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BIOGRAFIA ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA (ARTIGO+BIBLIOGRAFIA)

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BIOGRAFIA ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA
ARTIGO
Anísio Spínola Teixeira teve como pai o médico Deocleciano Pires Teixeira, o qual foi chefe político do município de Caetité (BA), o qual casara-se com três irmãs, sendo que a terceira fora sua mãe, Dona Ana Spínola. A família Spínola já possuía vários expoentes na vida social e política nacional, como Aristides Spínola, que ocupou o cargo de presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, e Joaquim Spínola, fundador da Revista dos Tribunais. 
Teixeira nasceu em 12 de julho de 1900, em Caetité, e faleceu aos 70 anos de idade em março de 1971, na capital Rio de Janeiro. Na sua cidade natal, o escritor iniciou os estudos no Colégio São Luís Gonzaga, tipicamente jesuíta, concluindo sua formação de base em 1914, em Salvador, no Colégio Antônio Vieira, também jesuíta. Sob influência dessas instituições com base religiosa, Teixeira cogitou tornar-se jesuíta, sendo influenciado muito especialmente pelo padre Luís Gonzaga Cabral, famoso orador sacro. Entretanto essa ideia foi fortemente combatida por seu pai, que desejava uma carreira política para o filho. 
Toda a sua formação era basicamente proveniente do ambiente patriarcal e da hierarquia da ordem jesuítica. Após estudar em colégios dessa ordem religiosa, Anísio Teixeira cursou direito na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (atual Faculdade de Direito da UFRJ) – diplomando-se em 1922 –. Segundo ele, o ano de 1923 foi exclusivamente dedicado à advocacia e assistência política de seu pai, na campanha se sucessão governamental. 
A base dessa formação básica, de quase jesuíta, de bacharel em direito e daquela emanada do ambiente doméstico no modelo patriarcal, que Anísio Teixeira viveu o ciclo a que denominamos latino, de sua formação. 
Em 1924, quando retorna à Bahia, buscou o governador da Bahia, o qual não conhecia pessoalmente, na condição de promotor público de sua cidade natal, da qual seu pai Deocleciano Pires Teixeira – grande influente da região de Caetité – era chefe político e também de toda a área vizinha, respeitado pelos sertanejos e fundamentado no estilo patriarcalista. Então, Teixeira recebe um convite do governador do Estado, Góes Calmon, para exercer o cargo de Inspetor Geral do Ensino da Bahia (cargo equivalente hoje ao de Secretário da Educação), iniciando sua carreira de pedagogo e administrador público. Esse episódio foi caracterizado por Anísio como “o grande incidente”. A partir desse cargo, entra em relações íntimas com os problemas educacionais do Estado e, a conselho do Governador, comunica-se com Afrânio Peixoto, que era uns dos Diretores da Instrução Pública do Distrito Federal.
A convocação do governador, foi responsável por afastar Anísio Teixeira do campo jurídico-político e projetá-lo na educação, onde o jovem viria a ser uma figura marcante no cenário da educação brasileira. Todavia, para melhor exercer sua função, viajou de junho a setembro em 1925 para a Europa, mas especificamente França e Bélgica, comissionado pelo governo baiano e realizada em companhia do então Arcebispo da Bahia, D. Augusto Álvaro da Silva, com quem se hospedou em convento em Paris
Teria, assim, consolidado as linhas mestras dessa formação que vinha recebendo. Além disso, também pode observar o sistema educacional de diversos países, implementando em seguida várias reformas no ensino do Estado. 
Em 1927, foi aos Estados Unidos, onde conheceu e identificou-se com as ideias do filósofo e pedagogo John Dewey, que muito influenciou nas suas concepções sobre o ensino. Suas ideias principais eram a defesa da escola pública e gratuita e a necessidade da implantação de experiências práticas nas salas de aula. A relação entre ensino e democracia também estava sendo discutida nos Estados Unidos. Dewey era um ferrenho defensor do direito de todas as classes sociais à educação. 
 
No ano seguinte, após a mudança de governador, Teixeira demitiu-se do cargo público, simplesmente devido a não concordância do novo govenador com suas ideias sobre mudança do ensino do Estado. 
Ainda em 1928, Anísio volta aos Estados Unidos, e ingressa na Universidade de Colúmbia para dar início a sua pós-graduação, em Nova Iorque, onde obteve o título de mestre. São seus mestres John Dewey, Kilpatrick, Cubberley, Monroe, Kandel, grandes líderes da obra educacional. Nessa Universidade, Anísio Teixeira obtém o diploma de Master of Arts e retorna ao Brasil, onde, em 1931, volta a administrar a educação e traduz duas obras de Dewey.
Nesse mesmo ano, Teixeira muda-se para o Rio de Janeiro, ocupando a Diretoria da Instrução Pública do Distrito Federal, cujo mandato possibilitou a instauração da integração da “Rede Municipal de Educação” do ensino fundamental até a universidade, sendo que nessa última teve uma das intervenções mais polêmicas: a criação da Universidade do Distrito Federal, em 1935; além de diversas mudanças e melhorias por ele realizadas. 
Voltando a 1932, participou do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, sendo que neste período também houve a publicação de duas obras de sua autoria. Ambas situações lhe deram projeção nacional.
Ainda em 1935, Anísio Teixeira fora perseguido pelo governo de Getúlio Vargas, fato que fez com que ele voltasse para sua cidade natal, permanecendo nesta até 1945. Em 1946 assumiu o cargo de conselheiro geral da UNESCO e no ano seguinte foi convidado novamente a assumir o cargo de Secretário da Educação da Bahia, onde foi amplamente sucedido, criando em Salvador a Escola Parque, o qual foi um pioneiro modelo de educação integral. 
Em 1951 assumiu o cargo de Secretário Geral da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e em 1952 tornou-se diretor no INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos). 
Como grande defensor da educação pública, Anísio Teixeira também participou no fim de 1950 de debates para a implantação da Lei Nacional de Diretrizes e Bases. Além disso, juntamente com Darcy Ribeiro, Teixeira foi um dos fundadores da Universidade de Brasília, da qual tornou-se reitor em 1963.
Com o Golpe Militar de 1964, Anísio Teixeira afastou-se do cargo e foi novamente para os Estados Unidos, voltando a Universidade de Colúmbia agora para lecionar; também exerceu tal função da Universidade da Califórnia. Em 1966 retorna ao Brasil, e se torna consultor da fundação Getúlio Vargas. 
Em 1971 ocorre a morte de Anísio Teixeira, sendo a mesma considerada obscura, visto que o mesmo foi encontrado morto no elevador na Avenida Rui Barbosa no Rio de Janeiro. Apesar do laudo médico de sua morte ter sido dado com causas acidentais, há suspeitas de que ele tenha sido vítima das forças de repressão do governo do General Emílio Garrastazu Médici. 
Teixeira conseguiu ampliar o sistema educacional, privilegiando a formação de professores. Em sua cidade natal – Caetité – reinaugurou a Escola Normal, que havia sido fechada por Severino Vieira em 1901. O educador buscou melhorar as condições de desenvolvimento cultural do Brasil, e além disso foi um grande estimulador do livro no país. 
A passagem do baiano Anísio Teixeira na direção do sistema educacional da sua região se deu nos períodos de 1924 a 1929, e de 1947 a 1951. Devido a diferença entre os períodos, as questões socioeconômicas e culturais variavam, fazendo com que Anísio Teixeira evoluísse a sua teoria filosófica de educador.
BIBLIOGRAFIA
Anísio TEIXEIRA, Educação Progressiva, págs. 41, 42 e 90. Companhia Editora Nacional, S. Paulo, 1993. Col. “Atualidades Pedagógicas”, vol. 3.
Biblioteca virtual Anísio Teixeira, http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/soblivro.htm, Acesso em 20/04/16, às 13:32;
AZEVEDO, Fernando de e outros. Anísio Teixeira: pensamento e ação. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1960. 326p.
Taberna da História. http://tabernadahistoriavc.com.br/anisio-teixeira-o-inventor-da-escola-publica-no-brasil/, Acesso em 24/04/16, às 14:43.

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