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Crimes Eleitorais

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS – CCSA 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO ELEITORAL 
PROFESSOR: DR. GABRIELE SAPIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES ELEITORAIS 
Diego Sena Vasconcelos 
Marcos Emanoel Calaça Teixeira 
Wancleyton Campos Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina – PI 
Julho/2018 
Introdução 
 
O objetivo deste trabalho é descrever os crimes eleitorais, bem como 
seus tipos e quais as penas aplicadas. Os crimes são punidos com maior 
severidade através da aplicação conjunta do Código Eleitoral com o Código de 
Processo Penal. Há previsão de penas de ordem econômica ou restritiva de 
liberdade. Em cada caso as regras, prazos e cálculos de valores a serem 
aplicados são especificados pelo Código Eleitoral. Esta maior severidade se dá 
pelo fato de tais crimes afrontarem o Estado em seu processo constitutivo, bem 
como a sociedade como um todo, que tem seus direitos políticos cerceados ou 
diminuídos. 
O tema “crimes eleitorais” tem se destacado muito atualmente e tem 
recebido importantes reflexões dos operadores do direito diante dos últimos 
acontecimentos no cenário político do país. 
A cada pleito eleitoral podemos verificar uma grande quantidade de 
violações ao processo eleitoral, causando como consequência uma evolução 
do Estado no sentido de punir, pois o fracasso das regras e princípios eleitorais 
desperta o Jus Puniendi Estatal de modo a garantir a coerção contra tais 
comportamentos, a fim de atender aos interesses do povo. A gravidade e 
complexidade dos ilícitos penais requerem uma resposta drástica do Estado 
aos que ofendam a democracia. 
É pacífico no âmbito jurídico o entendimento de que qualquer atitude que 
seja capaz de violar o exercício pleno da cidadania precisa ser coibido, sendo 
preservada a liberdade de escolha como dimensão dos direitos fundamentais 
do homem, presentes em normas constitucionais, visando realizar a 
equalização de situações sociais desiguais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Tipificação dos ilícitos eleitorais 
 
Os crimes eleitorais se classificam como atos divergentes à regra 
jurídica eleitoral estabelecida. É pacífico o entendimento de que são 
considerados crimes eleitorais aqueles que buscam atingir as eleições em qual 
quer de suas fases, desde a inscrição do eleitor até a diplomação do postulante 
ao cargo. 
Embora isto seja pacífico, a natureza jurídica não o é. De acordo com 
Ribeiro (2000), crimes eleitorais podem ser classificados como crimes políticos, 
sendo uma subdivisão destes juntamente com os crimes militares. Tal fato se 
comprovaria na existência de duas justiças especializadas competentes para 
julgar e processar. 
Tais delitos são obstruções ao exercício democrático da sociedade na 
construção e administração da nação, na sua manifestação prática na escolha 
dos seus representantes. Portanto, o crime eleitoral é um delito político porque, 
além de atentar contra o direito político do cidadão, é uma ameaça ou lesão ao 
próprio Estado Democrático de Direito. 
Os crimes e as respectivas penas, bem como o processo de apuração e 
outras fases são disciplinados pelas leis eleitorais, dentre elas o Código 
Eleitoral (arts. 289 a 354), a Lei de Inegibilidades (LC 64/90), Lei Geral das 
Eleições (Lei 9.504/97) e a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.099/95). Decorre 
desta legislação a corrente doutrinária que classifica os crimes eleitorais como 
especiais pelo fato de não fazerem parte do Código Penal ou do Código de 
Processo Penal. 
Entretanto, o STF entende que tais crimes são comuns, sendo esta uma 
firme orientação jurisprudencial. Não estão entre os demais crimes políticos, 
como os que se relacionam com a segurança nacional, não tendo sequer o rito 
processual nem as penalidades relativas a eles. 
Como toda legislação penal, na legislação penal eleitoral há uma série 
de dispositivos de cunho geral, havendo em seguida uma lista dos crimes e 
suas respectivas penas, tratando em seguida do processo das infrações. 
Cabe destaque também ao cometimento de crimes eleitorais através dos 
meios de comunicação, conforme o Código Eleitoral: 
 
Art. 288 – Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do 
rádio ou da televisão, aplicam-se exclusivamente as normas deste 
Código e as remissões a outra lei nele contempladas. 
 
2. Competência para apuração dos crimes eleitorais 
 
Diante da natureza dos crimes eleitorais e de sua vinculação com a 
estabilidade política em âmbito nacional, é correto afirmarmos que a Polícia 
Federal tem a competência para apurá-los, visto que é a polícia judiciária da 
União. Entretanto, sua atuação pode ser complementada com o trabalho das 
Polícias Militar e Civil, conforme solicitação da Justiça Eleitoral. 
Em regra a denúncia ou a queixa subsidiária relativa a crime eleitoral 
deve ser apresentada ao juiz eleitoral do lugar do crime, ressalvadas as regras 
do artigo 6º do Código Penal. Desta forma, qualquer cidadão que tome 
conhecimento de infração penal eleitoral deve comunicar ao juiz da zona onde 
tal crime foi verificado e a autoridade judiciária remeterá a notícia ao Ministério 
Público. 
No caso de o autor do delito desfrutar de prerrogativas funcionais, o 
processo e o julgamento deverão ser deslocados do Juiz Eleitoral para o 
Tribunal Regional Eleitoral. No caso de crimes cometidos por um Juiz Eleitoral, 
um promotor eleitoral ou um prefeito, haverá o deslocamento para o Superior 
Tribunal de Justiça e em caso de governador para o STF. Tal regra de 
competência também será observada em casos de habeas corpus, cuja 
matéria verse sobre crimes eleitorais. 
De acordo com o artigo 53 da Constituição Federal de 1988, conforme 
Emenda Constitucional nº 35 de 2001, os Deputados Federais e os Senadores 
são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e 
votos. Entretanto, o § 3º alterou as regras da imunidade processual, passando 
a estabelecer uma espécie de moratória processual. Isso fez com que não 
fosse mais necessária uma prévia autorização da casa legislativa para o 
recebimento de denúncia contra deputado (federal ou estadual) ou senador. 
De acordo com as novas regras, ao receber a denúncia contra deputado 
ou senador, por crime praticado após a diplomação, o STF, ou o Tribunal de 
Justiça no caso de deputado estadual, dará ciência à casa legislativa a que o 
parlamentar pertença. 
 
3. Ação penal pública 
 
Os crimes eleitorais são julgados mediante ação penal pública 
incondicionada, de acordo com o artigo 355 do Código Eleitoral, pelo fato de o 
Estado ser o principal sujeito passivo dos delitos de tal natureza. 
Se houver pedido de arquivamento do inquérito policial, não caberá 
recurso, conforme Súmula 524 do STF. Caso o juiz não concorde com o pedido 
de arquivamento, ele deve remeter as peças ao Procurador Regional Eleitoral, 
e não ao Procurador Geral de Justiça, que poderá insistir no pedido de 
arquivamento, oferecer denúncia ou designar outro promotor para oferecê-la. 
Caso haja um novo pedido de arquivamento, o juiz deverá arquivar o 
expediente. Tais regras estão previstas no artigo 357 do Código Eleitoral. 
Caso haja desde o início elementos suficientes para a oferta da 
denúncia, o MP poderá dispensar o inquérito policial, não estando obrigado a 
informar a fonte de suas informações. O prazo para que a denúncia seja 
oferecida é de 10 (dez) dias, estando o acusado preso ou solto. Em regra, a 
competência para o seu julgamento é do juiz eleitoral. 
Na denúncia oferecida pelo MP devem ser especificadas as 
testemunhas,em número de cinco, os crimes punidos com pena de multa e/ou 
detenção, ou crimes punidos com pena de reclusão. Não há previsão de 
interrogatório, que pode ser facultado pelo juiz ao acusado. 
Havendo o recebimento da denúncia, o acusado é citado para, no prazo 
de dez dias, oferecer contestação. Em seguida, os depoimentos são colhidos 
das testemunhas e depois teremos as alegações finais. Se não houver pena 
expressamente prevista, serão aplicados os prazos mínimos previstos no artigo 
284 do Código Eleitoral, ou seja, 15 dias para os crimes passíveis de detenção, 
e um ano para os crimes punidos com reclusão. 
A execução de pena por crime eleitoral deverá ser realizada pelo Juízo 
das Execuções Criminais, de acordo com a Súmula n. 192 do Superior Tribunal 
de Justiça. O próprio juízo eleitoral fará o acompanhamento de medidas 
suspensivas decorrentes do artigo 89 da Lei n. 9.099/95, conforme decisão do 
STJ. No período que durarem os efeitos da condenação, o sentenciado fica 
com seus direitos políticos suspensos. Quanto à elegibilidade, deve se 
observar que os condenados criminalmente, com sentença transitada em 
julgado, pela prática de crimes contra a economia popular, a fé pública, a 
administração pública, o patrimônio público, o mercado financeiro, por crimes 
eleitorais e por tráfico de entorpecentes, permanecerão inelegíveis por três 
anos após o cumprimento da pena. 
Das sentenças condenatórias ou absolutórias caberá recurso, 
normalmente denominado apelação criminal, no prazo de dez dias, de acordo 
com o artigo 362 do CE. Esse recurso é o único com efeito suspensivo. Contra 
decisões previstas no artigo 581 do Código de Processo Penal, cabe o recurso 
em sentido estrito, no prazo de cinco dias. Em face de decisões do TER, 
cabem recurso especial ou recurso ordinário, no prazo de três dias. No 
processo e julgamento de crimes eleitorais e dos crimes comuns que lhe são 
conexos, bem como nos recursos e na execução que lhes digam respeito, será 
aplicada como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal, 
conforme estabelece o artigo 362 do Código Eleitoral. 
 
4. Ação penal privada subsidiária da pública 
 
De acordo com o previsto no inciso LIX do artigo 5º da CF, será admitida 
ação penal privada nos crimes de ação penal pública, se esta não for intentada 
no prazo legal. 
Em regra, a ação penal é pública incondicionada, prevalecendo o 
interesse do Estado e sendo oferecida denúncia pelo MP, independentemente 
de interesse da vítima. De acordo com o artigo 129, inciso I, da CF, compete 
privativamente ao Ministério Público promover a ação penal pública, na forma 
da lei. Entretanto, é admitido pela CF e pelo CPP que haja ação penal privada 
nos crimes de ação pública, se esta não for intentada pelo Ministério Público no 
prazo legal. 
O entendimento que prevalece é o de que só caberá a ação penal 
privada subsidiária da pública na queixa subsidiária ofertada pelo ofendido por 
seu advogado, e que deve conter os mesmos elementos de uma denúncia, nos 
casos de inércia do MP. Ou seja, se o Ministério Público não oferecer denúncia 
no prazo que lhe é concedido, não requere diligências e não pedir o 
arquivamento das peças de representação ou do inquérito policial. O STF 
decidiu que cabe a ação penal privada subsidiária da pública, caso o MP só se 
pronuncie pelo arquivamento após o prazo legal. 
O prazo para apresentação da queixa subsidiária, salvo expressa 
disposição em contrário, é de seis meses, contados do dia em que for esgotado 
o prazo para oferecimento da denúncia, sob pena de decadência que é uma 
causa de extinção da punibilidade, conforme previsto nos artigos 103 do CP e 
38 do CPP. 
Como o ministério público deve acompanhar todos os termos do 
processo e retomá-lo em caso de negligência do querelante, não se pode falar 
em perempção nas ações decorrentes de queixa subsidiária. Quando a 
denúncia for recebida, o acusado será citado para contestar em dez dias, 
havendo em seguida a colheita dos depoimentos das testemunhas e as 
alegações finais com o prazo de cinco dias para cada uma das partes, 
conforme previsão dos artigos 355 e 364 do Código Eleitoral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
 
Os crimes eleitorais, bem como qualquer outro delito criminal, devem ser 
punidos com severidade pela autoridade competente. Tal severidade deve ser 
compatível com o prejuízo causado pela conduta delituosa, visto que na 
maioria dos tipos penais eleitorais o dano se estende à sociedade como um 
todo e também ao Estado Democrático de Direito. 
Vale ressaltar que a maioria dos Crimes Eleitorais são cometidos por 
indivíduos que possuem imunidade e privilégios políticos e também por 
pessoas que exercem cargos públicos, detendo por isso um certo grau de 
poder. 
Entretanto, há necessidade de que seja feita uma aplicação mais rígida 
da legislação, de modo a coibir a prática de novos delitos, conscientizando a 
população da necessidade de que os crimes eleitorais sejam denunciados. 
Deste modo, somente com a aplicação efetiva da justiça, poderemos evitar a 
sensação de impunidade que impera entre os indivíduos que cometem crimes 
eleitorais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
- CÂNDIDO, Joel José. Direito Eleitoral Brasileiro. 7 ed. São Paulo: Editora 
Edipro, 2003. 
- COSTA, Tito. Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral. São Paulo: Editora 
Juarez de Oliveira, 2002. 
- MARIETTO, Carlos Eduardo Bruno. Crimes Eleitorais. Artigos e Doutrinas. 
Disponível em <http://artigosedoutrinas.blogspot.com/2011/09/crimes-
eleitorais.html> Acesso em 05 jul. 2018. 
- RIBEIRO, Fávila. Direito Eleitoral. 5 ed. São Paulo: Forense, 2000.

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