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Portugues AULA 03 - ANPAD

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Português para ANPAD 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Décio Terror ʹ Aula 3 
Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 53 
 
Aula 3: Coesão e coerência. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Mecanismos de coesão textual 1 
2. Lista das questões apresentadas 36 
3. Gabarito 53 
 
 Olá, pessoal! 
 Agora vamos trabalhar a conexão entre as informações, a chamada 
coesão! 
 
A coesão e a coerência 
 A coerência é o resultado de articuladores no texto que transmitem a 
harmonia de pensamento. Ela é pautada na lógica, com produção de sentido 
possível. A ruptura desta lógica ocorrerá por desvio do uso desses 
articuladores. Por exemplo: 
Se estou em dificuldades financeiras e necessito de um veículo para me 
locomover ao trabalho, há lógica em comprar um carro de luxo? 
Certamente, não! 
Então, se uma agência de carros me oferece um veículo novo, pela lógica 
financeira em que me encontro, devo recusar, pois não terei como pagar. 
Naturalmente, haveria incoerência se o negócio fosse feito, concorda? 
No texto, a coerência é a utilização de articuladores que mantenham a 
lógica. A incoerência ocorre quando o produtor do texto, por desconhecimento 
ou até mesmo intencionalmente, utiliza marcadores linguísticos inconvenientes 
ao resultado esperado. Por exemplo: 
Faço faculdade, mas aprendo muito. 
2�HQXQFLDGR�³Faço faculdade´�QRV�WUDQVPLWH�D�LGHLD�GH�estudo, o que nos 
levaria à conclusão de que naturalmente aprenderíamos muito neste ambiente 
do saber. Não caberia, então, na relação entre esses dois enunciados, a 
FRQMXQomR�³mas´��SRU�WUDQVPLWLU�YDORU�GH�RSRVLomR��FRQWUDVWH��7HQGR�HP�YLVWD�
manter a coerência nos argumentos, o ideal neste contexto seria a conjunção 
³portanto´��³logo´��SRLV�WUDQVPLWLULD�XP�UHVXOWDGR�HVSHUDGR� 
A incoerência pode ter ocorrido porque o autor não prestou atenção no 
YDORU�GR�FRQHFWLYR�³mas´��$VVLP��WHUtDPRV�XP�YtFLR�QD�OLQJXDJHP. 
Mas essa incoerência poderia ter sido proposital, pois a intenção do autor 
seria justamente a de criticar o ensino nas faculdades. Diante desse novo 
contexto, percebemos que a frase passa, agora, a ter coerência. 
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Resumindo, percebemos que a coerência se baseia na lógica, na harmonia 
dos elementos linguísticos em seu contexto. A incoerência, portanto, será o 
rompimento dessa lógica. 
 Para que haja coerência no texto, necessitamos da utilização dos 
elementos de coesão. 
A coesão é o elemento que faz as ligações entre as palavras do texto 
para gerar a harmonia entre os argumentos. 
$VVLP��QR�H[HPSOR�DQWHULRU��YLPRV�TXH�D�FRQMXQomR�³mas´��QXPD�SULPHLUD�
leitura, traria incoerência. Essa conjunção é o elemento coesivo, e sua 
utilização gera a coerência ou não nos argumentos, dependendo sempre do 
contexto. Portanto, a coerência é o resultado da boa utilização dos 
elementos de coesão. 
Normalmente, dizemos que a coesão está no plano gramatical (o uso 
das palavras) e a coerência está no plano dos sentidos (a interpretação dos 
elementos coesivos no plano do texto, dos argumentos). 
 Vários são os mecanismos de coesão. Eles podem ligar palavras ou 
orações (coesão sequencial, também chamados de operadores 
argumentativos), ser elemento de referência a algo expresso anteriormente ou 
posteriormente (coesão referencial) ou pode repetir o vocábulo por motivo de 
ênfase ou estilo (coesão recorrencial). 
1. Coesão recorrencial (repetição) 
Começando com a explicação do último deles, muitas vezes, nós nos 
deparamos na escrita com a repetição de vocábulos. Essa repetição pode ser 
intencional ou não. 
Um dos princípios fundamentais da coerência/coesão de um texto é a 
necessidade de se repetir, em seu desenvolvimento linear, elementos 
anteriores. Mas, se por um lado as repetições são inevitáveis, por outro devem 
ser feitas sob determinadas condições, a fim de não tornar o texto deselegante 
ou monótono. 
Em termos gerais, a repetição de palavras só é considerada um problema 
na composição de um texto sob algumas condições, expostas a seguir. 
a) Quando há proximidade entre os vocábulos repetidos: 
Oscar tinha um sítio. Um dia Oscar resolveu viajar. 
b) Quando os vocábulos são rigorosamente os mesmos, sem qualquer 
expansão ou redução e mesmo sem variação de gênero ou número: 
O tráfico de animais silvestres constitui prática ilegal. Para coibir a prática 
ilegal, as autoridades responsáveis montam barreiras nas estradas, para 
impedir as tentativas de exportar os animais silvestres. 
c) Quando ocorre em número excessivo: 
Sempre gostei das viagens de ônibus, mas atualmente considero as viagens de 
ônibus uma verdadeira provação, pois o que vem caracterizando as viagens de 
ônibus é uma profusão de ruídos de toda espécie, o que torna as viagens de 
ônibus um desafio aos nervos de um pacato passageiro. 
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 Ainda assim, em alguns casos especiais (textos publicitários, literários, 
ditados populares), a repetição não é vista como deficiência, quando há a 
intenção, por motivo de ênfase ou estilo: 
Quem bebe cerveja alemã, não bebe outra cerveja; quem bebe 
cerveja dinamarquesa, bebe qualquer cerveja; quem bebe cerveja 
inglesa não gosta é de cerveja. 
Também no caso de o termo repetido estar sendo usado em outro 
sentido, a repetição não é vista como um problema textual: 
Quem casa quer casa. 
 De acordo com as palavras GH� 2WKRQ� 0�� *DUFLD�� ³se a repetição 
resultante da pobreza de vocabulário ou de falta de imaginação para variar a 
estrutura da frase pode ser censurável, a repetição intencional representa um 
dos recursos mais férteis de que dispõe a linguagem para realçar as ideias: 
Tudo se encadeia, tudo se prolonga, tudo se continua no mundo (O. Bilac)´ 
 As repetições intencionais tornam-se mais enfáticas, quando observam o 
paralelismo. Os sermões de Padre Antônio Vieira abundam em construções 
deste tipo: 
 Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o cisne é 
negro; se com amor, o demônio é formoso; se com ódio, o anjo é feio; se com 
amor, o pigmeu é gigante. 
�³6HUPmR�GD�TXLQWD-IHLUD´�3DGUH�$QW{QLR�9LHLUD� 
 $�UHSHWLomR�GD�HVWUXWXUD�³Se...com...´ĺ ³o...é...´�mostra uma cadência, 
um ritmo que embala as frases. Assim, há exemplo clássico de repetição 
intencional, também chamado de reiteração. 
Portanto, sem um tom estilístico, sem intencionalidade, a repetição não é 
bem vista na língua culta. 
 
 
O autor do texto tem a possibilidade de escolher vários recursos que 
evitam esta repetição, os quais serão vistos adiante: 
2. Coesão referencial: a referência ao termo anterior ou posterior pode se 
dar de várias formas. 
2.1. sinônimos: 
 O presidente dos Estados Unidos reuniu-se com os assessores 
imediatos a fim de verificar a melhor estratégia de enxugamento da dívida 
pública. O presidente dos Estados Unidos sabe que o período é muito 
crítico. 
 
 
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Este parágrafo possui um inconveniente na linguagem. Repetiu vocábulos 
muito próximos. Isso empobrece o texto. A fim de transmitir uma linguagem 
culta e adequada à formalidade, deve-se evitar a repetição viciosa. Neste caso, 
é necessário inserir palavras de mesmo valor semântico, chamadas sinônimas 
contextuais. Veja: 
 O presidente dos Estados Unidos reuniu-se com os assessores 
imediatos afim de verificar a melhor estratégia de enxugamento da dívida 
pública. O chefe da nação mais poderosa do planeta sabe que o período é 
muito crítico. 
 3HUFHED�TXH�D�SDODYUD�³chefe´�p�VLQ{QLPD�FRQWH[WXDO�GH�³presidente´�H�D�
H[SUHVVmR� ³QDomR� PDLV� SRGHURVD� GR� SODQHWD´ é sinônima contextual de 
³(VWDGRV�8QLGRV´. Assim, o texto fica mais elegante, seguindo os padrões da 
norma culta. 
 
 
2.2 hipônimos e hiperônimos: 
A palavra que apresenta um significado mais abrangente é chamada de 
hiperônimo. 2�SUHIL[R�³hiper´�Gi�D�QRomR�GH�JHQHUDOL]DomR��-i�D�SDODYUD�TXH�
especifica o sentido é chamada de hipônimo�� 2� SUHIL[R� ³hipo´� WUDQVPLWH� R�
valor de especificação. 
Assim, algumas vezes preferimos retomar uma palavra ou expressão 
anterior por outra de valor mais específico ou mais generalizante. 
 
2.3. Pronomes: 
 Os pronomes são elementos de coesão por princípio, pois retomam ou 
projetam elementos no texto. Veja: 
 Ana Clara realizou uma prova ontem. Ela não havia levado seu material 
de estudo, então pediu a um amigo que morava perto de sua casa que o 
trouxesse à faculdade, pois todo o resumo se encontrava nele. 
 3HUFHED�TXH�R�SURQRPH�SHVVRDO� ³Ela´� UHWRPRX�³Ana Clara´��2�SURQRPH�
SRVVHVVLYR�³seu´��DOpP�GH� ID]HU�VXEHQWHQGHU�D�SUHSRVLomR�³de´�� UHWRPD�³Ela´�
(=material dela)�� 2� SURQRPH� UHODWLYR� ³que´� VH� UHIHUH� DR� YRFiEXOR� ³amigo´�
�DPLJR�PRUDYD������2�SURQRPH�³sua´�QRYDPHQWH�UHWRPD�³Ela´��FDVD�dela). Os 
SURQRPHV�³o´�H�³nele´�ID]HP�UHIHUrQFLD�j�H[SUHVVmR�³material de estudo´�� 
 Com isso, podemos perceber o papel crucial dos pronomes na retomada 
de palavras. Essa referência ao que foi dito anteriormente é chamada de 
recurso anafórico ņ recurso muito utilizado. 
Mas ele também pode projetar o sentido, isto é, fazer uma abertura para 
depois inserir o elemento. Veja: 
 Ana já soube de sua nota: cinco. 
 A nota de Ana foi esta: cinco. 
 Preciso de algo: descanso. 
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a) Principais conjunções coordenativas e seus valores semânticos 
1) Aditivas: e, nem, tampouco, não só...mas também, não só...como 
também, senão também, tanto...como. 
2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto. 
3) Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer. 
4) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do 
verbo), por isso, então, assim, em vista disso. 
5) Explicativas: porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que. 
 
b) Principais conjunções subordinativas adverbiais e seus valores 
semânticos 
 
1) Causais: porque, pois, que, como (quando a oração adverbial estiver 
antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, 
porquanto, na medida em que, que, etc: 
2) Consecutivas: I - conjunção que precedida de tal, tão, tanto, tamanho. 
 II ± locuções conjuntivas de maneira que, de jeito que, de 
ordem que, de sorte que, de modo que, etc: 
3) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=se 
não), a não ser que, a menos que, dado que. 
4) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda 
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por 
muito que, por menos que, se bem que, em que pese, nem 
que, dado que, sem que (=embora não). 
5) Comparativas: como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou 
tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, 
tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo 
que), o mesmo que (=como): 
6) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. 
7) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais 
... tanto mais, quanto mais ... tanto menos, quanto menos 
... tanto menos, quanto menos ... tanto mais, quanto mais 
... mais, quanto menos ... menos, tanto ... quanto (como). 
8) Finais: para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para 
que): 
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal(= logo que), sempre que, 
assim que, desde que, antes que, depois que, até que, 
agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que. 
 
 Mas não são apenas as conjunções que são cobradas como operadores 
argumentativos, outras palavras também fazem a ligação entre orações, 
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frases, parágrafos, com determinado valor semântico. Veja os principais 
operadores: 
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de tudo, antes de mais 
nada, primeiramente. 
Tempo: antes, finalmente, enfim, por fim, atualmente, logo após, ao mesmo 
tempo, enquanto isso, frequentemente, eventualmente. 
Semelhança/comparação: igualmente, da mesma forma, analogamente, por 
analogia, de acordo com, sob o mesmo ponto de vista , assim também. 
Adição, continuação: além disso, outrossim, por outro lado, ainda mais, 
ademais. 
Dúvida, hipótese: provavelmente, é provável que, possivelmente, não é 
certo que, se é que. 
Certeza/ênfase: decerto, com certeza, sem dúvida, inegavelmente, 
certamente. 
Ilustração/esclarecimento: por exemplo, em outras palavras, a saber, quer 
dizer, isto é, ou seja. 
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, com a finalidade de, a fim 
de, para que, intencionalmente. 
Resumo, recapitulação: em suma, em síntese, em conclusão, em resumo, 
enfim, portanto. 
Lugar: perto de, longe de, mais adiante, junto a, além de, próximo a. 
Causa e consequência: por isso, por consequência, assim, em virtude de, em 
razão de, como resultado, de fato, com efeito, por conseguinte. 
Contraste, oposição: pelo contrário, em contraste com, exceto por, por outro 
lado. 
Agora, vamos praticar tudo: 
 
ANPAD 2006 
 Poucas vezes, na história recente do país, os debates sobre a corrupção 
e suas consequências estiveram tão acalorados. A crise política virou o 
assunto do dia no governo, na imprensa, entre analistas e empresas. 
 Há, porém, uma corrupção quase subterrânea, que prolifera em todos 
os níveis da economia brasileira, varia em tamanho e importância e provoca 
um fantástico efeito negativo sobre a competitividade do país. O economista 
Marcos Fernandes, autor do livro A Economia Política da Corrupção no Brasil, 
calculou o impacto desse mal no crescimento nacional. O resultado 
impressiona: o Brasil hoje ocupa a 59a posição num ranking internacional de 
corrupção e perde até para Botswana e Suriname. Se o país conseguisse 
atingir o patamar dos Estados Unidos, o 15° mais bem posicionado nessa 
lista, ganharia a cada ano 2 pontos percentuais de crescimento econômico. 
Isso corresponde à afirmação de que, hoje, a economia brasileira poderia 
crescer num ritmo anual de 6% - semelhante ao invejável desempenho da 
Índia. Posto de outra forma, significa dizer também que, se há dez anos os 
níveis de corrupção brasileiro e americano estivessem equiparados, o PIB 
nacional no ano passado teria sido 380 bilhões de reais maior. 
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 Trata-se de um resultado assustador. O desrespeito às leis, a falta de 
transparência nos contratos, um sistema judiciário pouco confiável e a 
burocracia enlouquecedora reduzem as chances de retorno dos investimentos 
ou simplesmente afugentam o capital. Com menos investimentos, há menos 
FUHVFLPHQWR�� ³$� FRUUXSomR�p�Srovavelmente o maior problema que o Brasil 
WHUi�GH�HQFDUDU� VH�TXLVHU� FUHVFHU´�� GL]� R� ILQDQFLVWD� DPHULFDQR�0DUN�0RELXV��
um dos homens mais ricos do mundo e um dos maiores especialistas em 
mercados emergentes,com mais de 3 bilhões de dólares aplicados no Brasil. 
³e�SUHFLVR�LQVSLUDU�FRQILDQoD�QRV�LQYHVWLGRUHV�´ 
 Talvez seja este o maior dos males da corrupção disseminada ± ela 
rouba de forma acintosa a confiança do mercado no sistema e faz com que 
ele se deteriore. De acordo com mais recente pesquisa da ONG Transparência 
Brasil, metade das empresas consultadas já foram vítimas de achaques. Nos 
setores mais afetados, as propinas consomem até 10% da receita anual. 
Contam-se às dezenas os episódios relacionados à corrupção que evidenciam 
o efeito devastador da ilegalidade no mundo dos negócios. 
 Os estudiosos do tema arriscam hipóteses para explicar o avanço da 
corrupção no Brasil. Uma primeira causa diz respeito ao tamanho e ao 
funcionamento do Estado. Atualmente, o setor público consome quase 40% 
da renda nacional, um recorde absoluto entre os países emergentes. Quando 
a máquina estatal assume tais dimensões, é quase inevitável a interferência ± 
lícita e ilícita ± na iniciativa privada. Para complicar, o Estado brasileiro não é 
apenas exagerado, mas também extremamente burocratizado. Foi o que 
mostrou o último relatório do Banco Mundial sobre o ambiente de negócios: o 
retrato produzido pelo corpo técnico da instituição mostra o Brasil como um 
paraíso da burocracia. Cada vez que um empresário brasileiro precisa de um 
carimbo oficial ± para abrir uma empresa, para exportar, para contratar, para 
conseguir numa licença -, vê-se preso a um emaranhado legal só comparável 
DR� GH� DOJXQV� SDtVHV� DIULFDQRV�� ³2� %UDVLO� WHP� XP� GRV� SLRUHV� DPELHQWHV� GH�
negócios do mundo, e isso favRUHFH�D� FRUUXSomR´��GL]�R�HFRQRPLVWD�6LPHRQ�
'MDQNRY�� UHVSRQViYHO� SHOD� SHVTXLVD� GR� %DQFR� 0XQGLDO�� ³6HPSUH� TXH� R�
sucesso depende de um agente público, o campo para desvios de conduta é 
IpUWLO�´ 
 Das pragas que assolam o mundo empresarial, a corrupção é a que 
acarreta maiores sequelas, por contaminar a cultura, abalar a auto-estima 
dos funcionários, manchar a imagem das empresas e impedir o crescimento 
do país. Combatê-la é colocar um visto a mais no passaporte para entrar no 
grupo das economias desenvolvidas. 
LAHÓZ, André e ONAGA, Marcelo. Fragmento adaptado do portal Exame de 15 de 
julho de 2005. 
Questão 1: Assinale V(Verdadeiro) ou F(Falso). 
( ) Crise, mal, problema e pragas são palavras usadas no texto, às linhas 
2, 8, 22 e 51, respectivamente para retomar o termo corrupção. 
( ) O termo porém(linha 4) equivale ao termo mas (linha 40) porque, no 
contexto, ambos introduzem ideia de oposição. 
( ) A expressão posto de outra forma(linha 15) pode ser suprimida desse 
trecho sem implicar alteração de sentido do período. 
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( ) As palavra desrespeito(linha 18), acintosa(linha 28) e ilegalidade(linha 
33) são formadas com um elemento de negação em sua estrutura. 
A sequência CORRETA é 
A) V V V F. 
B) V V F F. 
C) F F V F. 
D) F V V F. 
E) F F V V. 
Comentário: $� SULPHLUD� DILUPDomR� p� IDOVD�� SRLV� R� VXEVWDQWLYR� ³SUDJDV´�
engloba tanto a corrupção, vista como a mais grave, quanto demais 
problemas que assolam o mundo empresarial, como se vê no seguinte trecho: 
³Das pragas que assolam o mundo empresarial, a corrupção é a que 
acarreta maiores sequelas´��$VVLP��QmR�UHWRPD�DSHQDV�FRUUXSomR� 
 $� VHJXQGD� DILUPDomR� p� IDOVD�� SRLV� ³SRUpP´� WHP� YDORU� DGYHUVDWLYR� H� D�
FRQMXQomR� ³PDV´� VH� HQFRQWUD� QD� H[SUHVVmR� FRUUHODWLYD� GH� DGLomR� ³não 
apenas..., mas também´��$VVLP��RV�YDORUHV�VmR�GLIHUHQWHV� 
 A terceira afirmação é verdadeira, pois conseguimos entender a mesma 
LGHLD��PHVPR� FRP� D� VXSUHVVmR� GD� H[SUHVVmR� ³posto de outra forma´. Basta 
excluir o segmento e ler novamente. Tal segmento logicamente deixa mais 
clara a ideia de contraste. Mas sua exclusão não implica mudança de sentido. 
 $�TXDUWD�DILUPDomR�p� IDOVD��SRLV�VRPHQWH�RV�YRFiEXORV� ³desrespeito´ e 
³ilegalidade´ DSUHVHQWDP� SUHIL[RV� �³GHV-³� H� ³L-³��� TXH� WUDQVPLWHP� QRomR� GH�
negação. Já a palaYUD�³DFLQWRVD´�QmR�SRVVXL�SUHIL[R� 
 Portanto, a alternativa correta é a (C). 
Gabarito: C 
 
Questão 2: Assinale a alternativa em que a palavra destacada NÃO se refere 
à palavra ou à expressão indicada entre parênteses. 
A) ³3RXFDV�YH]HV��QD�KLVWyULD�UHFHQWH�GR�SDtV��RV�GHEDWHV�VREUH�D�FRUUXSomR�H�
suas FRQVHTXrQFLDV�HVWLYHUDP�WmR�DFDORUDGRV´�GD�FRUUXSomR� 
B) ³6H�R�SDtV�FRQVHJXLVVH�DWLQJLU�R�SDWDPDU�GRV�(VWDGRV�8QLGRV��R���º mais 
bem posicionado nessa OLVWD´����OLVWD� 
C) ³7DOvez seja este o maior dos males da corrupção disseminada ± ela 
URXED�GH�IRUPD�DFLQWRVD�D�FRQILDQoD�GR�PHUFDGR�QR�VLVWHPD´����R�URXER�GD�
confiança do mercado no sistema) 
D) ³2� %UDVLO� WHP� XP� GRV� SLRUHV� DPELHQWHV� GH� QHJyFLRV� GR� PXQGR�� H� isso 
favorece a corruSomR´����R�IDWR�GH�R�%UDVLO�WHU�XP�GRV�SLRUHV�DPELHQWHV�GH�
negócios do mundo) 
E) ³O economista Marcos Fernandes, autor do livro A Economia Política da 
Corrupção no Brasil, calculou o impacto desse mal no crescimento 
QDFLRQDO�´�LPSDFWR� 
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o pronome possessivo 
³VXDV´� WHP�YDORU�DQDIyULFR�H�VH�UHIHUH�j�FRUUXSomR�� LVWR�p��DV�FRQVHTXrQFLDV�
da corrupção. 
 A alternativa (B) está correta. Primeiro, é importante entender que a 
H[SUHVVmR� ³QHVVD� OLVWD´� UHWRPD� ³num ranking internacional de corrupção´� O 
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DXWRU� SRGHULD� WHU� XWLOL]DGR� D� H[SUHVVmR� ³QHVVH� UDQNLQJ´� H� QDWXUDOPHQWH�
SHUFHEHUtDPRV� TXH� D� SDODYUD� UHWRPDGD� VHULD� ³UDQNLQJ´�� 3RUpP�� R� DXWRU�
VXEVWLWXLX�D�SDODYUD�³UDQNLQJ´�SRU�³OLVWD´�SDUD�HYLWDU�UHSHWLomR�GHVQHFHVViULa. 
'HVVD�IRUPD��R�SURQRPH�³GHVVD´�UHDOPHQWH�VH�UHIHUH�D�³OLVWD´�� 
 $� DOWHUQDWLYD� �&�� HVWi� FRUUHWD�� SRLV� R� SURQRPH� GHPRQVWUDWLYR� ³QHVWH´�
encontra-se com recurso catafórico, isto é, houve a projeção do referente à 
IUHQWH�� $VVLP�� ³HVWH´� UHDOPHQWH� refere-se à expressão ³ela rouba de forma 
acintosa a confiança do mercado no sistema´� 
 A alternativa (D) está correta, pois R� SURQRPH� GHPRQVWUDWLYR� ³LVVR´�
UHWRPD� WRGD� RUDomR� DQWHULRU�� ³O Brasil tem um dos piores ambientes de 
negócios do mundo´� 
 A alternativa (E) é a HUUDGD�� SRLV� D� H[SUHVVmR� ³GHVVH� PDO´� UHWRPD� D�
corrupção. Assim, entendemos que ³impacto desse PDO´� é o mesmo que 
³impacto da corrupção´. 
Gabarito: E 
 
ANPAD 2009 
Biocombustíveis ou bioconsumíveis? 
 Foi-se a época do ouro amarelo. Aquele que produz belas peças 
ornamentais: brincos, pulseiras, colares, coroas. Naquela época, reinavam os 
cavalos e outros quadrúpedes como força motriz para os meios de transporte, 
o que, na verdade, já acontecia há muitos anos. Em seguida, esses animais 
foram trocados, mas não totalmente, pelos mecanismos a vapor, que tiveram 
passagem sobre a Terra. 
 Chegou-se, depois, à época do ouro negro, que não produz nada belo, 
nada ornamental: gasolina, diesel, pavimento asfáltico, lubrificantes. Com ele, 
passaram a reinar os carros e os aviões, tendo como força motriz algo 
puramente mecânico, alimentado a ouro. 
 Hoje, entramos na época do ouro verde. Brota do chão como ouro negro 
e é tão orgânico quanto os quadrúpedes do começo, apesar de não engendrar 
a beleza artesanal do ouro amarelo; é o chamado biocombustível. Derivado 
dos mais diversos tipos de plantas ± milho, cana-de-açúcar, girassol, 
mamona, dentre outras -, impõe-se como novo senhor sobre uma necessidade 
humana: locomover-se. E não é locomover-se como os cavalos, mas a uma 
velocidade maior, para vencer maiores distâncias, rumo a um futuro mais 
grandioso. 
 Com a criação dos motores a biocombustível,por mais incrível que 
pareça, acabamos por criar cavalos mecânicos, ou seja, meios de locomoção 
PDLV� UiSLGRV� TXH� RV� FDYDORV� ELROyJLFRV�� FXMR� ³GLJHVWRU´� TXH� JHUD� D� HQHUJLD�
para a locomoção é cada vez mais movido por recursos orgânicos, advindos 
da terra agricultável. É como se tivéssemos criado uma nova raça de cavalos e 
estivéssemos povoando o mundo todo com ela. 
 São esses cavalos mecânicos, com rodas e volantes, que imprimiram 
uma velocidade maior à vida cotidiana, impulsionados pelas descobertas 
científicas e tecnológicas, remetendo a sociedade a problemas fundamentais e 
a uma importante questão: plantar para se alimentar ou plantar para se 
locomover? 
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 Dessa forma, eliminamos as alternativas (B) e (E). 
 2� FRQHFWLYR� ³HQWUHWDQWR´� WHP� YDORU� FRRUGHQDWLYR� DGYHUVDWLYR�� R� TXDO�
SRGH�VHU�VXEVWLWXtGR�SRU�³SRUpP´��³WRGDYLD´�H�³QR�HQWDQWR´� 
 Assim, eliminamos a alternativa (C). 
 $�FRQMXQomR�³FRPR´�LQLFLD�XPD�RUDomR�DGYHUELDO�FDXVDO��D�TXDO�WDmbém 
SRGH�VHU�SUHFHGLGD�GD�ORFXomR�FRQMXQWLYD�³XPD�YH]�TXH´� 
 Assim, a alternativa (A) é a correta. 
Gabarito: A 
 
ANPAD 2007 
Navegar é preciso 
 Salvo alguns empreendedores de índole cosmopolita, nas glebas 
corporativas pindoramenses predominam a introversão e a insularidade. Entre 
as corporações locais, poucas são as que se aventuram além-mar. Com isso, a 
presença de empresas brasileiras no mercado internacional ainda é modesta: 
na lista das 500 maiores empresas do mundo em 2005, publicada pelo 
Financial Times, apenas cinco são brasileiras. Na competição pelos mercados 
globais, perdemos feio. 
 A limitada internacionalização das empresas brasileiras resulta de sua 
baixa competitividade; além disso, o processo ainda tem caráter 
preponderantemente comercial. Por outro lado, poucos setores respondem 
pela maior parte do valor exportado pelo país. Infelizmente, a abertura 
econômica e os processos de modernização empresarial não alteraram tal 
condição. 
 Não obstante, grandes grupos locais já estão em busca da 
internacionalização. Todos enfrentam um importante desafio: desenvolver 
gestores capazes de lidar com distintos contextos institucionais e culturais. 
Mas o que significa ser um gestor internacional? Um artigo científico, assinado 
por Javidan colaboradores, sugere algumas respostas. Segundo eles, muito 
tem sido escrito sobre o assunto; entretanto, parte considerável dessa 
literatura restringe-se ao senso comum "tenha a mente aberta" ou "respeite 
as outras culturas" - e a indicações de como se portar socialmente em 
encontros de negócios em países distantes. 
 Os autores basearam-se nos resultados do projeto GLOBE, um estudo 
conduzido por 170 pesquisadores ao longo de dez anos, e que coletou dados 
sobre valores culturais, práticas e atributos de liderança de 17 mil gerentes 
em 62 países. O pressuposto do trabalho é simples: os indivíduos nem sempre 
estão conscientes do enorme impacto que a chamada cultura nacional pode 
ter sobre sua visão de mundo e, por consequência, sobre seus 
comportamentos. Em razão disso, o primeiro passo para desenvolver gestores 
capazes de cruzar os mares culturais é torná-los conscientes dos pressupostos 
que modelam seus comportamentos. 
Questão 6: Em "Segundo eles, muito tem sido escrito sobre o assunto; 
entretanto, parte considerável dessa literatura restringe-se"... [linhas 15 e 16] 
e em "O pressuposto do trabalho é simples: os indivíduos nem sempre estão 
conscientes do enorme impacto"... [linhas 22 e 23], as palavras destacadas 
referem-se, respectivamente, 
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A) Os indivíduos nem sempre estão conscientes do enorme impacto que a 
chamada cultura nacional pode ter sobre sua visão de mundo e, por 
consequência, sobre seus comportamentos. (negação) 
B) Os norte-americanos são menos cautelosos do que os brasileiros e mais 
propensos a assumir riscos. (adição) 
C) No Brasil, o projeto identificou os traços culturais que determinam como 
nos relacionamos no ambiente corporativo, como organizamos o trabalho e 
corno tornamos decisões. (modo) 
D) Segundo esses estudos, os gestores brasileiros tendem a buscar consenso 
e envolver o grupo, e não apreciam posturas individualistas como os 
norte-americanos. (conformidade) 
E) Um expatriado brasileiro nos EUA estranhará a forma autônoma e 
independente como seus pares locais tomam decisões, assim como estes, 
por sua vez, estranharão a lentidão e a dependência dele. (comparação) 
Comentário: $�DOWHUQDWLYD��$��HVWi�FRUUHWD��SRLV�³QHP´�UHDOPHQWH tem valor 
de negação. 
 $� DOWHUQDWLYD� �%�� HVWi� FRUUHWD�� SRLV� D� SDODYUD� ³H´� p� FRQMXQomR�
coordenativa aditiva, por isso soma as duas informações. 
 A alternativa (C) está correta, pois podemos entender o modo como nos 
relacionamos e organizamos. 
 A alternativa (D) é a errada, pois não se entende que haveria posturas 
individualistas de acordo com os americanos, mas da mesma forma que 
eles, isto é, há valor de comparação, e não de conformidade. 
 $� DOWHUQDWLYD� �(�� HVWi� FRUUHWD�� SRLV� ³DVVLP� FRPR´� Vy� SRGH� WHU� YDORU 
comparativo. 
Gabarito: D 
 
Questão 8: ANPAD 2007 
 O agronegócio brasileiro tem sido marcado por um coro de choro 
e de ranger de dentes. Contudo, a recente aquisição de parte do frigorífico 
gaúcho Mercosul pelo fundo de investimentos americano AIG Capital 
evidenciou um dos lados positivos do setor: a atração que os produtores 
nacionais de carne bovina estão exercendo sobre os investidores 
estrangeiros, o que já ocorre com o açúcar e com o álcool. A atração justifica-
se pela alta competitividade alcançada pelo Brasil. Aqui se consegue criar 
gado pelo custo mais baixo, as fazendas abrigam o maior rebanho comercial 
do mundo e ainda há muita terra para expansão dos pastos. Essas vantagens 
comparativas já haviam levado o país, em 2003, a tornar-se o maior 
exportador mundial do setor. Mesmo o tropeço representado pelo 
ressurgimento da febre aftosa em algumas regiões não arrefeceu o interesse 
estrangeiro. 
 O Brasil reúne tantas vantagens competitivas, que conseguiu a 
liderança em exportações mesmo sem poder vender carne in natura para os 
EUA, Japão e Coréia, responsáveis por 50% do consumo mundial. Espera-
se que essas barreiras caiam mais cedo ou mais tarde. "Isso aguça o 
apetite de grupos do exterior. A toda hora recebemos empresas que 
aguardam o melhor momento para entrar no país", diz o executivo de um 
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banco estrangeiro especializado em agronegócios. 
Ao tratar, no segundo parágrafo do texto, da chegada de empresas 
estrangeiras no Brasil, o autor aponta uma relação de 
A) comparação. 
B) conformidade. 
C) consequência. 
D) indiferença. 
E) finalidade. 
Comentário: No segundo parágrafo, há dois períodos sintáticos que tratam 
da chegada de empresas estrangeiras no Brasil: 
Espera-se que essas barreiras caiam mais cedo ou mais tarde. "Isso 
aguça o apetite de grupos do exterior. 
 Assim, as barreiras caírem seria a causa e as empresas estrangeiras 
entrarem no Brasil seria a consequência. 
 Com isso, a alternativa correta é a (C). 
Gabarito: C 
 
Questão 9: ANPAD 2015 
Os benefícios do câncer de pulmão 
 A Philip Morris, uma companhia de tabaco, tem ampla atuação na 
República Tcheca, onde otabagismo continua popular e socialmente aceitável. 
Preocupado com os crescentes custos dos cuidados médicos em consequência 
do fumo, o governo tcheco pensou, recentemente, em aumentar a taxação 
sobre o cigarro. Na esperança de conter o aumento dos impostos, a Philip 
Morris encomendou uma análise do custo-benefício dos efeitos do tabagismo 
no orçamento do país. O estudo descobriu que o governo efetivamente lucra 
mais do que perde com o consumo de cigarros pela população. O motivo: 
embora os fumantes, em vida, imponham altos custos médicos ao orçamento, 
eles morrem cedo e, assim, poupam o governo de consideráveis somas em 
tratamento de saúde, pensões e abrigo para idosos. De acordo com o estudo, 
XPD�YH]�OHYDGRV�HP�FRQWD�RV��³HIHLWRV��SRVLWLYRV¶¶��GR��WDEDJLVPR�± incluindo 
a receita com os impostos e a economia com a morte prematura dos 
fumantes ±, o lucro líquido para o tesouro é de 147 milhões de dólares por 
ano. 
(SANDEL,Michael J. Justiça ± o que é fazer a coisa certa. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 2013,p.56.) 
O segmento ³Preocupado com os crescentes custos dos cuidados médicos em 
consHTXrQFLD�DR�IXPR¶¶�HP�UHODomR�DR�VHJXLQWH�± ³o governo tcheco pensou, 
UHFHQWHPHQWH��HP�DXPHQWDU�D�WD[DomR�VREUH�R�FLJDUUR¶¶�± exprime uma ideia 
de 
A) causa 
B) condição 
C) finalidade 
D) consequência 
E) possibilidade 
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Comentário: 1R�SHUtRGR�³Preocupado com os crescentes custos dos cuidados 
médicos em consequência do fumo, o governo tcheco pensou, recentemente, 
em aumentar a taxação sobre o cigarro.´��HQWHQGH-se que a oração sublinhada 
é a causa e a seguinte, a consequência. Tanto assim que podemos 
transformar a oração reduzida de particípio em desenvolvida, da seguinte 
forma: 
³Já que estava preocupado com os crescentes custos dos cuidados médicos 
em consequência do fumo, o governo tcheco pensou, recentemente, em 
aumentar a taxação sobre o cigarro.´ 
 Assim, a alternativa correta é a (A). 
Gabarito: A 
 
Questão 10: ANPAD 2015 
Leia o texto a seguir. 
Último Romance 
Ah, vai 
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém 
A fim de te acompanhar 
E, se o caso for de ir à praia, eu levo essa casa numa sacola. 
�$0$5$17(��5RGULJR��&'�µ¶9HQWXUD¶¶��/RV�+HUPDQRV��6RQ\�%0*�������� 
Na canção ³ÒOWLPR�5RPDQFH¶¶��REVHUYD- se o uso da locução ³D� ILP�GH¶¶��que 
denota 
A) desfecho. 
B) intenção. 
C) distância. 
D) intimidade. 
E) terminalidade. 
Comentário: Vimos que o conectivo ³D� ILP� GH´� WHP� YDORU� DGYHUELDO� GH�
ILQDOLGDGH�� TXH� WDPEpP� GHQRWD� ³LQWHQomR´�� $VVLP�� D� DOWHUQDWLYD� �%�� p� D�
correta. 
Gabarito: B 
 
Questão 11: ANPAD 2014 
Uma era politicamente comum 
Há que se tomar cuidado com o politicamente correto. Ele avança a passos 
largos, está sempre à espreita, ataca quando menos se espera em outros 
lugares-comuns. O politicamente correto nasceu nos Estados Unidos, como 
em geral acontece com tudo quanto é besteira bolada no sentido de não 
ofender ninguém e eleger um mínimo de pessoas. O nome diz tudo: 
politicamente. Quer dizer, tem urna na jogada. Correto, correção. Ou seja, 
fazer o que parece ser o mais expediente no sentido de chegar a qualquer 
nível de poder. 
(LESSA, Ivan. O luar e a rainha. São Paulo: Companhia de Letras, 2005,p.21.) 
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$V� H[SUHVV}HV� VHPDQWLFDPHQWH� HTXLYDOHQWHV� ³4XH� GL]HU¶¶� H� ³2X� VHMD¶¶� IRUDP�
empregadas pelo autor para 
A) atenuar o ponto de vista do autor. 
B) esclarecer passagens obscuras do texto. 
C) contrastar com as afirmações anteriores a elas. 
D) desviar a atenção do leitor do foco central do texto. 
E) explicitar uma ideia que poderia passar despercebida pelo leitor. 
Comentário��$V�H[SUHVV}HV�³4XH�GL]HU¶¶�H�³2X�VHMD¶¶�IRUDP�HPSUHJDGDV�SDUD�
H[SOLFDU�DV�H[SUHVV}HV�³SROLWLFDPHQWH´�H�³&RUUHWR��FRUUHomR´��UHVpectivamente. 
 Assim, poderíamos ficar na dúvida entre duas alternativas: (B) e (E). 
3RUpP�� DV� H[SUHVV}HV� TXH� IRUDP� H[SOLFDGDV� �³SROLWLFDPHQWH´� H� ³&RUUHWR��
FRUUHomR´�� QmR� HVWmR� REVFXUDV�� LVWR� p�� VXSRVWDPHQWH� HODV� QmR� VmR� GH� GLItFLO�
entendimento ao leitor. Na realidade, o autor quis chamar a atenção do 
significado de cada expressão, de forma que o leitor não deixe passar 
despercebido. 
 Assim, a alternativa correta é a (E). 
Gabarito: E 
 
Questão 12: TCE SE 2015 ± Analista de Tecnologia (banca FGV) 
Exigências da vida moderna 
 Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. 
E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma 
xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. 
 Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o 
que consome o dobro do tempo. 
 Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém 
sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma 
Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho 
branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro 
bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo 
isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber. 
(Luiz Fernando Veríssimo) 
³7RGRV�RV�GLDV�GHYH-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que 
FRQVRPH�R�GREUR�GR�WHPSR´�� 
O segundo parágrafo do texto 2 entra em coesão com o anterior pela: 
(A) repetição de uma mesma estrutura; 
�%��UHIHUrQFLD�D�XP�WHUPR�DQWHULRU�SRU�PHLR�GR�SURQRPH�³ORV´�� 
�&��UHIHUrQFLD�D�XP�WUHFKR�DQWHULRU�SRU�PHLR�GH�³R�TXH´�� 
�'��UHSHWLomR�GR�QXPHUDO�³GRLV´�SRU�PHLR�GD�SDODYUD�³GREUR´�� 
(E) continuidade do uso de um mesmo tipo de variação linguística. 
Comentário: Não se nota neste segundo parágrafo nenhuma palavra que 
faça referência direta ao período anterior. Na realidade, a repetição da 
H[SUHVVmR�³WRGRV�RV�GLDV´�H�GD�FRQMXQomR�³(´�LQLFLDQGR�R�SHUtRGR�p�TXH�PDUFD�
a coesão entre esses parágrafos. Veja: 
 Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do 
ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. 
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Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. 
 Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, 
o que consome o dobro do tempo. 
Gabarito: A 
 
Questão 13: Prefeitura de Osasco ± Analista 2014 (Banca FGV) 
Fragmento do texto: Em um belo dia a deusa dos ventos beija o pé do 
homem, o maltratado, desprezado pé, e desse beijo nasce o ídolo do futebol. 
Nasce em berço de palha e barraco de lata e vem ao mundo abraçado a uma 
bola. 
 Desde que aprende a andar, sabe jogar. Quando criança alegra os 
descampados e os baldios, joga e joga e joga nos ermos dos subúrbios até 
que a noite cai e ninguém mais consegue ver a bola, e quando jovem voa e 
faz voar nos estádios. Suas artes de malabarista convocam multidões, 
domingo após domingo, de vitória em vitória, de ovação em ovação. 
1R�WUHFKR�³������MRJD�H�MRJD�H�MRJD�QRV�HUPRV�GRV�VXE~UELRV�DWp�TXH�D�QRLWH�FDL�
�����´�� R� YDORU� HVWLOtVWLFR� GD� UHSHWLomR� GR� ³H´� �SROLVVtQGHWR�� H[SUHVVD�� QR�
contexto: 
(A) acréscimo; 
(B) ampliação; 
(C) reiteração; 
(D) intensificação; 
(E) redundância. 
Comentário: A repetição tem um tom enfático, por ser uma reiteração da 
informação. Por isso, a alternativa correta é a (C). 
Gabarito: C 
 
Questão 14: Compesa 2014 ± Técnico em Contabilidade (banca FGV) 
 ³(P abrilde 1886, eclodiram nos Estados Unidos diversas greves, nas quais 
os operários reivindicavam jornada de trabalho de oito horas diárias. Essa 
reivindicação baseava-se em um raciocínio muito simples: se o dia tem 24 
horas, deveria ser dividido logicamente em três partes de oito horas ± uma 
para o trabalho, outra para descanso e lazer e outra para o estudo.´ 
O segundo termo sublinhado estabelece com o primeiro o mesmo tipo de 
relação de coesão que ocorre em 
(A) Construir estradas de ferro parece ser uma solução para o transporte de 
mercadorias, mas os construtores reclamam das más condições de 
trabalho. 
(B) Aderir a manifestações de rua virou moda no Brasil, mas a adesão já 
trouxe muitos problemas a alguns manifestantes. 
(C) Os movimentos grevistas cresceram no país, mas crescer não significa 
obrigatoriamente aumento de consciência política. 
(D) Eclodiram nos Estados Unidos diversas greves e essa explosão acarretou 
mudanças nas leis trabalhistas. 
(E) Dividir o dia em três partes é uma criação engenhosa, mas dividirem-no 
assim atende a interesses dos patrões. 
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Comentário: Vimos que a repetição intencional pode ser bem estruturada a 
partir da modificação da palavra repetida, assim como ocorreu no trecho 
DFLPD��$�DomR�H[SUHVVD�QR�YHUER� ³UHLYLQGLFDYDP´� IRL� UHWRPDGD�SRU meio do 
VXEVWDQWLYR�³UHLYLQGLFDomR´��A questão pede a alternativa que utiliza o mesmo 
recurso. 
 1D� DOWHUQDWLYD� �$��� RFRUUH� R� YHUER� ³FRQVWUXLU´�� PDV� R� VXEVWDQWLYR�
³FRQVWUXWRUHV´� QmR� UHWRPD� D� DomR� DQWHULRU�� PDV� WmR� VRPHQWH� DSUHVHQWD� R�
agente dessa ação. 
 A DOWHUQDWLYD� �%��p�D�FRUUHWD��SRLV�Ki�R�YHUER�³DGHULU´�H�HP�VHJXLGD�D�
UHWRPDGD�GHVVD�DomR�SRU�PHLR�GR�VXEVWDQWLYR�³DGHVmR´� 
 1D�DOWHUQDWLYD��&���Ki�R�YHUER�³FUHVFHUDP´�H�HP�VHJXLGD�D�UHWRPDGD�GD�
DomR�SRU�PHLR�GH�PDLV�XP�YHUER��³FUHVFHU´� 
 Na alternativa (D), não houve a repetição de vocábulos, mas a retomada 
GH�XPD� LQIRUPDomR�DQWHULRU��SRLV� ³HVVD�H[SORVmR´� UHWRPD�D� LGHLD�GD�HFORVmR��
das diversas greves nos Estados Unidos. 
 Na alternativa (E), não houve a repetição de vocábulos, mas a retomada 
de uma informaçmR�DQWHULRU�SRU�PHLR�GH�XP�SURQRPH�iWRQR��SRLV�³R´�UHWRPD�
³R�GLD´� 
Gabarito: B 
 
Questão 15: INEA 2013 ± Administrador (banca FGV) 
³Particularmente, após o desastre da Região Serrana (RJ) em 2011, uma série 
de iniciativas importantes ocorreu. CriouǦse o Centro Nacional de 
Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, a ForçaǦTarefa de Apoio 
Técnico e Emergência, a Força Nacional do SUS e reestruturouǦse o Centro 
Nacional de Gerenciamento de Riscos de Desastres. Estas iniciativas ainda 
estão concentradas no monitoramento, alerta e respostas aos desastres. 
Faltam políticas integradas para redução de riscos´� 
Nas alternativas a seguir, a substituição do termo sublinhado foi feita por 
outro equivalente de modo adequado, à exceção de uma. AssinaleͲa. 
(A) desastre / catástrofe 
(B) reestruturouͲse / reorganizouͲse 
(C) monitoramento / acompanhamento 
(D) integradas / conjuntas 
(E) redução / eliminação 
Comentário: Certamente, você percebeu que reduzir é bem diferente de 
eliminar, concorda?!!! Confira: 
³Particularmente, após a catástrofe da Região Serrana (RJ) em 2011, uma 
série de iniciativas importantes ocorreu. CriouǦse o Centro Nacional de 
Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, a ForçaǦTarefa de Apoio 
Técnico e Emergência, a Força Nacional do SUS e reorganizouͲse o Centro 
Nacional de Gerenciamento de Riscos de Desastres. Estas iniciativas ainda 
estão concentradas no acompanhamento, alerta e respostas aos desastres. 
Faltam políticas conjuntas para redução de riscos´� 
 Assim, a alternativa (E) é a errada. 
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Para evitá-la, pode-se fazer remissão à primeira ocorrência de cada um desses 
nomes, empregando (com os ajustes porventura necessários): 
a) Esse ± este. 
b) Aquele ± este. 
c) Este ± segundo. 
d) Aquele ± outro. 
e) Este ± aquele. 
Comentário: Como há referência a duas palavras em contraste, retomamos a 
~OWLPD�FRP�³HVWH´�H�D�SULPHLUD�FRP�³DTXHOH´� 
 Assim, a repetição da palavra ³1H\PDU´� p� GHVIHLWD� FRP� R� SURQRPH�
³(VWH´� H� D� UHSHWLomR� GD� SDODYUD� ³'DQLHO´� SRGH� VHU� GHVIHLWD� FRP� R� SURQRPH�
³DTXHOH´��9HMD� 
³$�EDQDQD�GR�Daniel primeiro reapareceu na mão de Neymar, também vítima 
de episódios de racismo em estádios. Este escreveu na rede em defesa do 
FROHJD�H�GHOH�SUySULR�µ>���@��VRPRVWRGRVPDFDFRV�H�GDt"¶�8PD�UHDomR�OHJtWLPD��
mas sem a maturidade daquele�´��†��� 
 Assim, a alternativa correta é a (E). 
Gabarito: E 
 
Questão 18: FACELI 2015 ± Administrador (banca Funcab) 
³$�PRUWH�FRQKHFH�WXGR�D�QRVVR�UHVSHLWR��H�WDOYH]�SRU�,662�VHMD�WULVWH�´ 
O uso da forma destacada do demonstrativo, no contexto, se justifica porque: 
A) retoma elementos, que estão fora do texto, em situação de proximidade. 
B) faz referência a elementos contextuais, externos ao texto. 
C) é um elemento remissivo que faz referência anafórica a ideias já 
introduzidas no texto. 
D) consiste na repetição da mesma palavra na progressão narrativa. 
E) antecipa a ideia a ser apresentada posteriormente. 
Comentário�� 2� SURQRPH� GHPRQVWUDWLYR� ³LVVR´� p� HPSUHJDGR� FRPR� UHFXUVR�
DQDIyULFR� H� UHWRPD� D� LQIRUPDomR� GD� RUDomR� ³A morte conhece tudo a nosso 
respeito´��$VVLP��D�DOWHUQDWLYD��&��p�D�FRUUHWD. 
 As alternativas (A) e (B) estão erradas, porque os referentes estão no 
texto, e não fora dele. 
 A alternativa (D) está errada, porque não houve repetição da palavra. 
 A alternativa (E) está errada, pois houve retomada de informação e não 
a sua apresentação posterior. 
Gabarito: C 
 
Questão 19: CFRO 2015 ± Assistente Administrativo (banca Funcab) 
Fragmento do texto: Entra em cena o 0X513A, que foi criado 
pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Ele é idêntico ao Aedes aegypti - 
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exceto por dois genes modificados, colocados pelo homem. Um deles faz as 
larvas do mosquito brilharem sob uma luz especial (para que elas possam ser 
identificadas pelos cientistas). O outro é uma espécie de bomba-relógio, que 
mata os filhotes do mosquito. A ideia é que ele seja solto na natureza, se 
reproduza com as fêmeas de Aedes e tenha filhotes defeituosos - que morrem 
muito rápido, antes de chegar à idade adulta, e por isso não conseguem se 
reproduzir. Com o tempo, esse processo vai reduzindo a população da 
espécie, até extingui-la. Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de 
Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou o 
mosquito. E o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a permitir a produção 
em grande escala do 0X513A- que agora só depende de uma última liberação 
da Anvisa. A Oxitec, empresa criada pela Universidade de Oxford para 
explorar a tecnologia, acredita que isso vai ocorrer. Tanto que acaba de 
inaugurar uma fábrica em Campinas para produzir o mosquito. 
1R�ILP�GR�VHJXQGR�SDUiJUDIR��R�SURQRPH�GHVWDFDGR�HP��³$�2[LWHF��HPSUHVD�
criada pela Universidade de Oxford para explorar a tecnologia, acredita que 
,662�YDL�RFRUUHU�´�VH�UHIHUH�DR�WHUPR� 
a) empresa. 
b) liberação. 
c) país. 
d) mosquito. 
e) tecnologia. 
Comentário�� 2� SURQRPH� GHPRQVWUDWLYR� ³LVVR´� p� HPSUHJDGR� FRPR� UHFXUVR�
anafórico e retoma R�VXEVWDQWLYR�³OLEHUDomR´��SRLV�HQWHQGHPRV�GR�WH[WR�TXH�a 
Oxitec, empresa criada pela Universidade de Oxford paraexplorar a 
tecnologia, acredita que essa liberação da Anvisa vai ocorrer. 
 Assim, a alternativa correta é a (B). 
Gabarito: B 
 
Questão 20: INEA 2013 ± Administrador (banca FGV) 
³Entre 1990 e 2010, mais de 96 milhões de pessoas foram afetadas por 
desastres no Brasil, como demonstra o Atlas dos Desastres Naturais do Brasil. 
Destas, mais de 6 milhões tiveram de deixar suas moradias, cerca de 480 mil 
sofreram algum agravo ou doença e quase 3,5 mil morreram imediatamente 
após os mesmos´� 
Nesse segmento do texto, as palavras ou expressões que estabelecem coesão 
referencial com termos anteriores são 
(A) destas ± suas ± os mesmos. 
(B) Atlas dos Desastres Naturais do Brasil Ͳ destas ± os mesmos. 
(C) mais de 6 milhões ± cerca de 480 mil ± quase 3,5 mil. 
(D) por ± como ± mais de ± após. 
(E) destas ± os mesmos. 
Comentário: $�DOWHUQDWLYD��$��p�D�FRUUHWD��SRLV�³'HVWDV´�H�³VXDV´�UHWRPDP�R�
VXEVWDQWLYR� ³pessoas´�� H� D� H[SUHVVmR� ³os mesmos´� UHWRPD� ³desastres no 
Brasil´��&RQILUPH� 
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Questão 22: Prefeitura de Osasco ± Analista 2014 (Banca FGV) 
Assinale a alternativa em que AMBOS os termos destacados retomam 
referentes anteriormente expressos: 
(A) (...) vem ao mundo abraçado a uma bola; 
(B) a bola o procura; (...) [ele] a faz falar; 
(C) a bola ri, radiante, no ar; ele a amortece; 
(D) nasce o ídolo de futebol; [a bola] o reconhece; 
(E) o ídolo não cai inteiro; a multidão o devora. 
Comentário: Normalmente, para realizar este tipo de questão, devemos 
voltar ao texto e observar os referentes. Mas, neste caso, isso não é 
necessário, pois basta diferenciarmos o pronome do artigo e da preposição. 
Sabemos que o pronome é elemento de coesão por excelência. Esse é o seu 
papel principal. Assim, basta localizarmos os pronomes grifados dentre as 
alternativas para perceber onde está o recurso anafórico, isto é, a retomada 
de um termo anterior. 
 1D�DOWHUQDWLYD� �$��� Ki�D� SUHVHQoD�GR� DUWLJR� ³R´�� GLDQWH�GR� VXEVWDQWLYR�
³PXQGR´�� e� SDSHO� GR� DUWLJR� DSHQDV determinar o substantivo posterior, por 
isso não é elemento de coesão. A segunda palavra sublinhada é uma 
preposição, a qual não retoma informação anterior. 
 $�DOWHUQDWLYD��%��p�D�FRUUHWD��SRLV�R�SURQRPH�³R´�UHWRPD�DOJXPD�SHVVRD�
do sexo masculino. A segunda palavra sublinhada é também um pronome 
REOtTXR�H�UHWRPD�D�H[SUHVVmR�³D�EROD´� 
 1D�DOWHUQDWLYD� �&��� Ki�D�SUHVHQoD�GR� DUWLJR� ³D´�� GLDQWH�GR� VXEVWDQWLYR�
³EROD´��e�SDSHO�GR�DUWLJR�DSHQDV�GHWHUPLQDU�R�VXEVWDQWLYR�SRVWHULRU��SRU� LVVR�
não é elemento de coesão. A segunda palavra sublinhada é um pronome 
REOtTXR�H�UHWRPD�D�H[SUHVVmR�³D�EROD´� 
 1D�DOWHUQDWLYD� �'��� Ki�D�SUHVHQoD�GR�DUWLJR� ³R´�� GLDQWH�GR� VXEVWDQWLYR�
³tGROR´��e�SDSHO�GR�DUWLJR�DSHQDV�GHWHUPLQDU�R�VXEVWDQWLYR�SRVWHULRU��SRU�LVVR�
não é elemento de coesão. A segunda palavra sublinhada é um pronome 
REOtTXR�H�UHWRPD�D�H[SUHVVmR�³R�tGROR�GH�IXWHERO´� 
 1D� DOWHUQDWLYD� �(��� Ki� D� SUHVHQoD� GR� DUWLJR� ³R´�� GLDQWH� GR� VXEVWDQWLYR�
³tGROR´��e�SDSHO�GR�DUWLJR�DSHQDV�GHWHUPLQDU�R�VXEVWDQWLYR�SRVWHULRU��SRU�LVVR�
não é elemento de coesão. A segunda palavra sublinhada é um pronome 
REOtTXR�H�UHWRPD�D�H[SUHVVmR�³R�tGROR´� 
Gabarito: B 
 
Questão 23: Pref Recife - Assistente Administrativo 2014 (banca FGV) 
³2� VpFXOR� ;;� IRL� PDUFDGR� SRU� JUDQGHV� JXHUUDV� GH� UHSHUFXVVmR� PXQGLDO� HP�
razão de seu alcance e do número de países envolvidos. Já o século XXI 
apresenta guerras locais ou regionais, mas que de certa forma se tornam 
mundiais pelo número de espectadores. Isso se dá graças à tecnologia de 
informação, que envolve direta ou indiretamente cidadãos de quase todo o 
PXQGR´�� 
³,VVR� VH� Gi� JUDoDV� j� WHFQRORJLD� GH� LQIRUPDomR´�� D� IRUPD� ,662� VH� MXVWLILFD�
porque: 
(A) se refere a algo ocorrido no passado; 
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(B) se liga a algo dito anteriormente; 
(C) se prende a algo perto do leitor; 
(D) se refere a um de dois termos citados antes; 
(E) traduz um valor depreciativo. 
Comentário�� )LFD� FODUR� SDUD� R� OHLWRU� TXH� R� SURQRPH� GHPRQVWUDWLYR� ³LVVR´�
UHWRPD� R� VHJXQGR� SHUtRGR�� ³Já o século XXI apresenta guerras locais ou 
regionais, mas que de certa forma se tornam mundiais pelo número de 
espectadores�´� 
 Assim, a alternativa correta é a (B). 
 A alternativa (A) está errada, porque o século XXI é tempo atual. 
 A alternativa (C) está errada, porque não se vincula o referente como 
algo perto ou longe do leitor. 
 A alternativa (D) está errada, pois o referente não é um simples termo 
citado anteriormente, mas um período sintático. Tal alternativa quis induzir o 
leitor à referência a um de dois elementos por contraste (este X aquele), o 
que não ocorreu neste contexto. 
 A alternativa (E) está errada, tendo em vista que não há valor 
depreciativo. 
Gabarito: B 
 
Questão 24: Funarte 2014 ± Superior (banca FGV) 
Fragmento do texto: Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a 
sustentar que o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até 
demais. Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um 
jeito; a capacidade de adiar. 
 A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida, no 
Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora, sem que, 
direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para isso. 
No segundo parágrafo, para referir-se às colunas da brasilidade, anunciadas 
no parágrafo anterior, o cronista empregou, respectivamente, DV�SDODYUDV�³D�
SULPHLUD´�H�³D�VHJXQGD´��&DVR�IRVVHP�HPSUHJDGRV�SURQRPHV�GHPRQVWUDWLYRV�
em substituição a esses numerais ordinais, as formas adequadas seriam, 
respectivamente: 
(A) esta / essa; (B) essa / aquela; (C) aquela / esta; 
(D) aquela / essa; (E) essa / esta. 
Comentário: Sabemos que, quando há retomada de elementos por contraste, 
R� SULPHLUR� GHYH� VHU� UHWRPDGR� SHOR� SURQRPH� GHPRQVWUDWLYR� ³DTXHOD´� H� R�
~OWLPR�p�UHWRPDGR�SHOR�SURQRPH�GHPRQVWUDWLYR�³HVWD´� 
 Assim, a alternativa correta é a (C). 
Gabarito: C 
 
Questão 25: Funarte 2014 ± Superior (banca FGV) 
³Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo (nunca 
se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é, no 
Brasil, uma deliberada norma de conduta, uma diretUL]�IXQGDPHQWDO´� 
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As formas sublinhadas do demonstrativo se justificam porque: 
(A) se referem a algo bastante distante no tempo; 
(B) se ligam a termos afetivamente próximos; 
(C) se prendem a elementos textuais próximos do leitor; 
(D) denotam algo que está afastado do emissor e do receptor; 
(E) indicam algo referido de modo vago, pouco definido. 
Comentário: $V� GXDV� RFRUUrQFLDV� GR� SURQRPH� GHPRQVWUDWLYR� ³DTXLOR´� QmR�
fazem referência a termo anterior. Tais pronomes indicam algo de modo vago 
que é caracterizado adiante com as orações subordinadas adjetivas restritivas 
³que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo´�H�³que se pode 
fazer depois de amanhã´� 
 Assim, a alternativa (E) é a correta. 
Gabarito: E 
 
Questão 26: Petrobras / 2010 / Superior (banca Cesgranrio) 
Fragmento do texto: Como podemos superar esses momentos? Como fazer 
para evitar esses erros súbitos? Perguntas a que também quero responder, 
afinal, sou humano e cometo todos os erros inerentes a minha condição, 
contudo, posso afirmar que o mundo não acaba amanhã e,retirando a morte, 
as decisões podem ser adiadas, lembrando que algumas delas geram ônus e 
multas. No direito e na medicina isso é mais complexo, mas em muitas outras 
iUHDV� LVVR� p� SHUIHLWDPHQWH� DFHLWR�� $� Pi[LPD� GH� TXH� ³QmR� GHixe para fazer 
DPDQKm� R� TXH� YRFr� SRGH� ID]HU� KRMH´� QmR� p� WmR� Pi[LPD� DVVLP�� 'HYHPRV�
lembrar que nada é absoluto, mas relativo. 
(P�³1R�GLUHLWR�H�QD�PHGLFLQD� isso p�PDLV�FRPSOH[R�´��R�HOHPHQWR�GHVWDFDGR�
faz referência semântica, especificamente, a que passagem do texto? 
�$��³���FRPHWR�WRGRV�RV�HUURV���´ 
�%��³���R�PXQGR�QmR�DFDED�DPDQKm���´ 
�&��³UHWLUDQGR�D�PRUWH�´ 
�'��³DV�GHFLV}HV�SRGHP�VHU�DGLDGDV�´ 
�(��³���HP�PXLWDV�RXWUDV�iUHDV���´ 
Comentário: A atenção quantos aos elementos linguísticos do texto é muito 
importante. Neste caso, houve o recurso anafórico, com a retomada da 
expressão ³DV� GHFLV}HV� SRGHP� VHU� DGLDGDV´�� Veja que a afirmativa após a 
DGYHUVDWLYD� ³FRQWXGR´� Gi� rQIDVH� DR� FRQWUDVWH� PRWLYDGR pelo autor. Assim, 
salienta que o mundo não acaba amanhã e que as decisões podem ser 
adiadas�� 2� DXWRU� ID]� XPDV� UHVVDOYDV�� GL]HQGR� TXH� ³DOJXPDV� GHODV� JHUDP�
{QXV� H� PXOWDV´�� 1R� FDPSR� GR� GLUHLWR� H� GD� PHGLFLQD� esse adiamento das 
decisões pode trazer prejuízos, mas nas outras áreas não. Por isso, só cabe a 
alternativa (D). 
Gabarito: D 
 
Questão 27: CFRO 2015 ± Assistente Administrativo (banca Funcab) 
2� SURQRPH� UHODWLYR� GHVWDFDGR� HP�� ³(OH� p� XP�PRVTXLWR� GH� RULJHP� DIULFDQD��
QUE chegou ao Brasil via navios negreiros, na época do comércio de 
HVFUDYRV�´�IXQFLRQD�FRPR�HOHPHQWR�GH�FRHVmR�TXH��QR�WH[WR��UHWRPD�R�WHUPR� 
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a) africana. 
b) escravos. 
c) navios. 
d) mosquito. 
e) origem. 
Comentário: O pronome relativo ³que´� retomou R� VXEVWDQWLYR� ³PRVTXLWR´��
pois entendemos do texto que um mosquito de origem africana chegou ao 
Brasil via navios negreiros, na época do comércio de escravos. 
 Assim, a alternativa correta é a (D). 
Gabarito: D 
 
Questão 28: DPE RO 2015 ± Analista Contábil (banca FGV) 
³0HVPR� TXDQWR� jV� VDQo}HV� SUHYLVWDV� QR� HVWDWXWR�� DQWHV� GH� VH� FKHJDU� j�
internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a 
prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que (1) são 
frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, 
mesmo em casos em que (2) isso QmR�VH�MXVWLILFD´�� 
Nesse segmento do texto, o elemento que NÃO estabelece coesão formal com 
nenhum termo anterior é: 
(A) outras; 
(B) advertência; 
(C) que (1); 
(D) que (2); 
(E) isso. 
Comentário: 1D� DOWHUQDWLYD� �$��� R� SURQRPH� ³RXWUDV´� ID]� UHIHUrQFLD� DR�
VXEVWDQWLYR�³VDQo}HV´� 
 $�DOWHUQDWLYD� �%�� p� D� FRUUHWD�� SRLV� R� VXEVWDQWLYR� ³DGYHUWrQFLD´�QmR� ID]�
menção à informação anterior. 
 1D�DOWHUQDWLYD��&���R�SURQRPH�UHODWLYR�³TXH´�UHIHUH-se às sanções menos 
severas. 
 1D�DOWHUQDWLYD��'���R�SURQRPH�UHODWLYR�³TXH´�UHIHUH-VH�D�³FDVRV´� 
 1D�DOWHUQDWLYD��(���R�SURQRPH�GHPRQVWUDWLYR�³LVVR´�UHWRPD�D�LQIRUPDomR�
das orações anteriores. 
Gabarito: B 
 
Questão 29: Funarte 2014 ± Assistente Administrativo (banca FGV) 
Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo tempo que possa ser 
dispensado à sua leitura. Falam-nos de gratidão e poderão fazer-nos pensar 
no quanto a gratidão fará, ou não, parte das nossas vidas. Estou certo de que 
sabereis extrair a moral da história. 
No primeiro parágrafo há um conjunto de pronomes que se referem a 
elementos do texto ou da situação. O elemento referido está corretamente 
indicado em: 
(A) trago-vos ± o autor e leitores do texto; 
(B) que possa ± o leitor individual do texto; 
(C) Falam-nos ± os leitores do texto; 
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(D) sua leitura ± leitura do texto da prova; 
(E) nossas vidas ± vidas dos livros lidos. 
Comentário�� $� DOWHUQDWLYD� �$�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� SURQRPH� ³YRV´� UHIHUH-se 
aos leitores do texto. 
 A alternativD� �%�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� SURQRPH� ³TXH´� UHIHUH-se ao 
VXEVWDQWLYR�³WHPSR´� 
 $�DOWHUQDWLYD��&��p�D�FRUUHWD��SRLV�R�SURQRPH�³QRV´�UHIHUH-se aos leitores 
do texto (as histórias falam aos leitores sobre gratidão). 
 A alternativa (D) está errada, pois o pronome ³VXD´� UHIHUH-se à 
H[SUHVVmR�³DOJXPDV�KLVWyULDV´� 
 $� DOWHUQDWLYD� �(�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� SURQRPH� ³QRVVDV´� UHIHUH-se aos 
leitores do texto. 
Observação��e� FODUR�TXH�RV�SURQRPHV� ³QRV´�H� ³QRVVDV´�HQJOREDP� WDQWR�RV�
leitores quanto o autor do texto, pois ele este se inclui no grupo. Mesmo a 
DOWHUQDWLYD� �&�� DILUPDQGR� TXH� Ki� UHIHUrQFLD� D� ³OHLWRUHV´�� HVVH� ID]� SDUWH� GR�
grupo de leitores e autor, por isso não deixa de estar correta, ok?! 
Gabarito: C 
 
Questão 30: Prefeitura de Recife Assistente Administrativo 2014 (banca FGV) 
³2� VpFXOR� ;;� IRL� PDUFDGR� SRU� JUDQGHV� JXHUUDV� GH� UHSHUFXVVmR� PXQGLDO� HP�
razão de seu alcance e do número de países envolvidos. Já o século XXI 
apresenta guerras locais ou regionais, mas que de certa forma se tornam 
mundiais pelo número de espectadores. Isso se dá graças à tecnologia de 
informação, que envolve direta ou indiretamente cidadãos de quase todo o 
PXQGR´�� 
Nesse segmento do texto 2, os vocábulos que estabelecem coesão com algum 
termo anterior são: 
(A) seu / países / guerras; (B) países / guerras / espectadores; 
(C) guerras / espectadores / isso; (D) espectadores / isso / que; 
(E) seu / isso / que. 
Comentário��2�SURQRPH�³VHX´�UHWRPD�³JUDQGHV�JXHUUDV´��R�SURQRPH�³,VVR´�
retoma o segundo período sintático do texto, e o SURQRPH� UHODWLYR� ³TXH´�
UHWRPD�D�H[SUHVVmR�³WHFQRORJLD�GH�LQIRUPDomR´� 
 Assim, a alternativa correta é a (E). 
Gabarito: E 
 
Questão 31: Prefeitura de Recife ± 2014 Auditor (banca FGV) 
³7RUoR�SHODV�VDODV�GH�FLQHPD�GH�UXD�H�as frequento com assiduidade, apesar 
da inconveniência dos portadores de celulares e tablets, da barulhada com 
comilança, dos que conversam como na sala da própria casa, da ineficiência 
de muitas projeções e da pouca cordialidade dos funcionários que, entre um 
despreparo e outro, lançam a cara feia para cinéfilos que acompanham os 
FUpGLWRV�DWp�R�ILP´� 
Os vocábulos sublinhados têm a função de 
(A) esclarecer o significado de alguns vocábulos. 
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(B) organizar o discurso, repetindo alguns termos. 
(C) evitar a presença de muitas frases curtas. 
(D) substituir orações anteriores para abreviar o discurso. 
(E) estabelecer coerência entre elementos do texto. 
Comentário�� 2� SURQRPH� SHVVRDO� REOtTXR� iWRQR� ³DV´� UHWRPD� D� H[SUHVVmR�
³VDODV�GH�FLQHPD´�H�R�SURQRPH�UHODWLYR�³TXH´�UHWRPD�³IXQFLRQiULRV´��$VVLP��a 
alternativa correta é a (B). 
Gabarito: B 
 
Questão 32: SEGEP MA 2014 ± Auditor (banca FGV) 
Todas as utopias imaginadas até hoje acabaram em distopias, ou tinham na 
sua origem um defeito que as condenava. 
Sobre os componentes dessa primeira frase do texto, assinale a afirmativa 
correta. 
�$��³DWp´�LQGLFD�XP�SRQWR�OLPLWH�QR�HVSDoR� 
�%��³KRMH´�VH�UHIHUH�DR�PRPHQWR�GH�SURGXomR�GR�WH[WR� 
�&��³VXD´�VH�UHIHUH�D�³GLVWRSLDV´� 
�'��³TXH´�WHP�SRU�DQWHFHGHQWH�³RULJHP´� 
�(��³DV´�VXEVWLWXL�³XWRSLDV´�H�³GLVWRSLDV´� 
Comentário��$�DOWHUQDWLYD��$��HVWi�HUUDGD��SRLV�³DWp´�LQGLFD�OLPLWH�GH�WHPSR� 
 $�DOWHUQDWLYD��%��p�D�FRUUHWD��SRLV�UHDOPHQWH�R�DGYpUELR�³KRMH´�VH�UHIHUH�
ao momento de produção do texto. 
 $� DOWHUQDWLYD� �&�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� ³VXD´� VH� UHIHUH�D� ³XWRSLDV�
imaginDGDV´� 
 $� DOWHUQDWLYD� �'�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� SURQRPH� UHODWLYR� ³TXH´� UHWRPD�
³GHIHLWR´� 
 $�DOWHUQDWLYD��(��HVWi�HUUDGD��SRLV�³DV´�UHWRPD�³XWRSLDV�LPDJLQDGDV´� 
Gabarito: B 
 
Questão 33: ALMA 2013 ± Consultor Legislativo - nível superior (banca FGV) 
³No início do mês, um assaltante matou um jovem em São Paulo com um tiro 
na cabeça, mesmo depois de a vítima ter lhe passado o celular. Identificado 
por câmeras do sistema de segurança do prédio do rapaz, o criminoso foi 
localizado pela polícia, mas ± apesar de todos os registros que não deixam 
dúvidas sobre a autoria do assassinato ± não ficará um dia preso´� 
Nesse segmento inicial do texto, o vocábulo que tem seu sentido especificado 
por razões situacionais, ou seja, por elementos de fora do texto propriamente 
dito, é: 
(A) mês (B) vítima (C) rapaz (D) criminoso (E) que 
Comentário: A própria questão nos mostra que devemos marcar a alternativa 
que não possua coesão referencial, isto é, devemos buscar pela palavra que 
não faça menção a outra dentro do texto. 
 VeMD� TXH� D� SDODYUD� ³mês´� QmR� ID]� PHQomR� D� QHQKXPD� DQWHULRU�� QHP�
posterior. Tal palavra indica o mês em vigor, segundo o momento em que se 
encontra o autor. Assim, é a alternativa (A) que possui um vocábulo de 
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(C) reconhecidos pelos leitores. 
(D) citados indeterminadamente. 
(E) certamente distantes. 
Comentário: 9HMD� TXH� RV� DGYpUELRV� ³DTXL´� H� ³DOL´� QmR� HVWmR� VHQGR� XVDGRV�
como recurso anafórico, isto é, eles não retomam palavras anteriores. Note 
que estão sendo usados de forma generalizante, ou seja, como qualquer lugar 
em São Paulo em que ocorra enchente e que possa ser apontado por alguma 
autoridade. Assim, a alternativa (D) é a correta. Ao comentarmos a 
alternativa correta, automaticamente, entendemos por que as demais 
alternativas estão erradas. 
Gabarito: D 
 
Questão 35: CITEPE / 2011 / Médio (banca Cesgranrio) 
Fragmento do texto: Ela, ao tentar puxar a ponta de fio do casulo, fez com 
que fino fio de seda se desenrolasse, amolecido pela água quente do chá. Diz 
ainda a lenda que a imperatriz fez um fino manto de seda para o imperador. 
(P� ³'L]�ainda a lenda que a imperatriz fez um fino manto de seda para o 
LPSHUDGRU�´��R�HOHPHQWR�GHVWDFDGR é um conector de 
(A) inclusão (B) oposição (C) comparação 
(D) explicação (E) retificação 
Comentário: 2� YRFiEXOR� ³DLQGD´� p� SDODYUD� GHQRWDWLYD� GH� LQFOXVmR��
adicionando termos por coesão. 
Gabarito: A 
 
Questão 36: EBC ± 2011 ± nível médio (banca CESPE) 
Fragmento de texto: Meios de comunicação de massa financiados por 
dinheiro público e livres do controle privado comercial têm sido um modelo de 
comunicação bastante explorado e consolidado na maioria das democracias 
modernas. Trata-se de algo tão antigo quanto o próprio surgimento da TV e 
do rádio. Diversos países sustentam hoje robustas corporações de mídia 
pública que concentram substancial fatia da audiência e são reconhecidas pela 
qualidade no conteúdo que produzem e transmitem. 
 Uma das mais antigas em operação é a BBC do Reino Unido, criada nos 
anos 20 do século passado. A BBC tem servido como modelo para muitas 
outras experiências que surgiram durante todo o século passado. 
Julgue a afirmativa com C (CERTA) e E (ERRADA) 
1R� WUHFKR� ³8PD� GDV� PDLV� DQWLJDV´� �OLQKD� ���� D� HOLSVH� GD� H[SUHVVmR�
³FRUSRUDo}HV�GH�PtGLD�S~EOLFD´�IXQFLRQD�FRPR�UHFXUVR�FRHVLYR� 
Comentário�� $� H[SUHVVmR� ³Uma das mais antigas´� HVWi� IOH[LRQDGD� QR�
feminino e com o substantivo no plural, por fazer referência ao termo plural e 
IHPLQLQR� ³corporações de mídia pública´��(VWD�H[SUHVVmR� IRL�Rmitida naquela 
expressão para evitar repetição de vocábulo desnecessariamente. Veja: 
³8PD�GDV�PDLV� DQWLJDV� �corporações de mídia pública) em operação é a 
BBC do Reino Unido, criada nos anos 20 do século passado�´ 
Gabarito: C 
 
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Questão 37: Assembleia Legislativa ES ± 2011 ± nível médio (banca CESPE) 
Fragmento de texto: Na verdade, idealiza-se o que fazer (e que dificilmente 
acontece), esquecendo-se do presente. Geralmente, as expectativas centradas 
nesse futuro refletem uma insatisfação com a situação presente, tanto no 
nível pessoal como no profissional. 
Julgue a afirmativa com C (CERTA) e E (ERRADA) 
No final do parágrafo, está implícita a palavra nível antes do termo 
³SURILVVLRQDO´� 
Comentário��1D�H[SUHVVmR� ³tanto no nível pessoal como no´��R�DUWLJR� ³o´��
HP�FRQWUDomR�FRP�D�SUHSRVLomR�³em´��no���GHWHUPLQD�R�VXEVWDQWLYR�³nível´�QD�
primeira ocorrência (no nível) e faz subentender este substantivo na segunda 
ocorrência. Veja: 
³...tanto no nível pessoal como no (nível) profissional´� 
 Assim, a questão está correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 38: ANS 2015 ± Técnico (banca Funcab) 
Fragmento do texto: A criação literária, porém, que se faz à sombra da 
comunidade humana, aproximou-me sempre daqueles cujas experiências 
pessoais eram vizinhas no ato de escrever. Por isso, desde a infância, senti-
me irmanada aos jornalistas no uso das palavras e na maneira de captar o 
mundo. E a tal ponto vinculada aos jornais que nos vinham a casa, já pelas 
manhãs, que disputava com o pai o privilégio de lê-los antes dele. De 
aproximar-me destas páginas vivazes que, arrancando-me da sonolência, 
proclamavam que a vida despertara antes de mim. O drama humano 
não tinha instante para começar, precedera-me há horas, há milênios. 
³(�D�WDO�SRQWR�YLQFXODda aos jornais que nos vinham a casa, já pelas manhãs, 
que disputava com o pai o privilégio de lê-los antes dele." 
1R�SHUtRGR�WUDQVFULWR��D�FRUUHODomR�GLVFXUVLYD�HQWUH�D�H[SUHVVmR�³D�WDO�SRQWR��
FRP�R�FRQHFWLYR�³TXH��IRL�XVDGD�SDUD�H[SULPLU�R�VHQWLGR�GH�� 
a) proporcionalidade. 
b) causa. 
c) concessão. 
d) consequência. 
e) comparação. 
Comentário: Vimos na aula de período composto por subordinação adverbial 
que a FRQMXQomR�FRQVHFXWLYD� ³TXH´� VH� UHODFLRQD�FRP�H[SUHVV}HV� FRPR� ³WDO´��
³WDPDQKR´��³WDQWR´��³WmR´��para transmitir consequência. Isso também ocorreu 
nesse segmento do texto�� SRLV� WDO� FRQMXQomR� VH� OLJRX� j� H[SUHVVmR� ³D� WDO�
SRQWR´��$VVLP��D�DOWHUQDWLYD�FRUUHWD�p�D��'�� 
Gabarito: D 
 
 
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Questão 39: Pref Recife ± Analista 2014 (Banca FGV) 
O perigo da intolerância religiosa 
A tolerância religiosa no Brasil nunca foi pura e simplesmente uma medida 
imposta por decreto. É antes disso um aspecto cultural. Por um lado, foi 
preciso incluir na Constituição artigo resguardando a liberdade de culto e 
proteção contra a discriminação, porque tais garantias não seriam naturais; 
por outro, a convivência entre credos distintos foi facilitada pela formação do 
povo. A miscigenação e a intimidade entre a casagrande e a senzala 
resultaram em mecanismos de acomodação, como o sincretismo que uniu 
religiões aparentemente tão diferentes quanto o catolicismo e o candomblé. 
(O Globo, 17/8/2014) 
³e�DQWHV�GLVVR�XP�DVSHFWR�FXOWXUDO�´ 
$�H[SUHVVmR�³DQWHV�GLVVR´�PRVWUD�YDORU�VHPkQWLFR�GH 
(A) oposição. 
(B) tempo. 
(C) conclusão. 
(D) explicação. 
(E) modo. 
Comentário: $� H[SUHVVmR� ³DQWHV� GLVVR´� HP� FHUWRV� FRQWH[WRV� WUDGX]� R� YDORU�
temporal (antes daquele momento). Porém, neste contexto, marca-se uma 
oposição. Note que o texto informa que a tolerância religiosa no Brasil nunca 
foi pura e simplesmente uma medidaimposta por decreto. Na realidade, é um 
aspecto cultural. Assim, percebe-se o valor de contraste, de oposição. 
Gabarito: A 
 
 
 
 
ANPAD 2006 
 Poucas vezes, na história recente do país, os debates sobre a corrupção 
e suas consequências estiveram tão acalorados. A crise política virou o 
assunto do dia no governo, na imprensa, entre analistas e empresas. 
 Há, porém, uma corrupção quase subterrânea, que prolifera em todos 
os níveis da economia brasileira, varia em tamanho e importância e provoca 
um fantástico efeito negativo sobre a competitividade do país. O economista 
Marcos Fernandes, autor do livro A Economia Política da Corrupção no Brasil, 
calculou o impacto desse mal no crescimento nacional. O resultado 
impressiona: o Brasil hoje ocupa a 59a posição num ranking internacional de 
corrupção e perde até para Botswana e Suriname. Se o país conseguisse 
atingir o patamar dos Estados Unidos, o 15° mais bem posicionado nessa 
lista, ganharia a cada ano 2 pontos percentuais de crescimento econômico. 
Isso corresponde à afirmação de que, hoje, a economia brasileira poderia 
crescer num ritmo anual de 6% - semelhante ao invejável desempenho da 
Índia. Posto de outra forma, significa dizer também que, se há dez anos os 
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níveis de corrupção brasileiro e americano estivessem equiparados, o PIB 
nacional no ano passado teria sido 380 bilhões de reais maior. 
 Trata-se de um resultado assustador. O desrespeito às leis, a falta de 
transparência nos contratos, um sistema judiciário pouco confiável e a 
burocracia enlouquecedora reduzem as chances de retorno dos investimentos 
ou simplesmente afugentam o capital. Com menos investimentos, há menos 
FUHVFLPHQWR�� ³$� FRUUXSomR�p�Srovavelmente o maior problema que o Brasil 
WHUi�GH�HQFDUDU� VH�TXLVHU� FUHVFHU´�� GL]� R� ILQDQFLVWD� DPHULFDQR�0DUN�0RELXV��
um dos homens mais ricos do mundo e um dos maiores especialistas em 
mercados emergentes, com mais de 3 bilhões de dólares aplicados no Brasil. 
³e�SUHFLVR�LQVSLUDU�FRQILDQoD�QRV�LQYHVWLGRUHV�´ 
 Talvez seja este o maior dos males da corrupção disseminada ± ela 
rouba de forma acintosa a confiança do mercado no sistema e faz com que 
ele se deteriore. De acordo com mais recente pesquisa da ONG Transparência 
Brasil, metade das empresas consultadas já foram vítimas de achaques. Nos 
setores mais afetados, as propinas consomem até 10% da receita anual. 
Contam-se às dezenas os episódios relacionados à corrupção que evidenciam 
o efeito devastador da ilegalidade no mundo dos negócios. 
 Os estudiosos do tema arriscam hipóteses para explicar o avanço da 
corrupção no Brasil. Uma primeira causa diz respeito ao tamanho e ao 
funcionamento do Estado. Atualmente, o setor público consome quase 40% 
da renda nacional, um recorde absoluto entre os países emergentes. Quando 
a máquina estatal assume tais dimensões, é quase inevitável a interferência ± 
lícita e ilícita ± na iniciativa privada. Para complicar, o Estado brasileiro não é 
apenas exagerado, mas também extremamente burocratizado. Foi o que 
mostrou o último relatório do Banco Mundial sobre o ambiente de negócios: o 
retrato produzido pelo corpo técnico da instituição mostra o Brasil como um 
paraíso da burocracia. Cada vez que um empresário brasileiro precisa de um 
carimbo oficial ± para abrir uma empresa, para exportar, para contratar, para 
conseguir numa licença -, vê-se preso a um emaranhado legal só comparável 
DR� GH� DOJXQV� SDtVHV� DIULFDQRV�� ³2� %UDVLO� WHP� XP� GRV� SLRUHV� DPELHQWHV� GH�
negócios do mundo, e isso favRUHFH�D� FRUUXSomR´��GL]�R�HFRQRPLVWD�6LPHRQ�
'MDQNRY�� UHVSRQViYHO� SHOD� SHVTXLVD� GR� %DQFR� 0XQGLDO�� ³6HPSUH� TXH� R�
sucesso depende de um agente público, o campo para desvios de conduta é 
IpUWLO�´ 
 Das pragas que assolam o mundo empresarial, a corrupção é a que 
acarreta maiores sequelas, por contaminar a cultura, abalar a auto-estima 
dos funcionários, manchar a imagem das empresas e impedir o crescimento 
do país. Combatê-la é colocar um visto a mais no passaporte para entrar no 
grupo das economias desenvolvidas. 
LAHÓZ, André e ONAGA, Marcelo. Fragmento adaptado do portal Exame de 15 de 
julho de 2005. 
Questão 1: Assinale V(Verdadeiro) ou F(Falso). 
( ) Crise, mal, problema e pragas são palavras usadas no texto, às linhas 
2, 8, 22 e 51, respectivamente para retomar o termo corrupção. 
( ) O termo porém(linha 4) equivale ao termo mas (linha 40) porque, no 
contexto, ambos introduzem ideia de oposição. 
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( ) A expressão posto de outra forma(linha 15) pode ser suprimida desse 
trecho sem implicar alteração de sentido do período. 
( ) As palavra desrespeito(linha 18), acintosa(linha 28) e ilegalidade(linha 
33) são formadas com um elemento de negação em sua estrutura. 
A sequência CORRETA é 
A) V V V F. 
B) V V F F. 
C) F F V F. 
D) F V V F. 
E) F F V V. 
 
Questão 2: Assinale a alternativa em que a palavra destacada NÃO se refere 
à palavra ou à expressão indicada entre parênteses. 
A) ³3RXFDV�YH]HV��QD�KLVWyULD�UHFHQWH�GR�SDtV��RV�GHEDWHV�VREUH�D�FRUUXSomR�H�
suas FRQVHTXrQFLDV�HVWLYHUDP�WmR�DFDORUDGRV´�GD�FRUUXSomR� 
B) ³6H�R�SDtV�FRQVHJXLVVH�DWLQJLU�R�SDWDPDU�GRV�(VWDGRV�8QLGRV��R���º mais 
bem posicionado nessa OLVWD´����OLVWD� 
C) ³7DOYH]� VHMD� este o maior dos males da corrupção disseminada ± ela 
rouba de forma aFLQWRVD�D�FRQILDQoD�GR�PHUFDGR�QR�VLVWHPD´����R�URXER�GD�
confiança do mercado no sistema) 
D) ³2� %UDVLO� WHP� XP� GRV� SLRUHV� DPELHQWHV� GH� QHJyFLRV� GR� PXQGR�� H� isso 
IDYRUHFH�D�FRUUXSomR´����R�IDWR�GH�R�%UDVLO�WHU�XP�GRV�SLRUHV�DPELHQWHV�GH�
negócios do mundo) 
E) ³O economista Marcos Fernandes, autor do livro A Economia Política da 
Corrupção no Brasil, calculou o impacto desse mal no crescimento 
QDFLRQDO�´�LPSDFWR� 
 
ANPAD 2009 
Biocombustíveis ou bioconsumíveis? 
 Foi-se a época do ouro amarelo. Aquele que produz belas peças 
ornamentais: brincos, pulseiras, colares, coroas. Naquela época, reinavam os 
cavalos e outros quadrúpedes como força motriz para os meios de transporte, 
o que, na verdade, já acontecia há muitos anos. Em seguida, esses animais 
foram trocados, mas não totalmente, pelos mecanismos a vapor, que tiveram 
passagem sobre a Terra. 
 Chegou-se, depois, à época do ouro negro, que não produz nada belo, 
nada ornamental: gasolina, diesel, pavimento asfáltico, lubrificantes. Com ele, 
passaram a reinar os carros e os aviões, tendo como força motriz algo 
puramente mecânico, alimentado a ouro. 
 Hoje, entramos na época do ouro verde. Brota do chão como ouro negro 
e é tão orgânico quanto os quadrúpedes do começo, apesar de não engendrar 
a beleza artesanal do ouro amarelo; é o chamado biocombustível. Derivado 
dos mais diversos tipos de plantas ± milho, cana-de-açúcar, girassol, 
mamona, dentre outras -, impõe-se como novo senhor sobre uma necessidade 
humana: locomover-se. E não é locomover-se como os cavalos, mas a uma 
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velocidade maior, para vencer maiores distâncias, rumo a um futuro mais 
grandioso. 
 Com a criação dos motores a biocombustível, por mais incrível que 
pareça, acabamos por criar cavalos mecânicos, ou seja, meios de locomoção 
PDLV� UiSLGRV� TXH� RV� FDYDORV� ELROyJLFRV�� FXMR� ³GLJHVWRU´� TXH� JHUD� D� HQHUJLD�
para a locomoção é cada vez mais movido por recursos orgânicos,

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