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Prévia do material em texto

Desenvolvimento na idade
adulta e terceira idade
Prof.ª Patricia Rossi Carraro
Descrição
Desenvolvimento na idade adulta, terceira idade e conflitos emergentes,
como assuntos fundamentais para a psicologia da saúde,
organizacional e educacional.
Propósito
O conhecimento do desenvolvimento na idade adulta, terceira idade e os
conflitos emergentes nesse período da vida é essencial para a formação
e atuação do profissional da saúde.
Objetivos
Módulo 1
Mudanças físicas na vida adulta e terceira
idade
Identificar as mudanças físicas na vida adulta e terceira idade.
Módulo 2
Mudanças cognitivas na vida adulta e
terceira idade
Analisar as mudanças cognitivas na vida adulta e terceira idade.
Módulo 3
Mudanças psicossociais na vida adulta e
terceira idade
Reconhecer as mudanças psicossociais na vida adulta e terceira
idade.
Módulo 4
Con�itos emergentes na vida adulta
Avaliar os conflitos emergentes na vida adulta.
O desenvolvimento humano é definido como processos de
transformações que acontecem durante todo o ciclo vital e estão
relacionados a um conjunto complexo de fatores. Porém, a maioria
dos estudos sobre o desenvolvimento humano está relacionada às
mudanças e às transformações que ocorrem na infância, na
adolescência e vida adulta.
O ciclo vital, que se inicia com a concepção e termina com a morte,
e cada período da vida é um processo contínuo e dinâmico que será
influenciado por um conjunto de aspectos, sejam genéticos ou
ambientais. Assim, para a área da Psicologia, a noção de ciclo vital
está ligada aos estágios de desenvolvimento humano, uma maneira
de organizar as etapas da vida humana.
É importante compreender que as passagens pelas diferentes fases
do desenvolvimento são vistas pela cultura de maneiras diversas.
Introdução
1 - Mudanças físicas na vida adulta e terceira idade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as mudanças físicas na vida adulta e
terceira idade.
Ligando os pontos
A chegada na idade adulta nem sempre tem relação com a idade
cronológica. Vamos pensar que a idade é apenas um marcador do
tempo e não uma padronização do comportamento e atitudes. Veremos,
ao longo deste conteúdo, que as transformações sociais impactaram a
Não se enfatiza apenas os aspectos biológicos ao envelhecer, um
processo natural, mas também a maneira como a cultura olha para
a criança, para o jovem, para o adulto e para o idoso pertencentes a
determinados contextos de uma época.
Conheceremos os aspectos e as características do desenvolvimento
físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto, do adulto que se
encontra na meia-idade e do idoso. Neste conteúdo, portanto,
entenderemos a importância das mudanças que ocorrem na vida
adulta. Veremos também, os conflitos emergentes nessa fase.
compreensão do desenvolvimento humano durante todo seu percurso.
Para relacionarmos o conteúdo teórico que será apresentado, vamos
conhecer duas mulheres, a Selma e a Helena, protagonistas deste estudo
de caso, cujas histórias nos ajudarão propondo reflexões integrativas ao
conteúdo teórico com o viés prático sobre a vida e a terceira idade.
Selma e Helena são amigas há anos e fazem parte, há 8 meses, de um
programa de extensão universitária de qualidade de vida para mulheres
em uma universidade pública do Rio de Janeiro. Selma tem 52 anos e
Helena tem 68 anos. Ambas praticam várias modalidades de atividades
no programa, como yoga, fisioterapia, aula de informática, dança e
música. Apesar de terem 16 anos de diferença, Selma e Helena
vivenciam muitas questões em comum.
Selma estudou até o ensino fundamental, ainda trabalha como caixa em
um supermercado, é casada e não possui filhos. Atualmente faz
tratamento de saúde para artrite e hipertensão arterial, além de já ter tido
um câncer de mama quando tinha 41 anos. Já Helena é divorciada,
reside com a única filha e a neta de 30 anos, tem graduação em
Pedagogia e é aposentada como servidora pública. Financeiramente,
Helena usufrui de uma vida mais confortável e estável em relação a
Selma. Quanto à saúde, Helena faz apenas tratamento para
hipotireoidismo. As amigas, de um modo geral, tentam estar em
atividade. Por isso e porque os vínculos sociais de ambas diminuíram
com a idade, buscaram participar do programa para que pudessem ter
mais qualidade de vida e socializarem.
Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos!
Questão 1
Selma pertence à vida adulta intermediária ou meia-idade. Nessa
fase, ocorrem peculiaridades importantes no processo de
desenvolvimento humano. Marque a alternativa que, na sua opinião,
se relaciona com aspectos que podem surgir com a chegada da
meia-idade, ou seja, que tenha maior probabilidade de acontecer.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Observamos que Selma teve câncer de mama aos 41 anos, o que se
correlaciona com a afirmativa correta da questão. Sabe-se que os
índices de doenças e mortalidade se mostram aumentados nesta
fase. Os adultos na meia-idade possuem a chance de desenvolver
mais doenças crônicas, se comparados aos adultos jovens, com
maior tendência entre as mulheres. Quanto à capacidade
reprodutiva, tanto para homens como para mulheres há um declínio.
Questão 2
A prescrição de atividades físicas ao longo do processo de
envelhecimento tem alguns pré-requisitos importantes e que o caso
em questão nos mostra. Qual conselho, considerando o
envelhecimento na idade adulta, você daria para uma pessoa nessa
fase da vida? Escolha entre as alternativas abaixo:
A O índice de doenças e mortalidade mostram-se
diminuídos nessa fase.
B
Os adultos na meia-idade possuem mais doenças
crônicas, se comparados aos idosos.
C
Os homens nessa fase apresentam mais doenças do
que as mulheres.
D
Nessa fase há uma tendência maior de as mulheres
desenvolverem câncer de mama, chances essas que
aumentam com a idade.
E
Não há declínio na capacidade de reprodução para
homens e mulheres.
A
Faça atividades de alto impacto, vai te ajudar a se
sentir viva.
B
Peça autorização a família, afinal você está
envelhecendo.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Um dos desafios do envelhecimento é o processo de solidão e
fragilização. Em virtude disso, ações como manter-se próximo a
amigos e familiares, interagir e criar relações melhoram a condição
cognitiva e a sensação de bem-estar.
Questão 3
Ao olharmos os fatores relacionados à saúde de Selma, pode-se
afirmar que, em comparação com sua amiga Helena, Selma
apresenta mais problemas de saúde, mesmo sendo mais nova em
termos cronológicos. Quais aspectos da vida das amigas você
conseguiria relacionar que pudessem colaborar para essas
diferenças de saúde entre elas?
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
Segundo pesquisas, gozar de uma boa saúde e ser
longevo está relacionado a uma boa condição
socioeconômica e ao nível educacional. Desse modo,
observamos que Helena, mesmo tendo uma idade
mais avançada, não apresenta tantos problemas de
saúde como sua amiga, o que pode estar relacionado
com a sua situação financeira mais confortável e
com o seu nível de instrução mais elevado.
C
Desafie-se a atividades nunca feitas, são as únicas
podem ajudar seu corpo.
D
Evite exercícios de impacto, você está ficando velho
e pode ser perigoso.
E
Busque atividades físicas que permitam interações
sociais, fazer e manter amigos é terapêutico.
Considerações sobre o
desenvolvimento na vida adulta
Entendendo o desenvolvimento após a
adolescência
Davidoff (2001), ao abordar a transição para a vida adulta, destaca que
as expectativas em relação ao adulto são muito semelhantes em todo
lugar. Espera-se que as pessoas que tenham chegado a essa fase vivam
de forma independente e assumam responsabilidades por suas ações.
Mas podemos nos perguntar: o que define ser adulto? A posição de
adulto é adquirida aos poucos. Para algumas pessoas, ser adulto
começa com a permissão para dirigir o carro dos pais, beber em público
e até votar. Terminar ensino médio ou a faculdadepode ser outra
referência. Para alguns, mudar da casa dos pais, começar a trabalhar,
casar e até a chegada do primeiro filho podem ser considerados o ponto
inicial da vida adulta.
Andrade (2010) afirma que, com as novas alterações sociais, novas
configurações ocorrem na transição para a idade adulta, como no
reconhecimento de papéis de adulto por parte dos jovens. Por um lado,
acontece a continuação dos estudos e uma instabilidade profissional irá
atrapalhar a inserção dos jovens no mundo do trabalho. Nesse contexto,
a saída da casa dos pais ocorre mais tarde, o que interfere na idade para
a constituição de uma família própria. Tornar-se pai ou mãe é transferido
para outro momento de vida.
É comum vermos uma separação da idade adulta em grupos de idades
para compreendermos melhor cada momento. No entanto, você já ouviu
dizer que a idade por si mesma não nos explica tudo? E que a passagem
do tempo não nos dá todo o conhecimento do qual precisamos para
entender os processos de desenvolvimento?
Segundo Palacios (2004), não podemos prever o comportamento de
uma pessoa apenas pela idade. Percebemos que no processo do
desenvolvimento existem determinadas mudanças características de
uma idade e não de outra, mas não é a idade em si que produz as
mudanças.
O interessante é descobrirmos as diferentes divisões que os estudiosos
do desenvolvimento realizam sobre a vida adulta e que de uma certa
forma são semelhantes.
Papalia e Feldman (2013) dividem a vida adulta em: jovem adulto,
vida adulta intermediária e vida adulta tardia.
Coll, Marchesi e Palacios (2004) consideram idade adulta, meia-
idade e velhice.
Bee (1997) estabelece a seguinte demarcação: início da vida
adulta, vida adulta intermediária e vida adulta tardia.
Conheça a seguir os termos que adotaremos para nossos estudos:
Jovem adulto
Encontra-se no início da vida adulta, com idade de 20 aos 40
anos.
Meia-idade
Adultos que estão no período da vida adulta intermediária, cuja
idade seria em torno dos 40 a 60 anos.
Idoso
Faz parte da classificação da vida adulta tardia, com 66 anos em
diante.
Mudanças físicas no jovem adulto
Auge físico do jovem adulto
Coll, Marchesi e Palacios (2004) afirmam que o corpo humano alcança
sua maturidade entre 25 e 30 anos, período caracterizado pelos maiores
índices de energia e saúde.
Entretanto, é difícil apontar quando se inicia o envelhecimento biológico,
pois não ocorre de modo simultâneo em todos os indivíduos: o processo
acontece de forma distinta entre as diferentes funções biológicas e os
diferentes órgãos corporais.
Dentro de um mesmo órgão, como, por exemplo, no cérebro, distintas
partes seguem padrões diferentes de envelhecimento, cujo processo
evidencia grandes diferenças entre os seres humanos.
Exemplo
Existem pessoas que com 40 anos ou mais precisam usar óculos para
compensar as perdas de capacidade visual, mas outras não necessitam
desse tipo de apoio durante a vida toda.
Bee (1997) ressalta que, dos 20 aos 30 anos, a pessoa tem mais tecido
muscular, mais cálcio nos ossos, mais massa cerebral, melhor visão,
audição e olfato, bem como maior capacidade respiratória e um forte
sistema imunológico. Nessa faixa etária, somos mais fortes, mais
rápidos e temos melhor habilidade para nos recuperar do exercício ou
nos adaptar às mudanças corporais. As pessoas nessa fase atingem e
mantêm um excelente funcionamento físico até por volta dos 40 anos,
período em que se iniciam mudanças, na maioria dos aspectos do
desempenho.
É certo que essas mudanças já acontecem bem antes dos 40 anos,
porém de uma forma quase imperceptível. Entretanto, precisamos saber
que, na maior parte das pessoas, não percebemos uma queda
significativa na função física antes da meia-idade. Para Papalia e
Feldman (2013), os jovens adultos geralmente aproveitam os benefícios
de uma boa saúde, mas estão cada vez mais expostos a vários riscos
relacionados aos estilos de vida que a modernidade oferece.
A saúde é influenciada pela parte genética, mas não
podemos desconsiderar que fatores comportamentais
contribuem, e muito, para o bem-estar. Na medida em
que os jovens adultos comem com qualidade ou não,
bebem, fumam, praticam exercícios, usam drogas, seus
hábitos irão impactar sua condição física e na sua
saúde.
Nessa faixa etária, as causas mais comuns de limitações de atividade
são:
artrite e outros transtornos musculares e esqueléticos,
acidentes (causa principal de morte e ferimento),
homicídio e uso de substância.
Fatores relacionados ao estilo de vida podem afetar a saúde e a
sobrevivência, assim como:
dieta,
obesidade,
exercício,
estresse,
sono (insônia),
tabagismo e uso de álcool.
De acordo com Papalia e Feldman (2013), ter uma boa saúde e viver
mais tempo estão relacionados a uma boa condição socioeconômica e
ao estudo. As pessoas de classe social e econômica menos favorecida
correm mais riscos de morrer de doenças transmissíveis, ferimentos,
moléstias crônicas ou de se tornarem vítimas de homicídio ou suicídio.
A saúde mental é boa no início da vida adulta, mas certas condições,
como a depressão e o abuso de álcool, tornam-se mais comuns. Os
relacionamentos sociais, o casamento, por exemplo, impactam a saúde
física e mental.
Com relação aos aspectos sexuais e de reprodução, no início da vida
adulta, existem preocupações quanto a infecções sexualmente
transmissíveis, transtornos menstruais e à infertilidade.
A causa mais comum de infertilidade nos homens é a baixa contagem
de espermatozoides e nas mulheres relaciona-se a problemas
hormonais, problemas nos ovários, úteros e tubas uterinas, além de
endometriose.
Mudanças físicas na meia-idade
Declínio físico na meia-idade?
Conforme Papalia e Feldman (2013), atualmente, nas sociedades
industrializadas, a meia-idade é um período da vida com suas próprias
regras sociais, funções, oportunidades e seus desafios. Os aspectos
físicos nessa fase estão em pleno funcionamento. Várias são as
responsabilidades e os papéis que assumem e que se sentem capazes
para enfrentar. Podemos apontar que as pessoas de meia-idade são
saudáveis, na maioria, e não têm restrições funcionais.
Para Bee (1997), o declínio físico é esperado na meia-idade, mesmo que
as mudanças sejam insignificantes e lentas aos 40, 50 e 60 anos. Ocorre
uma redução da clareza e nitidez da visão, devido às camadas
acrescidas ao cristalino do olho, e perda da elasticidade, durante os 40,
50 anos. Já a perda da acuidade auditiva acontece aos poucos.
As mulheres que se encontram na menopausa têm uma alteração
significativa na massa óssea, que inicia antes desse momento específico
da vida. Caso elas vivenciem uma menopausa precoce, ou estejam
abaixo do peso normal, ou se fizerem pouco exercício ou dietas com
baixo teor de cálcio, a perda óssea será mais rápida.
A menopausa acorre entre 45 e 55 anos, por causa das diversas
mudanças hormonais, o que inclui diminuição de estrogênio e
progesterona, e um dos principais sintomas é a onda de calorões.
Mulheres após a menopausa tornam-se mais suscetíveis a doenças
cardíacas bem como à perda óssea, levando à osteoporose.
As chances de desenvolver câncer de mama também aumentam com a
idade, e recomenda-se que as mulheres façam exames de mamografia, a
partir dos 40 anos. Evidências sugerem que os riscos da terapia
hormonal superam seus benefícios.
Muitos homens nessa fase têm disfunção erétil. As causas podem ser
físicas, mas também podem estar ligadas à saúde, ao estilo de vida e ao
bem-estar emocional. A atividade sexual geralmente diminui lentamente
na meia-idade.
Há um declínio na capacidade de reprodução para homens e mulheres,
porém é mais lento neles e mais rápido nelas. Ressaltamos que os
homens produzem cada vez menos esperma e frequência de orgasmo.
Atenção!
Os índices de doença e mortalidade aumentam de forma considerável
nessa fase. Os adultos na meia-idade possuem mais doenças crônicas,
se comparados aos jovens adultos, sendo que estes últimospossuem
uma tendência maior de doenças agudas. As mulheres apresentam mais
doenças do que os homens, mesmo que venham a morrer mais tarde.
O câncer e as doenças cardíacas são considerados as duas principais
causas de morte na meia-idade, sendo que nos homens a taxa é maior.
Adultos nessa faixa etária evidenciam índices mais altos de problemas
emocionais de todos os tipos, se os compararmos com os jovens.
De acordo com Papalia e Feldman (2013), os insignificantes e lentos
declínios nas habilidades psicomotoras e sensoriais são bem
compensados. Perdas de densidade óssea e da capacidade vital são
normais.
A hipertensão é um problema de saúde importante que se inicia nessa
fase. Atualmente, temos um aumento do diabetes, sendo essa a quarta
principal causa de morte nessa faixa etária.
O estresse é bem maior na meia-idade e pode estar ligado a diversos
problemas objetivos. O nível de estresse alto pode impactar no
funcionamento imunológico. A personalidade e a emotividade negativa
podem afetar a saúde. Emoções positivas tendem a estar associadas
com boa saúde.
Mudanças físicas no idoso
O que esperar �sicamente do idoso?
Rodrigues, Diogo e Barros (1996) revelam que, de maneira geral, o
organismo de uma pessoa idosa caracteriza-se por alterações nas
estruturas e nas funções do corpo. Um dos aspectos mais visíveis do
envelhecimento é a aparência pessoal, destacando-se a presença de
rugas e cabelos brancos.
Veja abaixo algumas mudanças nos sistemas no corpo humano:
Sistema locomotor
No idoso, as estruturas relacionadas à locomoção também
estão alteradas. Os ossos ficam mais frágeis e, portanto, com
maior risco de fratura. Ocorre perda da massa e da força
muscular, ocasionando dificuldade de manter o equilíbrio.
Como consequência, o idoso pode apresentar o andar lento e
arrastado, e ainda diminuição da agilidade. Em virtude das
alterações das estruturas das juntas (endurecimento), da
artrose, pode haver diminuição da estrutura (altura) e o idoso
tende a se inclinar para frente (em consequência da acentuação
da curvatura do osso).
Sistemas respiratórios
Os sistemas respiratórios (pulmonar) e cardiovascular (coração
e circulação do sangue) estão intimamente relacionados,
portanto, uma mudança em um deles influi diretamente sobre o
outro. As alterações no sistema respiratório resultam em uma
respiração menos profunda, na diminuição do reflexo da tosse e
da sua eficácia, facilitando o aparecimento de infecções
pulmonares.
Sistema cardiovascular
No sistema cardiovascular, ocorrem modificações no coração e
nos vasos sanguíneos (artérias e veias), levando a alterações
no funcionamento de ambos. Como resultado dessas
mudanças, o idoso pode apresentar aumento da pressão
arterial, batimento do coração irregular dentro de determinados
limites, e lesões dos vasos, principalmente das extremidades.
Sistema sensorial
Com relação aos órgãos dos sentidos, ocorre redução
principalmente da audição e da visão. O idoso também terá
prejuízos com o olfato e o paladar, e quando isso acontece
passa a não diferenciar o gosto dos alimentos, que poderá
ocasionar a falta de apetite e o perigo de envenenamento
acidental. Alguns idosos podem apresentar diminuição do tato,
isto é, não distinguem com facilidade o calor, o frio e a dor.
Sistema endócrino
Ao pensarmos no sistema endócrino (responsável pela
produção de hormônios), notamos que a produção de
hormônios diminui com o avançar da idade e as mudanças são
variadas. Ocorrem aIterações na capacidade de adaptação do
organismo a novas situações, que se torna reduzida. Portanto, o
idoso tem maior dificuldade de retornar ao seu estado normal,
quando submetido a estresse e tensão.
Existem outras mudanças além dessas que são bastante relevantes
também.
Quanto ao sistema urinário, na velhice, ocorre diminuição da estrutura e
da função dos rins. A bexiga pode deixar de se esvaziar completamente
durante o ato de urinar, sobretudo nos homens. A incontinência urinária,
isto é, a perda involuntária de urina, é bastante frequente.
As alterações ocorridas no sistema digestivo incluem a dificuldade de
mastigação, decorrente da perda dos dentes, a diminuição da saliva e
demais secreções que agem no processo de digestão, mais lento em
virtude das alterações de estrutura e funções dos órgãos envolvidos,
como o esôfago, o estômago e os intestinos.
Como algumas consequências dessas alterações, o idoso pode
apresentar "intestino preso" (constipação intestinal), gases, falta de
apetite ou incontinência fecal (falta de controle da saída das fezes).
Com relação às alterações sexuais, as mudanças no corpo do homem e
da mulher podem comprometer a função sexual, mas não a impedir.
Na mulher, ocorre redução dos pelos na área genital (pelos pubianos), as
mamas tornam-se flácidas e a vagina mais ressecada. No homem, pode
ocorrer aumento da próstata, o pênis pode apresentar menor
sensibilidade e o volume da ejaculação é menor.
Comentário
Não podemos afirmar que os idosos não gostam ou não conseguem ter
relação sexual. Ocorre uma alteração da manifestação da sexualidade,
assim como em qualquer outra idade.
As alterações no sistema nervoso (que coordena e integra todas as
atividades corporais) incluem mudanças do comportamento, falta de
memória para fatos mais recentes e distúrbios do sono.
As mudanças ocorridas no processo de envelhecimento não devem ser
vistas isoladamente, ou seja, o homem é um ser complexo e, portanto, as
alterações nos diversos órgãos e sistemas são inter-relacionadas. Não
podemos isolar os aspectos biológicos dos psicossociais, pois também
interagem na vida do ser humano.
Bee (1997) ressalta que a demência é mais comum com o avanço da
idade e afeta 15% ou mais dos que têm acima de 85 anos. A causa mais
comum é a doença de Alzheimer.
Papalia e Feldman (2013) destacam que a maior parte dos idosos tem
uma boa saúde mental. A depressão, o alcoolismo e outros problemas
podem até ser revertidos com tratamentos, porém o mal de Alzheimer é
irreversível. Ele se torna mais frequente com a idade e é hereditário; mas
dieta, exercício e outros aspectos do estilo de vida podem fazer grande
diferença.
Estudos mostram que a atividade cognitiva pode ser protegida
construindo-se uma reserva cognitiva que possibilite ao cérebro
funcionar em condições de estresse. Terapias comportamentais e
medicamentos podem diminuir a velocidade da deteriorização. É
importante ficar atento, pois uma redução da capacidade cognitiva pode
ser um sinal precoce da doença.
Qualidade de vida na fase adulta
Neste vídeo, você conhecerá a importância da qualidade de vida para o
jovem adulto, para a pessoa que está na meia-idade e para o idoso.
Vamos lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A idade adulta jovem é considerada por muitas pessoas como a
melhor fase da vida. Considerando o desenvolvimento físico nesse
período, podemos dizer que
Parabéns! A alternativa D está correta.
Estudos apontam que, no início da fase adulta, o jovem adulto, cuja
idade gira entre 20 e 40 anos, está no seu auge físico. Apresenta
ótimo funcionamento muscular, cerebral, excelente acuidade
sensorial, maior potencial cardíaco, pulmonar, tem mais força,
energia, resistência e coordenação motora.
Questão 2
Carlos Drummond de Andrade, na poesia - Fazer 70 anos traz uma
reflexão sobre o envelhecer:
“Fazer 70 anos não é simples
A vida exige, para o conseguirmos,
Perdas e perdas no íntimo do ser,
Como, em volta do ser mil outras perdas [...]” (ANDRADE, Carlos
Drummond. Amar se aprende amando. Rio de Janeiro: Record,
1985).
Ao pensarmos no desenvolvimento físico do idoso, a partir do trecho
da poesia, podemos considerar que
A
o sistema imunológico começa a se mostrar menos
eficiente.
B
as principais causas de morte nessa fase seriam o
câncer e as doenças cardíacas.
C
as mulheres apresentam mais dificuldades
circulatórias devido aos problemas hormonais.
D há maisvitalidade, saúde e um melhor desempenho.
E
apresenta muitos problemas sexuais e de
infertilidade.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Verificamos que na velhice várias são as perdas também no plano
físico. O processo do envelhecimento está programado pelo nosso
sistema biológico. As células do nosso corpo não podem se dividir
infinitamente para produzir novas células, pois a capacidade de
regeneração é limitada. Com o tempo, diminui a capacidade para se
defender das infecções e aumentam os transtornos. O sistema
endócrino, que controla diversas funções corporais, também
envelhece, e isso ocorre em todos os órgãos e sistemas do ser
humano: neurológico, sensorial e psicomotor. Por mais que
encontremos vários idosos em boas condições de saúde, sabemos
que o corpo humano está programado para morrer. As perdas irão
ocorrer, são inevitáveis.
A
a desaceleração generalizada em todas as reações é
quase imperceptível nessa fase da vida.
B
baixo funcionamento neurológico, sensorial e
psicomotor.
C
artrite, hipertensão e doenças cardíacas são doenças
pouco prováveis de ocorrer nessa fase.
D
o idoso tem mais massa e tecido muscular, mais
massa cerebral e também maior capacidade
aeróbica devido a todas as experiências e
influências ambientais.
E
a demência é muito rara nesse período da vida
adulta.
2 - Mudanças cognitivas na vida adulta e terceira idade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as mudanças cognitivas na vida adulta e
terceira idade.
Ligando os pontos
Será que existe idade para aprender? Será que, quando chegamos a uma
determinada idade, perdemos nossa capacidade de aprendizado? E você,
o que acredita? Veremos a resposta dessas e outras indagações com um
estudo de caso sobre a vida de Selma e Helena.
Selma, 52 anos e Helena, 68 anos, protagonistas deste estudo de caso,
seguem com os desafios impostos pelo envelhecimento, enquanto
participam de diversas atividades de um programa de extensão
universitária para mulheres. Nesse programa participam diversos
profissionais, entre eles o psicopedagogo, com o desenvolvimento de
oficinas e orientações para as mulheres que se interessam ou são
direcionadas para esse profissional.
Em um dado momento, Helena convida Selma a se inscrever em um
curso de educação de jovens e adultos para que a amiga conclua a
formação na educação básica. Selma no primeiro momento se negou,
afirmando que com sua idade já não tem mais “cabeça” para aprender
nada e que tinha certeza de que teria muitas dificuldades pedagógicas.
Contudo, Helena não se cansou, continuou a estimular sua amiga a
continuar os estudos, tendo em vista que Selma sempre teve muita
vergonha de não ter concluído todas as etapas da educação básica. Isso
muito a incomodava, porém acreditava que, à beira dos seus 52 anos, já
não teria capacidade de aprender.
Helena, com a melhor das intenções, solicitou ao profissional
psicopedagogo do programa que conversasse com Selma de forma
mais profissional e que pudesse demonstrar para a amiga as
possibilidades de retornar dos estudos.
Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos!
Questão 1
Considerando que o profissional de psicopedagogia está focado na
aprendizagem e nos cuidados relativos ao processo de
desenvolvimento humano, qual entre as alternativas abaixo você
escolheria para um conselho inicial para Selma?
Parabéns! A alternativa E está correta.
A
“Aprender fará de você cidadã de direitos que hoje
lhe são excluídos.”
B
“Voltar a estudar lhe possibilitará um diploma e ser
finalmente alguém na vida.”
C
“Você nunca aprenderá como antes, mas vale pelo
menos para passar tempo e fazer novos amigos.”
D
“Aprenda em uma classe especial, já que você não
acompanhará os alunos mais jovens.”
E
“Você não tem com o que se preocupar, se tiver
dificuldade, posso ajudar a elaborar um programa
específico de estudos e dialogar com a escola.”
A aprendizagem ocorre ao longo de toda a vida. É discutível sobre a
forma e o grau de ensino-aprendizagem, mas é inegavelmente um
problema menor do que o de não estimular o cérebro a continuar
ativo e se desafiando.
Questão 2
A psicopedagoga se ofereceu para fazer uma anamnese com
Selma, a fim de perceber suas dificuldades e identificar que suportes
poderia dar para que ela tivesse êxito nessa volta aos estudos. Ao
detectar que Selma tinha graves problemas na alfabetização,
assinale a alternativa que seria seu aconselhamento como
psicopedagogo:
Parabéns! A alternativa C está correta.
O foco de um psicopedagogo deve ser apoiar o desenvolvimento
humano e desenhar soluções de aprendizagem. Conselhos
genéricos e opinativos não fazem parte do rol de opções de atuação
do profissional psicopedagogo.
Questão 3
A
Sugerir que ela desista, pois infelizmente teria
muitas dificuldades.
B
Indicar a participação em projetos que a
estimulassem e a permitissem relembrar seus
primeiros anos na escola.
C
Organizar um plano e atividades e oferecer suporte
para essa primeira fase de adaptação na volta aos
estudos.
D
Solicitar exames, pois certamente Selma tinha
algum transtorno de aprendizagem.
E
Apoiar Selma em sua decisão de não voltar a
estudar.
Imaginando que você é o psicopedagogo, como você conversaria
com a Selma sobre os aspectos relacionados à crença limitante
que ela possui de não aprender e por isso se recusar a retomar os
estudos?
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
Nessa posição de psicopedagogo, seria importante
pontuar para Selma que suas capacidades cognitivas
não têm relação apenas com a idade e que há
indícios de um aumento da inteligência nessa fase do
desenvolvimento em que se encontra. A memória se
mantém quase intacta, havendo perda insignificante.
A questão central é que não podemos deixar a
cabeça sem função, não podemos parar! Assim, a
prática de exercícios constantes colabora para o
funcionamento cognitivo, o que quer dizer: não perca
essa oportunidade, dona Selma!
Mudanças cognitivas no jovem adulto
Papalia e Feldman (2013) esclarecem que alguns pesquisadores do
desenvolvimento propõem formas de cognição adulta distintas que vão
além das operações formais propostas por Jean Piaget. Uma linha da
teoria e da pesquisa neopiagetiana diz respeito aos níveis mais altos de
pensamento reflexivo, ou raciocínio abstrato. Assim, vamos encontrar
nesta fase:
Destaca a lógica complexa, possibilita questionamento contínuo
dos fatos, faz inferências e conexões. A capacidade para esse
tipo de pensamento pode ocorrer entre os 20 e 25 anos.
Pensamento reflexivo 
De modo geral, quase todos os adultos desenvolvem a
capacidade de se tornarem pensadores reflexivos, mas poucos
têm competência para essa habilidade, e um número ainda
menor sabe aplicá-la a diversos tipos de problemas. Esse tipo de
pensamento permite que a pessoa consiga uma visão crítica de
uma opinião pública, ou de uma notícia, de maneira que possa
refletir sobre ela, sem aceitar informações fornecidas pelos
diferentes meios de comunicação como verdades absolutas.
É flexível, aberto, adaptativo e individualista. É um tipo de
pensamento que busca na intuição, nas emoções e na lógica
uma forma de ajudar as pessoas a enfrentarem um mundo um
pouco confuso. Esse pensamento é caracterizado pela
capacidade de lidar com a ambiguidade, incerteza,
inconsistência, contradição, imperfeição e tolerância. Inicia no
começo da vida adulta em virtude da exposição à educação
superior.
K. Warner Schaie caracteriza o desenvolvimento intelectual
dentro de um contexto social. Ele propôs sete estágios
relacionados às metas motivadoras que passam para o primeiro
plano nas várias etapas da vida. Essas metas vão mudando e
estão relacionadas ao que eu preciso saber; como utilizar o que
sei e o motivo que eu deveria saber (apud PAPALIA; FELDMAN,
2013).
Ainda de acordo com Papalia e Feldman (2013), a partir dessa
perspectiva teórica, destacamos que no início da fase adulta vamos
encontrar:
Pensamento pós-formal  Estágio realizador
Final da adolescência ou início dos 20 anos até o
começo dos 30. Os jovens adultos não apresentam
mais o conhecimento por seu próprio valor. Eles
passam a usar o que conhecem para alcançar
metas, como carreira profissional e família.
 Estágio responsável
Fi l d 30 té i í i d 60 A
Mudanças cognitivas na meia-idade
Para Papalia e Feldman (2013), a partir da perspectiva teórica de Schaie
sobre o desenvolvimento intelectual na meia-idade, destacamos que na
vida adulta intermediária encontramos o estágio responsável e
executivo, já estudado anteriormente.
Atenção!
Uma característica importante do pensamento pós-formal encontrado na
meia-idade é a sua natureza integrativa. Adultos na meia-idade integram
lógica com intuição e emoção; fatos com ideias conflitantes e
informações novas em relação às que já possuem. Eles interpretam o
que leem, veem ou ouvem em termos do significado que isso tem para
eles.
Muitos adultos entram na universidade em uma idade que não é comum,
com o objetivo de aperfeiçoar habilidades e conhecimentos relacionados
ao trabalho, ou procuram fazer uma modificação de carreira. O
interessante é que, ao participar das atividades educativas, eles têm
condições de expandir suas relações sociais, além do seu círculo
familiar.
Final dos 30 anos até início dos 60 anos. As
pessoas nessa fase usam a mente para solucionar
problemas práticos ligados às responsabilidades
com os outros, como os membros da família ou
empregados.
 Estágio executivo
Dos 30 anos até a meia-idade. As pessoas são
responsáveis por sistemas sociais (organizações
governamentais ou comerciais) ou movimentos
sociais. Enfrentam relacionamentos complexos em
múltiplos níveis. O conhecimento passa a ser
utilizado para sustentar esses sistemas.
Para Morris e Maisto (2004), os adultos gradualmente percebem que não
existe somente uma solução correta para todos os problemas, como os
adolescentes pensam. Consideram que pode até não existir uma solução
correta, ou existirem muitas. Os adultos percebem que a verdade
frequentemente varia de acordo com a situação e com o ponto de vista
adotado.
E o que podemos encontrar sobre a inteligência nessa fase
da vida?
Papalia e Feldman (2013) afirmam que a Teoria Triárquica da
Inteligência, de Sternberg, identifica três elementos ou aspectos da
inteligência na vida adulta, conforme podemos ver a seguir.
Relaciona-se ao enfoque analítico da inteligência. Determina a
eficiência da informação, a qual é realizada pelas pessoas. É
usado para resolução de problemas, monitoramento de soluções
e avaliação dos resultados.
Está ligado à introspecção e criatividade. Vai indicar como as
pessoas conseguem realizar tarefas novas ou familiares.
Possibilita a comparação de uma nova informação com aquilo
que já sabem e descobrem novas maneiras de unir fatos, ou seja,
pensar originalmente.
Elemento componencial 
Elemento experiencial 
Elemento contextual 
É extremamente prático. Demonstra como as pessoas enfrentam
o ambiente. É a habilidade que possibilita a avaliação de uma
situação e a decisão do que fazer, por exemplo, adaptar-se a ela,
modificá-la ou sair da situação.
De acordo com essa teoria, os adultos têm esses três tipos de
habilidades, em maior ou menor grau. Uma pessoa pode destacar-se em
um, dois ou em todos os três elementos.
Para Bee (1997), as capacidades cognitivas estão bem nesse estágio da
vida, mas há uma variabilidade individual. O desenvolvimento da
inteligência aumenta, assim como o vocabulário.
A perda de memória é normal nessa fase, mas é muito insignificante, e
esse fenômeno acaba sendo evidente bem depois da meia-idade, pelo
menos em relação à maioria das medidas.
A importância do exercício é um assunto constante na pesquisa sobre o
funcionamento físico e cognitivo na vida adulta intermediária. O
exercício auxilia as pessoas a continuarem com as habilidades em
melhor estado do que os que levam uma vida mais sedentária.
Mudanças cognitivas no idoso
Para Papalia e Feldman (2013), estudos com idosos apontam que o
funcionamento cognitivo nessa fase é muito questionado. Encontramos
pessoas que declinam em todas ou na maior parte das áreas, mas
também muitas que até melhoram em algumas.
Os problemas práticos são resolvidos com mais eficiência, se forem
importantes emocionalmente para eles, e uma diminuição no
funcionamento do sistema nervoso central pode impactar a velocidade
do processamento de informação.
As memórias sensorial, semântica e de procedimento funcionam tão
bem quanto em adultos mais jovens. Entretanto, a capacidade da
memória de trabalho e da memória episódica não é tão eficiente.
Notamos que, com o passar do tempo, a complexidade gramatical e o
conteúdo da fala declinam. As mudanças neurológicas e as dificuldades
de codificação, armazenamento e recuperação podem estar relacionadas
ao declínio da memória funcional nos idosos.
Pessoas idosas podem apresentar considerável plasticidade em
desempenho cognitivo e podem se beneficiar de treinamento.
De acordo com Papalia e Feldman (2013), a partir da perspectiva teórica
de Schaie sobre o desenvolvimento intelectual do adulto, destacamos
que no idoso encontramos os seguintes estágios:
 Estágio reorganizativo
Fim da meia-idade e início da vida adulta tardia: as
pessoas, ao se aposentarem, terão que reorganizar
suas vidas e habilidades intelectuais, a partir de
objetivos que tenham significados para ocupar o
espaço do trabalho remunerado.
 Estágio reintegrativo
Vida adulta tardia: os idosos, por estarem
vivenciando alterações biológicas e cognitivas,
procuram selecionar as atividades nas quais
desejam investir esforço. Focam no objetivo do que
realizam e nas tarefas que têm mais significado
para eles.
 Estágio de criação de herança
Velhice avançada: para os idosos, como a certeza
que possuem é a morte, procuram elaborar
instruções para a distribuição do que eles têm de
valor, preparam-se para o funeral, contam histórias
ou procuram escrever a autobiografia como forma
de deixar alguma lembrança ou legado para os
parentes e amigos que amam.
A construção da sabedoria ao longo
da vida
Neste vídeo, você aprenderá como a sabedoria é considerada pelos
estudiosos do desenvolvimento a partir de diferentes visões e que não
está relacionada diretamente com a velhice. Ela vai além da inteligência
e é baseada também em valores sociais, éticos e morais. Vamos lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Ao considerarmos o desenvolvimento cognitivo, no início da vida
adulta, podemos ressaltar que o desempenho do jovem adulto tem
um potencial significativo. Entretanto, estudos apontam que as
habilidades cognitivas nessa fase também sofrem uma queda,
porém esta vai ocorrer bem depois em capacidades como
Parabéns! A alternativa E está correta.
A linguagem, raciocínio matemático, percepção.
B emoção, Inteligência, atenção seletiva.
C percepção, audição, consciência.
D raciocínio, vocabulário, sensação.
E
vocabulário, problemas diários de memória e
solução normal de problemas.
Dos 20 aos 35/40 anos, ocorrerá maior desempenho em diversas
tarefas mentais que exigirão velocidade e maior habilidade de
memória. Além disso, encontraremos um aumento do quociente de
inteligência (QI), e significativas melhorias no desempenho
intelectual, como vocabulário ou solução de problemas. Contudo, é
preciso lembrar que os declínios vão ocorrer na dimensão cognitiva
de forma bem sutil, e serão a partir dos 20 anos.
Questão 2
Teóricos do desenvolvimento humano consideram que a meia-idade
é um momento primordial na vida do ser humano. Partindo desse
pressuposto, no desenvolvimento cognitivo, que vai dos 40 a 65
anos, é correto afirmar que
Parabéns! A alternativa A está correta.
Podemos constatar que, na meia-idade, o QI vai ter um aumento por
volta dos 50, 55 anos, porém pesquisas demonstram que depois
ocorre uma queda gradativa. Notamostambém perda de
habilidades menos praticadas, como, por exemplo, visualização
espacial. A memória sofre pouco impacto de declínio, nesse período,
mas percebemos uma perda superficial na velocidade da lembrança,
também influenciada por estresse.
A
há aumento do QI e pouca mudança na memória até
bem depois dessa fase.
B
o funcionamento cognitivo é extremamente
desorganizado.
C
a pessoa tem muita dificuldade de comunicação
clara e objetiva.
D o pensamento é um confuso nessa fase.
E
a compreensão costuma estar em declínio
significativo.
3 - Mudanças psicossociais na vida adulta e terceira idade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as mudanças psicossociais na vida
adulta e terceira idade.
Ligando os pontos
É fato que nossos círculos sociais são importantíssimos para a
manutenção da nossa saúde emocional e que nem sempre permanecem
os mesmos ao passo que envelhecemos. Você já pode notar isso em sua
vida? Seus amigos permanecem os mesmos? E as relações familiares,
como vem se estabelecendo? Sobre esses laços tão relevantes em
nossas vidas, vamos acompanhar o caso das amigas Selma e Helena.
É com grande alegria que Selma, 52 anos, decide retomar os estudos,
com muito incentivo da amiga Helena e apoio do psicopedagogo do
programa do qual fazem parte. Ao ingressar no curso EJA (educação de
jovens e adultos), Selma faz novas amizades e passa a sentir-se mais
alegre e motivada a se engajar em outras atividades.
Já Helena, em um momento de partilha em uma das oficinas do
programa, relata com muito pesar a morte do único filho que tivera,
vítima de uma pneumonia que resultou no seu falecimento aos 12 anos
de idade. Desde então, Helena vem se engajando em várias atividades
para tentar suprir o “vazio” que sente. Helena participa de vários projetos
e ainda é voluntária em sua igreja, na pastoral da família.
Em conversa com a equipe interdisciplinar do programa para mulheres
de que Helena e Selma fazem parte, os profissionais verbalizam para
Helena que ela se apresenta sempre com bom humor, alegre, disposta e
animada, apesar da falta do seu único filho, e a questionaram: qual é o
seu segredo?
Questão 1
A equipe, ao debater o assunto, discutiu duas possibilidades: uma
positividade tóxica que disfarça seu sofrimento ou um exercício de
superação surpreendente. Ao buscar na bibliografia sobre o luto e o
envelhecimento, como profissional você defende que
A Helena apenas mente sobre seus sentimentos.
B Helena pode ter algum tipo de psicopatia.
C
Helena opta por se ocupar para não lembrar do seu
sofrimento.
D
Helena trabalha para modificar e transformar
sofrimento em energia.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A relação de Helena com sua dor não significa que ela a está
negando, mas sim que, diante de fenômenos que beiram o
insuperável, como a morte de um filho, é preciso lidar com o
imponderável. Helena optou por buscar a ocupação do espaço
deixado pela separação, preenchendo seu tempo com atividades
que tragam a sensação de ser útil, de fazer a diferença, como o
voluntariado.
Questão 2
Os profissionais descobriram que Helena faz acompanhamento
com o psicólogo e já participou de diversos grupos alternativos, mas
só conseguiu uma mudança quando sentiu que podia fazer
diferença por meio do voluntariado. Você, como psicopedagogo,
como explicaria tal mudança?
Parabéns! A alternativa A está correta.
E Helena não devia gostar muito do filho.
A
A interação social promovida pelos espaços e as
terapias propiciam uma saúde mental positiva a
Helena.
B
A formação de grupos religiosos dentro dos projetos
trouxe paz à Helena.
C
A estrutura de Helena aponta para uma grande
farsa. Ela esconde os sentimentos para não se sentir
tão mal.
D
Helena reconhece a dor, lida com ela, e começa
pensar como ela pode ser preenchida.
E
Helena deve participar de algum tratamento
psiquiátrico, pois essa vivência não seria possível.
O profissional psicopedagogo acolhe, escuta e analisa o
comportamento humano. Na terceira idade, a interação social é um
elemento importante das saúdes física, emocional e mental. No
caso de Helena, ao participar de atividades de voluntariado, além de
ajudar outras pessoas, ela tem a oportunidade de reconhecer seus
traumas, suas fragilidades, se expor, falar, se relacionar e
redimensionar a solidão.
Questão 3
Analisando o caso em pauta, como psicopedagogo, descreva o
que você acredita que colabora para que Helena mantenha-se
engajada em seus afazeres com alegria e bom humor, mesmo
com a perda do seu único filho.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
A dinâmica complexa não tem uma resposta
fechada. Mas podemos citar a importância da
interação social na qualidade de vida e nas saúdes
física, emocional e mental dos idosos. Ao participar
de atividades, Helena tem a possibilidade de construir
e estreitar laços afetivos que contribuem para seu
estado emocional. No entanto, é preciso considerar
que cada ser humano responderá de forma diferente
tanto a eventos de perda e conflito como a novas
conquistas.
Mudanças psicossociais no jovem
adulto
De acordo com Papalia e Feldman (2013), o início da vida adulta oferece
certa tranquilidade das cobranças do desenvolvimento e possibilita aos
jovens a autonomia de vivenciar vários papéis e estilos de vida. É um
período de experimentação e um momento que ele tem antes de aceitar
os papéis e as responsabilidades de adulto.
A busca por um emprego que traga certa estabilidade e por
relacionamentos amorosos de longo prazo pode ocorrer até os 30 anos
ou depois.
Nessa fase, ocorre a recentralização, relacionada ao desenvolvimento
gradativo de uma identidade adulta em busca da estabilidade. É a
principal tarefa no início da vida adulta. Ocorre em três estágios e o
poder, a responsabilidade e tomada de decisão vão aos poucos sendo
transferidos da família de origem para o adulto jovem independente.
Vamos conhecer esses estágios?
Estágio 1
A pessoa ainda pertence à família de origem, porém espera-se que
a autoconfiança e o autodirecionamento comecem a aumentar. A
sua casa é ainda identificada como aquela em que vivem os pais.
Estágio 2
A pessoa pode estar de certa forma ligada à família de origem, e
depender dela financeiramente, porém, não sente que pertence
mais a ela. Envolvimentos ainda não definitivos, universidade,
trabalho e relacionamentos íntimos são aspectos dessa fase. Ao
final desse estágio, a pessoa procura assumir relacionamentos
mais sérios e obter condições para mantê-los.
Estágio 3
Perto dos 30 anos, esse período relaciona-se com a independência
dos pais (mas tem relacionamento próximo com eles), o
compromisso com uma profissão, com um relacionamento
afetivo, e quem sabe até filhos.
Na atualidade e em muitas ocasiões, morar na casa dos pais é muito
comum entre adultos jovens devido a questões financeiras, causando
certas dificuldades de negociar um relacionamento adulto com os pais.
Por mais que saiam da casa dos pais, eles precisam negociar a
finalização da autonomia, iniciada na adolescência, e dar um novo rumo
ao relacionamento com os pais, agora como adultos. Pais que não
querem admitir essa mudança podem atrasar o desenvolvimento de
seus filhos.
Mesmo que os pais saibam que os filhos não são mais crianças, os
jovens adultos ainda precisam de aceitação, empatia e apoio deles, e o
apego a eles continua sendo um elemento importante do bem-estar.
A formação de novos relacionamentos (como com parceiros amorosos)
e a renegociação de relacionamentos existentes (como com os pais) têm
implicações na personalidade. Hoje em dia, mais do que antigamente,
mais adultos acabam adiando o casamento ou não se casam.
Estudos apontam que as razões para uma pessoa não querer se casar
podem ser:
possibilidades de carreira;
liberdade sexual;
viagens e estilo de vida;
busca por autorrealização;
não ter pressão social para casar;
limitações financeiras;
medo da separação;
dificuldade para encontrar um parceiroapropriado;
e falta de possibilidades de namoro ou de pessoas que estejam
namorando.
Verificamos que, na atualidade, muitos casais podem optar por morar
junto sem se casar. Esse tipo de relacionamento aumentou nos últimos
tempos. Parece refletir o momento de experimentação do início da vida
adulta e uma maneira de adiar o casamento. As pessoas estão se
casando mais tarde do que em gerações passadas.
Pesquisas constatam que, atualmente, as mulheres
têm menos filhos e bem mais tarde na vida, e um
número significativo de mulheres não quer tê-los. Os
pais, de modo geral, se envolvem menos na educação
dos filhos do que as mães, mas são mais presentes do
que em gerações anteriores.
A satisfação, para quem é casado, diminui durante os anos de criação
dos filhos. Na maioria das vezes, mesmo o casal trabalhando, a
responsabilidade maior da casa e dos filhos fica a cargo da mulher, que
se sente sobrecarregada.
O divórcio continua a ocorrer. Segundo dados do IBGE, em 2020, no
momento do divórcio, as mulheres tinham, em média, 40 anos e os
homens, 43. As estatísticas apontam que, no Brasil, 49,8% dos casais
que se divorciam mantiveram um casamento de até 10 anos. Porém, os
que ainda permanecem casados apontam maior nível educacional e o
atraso na idade de casamento.
Sabemos também que várias pessoas divorciadas procuram casar-se
novamente dentro de poucos anos, mas os novos relacionamentos têm
uma tendência de menor estabilidade do que os primeiros.
Mudanças psicossociais na meia-
idade
Para Papalia e Feldman (2013), apesar de alguns teóricos afirmarem que
a personalidade está essencialmente formada na meia-idade, há um
consenso crescente de que o desenvolvimento nessa fase mostra
mudança e estabilidade.
Apesar de ser divulgada a existência de uma crise de meia-idade,
pesquisas não apoiam uma crise normativa nessa fase. É mais correto
referir-se a uma transição, que pode ser um momento psicológico
decisivo.
Crise normativa
São os eventos esperados socialmente, marcantes, frequentes e específicos
em determinado momento do ciclo de vida.
A saúde física e mental é influenciada positivamente pelos
relacionamentos, mas eles também podem apresentar vários momentos
estressantes. Estudos sobre a qualidade dos casamentos sugerem uma
melhora no relacionamento do casal após os filhos deixarem a casa dos
pais.
O divórcio na meia-idade pode ser estressante e ocasionar uma
importante mudança de vida. Segundo diferentes pesquisas, as pessoas
casadas tendem a ser mais felizes na meia-idade do que indivíduos em
qualquer outro estado civil, especialmente os homens.
As pessoas de meia-idade não têm muito tempo para estar com os
amigos, se comparado aos adultos mais jovens, mas o apoio emocional
e a ajuda em determinadas situações dos amigos são importantes.
O ninho vazio pode ser libertador para muitas mulheres, mas pode ser
complicado para casais, cuja identidade depende do papel de pais, ou
para aqueles que agora têm de enfrentar problemas conjugais
anteriormente ignorados.
Atualmente, devido a diversos problemas financeiros
ou emocionais, adultos que saíram da casa dos pais
estão retornando a ela, e algumas vezes com suas
famílias.
Na meia-idade, constatamos que mais e mais pais idosos são
dependentes dos cuidados de seus filhos. A aceitação dessas
necessidades pode ser considerada um aspecto marcante da maturidade
do filho e a finalização de uma crise relacionada aos filhos.
As possibilidades de tornar-se cuidador de um pai idoso aumentam na
meia-idade, sobretudo para as mulheres.
Notamos que é muito comum, na meia-idade, os adultos tornarem-se
avós, mas seus filhos têm menos filhos que as gerações anteriores. É
comum que um divórcio e um novo casamento de um filho possam
influenciar o relacionamento entre avós e netos.
Encontramos também avós criando os netos, cujos pais estão
impossibilitados de fazê-lo. Criar os netos pode acarretar tensões físicas,
emocionais e financeiras.
Mudanças psicossociais no idoso
Na perspectiva de Papalia e Feldman (2013), mesmo aposentados, os
idosos continuam trabalhando. Encontramos também pessoas
aposentadas começando novas profissões, trabalhando em algum
período, ou até como voluntárias.
As idosas estão mais inclinadas do que os idosos a viver sozinhas. A
permanência em instituições de longa permanência (ILP) não é comum
em países em desenvolvimento.
Os idosos preferem morar sozinhos ou não participam de atividades
sociais. Porém, é importante destacar que cada vez mais os estudos
apontam o fator socialização como um importante elemento associado
à qualidade de vida e à boa saúde no final da vida. Na medida em que a
pessoa mantém seus laços afetivos e busca uma vida social dinâmica,
maior é a possibilidade de apresentar ótima saúde física e mental.
Os relacionamentos são importantes para os idosos, ainda que não se
vejam com frequência. Os idosos gostam de passar seu tempo com
outras pessoas que aumentem seu bem-estar emocional. A interação
social vai impactar a saúde e a satisfação do idoso. Já o isolamento é
um fator de risco para mortalidade.
Com o aumento da expectativa de vida, aumenta também a longevidade
do casamento. Os casamentos que permanecem até o final da velhice
são relativamente felizes. É cada vez maior o número de idosos viúvos
que se casam novamente. Já as mulheres conseguem viver sem o
marido, e dificilmente se casam novamente.
É raro ocorrer separação ou divórcio entre os idosos, e grande parte dos
idosos que se divorciou casou-se de novo. Encontramos também alguns
idosos que nunca se casaram, os quais, segundo pesquisas, são menos
solitários do que os divorciados e os viúvos.
Muitos idosos têm amigos próximos e são mais saudáveis e felizes. Pais
idosos e seus filhos adultos têm contato com frequência e se ajudam.
Vários idosos estão cuidando de filhos adultos, netos ou até bisnetos.
Por outro lado, idosos com saúde precária ou deficiências físicas podem
sobrecarregar os cuidadores, especialmente quando se trata de algum
familiar.
Não ter tido filhos não parece ser algo negativo na velhice. Na grande
maioria das vezes, os irmãos oferecem suporte emocional uns aos
outros. As irmãs procuram conviver com seus irmãos. Os bisavós
parecem não se envolver muito com os bisnetos, mas muitos encontram
satisfação nesse papel.
O adulto emergente e suas relações
Neste vídeo, você conhecerá quem é o adulto emergente, ou adultez
emergente, e a sua passagem para idade adulta. Vamos lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Os psicólogos, de modo geral, partilham algumas ideias em comum
relacionadas ao desenvolvimento social do adulto que se encontra
na meia-idade. Considerando a afirmação, podemos concluir que
Parabéns! A alternativa D está correta.
Apesar das várias mudanças que a mulher vivencia na meia-idade,
essas estão inclinadas muito mais a ver um campo de
possibilidades extraordinárias abrindo-se diante de si. Uma
sensação real de perigo e medo pode dar espaço a um
fortalecimento. Para muitas delas, ainda há muitas coisas a fazer. É
A
é pouco provável que as mulheres assumam o papel
de provedor principal de cuidados de um dos pais
idosos que se encontra fragilizado.
B
na meia-idade, as pessoas possuem muitos amigos.
A amizade traz grandes benefícios para o
crescimento pessoal.
C
o aumento nas exigências do papel pode contrubuir
para maior qualidade de vida e satisfação de vida,
nessa idade.
D
exitem várias evidências de que os anos da meia-
idade são menos estressantes para as mulheres e
mais felizes do que o início da vida adulta.
E
grande parte das pessoas que são avós nessa fase
está envolvida de forma intensa no cuidado diário
dos netos.
um período de satisfação e felicidade, com grandes mudanças na
forma de enxergar o mundo e de se relacionar.
Questão 2
Analise o trecho a seguir:
“O que torna mais tranquilo o enfrentamento dos declínios na
velhice é a mudança que ocorreao mesmo tempo nas exigências de
muitos papéis sociais. Adultos mais velhos conseguem adaptar-se a
perdas físicas ou mentais, em parte, porque estão menos limitados
pelas expectativas dos papéis. Naturalmente que não é acidental o
enfraquecimento do domínio dos papéis sociais no período em que
o corpo se torna mais sensível. Na velhice, as obrigações sociais
vão diminuindo aos poucos, e não são oferecidos novos papéis”
(BEE, Helen. O Ciclo Vital. Porto Alegre: Artmed, 1997, p. 580).
O texto apresentado retrata que
Parabéns! A alternativa C está correta.
Na velhice, desaparecem muitos papéis grandes (profissional, de
filho, de cônjuge, principalmente para as mulheres) ou pequenos
A
os papéis que pemanecem na velhice possuem mais
deveres ou expectativas e mais destaque. Diversos
idosos têm muita vitalidade.
B
uma minoria de idosos mais velhos continua a
ocupar o papel de pai e mãe, e nesses anos esse
papel costuma ser mais complicado e mais exigente.
C
alguns papéis desaparecem, com a aposentadoria e
a morte de pais e cônjuge, proporcionando maior
liberdade para expressar sua individualidade.
D
estudos apontam que a perda de definição traz
pouco risco identificado de isolamento e solidão.
E
é cada vez mais frequente que bisavós estejam
envolvidos com a vida das crianças, e essa relação
oferece muita satisfação.
(participação em organizações religiosas ou comunitárias,
presidente de associação de bairro, membro do conselho escolar –
dando lugar para pessoas mais jovens). Os que permanecem
possuem menos participação nas atividades rotineiras, não mais
estruturadas por meio de papéis específicos, proporcionando, para
alguns teóricos do desenvolvimento, maior liberdade para a
individualidade e escolhas.
4 - Con�itos emergentes na vida adulta
Ao �nal deste módulo, você será capaz de avaliar os con�itos emergentes na vida adulta.
Ligando os pontos
E finalmente chegamos à fase final de nossa história. Você já conhece
um pouco mais de Selma, 52 anos, e Helena, 68 anos, seus
enfrentamentos e superações. Vamos pensar um pouco nos conflitos
que elas experimentam.
Quem já não ouviu a frase: “Crescer dói”? Você concorda? Desenvolver-
se implica envelhecer. De certa forma, o processo de desenvolvimento na
vida adulta e na velhice é permeado por uma grande trajetória, sendo a
maior das etapas da nossa vida, um trajeto de conflitos, desafios e
superação.
Selma e Helena juntas seguem superando os desafios impostos a cada
uma. Em uma festividade no programa, os profissionais dedicaram o dia
a falar sobre saúde mental na maturidade, em formato de roda de
conversa.
Em um momento de fala, Selma verbaliza que tem sofrido muito
preconceito em relação à sua idade em seu ambiente de trabalho, tanto
por parte de alguns colegas como por parte de alguns clientes. Nesse
momento, várias mulheres do grupo que já haviam passado dos 50 anos
compartilharam que essa também era uma realidade da vida delas.
Contudo, Selma agradece muito ao programa que tem a cada dia
colaborado para a ampliação dos seus conhecimentos e suporte em
suas necessidades, sejam técnicas ou emocionais. Já Helena partilhou
da falta que sente de estar no mercado de trabalho, e por isso vem se
engajado em projetos sociais e no voluntariado.
Buscando cada uma seu espaço e a superação dos desafios, as amigas
seguem confiantes e engajadas com seus ideais, mesmo que os
percalços apareçam.
Questão 1
Frequentemente, a pessoa em processo de envelhecimento tenta
negar suas mudanças, com receio de exclusão e preconceitos, como
apontamos no estudo de caso de Selma e Helena. Na roda de
conversa sobre saúde mental, Helena verbaliza sobre o desejo e a
falta que sente de estar no mercado de trabalho — esse é um dos
relevantes conflitos que permeiam a vida do idoso. Escolha, entre as
alternativas, aquela que está relacionada ao sentimento descrito por
Helena.
A Solidão
B Dependência
Parabéns! A alternativa E está correta.
Como observamos, Helena tem se envolvido em trabalhos sociais
como forma de se manter ativa e interagindo socialmente. A perda
da posição social se relaciona com a aposentadoria, o que gera um
sentimento de inutilidade, podendo levar a um quadro depressivo.
Questão 2
Nas rodas de conversa, a psicopedagoga chamou atenção para a
necessidade de compreender o desenvolvimento humano na terceira
idade, entender o que pode ser esperado e como lidar com os
desafios que venham a surgir. O psicopedagogo tem a oportunidade
de observar o idoso e colaborar com suas demandas tendo como
princípio o fato de que cada sujeito encara o seu “passar dos anos”
ou mesmo sua “jornada” de forma diferente. Sobre o
envelhecimento e os riscos e desafios enfrentados em situações
limites, a psicopedagoga falou sobre o “último estágio”. Na sua
opinião, qual entre as alternativas abaixo descreve o “último
estágio” citado pela psicopedagoga?
C Pobreza
D Aflição ou angústia
E Perda da posição social
A
Quando a vida se aproxima do fim, os idosos
precisam aceitar e não se importar com os desafios.
B
Nesse último estágio, se os idosos não conseguirem
aceitar o passado como algo digno e de valor,
tendem à depressão e ao desespero.
C
Esse último estágio culmina na virtude da sabedoria
ou na negação da vida e da morte iminente.
D
Parabéns! A alternativa B está correta.
De acordo com a teoria dos estágios, proposta por Eric Erikson, o
desenvolvimento humano se dá em oito estágios, sendo o último na
etapa da velhice. Assim, é importante compreender que esse estágio
culmina com a valorização da vida, com a aceitação do passado e
com o envolvimento desse sujeito com toda a sociedade. Tal visão é
importante para o enfrentamento de cada desafio ou crise nessa
etapa da terceira idade. Tendo isso em mente, o profissional
psicopedagogo poderá colaborar para a manutenção e melhoria da
saúde mental do público com o qual estiver trabalhando.
Questão 3
Os desafios e conflitos enfrentados por cada uma das amigas
levaram todas as mulheres do grupo a pensarem e discutirem
sobre seus diversos papéis e a forma de alcançarem seus
objetivos. Do ponto de vista da psicopedagogia e do
desenvolvimento humano, como você descreveria os desafios e
conflitos enfrentados por Selma e Helena relacionando com a
fase adulta de cada uma delas?
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
A questão é bem aberta, mas temos algumas chaves
para você criar suas hipóteses e teorias. Podemos
pensar sobre como o conflito faz parte e marca a vida
dos adultos e dos mais velhos; como suas
consequências podem ser atrozes, por exemplo, no
caso da solidão e da saúde; e como a relação da
sociedade com o tempo mudou e isso tem gerado
O último estágio seria quando os indivíduos idosos
precisavam ter um envolvimento apenas com sua
própria vida e com sua família.
E
O último estágio é o enfrentamento de cada uma das
crises de maneira produtiva, o que levará ao
aumento da saúde física.
uma inversão de percepções do idoso como um sábio
para um estorvo.
Crises previstas na vida adulta
Segundo Sheehy (1984), “envelhecer é um processo normal do ciclo da
vida”, e a cada passagem de um estágio do crescimento humano para
outro, temos que mudar uma estrutura de proteção. Ficamos expostos e
vulneráveis, mas também entusiasmados, parecendo que sempre vamos
iniciar algo novo, com a capacidade de nos expandir de modo antes
ignorado.
Observamos que essas mudanças podem durar vários anos. Entretanto,
ao sairmos de cada uma das passagens, entramos em um período mais
prolongado e mais estável, no qual podemos esperar relativa
tranquilidade e uma sensação de reconquista de equilíbrio. Para a
compreensão do desenvolvimento humano, tanto a mudança quanto a
estabilidade são centrais e devem ser consideradas em uma relação
dialética e de equilíbrio dinâmico.
Todos os eventos que vivenciamos, sejam formaturas, casamento, filhos,
divórcio, morte de uma pessoa querida, um emprego, ou um desemprego,
aposentadoria,têm impacto sobre nós. Esses acontecimentos que nos
marcam são os fatos concretos de nossas vidas. Eles podem ser
entendidos como crises e, para alguns autores, demarcam o
desenvolvimento no ciclo de vida de uma pessoa.
Delimitar o desenvolvimento em estágios ou por idade cronológica
responde ao objetivo do estudo do desenvolvimento humano que busca
entender a mudança das pessoas ao longo do tempo. Porém, é
importante sempre considerarmos diversas perspectivas e fatores,
entendendo o desenvolvimento como processo, observando o
significado das mudanças e continuidades no tempo e o papel do
próprio sujeito, assim como o da cultura e dos contextos ecológicos em
que se circunscreve o desenvolvimento, ao longo do curso de vida.
Um estágio do desenvolvimento não é definido em
termos de acontecimentos que nos marcam, e sim
pelas mudanças que se iniciam interiormente.
Para Rodrigues, Diogo e Barros (1996), o envelhecer do homem está
sujeito a transformações, a alguns ganhos e perdas. A maneira de lidar
com essas situações vai depender da forma como o homem viveu, de
valores, crenças e atitudes assumidas ao longo da vida.
Davidoff (2001) aponta que as teorias da vida adulta enfatizam os
desafios, os problemas, os conflitos e as mudanças intelectuais e de
personalidade que surgem em momentos diferentes. Existem autores
que defendem que o desenvolvimento humano pode ser estudado a
partir de estágios.
Considera-se que os estágios adultos têm uma sequência fixa e são
similares para todos os membros de determinada cultura que vivem em
uma mesma época específica.
A Teoria de Erik Erikson é uma das mais influentes de toda a Psicologia.
Esse teórico acredita que todas as pessoas passam por oito estágios e
cada um deles recebe influências da sociedade humana.
Para ele, em qualquer período, um conflito ou uma crise principal
surgem. O enfrentamento de cada uma das crises de maneira produtiva
aumenta a saúde mental. Deixar de lidar com elas contribui para
desajustes posteriores. São fases críticas e períodos decisivos
(DAVIDOFF, 2001).
Quem disse que é fácil viver a vida adulta? Se alguém falou
isso, ainda não chegou a essa fase.
Para Sheehy (1984), como na infância, cada passo implica novas
tarefas que funcionaram anteriormente. A cada passagem, é preciso
renunciar a alguma magia, lançar fora alguma ilusão de segurança e
algum sentido confortavelmente familiar de identidade e levar em conta
a expansão de nossa própria individualidade.
Ser adulto é um período de muitas responsabilidades, desafios e que, às
vezes, as situações não saem muito bem como desejamos. Entretanto,
podemos construir caminhos que nos ofereçam muitas alegrias,
realizações e interações significativas. Vai depender muito de nós!
Con�itos emergentes no jovem adulto
Papalia e Feldman (2013) afirmam que, na Teoria de Erikson, o jovem
adulto luta com o desafio de construir intimidade, um laço duradouro
caracterizado por cuidado, compartilhamento e confiança. Esse é um
grande conflito, uma crise que tem que enfrentar.
Caso os adultos jovens não consigam assumir relacionamentos sérios
com os outros, afirma Erikson, eles podem tornar-se muito isolados e
absorvidos em si mesmos. Entretanto, eles precisam de algum
isolamento para refletirem sobre suas vidas.
Ao tentarem resolver as situações conflitantes de intimidade,
competitividade e distância, eles acabam tendo um sentido ético, que
Erikson considera o ponto principal para se tornarem adultos. Os
relacionamentos íntimos nos pedem sacrifício e compromisso.
Re�exão
O resultado desse estágio é a virtude do amor. É praticamente uma
devoção mútua entre as pessoas que escolheram ficar juntas, ter filhos e
ajudá-los a alcançar seu próprio desenvolvimento saudável.
De acordo com Sheehy (1984), perto dos 30 anos, nos defrontamos com
a questão de como nos firmamos no mundo adulto. Cheios de energia,
talvez já tendo deixado de morar com a família e superado o tumulto dos
anos de transição, sentimo-nos mais livres na nossa maneira própria de
viver no mundo. Ou enquanto procuramos essa maneira, desejamos
experimentar alguma outra, provisória.
Nessa fase, não só estamos tentando provar nossa competência na
sociedade, como também estamos intensamente conscientes de estar
sendo testados. Por mais diferentes que sejam as formas que o jovem
adulto escolha, concentram-se sempre em dominar aquilo que entendem
que devem fazer.
A diferença é entre a transição anterior, os anos da adolescência, quando
sabíamos o que não queríamos fazer, e a transição seguinte, a dos 30
anos, que nos estimulará no sentido de fazer o que queremos.
Ser universitário é uma forma segura e comum para aqueles que podem
responsabilizar-se com as despesas, seja com a ajuda da família seja
com o próprio trabalho. Procurar ganhar um diploma é uma coisa que os
jovens já sabem como fazer. A situação adia o momento em que eles
terão de provar a que vêm, em um cenário maior, mais turbulento.
Na atualidade, espera-se que aos 25 anos, ou até mais, o indivíduo
determine o rumo da vida. Dada a permissividade de experimentação, a
escolarização mais longa à disposição, não é nada incomum que uma
pessoa esteja perto dos 30 anos antes de firmar definitivamente em um
caminho.
Um dos aspectos amedrontadores no início da vida adulta é a convicção
de que nossas escolhas são definitivas. Se escolhemos uma faculdade
ou trabalhar, casar ou não se casar, mudar para um lugar melhor ou abrir
mão de uma viagem para o exterior, decidir por ter filhos ou fazer
carreira, temos medo de que tenhamos que viver com essa opção o resto
da vida. Em grande parte, esse medo não tem fundamento.
A mudança não só é possível, como certa alteração de nossas primeiras
escolhas parece inevitável. Entretanto, como aos 20 e poucos anos não
temos experiência na tomada de importantes decisões, não
conseguimos imaginar que oportunidades de melhor integração venham
a ocorrer depois de um pouco de crescimento interior.
Na visão de Sheehy (1984), a perda da juventude, a incerteza de forças
físicas que sempre sentíamos como naturais, o embaraço do propósito
de papéis caracterizados com que até então havíamos nos identificado,
a dúvida espiritual de não termos sequer respostas absolutas, todas
essas turbulências podem dar a essa passagem o caráter de crise, que
vai dos 35 a 40 anos.
Atenção!
Essa é uma época de perigo e, ao mesmo tempo, oportunidade. Todos
temos a chance de moldar novamente a estreita identidade com a qual
nos definimos no início da vida adulta. E quem entre nós que não
aproveitar ao máximo a oportunidade passará por uma grave crise de
autenticidade.
Para conseguirmos superar essa crise, precisamos reexaminar nossos
propósitos e reavaliar como usar nossos recursos de agora em diante.
Con�itos emergentes na meia-idade
Na meia-idade, Davidoff (2001) ressalta que os adultos precisam
transpor a ponte entre gerações e assumir compromisso significativo
com o futuro e com a próxima geração. Se as pessoas permanecem
absorvidas em si mesmas, elas param.
Na visão de Morris Maisto (2004), na meia-idade, de acordo com a Teoria
de Erikson, o principal desafio e enfrentamento é a produtividade
(generatividade) versus a estagnação. Produtividade relaciona-se à
capacidade de continuar sendo produtivo e criativo, especialmente de
maneiras que orientem e encorajem as gerações futuras.
Se o indivíduo não consegue atingir esse estágio, a vida se
torna uma rotina monótona e sem sentido, e a pessoa se
sente estagnada e entediada.
Para Carvalho-Barreto (2013), o foco primordial desse momento é como
a pessoa enxerga a vida, o que pode realizar no percurso dela, quais
metas foram alcançadas e as suas contribuições para melhorar o
mundo. Sendo assim, a generatividade vai se direcionar para além do
contexto familiar, dando importância à sociedade e às gerações futuras.
Nesse estágio, para resolver parte da crise dessa fase, a parentalidade
aparece como um eficiente plano paracuidar, por exemplo, de um filho
ou outra pessoa, com vistas a contribuir para o futuro.
Na visão de Sheehy (1984), apesar de todas as crises impostas na meia-
idade, em meio aos 40 anos e poucos, o equilíbrio poderá ser recuperado.
Atinge-se uma nova estabilidade, que poderá ser mais ou menos
satisfatória.
Se a pessoa se recusou a enfrentar os seus dilemas, por ocasião da
transição da meia-idade, a sensação de inutilidade se fortalecerá e
poderá se transformar em resignação. Um a um, a segurança e os apoios
serão retirados da pessoa que estiver parada. Os pais se tornarão
crianças, as crianças crescerão e sairão de casa, um companheiro
poderá se afastar, e cada um desses acontecimentos será visto como
um abandono.
Comentário
É provável que a crise volte a surgir por volta dos 50 anos, e embora a
desestabilização possa ser maior, o golpe poderá ser necessário para
levar a pessoa considerada madura a buscar uma revitalização.
Por outro lado, se nos confrontarmos conosco na passagem
intermediária e encontrarmos uma renovação de propósito em torno da
qual estaremos ansiosos por construir uma estrutura de vida mais
autêntica, esses poderão ser os melhores anos.
A felicidade pessoal aumenta significativamente para aqueles que forem
capazes de aceitar o fato de que ninguém nessa fase vai compreendê-lo
perfeitamente. Os pais podem ser perdoados por acontecimentos ruins,
dificuldades de nossa infância. Os filhos podem ir embora sem que os
pais se fechem em um silêncio dolorido.
Aos 50 anos e pouco mais, há um novo calor e novos sentimentos. Os
amigos podem se tornar mais importantes, mas a privacidade também
se torna fundamental.
Con�itos emergentes no idoso
Rodrigues, Diogo e Barros (1996) consideram que são vários os conflitos
que impactam no envelhecimento. Vamos conhecer os mais relevantes:
Esse fator é muito comum entre os idosos inativos; após a
aposentadoria, sentem-se inúteis na sociedade, perdem o espaço
no lar, há maior dificuldade no relacionamento, considerando as
diversas perdas das interações sociais. Há um sentimento de
inutilidade que pode levar à depressão.
Perda da posição social 
Considerando a pobreza associada ao analfabetismo, as
pessoas idosas, muitas vezes, apresentam dificuldade em
aprender novas habilidades. A pobreza dificulta as condições
mínimas para sobrevivência, como alimento, habitação
adequada e outras necessidades da vida. Dificulta a participação
dos idosos nos eventos culturais e em atividades similares.
Muitas vezes, os idosos têm pouco contato com as pessoas.
Algumas causas que interferem são: dificuldade para tomar um
transporte, transporte inadequado, dificuldade financeira,
incapacidade física, falta de companhia decorrente do número
reduzido de familiares ou de amigos.
Outro aspecto de grande importância no envelhecimento é a
perda de parentes próximos ou de amigos, por morte ou mudança
de local, e também a perda de órgãos, em decorrência de
doenças. A doença pode levar os idosos à depressão e muitas
vezes tem como consequência o suicídio.
Dependência física ou psicossocial afeta a saúde dos idosos. A
dependência pode ser a causa de doenças, isolamento,
depressão, falta de companhia para desenvolver atividades
básicas, como a alimentação, o banho, o caminhar, o transporte,
entre outras que colaboram para uma vida digna do ser humano.
Os idosos mencionam o medo, não só da solidão, mas também
da doença, da dependência de terceiros e alguns ainda têm medo
Pobreza 
Solidão 
Aflição ou angústia 
Dependência 
Medos diversos 
da morte, principalmente, diante da perda de amigos ou do
companheiro.
De acordo com Davidoff (2001), a última crise na Teoria de Erikson que
vamos enfrentar e que ocorre na velhice aponta que, quando a vida se
aproxima do fim, os idosos precisam fazer as pazes consigo mesmos.
Se não conseguirem aceitar o passado como tendo sido digno de valor,
eles confrontam a probabilidade de depressão e desespero.
O estágio final de Erik Erikson, integridade do ego versus desespero,
culmina na virtude da sabedoria, ou na aceitação da vida e da morte
iminente. Erikson considerava que os indivíduos precisam ter um
envolvimento de qualidade com a sociedade.
Chegamos ao final dos nossos estudos, e compreendemos que viver
crises e conflitos não deve ser encarado como algo ruim ou negativo,
pelo contrário, são enfrentamentos, momentos diferenciados de
crescimento. Exige aprendizagem, sentimentos, reflexões e atitudes. É
rever nosso mundo interior e buscar o melhor em cada um de nós.
O envelhecimento na sociedade atual:
con�itos emergentes
Neste vídeo, você conhecerá quais são as concepções que a sociedade
tem sobre o envelhecimento, quais são as imagens que se cria sobre a
pessoa idosa e os conflitos emergentes. Vamos lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Erikson elaborou uma teoria que explica a vida desenvolvimental
ocorrendo a partir de uma sequência. Em cada estágio, surge uma
crise entendida não como uma catástrofe, mas como um momento
de virada, um período delicado, mas potente. Ao considerarmos a
fase do jovem adulto, a crise que é preciso enfrentar, de acordo com
essa teoria, refere-se à
Parabéns! A alternativa B está correta.
De acordo com Erikson, o jovem adulto precisa adquirir a
capacidade de intimidade, sem perder nesse processo qualquer
coerência do ego. O isolamento pode trazer um momento de
reflexão necessária, mas também pode causar solidão e
incompletude. Para essa teoria, se a pessoa não tiver um firme
senso de identidade pessoal (tarefa a ser finalizada na
adolescência), não terá condições de se comprometer em um
relacionamento íntimo.
Questão 2
Analise o trecho a seguir:
“A dor ou a crise, ou o estresse podem ser necessários, ainda que
não suficientes para certos tipos de crescimento psicológico,
exatamente como a ostra, que só forma uma pérola se houver um
grão de areia em seu interior. Esta, inclusive é uma hipótese
reconfortante, já que ela sugere a existência, sempre, de algo a ser
A iniciativa e culpa.
B intimidade e ao isolamento alternativo.
C produtividade e estagnação.
D identidade e confusão.
E integridade do ego e ao desespero.
ganho, em decorrência de toda a vida dolorosa” (BEE, Helen. O Ciclo
Vital. Porto Alegre: Artmed, 1997, p. 508).
O texto apresentado aborda que
Parabéns! A alternativa D está correta.
Seria muito estranho se não experimentássemos alguma dor ao
deixar um estágio que já estamos acostumados, pela incerteza do
próximo. Se não mudamos, não crescemos. Se não crescemos, não
estamos realmente vivendo, nem nos desenvolvendo. O crescimento
exige uma mudança temporária à segurança. Crises, perdas e
conflitos acontecem. Podem ser passageiras também, se assim
desejarmos. A coragem de dar novos passos nos permite abandonar
cada estágio com suas satisfações e encontrar as novas respostas,
que libertarão o potencial do estágio anterior. Isso tudo está dentro
de cada um de nós.
A
reconhecer o que estamos fazendo e a
autocompreesão são pontos vivenciais insuficientes
para ampliar o espaço das nossas escolhas e
enfrentamentos das crises.
B
olhar para os conflitos, perdas e crises é ver o quanto
é impossível a relação com o crescimento
psicológico e o sofrimento.
C
as pessoas que somos e a vida que vivemos são
pouco determinadas, para melhor ou para pior, pelas
nossas experiências com as crises.
D
nas crises e nos conflitos e até em perdas que,
muitas vezes, são necessárias, tornamo-nos pessoas
plenamente desenvolvidas.
E
os enfrentamentos impactam negativamente nosso
desenvolvimento, principalmente na fase adulta.
Considerações �nais
Em nosso estudo, discutimos as diferentes fases da vida adulta. Além
disso, estudamos os conflitos emergentes nesse período. Destacamos o
quanto esse conhecimento é imprescindível para a formação e atuação
do profissional da saúde em diferentes contextos, sejam educacionais,
clínicos,hospitalares ou organizacionais.
Verificamos o quanto o jovem tem excelentes condições de saúde.
Entendemos também que, na meia-idade, alguns problemas nessa área
começam a ocorrer, mas o declínio é bem lento e gradativo. Quanto ao
idoso, por incrível que pareça, a maioria dos sistemas corporais continua
a funcionar, mas problemas e limitações que surgem nessa fase podem
ser amenizados.
Estudamos também o desenvolvimento cognitivo na fase adulta.
Notamos que as capacidades, por exemplo, de pensamento, vocabulário,
solução de problemas, raciocínio, inteligência, linguagem e memória
podem se aperfeiçoar significativamente. O exercício de habilidades
cognitivas melhora o desempenho, embora possa declinar ao longo dos
anos.
Destacamos que o desenvolvimento psicossocial é primordial em todas
as fases da vida adulta, e o quanto cada momento será vivido com
perdas e ganhos, próprios de cada momento da vida. O enfrentamento
ainda é a melhor saída.
Por fim, é um grande desafio compreender a vida adulta. Desse modo, é
primordial conhecer as características físicas, cognitivas e psicossociais
e as crises de cada fase.
Podcast
Neste podcast, a especialista irá demonstrar que o ser humano passa
por estágios ao longo do ciclo vital, os quais assumem vários
significados, porém é na fase adulta que pensamos mais sobre esse
assunto que muitas pessoas têm medo. Vamos lá!

Explore +
Assista ao vídeo O que é ser uma pessoa madura?, do psiquiatra Flávio
Gikovate. Você terá noções de aspectos fundamentais sobre maturidade
emocional, formação moral, habilidades emocionais, entre outros, para
poder pensar na sua postura, interações sociais e visão de mundo frente
às adversidades, mudanças que vive como pessoa e como profissional.
Para ampliar seus conhecimentos, leia o artigo Ninho cheio: uma nova
etapa do ciclo vital familiar?, de Ana Caroline Sari Vieira e Paula
Grazziotin Silveira Rava. Verifique que em vez de o jovem adulto buscar
sua autonomia, independência ao sair da casa dos pais, ele está ficando
por mais tempo com seus familiares. É um movimento inverso e muito
interessante.
Assista ao vídeo Amor no século XXI, da psicanalista e escritora Regina
Navarro Lins e do historiador Leandro Karnal. Você vai desconstruir
muitas ideias sobre os relacionamentos amorosos e preconceitos na
fase adulta. Além disso, poderá verificar que as crenças sobre o amor
romântico são impostas às pessoas e baseadas na idealização. As
pessoas buscam a individualidade, querem se descobrir e se relacionar
com outras pessoas. Esses desejos estão na contramão do amor
romântico que valoriza a monogamia. Você não vai se arrepender.
Para ampliar seus conhecimentos, assista ao vídeo Envelhescência,
dirigido por Gabriel Martinez e realizado por Lado B Digital Films.
Compreenda melhor os aspectos relacionados ao envelhecimento, ao
idoso. Você vai se surpreender com as explicações do médico e
gerontólogo Alexandre Kalache e os vários depoimentos de diferentes
pessoas que estão vivendo essa fase da vida.
Assista ao documentário Em busca da Memória, do neurocientista Eric
R. Kandel, Prêmio Nobel de Medicina, em 2000. Ele nos esclarece que as
experiências que temos com grande intensidade mudam totalmente os
estímulos bioquímicos em nossas células, ampliam a nossa memória e
a nossa forma de aprender. Ele também escreveu um livro sobre esse
assunto. Vale a pena se aprofundar nesse tema.
Referências
ANDRADE, Cláudia. Transição para a idade adulta: das condições
sociais às implicações psicológicas. Análise Psicológica, v. 28, n. 2, p.
255-267, 2010.
BEE, Helen. O Ciclo Vital. Tradução Regina Garcez. Porto Alegra: Artmed,
1997.
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COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesus. Desenvolvimento
Psicológico e Educação: Psicologia Evolutiva. v. 1. 2 ed. Porto Alegre:
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DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. 3. ed. São Paulo: Person
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IBGE. Em meio à pandemia, número de divórcios cai 13,6% em 2020.
Agência IBGE de Notícias. Consultado na internet em: 14 mar. 2022.
MORRIS, Charles G.; MAISTO, Albert A. Introdução à Psicologia. 6. ed.
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OLIVEIRA, Marta Kohl de. Ciclos de vida: algumas questões sobre a
psicologia do adulto. Educação e Pesquisa, v. 30, n. 2, p. 211-229,
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PALACIOS, Jesus. Mudança e desenvolvimento durante a idade adulta e
velhice. In: COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesus.
Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia Evolutiva. v. 1. 2
ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano. 12. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2013.
RODRIGUES, Rosalina Aparecida Partezani; DIOGO, Maria José Délboux;
BARROS, Terezinha R. de. O envelhecimento do ser humano. In:
RODRIGUES, Rosalina Aparecida Partezani; DIOGO, Maria José Délboux.
Como cuidar dos idosos. Campinas: Papirus, 1996. (Coleção Vivaidade).
SHEEHY, Gail. Passagens: crises previsíveis na vida adulta. 9 ed. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1984.
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