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PROCESSO PENAL - LFG

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PROCESSO PENAL 
Professor: RENATO BRASILEIRO
AULAS:
Aula 1 – 29/01/09 – INQUÉRITO POLICIAL I
Aula 2 – 03/03/09 – INQUÉRITO POLICIAL II
Aula 3 – 13/03/09 – INVESTIGAÇÃO MP E AÇÃO PENAL I
Aula 4 – 24/03/09 – AÇÃO PENAL II 
Aula 5 – 26/03/09 – AÇÃO PENAL III / JURISDIÇÃO e COMPETÊNCIA 
Aula 6 – 16/04/09 - ??????????????????????????????
Aula 7 – 17/04/09 – JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA II
Aula 8 – 23/04/09 – JURISDIÇÃO e COMPETÊNCIA
Aula 9 – 28/04/09 – CRIMES CONTRA JUST. DO TRAB. / MIL. DA UNIÃO / ELEITORAL
Aula 10 – 29/04/09 – COMPETÊNCIA – Continuação –
Aula 11 – 08/05/09 – PROVAS
Aula 12 – 15/05/09 – PROVAS – cont – Cautelares não-repetitíveis, antecipadas 
Aula 13 – 17/05/09 – TRIBUNAL DO JÚRI 
Aula 14 – 20/05/09 – PROVAS III
Aula 15 – 26/05/09 – PROVAS IV
Aula 16 – 07/06/09 – PROCEDIMENTO
Aula 17 – 14/06/09 – TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
Aula 18 – 16/06/09 – PRISÃO
Aula 19 – 10/07/09 – PRISÃO CAUTELAR II
AULA 01 (INQUÉRITO POLICIAL I) 29/01/09
INQUÉRITO POLICIAL
1. CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL ( é o procedimento administrativo inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela autoridade policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
2. TERMO CIRCUNSTANCIADO ( vai ser utilizado para infração cuja pena máxima não seja superior a 2 anos, vinculada ou não com multa, sujeita ou não a procedimento especial.
3. NATUREZA JURÍDICA DO I.P. ( trata-se de procedimento administrativo. Os vícios existentes no Inquérito não afetam a Ação Penal a que deu origem. Por exemplo: falta de comunicação da prisão em flagrante à defensoria gera um ilegalidade.
4. PRESIDÊNCIA DO INQUÉRITO ( é da autoridade policial.
DIFERENÇA ENTRE POLÍCIA JUDICIÁRIA E INVESTIGATIVA
 
A polícia judiciária é a polícia que auxilia o poder judiciário no cumprimento de ordens. Enquanto que a investigativa é a polícia quando atua na apuração de infrações penais e de sua autoria.
Por exemplo: a polícia civil ora atua como investigativa, ora atua como judiciária.
Por exemplo: no cumprimento de um mandado judicial, a polícia civil atua como polícia judiciária.
Por exemplo: ocorrer um furto. A polícia civil atua como polícia investigativa.
5. ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA INVESTIGATIVA ( 
5.1. Competência:
· Justiça Militar Estadual ( crime cometido no âmbito militar, a própria policia vai instaurar um IPM
· Justiça Militar da União ( crime cometido dentro de um quartel das forças armadas. Aqui o Inquérito vai ser instaurado pela própria força armada.
· Justiça Federal ( crime de moeda falsa por exemplo. Quem investiga esse delito será a polícia federal.
· Justiça Estadual ( o crime será investigado pela policia civil.
OBS: As atribuições da policia federal para investigação são mais amplas do que a competência criminal da justiça federal. (Lei 10.446/02)
6. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
a) Peça ESCRITA ( artigo 9° do CPP. Alguns doutrinadores já estão dizendo que seria possível documentarmos os atos mediante gravação de som e imagem.
b) Peça INSTRUMENTAL ( é o instrumento utilizado pelo Estado para colher elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal.
c) Peça OBRIGATÓRIA ( havendo um mínimo de elementos, o delegado deve instaurar um inquérito policial. Se o requerimento da vítima for indeferido, cabe recurso para o chefe de polícia. O chefe de polícia em alguns estados é o delegado geral ou o secretário de segurança pública.
d) Peça DISPENSÁVEL ( caso o titular da ação penal tenha peças de informação com provas do crime e indícios de autoria, pode dispensar o inquérito. Por exemplo: crimes tributários.
e) Peça SIGILOSA ( art. 20 do CPP. Terão acesso: juiz, promotor, advogado tem acesso as informações já introduzidas no inquérito (art. 5°, inciso LXIII e art. 7°, inciso XIV do EAOB), mas não em relação as diligências em andamento.
Atenção: se houve quebra de sigilo bancário, interceptação telefônica, por exemplo no inquérito, o advogado só poderá ter acesso ao IP se tiver procuração nos autos de IP.
OBS: Se o delegado negar ao advogado o direito ao acesso do IP, caberá MANDADO SEGURANÇA. Mas para o STF sempre que puder resultar, ainda que de modo potencial prejuízo à liberdade de locomoção será cabível o HC. (STF HC 82.354 e HC 90.232)
f) Peça INQUISITIVA/INQUISITÓRIA ( não há contraditório e nem ampla defesa. (STF HC 94.034).
g) Peça INFORMATIVA ( visa a colheita de elementos de informação. Não confundir elementos de informação com provas. Elemento de informação são aqueles colhidos na fase investigatória, sem a participação das partes. Enquanto que as provas são colhidas na fase judicial, logo estará submetida ao sistema acusatória que estará submetida ao contraditório e ampla defesa. Esse elementos de informação prestam-se para a fundamentação das medidas cautelares e também para a formação da opinio delicti. O juiz formará sua convicção sob o princípio da livre convicção.
ATENÇÃO:
Prova cautelar ( é aquela que existe um risco de desaparecimento do objeto pelo decurso do tempo. Por exemplo: a interceptação telefônica, a busca e apreensão. O contraditório é diferido.
Provas não-repetíveis ( são aquelas que não poderão ser produzidas novamente no curso do processo, razão pela qual são colhidas na fase investigatória. Por exemplo: exame pericial. O contraditório é diferido
Provas antecipadas ( são aquelas conseguidas com a observância do contraditório real, perante a autoridade judicial, antes de seu momento processual oportuno em razão da sua urgência e relevância. Por exemplo: artigo 225 do CPP. É o chamado depoimento ad perpetuam rei memorium.
VALOR PROBATÓRIO DOS ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO ( os elementos colhidos na investigação, isoladamente considerados, não são aptos a fundamentar uma condenação não devem ser ignorados podendo-se somar às provas produzidas em juízo servindo como mais um elemento na formação da convicção do juiz. (STF REXT 287.658 e REXT 425.734)
h) Peça INDISPONÍVEL ( não pode ser arquivado pela autoridade policial (art. 17 do CPP).
i) DISCRICIONÁRIO ( quanto às diligências o inquérito é discricionário.
j) TEMPORÁRIO ( com a garantia da razoável duração do processo, o inquérito não pode perdurar por prazo indeterminado. 
· Para réu solto ( o prazo pode ser dilatado.
· Para réu preso ( não é possível a dilação do prazo.
7. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
Vai depender das espécies de Ação Penal.
7.1. CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA ( por exemplo nos crimes contra a honra, contra a liberdade sexual. Nesse caso, é necessário o requerimento do ofendido ou de seu representante legal.
7.2. CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA ( nesse caso o inquérito só pode ser instaurado mediante representação do ofendido, ou requisição do ministro da justiça.
7.3. CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA ( pode ser instaurado o inquérito de ofício. Geralmente é instaurado por portaria. Também é possível a requisição do juiz ou do MP para a instauração.
· Pelo juiz ( A doutrina entende que não é recomendável que o juiz requisite a instauração de inquérito porque viola o princípio da imparcialidade. 
· Pelo promotor ( quando o promotor requisita a instauração do inquérito policial, o delegado será obrigado a instaurar o inquérito? Há duas correntes: 1ª corrente diz que requisição não é sinônimo de ordem, pois não há hierarquia entre delegado e promotor, o delegado atende não porque é uma ordem mas em virtude da obrigatoriedade da ação penal pública. A 2ª corrente entende que o delegado deve obedecer (corrente adotada para prova do MP).
7.4. NOTÍCIA OFERECIDA POR QUALQUER DO POVO ( é a chamada delatio criminis.
8. NOTITIA CRIMINIS
Conceito ( é o conhecimento pela autoridade, espontâneo ou provocado de um fato delituoso.
Classificação:
A) COGNIÇÃO IMEDIATA ( quando a autoridade policial toma conhecimento do fato por meiode suas atividades rotineiras. Também conhecida como notitia criminis espontânea.
B) COGNIÇÃO MEDIATA ( também chamada de cognição provocada. A autoridade policial toma conhecimento do fato por meio de um expediente escrito (por exemplo requisição do juiz ou do MP, vítima, ministro da justiça)
C) COGNIÇÃO COERCITIVA ( a autoridade policial toma conhecimento do fato pela apresentação do indivíduo preso em flagrante.
DELATIO CRIMINIS ANÔNIMA ( também é conhecida como notitia criminis inqualificada. Por exemplo: disque-denúncia.
QUESTÃO:
É possível a instauração de inquérito por DELATIO CRIMINIS ANÔNIMA?
R: Antes de instaurar o inquérito policial deve verificar a procedência das informações. Ou seja, não é uma instauração de inquérito automática. (STF HC 84.827) (STJ HC 64.096).
9. DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
1ª diligência ( deve o delegado preservar os vestígios deixados pelo corpo de delito (para realização do exame pericial)
2ª diligência ( auto de apreensão. Esse auto é importante porque:
· Futura exibição do objeto;
· Necessidade de contraprova;
· Eventual perda em favor da União como efeito da condenação (confisco)
3ª diligência ( oitiva do ofendido.
QUESTÃO:
É possível a condução coercitiva do ofendido?
R: Sim. Mas caso ela não venha, esta não responderá pelo crime de desobediência.
4ª diligência ( interrogatório do acusado. Não confundir o interrogatório policial com o judicial. O judicial foi bastante alterado em 2003. Agora o judicial é composto de três fases:
1ª fase ( sobre a vida do acusado.
2ª fase ( sobre o fato delituoso.
3ª fase ( 
AULA 02 (INQUÉRITO POLICIAL II ) 03/03/09
11. INDICIAMENTO
Conceito: é atribuir a autorida de uma infração penal a determinada pessoa.
Atribuição: É ato privativo da autoridade policial.
Pressupostos:
· A prova da existência do crime; (autoria)
· Indício de autoria; (materialidade)
INDICIAMENTO DIRETO ( ocorre quando o indiciado está presente.
INDICIAMENTE INDIRETO ( ocorre quando o indiciado está ausente.
Em regra qualquer pessoa pode ser indiciada, mas há exceções:
- Artigo 41 inciso II da lei 8625/93 ( membros do MP não podem ser indiciados em IP. Porque em caso de promotor envolvido em crime, os autos serão remetidos ao procurador geral de justiça.
- Magistrados;
- Pessoas com foro por prerrogativa de função;
OBS: Para o STF, pessoas que tem foro por prerrogativa de função só podem ser indiciadas mediante prévia autorização do ministro-relator. Além disso, a instauração de inquérito também depende de autorização. (IP 2411)
12. INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO PRESO
 
O dispositivo do artigo 21 do CPP não foi recepcionado pela CF/88. Pela razão de que a CF diz que no estado de defesa não é possível que o preso fique incomunicável. Assim, se no estado de exceção não se pode decretar essa incomunicabilidade que dirá num estado de normalidade.
QUESTÃO:
Mas e no caso do RDD, seria um caso de incomunicabilidade?
R: Não. O agendamento e organização de visitas não significa incomunicabilidade.
13. PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO
 No CPP:
A) INVESTIGADO PRESO ( prazo de 10 dias.
B) INVESTIGADO SOLTO ( prazo de 30 dias.
Esses prazos são processuais penais, quer dizer que o dia do início não são contados.
PRORROGAÇÃO DO PRAZO:
A) INVESTIGADO SOLTO ( Quanto ao acusado solto esse prazo pode ser prorrogado.
B) INVESTIGADO PRESO ( não pode ser prorrogado. Se houver um excesso abusivo, não justificado pelas circunstâncias do caso concreto, a prisão deve ser relaxada, em prejuízo da continuidade do processo.
No CPPM:
C) INVESTIGADO PRESO ( prazo de 20 dias.
D) INVESTIGADO SOLTO ( prazo de 40 dias.
Na JUSTIÇA FEDERAL:
E) INVESTIGADO PRESO ( prazo de 15 dias. Podendo ser duplicado.
F) INVESTIGADO SOLTO ( prazo de 30 dias.
Na Lei de Drogas:
G) INVESTIGADO PRESO ( prazo de 30 dias.
H) INVESTIGADO SOLTO ( prazo de 90 dias.
Ambos os prazos podem ser duplicados. (Art. 51 da lei de drogas)
Na Lei de Economia Popular:
I) INVESTIGADO PRESO ( prazo de 10 dias.
J) INVESTIGADO SOLTO ( prazo de 10 dias.
14. CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
 
Ocorre por meio do RELATÓRIO. É da atribuição do delegado de polícia.
QUESTÃO:
O Relatório é uma peça obrigatória?
R: Não. Ele é dispensável.
 
O relatório é uma peça essencialmente DESCRITIVA, ou seja o delegado tem que dizer quais foram as diligências que realizou, o que as testemunhas disseram. Assim, o delegado NÃO deve fazer no relatório um juízo de valor. Afinal de contas esse juízo de valor é próprio do titular da ação penal. Caso não tenha sido possível realizado alguma diligência, essa informação deve constar também no relatório.
 
Com o fim do inquérito, este será remetido ao PODER JUDICIÁRIO de acordo com o CPP. Mas, em alguns estados o inquérito já é remetido diretamente ao MP. Isso é um anteprojeto que tramita no congresso nacional (remessa do IP diretamente ao MP). Essa remessa direta do IP ocorre nos estados: BA, PR. São as chamadas centrais de inquérito, que é um órgão vinculado ao MP.
EXCEÇÃO: (quando o delegado faz um juízo de valor no relatório) 
· NA HIPÓTESE DO TRÁFICO DE DROGAS (artigo 52 da lei de drogas)
QUANDO OS AUTOS CHEGAM:
Se Crime de ação penal pública ( vista ao MP
Se Crime de ação penal privada ( os autos ficam em cartório aguardando a iniciativa da vítima
15. TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
 
Trata-se de medida natureza excepcional, somente sendo possível nas seguintes hipóteses:
· Manifesta atipicidade formal ou material da conduta;
· Presença de causa extintiva da punibilidade;
· Quando não houver justa causa para a tramitação do inquérito policial
Geralmente se dá esse trancamento por meio de HC. É possível o trancamento do IP. 
16. VISTA AO MP
 
O promotor de justiça acaba de receber os autos de inquérito policial.
 
O promotor poderá:
· Oferecer denúncia;
· Requerimento de diligência; Caso o juiz indefira o pedido de devolução do inquérito para novas diligências, caberá correição parcial. Ao invés de ingressar com uma correição parcial, pode o MP requisitar a diligência diretamente à autoridade policial.
· Arquivamento;
· Alegação de incompetência;
· Conflito de competência e conflito de atribuição.
17. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
 
É o conflito que se dá entre duas ou mais autoridades judiciais.
Esse conflito pode ser:
· Negativo ( nenhum dos juízes se dá por competente.
· Positivo ( os dois juízes se dão por competente.
Quem decide o conflito de competência?
1) Juiz de 1ª instância de SP VS Juiz de 1ª instância de SP ( quem decide é o TJ/SP
2) Juiz federal de SP VS Juiz federal do MS ( TRF da 3ª região. Porque SP e MS estão dentro da mesma região
3) Juiz federal de SP VS Juiz federal do RS ( regiões diferentes. Quem julga é o STJ.
4) Juiz estadual de SP VS Juiz federal de SP ( STJ
5) Juiz federal de SP VS Justiça militar ( STJ
6) Juiz federal de SP VS TJ de SP ( STJ
7) Juiz federal VS STJ ( STF
8) STM VS STJ ( STF
9) Turma Recursal dos juizados VS juiz de 1ª instância ( STJ
18. CONFLITO DE ATRIBUIÇÃO
 
É aquele que se dá entre membros do MP.
QUEM DECIDE O CONFLITO DE ATRIBUIÇÃO?
1) Promotor estadual VS promotor estadual ( PGJ.
2) Procurador da república VS procurador da república ( câmara de coordenação e revisão, com recurso para o PGR.
3) Promotor de estado X VS promotor de estado Y ( para o STF a competência é do STF (artigo 102, inciso I, alínea F da CF/88), porque seria conflito entre estados-membros.
4) Procurador da República VS Promotor de justiça ( STF.
QUESTÃO:
O que é um conflito virtual de jurisdição?
R: É um possível conflito entre os juízes perante os quais oficiam os membros do MP em conflitos de atribuições. Ex: promotor de justiça do estado de SP Vs promotor de justiça do RJ; se por acaso esses dois se manifestar perante os juízes, deixa de ter um conflito de atribuição e passa a ser um conflito de competência entre o juiz estadual de SP e o juiz estadual do RJ.
19. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
Natureza jurídica ( o CPP refere-se ao arquivamento comose fosse um simples despacho. Apesar desse teor artigo 67, inciso I, não há dúvida alguma que a natureza do arquivamento é de decisão judicial. O arquivamento só pode ser feito pelo juiz mediante pedido do MP.
Hipóteses autorizadoras do arquivamento do IP (
· Atipicidade da conduta (formal/material);
· Excludentes da ilicitude;
· Excludentes da culpabilidade, salvo na hipótese do inimputável do artigo 26 caput;
· Causas extintivas da punibilidade;
· Ausência de elementos de informação relativos à autoria e à materialidade da infração penal;
Coisa julgada ( ela subdivide-se em:
· Coisa julgada formal ( é a imutabilidade da decisão no processo em que foi proferida. A decisão não pode mais ser modificada dentro do processo onde foi decidida.
· Coisa julgada material ( torna a decisão imutável fora do processo no qual foi proferida a decisão.
QUESTÃO:
O arquivamento do IP faz coisa julgada formal ou formal e material?
R: Depende. Depende da hipótese do arquivamento. Se o arquivamento for com base na ausência de elementos de informação só faz coisa julgada formal. Porém se for com base: na atipicidade, excludentes da ilicitude, excludentes da culpabilidade ou causas extintivas da punibilidade faz coisa julgada formal e material.
Arquivamento por falta de elementos de informação (
 
Lembrando que essa decisão só faz coisa julgada formal. Significa que amanhã esse inquérito que foi arquivado poderá ser desarquivado. Quem desarquiva o IP? É um ponto polêmico. Há quem diga ser o delegado, outros o promotor. Mas o desarquivamento vai ser feito pelo juiz mediante pedido da autoridade policial ou do MP. Quando será pedido o desarquivamento do IP? Será realizado o desarquivamento quando surgirem novos elementos de informação. Mas se o IP está arquivado, como é que foram surgindos novos elementos de informação. Assim, para desarquivar o IP é preciso da notícia de novos elementos de informação. 
O que se entende por prova nova? Ou elemento informativo novo? (
 
Prova nova é aquela substancialmente inovadora, ou seja aquela capaz de produzir uma alteração dentro do contexto probatório no qual foi proferida a decisão de arquivamento.
 
Alguns doutrinadores faz a diferença entre:
- prova formalmente nova ( é aquela que já era conhecida e até já foi utilizada pelo estado, mas que ganhou nova versão.
- prova substancialmente nova ( é a prova inédita, ou seja aquela que estava oculta ou inexistente quando foi proferida a decisão de arquivamento foi proferida.
Procedimento do Arquivamento (
1) Arquivamento na Justiça Estadual ( se o MP pede o arquivamento ao juiz. Se o juiz concorda com o pedido de arquivamento, acabou o assunto e o IP estará arquivado. Porém, se o juiz discordar do pedido de arquivamento, por exemplo alegando que tem prova ainda a ser produzida. Quando o juiz não concorda com o arquivamento, o juiz estará aplicando o artigo 28 do CPP, e os autos serão encaminhados ao procurador geral de justiça. O PGJ poderá: 
a) Oferecer denúncia; 
b) Designar outro promotor para oferecer denúncia (não pode ser o mesmo promotor que pediu o arquivamento, pois isto traria uma violação ao princípio funcional); esse outro promotor ele também tem independência, mas nesse caso ele funciona como longa manus do PGJ, ele atua por delegação, assim estará obrigada a acatar essa decisão do PGJ;
c) Requisitar diligências;
d) Insistir no arquivamento, quando o juiz estará obrigado a arquivar.
OBS: Quando o juiz remete o IP ao PGJ, aplica-se o PRINCÍPIO DA DEVOLUÇÃO.
QUESTÃO:
O que é o princípio da devolução?
R: É quando o juiz devolve a apreciação do caso ao chefe do MP, ao qual compete a decisão final sobre o oferecimento ou não da denúncia.
OBS2: Quando o juiz manda os autos de IP ao PGJ, nesse momento o juiz exerce uma função anômala de fiscal do princípio da obrigatoriedade.
2) Arquivamento no âmbito da Justiça Federal/ Militar da União/ e do DF ( se o procurador da república faz um pedido de arquivamento, esse pedido de arquivamento vai ser dirigido a um juiz federal. Se o juiz federal do pedido de arquivamento, ele deverá encaminhar os autos de IP à Câmara de Coordenação e Revisão (órgão que funciona dentro da estrutura do MPF, justiça militar e justiça do DF). Nesse caso a manifestação da Câmara de Coordenação e Revisão é meramente opinitiva porque depois dela se manifestar, a decisão caberá ao PGR.
3) Procedimento de arquivamento na Justiça Eleitoral ( as funções do ministério público eleitoral são exercidas pelo ministério público estadual.
AULA 03 (INVESTIGAÇÃO MP E AÇÃO PENAL I ) 13/03/09
INVESTIGAÇÃO PELO MP
	ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
	ARGUMENTOS FAVORÁVEIS
	1. Atenta contra o sistema acusatório;
	1. Doutrina ou teoria dos poderes implícitos; (origem na suprema corte americana com o precedente conhecido como Mc Culloch vs Maryland;
	2. Não há previsão legal e instrumento apto para a investigação;
	2. Há previsão legal (procedimento investigatório criminal, o PIC);
	3. A atividade de polícia judiciária é exclusiva da polícia civil ou federal;
	
	4. Requisitar diligências e a instauração de I.P.
	
OBS: DOUTRINA DOS PODERES IMPLÍCITOS - a constituição ao conceder uma atividade-fim a determinado órgão ou instituição, implícita e simultaneamente também concede a ele todos os meios para atingir aquele objetivo. (CF. Art. 129 inc. I)
PIC ( é um instrumento de natureza administrativa e inquisitorial, instaurado e presidido por um órgão do MP com atribuição criminal, e terá como finalidade apurar a ocorrência de infrações penais de natureza pública, fornecendo elementos para o oferecimento ou não da peça acusatória. Esse conceito consta da resolução n° 13 do Conselho Nacional do MP.
DIFERENÇA ENTRE POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA INVESTIGATIVA
 
A polícia judiciária é a polícia quando atua no cumprimento de ordens do poder judiciário, por exemplo quando cumpre mandado de prisão. Já a investigativa é aquela que exerce funções investigatórias de determinado delito.
 
No âmbito do STJ essa questão é pacífica no sentido de que o MP pode investigar. Súmula 234 do STJ.
 
No STF, HC 81326/03 o STF se manifestou contrariamente, mas essa não é a posição do STF. Houve outros casos como o IP 1968. Nesse IP o tema começou a ser discutido pelos ministros do STF. Por último no HC 93224, o STF manifestou-se favoravelmente a investigação pelo MP contra acusado titular de foro por prerrogativa de função. No REXT 464893 o STF entendeu como válido o oferecimento de denúncia como base em Inquérito Civil presidido pelo MP. HC 84548 onde tema está sendo discutido no STF. Nesse HC 84548 o STF se manifestará definitivamente acerca do tema.
AÇÃO PENAL
1. CONCEITO ( é o direito de pedir a tutela jurisdicional relacionada a um caso concreto.
2. CARACTERÍSTICAS 
2.1. Direito público ( a atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza pública. Por isso é que teoricamente quando se diz ação penal privada, essa expressão não é tecnicamente correta. Por que toda ação penal é pública. O ideal é falar ação penal de iniciativa privada.
2.2. Direito subjetivo ( o titular tem o direito de exigir do estado a prestação jurisdicional.
2.3. Direito autônomo ( é autônomo porque não se confunde com o direito material que se pretende tutelar.
2.4. Direito abstrato ( independe da procedência ou improcedência do pedido.
2.5. Direito específico ( vinculado a um caso concreto.
3. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL
3.1. Genéricas ( condições que deverão estar presentes em toda e qualquer ação penal. A doutrina majoritária do processo penal acaba importando-as do processo civil. Elas são as seguintes
a) possibilidade jurídica do pedido: o pedido formulado deve encontrar amparo no ordenamento jurídico.
b) legitimidade para agir: legitimatio ad causam. É a pertinência subjetiva da ação. Na ação penal pública quem o ocupa o pólo ativo é o MP. Na ação privada é o ofendido ou seu representante legal (querelante). No pólo passivo será o autor do fato delituoso com mais de 18 anos.
Legitimação ordináriaVS legitimação extraordinária
Legitimação ordinária ( alguém postula em nome próprio a defesa de interesse próprio.
Legitimação extraordinária ( alguém postula em nome próprio a defesa de interesse alheio. Somente nos casos previstos em lei (art. 6° do CPC).
Onde ocorre essa legitimação no processo penal?
R: 2 hipóteses: Na ação penal privada. O direito de punir pertence ao estado que transfere ao ofendido a titularidade da ação penal.
E também a ação civil ex delicto proposta pelo MP em favor de vítima pobre. Essa ação civil é uma ação indenizatória em virtude do delito. 
OBS: o artigo 68 do CPP é dotado de uma inconstitucionalidade progressiva. Enquanto não houver defensoria pública na comarca, o MP pode pleitear em juízo a reparação do dano em favor de vítima pobre (STF RE 135328).
Legitimação ativa concorrente ( mais de uma parte está autorizada a ingressar em juízo. Quem ajuizar primeiro afasta a legitimidade do outro. Em quais hipóteses existem essa legitimação no processo penal? R: a ação penal privada subsidiária da pública, depois do decurso do prazo do MP para oferecer denúncia. Segundo exemplo citado pela doutrina se dá nos casos de sucessão processual (ocorre a morte do titular da ação penal). Seus direitos serão transmitidos ao CADIC (cônjuge, ascendente, descendente, irmão e companheiro).
Último exemplo se dá nos casos de crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. Súmula 714 do STF, porque de acordo com essa súmula se por acaso for praticado um crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. Duas possibilidades se abrem: - ação penal privada / ação penal pública condicionada à representação.
Alguns doutrinadores tem feito uma crítica quanto a súmula 714. Trazendo um novo conceito, a saber: legitimação alternativa. O STF no inquérito 1939 relacionado a crime contra a honra de servidor público no exercício de suas funções. O STF entendeu que oferecida a representação, o servidor estaria optando pela ação penal pública. Portanto, estaria preclusa a instauração de ação penal privada.
Portanto na hipótese da súmula 714 a legitimação é alternativa e não concorrente. Por dois motivos importantes:
a) Enquanto não for oferecida representação, o MP não está legitimado a agir de ofício.
b) Uma vez oferecida a representação, não mais seria possível o oferecimento de queixa.
c) interesse de agir: subdivide-se em (
- necessidade: no processo penal a necessidade é presumida. Pois não há pena sem processo. Exceção é a transação penal.
- adequação: não é discutida no processo pois o acusado defende-se dos fatos e não da classificação formulada pelo acusador.
- utilidade: consiste na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do autor.
- Prescrição em perspectiva ou prescrição virtual ou antecipada ( ocorre quando de maneira antecipada, já é possível visualizar a ocorrência de futura prescrição. Para os tribunais essa prescrição não é admitida. Por que os tribunais entendem que violaria o princípio da presunção de não-culpabilidade (STF RHC 86950). Por exemplo em 10/05/03 cidadão praticou futo simples com pena de 1 a 4 anos, era menor de 21 anos, sendo primário tendo bons antecedentes. Lá no dia 23/06/05 finalmente o IP chega as mãos do MP. 
QUESTÃO:
O que o MP nessa hipótese deve fazer?
R: Pedir o arquivamento, com base na ausência de interesse de agir, e não em virtude da extinção da punibilidade. Até porque essa prescrição não existe.
d) justa causa: consiste num laço probatório mínimo indespensável para a instauração de um processo penal. Ela vem com prova da materialidade mais indícios de autoria.
3.2. Condições específicas ( só estarão presentes em algumas hipóteses.
Por exemplo:
- representação do ofendido;
- requisição do ministro da justiça;
- exibição do periódico nos crimes de imprensa;
- condição de militar no crime de deserção;
- sentença declaratória da falência nos crimes falimentares; (natureza jurídica da sentença é condição objetiva de punibilidade.
Qual é a diferença entre uma condição de procedibilidade e condição de prosseguibilidade?
R: A condição de procedibilidade pode ser genérica ou específica. A condição de procedibilidade é uma condição exigida para que o processo tenha início. Na condição de prosseguibilidade o processo já está em andamento e para que possa prosseguir é indispensável o implemento de uma condição.
Alguns doutrinadores buscam as condições da ação penal dentro do próprio processo penal rejeitando a adoção das condições do processo civil, a saber:
a- O fato narrado na peça acusatória deve ser aparentemente criminoso;
b- A punibilidade concreta;
c- legitimidade para agir;
d- justa causa
4. Classificação das Ações Penais
Decreto-lei 201/67
Código Eleitoral
No processo penal a classficação se dá pela titularidade da ação.
4.1. Ação penal pública ( seu titular é o MP de acordo com o artigo 129 inciso I da CF.
ESPÉCIES:
4.1.1 Ação penal pública incondicionada ( o MP não está sujeito ao implemento de qualquer condição. De acordo com código penal (art. 100) essa ação penal pública incondicionada é a regra.
4.1.2 Ação penal pública condicionada ( nesse caso o MP está sujeito ao implemento de uma condição. Ex: a representação do ofendido ou a requisição do ministro da justiça.
4.1.3 Ação penal pública subsidiária da pública ( exemplo art. 2° do decreto-lei 201/67:
Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum do juízo singular, estabelecido pelo Código de Processo Penal, com as seguintes modificações:
§ 2º Se as previdências para a abertura do inquérito policial ou instauração da ação penal não forem atendidas pela autoridade policial ou pelo Ministério Público estadual, poderão ser requeridas ao Procurador-Geral da República.
Comentário: se o mp estadual nada faz vai para o mp federal. ESTE DISPOSITIVO NÃO FOI RECEPCIONADO PELA CF/88 POR 2 MOTIVOS:
- desloca para Justiça Federal matéria que não é de interesse da União;
- fere a autonomia do MP estadual;
Exemplo 02: artigo 357 parágrafos 3° e 4° do código eleitoral.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra êle a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia
OBS: Em crimes eleitorais o MP estadual age por delegação. Logo se o MP estadual permanecer inerte, pode o MPF oferecer denúncia subsidiária.
AULA 04 (AÇÃO PENAL II ) 24/03/09
4.2. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA ( o titular é o ofendido ou seu representante legal.
ESPÉCIES:
4.2.1 ( Ação penal exclusivamente privada ( 
4.2.2 Ação penal privada personalíssima ( não há sucessão processual. Ocorrendo a morte do ofendido estará extinta a punibilidade. Ex: art. 236 do CP.
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento
4.2.3 Ação penal privada subsidiária da pública ( só caberá da inércia do MP.
5. AÇÃO PENAL EX OFFICIO/PROCESSO JUDICIALIFORME ( como o próprio nome já diz. Ela tinha início pelo APF ou por portaria da autoridade policial ou judiciária. ESSA AÇÃO PENAL NÃO FOI RECEPCIONADA PELA CF/88. POR QUE A PARTIR DO MOMENTO QUE A CF/88 DIZ QUE AÇÃO PENAL É DO MP.
6. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA OS COSTUMES/LIBERDADE SEXUAL
Qual é a espécie de ação penal nesses crimes sexuais?
R: A regra é que esse crime seja processado em ação penal privada. Exceções:1ª. esse crime será de ação penal pública condicionada a representação na hipótese de a vítima ser pobre, mesmo que haja defensoria pública na comarca (STF RHC 88143). Como a pobreza é comprovada? R: pelo atestado de pobreza, nada impedindo seja por prova testemunhal. Esse atestado de pobreza tem força relativa.
2ª. quando o crime sexual for de ação penal pública incondicionada
B) CRIME COMETIDO COM ABUSO DO PODER FAMILIAR ( pública incondicionada.
C) CRIME COMETIDO COM O EMPREGO DE VIOLÊNCIA REAL ( violência real é o emprego de força física sobre a pessoa. Súmula 608 do STF. Apesar da súmula se referir apenas ao estupro, ela também se aplica ao atentado violento ao pudor, trata-se de uma analogia da jurisprudênciae não é considerada analogia in malam partem. 
O fundamento da súmula 608 do STF está no artigo 101 do Código Penal. Para a doutrina, todavia não seria possível a aplicação do artigo 101 do CP. Pois o crime de estupro não é um crime complexo. O artigo 101 traz a chamada ação penal extensiva. 
Ação penal extensiva ( sendo de ação penal pública o crime elementar constitutivo do crime de ação penal privada, opera-se uma extensão da natureza da ação penal pública.
Praticado o crime sexual com emprego de violência real, independentemente se a lesão produzida for de natureza leve, grave ou gravíssima, o delito continua sendo de ação penal pública incondicionada (STF – HC 82206).
OBS: crimes sexuais com violência presumida ( qual a espécie de ação penal? R: A ação penal será PRIVADA de acordo com a lei. Desde que não entre dentre uma das exceções anteriores.
D) QUANDO RESULTAR LESÃO CORPORAL GRAVE OU MORTE ( a ação penal também será pública incondicionada. Ex: crimes preterdolosos.
7. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA
REGRA: Ação Penal Privada
Exceções:
a) Praticados durante a propaganda eleitoral ( são crimes eleitorais. Portanto crimes de ação penal pública incondicionada.
b) Praticados contra o presidente da república ou chefe de governo estrangeiro ( ação penal pública condicionada à requisição do ministro da justiça. Ex: Ronaldinho na copa de 2006.
c) Praticados contra servidor público em razão de suas funções ( há uma súmula do STF a 714. Abre-se 2 possibilidades: pode ser ação penal privada como também pode ser ação penal pública condicionada à representação. De acordo com o STF, oferecida a representação, o ofendido não pode mais oferecer queixa-crime (IP 1939).
INJÚRIA REAL ( Se for praticado mediante vias de fato, violência que não produz lesão, a ação penal será privada; se praticado mediante lesão corporal a ação penal será pública; se resultar lesão corporal leve a ação penal será pública condicionada à representação.
Exemplo (UNB): o delito de racismo é crime de ação penal pública incondicionada. (certo). STJ R-HC 19166. No STF HC 90187.
8. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE e participação em competição não autorizada
Ação Penal ( são crimes de ação penal pública incondicionada.
9. CRIMES AMBIENTAIS ( teoria da dupla imputação. Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais, desde que haja a imputação simultânea à pessoa jurídica e à pessoa física que atua em seu nome ou benefício. PJ + PF. (STJ – RMS 20601). Essa PJ poderá se valer de HC? R: Não pode. Como PJ não é dotada de liberdade de locomoção, não pode figurar como paciente em HC. (STF – HC 92921). A ação penal será pública incondicionada.
10. LESÃO CORPORAL LEVE COM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
A Ação Penal será a pública condicionada à representação. Por conta do artigo 88 da lei dos juizados. Porém, a lei Maria da Penha manda não aplicar a lei dos juizados. Assim a ação penal pública será incondicionada. (STJ HC 96.992). Mas há uma 2ª. corrente que em virtude do artigo 16, o crime continuaria sendo de ação penal pública condicionada à representação.
11. AÇÃO PENAL POPULAR
Popular ( qualquer do povo. Alguns doutrinadores visualizam duas espécies de Ação Penal Popular. A primeira espécie de ação penal popular seria o HC (crítica: HC não é ação penal, mas ação libertária). O segundo exemplo é a faculdade de qualquer cidadão oferecer denúncia contra agentes políticos por crimes de responsabilidade (crítica: quando a lei diz faculdade de qualquer cidadão oferecer denúncia, essa denúncia é usada no sentido vulgar de notitia criminis. Além de crime de responsabilidade não ser crime mas infração político-administrativa).
12. AÇÃO DE PREVENÇÃO PENAL
 
É aquela ação proposta contra o inimputável do artigo 26 caput, na qual deve ser pedida não a condenção, mas sim a absolvição com imposição de medida de segurança.
Ocorre a ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA ( se é absolvido mas cumpre-se medida de segurança.
13. AÇÃO PENAL SECUNDÁRIA
 
Ocorre quando as circunstâncias do caso concreto fazem variar a modalidade de ação penal. Ex: crimes sexuais.
14. AÇÃO PENAL ADESIVA
 
Seria o litisconsórcio ativo entre o MP na ação penal pública e o querelante na ação penal privada. Já o professor Fernando da Costa Tourinho Filho, diz que só existe na Alemanha, o MP ingressa com a ação penal pública, oportunidade em que a vítima ingressa de maneira adesiva, porém com objetivos exclusivamente patrimoniais. 
15. PRINCÍPIOS
	AÇÃO PENAL PÚBLICA
	AÇÃO PENAL PRIVADA
	1- Ne procedat iudex ex officio ( com a adoção do sistema acusatório, ao juiz não é dado iniciar a ação, o processo de ofício.
	1- Ne procedat iudex ex officio ( igual.
	2- Ne bis in idem ( ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação.
	2- Ne bis in idem (igual.
	3 – Intranscendência ( a ação penal não pode passar da pessoa do autor do delito.
	3 – Intranscendência ( igual.
	4- OBRIGATORIEDADE ou LEGALIDADE PROCESSUAL ( não se reserva ao MP qualquer juízo de discricionariedade quanto ao oferecimento da denúncia, desde que presentes as condições da ação e elementos informativos quanto à autoria e materialidade.
Exceção: 1ª. hipótese – transação penal.
2ª. hipótese – acordo de leniência ou acordo de brandura (art. 35 c da lei 8884/94) é uma espécie de delação premiada nos crimes contra a ordem econômica – financeira.
3ª. hipótese – termo de ajustamento de condutas nos crimes ambientais. A celebração do termo de ajustamento não impede a denúncia na hipótese de reinteração da atividade ilícita.
4ª. hipótese – parcelamento do débito tributário (art. 9° da lei 10.684).
	4- OPORTUNIDADE ou CONVENIÊNCIA ( o ofendido mediante critérios de oportunidade ou conveniência pode optar pelo oferecimento ou não da queixa-crime.
Ex1: caso do jogador grafiti.
Por quais meios o ofendido deixa de exercer o direito de queixa? R: 1- pelo decurso do tempo (decadência em 6 meses); 2- renúncia expressa ou tácita ao direito de queixa; 3 – arquivamento do IP.
	5 – INDISPONIBILIDADE ( 2 regras importantes. O MP não pode desistir da ação penal pública e nem do recurso que haja interposto (arts. 502 e 576 do CPP). Qual é a exceção ao princípio da indisponibilidade? R: A Suspensão Condicional do Processo.
	5 – DISPONIBILIDADE ( a ação penal privada é disponível: 1ª. hipótese (perdão do ofendido) esse perdão depende de aceitação. 2ª. hipótese (perempção); 3ª hipótese (desistência da ação) também depende de aceitação.
	6 – (IN) DIVISIBILIDADE ( duas correntes. 1ª. corrente: vigora o princípio da divisibilidade (posição STF), o MP pode oferecer denúncia contra alguns co-réus, sem prejuízo do prosseguimento das investigações em relação aos demais (STJ – RESP 388473.
2ª. corrente: princípio da indivisibilidade, como desdobramento do princípio da obrigatoriedade, desde que haja elementos de informação, o MP é obrigado a denunciar todos os coautores.
	6 – INDIVISIBILIDADE ( o processo de um obriga ao processo de todos. Renúncia e perdão concedidos a um dos coautores extende-se aos demais. (art. 48 do CPP). Fiscalizado pelo MP. Como fiscal desse princípio, não pode o MP aditar a queixa para incluir coautores, pois não tem legitimidade para tanto. Deve pedir a intimação do querelante para que adite a queixa-crime, sob pena a renúncia concedida a um dos coautores esterderser-sea aos demais
	7 – OFICIALIDADE ( consiste na atribuição na persecução penal a um órgão do estado
	
	8 – AUTORITARIEDADE ( o exercício da função persecutória se dá por autoridade estatais.
	
	9 - OFICIOSIDADE ( deve a autoridade estatal agir de ofício
	
OBS: o processo judicialiforme, era quando o juiz dava início ao processo. Esse processo não foi recepcionado pela constituição. Acontecia em contravenções penais, lesão corporal culposa e homicídio culposo.
Ex: agente absolvido como autor de homicídio pode ser processado novamente como partícipe do mesmo delito.
Ex2: agente absolvido ou cuja punibilidade foi declarada extinta por justiça incompetente não pode ser processado novamente perante à justiça competente, sob pena de violação ao princípio do ne bis in idem. (STF HC 86.606 e HC 92.912)
16. REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO
Conceito ( é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do fato delituoso
Natureza jurídica ( trata-se de uma condição específica de procedibilidade. 
16.3 DIRECIONAMENTO
A representação pode ser dirigida à autoridade policial, ao juiz ou ao MP. O ideal é que juiz fique de fora. Mas de acordo com o artigo 39, essa representação pode ser dirigida ao juiz.
( FORMALISMO. Para os tribunais não há necessidade de formalismo quanto à representação. Exemplos: simples BO, exame de corpo de delito, etc.
16.4 PRAZO para o oferecimento da representação ou da queixa-crime ( o prazo será de 6 meses (DECADENCIAL). É prazo penal, porque gera a extinção da punibilidade. Significa dizer que o dia do início é computado. Esse prazo decadencial é fatal e improrrogável, não estando sujeito à interrupção e nem à suspensão.
OBS: em regra esse prazo decadencial começa a fluir a partir do conhecimento da autoria. (art. 38 do CP). EXCEÇÃO: disposição em contrário ( são 2 importantes: a 1ª. é a lei de imprensa (prazo de 3 meses) esse prazo decadencial está sujeito a interrupção; e a 2ª. hipótese é o artigo 236 § único do CP (crime de induzimento a erro essencial), nesse crime do artigo 236, o prazo decadencial não começa a fluir a partir do conhecimento da autoria, mas sim após o trânsito em julgado da sentença cível que anule o casamento.
AULA 05 (AÇÃO PENAL III / JURISDIÇÃO e COMPETÊNCIA ) 26/03/09
16.5 LEGITIMIDADE para o oferecimento da representação/queixa crime
A. Em se tratando de um menor de 18 anos ( representante legal será a pessoa capaz de oferecer representação/queixa crime. Esse representante legal é qualquer pessoa que de algum modo seja responsável pelo menor.
OBS: e se o crime for praticado pelo representante contra o menor (colidência de interesses), nomeia-se curador especial. (art. 33 do CPP que também se aplica ao mentalmente enfermo e ao retardado mental). Este curador especial não está obrigado a oferecer queixa/representação. Ele que vai sopesar se a representação atende aos interesses do menor.
OBS 2: a decadência para o representante legal atinge o direito do incapaz de oferecer queixa ou representação? R: 2 correntes. 1ª. corrente: trazida por LFG e Pacelli, a decadência para o representante legal acarreta a extinção da punibilidade, mesmo que o menor não tenha completado 18 anos. 2ª. corrente: Guilherme de Souza Nucci e Fernando Capez, cuidando-se de incapaz, o prazo não corre para ele. Não há falar em decadência de um direito que não pode ser exercido.
B. Maior de 18 anos ( em virtude do artigo 5° do cc/02, esse maior de 18 anos já é dotado de capacidade plena, não mais necessitando de representante legal.
C. Menor de 18 anos casada ( ela não poderá nomear curador e nem term representante legal; a solução é aguardar que ela atinja 18 anos.
D. Morte de ofendido ( no caso de morte do ofendido, ocorrerá a sucessão processual (CCADI). Essa ordem do CCADI é PREFERENCIAL. Havendo divergência entre eles prevalece a vontade de quem tem interesse na persecução penal (o estado que vê sangue, acha alguém lá que se quer continuar com o processo). Se o sucessor tomou conhecimento da autoria na mesma data que a vítima, tem direito ao prazo restante; se não tinha conhecimento da autoria, seu prazo decadencial de 6 meses começa a contar a partir do momento em que atingir esse conhecimento.
16.6. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO ( Significa que A representou e depois se arrepende resolve se retratar, é possível? R: Sim. Até quando? R: Até o oferecimento da peça acusatória (Art. 25 do CPP).
OBS: Lei 11.340/06 – art. 16 – quando o artigo 16 usa a expressão renúncia, o faz de maneira equivocada, pois estamos diante de uma retratação, que é possível até o recebimento da denúncia.
16.7 RETRATAÇÃO DA RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO ( ela é possível, desde que dentro do prazo decadencial de 6 meses.
16. 8 EFICÁCIA OBJETIVA DA REPRESENTAÇÃO ( feita a representação contra apenas 1 dos coautores esta se estende aos demais. Por outro lado, feita a representação em relação a 1 fato delituoso, esta não se estende aos demais delitos. (STJ HC 57200)
17. REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA ( funciona como uma condição específica de procedibilidade. São crimes raros. (crime contra a honra do presidente da república). Pergunta-se: o MP é obrigado a oferecer denúncia? R: Requisição não é sinônimo de ordem. O titular da ação penal é quem vai avaliar a presença de elementos continua sendo o MP, assim o MP não está obrigado a receber denúncia. A requisição do ministro da justiça não está sujeita a prazo decadencial. Porém, o crime está sujeito à prescrição. Caberá retratação da requisição? R: Há 2 correntes. 1ª. corrente – do professor Capez e Paulo Rangel: não é possível a retratação. Por outro lado para o professor LFG, NUCCI, é possível.
18. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA ( essa ação penal ela só é cabível quando o MP não fizer nada. Ou seja, em face da inércia do MP. Ela é por natureza púbica. Caberá em todos os delitos? R: Não. Pois deve o crime possuir um ofendido individualizado (exemplo, tráfico de drogas, embriaguez ao volante).
OBS: cuidado com a lei de falências (Lei 11.101/05, art. 184). Se o MP não denúncia, tanto o credor habilitado quanto o administrador judicial pode oferecer a denúncia. E também com o CDC, no CDC nos artigos 80 e 82, (PROCON e Associação das donas de casa) que também poderão denunciar em caso de inércia do MP.
18.1. PODERES DO MP (
1. Repudiar a queixa, oferecendo denúncia substitutiva: mesmo estando ela em perefeitas condições. Se o MP a repudia, o que ele deverá fazer? R: está OBRIGADO a oferecer denúncia, não podendo pedir o arquivamento.
2. Aditar a queixa: tanto nos seus aspectos formais quanto materiais.
3. Se o querelante for negligente o MP reassume o polo ativo da ação penal. (Ação Penal INDIRETA) – art. 29 do CPP
18.2. PRAZO DA QUEIXA SUBSIDIÁRIA ( prazo processual.
19. PEÇA ACUSATÓRIA ( 
Denúncia ( peça acusatória na ação penal pública.
Queixa-crime ( ação penal privada.
19.1 Requisitos da Peça Acusatória:
( No artigo 41 do CPP há tais requisitos, a saber:
a) exposição do fato criminoso: consiste na narrativa do fato delituoso com todas as suas circunstâncias. Em se tratando de crime culposo, é imprescindível que seja descrita e não apenas citada a modalidade culposa. Uma narrativa deficiente atenta contra o princípio da ampla defesa. Ocasionando a inépcia formal da peça acusatória. Para os tribunais, essa inépcia formal deve ser arguida até a sentença.
OBS: criptoimputação ( é a imputação contaminada por grave deficiência na narrativa do fato delituoso.
Pergunta-se: pode ser oferecida denúncia contra alguém sem data da ocorrência? R: Cuidado com a diferença entre elementos essenciais e elementos acidentais da peça acusatória. Elemento essencial é aquele elemento que deve estar presente em toda e qualquer peça acusatória, pois é necessário para identificar a conduta do agente como um fato típico. Uma denúncia que tenha algum defeito com relação ao elemento essecial será causa de nulidade absoluta. Já o elemento acidental são aqueles relacionados a circunstânciasde tempo e de local, os quais nem sempre afetam a reação do acusado. O eventual defeito quanto a inobservância do elemento acidental é causa de mera nulidade relativa.
Denúncia genérica ( é extremamente comum nos crimes societários, nos quais a pessoa se vale do manto protetor da PJ (HC 92.921). Em crimes societários, não há inépcia da peça acusatória pela ausência de indicação individualizada da conduta de cada acusado, sendo suficiente que os acusados sejam de algum modo responsáveis pela condução da sociedade. (STF não se admite denúncia genérica) – HC 85.327 e HC 80.549. 
· Acusação geral e Acusação genérica ( A acusação geral ocorre quando o órgão da acusação imputa a todos os acusados o mesmo fato delituoso, independentemente das funções por eles exercidas na empresa. Já a acusação genérica ocorre quando a acusação imputa vários fatos típicos, imputando-os genericamente a todos os integrantes da sociedade.
b) Identificação do acusado ( por exemplo pessoa incerta, de acordo com o código ainda assim se pode oferecer denúncia, desde que se forneça esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo.
c) Classificação do crime ( se por acaso o estagiário errar na hora da classificação, o juiz deve rejeitar a peça acusatória? R: eventual equívoco quanto à classificação não é causa de rejeição da peça acusatória. Por quê? R: no processo penal o acusado se defende dos fatos que lhe são imputados e não da classificação.
· Emendatio libelli ( prevista no artigo 383 do CPP. Não há alteração em relação ao fato delituoso, limitando-se o juiz a corrigir a classificação formulada na peça acusatória, ainda que tenha que aplicar pena mais grave. Qual é em tese o momento da emendatio, poderá ser feita no início do processo? R: 1ª corrente ( somente é possível emendatio no momento da sentença (corrente tradicional) PREVALECE essa 1ª. corrente. 2ª corrente ( não é possível que o acusado seja privado do exercício de direitos quando a captulação for claramente excessiva (princípio da correção do excesso).
· Mutatio libelli ( prevista no artigo 384 do CPP. Ocorre quando durante a instrução, surge prova de elementar ou circunstância não contida na peça acusatória. Nesse caso deve o MP aditá-la, sendo a defesa ouvida em seguida.
( visa a preservação do princípio da ampla defesa, do sistema acusatório e do princípio da correlação entre acusação e sentença. 
d) Rol de testemunhas ( Se necessário. Pergunta-se: qual o número de testemunhas? R: varia de acordo com o procedimento. No ordinário são 8, no sumário são 5 e no sumariíssimo podem ser 5 ou 3. Essas testemunhas serão por fato delituoso (8 para cada fato delituoso, 5 para cada fato delituoso e 5/3 por fato delituoso). A não apresentação do rol de testemunhas vai dar ensejo À PRECLUSÃO.
e) Escrita em português
f) Subscrita pelo promotor e/ou advogado ( desde que evidenciado que o promotor ofereceu a denúncia (quota assinada pelo promotor), a ausência de assinatura na denúncia será mera irregularidade.
· requisito específico da queixa-crime: exige uma procuração com poderes especiais. Essa procuração, dela deve constar o nome do querelado; fazer menção ao fato delituoso. O que se deve entender por menção ao fato delituoso? R: basta a indicação do artigo de lei ou referência ao nome do delito (STJ RESP 663.934). OBS: e se a procuração for defeituosa? R: 2 correntes. A 1ª. corrente diz que o defeito deve ser sanado dentro do prazo decadencial. 2ª. corrente, diz que a correção do defeito pode se dar a qualquer momento, mediante a ratificação dos atos processuais (PREVALECE), STF HC 84.397.
19.2 Prazo para oferecimento da peça acusatória ( Tanto no CPP quanto no CPPM, o prazo é de 5 dias para o réu preso e 15 dias para o réu solto. Na lei de drogas 11.343, o prazo será de 10 dias seja preso ou solto. No código eleitoral, o prazo é de 10 dias, também não diferenciando entre solto e preso. Na lei de abuso de autoridades o prazo é de 48 horas. Na lei de imprensa o prazo de 10 dias. Na lei que define os crimes contra a economia popular, o prazo será de 2 dias.
Qual a consequência de um denúncia fora do prazo ou intempestiva?
R: 1ª. consequência ( surge o direito de ação penal privada subsidiária da pública. 2ª. consequência ( perda do subsídio (art. 801 do CPP). 3ª. consequência: em se tratando de réu preso, caso o excesso seja abusivo, deve a prisão ser relaxada, sem prejuízo da continuidade do processo.
19.3 Denúncia Alternativa (
A. Imputação alternativa originária: na própria peça acusatória, fatos delituosos são imputados ao acusado de maneira alternativa. Não é admitida pela doutrina e jurisprudência, pois viola ampla defesa.
B. Imputação alternativa superveniente: ocorre nas hipóteses de mutatio libelli quando o MP adita a peça acusatória.
Antes da lei 11.719/08, entendia-se que o acusado podia ser condenado tanto pela imputação originária quanto pela imputação superviente. Com o novo parágrafo 4° do artigo 384 do CPP, fica o juiz vinculado aos termos do aditamento, ou seja não poderá o acusado ser condenado pela imputação originária.
AULA 07 (JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA II ) 17/04/09
20. Procuração na Queixa-crime
( Deve constar o nome do querelado
( Deve constar uma menção do fato delituoso. Para essa menção basta o nome do crime ou ao tipo penal.
Pergunta-se: por que o advogado precisa dessa procuração com poderes especiais? (Art. 44 CPP)
R: Para se evitar que o advogado responda por denunciação caluniosa.
Pergunta-se: e se essa queixa tiver uma procuração defeituosa? Qual a consequência?
R: Falta dos requisitos da procuração: Há 2 correntes. 1ª corrente ( o vício deve ser sanado dentro do prazo decadencial. 2ª corrente ( o vício pode ser sanado a qualquer momento, mediante a ratificação dos atos processuais (PREVALECE) – STJ – RESP 663.934/HC 84.397.
21. DO RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA * (vide aula de procedimento comum)
22. REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA * (vide aula de procedimento comum)
23. DA RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA
 
Tem natureza jurídica como sendo uma causa extintitiva da punibilidade.
Conceito de Renúncia ( é um ato unilateral do ofendido ou de seu representante legal, abrindo mão do direito de promover a Ação Penal Privada. Ex: caso do jogador Grafiti do São Paulo que renunciou ao direito de promover queixa crime em face do crime de racismo que sofrera.
Princípio da Indivisibilidade ( na ação penal pública vige esse princípio; onde se é obrigado a denunciar a todos, não podendo escolher. A renúncia feita a um aproveita a todos. No exemplo do jogador, se o time inteiro tivesse cometido o crime e o jogador resolvesse renunciar a apenas um dos jogadores tal renúncia seria aproveitada a todos.
( A denúncia não depende de aceitação por parte do ofendido.
( A renúncia sempre ocorre antes do início da ação penal privada.
( Há dois tipos de Renúncia:
a) Expressa ( é aquela feita por declaração inequívoca. 
b) Tácita ( pratica de ato incompatível com a vontade de processar. Ex: convite para ser padrinho de casamento, voltando ao exemplo do jogador, o ofendido convida o seu agressor para ser seu padrinho de casamento. Outro exemplo; uma moça deitada na rua completamente embriagada, vem um sujeito e mantem conjunção carnal com ela, no dia seguinte ele a encontra e oferece flores; o agressor resolve se casar com a vítima, em assim agindo será extinta sua punibilidade, mesmo que tenha sido revogado o dispositivo do CP que previa a extinção da punibilidade pelo casamento da vítima.
OBS: os incisos VII e VIII do artigo 107 eram causas extintivas da punibilidade pelo casamento da vítima. Esses dois incisos foram revogados pela lei 11.106/05. Porém, em um crime de estupro de Ação Penal Privada, o casamento da vítima com o autor do delito continua funcionando como causa extintitva da punibilidade, porém em virtude de uma RENÚNCIA TÁCITA.
QUESTÃO:
O que que acontece no recebimento de indenização?
R: No CPP, o recebimento de indenização não importa em renúncia. Artigo 104 do CPP. Há uma exceção(o recebimento de indenização significa renúncia) ( nos Juizados, a composição civil dos danos acarreta a renúncia ao direito de queixa ou de representação.
24. PERDÃO DO OFENDIDO
 
É instituto semelhante à renúncia. Funciona também como causa extitiva da punibilidade. Porém em momento diferente e em circunstâncias diferentes.
Conceito ( é o ato pelo qual o ofendido ou o seu representante legal desiste de prosseguir com a ação penal privada, perdoando o querelado.
( O perdão ao contrário da renúncia trata-se de um ato BILATERAL, que significa dizer que o perdão depende de ACEITAÇÃO.
( O perdão só é admitido após o início do processo.
( Tanto a renúncia quanto o perdão não admitem retratação.
O perdão pode se dar após o início do processo, mas até quando?
R: Só pode ocorrer antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Pergunta-se: o perdão da mesma forma como a renúncia pode ser expresso como tácito, mas o perdão depende da aceitação. Essa aceitação ela também pode ser expressa ou tácita. O QUE QUE ACONTECE DIANTE DO SILÊNCIO DO QUERELADO? R: O silêncio do querelado significa ACEITAÇÃO. (artigo 58 do CPP)
25. PEREMPÇÃO
 
Assim como a renúncia e o perdão, também funciona como uma causa extintiva da punibilidade.
 
Conceito ( é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal exclusivamente privada ou personalíssima, em virtude da desídia do querelante. (nada mais que uma punição para o querelante “preguiçoso)
QUESTÃO:
A perempção vai produzir a extinção da punibilidade em ação penal privada subsidiária da pública?
R: Não. Nesse caso o MP reassumirá a ação penal
Diferença entre Peremção e Decadência ( a perempção é a perda do exercício de prosseguir na ação penal privada (já foi dado o início). Já a decadência, é a perda do direito de iniciara ação penal privada (nem mesmo foi entrado com a ação).
Hipóteses de perempção: estão previstas no artigo 60 do CPP.
Art. 60.  Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
        I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
        II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; (prazo de 60 dias É FATAL)
        III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
        IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
I) A maioria da doutrina entende que o querelante deve ser intimado (não é uma sanção automática);
II) Falece o querelante e ocorre a sucessão processual (CCADI); Pergunta-se: precisa intimar os sucessores? R: Não é necessária a intimação dos sucessores.
III) Pergunta-se: nos procedimentos de crimes contra a honra no CPP existe uma audiência para se tentar a conciliação. Se o querelante não ter comparecido a essa audiência, configuraria perempção? R: Se o querelante não comparece à audiência de conciliação nos crimes contra a honra, isso significa que não quer fazer acordo.
Portanto, NÃO IMPORTA EM PEREMPÇÃO.
IV) PJ se extingue sem deixar sucessor.
DA JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
1. MECANISMOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
A) Autotutela ( caracteriza-se pelo emprego da força bruta. É admitido no ordenamento somente a título excepcional, por exemplo: legítima defesa, estado de necessidade, prisão em flagrante efetuada por particulares.
B) Autocomposição ( no caso dos juizados.
C) JURISDIÇÃO ( é uma das funções do estado mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para aplicar de maneira imparcial o direito objetivo ao caso concreto.
Juris + Dictio ( Dizer + Direito = a função de dizer o direito.
· Escopos (
 De pacificação social
2. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
Esse princípio do juiz natural é muito importante no processo penal. Os dois pontos importantes são:
A - não haverá juízo ou tribunal de exceção; (Tribunal de exceção ou tribunal ad hoc é aquele criado após a prática do fato delituoso especificamente para julgá-lo). Ex: tribunal de Nuremberg foi um tribunal de exceção.
B - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
2.1 REGRAS DE PROTEÇÃO (do p. do juiz natural se extrai 3 regras de proteção)
a) Só podem exercer jurisdição, os órgãos instituídos pela CF;
b) Ninguém pode ser julgado por órgão jurisdicional criado após a prática do fato delituoso;
c) Entre os juízes pré-constituídos vigora uma ordem taxativa de competências, que impede qualquer hipótese de discricionariedade.
OBS: essa regra é também importante para os outros órgãos que auxiliam a Justiça. Ex: defensores, MP, etc.
Questões:
1) A lei posterior que altera a competência tem aplicação imediata? Por exemplo, um crime cometido por militar com arma da corporação, mesmo que não estando em serviço. Quem julga este crime?
R: Em 1995 esse crime exemplificado era um crime militar. Em 1996 surge a lei 9299/96 (Lei “Rambo”) que altera a competência para a justiça comum. Assim, a lei que altera a competência tem aplicação imediata, mas se já houver sentença relativa ao mérito, a causa prossegue na jurisdição em que foi prolatada, salvo se suprimido o tribunal que deveria julgar o recurso.
Crime militar/Justiça Militar
Justiça Comum
1ª Instância – 260
1ª Instância – 260 
2ª Instância (TJM) – 180
2ª Instância (TJ) – não vem. Por que daí o TJ estaria reformando uma decisão do TJM
2) Praticado internacional de drogas praticado em município que não seja sede de vara federal?
R: Em 2005, pelo artigo 27 da lei 6368/76, o crime seria julgado em vara estadual mas com o recurso para o TRF. Em 08/10/2006, entra em vigor a lei 11.343/06 que altera esse quadro em virtude do artigo 70 § único. Agora, todo tráfico internacional vai ser julgado pela justiça federal, se não houver vara federal no local do crime, este será julgado na circunscrição federal a qual pertencer.
3) Convocação de juízes de 1ª instância para atuar nos tribunais
R: É possível a convocação de juízes mas desde que respeitada a maioria do órgão colegiado por desembargadores. Convocação de juízes de 1ª instancia para atuar nos Tribunais; STJ Habeas Corpus 105.413 – é possível a convocação de juízes, desde que respeitada a maioria do órgão colegiado por desembargadores.
( É legal o julgamento realizado por turma ou câmara de 2° grau formada por maioria de juízes convocados desde que essa convocação tenha sido feita na forma prevista em lei.
3. Competência ( é o limite e a medida da jurisdição dentro dos quais o órgão jurisdicional poderá dizer o direito.
3.1 ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA
1) Em razão da matéria ( está relacionada com a natureza do crime praticado. Por exemplo, crimes eleitorais será a justiça eleitoral.
2) Em razão da pessoa ( competência por prerrogativa de função.
3) Em razão do lugar ( em regra a competência territorial no processo penal é fixada com base na consumação do delito.
4) Em razão da função (funcional) ( é aquela em que a competência é fixada conforme a função que cada um dos órgãos jurisdicionais exerce no processo. Ela se subdivide em 3:
· Por fase do processo ( de acordo com a fase em que o processo estiver, um órgão jurisdicional diferente exercerá a competência. Exemplo: o procedimento bifásico do júri. Na 1ª fase há a pariticapação somente do juiz de direito que é chamado de juiz sumariamente (profere uma decisão de absolvição sumária, desclassificação, impronúncia e pronúncia). Já na 2ª fase há o tribunal do júri composto pelo juiz-presidente mais 7 membros do conselho de sentença.
· Por objeto do juízo ( cada órgão jurisdicional exerce a competência sobre determinada questões. Exemplo: tribunal do júri.
· Por grau de jurisdição ( nada mais é do que a competência recursal.
	COMPETÊNCIA ABSOLUTA
	COMPETÊNCIA RELATIVA
	- Tutela: interessepúblico.
- IMPRORROGÁVEL (imodificável)
- NULIDADE ABSOLUTA:
* Prejuízo é presumido;
* Pode ser arguida a qualquer momento; mesmo após o trânsito em julgado, porém desde que em favor do acusado;
* Declarada de ofício
	Tutela: interesse preponderante é o das partes.
- PRORROGÁVEL (modificável)
- NULIDADE RELATIVA:
* O prejuízo deve ser comprovado;
* Está sujeita à preclusão;
* Também pode ser declarada de ofício;
OBS1: (Comp. Absoluta) decisão absolutória ou extintiva da punibilidade, ainda que proferida com vício de incompetência, é capaz de transitar em julgado e produzir efeitos, impedindo que o acusado seja processado novamente pela mesma imputação perante a justiça competente.
OBS2: (Comp. Relativa): na nulidade relativa o prejuízo fica de difícil constatação. Até a entrada em vigor da lei 11.719/08, podia declarar sua incompetência de ofício até o momento da sentença. Mas agora no processo penal foi introduzido o princípio da identidade física do juiz (art. 2° do CPP), por esse princípio, o juiz que presidiu a instrução deve sentenciar. Assim, a nulidade relativa só se arguida até o INÍCIO DA AUDIÊNCIA.
ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA NO PROCESSO PENAL:
- Ratione materiae
- Ratione personae
- Funcional
ESPECIES DE COMPETÊNCIA RELATIVA NO PROCESSO PENAL:
- Ratione Loci
- Por distribuição
- Por prevenção (súmula 706 do STF)
- Conexão
Exemplo:
Em 1996 Crime praticado fraude de recolhimento GRPS pelo gerente de banco ( estelionato 171 + continuidade delitiva 71;
Em 2002 ( recebimento da denúncia (Justiça Federal); súmula 107
Em 2007 ( sentença condenatória (4 anos de reclusão);
Em 2009 ( recurso ao TRF. (O relator deve arguir a nulidade absoluta)
Cidadão estava sendo julgado pela justiça federal; há violação ao princípio do juiz natural; o cidadão estave sendo processado por um juiz incompetente violando uma competência absoluta, gerando uma nulidade absoluta.
3.2 GUIA DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA
(passo a passo para se chegar ao juiz competente)
1) Competência de jurisdição ( qual é a justiça competente?
2) Competência originária ( o acusado tem foro por prerrogativa de função?
3) Competência territorial ( qual a comarca competente?
4) Competência de juízo ( qual é a vara competente?
5) Competência interna/de juiz ( qual é o juiz competente?
6) Competência recursal ( pra onde vai o recurso?
4. JUSTIÇAS COMPETENTES
4.1) Justiças Especiais
A) Justiça Militar;
B) Justiça Eleitoral;
C) Justiça do Trabalho;
D) Justiça Política* ou Extraordinária*
4.2) Justiça Comum
A) Justiça Federal;
B) Justiça Estadual (tem competência residual).
5. JUSTIÇA MILITAR
	JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO
	JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS
	- julga os CRIMES MILITARES
	- julga os CRIMES MILITARES
	- pode julgar tanto civis como militares
	- julga só os militares dos estados (pm, bombeiros, etc)
	Qual o critério que fixa a competência?
R: somente em razão da matéria.
Não tem competência cível.
 O ÓRGÃO JURISDICIONAL SERÁ UM CONSELHO DE JUSTIÇA. Composto por um juiz auditor (concursado) e por + 4 oficiais. O oficial de posto mais elevado é o presidente desse conselho. O juiz auditor não tem competência singular (todos os crimes são julgados pelo conselho de sentença).
MP ( Ministério Público da União.
2ª instância ( STM
	Qual o critério que fixa a competência?
R: em razão da matéria e em razão da pessoa.
Tem competência CIVEL. Limitada às ações judiciais contra atos disciplinares militares. Ex: pm tenha sido punido disciplinarmente, será julgado pela justiça militar.
O ÓRGÃO JURISDICIONAL SERÁ UM CONSELHO DE JUSTIÇA. 
O juiz é chamado de: juiz de direito do juízo militar + 4 oficiais. Esse juiz de direito será o presidente do conselho.
O juiz de direito tem competência singular para julgar crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares.
MP ( Ministério Público Estadual.
2ª instância ( TJM (para alguns estados: RS/MG/SP) nos demais será o TJ.
AULA 08 (JURISDIÇÃO e COMPETÊNCIA) 23/04/09
- CRIME PROPRIAMENTE MILITAR ( é aquela infração que só pode ser praticada por militar. Ex: deserção. – delito regional.
Pergunta-se: civil pode praticar crime propriamente militar?
R: O civil pode responder por um crime propriamente militar, desde que o faça em concurso de agentes com um militar, tendo ciência dessa elementar. (STF HC 81.438)
- CRIME IMPROPRIAMENTE MILITAR ( apesar de comum em sua natureza, cuja prática seria possível a qualquer cidadão (civil ou militar), esse delito passa a ser considerado militar por ter sido praticado em uma das condições do artigo 9° do CPM.
- CRIME MILITAR DE TIPIFICAÇÃO DIRETA ( são os crimes definidos no CPM. Quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos qualquer que seja o agente. Estão previstos no artigo 9°, inciso I do CPM. Ex: de crime militar de tipificação direta praticado por civil, o ingresso clandestino.
- CRIME MILITAR DE TIPIFICAÇÃO INDIRETA ( são aqueles que embora previstos com igual definição na lei penal comum, são considerados crimes militares por meio de um juízo de tipicidade indireta, com base no artigo 9°, incisos II e III do CPM. 
SÚMULAS IMPORTANTES/HOMICÍDIO DOLOSO
Homicídio doloso é julgado pela justiça militar?
1ª hipótese ( homicídio doloso praticado por militar contra civil, mesmo estando o militar em serviço e em lugar sujeito à administração militar (competência será do tribunal do júri). Ex: crime cometido pelos 11 militares no morro providência no RJ, logo serão julgados no tribunal do júri federal.
2ª hipótese ( homicídio doloso praticado por civil contra militar. Se esse militar for um “pm”, a competência será do tribunal do júri, porque a justiça militar estadual não pode julgar civis; se esse miltiar for das forças armadas, a competência será da justiça militar da união, com fundamento no artigo 9° inciso III letra “b” (HC 91.003 STF).
3ª hipótese ( Crime cometido por militar contra militar :
a) se os dois militares estão em serviço, a competência será da justiça militar;
b) se os dois militares não estão em serviço, para o STF e para o STM , a competência será da justiça militar; para o STJ, a competência será da justiça comum.
DESCLASSIFICAÇÃO DE HOMICÍDIO DOLOSO PARA CULPOSO PELOS JURADOS
Diante de um crime comum, caso os jurados desclassifiquem de homicídio doloso para o homicídio culposo, a competência será do juiz-presidente. No entanto, se for um homicídio doloso praticado por militar contra civil, caso haja essa desclassificação pelos jurados, esse homicídio culposo não pode ser julgado pelo juiz-presidente, pois se trata de crime militar, devendo ocorrer a remessa dos autos a justiça militar (STF R-HC 80718).
HOMICÍDIO DOLOSO E ABERRATIO ICTUS (Art. 73)
Ex: um militar quer matar um outro militar, só que ao invés de acertar um militar, ele vem a acertar um civil? R: A competência é fixada com base em critérios objetivos. Portanto, militar que atira contra outro militar, porém por erro na execução acaba acertando um civil, a competência será do tribunal do júri. (STJ CC 27.368)
SÚMULAS DO STJ:
- 78 ( militar da pm de SP que atuando como integrante da força nacional de segurança, pratica um crime militar no estado do Pará. Será julgado pela justiça militar do estado de SP.
- 172 ( abuso de autoridade não é crime militar, logo não pode ser julgado pela justiça militar. No mesmo sentido: crimes ambientais e crime de tortura.
- 90 ( em se tratando de crimes conexos sendo um deles crime comum e o outro crime militar, deverá ocorrer separação de processos, sendo o crime comum julgado pela justiça comum e o crime militar julgado pela justiça militar. Ex: abuso de autoridade conexo com a lesão corporal.
- 53 ( o fundamento desta súmula é no sentido de qual civil não pode se julgado na justiça militar estadual.
- 47 ( essa súmula 47 está ultrapassada diante da lei 9.299/96.
- 75 ( se a facilitação ocorrer em favor de preso que esteja em um estabelecimento prisional comum, o crime será o do artigo351 do CP, da competência da justiça comum; no entanto se essa facilitação ocorrer em favor de alguém que esteja preso em um quartel, ou em qualquer outro estabelecimento sob a administração militar, trata-se de crime militar (art. 178 do CPM), a ser julgado pela justiça militar.
- 06 ( essa súmula está ultrapassada. Se o PM está em serviço, pouco importa que a vítima seja civil ou militar, a competência será da justiça militar (STJ CC 34.749).
6. JUSTIÇA ELEITORAL
Vai julgar os crimes eleitorais mais os delitos conexos. Quais crimes conexos que não são julgados pela justiça eleitoral? R: *crime militar, *crime doloso contra a vida.
7. JUSTIÇA DO TRABALHO
 
A partir da EC 45/04, foi acrescentado o artigo 114, IV, CF que compete à justiça do trabalho julgar o HC quando o ato questionado envolver matéria sujeita a sua jurisdição.
Ex: prisão do depositário infiel decretada por juiz do trabalho. (RE 466.343 – STF – não cabe mais a prisão do depositário infiel).
ATENÇÃO: ADI 3684 – a competência da justiça do trabalho não abrange uma competência criminal genérica para processar e julgar delitos.
8. JUSTIÇA POLÍTICA/EXTRAORDINÁRIA
( Art. 52 inciso I da CF (é usado em sentido estrito)
( Senado Federal
· Crime de Responsabilidade:
- em sentido amplo ( são aqueles crimes em que a qualidade de funcionário público é uma elementar do tipo penal.
- em sentido estrito ( não tem natureza jurídica de infração penal, mas sim de infração político-administrativa praticada por determinados agentes políticos.
9. COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL
9.1. Atribuições de polícia investigativa de polícia federal: a competência criminal da justiça federal de modo algum é idêntica às atribuições da polícia federal, pois estas são mais amplas (art. 144, §1°, I, CF) - Lei 10.446/02.
9.2. Análise do artigo 109, inciso IV da CF:
9.2.1. Crimes políticos ( (Lei 7.170/83).
- crimes previstos na lei 7.170/83
- motivação política (art. 2° lei 7.170/83)
- art. 30 Lei 7.170/83 (não foi recepcionado pela CF/88)
- juiz federal --- crime político --- sentença condenatória --- Recurso (ROC) – art. 102, II, “b” da CF.
9.2.2. Crimes contra a União, Autarquias Federais, Empresas Públicas Federais (
- União (Deve ser compreendida como os órgãos da adm. pública federal direta, inclusive aqueles pertencentes ao legislativo e ao judiciário). 
OBS: crimes contra os correios. Se o crime for cometido contra uma franquia dos correios, a competência será da Justiça Federal. Se o crime for praticado contra a própria ECT.
Para fins de competência criminal, permanece inalterada a competência da justiça federal para julgar crimes cometidos contra a OAB.
9.2.4. Crimes contra sociedade de economia mista.
( Crime envolvendo médico credenciado ao SUS será competência da justiça estadual.
9.2.5. Crimes cometidos contra bens, serviços ou interesses (
Bens
União
Serviços
Autarquias federais
Interesses
Empresas públicas federais
Bens: são aqueles compreendidos no patrimônio do respectivo ente federal (art. 20 da CF). Crime de dano praticado contra bem do presidente da república.
Em relação a bem tombado, se esse bem foi tombado por um estado membro, a competência será da justiça estadual. Se o foi pelo patrimônio histórico nacional, a competência será da justiça federal.
CRIME COMETIDO CONTRA CONSULADO ESTRANGEIRO ( será julgado pela justiça estadual.
DESVIOS DE VERBAS FEDERAIS ( se as verbas estiverem incorporadas ao patrimônio municipal, competência da justiça estadual. Se a verba estiver sujeita a prestações de contas perante órgão federal, a competência será da justiça federal.
 
Se esse interesse for particular, específico e direto, a competência será da justiça federal; se esse interesse for genérico, remoto ou não-imediato, a competência será da justiça estadual. Ex: contrabando ou descaminho. A competência é do juízo federal do local da apreensão dos produtos (súmula 151 STJ). Ex: sonegação de correspondência em portaria de condomínio residencial – competência da justiça estadual. Outro exemplo: falsificação de moeda – compete à justiça federal (porque é a União quem emite moeda), mesmo que essa moeda seja de origem estrangeira.
OBS: se se tratar de falsificação grosseira porém com eficácia para induzir a erro um comerciante, trata-se de crime de estelionato, da competência da justiça estadual.
OBS2: desenvolvimento clandestino de telecomunicações (art. 183 da lei 9472/97). É crime de competência da justiça federal, pois compete à União explorar os serviços de telecomunicações.
Ex: recepção clandestina de sinal de TV a cabo. Crime de apologia ao crime praticado em programa de televisão – competência da justiça estadual.
9.2.6 Crimes previstos no Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/06) ( esses crimes são da justiça estadual mesmo que a arma seja de uso restrito ou privativo das forças armadas.
AULA 09 (CRIMES CONTRA JUST. DO TRAB. / MIL. DA UNIÃO / ELEITORAL) 28/04/09
9.2.7 Crimes contra a justiça do trabalho, justiça militar da união e justiça eleitoral ( todas são integrantes do poder judiciário da União. São todas justiças da União. Obviamente a competência será da justiça federal. Exemplos: falso testemunho na justiça do trabalho, na justiça militar, na justiça eleitoral (testemunhas cruzadas) – súmula n° 200 do TFR. E súmula de n° 165 do STJ. 
QUESTÃO:
Pergunta-se: e se esse juiz eleitoral for um juiz estadual? 
R: a competência será da justiça federal.
9.2.8 Crime praticado CONTRA funcionário público federal ( esse crime deve guardar alguma relação com o exercício de suas funções. Exemplos: fiscais do ministério do trabalho que foram assassinados durante o exercício do trabalho. Caso do agente da polícia federal assassinada durante cumprimento de intimação. – Súmula 98 do TFR. Súmula 147 do STJ.
OBS1: crime contra funcionário público federal já aposentado, não haverá interesse da união, logo competência da justiça estadual.
OBS2: crime contra dirigente sindical. Esse dirigente sindical não é funcionário público federal, logo competência da justiça estadual.
9.2.9 Crime praticado POR funcionário público federal ( mesma coisa, se for em razão do exercício da função e com essas relacionadas. (Súmula n° 254 do TFR).
OBS: crime cometido por oficial de justiça do TJ – DFT. A competência é da própria justiça do distrito federal e territórios, NÃO É COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
OBS2: Código Penal – art. 332 (delito de tráfico de influências). COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL, sempre que o funcionário público objeto da suposta influência for federal.
OBS3: crime praticado por agente que se atribui falsa qualidade de funcionário público federal. Uma pessoa faz se passar por funcionário público federal para induzir alguém a erro. Por exemplo: o agente usa farda militar de coronel para ganhar confiança das pessoas e após cometer delitos como o estelionato. A COMPETÊNCIA SERÁ DA JUSTIÇA ESTADUAL.
9.2.10 Crimes contra o meio ambiente ( a súmula n° 91 foi cancelada (pois a fauna não é bem só da união, mas também dos estados e municípios). Portanto, em regra, crimes contra o meio ambiente são da JUSTIÇA ESTADUAL.
OBS1: manutenção em cativeiro de animais da fauna exótica (tigres de bengala, babuínos). COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL, firmada pelo STJ, porque competiria ao IBAMA autorizar o ingresso de animais da fauna exótica no Brasil.
OBS2: extração ilegal de recursos minerais (crime previsto no artigo 55 da lei 9.605/98). COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL, lembrando que recursos minerais, inclusive os do subsolo são bens da união, logo a competência da justiça federal.
OBS3: pesca do camarão no mar territorial no período do defeso (período em que é proibido a pesca do camarão), mar territorial – bem da união – competência da justiça federal.
OBS4: crime ambiental em rio que faz a divisa entre dois estados. A competência será da justiça federal, pois rios que banham mais de um estado pertence à União, logo competência da justiça federal.
OBS5: crime ambiental relacionado com organismo geneticamente modificados (crime previsto no artigo

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