Buscar

Online2 História Moderna

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Online2 História Moderna
As Grandes Transformações 
Premissa
Na aula passada, vimos a formação do Estado moderno. Entretanto, a compreensão deste processo não seria completa sem nos debruçarmos sobre a questão religiosa,( Quando falamos sobre Idade Média, a influência católica é claramente percebida durante toda essa época. A Igreja possui não só o poder espiritual, mas um enorme poder político e econômico. Essa influência se transforma na era moderna, mas não desaparece. Essa será uma época em que o pensamento científico e o religioso irão conviver e provocar rupturas que se tornam mais evidentes ao falarmos sobre a reforma e a contrarreforma. ) que permeia toda a era Moderna.
 Vamos ver primeiro, de que forma a Igreja se adapta ao estado moderno.
Influência católica
Em uma Europa fragmentada, o catolicismo acaba se tornando a única identidade que a sociedade possui.
Dessa maneira, a influência católica é tentacular(Que se estende por todas as direções). Ela está em toda a parte, submetendo tanto o servos quanto os senhores. Em uma realidade onde a maior parte da população é analfabeta, a Igreja dispunha do monopólio da leitura.
Importância da igreja
Os livros eram copiados a mão nos mosteiros e então distribuídos pelo continente. Nesse sistema, a Igreja claramente escolhia o que seria lido ou não pelos seus fiéis. Esse sistema funcionou durante séculos, como fonte de propagação das ideias e legitimação da Igreja católica.
  O que podemos concluir é que as tarefas eclesiásticas estavam muito além daquelas concernentes ao mundo espiritual.
Com a unificação dos estados, a Igreja passar a ser parte integrante, indissociável, da nova estrutura de poder. O melhor exemplo disso é seu papel desempenhado na unificação da Espanha e na partilha das colônias ultramarinas entre os reinos ibéricos.
Também cabia à Igreja a confecção dos chamados registros paroquiais. Além de documentos diversos, os registros de nascimento, morte, batismo e casamento eram realizados por esta instituição, que servia então como uma espécie de cartório. Não é a toa que os documentos eclesiásticos constituem, ate hoje, um dos mais ricos acervos de fontes históricas disponíveis e aos quais os historiadores recorrem em inúmeras pesquisas, no tocante ao período medieval e ao começo da era moderna.
A unificação espanhola ocorre através do casamento dos reis Isabel de Castela e Fernando de Aragão. O papa Alexandre VI atribuiu ao casal o título de reis católicos, em uma clara manifestação de apoio a união.
Em 1494, o papa serve como intermediário na assinatura do Tratado de Tordesilhas que divide as possessões ultramarinas entre Portugal e Espanha. A utilização do papado como intermediário garantiria aos reinos ibéricos a legitimidade do acordo, que estaria, portanto, aprovado por Deus, representado pelo papa.
Não podemos esquecer que a unificação espanhola somente ocorreu de fato após a expulsão dos muçulmanos de Granada, o que tornou a fé católica, hegemônica no reino. Nesse sentido, a identidade religiosa manteve o papel aglutinador que teve na Idade Média e a identidade nacional espanhola acabou por se fundir a ela.
Conflitos
Mas essa adequação não se deu sem conflitos. 
Durante toda a Idade moderna, há diversos embates entre ciência e religião e entre o poder do estado e o poder da Igreja. 
Se os ibéricos aceitaram como “natural” a intervenção da igreja católica nos assuntos do estado, o mesmo não ocorreu na Inglaterra. LER FOLHAS
Reformas religiosas
É certo que as reformas religiosas possuem um fundamento intrinsecamente político, mas é na reforma anglicana que este aspecto se torna mais evidente. 
De fato, devemos entender estas reformas no grande conjunto de transformações das mentalidades vivido entre o final da Idade Média e o início da Era Moderna.
Podemos localizar essas transformações, que aconteceram nos mais diversos âmbitos, tendo como ponto de partida os renascimentos do período.
Um momento, não era renascimento?
Na verdade, há diversos renascimentos. São chamados de renascimento comercial, urbano, científico e cultural. O renascimento cultural é sempre o primeiro que nos vem à mente, pois este movimento nos deixou um enorme legado, a arte renascentista. Quem nunca ouviu falar de Leonardo da Vinci e Michelangelo, não é mesmo? 
 Uma infinidade de manifestações culturais de nossos dias utiliza a arte renascentista de algum modo. Na literatura, o exemplo mais recente é o livro de Dan Brown, o Código da Vinci. Mas as referências estão presentes em toda a parte. Da Vinci é um dos mais citados porque produziu o mais conhecido quadro do mundo, a Mona Lisa e também o mais reproduzido, a Última Ceia. Leia mais! 
Os artistas da renascença também retrataram temas religiosos – a igreja não perdera sua influencia, lembra? Mas sob uma nova perspectiva. Os trabalhos eram feitos sob encomenda e, em uma era de mudança, a própria arte transformou-se em uma mercadoria. Esse é o caso da Última Ceia. Da Vinci foi contratado pelo duque de Milão para pintar um afresco, um gênero de pintura que é feito diretamente na parede. A parede, neste caso, pertencia ao refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão. Como grande parte das obras de arte produzidas ao longo da história, também a arte renascentista só adquiriu o valor incalculável que possui nos dias de hoje bem depois do fim do renascimento. Um exemplo disso é que os próprios religiosos do convento, ao longo do tempo, descaracterizaram a obra, abrindo uma porta na parede onde ela estava. Esse valor não se refere somente à parte puramente artística, mas porque são vestígios de uma era de florescimento e desenvolvimento do pensamento humano. 
 Assim como a Última Ceia, boa parte das grandes obras do renascimento foi produzida na Itália, por artistas italianos, sobretudo florentinos. Isso não ocorre à toa.
Mas o renascimento cultural faz parte de um contexto maior. Ele é fruto da mudança de mentalidades que ocorre em sua época, especialmente entre os séculos XIII e XVI. Na Idade Média, a arte, que privilegia temas religiosos, está sob influência direta da Igreja. Falta aos quadros a perspectiva, a sensação de profundidade, que a pintura irá adquirir no renascimento. As obras medievais são quase como uma ilustração da Bíblia, retratando passagens famosas ou o martírio e a vida dos santos católicos. Seu compromisso religioso serve como lembrete de que Deus está em toda parte.   
Por que a Itália é o berço do renascimento cultural?
Para respondermos essa pergunta, falemos de outro renascimento, o comercial e urbano.
Na Idade Média, os burgos, as cidades medievais, ficavam geralmente em uma confluência, caminhos de passagem entre vários feudos, cujos servos se dirigiam ate lá para trocar seu excedente agrícola. Nessas cidades ocorriam as feiras. 
 Com a crise do século XIV, da qual falamos na aula anterior, essas cidades se desenvolvem e se tornam grandes centros comerciais. Contudo, algumas cidades italianas ( Gênova e Veneza, onde mercados de luxo se desenvolveram graças ao comércio com o Oriente), que possuíam uma posição geográfica privilegiada, se desenvolvem antes e mais rapidamente.
Esse comércio, extremamente lucrativo, fez surgir uma burguesia sólida, que passou a se dedicar não só ao comércio(Essa burguesia financia os artistas do renascimento, encomendando obras para adornar seus palácios residenciais ou seus locais de trabalho. Por isso, um dos maiores museus do mundo, a Galleria Degli Uffizi, que fica em Florença, contém um imenso acervo de arte renascentista e era onde a família Médici, que governava Florença, exercia suas funções administrativas. Também, a Mona Lisa foi uma obra feita sob encomenda, e, embora sua identidade ainda seja um mistério, estima-se que a obra retrate a esposa de um rico comerciante florentino, Francesco del Giocondo – por isso o quadro é também chamado de A Gioconda.), mas também a atividades bancarias, acumulando grande capital. 
 Mas a fortuna acumulada pelos burgueses não permitiusomente o patrocínio de artistas – chamado de mecenato – em sua época. Ela tornou possível outro importante evento na história: as grandes navegações.
De fato, a expansão marítima, embora tenha sido uma tarefa a cargo do Estado, ela não teria sido possível sem o investimento dos burgueses. LER FOLHAS 2
Por que a Itália é o berço do renascimento cultural?
O renascimento, a reforma e a expansão marítima evidenciam que não há só um novo mundo a ser conhecido, mas, sobretudo, um novo homem. Na Idade Moderna, se forma uma nova concepção de indivíduo, de Estado e de sociedade.
Segundo Jacob Burkhardt:
Na Idade Média [...] o homem reconhecia-se a si próprio apenas como raça, povo, partido, corporação, família ou sob qualquer outra das demais formas de coletivo. Na Itália, pela primeira vez, tal véu dispersa-se ao vento; desperta ali uma contemplação e um tratamento objetivo do Estado e de todas as coisas deste mundo. Paralelamente a isso, no entanto, ergue-se também, na plenitude de seus poderes, o subjetivo: o homem torna-se um indivíduo espiritual e se reconhece como tal. Extraído de BURKHARDT, Jacob. A cultura do renascimento na Itália: um ensaio. São Paulo: Cia das letras, 2009. p. 25
;;

Outros materiais