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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS Disciplina: Filosofia Acadêmico: Sergio Damaso da Silveira HANS JONAS: A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE Hans Jonas nasceu em 1903 em Mönchengladback, na Alemanha. Sua origem judaica foi responsável pela rica formação humanística devido à leitura dos textos hebraicos. Teve como professores o filósofo Martin Heidegger e o teólogo reformista Rudolf Bultmann, considerados ícones do século XX. Com a ascensão do Nazismo, fugiu em 1933 para Palestina e lutou contra Hitler no exército britânico durante 5 anos. Após o fim da guerra de independência Israelense em 1949, emigrou para os Estados Unidos, onde permaneceu até a morte em 1993 (MACHADO, 2009). Seu pensamento foi marcado pelos horrores da guerra e dos campos de concentração, pela relação entre a biologia e a filosofia e principalmente entre a técnica e a ética. Publicou em 1979 a sua mais relevante obra, O Princípio Responsabilidade - Ensaio de Uma Ética Para a Civilização Tecnológica. Essa obra expôs uma nova maneira de pensar a ética nos dias atuais. A preocupação com os seres futuros que irão nascer e até mesmo com os que não existirão. Até então as éticas clássicas de perfil antropocêntrico e materialista, estavam limitadas à relação do homem com o homem e deste consigo mesmo. O alcance da ação era imediato, tinha haver com o aqui e o agora. A natureza era tratada como um campo neutro, pois de tão grande, jamais seria atingida. Na sociedade tecnológica contemporânea o poder de ação do homem aumentou extraordinariamente, capaz de interferir amplamente na natureza e colocar em risco a própria existência de uma forma jamais percebida. O risco nuclear, a crise ambiental e as aplicações biotecnológicas com fins questionáveis ameaçam o futuro da humanidade. Portanto, torna-se urgente, segundo a ética jonassiana, impor limitações à técnica, não na forma de impedimento, mas de uma postura responsável em relação ao futuro da humanidade. Que a tecnologia seja utilizada como benefício e não se apresente como uma ameaça mortal. De acordo com Jonas, assim deve-se agir: “Aja de modo a que os efeitos da tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a Terra”, e também: “Inclua na tua escolha presente a futura integridade do homem como um dos objetos do teu querer” (JONAS, 2006, p.47). Por desconhecer os efeitos que as ações, inclusive as bens intencionadas, podem causar no futuro distante, o homem necessita de cuidados redobrados na maneira como utiliza o conhecimento. Apesar de toda a transformação que a ação humana sofreu ainda é possível regulá-la com o princípio da precaução e da preservação. Das escolhas e ações depende o futuro do mundo que. É fundamental que o homem assuma de forma consciente e responsável suas escolhas éticas e seus atos políticos. Se fizer isso o poder tecnológico poderá ser usado para diminuir a miséria material, espiritual e política, as doenças e as calamidades, possibilitando ao homem uma vida digna e um futuro melhor ainda para os seus descendentes. � REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FALABRETTI, Éricson. OLIVEIRA, Jelson. Filosofia: O Livro das Perguntas. Curitiba: IESDE Brasil, 2011. GALLO, Silvio (coord.). ASSUMPÇÃO, Alexandre J. de Moraes (ilustração). Ética e cidadania: Caminhos da filosofia: Elementos para o ensino de filosofia. 11ª ed. Ver. E atualizada. Campinas, SP: Papirus, 2003. JONAS, Hans. O Princípio da Responsabilidade: Ensaio de uma Ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006. MACHADO, Igor Suzano. Um Princípio para a Responsabilidade. 2009. Disponível em: <http://revista.estudoshumeanos.com/um-principio-para-a-responsabilidade/>. Acesso em: 24 nov. 2012. SGANZERLA, Anor. FALABRETTI, Éricson Sávio. BOCCA, Francisco Verardi (orgs.). Ética em movimento. São Paulo: Paulus, 2009.
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