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Direito Constitucional Aula 1

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DIREITO CONSTITUCIONAL – MÓDULO 1
Professor: Francion Santos
AULA 01– PODER CONSTITUINTE; ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO; PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
I - PODER CONSTITUINTE
1. CONCEITO DE PODER CONSTITUINTE
Poder constituinte é o poder de elaborar (poder originário) ou atualizar (poder derivado) uma Constituição, através da supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais.
No Brasil, no verbo elaborar, é possível afirmar que nós já ultrapassamos oito exercícios do poder constituinte originário: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969, 1988. Vale lembrar que a CF/1969 formalmente era uma emenda, mas materialmente era uma Constituição, conforme entendimento pacificado pelo STF.
O grande teórico do poder constituinte foi o abade Emmanuel Joseph Sieyès, através do seu “panfleto” denominado “Que é o terceiro Estado?”.
Para provas adotar o entendimento de que a titularidade do poder constituinte pertence ao povo (posicionamento tranquilamente majoritário na doutrina moderna). Assim, seguindo a tendência moderna, o parágrafo único do art. 1º da CF/88 estabelece que todo poder emana do povo.
Vale ressaltar, por oportuno, que no tocante ao poder constituinte, atitularidade é aspecto distinto do exercício. Assim, o titular desse poder nem sempre é quem o exerce.
2. ESPÉCIES
2.1 - Poder Constituinte Originário
Conceito: Também pode ser chamado inicial, inaugural ou de primeiro grau. É aquele poder que instaurauma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente. O objetivo fundamental do poder constituinte originário, portanto, é criar um novo Estado, diverso do que vigorava em decorrência da manifestação do poder constituinte precedente.
Este poder constituinte está acima da própria CF e corresponde à vontade do titular do Poder Constituinte, portanto, ele é anterior, posterior e superior à própria constituição. Assim, pode-se afirmar que o Brasil adotou a corrente positivista clássica de modo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica.
Características:
	Inicial = porque inaugura uma nova ordem jurídica rompendo com a anterior. Por isso se diz que o poder originário é constituinte e desconstituinte.
	Autônomo = porque só ao seu exercente cabe fixar os termos em que a nova constituição será estabelecida e qual o direito deverá ser implantado.
	Ilimitado = porque é soberano e não sofre qualquer limitação prévia imposta pelo direito anterior.
	Incondicionado = porque não tem de se submeter a qualquer forma prefixada de manifestação.
	Permanente = porque não desaparece com a realização de sua obra, ou seja, com a elaboração de uma nova Constituição.
2.2 - Poder Constituinte Derivado
Conceito: Como o próprionome sugere, o poder constituinte derivado é criado e instituído pelo originário, sendo também denominado instituído, constituído, secundário e de segundo grau.
Enquanto o originário está acima da CF, este poder derivado encontra-se inserto na própria Carta. Assim, ao contrário do seu criador, que é ilimitado, incondicionado e inicial, o derivado deve obedecer as regras impostas pelo originário.
Características:
	Derivado = porque deriva do poder constituinte originário.
	Limitado (subordinado) = porque aconstituição lhe impõe limitações através de normas expressas e implícitas, às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade.
	Condicionado = porque só pode se manifestar de acordo com as formalidades traçadas na constituição.
Espécies: Este poder divide-se em poder reformador e decorrente, vejamos:
2.2.1 – Reformador:consiste no poder de alterar e atualizar a constituição através de Emendas Constitucionais, que são alterações pontuais do texto constitucional, cujo procedimento se encontra previsto na própria constituição.
2.2.2 – Revisor:consiste no poder de alterar e atualizar a constituição através de Emendas de Revisão, que se destinam à alteração global e geral do texto constitucional, por meio de formalidades mais simples do que asconcernentes às emendas. No entanto, a previsão da revisão constitucional foi excepcional e autorizada para ocorrer uma única vez, em data pré-estabelecida (a partir de cinco anos após a promulgação da Constituição, conforme art. 3º do ADCT). Essa única revisão pela qual passou a Constituição resultou em 6 emendas de revisão.
2.2.3 – Decorrente:Traduz-se no poder que têm os Estados membros de elaborarem suas próprias Constituições Estaduais, e o Distrito Federal de elaborar a sua Lei Orgânica Distrital.Tal competência decorre da capacidade de auto-organização, prevista no art. 25, caput, da CF/88: “os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios dessa Constituição”.
2.3 - Poder Constituinte Difuso
Conceito: trata-se de processo informal de mudança da Constituição, alterando-se o seu sentido interpretativo e não o seu texto, que permanece intacto e com a mesma literalidade.
É chamado de difuso porque não vem formalizado nas constituições (não vem escrito no texto da Lei Magna), mesmo assim, está presente na vida dos ordenamentos jurídicos, uma vez que sua origem dar-se-á a partir do fato social, político e econômico. Segundo o Professor Uadi Lammêgo Bulos, “enquanto o poder originário é a potência, quefaz a Constituição, e o poder derivado, a competência, que a reformula, o poder difuso é a força invisível que a altera, mas sem mudar-lhe uma vírgula sequer”.
Assim, o poder constituinte difuso é o poder de realizar mudanças no conteúdo, alcance, sentido das normas constitucionais, sem haver alteração do texto constitucional, pois isto é função do poder constituinte derivado reformador, desde que sejam respeitadas as limitações impostas pelo poder constituinte originário durante seu exercício.
2.4 - Poder Constituinte Supranacional
Conceito: Poder Constituinte Supranacional é o poder que cria uma Constituição, na qual cada Estado cede uma parcela de sua soberania para que uma Constituição comunitária seja criada.
Assim, o Poder ConstituinteSupranacional tem a função de fazer e reformular as Constituições transnacionais, supranacionais ou globais, buscando sua fonte de validade na cidadania universal, na multiplicidade de ordenamentos jurídicos, na vontade de integração e em um conceito remodelado de cidadania, ultrapassando as fronteiras e unindo cada vez mais as diversas culturas internacionais, através da elaboração de Constituições que as englobem progressivamente.
Conforme entende Maurício Andreioulo Rodrigues1	Poder constituinte supranacional: esse novo personagem. Pag. 96
, o poder constituinte deve basear-se mais na vontade do povo-cidadão universal, do que na vontade do povo-nação, ou seja, um poder constituinte fundamentado na cidadania universal. Assim, conforme entendimento doutrinário, o titular do Poder Constituinte Supranacional não é o povo, mas o cidadão universal.
II - ESTRUTURA DA CF/88
	Preâmbulo
Preâmbulo é a parte precedente de uma Constituição que pré anuncia a carga ideológica da mesma, os valores que ela prestigia e os fins por ela estabelecidos. Preâmbulo é um anúncio prévio do que virá.
Segundo o STF, o preâmbulo não tem força coercitiva e, portanto, não pode servir de parâmetro para o exercício do controle de constitucionalidade. (Tese dairrelevância jurídica do Preâmbulo)
As Constituições Estaduais e as leis orgânicas municipais podem ou não apresentar preâmbulo, pois não se trata de norma de repetição obrigatória.
Para o Supremo, o preâmbulo é mero instrumento de interpretação, não temforça obrigatória, não é de repetição obrigatória. Se situa no domínio da política, e não do direito.
Por oportuno, já se questionou se a menção a Deus no preâmbulo viola a ideia de Estado laico. O STF disse que não.
	Parte Dogmática
A carta é dogmática, pois apresenta condutas que representam concepções políticas. A CF é dogmática em 250 artigos e 9 títulos.
A disposição dostítulos da CF demonstra como existe hierarquia material entre as normas constitucionais (e isso é pacífico), muito embora no aspecto formal não exista hierarquia.
É fácil observar que as normas constitucionais mais importantes estão no início da CF. A doutrina divide a parte dogmáticaem:
	Normas constitucionais centrais (art. 1º a 232)
	Das Disposições Constitucionais Gerais (art.233 a 250)
	Parte Transitória - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)
Não há dúvida de que o ADCT é uma norma constitucional, não só porque foi elaborado pelos nossos constituintes de 1988, como também em face do fato do mesmo só ser alterado por Emenda Constitucional.
A dúvida maior é saber o que o nosso constituinte quis dizer com o termo “transitórias”.
Luís Roberto Barroso, ao falar das disposições transitórias, diz que as mesmas significam: “a influência do passado com o presente,a positividade que se impõe com aquela que se esvai” (BARROSO, 2003, p. 310).
Pelas palavras do referido autor, fica claro que o mesmo entende que a função maior da ADCT é justamente fazer uma transição entre o ordenamento jurídico que se vai com o ordenamento jurídico que chega, sendo esse também o entendimento do autor francês Paul Roubier, ao dizer que as disposições transitórias: “têm por finalidade estabelecer um regime intermediário entre duas leis, permitindo a conciliação das situações jurídicas pendentes com a nova ordem legislativa”. (ROUBIER, apud FERRAZ, 2005, p. 56)
Daí surge a maior finalidade de uma ADCT, qual seja, fazer um elo de ligação entre duas constituições, evitando, assim, um colapso decorrente da referida transição. Assim, os dispositivos do ADCT têm natureza jurídica de normas constitucionais de transição, sejam temporárias ou não, fazendo parte do que Raul Rocha Machado chama de “Direito Transitório” (HORTA, 2006, p. 321), apesar de reconhecermos que muitas de suas regras só vigoram durante certo espaço de tempo.
Disso decorre que o ADCT, diferentemente das normas contidas no corpo, há de apresentar frequentemente normas marcadas pela concretude e especificidade, inclusive, em alguns casos, datadas. Dessa forma, é compreensível que normas como a do art. 3º (previsão do prazo de cinco anos para a revisão constitucional), art. 4º (fixação do limite do mandato do presidente à época da promulgação da Carta), art. 13 (criação do Estado de Tocantins), art. 14 (transformação dos Territórios Federais de Roraima e do Amapá em Estados Federados) etc. tenham exaurido seus efeitos.
Nada impede, contudo, que o Poder Constituído Derivado Reformador acrescente, no exercício do poder de emendabilidade, outras normas ao ADCT. Tal é o caso, exemplarmente, da Emenda Constitucional nº 73/2013, que incluiu o § 11 ao art. 27, ao criar quatro novos Tribunais Regionais Federais (6º, 7º, 8º e 9º Regiões); e da EC 88/2015 (conhecida como “PEC da Bengala”), que incluiu o art. 100 ao ADCT estabelecendo a idade de 75 para a aposentadoria compulsória dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União até regulamentação da matéria através de lei complementar. 
Assim, as regras do ADCT são de observância obrigatória, seja pelos cidadãos, seja pelo próprio Poder Público.
Ademais, evidencia-se que, segundo a jurisprudência do STF (RE 215.107/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, j. 21/11/2006, p. DJ 02/02/2007), o ADCT é dotado de status jurídico e hierárquico idêntico ao das demais normas constitucionais. Consequentemente, é lógico concluir que suas disposições podem servir como parâmetro para o controle nas ações diretas de inconstitucionalidade. Mas é preciso observar um detalhe importante: assim como ocorre em relação às normas constitucionais já revogadas, as normas do ADCT que tiveram sua eficácia exaurida não podem servir de parâmetro para a aferição da parametricidade constitucional. Em tais hipóteses, a incidência da norma implica o seu exaurimentoeficacial. Ato contínuo, é correto dizer que, uma vez cumprida sua função no ordenamento, não se prestam mais como normas de referência para o controle.
Importante:"Lei ou norma de caráter ou efeito concreto já exaurido não pode ser objeto de controle abstrato de constitucionalidade, em ação direta de inconstitucionalidade." (ADI 2.980, rel. p/ o ac. min. Cezar Peluso, julgamento em 5-2-2009, Plenário, DJE de 7-8-2009.) No mesmo sentido: ADI 2.549, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 1º-6-2011, Plenário, DJE de 3-11-2011.
III - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS - ARTIGOS 1º AO 4º
	Art. 1º - Fundamentos da República Federativa do Brasil
Além de listar os fundamentos da República, consagra o art. 1º da CF as bases políticas do Estado brasileiro, a saber:princípio federativo (consagrando a forma de Estado), princípio republicano (consagrando a forma de governo), princípio do Estado Democrático de Direito (definindo o regime político).
	Princípio Federativo
	Princípio Republicano
	Princípio do Estado Democrático de Direito
O Estado democrático se assenta no pilar da soberania popular, pois a base do conceito de democracia está ligada à noção de governo do povo, pelo povo e para o povo.
O art. 1º da CF elenca quais seriam os fundamentos constitucionais daRepública Federativa do Brasil.
Todos os fundamentos formam o processo mnemônico de memorização SO CI DI VA PLU.
1.1 - Soberania
Para a doutrina majoritária, três são os elementos que compõem o Estado. São eles:
	SOBERANIA, que pode ser dividida em externa e interna.
	POVO, que não se confunde com nação e população.
	TERRITÓRIO, que pode ser jurídico ou geográfico.
Dos três elementos constitutivos do Estado, apenas a soberania é também fundamento da República Federativa do Brasil. Logo, a soberania pode ser entendida como um elemento constitutivo do Estado.
	A soberania externa é aquela que resguarda o princípio da não intervenção, nas suas diversas dimensões (não intervenção cultural, linguística, etc.). Significa independência na ordem internacional.
	Asoberania interna significa que o poder do Estado não pode ser limitado por nenhum outro poder. O poder do Estado é o mais alto existente dentro do Estado, é a potestade. Significa supremacia no âmbito interno.
Obs: a União não é soberana. Soberano é o Estado Brasileiro (República Federativa do Brasil).
A União (pessoa jurídica de direito público interno) é ente federativo autônomo, todavia, não é superior aos demais entes que compõem a federação brasileira.
1.2 - Cidadania
A cidadania pode ser compreendida em dois sentidos:
	Sentido Amplo: Consiste no conjunto de direitos e obrigações firmadas entre o Estado e o nacional. Todo indivíduo que integra o povo brasileiro é cidadão. O real sentido de cidadania não se restringe ao campo dos direitos políticos.Já se disse que exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. Logo, este é o conceito que melhor atende aos postulados de dignidade humana.
	Sentido Estrito: Cidadão em sentido mínimo ou restrito é o cidadão eleitor. Esse é o conteúdo jurídico tradicional da expressão cidadania, que reconduz ao exercício do direito político ativo (capacidade eleitoral ativa = votar).
Obs: a legitimidade ativa para propositura da ação popular está circunscrita ao conceito de cidadão em sentido estrito. Essa cidadania se comprova por meio do título de eleitor (art. 1º, § 3º da lei 4.717/65).
Obs: medida provisória não pode tratar sobre normas relativas à cidadania (nem direitos político, dos partidos político, direito eleitoral e direitos de nacionalidade – dentre outras matérias).
1.3 - Dignidade Da Pessoa Humana
Trata-se do fim supremo de todo o direito e é o fundamento maior do Estado brasileiro.
Obs.: segundo a doutrina majoritária, o princípio da dignidade da pessoa humana pode ser relativizadosob o fundamento de que não existem princípios absolutos.
O que difere o princípio da dignidade da pessoa humana dosdemais princípios é o fato de tratar-se de um princípio meta, um princípio fim. Ou seja, todo e qualquer conflito de princípios deve tercomo solução aquela que mais se aproxima da dignidade da pessoa humana. Essa solução não pode ser prévia e abstrata, pois sempre deverá ser analisado o caso concreto.
1.4 - Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa
A primeira Constituiçãobrasileira a fazer referência à valorização do trabalho foi a de 1946; referência essa mantida nas Constituições de 1967 e 1969. A livre iniciativa, por sua vez, deve ser compatibilizada à valorização do trabalho, pois ambos constituem fundamento do Estadobrasileiro e consagram, por assim dizer, a opção constitucional pela ideologia democrático-social.
1.5 - Pluralismo Político
Tal princípio não deve ser confundido com pluripartidarismo – sistema que permite a criação de inúmeros partidos. Em verdade, sua abrangência é muito maior, significando um direito fundamental à diferença em todos os âmbitos em expressões da convivência humana. Tanto nas escolhas de natureza política, quanto nas de caráter religioso, econômico, social e cultural. Liga-se à ideia detolerância, significando que ninguém pode ser vítima de preconceitos, de ódio ou de perseguições pelo simples fato de ser diferente, afinal o normal é ser diferente.
ART. 1º, PRÁGRAFO ÚNICO: Diz que todo poder emana do povo, que o exerce por meio dos seus representantes eleitosou diretamente, nos termos desta Constituição. Trata-se da chamada democracia participativa (semidireta), combinando-se elementos do sistema representativo com os da democracia direta. Exemplos de democracia direta são o plebiscito, referendo e a iniciativa popular.
	ART. 2º - TRIPARTIÇÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS
São poderes da União independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Primeiro; o poder é uno e indivisível. Divididas são as funções do Estado.Portanto, é técnico e correto se referir à tripartição das funções estatais. A partir dessa ideia nós conhecemos a possibilidade de exercício de funções típicas e atípicas.
	ART. 3º - OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - GPCE
Os objetivos fundamentais constituem normas programáticas. Normas programáticas são as que estabelecem políticas públicas a serem implementadas pelo Estado para a consecução dos seus fins sociais. Objetivos são metas a serem alcançadas, são ações.
Obs: Sempre que a assertiva estiver composta de verbos e metas, estaremos diante de objetivos fundamentais, que não se confunde com os fundamentos da república. Ex. construir, garantir, erradicar e promover.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I -construiruma sociedade livre, justa e solidária;
II -garantiro desenvolvimento nacional;
III -erradicara pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV -promovero bem de todos, sem preconceitos deorigem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
O rol dos objetivos fundamentais é meramente exemplificativo, ou seja, não se trata de rol taxativo, tendo em vista a existência de vários outros objetivos fundamentais que nãoestão previstos expressamente no texto constitucional.
	ART. 4º - PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL NAS SUAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
São dez incisos que perfazem o processo mnemônico de memorização CC II DNA PRS.
Art. 4º A RepúblicaFederativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesada paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integraçãoeconômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Destaque para PREVALÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS. Esse é um dos princípios mais importantes, principalmente em decorrênciada EC 45/04 que tratou da reforma do Poder Judiciário e inseriu o § 3º ao art. 5º da Constituição.
Com a nova redação, tem-se que:
“Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, emdois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
QUESTÕES DE CONCURSOS
1. ( ) (AGU/PROCURADOR FEDERAL/ CESPE/2013) A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF, reflete um sentimentoreligioso, o que não enfraquece o fato de o Estado brasileiro ser laico, ou seja, um Estado em que há liberdade de consciência e de crença, onde ninguém é privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica.
2. ( ) (AGU/PROCURADORFEDERAL/ CESPE/2013) O preâmbulo constitucional possui destacada relevância jurídica, situando-se no âmbito do direito e não simplesmente no domínio da política.
3. ( ) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário - Área Administrativa). O preâmbulo da CFé norma de reprodução obrigatória e de caráter normativo, segundo entendimento doutrinário sobre a matéria.
4. ( ) (TCE-ES/PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS/CESPE/2013) No tocante ao poder constituinte originário, o Brasiladotou a corrente positivista, demodo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica.
5. ( ) (MP/PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) A CF prevê expressamente o poder de reforma, o qual materializa o poder constituinte derivado.
6. (PUC/PR - 2015 – PGE/PR – Procurador do Estado). A tarefa do Poder Constituinte é criar normas jurídicas de valor constitucional, isto é, fazer a Constituição que atenda às demandas políticas e jurídicas de criação ou transformação. Sobre a teoria do Poder Constituinte, assinale a assertiva CORRETA.
a) O Poder Constituinte derivado é competência constitucional estabelecida voltada exclusivamente à revisão do texto constitucional.
b) O Poder Constituinte derivado decorrente não pode ser considerado limitado, sob pena de violação do princípio da autonomia dos entes federados.
c) De acordo com a teoria clássica do Poder Constituinte, a Constituição é resultado do exercício de um poder originário, anterior e superior a ela, no qual ela se radica e do qual advêm toda a sua premência e irrestrição.
d) O processo da mutação constitucional equivale formalmente ao exercício do Poder Constituinte derivado reformador.
e) O Poder Constituinte – tanto em sua versão originária quanto derivada – possui as mesmas características e limites, já queestabelece normas constitucionais por meio de um processo legislativo extraordinário.
7. ( ) (CESPE - 2015 – TRE/GO - Técnico Judiciário – Área Administrativa). Quanto ao conceito de Constituição e aos direitos individuais e de nacionalidade, julgue o seguinte item.
Devido ao status que tem uma Constituição dentro de um ordenamento jurídico, a entrada em vigor de um novo texto constitucional torna inaplicável a legislação infraconstitucional anterior.
8 ( ) (CESPE - 2015 – TRE/GO - Técnico Judiciário– Área Administrativa). No que se refere às disposições constitucionais, julgue o item a seguir.
As constituições estaduais promulgadas pelos estados-membros da Federação são expressões do poder constituinte derivado decorrente, cujo exercício foi atribuído pelo poder constituinte originário às assembleias legislativas.
9. ( ) (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo). Considerando-se a diferença entre os fundamentos e os objetivos da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que a dignidadeda pessoa humana é um fundamento e, não, um objetivo.
10. ( ) (CESPE - 2012 - TCU - Técnico de Controle Externo). A dignidade da pessoa humana é considerada um princípio absoluto na CF.
11. ( )(CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo). Dentre osprincípios que regem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais podem ser citados: a concessão de asilo político; o repúdio ao terrorismo e ao racismo; a defesa da paz; a não-intervenção e a autodeterminação dos povos.
12. (FCC - 2013 - PGE-BA - Assistente de Procuradoria) As características de ser inicial, autônomo e incondicionado são próprias:
a) da forma de Estado.
b) da Constituição Federal.
c) da supremacia da Constituição.
d) dos direitos fundamentais.
e) do poder constituinte originário. 
13. (FCC - 2013 - PGE-BA - Assistente de Procuradoria - adaptada) Em relação à natureza e classificação das normas constitucionais, é correto afirmar:
I. o preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte e não apresentando, portanto, força normativa, nem criando direitos ou obrigações.
II. o ADCT, ou Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, não tem natureza de norma constitucional, tratando-se de mera regra de transição, interpretativa e paradigmática.
III. o poder constituinte derivado reformador consiste no poder de alterar e atualizar a constituição através de Emendas Constitucionais, que são alterações pontuais do texto constitucional, cujo procedimento se encontra previsto na própria constituição.
Está correto o que se afirma em
a) III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
e) I e III, apenas.
14. ( ) (CESPE - 2015 - TCU - Técnico de Controle Externo). O pluralismo político que fundamenta a República Federativa do Brasil é conceito relacionado exclusivamente ao pluralismo partidário.
15. ( ) (CESPE - 2015 - TCU - Técnico de Controle Externo). O princípio da dignidade da pessoa humana, por ser uma proposição geral, de caráter fluido, carece de densidade normativa apta a ensejar a possibilidade de sua utilização como fundamento de decisão judicial.
16. ( ) (CESPE - 2016 - DPU - Conhecimentos Básicos - Cargos 3 e 8). Acerca dos princípios fundamentais expressos naConstituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
A prevalência dos direitos humanos, a concessão de asilo político e a solução pacífica de conflitos são princípios fundamentais que regem as relações internacionais do Brasil.
17. ( ) (CESPE - 2015 – TRE/RS – Analista Judiciário - desmembrada). Acerca dos princípios fundamentais expressos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
Os objetivos fundamentais traçados pela CF constam de rol taxativo que não admite ampliação por obra do intérprete constitucional.
18. ( ) (CESPE - 2015 – TRE/RS – Analista Judiciário - desmembrada). Acerca dos princípios fundamentais expressos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
A cidadania é conceito que se confunde com ademocracia e cujo exercício nessa se encerra.
19. ( ) (CESPE - 2015 – TRE/RS – Analista Judiciário - desmembrada). Acerca dos princípios fundamentais expressos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
A dignidade da pessoa humana éprincípio unidimensional, porque estritamente jurídico, e estanque, porque integrado estaticamente pelo conjunto de direitos fundamentais previstos na Constituição.
20. ( ) (CESPE - 2015 – TRE/RS – Analista Judiciário - desmembrada). Acerca dos princípios fundamentais expressos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
Os valores do trabalho e da livre iniciativa previstos na Constituição têm relação essencialmente com o trabalho remunerado e buscam assegurar ao trabalhador acorrespondente e justa contraprestação pelo desempenho de suas tarefas.
	GABARITO
	1. Certo
2. Errado
3. Errado
4. Certo
5. Certo
6. Alternativa “C”
7. Errado
8. Certo
9. Certo
10. Errado
	11. Certo
12. Alternativa “E”
13. Alternativa “E”
14. Errado
15. Errado
16. Certo
17. Errado
18. Errado
19. Errado
20. Errado

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