Buscar

1 Desenvolvimento ao longo da idade adulta

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Desenvolvimento ao longo da idade adulta 
FASES DA VIDA ADULTA 
 A investigação ligada ao estudo do ciclo de vida “está interessada nas respostas que as 
pessoas criam em relação à idade e mudanças das expectativas sociais à medida que avançam 
através das fases da idade adulta.” (Cross, 1984, p. 168). Não se trata de uma perspectiva de 
desenvolvimento, pois estas fases do ciclo são concebidas de uma forma horizontal, 
sucedendo umas às outras, não sendo necessariamente melhores que as anteriores. Assim, 
esta perspectiva acentua o facto de se poder identificar períodos de transição e mudança na 
vida da pessoa, estando esses períodos ligados não só à idade do indivíduo, como também às 
expectativas sociais que envolvem o mesmo. 
 Jovem adulto: 
 Entrada no mundo adulto (22-28 anos) 
 Transição dos 30 anos (28-33 anos) 
 Estabilização (33-40 anos) 
 Meia idade: 
 Transição para a meia idade (40-45 anos) 
 Entrada na meia idade (45-50 anos) 
 Transição dos 50 anos (50-55 anos) 
 Culminar da meia idade (55-60 anos) 
 Velhice: 
 Transição para a velhice (60-65 anos) 
 Velhice 
 Levinson (1974, 1978) considera que a vida adulta é marcada por períodos de estabilidade 
e transição. Aos períodos de transição sucedem-se momentos de integração, a que 
correspondem mudanças na estrutura do indivíduo, ou seja, na forma de ele se ver a si 
próprio, o mundo e os outros. Nestes períodos de transição na vida da pessoa, os papéis 
(casamento, nascimento de filhos, divórcio, viuvez, etc.) que o indivíduo assume têm crucial 
importância. A relevância dos papéis ou tarefas específicas, prende-se não só com a forma 
como o indivíduo encara esses mesmos papéis, mas também pelas expectativas sociais acerca 
dessas mesmas tarefas. Segundo este autor, a vida do indivíduo é constituída por alternância 
entre estruturas estáveis e momentos de transição, podendo estas estruturas serem 
representadas por faixas etárias. 
 PAPÉIS NA VIDA ADULTA 
 Lowenthal e seus colegas (1975) procuraram desenvolver os seus trabalhos de pesquisa 
tendo em conta os contributos de Lenvinson. Estes investigadores dividiram os sujeitos da 
amostra em grupos relativos aos papéis sociais assumidos. Assim, Lowenthal e a sua equipa 
acentuam a necessidade de se ter em conta a importância dos papéis definidos socialmente na 
sequência das estruturas de estabilidade e transição, sendo a idade cronológica menos 
importante nessa mesma sequência. Weathersby (1978) considera que as diversas fases do 
ciclo de vida são ‘despoletadas’ por acontecimentos marcantes (casamento, ser pai, entrada 
dos filhos na escola, etc.), e pelas novas tarefas que o indivíduo tem de assumir (olhar-se como 
adulto, procura de estabilidade e segurança, confrontar a mortalidade, etc.). A tensão criada 
pelos papéis e novas tarefas que o indivíduo tem de desempenhar geram uma situação de 
conflito entre as capacidades do indivíduo e a exigência dos novos papéis / tarefas. McClusky 
(1986) afirma que a mudança na vida adulta é marcada por períodos críticos: 
 Estes períodos são caracteristicamente produto de experiências decisivamente importantes 
para as pessoas envolvidas durante as quais podem ocorrer mudanças marcantes nos papéis 
sociais e no sentido das relações interpessoais. Entrada no mundo do trabalho, progressão na 
carreira, transferência de trabalho, desemprego podem representar uma categoria destes 
acontecimentos. Casamento, o nascimento de uma criança, a morte de um dos conjugues (…) 
ilustram uma outra categoria. 
 Diversos autores (Cross, 1984; Knox, 1986; Smith, 1988; Cavaliere, 1990) acentuam a 
importância destes acontecimentos como momentos por excelência em que o adulto está 
mais ‘disponível’ para efectuar novas aprendizagens, pois necessita de dar resposta aos novos 
problemas que se lhe colocam na sua vida quotidiana. Brookfield (1987) afirma que estes 
acontecimentos podem ser de duas ordens: positivos ou negativos. Os acontecimentos 
positivos são aqueles que levam o indivíduo a novas formas de pensamento, em circunstâncias 
agradáveis. Os acontecimentos negativos obrigam o indivíduo a confrontar-se consigo próprio, 
sendo eles motivo de novas aprendizagens. Para Smith (1988) estes acontecimentos 
“permitem aos adultos explorar os seus significados e valores pessoais e transformá-los de 
forma a torná-los mais congruentes com a realidade. 
 DESENVOLVIMENTO DO ADULTO E O TRABALHO 
 Riverin-Simard (1984) interessou-se pelo estudo do curso da vida profissional dos adultos, 
utilizando a abordagem dos ciclos de vida. Uma das principais conclusões da investigação 
levada a cabo por Riverin-Simard é a de que, durante a sua vida profissional, o adulto vive 
estados de permanente questionamento. “Os momentos de questionamento não são 
momentos de excepção na vida adulta; pelo contrário, situam-se constantemente no centro 
quotidiano da vida no trabalho” (p. 148). Assim, são apresentados três grandes períodos 
durante a vida profissional: 1) o primeiro é o período de entrada e exploração no mundo do 
trabalho, onde o indivíduo se dá conta da grande distância existente entre as aprendizagens 
escolares e as que são requeridas para a prática profissional (20-35 anos); 2) o segundo 
período é caracterizado pelo processo reflexivo do indivíduo acerca do seu percurso 
profissional ajudando-o a definir o seu próprio caminho pessoal (35-50 anos); 3) no terceiro 
período o adulto procura criar as condições para uma retirada proveitosa do mundo trabalho. 
Ao longo destes três períodos, o adulto vai atravessando nove etapas que se alternam segundo 
um ciclo de questionamento e estabilização: a vida adulta é, pois, caracterizada por um 
constante dinamismo.

Continue navegando