção de papel (para livros como este que você tem em 
mãos), madeira para mobiliário, fonte de combustível, compostos químicos para fabricação de 
medicamentos e perfumaria. O estudo da biologia vegetal se deu devido à domesticação das 
plantas, através do desenvolvimento das comunidades humanas ao longo do tempo.
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3 PORÉM, O QUE É UM VEGETAL?
UMA APRESENTAÇÃO NO REINO PLANTAE
Você seria capaz de definir vegetal? Se você fizer uma pesquisa, com certeza, em algum 
momento ouvirá como resposta que: planta é todo ser vivo verde e que não se movimenta. 
Observe a figura a seguir:
FIGURA 1 - MATA ATLÂNTICA NO INTERIOR DO PARQUE NACIONAL DA 
SERRA DOS ÓRGÃOS (RJ)
FONTE: Ab’Sáber (2008) Foto de Luiz Claudio Marigo (p. 186)
Uma observação mais atenta de um jardim ou do interior de uma floresta, como a figura 
acima, tirada dentro da Mata Atlântica, provavelmente revelará uma grande diversidade de seres 
vivos. Esta característica é facilmente observada entre o grupo das plantas. Porém, será que 
todas as plantas são iguais? Todas produzem flores e frutos? Todas são verdes? Será que elas 
não se movimentam? O que podemos dizer sobre alguns organismos fotossintéticos aquáticos 
que compreendem uma grande diversidade de formas de vida, incluindo algas verdes e não 
verdes e grupos relacionados?
Assim como Judd et al. (2008, p. 1), iremos considerar “as plantas verdes uma grande 
linhagem que inclui as assim chamadas algas verdes e as plantas terrestres”. (Figura 2). 
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FONTE: Judd et al. (2008, p. 2)
FIGURA 2 – FILOGENIA DAS PLANTAS VERDES (ILUSTRADA EM UMA ÁRVORE 
FILOGENÉTICA)Atributos estruturais que caracterizam grupos são indicados 
nos ramos onde se acredita que esses caracteres tenham evoluído. As relações 
filogenéticas entre hepáticas, antóceros e musgos não estão claras. 
Além de serem organismos eucariontes, pluricelulares e autótrofos, compartilharem 
algumas características, como, por exemplo:
- presença dos pigmentos fotossintéticos (clorofila a e b) e pigmentos acessórios (como caro-
tenoides e ficobilinas); 
- reserva energética, em geral, na forma de amido, substância oriunda do processo da fotos-
síntese; 
- celulose como o principal componente da parede celular;
- possuem embriões multicelulares;
- apresentam gametófito dependente nutricionalmente do esporófito.
Quanto ao tamanho, podemos observar plantas com dimensões muito variadas, como, 
por exemplo, os musgos e as sequoias, consideradas como os maiores seres vivos em altura 
e biomassa da Terra. 
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Gás carbônico + água água + gás oxigênio + carboidrato
Luz e clorofila
 
FONTE: A autora
Além das plantas, alguns protistas, bactérias fotossintetizantes e cianobactérias também 
realizam a fotossíntese.
Os animais e os fungos não possuem tal capacidade e, por esse motivo, são seres 
denominados de heterotróficos (do gr. hétero ‘outro’; ‘diferente’; trophé, ‘alimento’ + suf. ico, 
‘natureza de’), isto é, são organismos que não podem produzir compostos orgânicos, obtendo-
os prontos do meio.
4 RELEMBRANDO A CÉLULA VEGETAL
O termo célula vem do latim cellula e quer dizer pequena cela. As células são 
consideradas as unidades estruturais e funcionais que constituem todos os organismos vivos 
(com exceção dos vírus). 
Todas as células compartilham duas características essenciais: a presença da membrana 
QUADRO 1 – PROCESSO DA FOTOSSÍNTESE
Há representantes vegetais em quase todos os ambientes de nosso planeta, tanto 
terrestres quanto aquáticos, onde encontramos espécies dulcícolas, marinhas e de água 
salobra. Muitos pesquisadores concentram suas pesquisas nas plantas terrestres, também 
chamadas de embriófitas.
As plantas terrestres apresentam histórias de vida com duas gerações (um 
esporófito diploide e um gametófito haploide), esporos de paredes espessas, 
um estágio embrionário no ciclo de vida, estruturas especializadas que prote-
gem os gametas (arquegônios para os óvulos e anterídios para os gametas 
masculinos) e uma cutícula (uma camada cerosa protetora acima das células 
epidérmicas). Junto com estes caracteres morfológicos em comum, numerosos 
caracteres de DNA sustentam que este grupo é monofilético, isto é, as plantas 
representam um único ramo da árvore da vida. (JUDD et al., 2008, p. 2).
Outra característica muito importante das plantas diz respeito à sua forma de nutrição. As 
plantas são classificadas como seres autótrofos (do grego autós, ‘si próprio’; trophé,‘alimento’), ou 
seja, são seres que sintetizam as substâncias nutritivas por eles requeridas a partir de substâncias 
inorgânicas obtidas do seu ambiente. As plantas são capazes de sintetizar (fabricar) seus próprios 
compostos orgânicos através da fotossíntese. Na fotossíntese, na presença da energia solar e da 
clorofila, gás carbônico e água são usados para a síntese de carboidratos, geralmente a glicose. 
Nesse processo há formação de gás oxigênio, que é liberado para o meio.
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plasmática,que separa os conteúdos celulares do meio externo, e a presença de material 
genético. 
O modo como esse material genético está organizado na célula distingue as células 
procarióticas das eucarióticas. Nas células eucarióticas, observamos uma membrana nuclear, 
a carioteca, delimitando o DNA, enquanto que. nas células procarióticas. esse envolto nuclear 
está ausente, embora o material genético esteja localizado numa região bem definida, conhecida 
como nucleoide. Os procariotos atuais estão representados por Archae e bactérias, incluindo as 
cianobactérias, um grupo de bactérias fotossintetizantes, que eram, antigamente, conhecidas 
como algas azuis. 
A célula vegetal (Figura 2) assemelha-se às células animais, pois apresenta estruturas 
comuns em ambas. Entretanto, há algumas estruturas que são peculiares à célula vegetal, como, 
por exemplo, a presença de: parede celular, que envolve a membrana plasmática; vacúolos, 
que participam de vários processos metabólicos; e plastídios, que podem conter pigmentos 
ou armazenar substâncias. 
Além dessas organelas, é considerada característica típica da célula vegetal as 
substâncias ergásticas, que são substâncias orgânicas ou inorgânicas resultantes do 
metabolismo celular que não fazem parte da estrutura da célula. Como exemplo, podemos citar 
o amido, que é um polissacarídeo encontrado nas plantas com função de reserva; substâncias 
lipídicas, como óleos e ceras; cristais de composição variada, entre outras substâncias.
FONTE: Disponível em: <http://calazans.ccems.pt/cn/images/celvegetal1.jpg>. Acesso 
em: 21 jul. 2010.
FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UMA CÉLULA VEGETAL
A parede celular envolve a membrana plasmática, a qual, por sua vez, envolve o citoplasma, 
o núcleo e as demais organelas. 
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5 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS ORGANISMOS
O arranjo sistemático dos organismos varia conforme diferentes autores, uma vez que 
alguns reúnem os indivíduos mais abrangentes, outros os separam em um maior número de 
táxons. Para fins didáticos, consideremos a seguinte organização:
FONTE: Adaptado de Raven et al.( 2001, p. 247)
* Atualmente denominado Eumycota.
**Atualmente denominado Protoctista.
Note que no grupo dos fungos, apresentado no Quadro 1, não estão inclusos os filos 
Oomycota, Hyphochytridiomycota, Labyrinthulomycota, Myxomycota, Plasmodiophoromycota, 
Dictyosteliomycota e Acrasiomycota. Eles fazem parte de outros reinos. A discussão sobre 
taxonomia de fungos será abordada mais adiante.
Nos sistemas de classificação mais utilizados encontramos o Reino Plantae, grupo não 
monofilético, com dez divisões (Quadro 2). É interessante ressaltar que apenas as briófitas 
(como é chamado popularmente o grupo de plantas avasculares), as pteridófitas (Lycophyta e 
QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DE ORGANISMOS VIVOS INCLUÍDOS NESTE LIVRO
REINOS DIVISÕES
FUNGI*
Chytridiomycota
Zygomycota
Ascomycota
Basidiomycota
Glomeromycota
PROTISTA**
Chlorophyta
Phaeophyta
Rhodophyta
Bacillariophyta
Chrysophyta
Euglenophyta
Dinophyta
Charophyta
PLANTAE
Avasculares
Bryophyta
Hepatophyta
Anthocerophyta
Vasculares
Lycophyta
Monilophyta
Coniferophyta
Cycadophyta
Gnetophyta
Ginkophyta
Magnoliophyta
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Monilophyta), as gimnospermas (Coniferophyta, Cycadophyta, Gnetophyta e Ginkophyta) e as 
angiospermas (Magnoliophyta) são consideradas PLANTAS. Erroneamente, muitas pessoas 
acreditam que fungos (organismos do Reino Fungi) e algas são plantas. Observe que estes 
organismos não fazem parte do Reino Plantae.
Esses grupos vegetais podem ser inicialmente divididos em dois grupos: plantas 
avasculares e vasculares. As plantas avasculares, chamadas popularmente de briófitas, 
são desprovidas de tecidos vasculares, ou seja, vasos condutores de seiva (substâncias 
nutritivas). As vasculares, chamadas de traqueófitas, apresentam vasos condutores de seiva 
pelo organismo. Esses vasos agem como verdadeiros sistemas de tubos transportadores de 
seiva bruta (água e sais minerais) e seiva elaborada (água e açúcares produzidos durante a 
fotossíntese).
NO
TA! �
A evolução de um sistema condutor nas plantas
Dentre as plantas vasculares sem sementes encontramos as divisões Lycophyta, 
incluindo as famílias Selaginellaceae, Lycopodiaceae e Isoetaceae, e Monilophyta, com quatro 
classes: Psilotopsida, Equisetopsida, Marattiopsida e Pteridopsida.
Dentre as plantas vasculares com sementes, podemos apontar dois grupos: plantas 
onde as sementes ficam desprotegidas, ou seja, expostas externamente no órgão reprodutor 
(chamadas de Gimnospermas, do grego gymnos, ‘nu’; sperma, ‘semente’); e as plantas que 
possuem suas sementes abrigadas no interior de frutos (conhecidas por Angiospermas, do 
grego aggeion, ‘recipiente’, ‘vaso’; sperma, ‘semente’). 
LEITURA COMPLEMENTAR
ORIGEM DO OXIGÊNIO E FOTOSSÍNTESE BACTERIANA
Sônia Lopes 
Sérgio Rosso
O oxigênio liberado pela fotossíntese realizada pelos eucariontes e pelas cianobactérias 
provém da água, e não do gás carbônico, como se pensava antigamente.
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Essa equação mostra que H2A pode ser a água (H2O) ou o sulfeto de hidrogênio (H2S) 
e evidencia que, se for água, ela é a fonte de oxigênio na fotossíntese.
Essa interpretação foi confirmada posteriormente, na década de 1940, por experimentos 
em que pesquisadores forneciam às plantas água cujo oxigênio era de massa 18 (O18, isótopo 
pesado do oxigênio) em vez de 16 (O16), como o oxigênio da água comum. Eles verificaram que 
o oxigênio liberado pela fotossíntese era o O18, corroborando a interpretação de Van Niel.
Ficou comprovado, então, que o oxigênio liberado durante a fotossíntese dos eucariontes 
e das cianobactérias provém da água e não do gás carbônico.
FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/bioquimica/bioquimica9.php>. Acesso 
em: 11 ago. 2010.
Foi a compreensão desse processo de fotossíntese que levou o pesquisador a propor 
a equação geral da fotossíntese:
Equação geral da fotossíntese 
 
 luz
C O2 + 2 H2 A (C H2 O) + H2 O + 2 A
Fotossíntese bacteriana
 luz
C O2 + 2 H2 S C H2 O + H2 O + 2 S
O primeiro pesquisador a propor isso foi Cornelius van Niel, na década de 1930, quando 
estudava bactérias fotossintetizantes. Ele verificou que as bactérias vermelhas sulfurosas 
(ou tiobactérias púrpuras) realizavam uma forma particular de fotossíntese em que não havia 
necessidade de água nem formação de oxigênio. Essas bactérias usam gás carbônico e sulfeto 
de hidrogênio (H2S) e produzem carboidratos e enxofre. Van Niel escreveu, então, a fórmula 
geral da fotossíntese realizada por essas bactérias:
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
● Botânica é definida como a área da Biologia que estuda as plantas.
● O estudo da biologia vegetal se deu devido à domesticação das plantas através do 
desenvolvimento das comunidades humanas ao longo do tempo. 
● As plantas são organismos eucariontes, pois vão apresentar células com núcleo 
compartimentalizado, tendo em seu citoplasma ultraestruturas membranosas, além de fibras 
e tubos proteicos.
● Encontramos também nas células vegetais estruturas peculiares, como, por exemplo, parede 
celular, vacúolos, plastos e substâncias ergásticas.
● Uma das características mais importantesdas plantas é quanto à sua forma de nutrição, ou 
seja, elas são classificadas como seres autótrofos, através da fotossíntese.
● Dentre todas as divisões apresentadas do Reino Plantae, três referem-se a plantas avasculares 
(destituídas de tecidos vasculares), enquanto sete são plantas vasculares (traqueófitas).
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1 Procure na literatura ou faça uma busca na internet e defina, sucintamente, os 
seguintes termos:
a) Monofilético:
b) Polifilético:
c) Parafilético:
2 As plantas compreendem um grupo monofilético. Cite algumas características comuns 
às plantas terrestres.
3 Comparando com células animais, assinale os componentes presentes apenas nas 
células vegetais:
( ) Parede celular primária.
( ) Parede celular secundária.
( ) Membrana plasmática.
( ) Retículos endoplasmáticos.
( ) Plastos.
( ) Mitocôndrias.
( ) Vacúolos.
( ) Ribossomos. 
( ) Peroxissomos.
( ) Lisossomos.
( ) Substâncias ergásticas.
( ) Complexo golgiense.
( ) Nucléolo.
4 Em relação ao oxigênio liberado durante a fotossíntese, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Provém somente das moléculas de água.
b) ( ) Provém tanto das moléculas de água quanto das de gás carbônico.
c) ( ) Provém somente das moléculas de gás carbônico.
d) ( ) Provém somente das moléculas de glicose.
5 Podemos afirmar que os pinheiros, assim como todas as gimnospermas, apresentam 
como característica marcante. 
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Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O grande porte das plantas.
b) ( ) A produção de frutos como o pinhão.
c) ( ) A produção de folhas reduzidas.
d) ( ) A produção de sementes nuas. 
e) ( ) A produção de semente carnosa e atrativa para os animais, já que não há um 
fruto que desempenhe esta função.
6 Indique o grupo de organismos onde todos apresentam sementes.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pinheiros, limoeiros e gramas. 
b) ( ) Samambaias, bromélias e castanheiras.
c) ( ) Araucárias, musgos e orquídeas.
d) ( ) Bambus, algas e cafezeiros.
e) ( ) Cogumelos, cactáceas e figueiras.
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SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
UNIDADE 1
Neste tópico estudaremos a sistemática vegetal, os sistemas de classificação e o grande 
pesquisador Carolus Linnaeus.
2 O QUE É SISTEMÁTICA VEGETAL?
De acordo com Simpson (1971), a sistemática é o estudo científico da diversidade dos 
organismos e de todas as relações entre eles. Muitos pesquisadores consideram os termos 
sistemática e taxonomia sinônimos. Outros, entretanto, destinam a designação Taxonomia para 
a ciência que elabora as leis da classificação e Sistemática para a que cuida da classificação 
dos seres vivos (BARROSO, 1978). “Sistemática é a ciência da diversidade dos organismos. 
Envolve a descoberta, a descrição e a interpretação da diversidade biológica, bem como a 
síntese da informação sobre a diversidade, na forma de sistemas de classificação preditivos.” 
(JUDD et al., 2008, p. 2).
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A sistemática compreende a identificação, a nomenclatura e a 
classificação.
● Identificação: é a determinação de um táxon como idêntico ou 
semelhante a outro já conhecido. Pode ser feita com o auxílio de 
literatura ou pela própria comparação de um táxon com outro de 
identidade conhecida. Táxon é o termo estabelecido pelo Código 
Internacional de Nomenclatura Botânica para designar uma unidade 
taxonômica de qualquer hierarquia (família, gênero, espécie, 
subespécie etc.).
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● Nomenclatura: está relacionada com o emprego correto dos 
nomes das plantas e compreende um conjunto de princípios, 
regras e recomendações aprovados em congressos internacionais 
de botânica e publicados num contexto oficial.
● Classificação: é a ordenação das plantas em um táxon. Cada 
espécie é classificada como membro de um gênero, cada gênero 
pertence a uma família. As famílias estão subordinadas a uma 
ordem, cada ordem a uma classe, cada classe a uma divisão.
Muitas vezes, usamos mal o termo classificação quando o emprega 
como sinônimo de identificação. Quase se dá nome a uma planta 
já conhecida, isto é, já descrita, identifica-se ou determina-se o 
táxon, ao passo que quando se procura localizar uma planta ainda 
não conhecida, dentro de um sistema de classificação, estamos 
classificando a planta.
FONTE: BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F.; 
GUIMARÃES, E.F. & COSTA, C.G. Sistemática de Angiospermas do 
Brasil. 2. ed. V. 1. Viçosa: UFV, 2002.
3 OS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
Desde a Antiguidade, busca-se uma classificação ideal para os organismos vivos. 
Aristóteles os separava em animais ou plantas. Depois disso, outros sistemas foram propostos. 
Nessas circunstâncias, podemos dizer que existem vários sistemas de classificação, que estão 
compreendidos em quatro períodos distintos: classificação baseada no hábito das plantas, 
sistema artificial, sistema natural e o filogenético. 
Podemos considerar que a classificação baseada no hábito das plantas foi proposta 
inicialmente por Theophrastus, em 370 a.C. Theophrastus separou as plantas de acordo com o 
seu hábito e diferenças florais. Outro observador importante deste período foi o bispo Albertus 
Magnus (1193-1280), que, analisando a quantidade de cotilédones e a estrutura do caule, 
arranjou as plantas em mono e dicotiledôneas.
O sistema artificial foi assim denominado porque se baseava numa única característica 
da planta. Iniciou-se com Linnaeus (Lineu em português) em meados do século XVIII. Embora 
sua classificação seja dita artificial, tendo base nas semelhanças estruturais e anatômicas entre 
as espécies, foi considerada um grande marco na classificação dos organismos. Ele propôs 
um sistema de classificação dos seres vivos no qual a unidade básica da classificação é a 
espécie. Espécies semelhantes são agrupadas em um mesmo gênero. Gêneros semelhantes 
são agrupados em uma mesma família. 
Famílias semelhantes são agrupadas em ordens, que são agrupadas em classes, que 
são agrupadas em filos ou divisões, que são agrupadas em reinos. Lineu também foi o naturalista 
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 I FONTE: Disponível em: <http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/
intromicro/intromicro.html>. Acesso em: 25 set. 2012.
FIGURA 4 - A ÁRVORE DA VIDA DE HAECKEL
responsável por tornar popular o uso de um sistema binomial para nomear os organismos. 
Mais adiante, falaremos mais sobre nomenclatura botânica.
No século XIX, o sistema artificial proposto por Lineu foi substituído pelo sistema natural, 
que está baseado na afinidade natural das plantas. Desta maneira, o sistema não dependia mais 
de uma única característica anatômica e estrutural, mas sim, de toda a organização vegetal. 
Considerava os aspectos evolutivos, reprodutivos, fisiológicos e celulares da espécie. As plantas 
eram então arranjadas em grupos afins, pela existência de particularidades comuns. 
Haeckel (1834-1919) sugeriu a criação de um terceiro reino (ver Figura 4). “Propôs a 
classificação natural de três reinos: animal, vegetal e protista. Tinha a intenção de separar os 
seres vivos mais primitivos das plantas e animais, e afirmava que os organismos maiores se 
desenvolveram a partir de ancestrais protistas”. (MARGULIS; SCHWARTZ, 2001,p. 6).
 Porém, ainda ficaram muitas dúvidas quanto à correta classificação das bactérias e 
dos fungos.
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Em 1939, Copeland (apud HORTA-JUNIOR et al., 2010, p. 22) sugeriu “o agrupamento 
dos organismos em quatro reinos: Monera (onde se incluíam as bactérias e algas azuis), 
Proctista (representado por algas, protozoários e fungos), Metaphyta (plantas de maneira geral) 
e Metazoa (agrupando os animais pluricelulares)”. (Figura 5).
FIGURA 5 - ADAPTAÇÃO DA PROPOSTA DOS QUATRO REINOS DE COPELAND
 FONTE: Lopes; Rosso (2010, p. 20)
Já no final do século XX, baseado nos avanços da bioquímica, da genética e da evolução, 
Whittaker (Figura 6) criou o sistema de classificação em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, 
Plantae e Animalia.
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FIGURA 6 - ADAPTAÇÃO DA PROPOSTA DOS CINCO REINOS DE WHITTAKER
FONTE: Disponível em: <http://www.netxplica.com/manual.virtual/exercicios/bio11/classificacao.
whittaker.htm>. Acesso em: 20 set. 2012.
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MAIS REINOS PARA A VIDA
O ecologista Robert Whittaker notou que dividir os seres vivos em 
animais e vegetais não era suficiente.
Como você organiza suas camisetas? Algumas pessoas as separam 
por cor, outras as classificam pelo tecido. Há quem prefira dividi-
las somente em dois grupos: “mangas curtas” e “mangas longas” 
ou “para sair” e “para trabalhar”. Independentemente de critérios, 
estamos sempre procurando organizar os objetos à nossa volta, 
classificá-los em grupos, para facilitar o reconhecimento deles.
Com a biologia não é diferente. Os milhões de seres da natureza 
estão divididos em grupos, para que possam ser mais bem 
estudados. Diversos sistemas já foram criados na tentativa de 
classificá-los. O mais conhecido, que ainda é bastante utilizado, 
foi elaborado em 1969 pelo ecologista norte-americano Robert 
Whittaker (1920-1980). Ele dividiu os seres vivos em cinco 
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grandes reinos, de acordo com características de sua célula e sua 
alimentação. 
São eles:
● PLANTAE OU METAPHYTA (PLANTAS)
Este é o reino das plantas. Elas são todas pluricelulares, eucariontes 
e autotróficas, isto é, capazes de produzir o próprio alimento. 
Excetuando algumas algas flageladas, as plantas não dispõem de 
meios de locomoção e possuem parede celular de celulose.
● FUNGI
Compreende os fungos, que são organismos um tanto particulares. 
São eucariontes, uni ou pluricelulares, possuem parede celular de 
quitina e são heterotróficos por absorção. Ou seja, alimentam-se 
absorvendo moléculas orgânicas do ambiente, sem destruir as 
células ativamente, como protistas e animais. A maioria vive da 
decomposição de matéria orgânica, mas alguns são parasitas, 
causando doenças.
● ANIMALIA OU METAZOA (ANIMAIS)
É o reino dos animais. Todos os seus indivíduos são eucariontes, 
pluricelulares e heterotróficos, isto é, não podem sintetizar o próprio 
alimento. Não possuem parede celular e, em geral, ao menos em 
uma fase da vida possuem forma móvel, capaz de se locomover 
pelo ambiente.
● PROTISTA
Os seres desse reino são eucariontes que não formam tecidos, 
podendo, no entanto, constituir colônias. Em geral, são maiores 
que as bactérias – algumas amebas do gênero Chaos atingem 
cinco milímetros. Pela classificação tradicional, a maioria das algas, 
por não apresentar tecidos verdadeiros, também é considerada 
protista, inclusive a exótica euglena, que se move com um flagelo 
e é capaz de consumir matéria orgânica – isto é, trata-se de uma 
alga “carnívora”. Protistas podem ser livres ou parasitas, causando 
males como leishmaniose e doença de Chagas.
● MONERA
É o reino das bactérias. Todas as bactérias são unicelulares e 
procariontes, isto é, não têm membrana nuclear (o material genético 
fica no próprio citoplasma). Elas medem de 0,5 a 5 micrômetros, 
e algumas delas, como as cianobactérias, são autótrofas, ou seja, 
produzem o próprio alimento, por quimiossíntese ou fotossíntese. 
A maioria das bactérias é livre, mas várias são parasitas e causam 
doenças sérias, como cólera e antraz.
FONTE: Ciências da natureza: Biologia I. Abril coleções: Curso preparatório 
Enem. São Paulo: Abril, 2011, p. 67.
De acordo com Margulis; Schwartz (2001, p. 6), resumidamente os cinco reinos são: 
Bacteria, com dois sub-reinos Archaea e Eubacteria; Protoctista, onde en-
contramos algas, protozoários, mofos-de-lodo e outros organismos aquáticos 
menos conhecidos e parasíticos; Animalia, incluindo animais vertebrados e 
invertebrados; Fungi, abrangendo cogumelos, leveduras, orelhas-de-pau; 
e Plantae, que compreende plantas vasculares e avasculares. Esses cinco 
reinos estão agrupados em dois super-reinos, o Prokarya (contendo somente 
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o reino dos protistas) e Eukarya (que inclui todos os quatro reinos restantes). 
Essa separação em dois super-reinos leva em consideração a presença ou 
não da membrana nuclear. 
No final da década de 1990, Cavalier-Smith propôs uma nova classificação. Separou 
os organismos também em cinco reinos, denominados: Protozoa, Plantae, Animalia, Fungi e 
Chromista (no lugar de Bacteria) (CAVALIER-SMITH, 1998).
A taxonomia vegetal deu um grande salto quando Eichler surgiu e sugeriu uma primeira 
versão de um sistema baseado nas relações genéticas. É importante esclarecer que este 
sistema ainda não é considerado um sistema filogenético moderno, entretanto, ele já aceitou 
o conceito de evolução. 
De acordo com Barroso et al. (2002, p. 28), “Eichler dividiu o reino Plantae em dois 
grupos: plantas fanerógamas e criptógamas. Dentro das fanerógamas, distinguiu duas divisões: 
Angiospermae e Gimnospermae. No grupo das criptógamas, separou as briófitas em musgos 
e hepáticas e as pteridófitas em três grupos menores”.
Em 1892, Engler complementou as pesquisas de Eichler. Ao observar caracteres como 
tipo e desenvolvimento da raiz e do caule, nervação das folhas, presença ou ausência de 
bainha foliar, números de peças florais e, principalmente, no número de cotilédones no embrião, 
subdividiu as angiospermas em mono e dicotiledôneas. Os trabalhos de Engler tiveram grande 
aceitação entre os pesquisadores.
Por volta da década de 1960, Arthur Cronquist e colaboradores dividiram as plantas em 
oito divisões. As angiospermas passaram a ser denominadas Magnoliophyta. Posteriormente, 
em trabalho solo, apresentou uma classificação para as Magnoliophyta. 
Segundo Barroso et al. (2002, p. 31), “Cronquist procurou comparar e interpretar 
estruturas que considerou primitivas e, assim, segmentou as Magnoliophyta em Manoliatae 
(com seis subclasses) e Liliatae (com quatro subclasses). Esta classificação de Cronquist, por 
apresentar simplicidade e objetividade na organização, tornou-se amplamente difundida no 
setor acadêmico e ainda hoje é aceita entre alguns pesquisadores”. 
Atualmente, a classificação dos seres vivos é feita pela análise filogenética ou cladística 
(ver Figura 2), ou seja, um método baseado nas relações de parentesco dos organismos a 
partir dos registros de fósseis, que, ao mesmo tempo, os compara quanto às características 
genéticas e às semelhanças funcionais. Isso permite a construção de uma árvore evolutiva. 
Segundo Margulis; Schwartz (2001, p. 6), “diante desse contexto, um novo sistema 
foi elaborado. Após pesquisas moleculares, sobretudo no sequenciamento de nucleotídeos 
de RNAr, microbiólogos liderados por Carl Woese propuseram a adoção de três domínios: 
Archaea, Bacteria e Eukarya (contendo todos os organismos eucariontes)”. 
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Observe a figura a seguir.
FIGURA 7 - OS TRÊS DOMÍNIOS, COM BASE NO SEQUENCIAMENTO DO 
GENE DE RNAR
Obs.: Para simplificar a figura, somente alguns ramos estão legendados.
 FONTE: Campbell et al. (2010, p. 552)
A análise cladística investiga a ramificação das linhagens a partir de outras, o que pode 
ser representado, graficamente, pelo cladograma ou árvore filogenética. A sequência evolutiva 
dos grupos taxonômicos sugere que os que partem do ponto de ramificação compartilham um 
ancestral comum.
No que diz respeito à taxonomia dos vegetais, atualmente o sistema de classificação mais 
aceito é o proposto pelo APG (Angiosperm Philogeny Group). O primeiro foi elaborado em 1998, 
o segundo em 2003 e o mais recente (APG III) em 2009. Nesse sistema, as angiospermas são 
classificadas em três grandes grupos, e não em dois, como comumente eram separadas. 
São eles: angiospermas basais (as magnoliídeas), monocotiledôneas e eudicotiledôneas 
(Figura 8). A rapidez com que são lançados os resultados dos estudos atuais e suas propostas 
é tão grande que os pesquisadores precisam se esforçar para acompanhá-las de perto.
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Quem foi Carolus Linnaeus?
Carolus Linnaeus (1707-1778) foi um botânico, zoólogo e médico sueco, sendo considerado 
o pai da taxonomia moderna por criar a classificação científica e a nomenclatura binomial. Lineu é 
conhecido na Suécia pelo nome Carl von Linné, em inglês por Carl Linnaeus e em português Carlos 
Lineu. O seu nome totalmente latinizado, Carolus Linnaeus, foi-lhe atribuído após nobilitação em 
1757. Na literatura científica, é utilizada a abreviatura “L.” para identificá-lo. 
FIGURA 8 - CLADOGRAMA 
FONTE: Disponível em: <http://www2.biologie.fu-berlin.de/sysbot/poster/poster1.pdf.> Acesso em: 14 jul. 2012.
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A sua principal obra, a Systema Naturae, teve 12 edições durante a sua vida, com a 
primeira edição em 1735. Nesta obra, a natureza é dividida em três reinos: mineral, vegetal e 
animal. Para sistematizar a natureza, em cada um dos reinos Lineu usou um sistema hierárquico 
de cinco categorias: classe, ordem, gênero, espécie e variedade.
Outra grande obra de Lineu, Species Plantarum, é considerada o ponto de partida do 
sistema de classificação binomial, e tornou-se um trabalho de suma importância na sistemática 
de plantas vasculares.
FONTE: Disponível em: <www.wikipedia.org>. Acesso em: 11 ago. 2010.
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Agora é sua vez acadêmico(a)!
Que tal você fazer uma pesquisa e conhecer mais sobre a 
vida desse grande pesquisador do século XVIII, cujas contribuições 
são importantes até hoje? Pesquise em livros ou faça uma busca na 
internet e veja o que você descobre sobre esse incrível naturalista!
FONTE: Disponível em: <http://www.marcdatabase.com/~lemur/
lemur.com/gallery-of-antiquarian-technology/worthies>. Acesso 
em: 11 ago. 2010.
FIGURA 9 – RETRATO DE CAROLUS LINNEAUS, FUNDADOR 
DA CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA 
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LEITURA COMPLEMENTAR
SISTEMÁTICA MOLECULAR X PROCESSOS DE ESPECIAÇÃO
Loreta Brandão de Freitas 
A especiação é o processo que leva ao aumento da diversidade de organismos. 
Entender os padrões gerais e o processo de especiação é fundamental para explicar a 
diversidade da vida. As questões principais neste tema incluem: quais são as causas gerais 
da especiação? Como as taxas de especiação variam ao longo do tempo, entre os diferentes 
grupos taxonômicos e nas diversas áreas geográficas? Tais questões são bastante difíceis de 
responder, porque a observação direta é muitas vezes impossível e os registros fósseis nem 
sempre estão disponíveis. 
A expansão dos estudos em filogenia molecular nos últimos anos tem permitido uma nova 
abordagem para este problema. As árvores filogenéticas, particularmente aquelas que incluem 
todas as espécies de um grupo taxonômico maior, fornecem um registro indireto dos processos 
de especiação. Aliadas às informações sobre características geográficas e ecológicas, permitem 
reconstituir os caminhos evolutivos dentro do grupo e as causas da especiação. Além disso, 
árvores baseadas em sequências de DNA contêm informações sobre o tempo dos eventos 
de especiação. Os estudos filogenéticos da especiação focalizam as relações evolutivas das 
espécies dentro de grupos taxonômicos maiores, como gêneros. Os nós internos das árvores 
refletem a especiação, permitindo inferir quem evoluiu de quem e quando. 
A reconstrução filogenética a partir de resultados moleculares tem se mostrado uma 
ferramenta bastante útil no entendimento do processo de especiação, mas dois pontos 
fundamentais devem ser considerados com especial cuidado: o tamanho amostral e a condição 
de espécie. O tamanho da amostra refere-se à possibilidade de inserir erros na filogenia devido 
a não inclusão de espécies raras, enquanto que a condição de espécie está relacionada com as 
divergências entre os diferentes taxonomistas. Diversas metodologias de análise e a inclusão 
de grande número de caracteres têm tentado contornar tais dificuldades. 
A descrição da história das espécies determinada por análises genealógicas associadas 
a estudos filogeográficos tem contribuído para aumentar a precisão no estabelecimento dos 
mecanismos de especiação.
FONTE: FREITAS, L.B. Sistemática molecular x processos de especiação. In: 55º CONGRESSO 
NACIONAL DE BOTÂNICA, Anais... Viçosa, 2004. Mesa redonda Sistemática Molecular de plantas 
– aplicações e perspectivas no Brasil.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
● Sistemática é o estudo científico da diversidade dos organismos e de todas as relações entre 
eles. 
● Taxonomia é a ciência que elabora as leis da classificação. 
● Existem vários sistemas de classificação: artificial, natural e filogenética.
● O objetivo inicial da classificação era reunir as plantas em táxons. Somente anos depois 
passou-se a respeitar as relações evolutivas.
● A classificação artificial considerava as semelhanças estruturais e anatômicas entre as 
espécies.
● O sistema natural, além das semelhanças estruturais e anatômicas, avaliava os aspectos 
evolutivos, reprodutivos, fisiológicos e celulares da espécie.
● Atualmente, a classificação dos seres vivos é feita pela análise filogenética baseada nas 
relações de parentesco dos organismos a partir dos registros de fósseis que, ao mesmo 
tempo, os compara quanto às características genéticas e às semelhanças funcionais.
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1 Procure na literatura ou faça uma busca na internet e defina, sucintamente, os seguintes 
termos:
a) Taxonomia:
b) Sistemática:
c) Identificação:
d) Classificação:
e) Homologia:
f) Análogo:
2 Existe alguma diferença entre identificar e classificar?
3 Observe o cladograma a seguir. Ele mostra as relações filogenéticas entre musgos, 
samambaias, pinheiros e carvalhos, indicando as características compartilhadas que 
apoiam os padrões de relações. A partir dele, preencha o quadro a seguir, colocando 
+ para o estado de caráter Presente (condição derivada) e – para o estado de caráter 
Ausente (condição ancestral).
Caracteres
Táxon Xilema e floema Lenho Sementes Flores
Musgos
Samambaias
Pinheiros
Carvalhos
FONTE: A autora
QUADRO 3 – CARACTERES
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NOMENCLATURA BOTÂNICA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
UNIDADE 1
Apesar de sua cooperação para a taxonomia e sistemática, Lineu é mais bem conhecido 
pela introdução do método binomial (RAVEN et al., 2001) técnica ainda utilizada, embora com 
algumas modificações, para formular o nome científico das espécies. Os nomes científicos são 
empregados vastamente nas áreas biológicas, especialmente no campo da Sistemática. Antes 
de Lineu, estavam em uso nomes extensos, compostos por um nome genérico e por uma frase 
descritiva da própria espécie (a differentia specifica) muito dificultosa. Esses nomes não eram 
imóveis e estáveis, já que cada autor parafraseava o descritivo, acentuando os caracteres que 
considerava mais relevantes. 
O objetivo do nome científico é sua utilização como veículo de comunicação universal, 
ou seja, o nome deve permitir, por exemplo, que se pense imediata e inequivocamente nos 
conceitos esperados, caracteres morfológicos ou mesmo no posicionamento hierárquico, através 
da compreensão do sufixo que acompanha o nome da família ou das categorias superiores.
ATEN
ÇÃO!
Amigo(a) acadêmico(a), você já parou para pensar sobre uma 
possível interpretação equivocada que pode nos trazer o uso 
de nomes populares para a identificação dos vegetais? Muitas 
plantas recebem denominações regionais variadas, o que pode 
acarretar em erros de identificação. As confusões se devem ao 
fato de uma mesma planta possuir vários nomes, como, por 
exemplo, Manihot, conhecida no sul por aipim ou mandioca e mais 
ao norte por macaxeira ou, ainda, um nome popular pode ser 
utilizado para representar plantas distintas, como acontece com 
Cymbopogon citratus e Melissa officinalis, ambas denominadas de 
erva-cidreira.
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Há organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura por meio 
de códigos distintos para os diversos campos da Biologia Sistemática. Dessa maneira, para a 
Botânica (aqui incluindo ainda as algas procarióticas e fungos) existe o Código Internacional 
de Nomenclatura Botânica (CINB, 2010).
2 O CÓDIGO INTERNACIONAL 
 DE NOMENCLATURA BOTÂNICA (CINB) 
O estudo da legislação nomenclatural e as propostas de modificações no Código 
Internacional de Nomenclatura Botânica são discutidos e aprovados durante congressos 
internacionais de Botânica. Essa revisão e atualização ocorrem periodicamente, em intervalos 
regulares. 
Existem, portanto, várias edições do Código de Botânica desde o estabeleci-
mento das Regras de Nomenclatura. Cada nova edição do Código anula as 
precedentes [...]. O Código é, portanto, dinâmico e não constitui um conjunto 
estável e fixo de leis. O Código visa, fundamentalmente, estabelecer um mé-
todo estável de denominação dos grupos taxonômicos, evitando e rejeitando 
nomes errôneos ou supérfluos e, ainda, nomes que possam causar confusão. 
(GUIMARÃES, 2010, p. 2)
Mas será que apenas as plantas se beneficiam do Código Internacional de Nomenclatura 
Botânica? Pense nisso!
DIC
AS!
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar seu conhecimento sobre a 
Nomenclatura Botânica, sugerimos a leitura do Código Internacional 
de Nomenclatura Botânica na íntegra. Disponível em: <http://ibot.
sav.sk/icbn/main.htm>. Acesso em: 11 ago. 2010.
De acordo com o Código, toda a Nomenclatura Botânica está baseada em seis princípios. 
Os princípios constituem o embasamento da nomenclatura e, portanto, se um nome fere 
qualquer dos princípios deve ser rejeitado. Vejamos esses seis princípios que o código traz:
1 A Nomenclatura Botânica é independente da Zoológica e Bacteriológica. 
2 A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada por meio de tipos nomenclaturais. 
Para evitar ambiguidade e permitir resolver eventuais conflitos de identificação, cada nome 
botânico é ligado a um espécime tipo, quase sempre uma planta herborizada e arquivada 
num herbário de referência. 
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3 A nomenclatura de um grupo taxonômico está baseada na prioridade de publicação, ou seja, 
quando dois ou mais nomes se referem ao mesmo táxon deve, como regra, ser considerado 
legítimo o mais antigo, desde que este esteja de acordo com as regras. Os demais nomes 
são considerados sinônimos ou sinonímias.
4 Cada grupo taxonômico tem apenas um nome correto, qual seja o nome mais antigo que esteja 
conforme as regras, exceto em casos específicos, assegurando que cada grupo taxonômico 
(“táxon”, plural “taxa”) de plantas, algas, cianobactérias e fungos tenham um único nome, 
garantindo certa estabilidade e universalidade.
5 Os nomes científicos de grupos taxonômicos são tratados em latim, independentemente de 
sua origem. Ele é aceito em todas as línguas, o que facilita a comunicação entre pessoas 
de diferentes nacionalidades e idiomas.
6 As Regras de Nomenclatura são retroativas, a menos que expressamente limitadas. 
FONTE: Adaptado de: Guimarães (2010, p. 2)
Logo em seguida, o Código apresenta em detalhes esses princípios, o que corresponde 
aos artigos. Na última edição são apresentados 62 artigos:
Os nomes que infringem algum artigo devem ser rejeitados por serem ilegí-
timos. Alguns artigos são complementados por recomendações, que tratam 
de pontos complementares [...]. As recomendações indicam o melhor proce-
dimento a seguir [...]. O Código inclui também exemplos, inseridos nas partes 
correspondentes, que visam à ilustração dos artigos e as recomendações. 
(GUIMARÃES, 2010, p. 2).
3 TIPOS NOMENCLATURAIS 
Toda espécie deve possuir um espécime tipo ou holótipo depositado em um herbário. O 
holótipo é o exemplar de referência e a ele está “amarrado” o nome da espécie. É o exemplar 
que o autor escolhe para fazer a descrição original. 
Se esse holótipo possuir uma duplicata, essa duplicata receberá o nome de Isótipo 
(lembrando que, para ser considerada uma duplicata, deve possuir o mesmo número de coleta 
do holótipo). 
Em grande parte dos casos, o material tipo é composto por mais de um indivíduo da 
mesma espécie, coletados no mesmo local (localidade tipo) e na mesma data. Esses exemplares 
formam a chamada série sintípica. Quando isso ocorre, designa-se um dos exemplares para 
ser o holótipo, sendo os exemplares restantes designados de parátipos. 
Se o holótipo da série sintípica não for indicado pelo autor ou se o mesmo for destruído, 
os exemplares passam a ser conhecidos por Síntipos e pode-se eleger algum exemplar para 
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substituir o holótipo. Esse exemplar é nomeado de Lectótipo.
Se todo material original estiver desaparecido ou for perdido, um espécime (Neótipo) 
é selecionado para servir como Tipo.
4 UNIDADES DE CLASSIFICAÇÃO
Cada organismo pertence a uma espécie e é enquadrado em diferentes categorias 
taxonômicas. As principais são:
Reino → Divisão → Classe → Ordem → Família → Gênero → Espécie
FONTE: A autora
Vejamos como exemplo a classificação do milho:
Reino: Plantae 
 Divisão: Magnoliophyta
 Classe: Liliopsida 
 Ordem: Poales
 Família: Poaceae
 Gênero: Zea
 Espécie: Zea mays
FONTE: Disponíve l em: 
< h t t p : / / w w w .
mulherbeleza.com.
b r / w p - c o n t e n t /
uploads/2009/06/
milho.jpg>. Acesso 
em: 11 ago. 2010.
5 REGRAS DE NOMENCLATURA VEGETAL
Vejamos agora as regras mais utilizadas da nomenclatura, de acordo com o CINB. 
● “As categorias que vão de Reino até Gênero são designadas por apenas uma palavra, escrita 
com a inicial maiúscula” (GUIMARÃES, 2010, p. 5). Exemplo: Ordem Rosales (ordem onde 
está inserida a rosa), Família Arecaceae (família das palmeiras).● Recomenda-se o uso de sufixos para cada categoria taxonômica. O quadro a seguir apresenta 
as regras de construção de sufixos mais comumente aceitos.
FIGURA 10 – MILHO
QUADRO 4 – CATEGORIAS TAXONÔMICAS
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• Quando não se sabe ou não se quer escrever o nome do epíteto específico, mas apenas o 
do gênero, acrescenta-se “sp.” (singular) ou “spp.” (plural, quando você quiser se referir a 
todas as espécies daquele gênero). Atenção: sp não deve ser grifado e sempre seguido por 
ponto. Ex.: Aspidosperma sp. (peroba), Archontophoenix sp. (palmeira-real).
• Quando aparecer um nome científico composto por três palavras (nomenclatura tríplice), a 
palavra excedente pode representar:
Subgênero: quando está escrita entre parênteses e com inicial maiúscula, entre gênero 
e epíteto específico, em itálico. Ex.:
Hemitelia (Nephelia) setosa
↑ ↑ ↑
Gênero Subgênero Epíteto
Subespécie: quando está escrita com inicial minúscula, depois do epíteto específico, 
em itálico. Ex.:
Pisum sativum subsp. sativum
Clusia criuva subsp .parviflora
↑ ↑ ↑
Gênero Epíteto Subespécie
Obs.: a mesma regra é válida para variedade. Veja: 
 Pisum sativum var. macrocarpon
 ↓ ↓ ↓
 Gênero ep. específico variedade
Assim, um Trinomial pode representar:-
Gênero + subgênero + epíteto específico
Gênero + epíteto específico + ep. subespecífico
Táxon Plantas Algas Fungos
Divisão -phyta -mycota
Subdivisão -phytina -mycotina
Classe -opsida -phyceae -mycetes
Subclasse -idae -phycidae -mycetidae
Superordem -anae
Ordem -ales
Subordem -ineae
Infraordem -aria
Superfamília -acea
Família -aceae
Subfamília -oideae
Tribo -eae
Subtribo -inae
FONTE: Judd et al. (2008, p. 547)
QUADRO 5 – SUFIXOS PARA CATEGORIAS TAXONÔMICAS
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● “Para gênero e táxons inferiores os nomes devem ser destacados, ou seja, escritos em 
itálico” (GUIMARÃES, 2010, p. 5), negrito ou sublinhado. Exemplo: Androtrichum trigynum 
(espécie cujo nome popular é junco-da-praia).
● “As espécies são designadas por um binômio, formado pela união do nome genérico (prenome) 
a um epíteto específico, escrito com inicial minúscula. Epíteto é qualquer palavra subsequente 
(abaixo) ao nome genérico” (GUIMARÃES, 2010, p. 5). Isso quer dizer que o nome científico 
se refere à união do gênero com o epíteto específico. Exemplo:
Euterpe edulis
↑ ↑
 Nome genérico epíteto específico
● Quando o epíteto for composto por duas ou mais palavras essas devem ser conectadas por 
hífen. Exemplos: Atropa bella-dona, Coix lacrima-jobi.
● O nome do autor não faz parte do nome científico da planta, sendo citado para fim de maior 
precisão. Essa citação não é destacada. Exemplos: Euterpe oleracea Martius, Zea mays 
Linnaeus.
● O nome do autor pode aparecer de forma abreviada, porém longa o suficiente para que não 
haja equívocos. “O nome do autor é quase sempre abreviado pela seguinte fórmula: primeira 
sílaba + primeira letra da segunda sílaba, acrescentando-se uma segunda letra se esta última 
não for uma consoante” (GUIMARÃES, 2010, p. 6). Alguns pesquisadores, devido à sua 
importância e popularidade, tiveram seus nomes abreviados fora dessa regra, como: Lineu 
(cuja abreviação é L.) Exemplos: Lamarck - Lam.; Jussieu - Juss.; Richard – Rich; Martius 
– Mart.
DIC
AS!
Caro(a) acadêmico(a), quer saber mais sobre formas abreviadas de 
nomes de autores botânicos? Acesse o site
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_abreviaturas_do_nome_de_
bot%C3%A2nicos_e_micologistas> e veja a lista de abreviações.
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● “Na primeira vez em que for mencionado no texto em uma publicação taxonômica, o nome 
das categorias de família, gênero e espécie, assim como para as divisões destas, deve incluir 
o autor(es) correspondente(s)”.(GUIMARÃES, 2010, p. 6). Quando forem dois autores, suas 
abreviações devem ser unidas por “et”. É comum colocarem também o símbolo & entre os 
autores. Exemplo: Archontophoenix cunninghamiana Wendl. et Drude, Sambucus australis Cham. 
& Schltdl.
● No caso de uma espécie ser descrita originalmente dentro de um determinado gênero e após 
uma revisão ser mudada de gênero, o nome do primeiro autor deve ser mantido dentro de 
parênteses, seguido do nome do autor que efetuou a mudança. Por exemplo: Lineu descreveu 
o pinheiro-canadense como Pinus canadensis. Ao pesquisar essa planta, Carrière percebeu 
que, na verdade, tratava-se de uma espécie do gênero Tsuga. Por esse motivo, a espécie 
passou a ser denominada de Tsuga canadensis (L.) Carrière.
● Espécies que receberam o nome sem ter sido descrita, aparecem, primeiramente, o autor, 
a palavra ex seguida pelo responsável pela descrição. Exemplo: Maytenus ilicifolia Martius 
ex Reissek.
● “A origem híbrida é indicada pelo uso do sinal de multiplicação X [...]. Exemplo: Agrostis 
stolonifera L. x Polypogon monspeliensis (L.)” (GUIMARÃES, 2010, p. 6).
DIC
AS!
Caro(a) acadêmico(a), para saber um pouco mais sobre gêneros 
e espécies brasileiras, entre no site do jardim Botânico do Rio de 
Janeiro e veja a lista das espécies de plantas conhecidas do nosso 
país. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/search>. 
Acesso em: 11 ago. 2010.
BOTÂNICA: ALTERAÇÕES NO PRÓXIMO CÓDIGO INTERNACIONAL DE 
NOMENCLATURA BOTÂNICA (CÓDIGO DE VIENA, 2006)
Jefferson Prado
Durante a semana que antecede o Congresso Internacional de Botânica, a cada seis 
anos, é realizada a Sessão de Nomenclatura, organizada pela Internacional Association for 
Plant Taxonomy (IAPT), onde são decididas as modificações do Código Internacional de 
Nomenclatura Botânica, ou seja, as regras que governam os nomes das plantas. A última 
Sessão de Nomenclatura foi realizada em Viena, Áustria, em julho de 2005, em celebração aos 
100 anos da reunião do primeiro Congresso Internacional de Botânica nesta mesma cidade.
LEITURA COMPLEMENTAR
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As mais de 310 propostas de modificações do Código foram publicadas na Taxon durante 
os anos de 2003 e 2004, e uma sinopse encontra-se no primeiro fascículo do volume 54 (2005) 
da mesma revista (pp. 215-250), onde seus editores, J. McNeill e N. Turland, as comentam 
e mencionam suas possíveis consequências, dando sua opinião favorável, desfavorável ou 
neutra. Tais comentários exercem uma grande influência na opinião daqueles que votam as 
propostas em primeira instância, via correio. Outras dez ou mais propostas foram apresentadas 
durante a Sessão de Nomenclatura com a anuência de pelo menos cinco participantes. Essas 
propostas foram apresentadas à Assembleia e julgadas ao final da Sessão.
Estão capacitados para votar, de forma preliminar, pelo correio, os autores das propostas, 
os sócios da IAPT (cerca de 1.500) e os membros dos comitês permanentes de nomenclatura. 
A votação prévia é muito importante porque, se uma determinada proposta for aceita ou 
rejeitada por 75% ou mais dos votos, sua aceitação ou rejeição é automática; caso contrário, 
sua aprovação dependerá de uma segunda votação durante a Sessão de Nomenclatura, que 
inclusive pode modificar a proposta original.
Representantes de instituições credenciadas (aquelas registradas no Índex Herbariorum) 
também votam durante a realização da Sessão de Nomenclatura, e o valor do voto institucional 
varia de 1 a 7, sendo que não é permitido o acúmulo de mais de 14 votos institucionais porrepresentante. Todos aqueles inscritos para participar da sessão de Nomenclatura têm direito 
a voto, e este vale 1.
Dentre as mais de 310 propostas em julgamento, muitas foram aprovadas outras 
rejeitadas e várias foram delegadas ao Comitê Editorial do Código de Viena. Esse comitê deve 
estudar os efeitos dessas propostas sobre o Código como um todo e elaborar a redação final 
dos artigos. Boa parte das propostas para modificação do Código referia-se aos artigos 60 
e 62, ou seja, aqueles que tratam de ortografia e gêneros gramaticais dos nomes. A maioria 
dessas propostas foi repassada para a decisão do Comitê Editorial. As demais propostas que 
se referiam ao restante do Código e que não atingiram 75% de rejeição foram exaustivamente 
discutidas na sessão de Nomenclatura. Cabe destacar que muitas propostas tratavam de 
casos especiais de fungos com ciclo de vida complexo, fósseis e microfósseis e outras de 
nomes supragenéricos e a necessidade de um maior número de níveis hierárquicos. Algumas 
propostas foram apenas para simplificar a redação sem alterar o sentido da regra. Outras foram 
para adicionar exemplos para melhor explicitar a aplicação dos artigos.
Dentre as principais modificações, a primeira refere-se à introdução de um glossário no 
código. O objetivo principal desse glossário é ajudar no entendimento e não apresentar definições 
de termos, uma vez que os mesmos encontram-se definidos ao longo do corpo do Código. 
Duas outras novidades foram: a) a modificação da definição do termo morfotáxon (Artigo 
1.2 + Nota 1), que excluiu as diatomáceas; b) a introdução da Recomendação 5ª, que sugere 
a padronização das abreviaturas dos diferentes níveis hierárquicos (p.e., cl. = classe; ord. = 
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ordem; tr. = tribo; fam. = família, etc.). Esta última novidade não modifica em nada o Código, 
porém facilita seu uso.
Em relação às datas dos pontos de partidas para os estudos nomenclaturais (artigo 13), 
houve uma pequena, mas importante modificação: foi aceito que a data do ponto de partida 
para os nomes supragenéricos de Spermatophyta, Pteridophyta e Bryophyta (excluindo-se os 
musgos) seja 4 de agosto de 1789, a data de publicação do Genera plantarum de Jussieu.
A publicação de novidades nomenclaturais somente em meio eletrônico ainda não 
é considerada como efetiva, segundo o código de Viena (art. 29.1). Entretanto, uma nova 
recomendação (recomendação 29A) foi introduzida, e esta se refere aqueles periódicos 
que possuem versões eletrônicas distribuídas na Web. Observa-se que a introdução dessa 
recomendação já é um primeiro passo para a aceitação de publicações eletrônicas no futuro, 
porém a publicação também em matéria impressa deverá persistir como um requisito básico 
para publicação efetiva.
O novo artigo 30.5, retroativo a 1º de janeiro de 1953, estabelece que a publicação 
de um trabalho independente e não seriado, tal como uma tese submetida à universidade ou 
instituto para obtenção de uma titulação acadêmica, não se constitui em publicação efetiva, a 
menos que haja uma declaração explícita sobre isso no trabalho (referindo-se aos requisitos 
do Código para publicação efetiva) ou uma outra evidência interna de que o seu autor ou editor 
considere o mesmo como uma publicação efetiva. Uma nova nota (Nota 2) e vários exemplos 
novos (Exemplos 6-10) foram adicionados ao Código para explicitar a aplicação dessa nova 
regra.
O único conceito totalmente novo introduzido no Código encontra-se no artigo 32.4, que 
prevê que quando for duvidoso se uma “declaração descritiva” satisfaz ou não os requisitos do 
art. 32.1 (d) para uma descrição ou diagnose (essa situação é chamada de nomina subnuda), 
uma consulta para decisão posterior deve ser submetida ao comitê do grupo taxonômico 
apropriado. Essa decisão seguirá os mesmo trâmites de nomes rejeitados, conservados ou 
sancionados e só passará a ser definitiva após a aprovação do Congresso Internacional de 
Botânica.
Autores e editores deverão estar atentos aos novos requisitos para publicação válida 
de combinações novas, de acordo com os novos requisitos do artigo 33.
O artigo 37 sofreu algumas alterações, e um aspecto novo e importante é que, segundo o 
art. 37.4, o tipo de um nome de uma espécie nova ou de um táxon infraespecífico (excetuando-
se os fósseis) pode ser uma ilustração, antes de 1º de janeiro de 2007, e, a partir dessa data, 
o tipo deve ser um espécime (exceto como previsto no art. 37.4). Nesse último artigo, está 
previsto que o tipo do nome de uma espécie nova ou táxon infraespecífico de algas ou fungos 
microscópicos (excetuando-se os fósseis) pode ser uma ilustração efetivamente publicada, se 
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houver dificuldades técnicas de preservação ou se for impossível preservar um espécime que 
deveria mostrar as características atribuídas ao táxon pelo autor do nome. 
A nova redação do Artigo 59 prevê a epitificação de fungos com ciclo de vida pleomórfico. 
O epítipo deve ser sempre um representante da fase sexuada meiótica (teleomorfa). A prioridade 
de nomes competidores de teleomórficos tipificados ou epitificados segue o Princípio III, exceto 
aqueles nomes de teleomórficos tipificados publicados antes de 1º de janeiro de 2007 que têm 
prioridades sobre os nomes de anamórficos tipificados e, subsequentemente, epitipificados 
após 1º de janeiro de 2007 pelos telomórficos.
A Divisão III do Código também sofreu modificações após muitos anos sem alteração. 
Os Comitês Permanentes de Nomenclatura de Spermatophyta e Pteridophyta foram unidos 
e passou a ser denominados de Comitê para Plantas Vasculares (Committee for Vascular 
Plants). A função desses comitês é julgar as propostas de conservação e rejeição de nomes 
dos respectivos grupos taxonômicos. 
Ao final da Sessão de Nomenclatura surgiu uma proposta, encabeçada pelo Dr. Jorge 
Fontella, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que visava à possibilidade da participação de 
algumas instituições não credenciadas na IAPT, através dos votos institucionais, nas decisões 
da Sessão de Nomenclatura. A proposta foi aceita e inclui-se uma nota de rodapé, na Div. III 
4(b(2)) que esclarece que qualquer instituição não credenciada e para votar na sessão de 
Nomenclatura pode requerer antecipadamente seu voto(que poderá valer 1 ou mais) junto o 
escritório de Nomenclatura da IAPT. No momento de solicitar o voto, a instituição solicitante 
deverá também informar as suas atividades em taxonomia, tais como número de exemplares 
no seu herbário e número de doutores envolvidos diretamente nas atividades dessa coleção. 
Essas informações definirão o número de votos que a instituição terá direito.
Por fim, todos os apêndices do Código sofreram modificações, tendo em vista os vários 
nomes de famílias, gêneros e espécies que foram conservados e rejeitados nos últimos seis 
anos, após a publicação do Código de St. Louis, em 2000. O Código de Viena possui 94 páginas 
a mais que o anterior e isso é o reflexo basicamente do aumento dos apêndices. Os apêndices 
também foram renumerados da seguinte forma: Apêndice I e Apêndice IIA e IIB continuaram 
iguais; Apêndice IIIA passou a ser Apêndice III; o Apêndice IIIB passou a ser o Apêndice IV; o 
Apêndice IV passou a Apêndice V; o Apêndice V agora é o Apêndice VI. Um novo Apêndice foi 
introduzido (Apêndice VII – Glossário).
Os índices de nomes científicos e de assuntos do novo Código também trazem inúmeras 
modificações. Essas alterações foram correções e adições.
FONTE: PRADO, J. Botânica: alterações no próximo Código Internacional de Nomenclatura Botânica 
(Código de Viena, 2006). In: MARIATH, J.E.A.; Santos, R.P. (Orgs.). Os avanços da Botânica

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