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apostila 1 economia politica aplicada

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Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Serviço Social 
 
 
 
 
 
Economia Política Aplicada 
Aula 1 
 
 
Prof. Rodolfo dos Santos Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa inicial 
Olá! Seja bem-vindo à primeira aula de Economia Política Aplicada. 
Nela, abordaremos os conceitos básicos de economia e política, sobretudo a 
respeito da economia mercantilista e do comércio internacional, além dos 
pensadores fisiocratas e o poder da natureza. 
Pronto para começar? 
Contextualizando 
A Economia Política é uma ciência social que tem a preocupação de 
estudar como a sociedade produz e distribui os bens e serviços que ela necessita 
e as leis, regras e normas que ela utiliza para isso, objetivando satisfazer as 
necessidades humanas diante da escassez de recursos. Para isso, essa ciência 
se utiliza de instrumentos de análise teórica e da própria ciência econômica 
(como a economia descritiva e a história econômica) que produzem 
conhecimento que servem para um enriquecimento da abstração teórica, que 
conduz a Economia Política a uma análise da realidade e seus impactos sobre 
a sociedade. 
Além de aprender sobre os fundamentos da economia política e o seu 
desenvolvimento histórico, você também perceberá que esta ciência reúne as 
contribuições dos teóricos e suas proposições, enquanto grupos ou indivíduos, 
e seus posicionamentos diante dos acontecimentos econômicos, sociais e 
políticos ocorridos em diversos momentos históricos como aqueles 
desenvolvidos na Grécia Antiga ou na Idade Média, que tornaram possível o 
surgimento dos estudos científicos da economia política na Idade Moderna.= 
Confira a introdução do professor Rodolfo dos Santos Silva sobre 
os temas a serem abordados nesta aula no material online. 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Tema 1: Fundamentos Econômicos 
A economia é uma ciência que estuda a administração dos recursos 
existentes em uma sociedade, bem como a escassez desses recursos e os 
problemas deles decorrentes. O principal objetivo da ciência econômica é o ser 
humano e sua relação com o ambiente em que vive, por isso a economia é 
considerada como uma ciência social. 
Ela estuda o caminho e as formas de aumentar a produção para melhorar as 
condições de vida das populações. Analisada historicamente ela pode 
demonstrar como foi formada a riqueza de uma sociedade. A economia é uma 
ciência social por estar ligada aos seres humanos e, por estar ligada as suas 
relações sociais, também é uma ciência política. 
A Economia Política, estabelecida ainda no período aristotélico, na Grécia 
Antiga, é uma ciência teórica baseada nos estudos de como o ser humano 
produz e distribuiu sua produção, levando em consideração as leis e regras que 
regem a sociedade. O economista francês Antoine de Montchrestien (1575-
1621), foi um dos primeiros teóricos do mercantilismo e ao qual se atribui a 
criação da expressão “economia política”. Na obra Traité de l´Économie Politique 
de 1616 (Tratado de Economia Política), esse economista sustentou que a 
ordem social exige a submissão dos mais fracos aos mais fortes e que a guerra 
contra o estrangeiro é útil à paz interna de uma nação. 
Para sobreviver frente às dificuldades encontradas durante seus milhares 
de anos, o ser humano optou por três vias para assegurar a sua existência. 
 Proporcionar a sua continuidade através da organização da 
sociedade em torno da tradição, passando de pai para filho as tarefas 
a serem desempenhadas na sociedade. 
 Uso do chicote das regras autoritárias para garantir que as tarefas 
fossem executadas. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
 Desenvolvimento de um surpreendente arranjo no qual a sociedade 
asseguraria sua própria continuidade deixando cada indivíduo fazer o 
que escolhesse como conveniente para ele - desde que obedecesse 
à regra principal de orientação: “o sistema de mercado”. 
O sistema de mercado, visto como uma iniciativa individual e egoísta do 
ser humano pelos defensores do liberalismo, teve sua base referencial no 
Princípio das Leis Naturais, abordada por muitos teóricos defensores da riqueza 
e do poder gerado pela natureza, dentre eles os fisiocratas, que em oposição ao 
Estado absolutista exigiram o fim da intervenção do Estado na economia 
estabelecida no modelo mercantilista. Em seus “Manuscritos Econômicos e 
Filosóficos”, Karl Marx (1818-1883) estabelece uma relação entre a economia 
apresentada pelos economistas clássicos Adam Smith (1723-1790) e David 
Ricardo (1722-1823) e a Economia Política. A descrição desse debate teórico a 
partir de uma tentativa de reconstrução histórica é abordada a seguir com os 
mercantilistas. 
Saiba mais sobre os fundamentos econômicos assistindo à 
explicação do professor Rodolfo dos Santos Silva no material online. 
Tema 2: Economia e Política 
De acordo com SANDRONI (2007) a Economia Política “é a ciência que 
estuda as relações sociais de produção, circulação e distribuição dos bens 
materiais, definindo as leis que regem tais relações”. Descrita primeiramente por 
Aristóteles, na junção das três palavras gregas: oikos, nomos e pólis (casa, leis, 
cidade), a Economia Política é a ciência que estuda como os indivíduos (ou 
grupos) produzem os bens que necessitam em sua casa, ou cidade, e como as 
leis são estabelecidas pelo Estado para que todos tenham acesso ao resultado 
desse processo produtivo. 
Antoine de Montchristien (1575-1621), em seu Tratado de Economia 
Política (1616), afirma que o Estado tem o papel de controlar a produção de bens 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
e serviços e organizar as leis para que a sociedade tenha acesso a esses bens 
e serviços. 
Jean Baptiste Say (1767-1832), industrial e economista francês, afirmou 
que a economia política representa o conhecimento sobre como se forma a 
riqueza e como ela é distribuída e apropriada pela sociedade e pelo Estado. 
Para John Stuart Mill (1806-1873), em seu livro: “Princípios de Economia 
Política com algumas de suas Aplicações à Filosofia Social”, publicado em 1848, 
delineia a Economia Política como o conhecimento sobre a formação da riqueza 
e como ela é distribuída e apropriada pela sociedade e pelo Estado. Para esse 
autor, ela estuda como se constitui historicamente a diversidade entre a riqueza 
e a pobreza, a razão pela qual ela é apropriada no presente e como poderá 
ocorrer essa apropriação no futuro, além das leis que as regulam. 
Tendo em vista que a Economia Política é o ramo de conhecimento que 
estuda como o ser humano se organiza para obter renda, produzir, distribuir e 
adquirir os bens e serviços de que necessita tendo em vista as normatizações 
existentes para que isso ocorra, é importante destacar que ao relacionar a 
Economia Política aos economistas clássicos, Karl Marx (1818) a entende como 
uma ciência que analisa a realidade e descreve como se materializou 
historicamente o processo de acumulação capitalista, a partir de um conjunto de 
conhecimentos que tem como objetivo verificar os aspectos sociais da produção, 
distribuição, consumo e acumulação de capital sem deixar de apontar que esse 
processo ocorreu a partir da exploração do trabalho por parte do capitalista. 
Nos manuscritos econômicos escritos por Marx (1818-1883) em 1844, ele 
enfatiza que a economia política busca justificar o processo de acumulação de 
capital através da exploração dos trabalhadores. 
Ao escrever seu manuscrito Marx critica a economia política desenvolvidapelos economistas clássicos como Adam Smith e David Ricardo. Marx questiona 
como os economistas clássicos apresentam a Economia Política ao enfatizar 
que a riqueza dos capitalistas vem do individualismo, da ganância e da 
 
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6 
competição e escondem que o capitalismo advém de um processo de 
acumulação historicamente construído e que favorece o surgimento do 
monopólio, da concentração de renda, da exploração dos trabalhadores na 
guilda e da concentração da propriedade. Para Marx a verdadeira análise do 
sistema econômico capitalista deve levar em conta que ele é um sistema de 
alienação, de propriedade privada, de ganância, de separação entre trabalho, 
capital e terra, troca e competição, valor e desvalorização do homem, monopólio 
e sistema do dinheiro. 
Na Economia Política de Karl Marx, o sistema econômico capitalista é um 
sistema econômico que favorece o processo de acumulação e desfavorece 
quem trabalha. Quanto mais o trabalhador produz riqueza mais pobre ele fica, 
pois, a mão-de-obra é uma mercadoria e quanto mais se produz mercadoria mais 
barata ela fica. A apropriação do resultado do trabalho por parte do capitalista 
justifica o processo de alienação. Quanto mais objetos o trabalhador produzir, 
menor será a sua possibilidade de adquiri-los. Nesse sentido, o trabalhador 
necessita da mercadoria que produz para sobreviver, resultado de seu próprio 
trabalho. O problema é que o trabalhador recebe salário de subsistência, o que 
dá apenas para adquirir o mínimo necessário para a sua sobrevivência. 
No discurso dos Economistas Clássicos, segundo Marx, os defensores da 
exploração capitalista, escondem a verdadeira origem do sistema de alienação 
do trabalho porque não analisam a relação entre os trabalhadores e o que, o 
quanto, o como e para quem produzem. Dessa forma escondem que o 
trabalhador produz bens diversos para os ricos aos quais ele jamais terá acesso, 
o que acentua ainda mais as diferenças entre quem trabalha e quem vive do 
trabalho alheio. Marx, destaca que o trabalhador produz castelos e não tem onde 
morar, cria maravilhas e belezas e só tem acesso àquilo que é feio. Os 
economistas clássicos não analisam que os trabalhadores criam máquinas que 
irão substituir a sua mão-de-obra e que o sistema transforma o próprio 
trabalhador em máquina. 
 
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7 
Quer saber mais sobre a relação entre economia e política? O 
professor Rodolfo dos Santos Silva explica esse conteúdo no material 
online. 
Tema 3: Economia Mercantilista e Comércio Internacional 
Os mercantilistas, limitando sua análise ao âmbito da circulação de bens, 
aprofundaram o conhecimento de questões como as da balança comercial, das 
taxas de câmbio e dos movimentos de dinheiro. Entre os principais 
representantes da doutrina está o francês Antoine de Montchrestien e os 
ingleses Thomas Greshan e Thomas Mun. Conheça melhor cada um deles. 
O economista francês Antoine de Montchrestien (1575-1621), preconizou 
o termo Economia Política no período mercantilista em sua obra Traité de 
l´Économie Politique de 1616 (Tratado de Economia Política), esse economista, 
propôs uma crescente intervenção do Estado em todas as atividades 
econômicas, obrigando as pessoas a trabalharem, criando manufaturas estatais 
e reservando o comércio aos nascidos na França. Considerava o comércio a 
mais importante atividade econômica e o lucro do comerciante elogiável. Para 
esse mercantilista, importantes para a riqueza de uma nação são os meios de 
atrair metais preciosos para o país, o incremento das exportações e o 
estabelecimento de colônias no exterior. 
Como conselheiro da rainha Elizabeth I (1533– 1603) e atuando como 
chefe da casa da moeda inglesa, Thomas Greshan (1519-1579) promoveu a 
restauração do valor da libra, que tinha sido desvalorizada por Henrique VIII 
(1491-1547), e criou a Bolsa de Valores de Londres. Atribui-se a ele a formulação 
da Lei de Greshan. A Lei de Greshan é uma lei econômica quando duas moedas 
têm circulação legal em um país, em que “a moeda má expulsa a moeda boa” 
de circulação. Isso acontece porque a moeda considerada boa tende a valorizar-
se cada vez mais e desaparece de circulação (ou porque é entesourada, ou 
porque é fundida e trocada por uma maior quantidade de moeda má, ou porque 
 
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é reservada para a realização de pagamentos internacionais). O enunciado 
dessa lei econômica aparece em diversos escritos anônimos do Século XVI. 
Um dos principais teóricos do mercantilismo foi o economista inglês 
Thomas Mun (1575-1641). Filho de um comerciante londrino dedicou-se com 
êxito à mesma carreira, viajando pela Itália e pelo Oriente Médio. De 1615 até o 
fim da vida foi Conselheiro da Companhia das Índias Orientais, cuja atuação 
defendeu na obra A Discourse of trade fron England unto the East Indies 
(Dissertação sobre o Comércio da Inglaterra com as Índias Orientais) de 1621. 
Esse mercantilista afirmou que por meio das reexportações a companhia 
devolvia ao país maior lastro em metais preciosos que o gasto por ela nas 
importações. Sua obra principal foi England’s Treasury by Forraign Trade (O 
Tesouro da Inglaterra obtido pelo Comércio Exterior), obra escrita em 1630, mas 
só publicada em 1664. Nela se encontra a primeira bem fundamentada defesa 
do capitalismo comercial. Mun mostra a importância da burguesia comercial no 
processo econômico visto como um todo e considera o comércio exterior o 
principal instrumento do enriquecimento de um país. Dá pouca importância à 
mera acumulação de metais preciosos (exceto como reserva de emergência), na 
medida em que ela depende da balança comercial. 
 Uma das mais claras exposições sobre a política mercantilista foi 
escrita por Phillip von Hornick (1638-1712). Ele escreveu em 1684, um tratado 
chamado “A Áustria acima das outras nações, se ela assim o desejar”, listando 
as “9 regras mais importantes da economia nacional”. Saiba quais são elas a 
seguir. 
 Estudar o solo do país com o máximo cuidado de forma a considerar 
todas as possibilidades agrícolas de cada pedacinho de terra. 
 Todos os produtos primários de um país que não puderem ser usados 
em sua forma natural devem ser manufaturados dentro do próprio 
país. 
 
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 A população tem de ser tão grande quanto a possibilidade de um país 
de suportá-la. 
 Os habitantes devem fazer todos os esforços para se contentar com 
os produtos domésticos. 
 Todo ouro e toda prata de um país não deve ser retirado sob nenhum 
pretexto. 
 Produtos primários estrangeiros não devem ser trocados por ouro e 
prata, mas por outros artigos domésticos. 
 Os produtos devem ser importados in natura e transformados dentro 
do país. 
 Deve-se vender aos estrangeiros bens manufaturados. 
 O país não deve importar produtos cuja oferta interna seja suficiente 
e na qualidade desejada. 
A preocupação com a obtenção de um saldo positivo nas transações 
econômicas com outros países ou colônias, levou os mercantilistas a 
desenvolverem um sistema contábil, semelhante ao que chamamos 
modernamente de “balança de pagamentos”. Um dos precursores desse sistema 
foi Edward de Misselden (1608-1654). 
Misselden assinala como as transações do comércio internacional afetam 
a política monetária dos países. Para tanto ele concebe um balanço de 
pagamentos contendo as seguintes contas: 
 1. Balança Comercial: a. Mercadorias visíveis; b. Itens invisíveis; 
2. Conta de Capital: a. Capital de Curto Prazo; b. Capital delongo prazo; 
3. Transferências unilaterais; 
4. Ouro e prata; 
 
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5. Erros e omissões. 
Em seu livro, publicado em 1623, Misselden calcula pela primeira vez o 
Balanço de Pagamentos da Inglaterra. 
No período em que predominou o mercantilismo, no interior da Europa o 
comércio quase não existia. As estradas eram poucas e suas condições de 
tráfegos eram péssimas. Os reinos cobravam altos pedágios daqueles que 
precisavam atravessar suas terras. Nesse período, cada região possuía uma 
moeda diferente, o que dificultava o comércio e prevalecia as relações 
econômicas entre os feudos. 
Aos poucos, com o desenvolvimento do artesanato, as trocas entre os 
feudos foram se intensificando. Surgiram as feiras com o objetivo de 
proporcionar uma maior comercialização entre os feudos. Alguns servos 
abandonavam o trabalho agrícola e passavam a se dedicar cada vez mais ao 
artesanato, transformando-se em ferreiros, sapateiros, marceneiros, tecelões, 
etc. As feiras deram origem a pequenas cidades de comerciantes, que no interior 
da Europa, foram chamados de burgos. Nos burgos, começaram a surgir ricos 
comerciantes que eram chamados de burgueses. 
Em quinhentos anos, nesse período chamado de Idade Média, 
aproximadamente mil cidades foram criadas interligadas por estradas 
rudimentares que funcionavam para impulsionar as transações comerciais. 
Dessa forma, o poder começou a gravitar nas mãos daqueles que mexiam com 
o dinheiro, os mercadores, também conhecidos como burgueses, e passou a 
distanciar-se da desdenhosa nobreza que não entendia de dinheiro. Por outro 
lado, alguns intelectuais passaram a fazer frente à cobrança de impostos e o 
controle dos reinos sobre a riqueza. Boa parte deles passou a defender o setor 
produtivo rural como o principal gerador de riqueza, como os Fisiocratas. Esse 
grupo de pensadores dá origem a uma escola de pensamento econômico que 
ficará conhecida como Escola Fisiocrata. 
 
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11 
Aprofunde os seus estudos sobre economia mercantilista e 
comércio internacional assistindo à explicação do professor Rodolfo dos 
Santos Silva no material online. 
 
Tema 4: Os Pensadores Fisiocratas e o Poder da Natureza 
Durante o século XVIII, um grupo de economistas franceses combateu as 
ideias mercantilistas e formulou, pela primeira vez, de maneira sistemática e 
lógica, uma Teoria do Liberalismo Econômico. Esse grupo ficou conhecido como 
fisiocratas, pois transferiram o centro da análise do âmbito do comércio para o 
da produção. 
 Os fisiocratas liderados por François Quesnay (1694-1774) criaram a 
noção do produto líquido: sustentaram que somente a terra, ou a natureza 
(physis, em grego), é capaz de realmente produzir algo novo (só a terra 
multiplica, por exemplo, um grão de trigo em muitos outros grãos de trigo). As 
demais atividades, como a indústria e o comércio, não fazem mais do que 
transformar ou transportar os produtos da terra (daí a condenação ao 
mercantilismo, que estimulava essas atividades em detrimento da agricultura). 
Os fisiocratas dividiam a sociedade em três classes: 
 A classe produtiva (colonos e agricultores); 
 Os proprietários territoriais; 
 A classe industrial (ou improdutiva). 
Assim, os agricultores e proprietários compram produtos e serviços dos 
demais grupos, que retornam essa renda comprando produtos agrícolas (o que 
é exposto no Tableau Économique, de Quesnay). Os fisiocratas achavam que 
isso correspondia a uma ordem natural regida por leis imutáveis como as leis 
físicas. Para eles, toda intervenção do Estado era condenável quando não se 
limitava a garantir essa ordem natural. Por isso, defenderam a mais ampla 
 
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12 
liberdade econômica (contra as barreiras feudais, ainda imperantes na época, e 
o intervencionismo mercantilista). Também lançaram a célebre máxima do 
liberalismo: laissez-faire, laissez-passer (deixa fazer, deixa passar). 
Também propuseram a supressão de todas as taxas, com sua 
substituição por um imposto único, que incidiria sobre a propriedade, já que esta 
seria a única fonte de riqueza e os proprietários apenas se apropriariam da renda 
da terra sem contribuir para o aumento do produto líquido, enquanto os 
agricultores, os comerciantes e os artesãos deveriam ficar aliviados da carga 
tributária para que se facilitasse a circulação da renda. 
De acordo com os fisiocratas, para manter essa ordem natural, o Estado 
deveria assumir o papel exclusivo de guardião da liberdade econômica. O 
principal representante dos fisiocratas foi François Quesnay (1694-1774), ao 
qual se juntaram outros nomes importantes na defesa da fisiocracia como Anne 
Robert Jacques Turgot (1727-1781), Conde de Mirabeau (1749-1791) e Pierre 
Samuel Du Pont de Nemour (1739-1817). Outro economista de especial 
destaque foi William Petty (1623-1687), que é considerado o precursor da Escola 
Clássica. Fundador do método estatístico na análise dos fatos econômicos, 
enfatizou a divisão do trabalho e introduziu os fatores de produção (terra, capital 
e trabalho) como estrutura básica do funcionamento da economia. 
O laissez faire, laissez passer, termo atribuído a Jacques Vincent de 
Gournay (1712-1759), um comerciante ligado aos fisiocratas, influenciou as 
ideias de Quesnay e Turgot, por defender a não restrição ao livre comércio e, ao 
contrário de Quesnay, que destacava a importância da agricultura, atribuiu 
importância à indústria. As contribuições de Gournay foram fundamentais para o 
fortalecimento dos ideais da burguesia. 
Agora é com o professor Rodolfo dos Santos Silva! Ele fala sobre os 
pensadores fisiocratas e o poder da natureza no material online. Não perca! 
 
 
 
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13 
Trocando Ideias 
Você já percebeu quais são as ideias que as pessoas têm sobre a 
economia política? Pergunte aos seus amigos, familiares o que eles entendem 
sobre economia? E sobre Economia Política? E você, o que pensa sobre isso? 
Na Prática 
Vamos a alguns exercícios práticos? Clique nas opções corretas. 
1. Entende-se por Economia Política: 
a. O ramo da ciência econômica que estuda os índices e as aplicações 
financeiras na Bolsa de Valores. 
b. A parte da economia que analisa a política partidária. 
c. O estudo científico dos cálculos das atividades comerciais e produtivas. 
d. É o ramo de conhecimento que estuda como o ser humano se organiza 
para obter renda, produzir, distribuir e adquirir os bens e serviços de que 
necessita. 
2. Segundo Karl Marx, os defensores da exploração capitalista escondem 
a verdadeira origem do sistema de alienação do trabalho porque não 
analisam a relação entre os trabalhadores e o que, o quanto, o como e 
para quem produzem. Isso significa dizer que: 
a. Esses economistas defendem que os agricultores, os comerciantes 
e os artesãos deveriam ficar aliviados da carga tributária para que 
se facilitasse a circulação da renda. 
b. Esses economistas escondem que o trabalhador produz bens diversos 
para os ricos aos quais ele jamais terá acesso, o que acentua ainda mais 
as diferenças sociais. 
 
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c. Esses intelectuais passaram a fazer frente à cobrança de impostos e o 
controle dos reinos sobre a riqueza. 
d. Esses economistas franceses combatiam as ideias mercantilistas e 
formularam uma teoria do liberalismo econômico. 
3. O laissez faire, laissez passer, termo atribuído a Jacques Vincent de 
Gournay, influenciou as ideias de Quesnaye Turgot, por defender a 
não restrição ao livre comércio e atribuir importância à indústria. As 
contribuições de Gournay foram fundamentais para: 
I. O fortalecimento dos ideais da burguesia. 
II. O surgimento do termo Economia Política. 
III. A principal tese de defesa do mercantilismo. 
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns): 
a. I, apenas. 
b. II, apenas. 
c. II e III. 
d. III, apenas. 
Confira as respostas no material online. 
Síntese 
O conteúdo discutido nesta rota tem como objetivo proporcionar a você o 
acesso aos fundamentos básicos da economia política de tal forma que possa 
entender como ocorre o posicionamento dos indivíduos ou grupos sociais diante 
de fatos ou acontecimentos que envolvem a economia, a sociedade e a política. 
E que a partir de teorias desenvolvidas por diversos economistas durante vários 
séculos é possível perceber, que os mercantilistas vão buscar argumentos para 
 
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justificar a defesa de interesses dentro da sociedade em que vivem, enquanto 
do outro lado, os fisiocratas vão firmar posição na economia política defendendo 
o poder político e econômico da classe capitalista rural. 
Assista às considerações finais do professor Rodolfo dos Santos 
Silva no material online. 
Referências 
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do Pensamento Econômico: uma 
abordagem introdutória. São Paulo: Atlas, 2006. 
FRANCO JUNIOR, Hilário e CHACON, Pulo Pan. História Econômica Geral. 
São Paulo: Atlas, 1992. 
GALBRAITH, John Kenneth. O Pensamento Econômico em Perspectiva. 
São Paulo: Edusp, 1989. 
HUNT, E. K. e SHERMAN, HOWARD, J. Sherman. História do Pensamento 
Econômico. Petrópolis: Vozes, 1977. 
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: 
Guanabara, 1986. 
MAGALHÃES FILHO, Francisco de B. B. História Econômica. São Paulo: 
Saraiva, 1987. 
MARX, Karl. Manuscritos Econômicos-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 
2004. 
PETTY, William. Obras econômicas. Coleção: Os Economistas. São Paulo: 
Nova Cultural, 1996. 
QUESNAY, François. Quadro Econômico dos Fisiocratas. Coleção: Os 
economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996. 
 REZENDE, Cyro. História Econômica Geral. São Paulo: Contexto, 2001. 
 
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16 
SANDRONI, Paulo. Dicionário de Economia do Século XXI. Rio de 
Janeiro/São Paulo: Record, 2007. 
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e 
suas causas. Coleção: Os economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996. 
VASCONCELLOS, Marco A. S. e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de 
Economia. São Paulo: Saraiva, 2014.

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