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o uso de aulas práticas no ensino de biologia

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A IMPORTÂNCIA DA AULA PRÁTICA NO ENSINO DE BIOLOGIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 
Tamires Rayane da Silva ALVES(1), Isabelle Maria Magalhães PAIVA(2), Jaqueline dos Santos FERRO(3), Rubens Pessoa de BARROS(4)
(1) Graduanda do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Alagoas, Campus I, Arapiraca-AL, E-mail: tamirestec@hotmail.com (apresentador do trabalho).
(2) Graduanda do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Alagoas, Campus I, Arapiraca-AL.
 (3) Professora da Rede Municipal de Ensino de Arapiraca/AL, Superviso do PIBID.
(4) Professor Titular do Departamento de Ciências Biológicas da UNEAL, Coordenador do PIBID.
Apoio financeiro
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RESUMO – A base da educação escolar é a pesquisa, e através dela é possível desenvolver no aluno o questionamento sistêmico e reconstrutivo da realidade. Essa reconstrução compreende o conhecimento inovador e sempre renovado, tendo como base a consciência crítica. O presente trabalho tem como objetivo relatar a importância de atividades práticas para despertar o interesse pelo estudo através da interatividade e um modo mais dinâmico de ensinar, aprender e avaliar os conhecimentos adquiridos durante a aula sobre célula eucariótica. A atividade de produção da célula eucariótica foi desenvolvida por alunos do 8º ano de uma Escola de Ensino Fundamental do município de Arapiraca-AL. Os discentes foram orientados e auxiliados pelos bolsistas do Projeto PIBID e pela professora supervisora sobre o passo a passo da confecção de uma célula eucariótica, baseado na ilustração modelo passada, adaptada conforme os conteúdos já vistos em sala de aula, revisando de forma dinâmica a estrutura celular, utilizando matérias de baixo custo e fáceis de encontrar. Após o término, cada grupo expos sua célula pronta e responderam perguntas relacionadas as principais funções das estruturas celular. Foi possível observar que os alunos tiveram uma melhor compreensão sobre a estrutura da célula e das principais funções das organelas celulares do reino animal. E também houve um maior envolvimento da turma, fazendo com que os alunos trabalhassem em grupo. O projeto conseguiu pelo trabalho dos alunos, bolsistas e supervisora obter um modelo de uma célula eucariótica. Além do aprendizado por parte dos alunos da escola, foi de total importância à reflexão que o trabalho proporcionou para os bolsistas do PIBID sobre as aulas práticas como método pedagógico para a formação do professor de biologia. Conclui-se que o trabalho realizado pelo PIBID juntamente com os alunos da escola presente, foi satisfatório, além do aprendizado por parte dos mesmos.
Palavras-Chave: ensino, mudança, aprendizagem.
Introdução
Na escola a metodologia utilizada pelo professor é muitas vezes resumida ao quadro, giz e livro, fator que prejudica o ensino de ciências na sociedade contemporânea. As descobertas científicas e inovações biotecnológicas estão para além de livros didáticos. A disciplina de ciências necessita de mudança na pedagogia do ensino, para que forme alunos que relacionem o conhecimento científico para melhorar o entendimento sobre a sociedade que lhe rodea. A partir dessa mudança de metodologia surge a necessidade do conhecimento prático.
Diante dessa necessidade o professor tem a importante função de planejar atividades práticas para facilitar a compreensão dos conteúdos teóricos aos alunos, estimulando-os a questionar, responder, pesquisar e observar. Leite et.al (2005, p. 03), destaca que quando a atividade prática compreende um conteúdo já trabalhado em sala de aula, o aluno tende a ampliar sua reflexão sobre os fenômenos que acontecem a sua volta e isso pode gerar, consequentemente, discussões durante as aulas fazendo com que os alunos, além de expor suas ideias, aprendam a respeitar as opiniões de seus colegas de sala. 
Segundo Piaget, os estudantes adquirem muito mais conhecimento através de situações concretas, e as experimentações constituem um grande instrumento de aprendizagem, pois através delas os alunos observam, pensam e agem. 
A base da educação escolar é a pesquisa, e através dela é possível desenvolver no aluno o questionamento sistêmico e reconstrutivo da realidade. Essa reconstrução compreende o conhecimento inovador e sempre renovado, tendo como base a consciência crítica. Dessa forma, o aluno inclui a sua própria interpretação, formulação pessoal, aprende a aprender e a saber pensar (DEMO, 2011).
Para Perrenoud (2002), pode ser que a formação contínua torne-se progressivamente o privilegiada da presença de profissionais experiente e voluntários. É de suma importância a participação do graduando na comunidade escolar, onde a vivência na prática docente lhe proporcionará experiências, construção e aperfeiçoamento de suas concepções em relação ao processo de ensino, tais experiências propiciam um pensamento reflexivo sobre o papel do docente. 
Visando essa maior aproximação dos graduandos com a escola, a CAPES apresentou em 2007 o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no qual atualmente participam 195 Instituições de Educação Superior de todo o país, desenvolvendo 288 projetos de iniciação à docência em, aproximadamente, 4 mil escolas de educação básica, onde apresenta vários objetivos, e um deles é inserir os licenciando no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem; . (CAPES 2013).
Com isso, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) tem se tornado indispensável para promover melhorias na vida acadêmica dos discentes e docentes, levando as escolas públicas formas de incentivar os professores a ministrarem uma aula mais dinâmica facilitando o aprendizado e estimulando os alunos a se inserirem em projetos cientifico. O docente pode utilizar diferentes recursos, com o objetivo de tornar o conteúdo teórico mais interessante, motivador e próximo da realidade. O uso de apresentações de slides, vídeos, debates, atividades práticas, entre outros, procura tornar mais fácil o aprendizado e compreensão do conteúdo.
Conforme Von Linsingen (2010, p. 114) “o ideal é articular as diferentes abordagens de acordo com a situação de ensino”. O uso de teorias de ensino diferentes enriquece o trabalho em sala de aula, por tanto, podemos somar, por exemplo, a abordagem construtivista e a cognitiva objetivando qualificar o processo de aprendizagem.
 Nessas perspectivas, as atividades experimentais constituem uma relevante ferramenta que permite ao professor constatar e problematizar o conhecimento prévio dos seus alunos, estimular a pesquisa, a investigação e a busca da solução de problemas. A postura experimental permite à exploração do novo e à incerteza de se alcançar os resultados esperados da pesquisa, além da ideia de tornar o aluno o sujeito da ação (FRACALANZA et al., 1986 apud RONQUI, 2009).
Mudanças ou evolução são reflexos de necessidades e iniciativas, que a sociedade apresenta, como melhoria na educação, saúde, dentre outras. Para sustentar a necessidade de crescimento é imprescindível o incentivo na educação para formar estudantes que dê continuidade a esse avanço. Como alvo, percebeu se na escola a necessidade da prática científica, para que o ambiente escolar seja aquele que se produza e faça ciência, sendo as atividades práticas viabilizadoras para que os alunos tenham melhor compreensão dos conteúdos científicos. No entanto, dados do senso demonstram que estudantes preferem cada vez menos cursos superiores de caráter científico.
Física, matemática, química e ciências biológicas tiveram queda no número de matrículas na graduação de 2011 para 2012, segundo dados do Censo da Educação Superior 2012... As quatro áreas são alvo do Programa Quero Ser Cientista, Quero Ser Professor, lançadopelo Ministério da Educação (MEC). Entre os quatro cursos, o que apresentou a maior queda foi ciências biológicas, que passou de 126,9 mil para 123,3 mil, uma diminuição de 2,8% nas matrículas. (Tokarnia, 2013).
Portanto, a falta de interesse dos alunos pela ciência muitas vezes é justificado pelas experiências que passaram na escola. Muitas vezes o ensino de ciências é ministrado de maneira que não causa interesse nos alunos, pois em uma ciência viva e concreta, muitos professores ainda utilizam métodos tradicionalistas. No ensino de ciências é de melhor resultado para o aprendizado dos alunos a metodologia prática ou experimental. As aulas práticas são de grande importância para a aprendizagem e interesse dos alunos pela ciência.
Material e métodos
A atividade de produção da célula eucariótica foi desenvolvida pelos alunos do 8º ano de uma Escola de Ensino Fundamental do município de Arapiraca-AL. Os discentes foram orientados e auxiliados pelos bolsistas do Projeto PIBID e pela professora supervisora sobre o passo a passo da confecção de uma célula eucariótica, baseado na ilustração modelo passada, adaptada conforme os conteúdos já vistos em sala de aula, revisando de forma dinâmica a estrutura celular, utilizando matérias de baixo custo e fáceis de encontrar.
Antes da realização da aula prática foi necessário que a professora supervisora aplicasse aulas referentes ao assunto, a célula, para facilitar a compreensão das informações teóricas necessárias para a construção de uma réplica da célula eucariótica. Após o conteúdo ministrado, a turma foi dividida em equipes para a confecção da célula e socialização dos principais pontos do tema estudado.
Através da atividade foram construídas as principais organelas da célula com os seguintes materiais: massinha de modelar; uma bola de isopor de porte médio e outra de tamanho bastante inferior a primeira; cola de isopor; gel para cabelo; palito de dentes; folha de papel; uma tinta guache; 1 pincel; tesoura. 
A massinha de modelar foi usada para dar forma as organelas da célula; a bola de isopor de porte médio para delimitar a estrutura da célula, representando a membrana plasmática, e a outra de tamanho bastante inferior a primeira usada para representar o núcleo; cola de isopor para colar as estruturas; O gel foi utilizado entre as organelas para dar um aspecto de citoplasma celular; o palito de dentes para fixar as etiquetas nas organelas; a folha de papel para fazer as etiquetas de identificação das organelas; a tinta guache e o pincel para pintar o isopor; tesoura para cortar as etiquetas. 
Depois das organelas identificadas com seus devidos nomes foram associadas as respectivas funções. Ao termino da construção da célula cada grupo expôs suas obras para os demais colegas da turma, bolsistas e a professora da turma. Também houve um momento para que eles pudessem explicar por meio de questionamentos sobre as principais funções da célula ligando assim a teoria com a prática.
Resultados
Foi possível observar que os alunos tiveram uma melhor compreensão sobre a estrutura da célula e das principais funções das organelas celulares do reino animal. E também houve um maior envolvimento da turma, fazendo com que os alunos trabalhassem em grupo.
Discussão
O trabalho realizado pelo PIBID junto a escola de Ensino Fundamental foi satisfatório ao demonstrar o conhecimento prático realizado pelos alunos que conseguirão fazer 8 réplicas de boa qualidade. O projeto conseguiu pelo trabalho dos alunos, bolsistas e supervisora obter um modelo de uma célula eucariótica. Além do aprendizado por parte dos alunos da escola, foi de total importância à reflexão que o trabalho proporcionou para os bolsistas do PIBID sobre as aulas práticas como método pedagógico para a formação do professor de biologia.
Dado o exposto, a utilização da modelagem para o ensino de célula pode ser uma metodologia eficaz quando bem empregada pelo docente em sala de aula. A estratégia leva o discente à compreensão de conceitos referentes à célula de forma simples, consolidando uma alfabetização científica, de modo lúdico e motivador. Atividades como a exposta, por meio deste trabalho, são veículos eficazes para transmitir o conhecimento e avaliar o discente de modo diferenciado.
Assim, atividades práticas podem favorecer, entre os estudantes, modos de pensar, atitudes e até interconexões entre Ciência, tecnologia, ambiente e sociedade. Tais atividades podem aproximar o ensino à Ciência, que costuma ser apresentada em uma visão deformada nas aulas (CACHAPUZ et al., 2005).
Conclusões
Com a atividade realizada pode-se perceber que as aulas práticas são ótimas aliadas no ensino de Ciências, sendo destacada uma contribuição significativa do PIBID no processo de ensino-aprendizagem dos discentes, tanto do nível fundamental quanto do nível superior, e ainda para a atuação do professor. 
No que concerne, aos bolsistas referenda-se que a atividade foi um momento ímpar para a constituição da identidade dos mesmos quanto à prática docente.
A atividade permitiu incluir os saberes práticos para a nossa formação docente, pois possibilitou para o nosso futuro docente refletir sobre os métodos pedagógicos que irão fazer parte de nossas aulas, principalmente quando o professor tem que coordenar a aprendizagem de um conhecimento científico.
Referências
	CACHAPUZ, A. et al. (Orgs.). A necessária renovação do ensino das ciências. São Paulo: Cortez, 2005.
CAPES. Disponível em < www.capes.gov.br> Acesso: 10 fev. 2013.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 7. ed. Campinas: Autores Associados, 2011.
LEITE, A. C. S.: SILVA, P. A. B.; VAZ, A. C. R. 2015. A importância das aulas práticas para alunos jovens e adultos: uma abordagem investigativa sobre a percepção dos alunos do PROEF II. Revista Ensaio, Minas Gerais, v. 7, n. especial, dez.
PERRENOUD, P, A. Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica. Ed.
Artmed, São Paulo, Brasil 2001.
PIAGET, J. Psicologia e epistemologia- por uma teoria do conhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1978.
RONQUI, Ludimilla; SOUZA, Marco Rodrigo de; FREITAS, Fernando Jorge Coreia de. A importância das atividades práticas na área de biologia. Revista científica da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED. 2009. Cacoal – RO. Disponível em: http://www.facimed.edu.br/site/revista/pdfs/8ffe7dd07b3dd05b4628519d0e554f12.pdf
TOKARNIA, Mariana - Graduação em química, física, matemática e ciências biológicas tem queda em 2012. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-18/graduacao-em-quimica-fisica-matematica-e-ciencias-biologicas-tem-queda-em-2012. Acesso em 26 de outubro de 213.
VON LINSINGEN, Luana. Ciências Biológicas e os PCNs. Centro Universitário Leonardo da Vinci – Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2010.
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