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TCC Serviço Social e Meio Ambiente

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 DEDICATÓRIA
agradecimentos
Agradeço em primeiro lugar a Deus, que ilumina meu caminho a todo momento e me guiou durante essa jornada.
A minha família, principalmente meus pais, que me deu suporte nas horas mais difíceis me fortalecendo e fazendo continuar.
Ao amigos e amigas queridas que dividiram comigo as dúvidas, as tristezas e alegras.
A meus professores e tutores, pelos ensinamentos, paciência e confiança ao longo do curso.
A minha tutora de sala pelos ensinamentos, paciência e experiências passadas ao longo desses anos de estudo.
Ao meu professor orientador, que me auxiliou no momento mais difícil para qualquer estudante, que foi na elaboração do trabalho de conclusão de curso.
 A minha supervisora de estágio, , que sempre teve a humildade de partilhar comigo suas experiências, ensinamentos que foram sem dúvida muito importantes, me agregando valores.
Barbosa, Adriana Conceição. A Atuação do Assistente Social na Politica Habitacional. 2016. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Universidade Norte do Paraná- UNOPAR, Cruz das Almas- BA, 2016.
 RESUMO
O presente trabalho objetiva analisar como se dá a atuação do Assistente Social na Secretaria de Planejamento do município de Cruz das Almas, visando um maior entendimento sobre a politica de habitação no município destacando os desafios enfrentados pelo profissional para essa efetivação. Este trabalho se ampara em pesquisa bibliográfica, onde a fundamentação teórica é fundamentada em teóricos como Ermínia Maricato, Maria Lucia Martinelli, José Paulo Netto, Souza, dentre outros. Souza ressalta para a importância da moradia. “A moradia é um elemento essencial para o ser humano, é um bem extra patrimonial”. Este trabalho aponta ainda para o fato de que o problema urbano no Brasil já existe desde o século XVIV com o desenvolvimento do capitalismo, fato que ocasionou o êxodo rural no ano de 1970, dando início a uma segregação social. E mesmo sendo este um direito assegurado constitucionalmente, ainda nos deparamos com famílias vivendo sem as mínimas condições para terem uma vida digna e saudável, As desigualdades sociais manifesta-se de diversas formas e uma delas é demonstrada fisicamente nos espaços segregados, nas periferias das cidades, pois são ali que as carências habitacionais se constituem cada vez com mais frequência.
Palavras-chave: Serviço Social. Cidadania. Direito. Habitação. 
BARBOSA, Adriana Conceição. The Role of Social Work in the Housing Policy. Municipality Planning. 2016. Total number of sheets. Work Completion of course (Diploma in Social Service) - University of North Paraná UNOPAR, the souls- BA Cruz, 2016.
ABSTRACT
This work aims to analyze how is the role of the social worker in the Department of Cruz das Almas of city planning, designed to further understanding of housing policy in the city highlighting the challenges faced by the professional to this realization. This work supports herself with literature, where the theoretical foundation is based on theoretical and Erminia Maricato, Maria Lucia Martinelli, José Paulo Netto, Souza, among others. Souza emphasizes the importance of housing. "Housing is a key element for humans, it is an extra asset as well." This work also points to the fact that the urban problem in Brazil has existed since the XVIV century with the development of capitalism, a fact that caused the rural exodus in 1970, beginning a social segregation. And even though that a right guaranteed constitutionally, we still come across families living without the minimum conditions for a dignified and healthy life, Social inequality manifests itself in many ways and one of them is physically demonstrated in segregated spaces on the outskirts of cities because there are the housing needs constitute increasingly more often.
Keywords: Social Service. Citizenship. Right. Housing. 
LISTA DE TABELAS
 POPULAÇÃO RESIDENTE, PORSITUAÇÃO DO DOMICÍLIO-1940/1996
 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABAS- Associação Brasileira de Assistentes Sociais
CFESS- Conselho Federal de Serviço Social
CRESS- Conselho Regional de Serviço Social
CNT- Conselho Nacional do Trabalho
FHC- Fernando Henrique Cardoso
FCP- Fundação da Casa Popular
PAIH- Plano de Ação Imediata para a Habitação
PMCMV- Programa Minha Casa Minha Vida
IAPS- Instituto de Aposentadoria e Pensão
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SEPLAN- Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico
UFRB- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
MDS- Ministério de Desenvolvimento Social e combate á fome
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................13
1.CAPÍTULO I: ANÁLISE DO PROBLEMA URBANO NO BRASIL........................15
1.1.O PROBLEMA URBANO E A POLÍTICA DE HABITAÇÃO NO BRASIL.............15
2. CAPÍTULO II: A ORIGEM DO SERVIÇO SOÇIAL...............................................25 
2.2 O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIL NO BRASIL.........................................29
2.3. A QUESTÃO SOCIAL........................................................................................32
2.4. OS DESAFIOS PARA A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL.............................37
3.CAPÍTULO III: A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA SECRETARIA PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMA....................................................................................................43
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS..........................43
3.2 A POLÍTICA DE HABITAÇÃO NO MUNICÍPIO E OS DESAFIOS PARA A SUA 
EFETIVAÇÃO...........................................................................................................45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................53
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................54
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INTRODUÇÃO
 O presente trabalho de conclusão de curso (TCC), exigência do curso de serviço social da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, tem como tema e objeto da pesquisa: A atuação do Assistente Social na Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Município de Cruz das Almas-Ba. A escolha do tema surgiu devido a experiência de estágio vivenciada na referida instituição, o que fez com que aflorasse a indagação a respeito da política de habitação no município.
 Buscando fazer um estudo mais aprofundado sobre essa problemática que é mais antiga do que pensamos, tendo seu início no século XIX como resultado das contradições entre a relação capital e trabalho, onde o aumento do capitalismo e a exploração com a classe trabalhadora gerou a segregação dos menos favorecidos economicamente e iniciou-se a separação de classes, sendo o assunto de grande relevância visto que a sociedade brasileira é historicamente fundada na desigualdade social, e os profissionais assistentes sociais são muito importantes nesse cenário de busca por direitos.
 Segundo KOWARICK (1979), os mecanismos de distribuição de renda e de apropriação e uso do solo urbano proporcionam a concentração de riqueza, favorecendo uma pequena parcela da população em detrimento da maioria espoliada. Esta vem buscando, historicamente, por “soluções” para os problemas habitacionais em áreas distantes, e parcialmente carentes einfraestrutura e serviços sociais urbanos. A cidade Brasileira, nestes parâmetros, Caracteriza-se como ugar de concentração de riquezas e segregação da pobreza, desenhando o mapa da desigualdade social.
 A pesquisa tem como Objetivo Geral: Analisar a atuação do Assistente Social na Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do município de Cruz das Almas-Ba e os desafios para a sua efetivação. 
 Nos Objetivos Específicos buscamos: Comparar os problemas urbanos no Brasil nos séculos XIX e XX com os que enfrentamos na atualidade, Caracterizar a política de habitação do Brasil e do município de Cruz das Almas, Diferenciar as fases da política de habitação no Brasil e Apontar os desafios para a efetivação desta no município
 A estrutura do referido trabalho está dividida em três capítulos, onde no primeiro contém a fundamentação do problema urbano e a política de habitação no Brasil, fazendo uma análise dos problemas urbanos no País a partir do século XIX, perpassando pelo desenvolvimento do capitalismo e descrevendo as formas de enfrentamento por parte do poder público diante do caos urbano, até os dias atuais.
 No segundo capítulo, falaremos sobre o surgimento do Serviço Social no Estados Unidos e no Brasil, falamos também sobre a Questão Social, e finalizamos o capítulo falando sobre os desafios para a atuação do Serviço Social e as formas de atuação dos profissionais antes e após o Movimento de Reconceituação.	
 No terceiro e último capítulo, discorremos sobre a atuação do Assistente Social na Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do município de Cruz das Almas, fazemos uma breve caracterização do município, e finalizando com uma análise sobre a os desafios enfrentados pelos Assistentes Sociais para a efetivação da Política de Habitação no município.
A metodologia utilizada para o presente trabalho é bibliográfica, feita através de estudo documental com análise em dados encontrados em artigos e livros dos autores como: Maricato, 1997, Azevedo e Andrade 1982, p.31, Apud paz e Junqueira 2010, p2 PCHMAN RIBEIRO 1983, LEFEBVRE 1999 dentre outros.
CAPITULO I: ANALISE DO PROBLEMA URBANO NO BRASIL
1.1 PROBLEMA URBANO E A POLÍTICA DE HABITAÇÃO NO BRASIL
 Entender como é realizado o trabalho do assistente social na secretaria municipal de planejamento em cruz das almas, nos obriga a fazer um estudo relacionado a habitação não só no município mais no brasil. Visando isso, faremos um breve histórico sobre a formação das cidades brasileiras e da construção do espaço urbano. Para que assim possamos compreender como surgiram os problemas habitacionais que presenciamos hoje e assim buscar a superação da realidade excludente.
No fim do século XIX no Brasil, há uma conjunção de acontecimentos que influenciaram decisivamente a ampliação e a formação dos espaços urbanos no País. O fim da escravidão fez com que milhares de negros fossem expulsos do campo e migrassem para a cidade. Concomitantemente, imigrantes europeus chegaram ao brasil para trabalhar no campo e também nas nascentes industriais Brasileiras. Esses fatores provocaram o aumento da população nas cidades, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, fato que acarretou uma demanda por moradia, transporte e demais serviços urbanos, até então inédita. (MARICATOS, 1997).
Com o desenvolvimento do capitalismo no início do século XX, começaram a surgir grandes e profundas modificações nos espaços urbanos Brasileiro, desencadeando a exclusão de inúmeras famílias, pois grande parcela da população mesmo possuindo um emprego não tinham um salário que possibilitassem efetuar a compra de residências em locais mais centralizados, próximo aos comércios e indústrias por terem valor muito elevado.
É interessante observar que o processo de industrialização e de urbanização Brasileiro estão interligados, pois as unidades fabris eram instaladas somente em localidades onde houvesse infra - estrutura adequada para o seu funcionamento, mercado consumidor e oferta de mão-de-obra, passou-se a empregar mais investimentos no setor industrial após as dificuldades de importação dos setores agrícola e cafeeiro ocasionado pela primeira e Segunda Guerra Mundial.
Devido aos fatores citados houve grande migração dos trabalhadores rurais na busca de emprego, porém essa classe não tinham muitas opções de melhoria e com baixos salários e péssimas condições de vida, passaram a viver em periferias. Nesse sentido, afirma Maricato (2008). O crescimento urbano sempre se deu com exclusão social, desde a emergência do trabalhador livre na sociedade brasileira, que é quando as cidades tendem a ganhar nova dimensão e tem início o problema de habitação. Quando o trabalho se torna mercadoria, a reprodução do trabalhador deveria supostamente, se dar pelo mercado.
Esse período pode ser constatado pelo senso demográfico do IBGE.
 Tabela 1
 POPULAÇÃO RESIDENTE, PORSITUAÇÃO DO DOMICÍLIO-1940/1996
	 ANOS
	 URBANA
	 RURAL
	 1940
	 12.880,182
	 28.356.133
	 1950
	18.782,891
	 33.161.506
	1960
	 31.303,034
	 38.767.423
	1970
	 52.084.984
	 41.054.053
	 1980
	 80.436.409
	 38.566.297
	 1991
	 110.990.990
	 35.834.485
	 1996
	 120.076.831
	 33.993.332
 
É nítido na tabela a cima o aumento significativo do número de pessoas no
Espaço urbano. Em 1940 a população urbana é composta por menos da metade da população rural, e essa proporção a cada década tende a diminuir até determinado momento, mais precisamente na década de 1970, em que a população urbana ultrapassa a rural, esse período caracteriza o chamado no Brasil de êxodo rural, quando a população que era rural passa a ser urbana. (Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1940/1996. Apud Santos (2003), com adaptações)
 Segundo Gomes (2005 Apud paz e Junqueira, 2010, p 2) 
O processo de urbanização se deu de forma acelerada muda o cenário urbano. O Traçado das velhas cidades já não corresponde as exigências da nova indústria nem ao seu grande movimento alagados, abrem-se novas vias de acesso e novas formas de transporte como os trens e os bondes.
 Isso é, a cidade passa a refletir não só as transformações que se realizam no âmbito do capitalismo mundial, mais também se preparam para oferecer as condições necessárias para o desenvolvimento industrial. Nesse contexto, destaca-se a precariedade das habitações, sobretudo das classes subalternas. A sociedade brasileira é historicamente desigual, onde é fundado no trabalho coletivo e prioriza-se as propriedades privadas dos meios de produção, o que acarreta grande e injusta divisão entre os homens, onde de um lado ficam aqueles que possuem acesso aos bens de serviços e a propriedade, e do outro aqueles que tem apenas sua força de trabalho e são submetidos a um salário que os impossibilitam de ter os básicos da vida material, e por tanto não alcançam recursos para obterem uma moradia digna.
A moradia é um direito historicamente aprimorado, visto que sempre se teve um instinto em relação a sua tamanha necessidade, mesmo que ainda não fosse discutido a sua adequação digna para o completo desenvolvimento do ser humano. (Souza, 2004).
A história do planejamento urbano no Brasil: o primeiro inicia-se no final do século XIX, por volta de 1875 e vai até o ano de 1930. O segundo vai de 1930 até por volta de 1992, ano em que se inicia período e que perdura até os dias atuais. Por ter características próprias bem definidas temporalmente, adotam-se períodos históricos do planejamento urbano no Brasil, acrescentando-se que encerra em 2001, mesmo ano do seu início. Faz-se necessário a inserção deste último período, haja vista a aprovação, no ano de 2001, do Estatuto da Cidade, legislação que regulamentae ratifica a nova ordem jurídico-urbanística no país, e afasta qualquer dúvida, até então existente, sobre a validade e/ou aplicabilidade das diretrizes desta nova ordem, que até então, tinha como seu marco legal mais representativo os artigos 182 e 183 da Constituição Federal.
O primeiro período teve inicio em 1875, quando a comissão de melhoramentos da cidade do Rio de Janeiro, criada em 1874 pelo Ministério do Império João Alfredo Correa de Oliveira, apresentou seu relatório constatando o plano e o conjunto geral e global, associados ao espaço urbano, surgindo então o período dos planos de melhoramentos e embelezamento proposto pela classe dominante a qual rejeitava o passado colonial e se utilizava desse planejamento passando a impor sua ideologia.
No segundo período entre 1930 1 992, inicia-se o momento da história do Brasil em que se ve um grande aumento na organização e maior consciência dos trabalhadores ocasionando assim, o enfraquecimento das classes dominantes, fato este que reflete na revolução de 30. Há necessidade que o capital mobiliário se reproduza e a cidade deixa de lado o conceito de cidade bela buscando uma cidade acima de tudo eficiente. Tem-se a divulgação dos planos para duas maiores cidades do País, que traduzem como novidade uma maior atenção para a infraestrutura e transporte. Esse período ficou marcado pelo planejamento que era executado para o planejamento-discurso, nascendo as expressões como: caos urbano e crescimento descontrolado.
Em 1965 inicia-se um novo período, o qual ratifica o que já se mostrava no plano anterior, onde a cidade não poderia ser encarada apenas em seus aspectos físicos. em 1971, o planejamento no Brasil passa a ser identificado com a atividade intelectual de elaborar planos, uma atividade fechada. No período de 1992 até os dias atuais, entra em vigor o Estatuto da Cidade e mesmo sem ter a regulamentação dos artigos, várias cidades tentaram por em prática os princípios estabelecidos, procura-se sair dos planos tecnocráticos e visa-se os planos políticos, buscando extrapolar e transpor as barreiras dos escritórios.
 “A moradia consiste em bem irrenunciável da pessoa natural, indissociável da pessoa natural, indissociável da sua vontade e indisponível, que permite a fixação em lugar determinado, não só físico, como também a fixação dos seus interesses naturais da vida cotidiana, exercendo-se de forma de forma definitiva pelos indivíduos, e, secundariamente, recaí o seu exercício em qualquer pouso ou local, mais sendo objeto de direito e protegido juridicamente. O bem da “ Moradia “ é inerente a pessoa e independente de objeto físico para a sua existência e proteção jurídica. Para nós “Moradia” é elemento essencial do ser humano e um bem extra patrimonial. “Residência” é o simples local onde se encontraria o indivíduo, e a habitação é o exercício efetivo da “moradia” sobre determinado bem imóvel. Assim, a “moradia” é uma situação de direito reconhecida pelo ordenamento jurídico [...]. (Souza, 2004, p.45).
Podemos afirmar que tal não foi benéfico para todos, pois a maioria dos trabalhadores ao saírem do meio rural para o urbano com esperanças de melhorias em suas vidas, tiveram que conviver com uma situação bem diferente do esperado, pois recebendo salários bem abaixo do exigido pelo mercado imobiliário formal. com o passar do tempo essas famílias fizeram ocupações irregulares do solo.
Dar-se então origem a segregação urbana ou social, cujo termo faz referencia a periferização ou marginalização de determinados grupos sociais, causado por fatores econômicos, culturais, históricos e até raciais no espaço das cidades. Ao ver que a situação já estava prestes a sair do controle o governo decide tomar algumas iniciativa para conter o problema já instalado.
Pode-se dizer que a segregação urbana é a representação ou reprodução espacial e geográfica da segregação social, estando quase sempre relacionada com o processo de divisão e luta de classes, em que a população mais pobre tende a residir em áreas mais afastadas e menos acessíveis aos grandes centros econômicos. Esses espaços segregados, além do mais costumam apresentar uma baixa disponibilidade de infraestrutura como, pavimentação, saneamentos básicos e espaços de lazer.
Inicialmente, a primeira medida do governo brasileiro foi oferecer crédito as empresas privadas para que elas produzissem habitações. Todavia, os empresários não obtiveram lucros com a construção de habitações individuais, devido á grande diferença entre os preços delas e das moradias informais; alguns passaram a investir em loteamentos para as classes altas, enquanto outros edificaram prédios para habitações coletivas, que passaram a figurar como a principal alternativa para que a população urbana pobre pudesse permanecer na cidade, especificamente no centro, onde estariam próximos das indústrias e de outras possibilidades de trabalho ( PECHMAN E RIBEIRO, 1983 ).
Apesar de financiar a construção das habitações coletivas, o poder público considerava os cortiços degradantes, imorais e uma ameaça á ordem pública. Assim tendo como referência as ideias positivistas, o novo poder republicano realiza no início do século XX, uma reforma urbana no rio de janeiro para melhorar a circulação de mercadorias, serviços e pessoas na cidade. Foram demolidas 590 prédios velhos para construção de 120 novos edifícios, que significou a expulsão de diversas famílias pobres de suas moradias, a ocupação dos subúrbios e a formação dos primeiras favelas do Rio de Janeiro ( MARICATO 1997 ).
Dessa forma até a década de 1930, diversas cidades do Brasil tiveram o problema de habitação cada vez mais aumentando. Com a atuação ineficiente do poder público, somente com a revolução de 30, dada no final da década de 1930, quando a urbanização ganhou novo impulso é que se começa a traçar uma política de habitação. É também nesse momento que a técnica e a ciência ganham maior relevância, onde os conceitos de embelezamento e os problemas urbanos são tratados área do social.
Visto isso fica latente que o poder priva não daria conta de resolver a situação da falta de habitação adequada que só fazia crescer dia pós dia e que essa tarefa teria que ser assumida pelo estado, que passou a sofrer constantes reivindicações da classe trabalhadora e do s empresários. Pois o constante aumento dos aluguéis fazia com que os trabalhadores protestassem por aumento nos salários para assim poder suprir mais essa necessidade.
Devido esses acontecimentos o governo propôs financiamentos por meio dos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPS), que instituído pela Lei Eloy Chaves de janeiro de 1923, porém beneficiavam poucas categorias profissionais e a partir de 1930 a lei começou a abranger várias outras. Esse financiamento era destinado ao aluguel, porém não sendo suficiente para transformar as demandas de moradia no Brasil, pois beneficiava somente os associados dos institutos.
A opção pela aplicação desses recursos na habitação, apesar de estabelecidas em 1932, somente adquiriram uma maior expressão no ano de 1937, a pesar da censura e também da opinião pública daí por diante a questão se politiza instalando assim um conflito dentro do aparelho Estatal.
O propósito do presidente Vargas de empreender uma politica compreensiva de vilas operárias pode ser inferido pelo fato de que, insatisfeito com os trabalhos elaborado pela CARPS, o presidente ordenou a ampliação de sua competência. Á CARPS caberia, a partir de então “estudar o problema do lar operário não somente na parte construtiva propriamente dita... mais principalmente, no que se refere a aspectos fundamentais que devem ser estudados e resolvidos” (portaria 40/1944, MTBIC).
A partir de 1937, com o estado novo os assuntos relacionados ás favelas e aos mais pobres passaram a ser tratados como uma questão de polícia ou seja, essas pessoas eram tratadas como invasores e os novos governantes autoriza a realização de inúmeras remoções, assumindo assim uma política de erradicação de favelas. A política habitacionalsó começou a dar os primeiros passos em 1946, com a criação da fundação casa popular (FCP) já no período populista.
A pesar de obter resultados pouco satisfatório foi o primeiro órgão nacional destinado a prover moradia para a população pobre. Mas em 1952 a fundação casa popular foi tornando-se inoperável, devido á falta de recursos e de força política e acabou sendo extinta em 1964, com o golpe militar.
A postura autoritária também se fazia presente após a entrega dos apartamentos nos conjuntos: técnicos da FCP visitavam os apartamentos para avaliar e orientar o comportamento social e individual dos moradores, que poderiam ter seus contratos rescindidos caso tivessem conduta nociva “ á ordem ou á moral do núcleo residencial, ou criarem embaraço á sua administração “. ( AZEVEDO & ANDRADE, 1982, P 31 ). 
 No Brasil, as iniciativas políticas no campo da habitação de interesse social, na última metade do século XX, caracterizaram-se pela descontinuidade e, sobretudo, foram implementadas sem ancoragem em políticas de desenvolvimento urbano. Elas pouco atenderam as populações urbanas de baixa renda, revelando-se inócuas frente à expansão das periferias das grandes cidades
com seus assentamentos informais e o crescimento descontrolado de suas favelas e cortiços. Algumas das soluções adotadas, na época, também se mostraram perversas, como os grandes conjuntos habitacionais construídos por meio do Banco Nacional de Habitação (BNH) nas periferias distantes da cidade, criando, assim, vazios urbanos que serviram para a especulação e mais valia e alijando seus moradores da própria cidade.
Nessa perspectiva, a Politica de Nacional de Habitação tem como componentes principais: integração urbana de assentamentos precários, regularização fundiária e inserção de assentamento precário a provisão de habitação e a integração da Politica de Habitação á politica de desenvolvimento urbano, que definem as linhas mestras de sua atuação. ( BRASIL, 2004, P.20) O processo de urbanização Brasileiro diferencia-se do Europeu pelo seu rápido acontecimento. Na Europa a urbanização deu-se de forma mais tardia, exceto na Inglaterra pois este foi o único a tornar-se urbano na primeira metade do século dezenove.
O modelo de política habitacional implementado a partir de 1964, pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), baseava-se em um conjunto de características que deixaram marcas importantes na estrutura institucional e na concepção dominante de politica habitacional nos anos que se seguiram. Essas características podem ser identificadas a partir dos seguintes elementos fundamentais: primeiro a criação de um sistema de financiamento que permitiu a captação de recursos específicos e subsidiados, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que chegaram a atingir um montante bastante significativo para o investimento habitacional. (MINISTÉRIO DAS CIDADES 2004).
No governo Collor (1990 – 1992), o mais importante programa habitacional lançado foi o PAIH ( Plano de Ação Imediata para a Habitação ), que propunha o financiamento de 245 mil habitações em 180 dias, mais não cumpriu suas metas. O governo Itamar (1992 – 1994) criou os programas Habitar Brasil e Morar Município, que tinham como objetivo financiar a construção de moradias para população de baixa renda, a serem construídas em regime de “ajuda mútua “. Todavia, esses programas tinham uma padronização excessiva e muitas exigências legais, o que impedia muitos municípios de captarem os recursos disponibilizados. Porém, nesse mesmo governo, temos dois avanços: o primeiro (ainda que associado ás exigências das agências internacionais) foi uma mudança conceitual, com incentivo á formação; o segundo foi a constituição, em 1992, do fórum nacional de habitação, composto por entidades da sociedade civil, setores do estado e empresários da construção civil, cujo objetivo era construir uma aliança entre os interesses envolvidos no financiamento, na produção e no uso da moradia. O período FHC (1995-2002) avançou no reconhecimento, da necessidade de regularização fundiária, da ampliação da participação e de uma visão íntegra da questão habitacional. Porém essa concepção não foi colocada em prática devido á orientação neoliberal do governo e ás restrições impostas pelos bancos internacionais, como o FMI (DENALDI, 2003; AZEVEDO, 1996).
O Estatuto das Cidades surgiu como projeto de lei no ano de 1989, proposto por Pompeu de Souza (1914-1991), sendo sancionado somente em 2001 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, no dia 10 de Julho do decorrente ano, o transformando na lei 10.257. E tem como objetivo a garantia do direito a cidade como um dos direitos fundamentais da pessoa humana, para que todos tenham acesso ás oportunidades que a vida urbana oferece.
Conforme está previsto na constituição federal de 1988, o desenvolvimento urbano busca a viabilização das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes. O estatuto da cidade sistematiza os vários instrumentos (administrativos, tributários, financeiros e jurídicos) de que o poder público e a sociedade dispõe para o alcance desse fim. Dentre os quais está o plano diretor, como um elemento estratégico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. E para a sua execução deve haver o esforço conjunto do governo e da população.
Segundo Gomes (2006, p.220)
“A louvável sensibilidade do estatuto da cidade, por si, só, não basta, porque no tocante á transformação urbana a tarefa principal está com os municípios, entidade política organizada em torno do espaço onde a convivência intensa e os conflitos se manifestam. Por isso mesmo nesse processo de busca de sentido é notável a importância da participação popular. O desenvolvimento urbano é questão eminentemente política e deve ser tratada como tal. Essa mesma participação é necessária na gestão urbana, atividade que assume extraordinária incumbência nos dias atuais: presidir boa parte das mudanças perseguidas, conforme indicações prévias, mais com destreza própria”. 
No governo Lula (2003-2010), a principal política de habitação foi o Programa Minha Casa Minha Vida, do Ministério das Cidades, lançado em Abril de 2009 com a meta de construir um milhão de moradias, totalizando r$ 34 bilhões de subsídios para atender famílias com renda entre 0 a 10 salários mínimos, além de seu objetivo social, o programa, ao estimular a criação de empregos e de investimentos no setor da construção, também foi uma, reação do governo Lula á crise econômica mundial do fim de 2008. Assim como nos outros grandes programas federais para produção de moradia (a FCP e o BNH), a iniciativa privada é protagonista na provisão de habitações também no programa minha casa minha vida, pois 97% do subsídio público são destinados a oferta e produção direta por construtoras privadas e apenas 3% a cooperativas e movimentos sociais (FIX & ARANTES ). 
Esse protagonismo permitiu a construção dos recursos na construção de habitações destinadas a famílias com renda entre 3 e 10 salários mínimos, apesar de a maior demanda por moradia ser de famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos. Além disso, as prefeituras tem perdido poder, pois o programa “ estimula um tipo de urbanização e de captura dos fundos públicos que, por si só, torna mais difícil a aplicação” dos instrumentos de reforma urbana previstos no Estatuto das Cidades, como a participação no planejamento e na execução de políticas urbanas (FIX & ARANTES, 2009).
A história das politicas habitacionais no Brasil sempre conferiu um papel protagonista ao governo federal e os governos municipais disvincularam-se de qualquer responsabilidade nessa área. No entanto com o processo de redemocratização e com a descentralização operada pela constituição de 1988, os municípios efetivamente passaram a ter um papel estratégico no desenvolvimento de ações mais consistentes na área de habitação. Cabe lembrar que o problema da habitacional não se resolve apenas com o financiamentoe com os subsídios, embora estes sejam elementos fundamentais. É necessário tratar adequadamente o problema do acesso á terra e do controle sobre os processos de valorização fundiária. 
Nesse ponto, a constituição estabeleceu claramente a competência municipal ao estabelecer o principio da função social da propriedade e coloca-lo sob a tutela dos municípios. O estatuto da cidade, promulgado em 2001, reitera e detalha os princípios constitucionais, criando instrumentos que permitem aos governos locais atuar de forma muito mais eficaz na questão habitacional. No entanto, poucas administrações tem efetivamente atuado nesse campo, o que tem se refletido no aumento desenfreado do preço da terra nas áreas metropolitanas, inviabilizando ou dificultando a provisão de unidades para as camadas de baixa renda no âmbito do programa minha casa minha vida. 
CAPÍTULO II
A ORIGEM DO SERVIÇO SOCIAL	
No final do século XVIII surgiu a Revolução Industrial primeiro na Inglaterra e depois espalhando-se pela Europa Ocidental, atingindo também os Estados Unidos, após a decorrência da imigração. Esse período foi marcado pelas grandes invenções as quais foram revolucionárias para os processos produtivos, e também pela ascensão do Capitalismo Industrial. Que ocasionou uma revolução econômica e social. O serviço social surgiu decorrente da divisão social e técnica do trabalho, afirmando-se como uma profissão dentro da sociedade, dotada de uma dimensão teórico-metodológica e técnico-operativa, dissociada das ordens éticas e políticas. Ele surgiu enquanto profissão no contexto do desenvolvimento capitalista e do agravamento da questão social. Porém, para localizá-lo, faz-se necessário compreender esse contexto histórico de sua institucionalização, como também as influências teóricas que permearam sua gênese.
Nesse principio, a ação profissional, sob a ótica do ideário de Richmond, inscreve uma metodologia pautada numa análise médica das expressões da questão social, na qual essas expressões eram passiveis de diagnóstico e tratamento como uma “doença”. Essa análise era verificada com um método genérico, enfatizando o sistema cliente e a situação social problema e estabelecia uma relação entre a individualidade e o meio social. Sua primeira influencia foi dos ideários de Florence Nightingale, no ano de 1851 na Inglaterra, percussora da profissão de enfermagem, onde ela estabelecia como objetivo de seus primeiros cursos o preparo de visitadoras domiciliares, pelo qual concebia a tarefa assistencial como reintegradora e reformadora do caráter.
 A substituição das ferramentas palas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril constituiu a revolução industrial; revolução, em função do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica. A revolução industrial na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção. Completou ainda o movimento da Revolução Burguesa iniciada na Inglaterra no século XVIII ( Revolução Industrial, 2006 ).
Esse modo de produção é caracterizado pela forma como eram realizados os trabalhos, desenvolvidos nas fábricas e indústrias onde eram exigidos uma contínua demanda de mão-de-obra, usando a violência para com os funcionários visando satisfazer o ritmo de produção fabril. Levando uma concentração de trabalhadores a viver próximos das fábricas, fazendo com surgissem as cidades industriais. A burguesia tratava esses trabalhadores como algo que lhes pertencesse usando sua autoridade com abusiva exploração.
Nesse contexto, o estado é subordinado á Burguesia enquanto fiel aliado através da severa legislação vigente, onde o objetivo era de proteger o capital e seus possuidores, impondo ao proletariado diversas provações. Porém as experiências cruéis vivenciadas pela população operária os impulsionaram se organizar para lutar pelos seus direitos. Dentre esses anseios houve a revogação da lei dos pobres, que foi promulgada em 1897, cuja determinava que os atendidos pala assistência pública tinham que viver confinados em locais a eles destinados denominados de a casa da correção, sem domínio para a própria vida.
Visando diminuir ou acabar com as mazelas sociais produzidas pela relação capital e trabalho, os burgueses também buscavam as referencias de economistas para ajuda-los em seu posicionamento, referente ás formas de enfrentamento dos problemas da época. Tratava-se de duas tendências: uma posta pela escola humanitária e outra, pela escola filantrópica.
Para (MARTINELLI, 1991, P. 64) A escola humanitária, com uma retórica altruísta, lamenta que nas relações de produção haja aspectos ruins. lástima pela grande pobreza do proletariado, aconselhando-o a trabalhar bem, mantendo-se sóbrio e com uma prole pequena. Enquanto para os Burgueses, recomenda uma concorrência menos acirrada e moderarem na ganancia pelo volume na produção. 
A escola filantrópica já se posiciona de forma diferenciada da escola humanitária. Coloca a necessidade de acabar com as contradições dadas na relação de produção, sem, no entanto, eliminar os Burgueses; ao contrário, recomenda, através de um discurso Pseudo-idealizado, que todos os homens tornem-se burgueses. Ou seja, a manutenção das categorias do modo burguês, mas sem as contradições que constitui em sua essência o que é impossível.
Na segunda metade do século XIX, fez-se necessário a união de membros da burguesia, da igreja evangélica e autoridades locais para tentarem modificar o sistema de assistência pública Inglesa, visando uma reforma, visto que as condições de pobreza estava aumentando rapidamente. Pois a forma como esse sistema funcionava era individualista, reducionista baseado na experiência Pré-Capitalista já não estava atendendo ás mudanças sociais provocadas pela revolução social.
Na América do Norte, segundo Silva, o serviço social, especialmente o de caso, deve a Mary Richmond seu conteúdo lógico e coerência interna. Lá se sustenta a prática na necessidade de se individualizar a assistência tanto no diagnóstico como no tratamento, abrangendo o estudo de caso, seu diagnóstico e tratamento, com uma prática sistemática e técnica. Tal prática se orientava pela concepção de uma sociedade estruturada, que necessita apenas de reformas e ajustes, nas quais a ação profissional era individualista, com predomínio da autoajuda, reflexo do processo político americano, a ascensão do sistema capitalista.
Desde essa primeira sistematização elaborada por ela, o serviço social reflete uma perspectiva genérica de intervenção, tendo em vista a mudança social, por meio da qual deu-se aos assistentes sociais o desafio de trabalhar para uma comunidade à qual faltavam recursos sociais, utilizando argumentos oferecidos pelos casos.
Os filantropos se autodenominavam reformistas sociais, e buscavam a elaboração de novas práticas sociais, que incidiam sobre a classe trabalhadora, a concessão dos auxílios eram feitos de maneira onde havia antes um inquérito da vida pessoal e familiar dos solicitantes, o que implicava na dependência dessas pessoas ao poder público, pois próprios trabalhadores deveriam assumir tal dependência, e, portanto teriam uma vida controlada por normas e regulamentos.
Essa prática adotada pelos filantropos visava a garantia da manutenção e expansão do capitalismo. Mas os trabalhadores europeus advindos dos sindicatos nacionais uniram-se entre 1850 e 1860 para reivindicar, expressando suas insatisfações políticas e sociais. Ato que esse que gerou uma grande preocupação á Burguesia, que unira-se em um compacto e reacionário bloco político para impedir tais reinvindicações dos proletários, reprimindo tais expressões. Em 1869 surgiu a Sociedade de Organização da Caridade, formada pelos reformistas sociais que assumiram formalmentea responsabilidade pela prática da assistência.
A expressão Serviço Social foi utilizado pela primeira vez em 1904, nos Estados Unidos. “[...] para designar uma escola de Boston para profissionais que atuavam com assistência social. Na época, o conceito tinha forte ligação com práticas benemerentes’’ (CRESS SP, 2006c). É importante registrar que: “antes mesmo de finalizar a década de 1880, o Estado Burguês passou a receber em suas instituições de saúde o Assistente Social como um membro colaborador de suas equipes ‘’ ( MARTINELLI, 1991, P. 104 ).
Dessa forma, surgem os primeiros Assistentes Sociais, enquanto agentes sociais executores da prática de assistência social, e que, mais tarde, profissionalizaram-se, com ênfase na prestação de serviço, com a denominação de Serviço Social ( MARTINELLI, 1991 ).
 
2.2 O SUGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
Em 1932, surgiu o centro de estudos e ação social de são Paulo, onde se condensou os setores da ação social e da ação católica considerando como manifestação original do serviço social no brasil. Para (IAMAMOTO 1998), o Serviço Social surgiu como uma das estratégias concretas de disciplinamento, controle e reprodução da força de trabalho, e seu papel era conter e controlar as lutas sociais. Contudo é importante ressaltar que as duas primeiras décadas do século XX foram caracterizadas por intensas lutas travadas entre as forças da organização política e sindical constitutivas do capitalismo monopolista, que fora apoiada pelo fascismo.
Sua abertura oficial ocorreu com o Curso Intensivo de Formação Social para moças, promovido pelas Cônegas de Santo Agostinho, sendo convidada a Balga Adele de Loneux, da Escola Católica de Serviço Social de Bruxelas, lançando pela primeira vez, a noção de Serviço Social no País. Adle de Loneux definia, em uma conceituação arraigada no contexto Europeu as época, que o “Serviço Social é o conjunto de esforços feitos para adaptar as condições da vida social ás necessidades dos indivíduos ‘’. Ao regressar á Bélgica, foi acompanhada pelas Brasileiras Maria Kiehl e Albertina Ramos, asa primeiras a receber formação na área, na Escola de Serviço Social de Bruxelas (CRESS-SP., 2006d).
As turmas do curso eram formadas por mulheres jovens, com formação em escolas religiosas, e oriundas das classes dominantes e setores abastados aliados, e havia ainda um questionamento por parte da sociedade que buscava entender porque uma associação formada por moças, se preocuparia com problemas da classe operária? E elas respondiam que elas faziam esses trabalhos em vista necessidade de justiça social e de caridade cristã que tinham, eram motivadas por tais sentimentos e dispunham de tempo e meios necessários para auxiliar os segmentos sociais mais vulneráveis.
Os principais objetivos do Centro de Estudos e Ação Social eram:
 [...] Promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da igreja e fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento aprofundado dos problemas sociais, visando tornar mais eficiente a atuação das trabalhadoras sociais e adotar uma orientação definida em relação aos problemas a resolver, favorecendo a coordenação de esforços dispersos nas diferentes atividades e obras de caráter social. (IAMAMOTO; CARVALHO, 1988, P. 173). No ano de 1936, ocorreu a primeira semana de Ação Social no Rio de Janeiro introduzindo o serviço social na capital da república, dos assuntos em pauta foram discutidos o balanço social até o determinado momento, e também os problemas de legalização social e habitação popular, que eram uma das questões mais sérias da época. Ainda no mesmo ano foi instaurado o primeiro curso intensivo de Serviço Social com duração de três meses, com várias palestras sobre temas sociais, legais, educacionais e de saúde. Sendo ministrado também um curso prático de Serviço Social, ministrado pelas duas Assistentes Sociais Paulistas recém-formadas na Bélgica.
No decorrer da década de 1940, surgem diversas escolas de Serviço Social nas Capitais dos Estados. A implantação da mesma obedecerá a processo semelhante ao de suas antecessoras de São Paulo e do Rio de Janeiro, contando agora, com o apoio financeiro da Legião Brasileira de Assistência. No entanto até 1947, os dados mostram que essas escolas ainda estão em estado embrionário, sendo que apenas a de Pernambuco havia lançado a formação de sua primeira turma, com apenas uma diplomada. A existência de Assistentes Sociais diplomados se limitará por um longo período quase apenas ao Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que mesmo aí seu número é pouco significativo (IAMAMOTO; CARVALHO, 1988, P. 190).
O Serviço Social teve como uma das primeiras áreas de atuação a Previdência Social, que através da portaria n 25, de 8 de abril de 1944 do Conselho Nacional do Trabalho(CNT), com a aprovação do Estado Brasileiro para a atuação dos profissionais nessa área, começando assim a luta dos Assistentes Sociais pelos direitos dos trabalhadores. O primeiro Código de Ética profissional foi aprovado em setembro de 1947, pela Assembleia Geral da Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS) Em 1948, foi promulgada, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
De acordo com a Lei, o profissional Assistente Social tem como suas atribuições dentre outras, a realização estudo e pesquisa para avaliar a realidade e emitir parecer social e propor medidas e políticas sociais, eles também devem planejar, elaborar e executar planos, programas e projetos sociais, atuam também com a prestação de acessória e consultoria a instituições públicas, privadas e também pra movimentos sociais, também orientam indivíduos e grupos, auxiliando-os na identificação de recursos e proporcionando o acesso aos mesmos, realizam ainda os estudos socioeconômicos com indivíduos e grupos para fins de acesso a benefícios e serviços sociais e atuam no magistério de Serviço Social e na direção de unidades de ensino e centros de estudos.
Para (IAMAMOTO,APUD,CFES/ABEPS, 2009) Os espaços ocupacionais dos Assistentes Sociais e sua metamorfose só podem ser entendidas dentro de uma totalidade histórica e as formas assumidas pelo capital no processo de revitalização da acumulação no cenário de crise mundial. Essas medidas de superação da crise mundial. Essas medidas de superação da crise sustentam-se no aprofundamento da exploração e a expropriação incidindo diretamente no universo do trabalho e dos direitos. Por conseguinte, influenciou também as condições do exercício profissional do Assistente Social, alterando os requisitos e exigências da formação profissional, as demanda e o mercado de trabalho, os processos e as condições de trabalho profissionais.
O Assistente Social ainda não possui um piso salarial, para trabalhos sem vínculos empregatícios como as consultorias, acessórias, parecer social dentre outros, o conjunto CFESS/CRESS, estabeleceu a tabela de honorários profissionais do Serviço Social, o dia 15 de Maio é comemorado como o dia do Assistente Social, em virtude do decreto 994/62 que regulamenta a profissão e cria os conselhos federal e regional ter sido editado no dia 15 de Maio de 1962. Assim embora a profissão tenha sido legalmente reconhecida por meio da Lei n 3252, de 27 de Agosto de 1957. Somente em 15 de Maio foram regulamentados e instituídos os instrumentos normativos e de fiscalização, na época Conselho Federal e Regional de Assistentes Sociais. Hoje com edição da Lei 8662 de 08 de Junho de 1993 ( CFESS).
 2.3 A QUESTÃO SOCIAL
 A Questão social é indissociável da forma de organização da sociedade capitalista, que o promove o desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social e, na contrapartida, expande e aprofunda as relações de desigualdade, a miséria e a pobreza. Está é uma lei estrutural do processo de acumulação capitalista. A questão social diz respeito ao conjunto das expressões das desigualdadessociais engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2012, p. 48).
De acordo com (IAMAMOTO), A questão social deve ser compreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade.
Segundo (IAMAMOTO, 2001), há cerca de quinze anos, o debate do serviço social sobre a chamada “questão social’’ vem sendo adensado como um dos principais avanços na compreensão da sociedade capitalista e, principalmente, do sentido desta especialização do trabalho coletivo”. Nessa perspectiva, a “questão social”’’ é apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades sociais inerentes á sociedade capitalista, cuja gênese se deve a acumulação capitalista na medida em que esta aumenta a capacidade de produzir riquezas e, no mesmo movimento, também de reproduzir, contraditoriamente, a pobreza. 
O surgimento do Serviço Social como profissão institucionalizada está vinculado, desde o seu princípio, á questão social oriundas da contradição entre capital e trabalho. A primeira expressão da questão social advém do pauperismo decorrente dos impactos da primeira onda industrializante (NETTO, 2001), passando a ganhar destaque particularmente, aa partir do ultimo quartel do século XIX, período em que o capitalismo experimenta profundas modificações no seu ordenamento e na sua dinâmica econômica, com incidência necessária na estrutura social e nas instancias políticas das sociedades. (NETTO, 1992). No Brasil a questão social, tem início, após o crescimento das desigualdades social, gerada pela exploração da classe trabalhadora pelo capitalismo que surgiu com o aumento da industrialização, onde os detentores dos meios de produção (capitalistas) se apropriava da mais valia, pagando aos trabalhadores um valor muito inferior ao produzido pelos seus trabalhos, cujo objetivo era somente alcançar os lucros estimados aumentando aceleradamente o processo de pauperização para os menos favorecidos economicamente esses relatos das circunstancias de subsistência e de trabalho dos proletariados mostra a enorme intemperancia do capital por trabalho que excede as possibilidades e forças humanas. Onde as famílias tinham que viver em bairros insalubres para permanecer próximos das indústrias e garantirem emprego. Antes do capitalismo o que predominava era a produção mercantilista, não havendo exploração da força de trabalho pois os detentores do meio de produção eram os próprios produtores diretos.
As indústrias por sua vez não ofereciam nenhuma condição de higiene e segurança, oferecendo salários insuficientes para uma vida digna e justa levando os indivíduos a inserirem no mercado de trabalho as mulheres e também as crianças que não viviam a infância como deveria, não sendo poupados de nenhum tipo de serviço a jornada de trabalho era altamente abusiva e os trabalhadores não tinham direito a férias, descanso semanal remunerado e nem a licença para cuidarem da saúde. Frente as péssimas condições as quais estavam sendo submetidos em meados de 1917, os trabalhadores revoltaram-se e começaram a se organizar no intuito de buscar melhorias para a classe promovendo graves e manifestações.
Surgindo nesse momento as ligas operárias que depois dariam origem aos sindicatos e as sociedades de resistência, que aos poucos vai alcançando determinadas conquistas como o conselho nacional do trabalho criado em 1925, e um ano depois são aprovadas leis de proteção ao trabalho, como lei de férias, código de menores, seguro doença dentre outros.
 A dominação burguesa implica a organização do proletariado enquanto classe, e a tentativa de controle desta por parte do estado implica que este seja reconhecido ao nível de estado enquanto classe, e enquanto classe social espoliada. (...) a hegemonia burguesa não pode basear-se apenas na coerção, necessitando estabelecer mecanismos de integração e controle. (IAMAMOTO; CARVALHO, 1999, p. 135). Começa-se a pensar sobre questão social, por ângulos diferentes e de formas totalmente equivocadas, na visão dos burgueses os principais responsáveis pela existência de tal mazela eram os próprios indivíduos vítimas da situação, pois vinculavam a miséria, a pobreza e todas as suas manifestações as classes que delas sofriam e não ao verdadeiro motivo causador, que era a explosão econômica
Decorrente. Os burgueses vinculavam as causas da pobreza a pelo menos três fatores: achavam que esta estava ligada a um déficit educacional, ou seja a falta de conhecimento das leis do mercado, era vista também como um problema de planejamento, da incapacidade das pessoas de planejar; esse flagelo é considerado também como um problema de ordem moral e comportamental, pois os que viviam em situação de pobreza eram tidos como vadios e perturbadores da ordem. Surgindo assim uma concepção de cultura da pobreza, onde esta é considerada como responsabilidade individual de cada ser, sendo tratada a questão social como caso de polícia e combatidas com repressão.
No final da década de 1930, por iniciativa de grupos dominantes e intermédios da igreja católica surge a implantação do serviço social, em resposta a questão social, porém não em função do proletariado e sim da classe burguesa, visando uma forma de manter o controle da situação.
De acordo com (HEIDRICH, 2009, p. 1) o processo de urbanização, somado ao da industrialização, deu origem ao empobrecimento do proletariado, mas ao mesmo tempo, consciencializou essa classe da sua condição de explorados e levou a contestação da mesma. Por isso, a questão social atingiu contornos problemáticos, especial para a sociedade burguesa, que para enfrenta-las recorreu a implementação de políticas sociais.
Num determinado estágio do capitalismo, as reivindicações dos trabalhadores tornam-se expressa nas políticas sociais do estado, passando a ser reconhecida como questão social, porém na prática essa política se dá de forma cada vez mais seletiva. Sendo concedida como caridade, para tentar ludibriar o pensamento dos operários, quando estas seriam por direito pertencentes a eles. Surgindo nesse momento os serviços sociais criados para suprir as necessidades daqueles que não podiam ter acesso aos básicos da vida humana.
Os diversos serviços sociais previstos em políticas sociais específicas são a expressão de conquista da classe trabalhadora em sua luta por melhores condições de trabalho e de vida, que são substanciadas e ratificadas através de legislação social e trabalhista. (...) o estado e as classes patronais incorporam como suas uma série de reivindicações da classe trabalhadora em sua luta de resistência face ao capital e de afirmação de seu papel como classe na sociedade: defesa de salários reais, direito á educação, saúde, cultura etc. (IAMAMOTO, carvalho, 2001, p 92). Os Assistentes Sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. E nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalha os Assistentes Sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade [...] a questão social, cujas múltiplas expressões são objetos do trabalho cotidiano do Assistente Social. (IAMAMOTO, 1997, P.14).
A questão social representa uma perspectiva de análise da sociedade. Isto porque não há consenso de pensamento no fundamento básico que constitui a questão social. Em outros termos, nem todos analisam que existe uma contradição entre capital e trabalho.Ao utilizarmos, na análise da sociedade, a categoria questão social, estamos realizando uma análise na perspectiva da situação em que se encontra a maioria da população – aquela que só tem na venda de sua força de trabalho os meios para garantir sua sobrevivência. É ressaltar as diferenças entre trabalhadores e capitalistas, no acesso a direitos, nas condições de vida; é analisar as desigualdades e buscar forma de superá-las. É entender as causas das desigualdades, e o que essas desigualdades produzem, na sociedade e na subjetividade dos homens.
 A pobreza seria uma face do descarte de mão de obra barata, que faz parte da expansão capitalista. Assim, segundo a autora, as sequelas da “questão social” expressas na pobreza, na exclusão e na subalternidade de grande parte dos brasileiros tornam-se alvo de ações solidárias e de filantropia revisitada, fazendo parte deste quadro à crônica crise das políticas sociais, seu reordenamento e sua subordinação às políticas de estabilização da economia, com suas restrições aos gastos públicos e sua perspectiva privatizadora. Yazbek (2001) faz referência a Telles quando esta aponta que no momento atual, despolitiza-se o reconhecimento da questão brasileira como expressão de relações de classe e neste sentido, desqualifica-a como questão pública, questão política, questão nacional, numa sociedade privatizada que desloca a pobreza para o “lugar de não política, onde é franqueada como um dado a ser administrado teoricamente ou gerado pelas práticas de filantropia”.
 A grande diferença da questão social na fase do capitalismo industrial seria o surgimento de novos atores e conflitos. Com a crise da década de 1970 e o abalo da sociedade salarial, as principais manifestações dessa nova questão social, reflexo do desemprego em massa e da precarização do trabalho, é o reaparecimento de trabalhadores sem trabalho, os inúteis para o mundo ou supranumerários, pessoas que não tem lugar na sociedade porque não são integradas, sociedade porque não são integradas. Castel conclui que a profunda metamorfose da questão social é que enquanto anteriormente a necessidade era saber metamorfose da questão social é que enquanto anteriormente a necessidade era saber como um ator social subordinado e dependente poderia tornar-se um sujeito social pleno, hoje a questão é amenizar a presença destas populações postas à margem, torná-las discretas a ponto de apagá-las.
A gênese da “questão social” encontra-se no caráter coletivo da produção e da apropriação privada do trabalho, de seus frutos e das condições necessárias à sua realização. É, portanto, indissociável da emergência do trabalhador livre, que depende da venda de sua força de trabalho para a satisfação de suas necessidades vitais. Trabalho e acumulação são duas dimensões do mesmo processo, fruto do trabalho pago e não pago da mesma população trabalhadora, como já alertou Marx (1985). 
A “questão social” condensa múltiplas desigualdades mediadas por disparidades nas relações de gênero, características étnico-raciais, relações com o meio ambiente e formações regionais, colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização. Dispondo de uma dimensão estrutural – enraizada na produção social contraposta à apropriação privada dos frutos do trabalho, a “questão social” atinge visceralmente a vida dos sujeitos numa luta aberta e surda pela cidadania (IANNI, 1992), 
 
2.4 OS DESAFIOS PARA A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
O Serviço social se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, tendo como pano de fundo o desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana, processos esses aqui apreendido sob o ângulo das novas classes sociais emergentes- a constituição e expansão do proletariado e burguesia industrial- e das modificações verificadas na composição dos grupos e frações de classes que compartilham o poder de estado em conjunturas históricas específicas. Assim no processo de produção e reprodução capitalista, o serviço social pode ser incluído entre as atividades que não sendo diretamente produtiva, são indispensáveis ou facilitadoras do movimento do capital (IAMAMOTO e CARVALHO, 1995).
Até metade dos anos de 1960, as funções desenvolvidas pelos profissionais assistentes sociais mostravam que a classe tinha preocupação somente com a inclusão dos indivíduos e com a organização de suas condutas. Não eram discutidos assuntos sobre as políticas sociais, tanto no serviço social como nas outras áreas do conhecimento, questões mais graves com explicação teórica não faziam parte do cotidiano profissional, as intervenções eram dirigidas aos objetivos institucionais de integração social e redução dos chamados “ desvios de conduta ’’.
O processo de renovação crítica do Serviço Social tem sua marca atrelada ao circuito sócio político e histórico da América Latina no ano de 1960, período marcado pela efervescência dos movimentos sociais, determinado tanto pela crise mundial do padrão de acumulação capitalista, gerado após a segunda guerra, como a inserção dos Países Latinos na nova divisão internacional do trabalho com a implantação da política econômica desenvolvimentista que veio para ampliar as contradições e as desigualdades sociais. Tais fatores foram decisivos para a inquietação dos Assistentes Sociais quanto ao seu papel profissional mediante as expressões da questão social, as ações profissionais passaram a ser questionadas quanto a sua eficácia mediante a realidade social Brasileira, assim como os fundamentos teóricos e metodológicos que fundamentavam sua prática.
O documento de Araxá foi o princípio de discussão teórica, embasava-se na corrente positivista, dentro da perspectiva da globalização. O documento de Teresópolis alinhava o Serviço Social ás demandas da ditadura militar e tinha uma linha de pensamento voltada ao projeto autocrático burguês e suas instituições. Cada grupo tem uma função e a função e a função é uma ordem natural, dentro do referencial funcionalista estruturalista. Com a crise da ditadura, houve um aumento exorbitante das demandas fazendo com que fosse necessário por parte do Estado, a contratação de novos profissionais para a devida mediação dos conflitos, havendo nesse momento o amadurecimento dos profissionais. O documento de Sumaré foi o auge da crise do modelo positivista.
O movimento ocorrido no âmbito do serviço social latino-americano, a partir da década de 1970, mudou decisivamente os rumos da profissão no continente. Esse processo, denominado movimento de Reconceituação, desloca o debate da profissão do “metodologismo’’ até então reinante, para o debate das relações sociais nos marcos do capitalismo, e com ele passa a dar ampla visibilidade á política social como espaço de luta para a garantia dos direitos sociais (FALEIROS, 1990).
A politica social edificou um estatuto teórico, no âmbito do serviço social, que lhe permitiu realizar a articulação entre a perspectiva analítica de sociedade e de profissão. no Brasil, ao final da década de 1970, os assistentes sociais já se posicionavam fortemente em relação á “ formulação das políticas sociais enquanto intervenção estatal’’. Essa trajetória lhes possibilitou o diálogo com uma argumentação mais consistente junto aos defensores do “produtivíssimo econômico’’ da tecnocracia Brasileira.
Ao passo em que surgiram as inquietações dos profissionais sobre as sequelas da questão social, onde os assistentes sociais começaram a aprimorar mais a sua visão sobre estas questões e entender suas causas, passando então a terem uma postura investigativa com o objetivo de contribuir para o enfrentamento dos problemas, favorecendo a consolidação da competência da classe.
Com referencia a intervenção profissional, observa-se que a inclusão da política social no debate da profissão permitiu situar mais concretamente os seus objetivos na sociedade capitalista. Pode-se sobrepor, no campo da intervenção, a questão do “porque fazer’’ a do “como fazer’’”. Com o aprofundamentoda investigação sobre a inter-relação política social e serviço social nas bases da teoria social crítica, pode-se avançar o conhecimento em direção ao “para que fazer’’. As proposições daí advindas constituíram as bases de um projeto profissional para os assistentes sociais brasileiros, construído coletivamente e conhecido como ético-político profissional (MIOTO, 2009, p.214 ).
No Brasil esse debate em torno da profissão e sobre a relação a profissão e a política social, cresceu muito no decorrer das duas últimas décadas do século XX e se intensifica no inicio do século XXI, onde podemos observar pelas alterações nos sistemas de proteção social no país, depois do retorno ao estado de direito, no ano de 1985, onde ocorreu um período de fortes mobilizações dos segmentos da sociedade civil, com o intuito de ampliar e garantir os direitos em setores de ponta, ou seja o núcleo da política social, saúde, previdência, e assistência. Buscavam também por mais investimentos para que estes pudessem expandir os conhecimentos sobre a relação entre questão social e política social.
A partir da Constituição Federal de 1988, foi possível vislumbrar, no campo da política social, uma confluência virtuosa entre os dispositivos legais que foram sendo criados para a implementação do projeto da seguridade social brasileiro- lei orgânica da saúde, lei orgânica da assistência social, e o movimento da categoria profissional em torno do seu projeto ético-político profissional. Um projeto que postula “o posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegura a universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e as políticas sociais, bem como sua gestão democrática’’, além do compromisso com a qualidade dos serviços prestados á população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional (CFESS, 1993, online).
Pode-se evidenciar que mesmo após o movimento de reconceituação, tendo como resultado o rompimento da profissão com as práticas tradicionais conservadoras, é de suma importância o constante aprimoramento intelectual dos assistentes sociais, visto que a aplicação do poder predominante sobre a atividade é desafiadora para a concretização dos valores e princípios defendidos pala classe.
Sobre a autonomia profissional, o desenvolvimento do pensamento social crítico e a postulação de que a profissão se insere na divisão de sócia técnica permitiram o avanço no debate relacionado á condição do assistente social como trabalhador assalariado. Tal condição impõe limites á condução de seu trabalho e, consequentemente, á implementação do projeto profissional, confirmando sua relativa autonomia, que é condicionada pelas lutas travadas na sociedade entre diferentes projetos, ou seja, tal autonomia pode ser dilatada ou comprimida, dependendo das bases sociais que sustentam a direção social projetada pelo profissional nas suas ações (IAMAMOTO, 2003, 2007 ). O código de ética de 1993 foi um importante aliado na mobilização e qualificação do profissional assistente social, constituindo-se num mecanismo de defesa da qualidade dos serviços prestados pelos assistentes sociais e de garantia do exercício profissional, fornecendo respaldo jurídico á profissão (PAIVA e SALLES 1996).
Discutindo o perfil do profissional demandado na contemporaneidade, aponta três dimensões que devem ser do domínio do assistente social contemporâneo, afinado ao projeto ético político profissional. As dimensões ético-política, teórico-metodológica, e técnico-operativa, vão direcionar o agir profissional a partir da identidade profissional construída pelo seu projeto ético-político. Além disto faz-se necessário apreender o caráter investigativo da profissão, onde a pesquisa, a reflexão crítica, a conduta pautada na ética e nas leis que regulamentam as relações sociais. Estes são pressupostos básicos para se compreender o serviço social como profissão institucionalizada, inserida no mercado enquanto especialização do trabalho. (IAMAMOTO 1998). 
Na atualidade, o Serviço Social vem demonstrando novas habilidades e competências, fator que é muito positivo e impulsiona a categoria profissional pra uma atuação diferenciada visto que hoje na sociedade exige-se do Assistente Social a competência de acompanhar a realidade na qual ele atua, visando a busca pela respostas ás mazelas sociais. O trabalho do Assistente deve ser feito á luz da perspectiva da totalidade e não apenas do indivíduo, e sim relações mais amplas e sempre procurar formas de intervir para a transformação de tal realidade, Dessa forma o profissional tem como desafio principal entender a realidade e introduzir propostas coerentes com as demandas e principalmente preservar e praticar a busca pela efetivação dos direitos dos indivíduos.
O Serviço Social no Brasil, afirma-se como profissão estreitamente integrado ao setor público em especial, diante da progressiva ampliação do controle e do âmbito da ação do Estado junto á sociedade civil. Vincula-se também, a organizações patronais privadas, de caráter empresarial dedicadas as atividades produtivas propriamente ditas e a prestação de serviços sociais a população, a profissão se consolida então como parte integrante do aparato estatal e de empresas privadas, e o profissional, como assalariado das mesmas. (CARVALHO, IAMAMOTO, 2011, p.86)
Para mitos profissionais na prática a teoria é outra (...) não no sentido de reconhecer que uma outra lógica ou racionalidade esteja presente no espaço sócio ocupacional, mas porque o conhecimento válido é aquele que advém de sua experiência como sujeito singular. (COELHO, 2011, P.27). Os desafios postos ao Serviço Social são muitos, na atual conjuntura de crise a qual é liderada pelo neoliberalismo mostra um tempo de barbárie e muita injustiça social que cada dia mais só tende a aumentar, e assim vemos que mais do que nunca se faz necessário a atuação desse profissional e estes busquem m planejamento nessa luta, guiando-se sempre pelo projeto ético-político de defesa e comprometimento com as demandas das classes menos favorecidas. 
Primeiro (...) como profissão cujo fundamento elementar é um espaço sócio ocupacional circunscrito pela divisão social do trabalho própria da sociedade burguesa consolidada e madura; segundo, como profissão cujo fundamento elementar é um corpus teórico e metodológico particular e autônomo. Na primeira alternativa, a sistematização (da prática) aparece como uma dupla requisição: de uma parte, é a condição para otimizar a própria intervenção prática, organizando e generalizando a experiência dos assistentes sociais e cristalizando pautas de procedimento profissional, reconhecidas como tais e transmissíveis via formação institucional; de outra, e fundamentalmente, é o passo compulsório para a fundação profissional, viabilizando o “recorte” de um “objeto” em função do qual a elaboração teórica desenvolveria o seu movimento de constituição de um saber específico. (NETTO, 1989, p. 150).
Desde a década de 1980, afirma-se (IAMAMOTO; CARVALHO, 1982) que o Serviço Social é uma especialização do trabalho da sociedade, inscrita na divisão social e técnica do trabalho social, o que supõe afirmar o primado do trabalho na constituição dos indivíduos sociais. Ao indagar-se sobre significado social do Serviço Social no processo de produção e reprodução das relações sociais, tem-se um ponto de partida e um norte. Este não é a prioridade do mercado, tão cara aos liberais. Para eles, a esfera privilegiada na compreensão da vida social é a esfera da distribuição da riqueza, visto que as leis históricas que regem a sua produção são tidas como assemelhadas àquelas da natureza, de difícil alteração por parte da ação humana.
Nesses espaços profissionais os (as) assistentes sociais atuam na sua formulação, planejamento e execução de políticas públicas, nas áreas de educação, saúde, previdência, assistência social, habitação, meio ambiente, entre outras, movidos pela perspectiva de defesa e ampliação dos direitos da população. Sua atuação ocorre aindana esfera privada, principalmente no âmbito do repasse de serviços, benefícios e na organização de atividades vinculadas à produção, circulação e consumo de bens e serviços. Mas eles(as) também marcam presença em processos de organização e formação política de segmentos diferenciados de trabalhadores (CFESS, 15/05/2008).
O exercício da profissão exige um sujeito profissional que tenha competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais. Requer ir além das rotinas institucionais para buscar apreender, no movimento da realidade, as tendências e possibilidades, ali presentes, passíveis de serem apropriadas pelo profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho. A mundialização do capital tem profundas repercussões na órbita das políticas públicas, em suas conhecidas diretrizes de focalização, descentralização, desfinanciamento e regressão do legado dos direitos do trabalho. 
Mas, ao mesmo tempo, essa sociedade apresenta um terreno minado de resistências e lutas travadas no dia-a-dia de uma conjuntura adversa para os trabalhadores, as quais carecem de maior organicidade para terem força na cena pública. Poderiam ser citadas, entre muitas outras: as lutas dos trabalhadores sem terra pela reforma agrária; dos trabalhadores sem teto nas cidades; dos assalariados rurais e urbanos; o movimento das nações indígenas pela preservação de seu patrimônio material e cultural; dos quilombola sem defesa de suas terras e de sua identidade, das mulheres do campo e da cidade pelo reconhecimento de seus direitos; dos velhos trabalhadores, hoje aposentados; dos afrodescendentes, pela preservação de suas raízes e direitos; e as expressões culturais de contestação da juventude trabalhadora da periferia das grandes cidades.
Como lembra Husson (1999, p. 99), o processo de financeirização indica um modo de estruturação da economia mundial. Ele não se reduz à mera preferência do capital por aplicações financeiras especulativas em detrimento de aplicações produtivas. O fetichismo dos mercados apresenta as finanças como potências autônomas ante as sociedades nacionais, esconde o funcionamento e a dominação operada pelo capital transnacional e pelos investidores financeiros, que contam com o efetivo respaldo dos Estados nacionais e das grandes potências internacionais.
CAPÍTULO III: A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS
 O município de cruz das almas foi criado através da Lei n 119 de 29 de Julho de 1897, segundo uma lenda a cerca da origem do nome da cidade, diz que faz referencia aos antigos tropeiros que passavam pela região e ao chegarem á antiga vila de nossa senhora do bom sucesso, outra lenda e relação ao seu nome é que em virtude de uma de os portugueses teriam uma cidade com esse nome e resolveram batiza-la assim também. Situa-se no recôncavo sul da Bahia, distando 146 quilometro da capital do estado, salvador, limita-se ao norte com a cidade de Governador Mangabeira, ao Sul com São Felipe, Oeste com Conceição do Almeida e Sapeaçu e ao Leste de São Félix. tem aproximadamente 641,197 mil habitantes até 2015, segundo dados do IBGE, IDH de 2010 de o,699, o município teve o início de sua base econômica apoiada na produção e industrialização do fumo, fator que muito contribuiu para a expansão do comércio local e o desenvolvimento urbano da cidade.
A cidade destaca-se na região por ter sua economia além do comércio voltada também para a agricultura, com destaque para as plantações de fumo, laranja, limão tahiti e mandioca. Possui algumas indústrias e distribuidoras, e é apelidada como “ capital do fumo’’ por ter uma boa produção do tabaco, a cidade é nacionalmente conhecida também pela exuberante festa de são João , e a guerra de espadas cuja expressa a cultura de seu povo, porém não disponibiliza de muitas opções de lazer. No que diz respeito a saúde, Cruz das Almas conta com várias clinicas particulares e na rede básica tem uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA), um Instituto de Pediatria do Recôncavo (IPER), e os Postos de Saúde da Família (PSF) nos bairros. Possui um Estádio Municipal, o Estádio Municipal Carmelito Barbosa Alves.
O crescimento urbano na cidade deu-se em 1980, com a implantação de unidades industriais para a produção de aço e laticínios, no final de 1990, cruz das almas começa a ter um aumento significativo na economia por conta da implantação de fábricas de calçados concentradas na área urbana, mais recentemente vem se destacando também pela área de ensino e pesquisa, principalmente em decorrência do campos da universidade federal do recôncavo da Bahia ( UFRB).
O município de cruz das almas apresenta alterações bem significantes no que diz respeito aos espaços urbanos principalmente os referentes a habitação, que a partir da década de 1990 teve um número elevado de loteamentos urbanos implantados, porém sendo a maioria irregulares ou ilegais os quais eram ocupados pela população de baixa renda. Em 2011 foi aprovado o estatuto das cidades, onde ficou regulamentada a obrigatoriedade dos municípios que tenham mais de 20.000 habitantes de elaborar e/ou revisar seus respectivos planos diretores.
A revisão do plano diretor de cruz das almas, aprovada em 2008 (lei complementar n 12 de 04 de dezembro de 2008), ficou a cargo da secretaria de planejamento e desenvolvimento econômico do município. A lei apresenta as diretrizes e princípios que norteiam os diversos campos do desenvolvimento urbano e em particular, a política de habitação. (Cruz das Almas, 2008).
3.2 A POLÍTICA DE HABITAÇÃO NO MUNICÍPIO E OS DESAFIOS PARA A SUA EFETIVAÇÃO.
 A lei 10.257 de 10 de julho de 2001, denominada o estatuto das cidades vem regulamentar os artigos 182 e 183 da constituição federal de 1988, os quais contém capítulos relativos a política urbana. No artigo 182 estabeleceu que a política de desenvolvimento urbano executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixados em lei, e tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, definindo que o instrumento básico desta política é o plano diretor.
O estatuto das cidades está organizado em cinco partes, na primeira são abordadas as diretrizes gerais do estatuto, apresentando as metas as quais se desejam ver atendidas e que envolvem todas as esferas do poder público, o municipal, estadual e federal, na segunda parte ele trata da gestão democrática nas cidades que foi importante conquista dos movimentos populares, a terceira parte é uma apresentação, do plano diretor, onde é enfatizado seu papel como instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.
A quarte parte refere-se aos instrumentos previstos para se alcançar os princípios de função social da propriedade, da justa distribuição dos benefícios e do ônus decorrentes da urbanização e primazia do interesse público nas ações relativas á política urbana. E por fim encontra-se em anexo o texto do capítulo constitucional relativo á política urbana (artigos 182 e 183 ) e o estatuto das cidades, bem como as razões que levaram ao veto de determinados artigos. 
No capitulo VII, da Lei Orgânica do Município de Cruz das Almas que trata da Politica Urbana consta no artigo 193- A politica de desenvolvimento urbano, executada pelo poder publico municipal, conforme diretrizes gerais fixadas a lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes.
 1. O Plano Diretor aprovado pela Câmara Municipal, é o instrumento básico da politica de desenvolvimento e de execução urbana.
 2. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende ás exigências fundamentais da cidade, expressas no plano diretor.
 3. As desapropriações

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