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Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 6.2 DISTINÇÕES DE OUTROS INSTITUTOS 24 6.3 INSTITUIÇÃO E INDENIZAÇÃO 25 6.4 CARACTERÍSTICAS 25 7. TOMBAMENTO (PROTEÇÃO E DEFESA DE BENS DE VALOR ARTÍSTICO, ESTÉTICO, HISTÓRICO, TURÍSTICO E PAISAGÍSTICO) 28 7.1 CONCEITO 28 7.2 BASE NORMATIVA 29 7.3 ESPÉCIES 29 7.4 INSTITUIÇÃO 30 7.5 PROCESSO DO TOMBAMENTO 30 7.6 EFEITOS DO TOMBAMENTO 31 7.7 BENS INSUSCETÍVEIS DE TOMBAMENTO 32 8. DESAPROPRIAÇÃO 39 8.1 CONCEITO 39 8.2 PRESSUPOSTOS 41 8.3 PREVISÃO NORMATIVA 43 8.4 BENS DESAPROPRIÁVEIS 46 8.5 COMPETÊNCIA 46 8.6 DESTINAÇÃO DOS BENS 48 8.7 PROCEDIMENTO DE DESAPROPRIAÇÃO 48 9. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO 65 9.1 CONTESTAÇÃO 66 9.2 IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE 66 9.3 SENTENÇA E TRANSFERÊNCIA DO BEM 67 9.4 INDENIZAÇÃO 68 9.5 DESISTÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO 74 9.6 DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA 75 9.7 DIREITO DE EXTENSÃO 77 9.8 TREDESTINAÇÃO 78 9.9 RETROCESSÃO 79 9.10 DESAPROPRIAÇÃO RURAL 79 9.11 DESAPROPRIAÇÃO CONFISCATÓRIA 83 10. RESUMO DA AULA 85 11. QUESTÕES 96 12. REFERÊNCIAS 114 Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. Introdução à aula 17 Bem vindos à nossa aula 17 de direito administrativo para o concurso de Analista Judiciário TRT/MG! Nesta aula falaremos do seguinte tema: ³Intervenção do Estado na Propriedade: modalidades.´. Como o tema que será tratado nesta aula não costuma ser cobrado constantemente, tampouco de forma aprofundada, esta aula tende a fluir de forma mais rápida. Sem mais delongas, vamos ao conteúdo! 2. Intervenção do Estado na Propriedade Vamos agora ao segundo ponto de nossa aula. Atualmente, o Estado assume uma feição marcadamente social, voltado para a prestação dos serviços fundamentais à coletividade, VHQGR�FKDPDGR�GH�³(VWDGR�GR�EHP-HVWDU�VRFLDO´� Para alcançar esse bem-estar social, o Estado precisa intervir na propriedade particular, restringindo, condicionando o uso dessa propriedade, por intermédio dos diversos institutos previstos no Direito (servidão administrativa, requisição, desapropriação, etc.), com o fim de limitar alguns interesses individuais em prol da coletividade, do interesse público. Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, a intervenção do Estado na propriedade é entendida como a atividade estatal que tem por fim ajustar, conciliar o uso dessa propriedade particular com os interesses da coletividade. É o Estado, na defesa do interesse público, condicionando o uso da propriedade particular. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a) permite que um particular seja sujeito ativo da desapropriação judicial em face de outro particular, cujo imóvel seja objeto da expropriação. b) não admite hipótese de expropriação de bens destituída de justa indenização. c) prevê que sempre haverá indenização em favor do particular, pelo simples uso de sua propriedade, caso seja ela requisitada em virtude de iminente perigo público. d) admite a desapropriação sem pagamento prévio de indenização, caso se trate de imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, desde que tal imóvel se situe em área definida pela lei federal como de especial interesse social. e) impede a desapropriação de bens de família. Pessoal, essa questão será boa para tecermos mais comentários acerca da desapropriação. 6REUH�D�OHWUD�³D´��TXH�p�R�LWHP�FRUUHWR��YRX� explicar a vocês que existe o instituto da desapropriação privada. Ela foi introduzida no ordenamento pelo Código Civil e é bem diferente da desapropriação clássica que estamos estudando. Portanto, não confunda as duas, meus caros. Por conta dessa modalidade, é possível que um particular desaproprie judicialmente outra pessoa, cujo imóvel seja objeto de expropriação. Essa inovação veio em homenagem ao princípio da função social da propriedade. Não vamos entrar em detalhes sobre isso, porque não é nossa matéria, mas saiba que seu fundamento está no art. 1228, parágrafo 4º do Código Civil e que ela existe e não pode ser confundida com a desapropriação clássica que estamos estudando aqui em Direito Administrativo. 5HVSRVWD��OHWUD�³D´ Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita equivalente ao respectivo prejuízo. OBS: o ônus da prova do prejuízo cabe ao proprietário. Se cabível, a indenização deverá ser acrescida das parcelas relativas a juros moratórios, atualização monetária e honorários de advogado. 3.5 Extinção Em regra, a servidão administrativa é permanente, ou seja, a utilização do bem pelo Poder Público permanece enquanto necessário à consecução dos objetivos que inspiram sua instituição. Entretanto, poderão ocorrer os seguintes fatos supervenientes que acarretem a extinção da servidão: 1. Desaparecimento do bem gravado com servidão (extinção natural); 2. Incorporação do bem gravado ao patrimônio da pessoa a favor da qual foi instituída a servidão (Poder Público passa à condição de proprietário do bem); 3. Desinteresse superveniente do Estado em continuar utilizando o imóvel particular, objeto de servidão (não há mais interesse público no uso do bem) 3.6 Principais características Conforme José Carlos dos Santos Filho, as características essenciais da servidão administrativa são: 1. Natureza jurídica de direito real; Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2� LWHP� ³D´� HVWi� LQFRUUHWR�� SRLV� FRPR� YLPRV� D� UHTXLVLomR� administrativa abrange os bens móveis, mas também os bem imóveis. Como já vimos em outras questões, a ocupação temporária não retira a propriedade de seus donRV���6HQGR�DVVLP��R�LWHP�³E´�HVWi� incorreto. A limitação administrativa não retira a propriedade de seus GRQRV�HQTXDQWR�SHUGXUD�R�DWR��SRU�LVVR��LWHP�³G´�LQFRUUHWR� 2�LWHP�³H´�HVWi�LQFRUUHWR��SRLV�D�GHVDSURSULDomR�QmR�WHP�D� função de proteger o patrimônio público. Nessa questão é necessário saber o conceito de Servidão Administrativa: Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, é o direito real público que autoriza o Poder Público a usar da propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo. Além GLVVR��FRPR�p�GLWR�QR�LWHP�³E´tem caráter de definitividade e não retira a propriedade de seus donos. Gabarito: B 3. (2014/FCC/TRF - 4ª REGIÃO/Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados) A empresa responsável pelo abastecimento de água e saneamento local precisa implantar um emissário subterrâneo de esgoto em um terreno particular próximo à estação de tratamento existente, onde se cultiva cana-de-açúcar. Para tanto a) poderá instituir ocupação temporária ou requisição administrativa, que perdurarão pelo tempo necessário para a utilização do emissário, dispensando-se indenização ao proprietário. b) deverá adquirir a porção do terreno necessária à instalação da infraestrutura subterrânea. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita c) poderá desapropriar a porção de terreno necessária à instalação da infraestrutura, dispensada indenização, tendo em vista que não haverá restrição à exploração econômica. d) deverá decretar o tombamento da área, com a consequente preservação e impossibilidade de utilização da porção do terreno para outra finalidade além do emissário de esgoto. e) poderá instituir servidão administrativa, indenizando o proprietário do terreno pelos prejuízos experimentados pela restrição operada. Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, é o direito real público que autoriza o Poder Público a usar da propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo.E de acordo com Hely Lopes, servidão administrativa ou pública é ônus real de uso imposto pela Administração à propriedade particular para assegurar a realização e conservação de obras e serviços públicos ou de utilidade pública, mediante indenização dos prejuízos efetivamente suportados pelo proprietário. O caso acima caracteriza caso de servidão administrativa e, no caso demonstrado, é o que deverá ser imposto. Gabarito: E 4. (FCC - 2012 - PGM-Joao Pessoa-PB - Procurador Municipal) A Secretaria Municipal de Cultura pretende instalar, em terreno de propriedade municipal, um cinema ao ar livre, como instalação permanente dedicada a incentivar a cultura cinematográfica no Município. Como tela de projeção, será utilizada a parede lateral, sem janelas, de um edifício particular lindeiro ao terreno público. Analisando a questão, o Procurador responsável pela consultoria jurídica da Secretaria alerta sobre a possibilidade de que o proprietário privado queira dar outra utilização à fachada cega - por exemplo, locando-a Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 3. Tem caráter de definitividade; 4. A indenização é prévia e condicionada (só se houver prejuízo); 5. Inexistência de auto-executoriedade (só se constitui mediante acordo ou sentença judicial). *DEDULWR��/HWUD�³D´� 4. Requisição 4.1 Conceito Nos dizeres de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, é o instrumento de intervenção estatal mediante o qual, em situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares com indenização ulterior, se houver dano. Para Hely Lopes, é a utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias. 4.2 Espécies A requisição administrativa pode ser: 1. Civil: visa evitar danos à vida, à saúde e aos bens da coletividade, diante de inundação, incêndio, sonegação de gêneros de primeira necessidade, epidemias, catástrofes, etc. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 5. Ocupação temporária 5.1 Conceito No entendimento de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, é a forma de intervenção pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos. Segundo Hely Lopes, ocupação temporária ou provisória é a utilização transitória, remunerada ou gratuita, de bens particulares pelo Poder Público, para a execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse público. É o que normalmente ocorre quando a Administração tem a necessidade de ocupar terreno privado para depósito de equipamentos e materiais destinados à realização de obras e serviços públicos nas vizinhanças. Exemplos: ocupação temporária de terrenos de particulares contíguos a estadas (em construção ou reforma), para alocação de máquina de asfalto, equipamentos de serviço, pequenas barracas de operários, etc.; na época das eleições ou campanhas de vacinação pública, em que o Poder Público usa de escoltas, clubes e outros estabelecimentos privados para a prestação dos serviços. 5.2 Instituição, extinção e indenização A instituição da ocupação temporária dá-se por meio da expedição de ato pela autoridade administrativa competente, que deverá fixar, desde logo, e se for o caso, a justa indenização devida ao proprietário do imóvel ocupado. ATENÇÃO!!! É ato auto-executório, que não depende de apreciação prévia do Poder Judiciário. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Por fim, de acordo com Maria Sylvia Di Pietro, são medidas de caráter geral, previstas em lei com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social. As limitações administrativas decorrem do poder de polícia da Administração e se exteriorizam em imposições unilaterais e imperativas, sob a modalidade positiva (fazer), negativa (não fazer) ou permissiva (permitir fazer). São caracterizadas pela gratuidade e pela generalidade da medida protetora dos interesses da coletividade, devendo ser gerais, dirigidas a propriedades indeterminadas. Essas limitações podem atingir não só a propriedade imóvel e seu uso como quaisquer outros bens e atividades particulares que tenham implicações com o bem-estar social, com os bons costumes, com a segurança e a saúde da coletividade, com o sossego e a higiene da cidade e até mesmo com a estética urbana. Exemplos: obrigação de observar o recuo de alguns metros das construções em terrenos urbanos; proibição de desmatamento de parte da área de floresta em cada propriedade rural; obrigação imposta aos proprietários de efetuarem limpeza de terrenos ou a que impõe o parcelamento ou a edificação compulsória do solo; proibição de construir alémde determinado número de pavimentos, etc. 6.2 Distinções de outros institutos A limitação administrativa não pode ser confundida com servidão administrativa, já que esta é um ônus real sobre determinada e específica propriedade privada, mediante indenização, se houver Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita prejuízo, para a execução de serviço público, enquanto aquela é uma restrição geral e gratuita imposta indeterminadamente às propriedades particulares em benefício da coletividade. Exemplo: o recuo na construção de edifícios é limitação administrativa; o atravessamento de um terreno com aqueduto para abastecimento de uma cidade é servidão administrativa. Também não se confunde com a desapropriação. Por ser uma limitação geral e de interesse coletivo, não obriga o Poder Público a qualquer indenização, enquanto a desapropriação, por retirar do particular sua propriedade, impõe o dever de indenizar o proprietário. 6.3 Instituição e indenização As limitações administrativas ao uso da propriedade privada podem ser expressas em lei ou regulamento de qualquer das três entidades estatais (União, estados, DF e municípios), por se tratar de matéria de Direito Público. Por constituírem imposições gerais, impostas a propriedades indeterminadas, não ensejam nenhuma indenização por parte do Poder Público em favor dos proprietários. Os prejuízos eventualmente ocorridos não são individualizados, mas sim gerais, devendo ser suportados por um número indefinido de membros da coletividade em favor desta. OBS: isso difere de todas as outras formas de intervenção estatal até então estudadas. 6.4 Características As características das limitações administrativas são: Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Em vista do relato, deve-se concluir que está sendo utiliza- do o instituto da a) ocupação temporária. b) locação compulsória. c) desapropriação pro tempore. d) servidão administrativa. e) permissão de uso. Segundo Hely Lopes, ocupação temporária ou provisória é a utilização transitória, remunerada ou gratuita, de bens particulares pelo Poder Público, para a execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse público. No caso descrito, a Administração Pública ocupará de forma provisória os terrenos vagos de propriedade particular situados no raio de 3 (três) quilômetros dos estádios que sediam a competição para fins de instalação de equipamentos necessários à segurança e comodidade dos frequentadores dos eventos do campeonato. Gabarito: A 8. (FCC/TCE-RO/Procurador/2010) Em relação às restrições do Estado sobre a propriedade privada é correto afirmar: a) A servidão administrativa impõe um ônus real ao imóvel, que fica em estado de sujeição à utilidade pública. b) Nas limitações administrativas impõe-se um dever de suportar, enquanto na servidão administrativa impõe-se um dever de não fazer. c) Nas limitações administrativas grava-se concreta e especificamente um bem determinado, gerando indenização correspondente ao sacrifício. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. Parecer do órgão técnico cultural; 2. Notificação ao proprietário, que poderá anuir com o tombamento ou impugnar a intenção do Poder Público de decretá-lo; 3. Decisão do Conselho Consultivo da pessoa incumbida do tombamento, após as manifestações dos técnicos e do proprietário. Existem 3 hipóteses de conclusão da decisão: ł�6H�KRXYHU�ilegalidade, pela anulação do processo; ł�Rejeição da proposta de tombamento; ł� 6H� QHFHVViULR� R� WRPEDPHQWR�� SHOD� homologação da proposta; 4. Possibilidade de interposição de recurso pelo proprietário, contra o tombamento, a ser dirigido ao Presidente da República. 7.6 Efeitos do tombamento Efetivado o tombamento e o respectivo registro no Ofício de Registro de Imóveis respectivo, surgem os seguintes efeitos, no que concerne ao uso e à alienação do bem tombado: 1. Vedação de destruir, demolir ou mutilar o bem tombado ao proprietário ou ao titular de eventual direito de uso; 2. Possibilidade de o proprietário reparar, pintar ou restaurar o bem somente após a devida autorização do Poder Público; 3. Dever do proprietário de conservar o bem tombado para mantê-lo dentro de suas características culturais. OBS: se não dispuser de recursos para proceder a obras de Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita conservação e restauração, deverá necessariamente comunicar o fato ao órgão que decretou o tombamento, o qual poderá mandar executá-las a suas expensas. 4. Possibilidade do Poder Público, no caso de urgência, tomar a iniciativa de providenciar as obras de conservação. 5. Direito de preferência do Poder Público no caso de alienação do bem tombado. Antes de alienar o bem tombado, o proprietário deve notificar a União, o Estado e o Município onde se situe, para exercerem, dentro de 30 dias, seu direito de preferência; caso não seja observado o direito de preferência, será nula a alienação, ficando autorizado o Poder Público a sequestrar o bem e impor ao proprietário e ao adquirente multa de 20% do valor do contrato. 6. O tombamento do bem não impede o proprietário de gravá-lo por meio de penhor, anticrese ou hipoteca; 7. Não há obrigatoriedade de o Poder Público indenizar o proprietário do imóvel no caso de tombamento. Cabe destacar que o tombamento não é a única forma de proteção do patrimônio cultural brasileiro, pois o mesmo intuito cabe à ação popular, ao direito de petição aos Poderes Públicos e à ação civil pública. 7.7 Bens insuscetíveis de tombamento O tombamento pode atingir bens de qualquer natureza: móveis ou imóveis, materiais ou imateriais, públicos ou privados. Entretanto, o art. 3º do Decreto-Lei nº 25/37 exclui do patrimônio histórico e artístico Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita II. Os bens locados para órgãos públicos são considerados partes integrantes do patrimônio histórico e artístico nacional mesmo antes de inscritos nos Livros do Tombo. III. Os bens tombados não poderão ser destruídos ou demolidos semprévia autorização do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional. Contudo, poderão ser reparados, pintados ou restaurados antes de prévia autorização. IV. Excluem- se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de origem estrangeira que pertenceram às representações diplomáticas acreditadas no país. Está correto o que se afirma em a) I, II, III e IV. b) II e III, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) III e IV, apenas. e) I e IV, apenas. A I está correta, pois é exatamente o conceito de tombamento que vimos em aula: Tombamento é a modalidade de intervenção na propriedade por meio da qual o Poder Público procura proteger o patrimônio cultural brasileiro. O Estado intervém na propriedade privada para proteger a memória nacional, protegendo bens de ordem histórica, artística, arqueológica, cultural, científica, turística e paisagística. A maioria dos bens tombados é de imóveis, porém o tombamento também pode recair sobre bens móveis. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 8.6 Destinação dos bens Em regra, os bens desapropriados passam a integrar o patrimônio das entidades ligadas ao Poder Público que providenciaram a desapropriação e pagaram a respectiva indenização. Ex: imóvel desapropriado pela União para instalação de uma Secretaria ± ingresso do bem no patrimônio da União, tornando-se bem público. Ocorrerá INTEGRAÇÃO DEFINITIVA sempre que o bem expropriado tiver utilização para o próprio Poder Público, em seu próprio benefício. Ao contrário, ocorrerá INTEGRAÇÃO PROVISÓRIA se a desapropriação tiver sido efetuada para que o bem seja utilizado e desfrutado por terceiro. Exemplos: desapropriação para fins de reforma agrária; desapropriação para abastecimento da população; desapropriação confiscatória. 8.7 Procedimento de desapropriação Basicamente, são duas fases distintas que compõem o procedimento administrativo de desapropriação: 1. Fase DECLARATÓRIA: o Poder Público manifesta sua vontade na futura desapropriação; 2. Fase EXECUTÓRIA: providências para consumar a transferência do bem do patrimônio particular para o Poder Público. Fase DECLARATÓRIA Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. Permissão para que as autoridades competentes possam penetrar no prédio objeto da declaração, sendo possível o recurso à força policial no caso de resistência do proprietário; 2. Início da contagem do prazo para ocorrência da caducidade do ato; 3. Indicação do estado em que se encontra o bem objeto da declaração para efeito de fixar o valor da futura indenização; 4. Não há impedimento para que sejam concedidas licenças para obras no imóvel já declarado de utilidade pública ou de interesse social, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada (Súmula 23 do STF). A indenização somente abrange: 1. Benfeitorias NECESSÁRIAS: feitas após a declaração de utilidade pública ou de interesse social; 2. Benfeitorias ÚTEIS: quando o proprietário for autorizado pelo Poder Público; 3. Benfeitorias VOLUPTUÁRIAS: não são indenizáveis se feitas após a referida declaração. No caso de declaração de utilidade pública, o decreto expropriatório caduca no prazo de 5 anos, contado da data da expedição do decreto, se a desapropriação não for efetivada mediante acordo ou sentença judicial nesse prazo. Na hipótese de desapropriação por interesse social, o referido prazo é de 2 anos, também contado da expedição do decreto. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita dominante considera que tal exigência, em relação aos juízes substitutos, foi revogada pela Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar no 35/1979). e) a declaração de utilidade pública para fins de desapropriação obsta a concessão de licença para construir no imóvel objeto da declaração. 2� LWHP� ³G´� HVWi� FRUUHWR� H� VH� DVVHPHOKD� D� OHWUD� GD� OHL� VREUH� GHVDSURSULDomR�SRU�XWLOLGDGH�S~EOLFD��9HMD��³Art. 12. Somente os juizes que tiverem garantia de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos poderão conhecer dos processos de desapropriação. Gabarito: D 19. (2014/FCC/TRF - 3ª REGIÃO/Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) A Administração pública tentou adquirir um terreno para edificação de casas populares, terreno esse que pertence a um particular e está livre e desocupado de pessoas e coisas. O particular não concordou com o valor oferecido pela Administração pública, que apurou o justo preço por meio de duas avaliações administrativas realizadas por empresas idôneas. Com a recusa do particular, a Administração pública; a) deverá declarar de utilidade pública e desapropriar o imóvel, tendo em vista que o particular não possuía justa fundamentação para a recusa. b) poderá declarar de utilidade pública a área, promovendo a desapropriação administrativamente, via mais célere que a judicial. c) poderá declarar de interesse social o imóvel, ajuizando a competente ação de desapropriação para aquisição originária da área, oferecendo em juízo o valor que apurou a título de justa indenização. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita d) deverá desistir da compra e da desapropriação pretendidas, providenciando uma terceira avaliação para instruir eventual ação judicial de aquisição compulsória, tendo em vista que os demais trabalhos técnicos já haviam cumprido seus efeitos. e) deverá desapropriar o imóvel administrativamente, editando decreto de declaração de interesse social sobre o imóvel, dotado do atributo da autoexecutoriedade. A transferência do bem poderá ser efetivada na via: 1. Administrativa: se houver acordo entre o Poder Público e o expropriado a respeito da desapropriação do bem e do pagamento da respectiva indenização. Esse acordo bilateral, de natureza onerosa, retrata um contrato de compra e venda, e é chamado de DESAPROPRIAÇÃO AMIGÁVEL. 2. Judicial: QUANDO NÃO HÁ ACORDO NA VIA ADMINISTRATIVA, será proposta ação judicial com o intuito de solucionar o conflito de interesses entre o Poder Público e o proprietário." Sendo assim, a Administração Pública poderá declarar de interesse social o imóvel, ajuizando a competente ação de desapropriação para aquisição originária da área, oferecendo em juízo o valor que apurou a título de justa indenização. Gabarito:C 20. (2014/FCC/MPE-PA/Promotor de Justiça)A União editou Decreto de Desapropriação da Fazenda Santa Rita, localizada no Estado do Pará, declarando interesse social para fins de reforma agrária. Após este ato, ingressou administrativamente no imóvel, com auxílio de força policial, para promover sua vistoria e avaliação. A conduta da Administração pública foi Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a) ilegal pelo uso da força policial, que não é admitido nos conflitos de reforma agrária. b) legal, uma vez que a edição do Decreto, neste caso, autoriza a Administração pública a ingressar no imóvel, com auxílio de força policial, sem necessidade de autorização judicial. c) legal, uma vez que a Administração pública pode, em qualquer situação, ingressar na propriedade privada, com auxilio de força policial, valendo-se de seu Poder de Polícia. d) ilegal, diante da necessidade de haver uma autorização formal do Conselho Federal da Reforma Agrária. e) ilegal, diante da necessidade de haver, neste caso, prévia autorização judicial. A transferência do bem poderá ser efetivada na via: 1. Administrativa: se houver acordo entre o Poder Público e o expropriado a respeito da desapropriação do bem e do pagamento da respectiva indenização. Esse acordo jurídico bilateral, de natureza onerosa, retrata um contrato de compra e venda e é chamado de DESAPROPRIAÇÃO AMIGÁVEL. 2. Judicial: quando não há acordo na via administrativa, será proposta ação judicial com o intuito de solucionar o conflito de interesses entre o Poder Público e o proprietário. No caso descrito, há a transferência judicial do bem. De toda a forma, é ilegal o ingresso administrativamente no imóvel, com auxílio de força policial, para promover sua vistoria e avaliação, pois há necessidade de autorização judicial. Gabarito: E Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 21. (2012/FCC/TJ-GO/Juiz) Analise as afirmações abaixo. I. Compete à União e aos Estados promover a desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária. II. A propriedade produtiva pode ser desapropriada por interesse social, para fins de reforma agrária, desde que não esteja respeitando as normas ambientais. III. Considera-se reforma agrária o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade. IV. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra. Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) IV, apenas. e) I, II, III e IV. De acordo com a Constituição Federal, os itens I e II estão incorretos: O item I está incorreto, pois fala em União e Estados, quando a SUHUURJDWLYD� p� DSHQDV� GD� 8QLmR�� 9HMD�� ³$UW�� ����� &RPSHWH� j� 8QLmR� desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita mina: ³��������- É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios;II - imposto sobre a propriedade predial e WHUULWRULDO�XUEDQD�SURJUHVVLYR�QR�WHPSR�´ 2� LWHP� ³D´� HVWi� LQFRUUHWR�� SRLV� QmR� Ki� XPD� LPSRVVLELOLGDGH� absoluta para desapropriação da pequena e média propriedade rural, a impossibilidade se justifica desde que o proprietário não possua outra SURSULHGDGH�� 2� LWHP� ³E´� HVWi� LQFRUUHWR�� SRLV� IDOD� HP� GHVDSURSULDomR� mediante indenização em títulos de dívida pública, quando na verdade a lei estabelece a desapropriação sem qualquer indenização ao proprietário. -i�R� LWHP�³G´�HVWi�LQFRUUHWR��SRLV�D�iUHD�GR�XVXFDSLmR�p� duzentos e cinqüenta metros quadrados�� 3RU� ILP�� D� OHWUD� ³H´� QmR� VH� refere à função social da propriedade. Gabarito: C 23. (2013/FCC/DPE-RS/Técnico de Apoio Especializado) Ao disciplinar o direito à propriedade, a Constituição Federal brasileira determina que a) apenas a propriedade rural, e não a urbana, atenderá a sua função social nos termos da lei. b) é vedada a desapropriação por interesse social, permitida apenas a desapropriação por necessidade ou utilidade pública. c) no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. d) a propriedade rural, independentemente de sua extensão territorial, mas desde que trabalhada pela família, não será objeto Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 62 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, não podendo ser transmitido aos herdeiros. e) os autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, não podendo ser transmitido aos herdeiros. A questão pode ser respondida analisando a Constituição: $� OHWUD� µD´� HVWi� LQFRUUHWD�� SRLV� QmR� DSHQDV� D� SURSULHGDGH� UXUDO�� mas também a urbana atenderão à função social, segundo artigo 5º, LQFLVR� ;;,,,�� -i� D� OHWUD� ³E´� HVWi� Lncorreta, pois é possível que haja desapropriação por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, como podemos ver no artigo 5º inciso XXIV. A OHWUD�³F´ HVWi�FRUUHWD�H�p�R�TXH�HVWi�HVFULWR�QR�DUWLJR����LQFLVR�;;9��³QR� caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização XOWHULRU��VH�KRXYHU�GDQR� �´�-i�D� OHWUD�³G´�HVWi�LQFRUUHWD��SRLV�D�TXHVWmR� fala que a propriedade rural independente da extensão não será objeto de penhora, porém a lei estabelece que apenas as pequenas propriedades têm HVVD�SUHUURJDWLYD��3RU�ILP��D�OHWUD�³H´�HVWi�LQFRUUHWD�� SRLV� D� OHL� HVWDEHOHFH�TXH� ³$RV�DXWRUHV�SHUWHQFH�R�GLUHLWR� H[FOXVLYR� GH� utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar´�� diferente do que a questãoestabelece. 24. (2013/FCC/PGE-BA/Analista de Procuradoria - Área de Apoio Jurídico)É suscetível de desapropriação, para fins de reforma agrária, Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita c) não possui competência para desapropriar por interesse social imóveis situados em zona rural. d) tem competência declaratória e executória, sendo que ambas são indelegáveis. e) pode desapropriar bens pertencentes à União e aos Estados, mediante autorização legislativa desses entes. Nessa questão, é necessário conhecer o Estatuto da Cidade que GL]��³Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, FRP�SDJDPHQWR�HP�WtWXORV�GD�GtYLGD�S~EOLFD�´��RX�VHMD��R�0XQLFtSLR�WHP� competência exclusiva para executar a desapropriação-sanção, em caso de descumprimento da função social da propriedade urbana. Gabarito: A 26. (2013/FCC/DPE-RS/Analista ± Processual) A Administração pública construiu uma unidade prisional em terreno que julgava ser de sua propriedade. Apurou- se, meses depois da inauguração da unidade, que o terreno era particular, por ocasião de decisão em pedido de licenciamento ambiental para implantação de empreendimento habitacional pelo então real proprietário. O proprietário do terreno onde foi edificada a unidade prisional a) pode ajuizar medida judicial para exigir a restituição do terreno, precedida da demolição da obra pública. b) torna-se proprietário das construções lá edificadas, devendo equacionar com o poder público a utilização do terreno para evitar a interrupção do serviço. c) pode ajuizar ação de indenização em razão da limitação administrativa imposta pelo poder público à propriedade particular. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita d) pode ajuizar ação de improbidade administrativa em face do atual administrador, em razão da administração pública ter edificado em terreno alheio. e) pode ajuizar ação de indenização em razão da desapropriação indireta promovida pelo poder público quando edificou no terreno particular equipamento público com intuito de ocupação definitiva. No caso em questão, ocorreu a desapropriação indireta, que é o fato administrativo por meio do qual o Estado se apropria de bem particular, sem observância dos requisitos da declaração e da indenização prévia. O Estado apropria-se de bem particular sem o devido processo legal. Nesse caso, é possível ajuizar ação de indenização em razão da desapropriação indireta promovida pelo poder público quando edificou no terreno particular equipamento público com intuito de ocupação definitiva. Gabarito: E 9. Ação de desapropriação Sujeito ATIVO (expropriante): Poder Público ou pessoa privada que exerce função delegada (concessionário ou permissionário), esta quando autorizada em lei ou contrato. OBS: o proprietário nunca atua como parte no polo ativo da ação de desapropriação. Sujeito PASSIVO (expropriado): proprietário do bem a ser desapropriado. OBS: o réu contestará a proposta feita pelo Poder Público, apresentando suas razões. Pedido: consumação da transferência do bem desapropriado para o patrimônio do Poder Público. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Elementos da petição inicial: oferta do preço, cópia do contrato ou do diário oficial em que houver sido publicado o decreto expropriatório e planta ou descrição do bem a ser desapropriado e suas confrontações. Ministério Público: intervirá obrigatoriamente em qualquer processo de desapropriação. 9.1 Contestação Limitação material (art. 20 do Decreto-Lei 3.365/41): só poderá versar sobre vício do processo judicial (ilegitimidade de parte, falta de interesse de agir, inépcia da petição inicial, etc) ou impugnação do preço (valor da indenização). OBS: qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta. Portanto, no mérito, as partes só poderão discutir o valor da indenização. Se o expropriado pretender discutir com o Poder Público questões sobre desvio de finalidade, inexistência de interesse social ou utilidade pública, etc., deverá propor nova ação autônoma. 9.2 Imissão provisória na posse Regra: posse do expropriante sobre o bem expropriado somente após o fim do processo de desapropriação, com a transferência jurídica do bem, depois do pagamento da devida indenização. Exceção: declaração de urgência e depósito prévio. Nesse caso, é possível que o expropriante passe a ter a posse provisória do bem antes da finalização da ação de desapropriação. Note que são 2 pressupostos para a imissão provisória na posse: Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 71 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita do entendimento sedimentado na Primeira Seção desta Corte nos autos dos EREsp 519.365/SP, de relatoria do Exmo. Senhor Ministro Teori Albino Zavascki. (...) 4. Percentual dos juros compensatórios. 4.1. "Segundo a jurisprudência assentada no STJ, a Medida Provisória 1.577/97, que reduziu a taxa dos juros compensatórios em desapropriação de 12% para 6% ao ano, é aplicável no período compreendido entre 11.06.1997, quando foi editada, até 13.09.2001, quando foi publicada a decisão liminar do STF na ADIn 2.332/DF, suspendendo a eficácia da expressão 'de até seis por cento ao ano', do caput do art. 15-A do Decreto-lei 3.365/41, introduzida pela referida MP. Nos demais períodos, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano, como prevê a súmula 618/STF" (REsp 1.111.829/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 25.05.09, submetido ao regime dos recursos repetitivos do artigo 543-C do CPC e da Resolução STJ nº 08/2008. 4.2. Nessa linha, foi editada a Súmula 408/STJ, de seguinte teor: "nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida Provisória n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federal" (DJe 24/11/2009). 4.3. In casu, em razão de o ente expropriante ter-se imitido na posse durante a vigência da MP nº 1.577/97 e reedições e em data anterior à liminar deferida na ADI nº 2.332/DF (DJ 13.09.01) os juros devem ser fixados no percentual de 6% ao ano entre a data da imissão na posse até 13 de setembro de 2001. Após essa data, o percentual volta a ser de 12% ao ano (Súmula 618/STF). 5. Recursoespecial conhecido em parte e provido também em parte. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do Código de Processo Civil e da Resolução nº 8/STJ. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 74 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita )HGHUDO� VXVSHQGHX� OLPLQDUPHQWH� D� HILFiFLD� GD� H[SUHVVmR� ³GH� DWp� VHLV� SRU� FHQWR� DR� DQR´�� FRQWLGD� QR� DUW�� ��-A do Decreto-lei no 3.365/41. Após essa decisão, a taxa de juros compensatórios, na desapropriação a) voltou a ser de 12% ao ano, por expressa disposição constitucional. b) passou a ser variável, dependendo de decisão judicial no caso concreto, a qual deverá levar em conta a política de juros definida pelos órgãos governamentais competentes. c) manteve-se em 6% ao ano, agora com fundamento em dispositivo do Código Civil. d) voltou a ser de 12% ao ano, conforme jurisprudência sumulada do próprio Tribunal. e) manteve-se em 6% ao ano, por expressa disposição constitucional. Como vimos, o percentual de 6% é aplicável apenas no período compreendido entre 11.06.1997 (quando foi editada) até 13.09.2001, quando foi publicada a decisão liminar do STF na ADIn 2.332/DF, suspendendo a eficácia da expressão "de até seis por cento ao ano", do caput do art. 15-A do Decreto-lei 3.365/41, introduzida pela referida MP. Nos demais períodos, o percentual dos juros compensatórios é de 12% ao ano. *DEDULWR��/HWUD�³G´� 9.5 Desistência da desapropriação No caso de não subsistirem os motivos que provocaram a iniciativa do processo expropriatório, o Poder Público pode desistir, inclusive no curso da ação judicial. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 75 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O expropriado não pode opor-se à desistência, mas terá direito à indenização por todos os prejuízos causados pelo expropriante. A desistência pode ser declarada diretamente na ação de desapropriação, requerendo o Poder Público a extinção do processo sem julgamento de mérito, ou por meio da revogação do decreto expropriatório. 9.6 Desapropriação indireta É o fato administrativo por meio do qual o Estado se apropria de bem particular, sem observância dos requisitos da declaração e da indenização prévia. O Estado apropria-se de bem particular sem o devido processo legal. Exemplo: apropriação de áreas privadas pela Administração Pública para abertura de estradas sem processo pertinente e sem o prévio pagamento de indenização. Ocorrendo a incorporação fática de um bem ao patrimônio público, mesmo sendo nulo ou inexistente o processo de desapropriação, o proprietário não terá direito ao retorno do bem ao seu patrimônio, só podendo postular em juízo reparação pelas perdas e danos causados pelo expropriante (art. 35 do Decreto-Lei nº 3.365/41). É também reconhecida pela jurisprudência a ocorrência de desapropriação indireta nas situações em que o Poder Público impõe a determinado bem particular restrições tão extensas que resulta inteiramente esvaziado o conteúdo econômico da propriedade. Requisitos para configuração da desapropriação INDIRETA: Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 78 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Esse direito surge no caso de desapropriação parcial, quando a parte não expropriada do bem fica prática ou efetivamente inútil, inservível, sem valor econômico ou de difícil utilização. O expropriado pode exigir a conversão da desapropriação parcial em total. O direito de extensão deve ser manifestado pelo expropriado durante as fases administrativa ou judicial do procedimento de desapropriação. OBS: não se admite o pedido após o término da desapropriação. 9.8 Tredestinação É a destinação desconforme com o plano inicialmente previsto no ato expropriatório. O Poder Público desiste dos fins da desapropriação e transfere a terceiro o bem desapropriado ou pratica desvio de finalidade, permitindo que terceiro se beneficie de sua utilização. Esse é o caso da tredestinação ILÍCITA, em que a desapropriação deve ser considerada nula, com a reintegração do bem ao ex-proprietário. Exemplo: desapropriação de certa área para construção de escola, mas o Estado concede permissão para que empresa utilize tal área para outros fins. A doutrina aponta também a hipótese de tredestinação LÍCITA. Nessa situação, mantida a finalidade de interesse público, o Poder Público expropriante dá ao bem desapropriado destino diverso daquele inicialmente planejado. Exemplo: desapropriação de certa área para construção de escola, mas o Estado constrói um hospital. Segundo o STJ, se ao bem expropriado for dada destinação que atende ao interesse público, ainda que diversa da inicialmente prevista no decreto expropriatório, não há desvio de finalidade. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 87 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Vimos acima que os bens dominicais podem ser alienados, uma vez que desafetados, ou seja, não utilizados diretamente pelo Estado ou pela coletividade. Caso o Estado queira alienar um bem de uso comum ou de uso especial, ele deverá desafetar esse bem (se esse bem for passível de desafetação, por óbvio). O procedimento para a alienação de bens públicos encontra-se na Lei nº 8.666/93, mais especificamente em seus arts. 17, caput e incisos I e II, e 19. Desapropriação De acordo com Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, é o procedimento de direito público pelo qual o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública, de necessidade pública, ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de justa e prévia indenização. Utilidade pública: a transferência do bem para o Poder Público é conveniente, embora não seja imprescindível. Necessidade pública: situações de emergência, cuja solução exija a desapropriação do bem. Interesse social: hipóteses em que mais se destaca a função social da propriedade. OBS: na hipótese de desapropriação para a realização de uma obra, o art. 4º do Decreto-Lei nº 3.365/41 prevê a possibilidade de ser desapropriada uma área maior do que aquela que será inicialmente ocupada pela obra, abrangendo a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço; em qualquer caso, a declaração de Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 91 de114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, são determinações de caráter geral, por meio das quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações de fazer, ou obrigações de deixar de fazer alguma coisa, com a finalidade de assegurar que a propriedade atenda sua função social. Limitação Administrativa De acordo com Maria Sylvia Di Pietro, são medidas de caráter geral, previstas em lei com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem- estar social. As limitações administrativas decorrem do poder de polícia da Administração e se exteriorizam em imposições unilaterais e imperativas, sob a modalidade positiva (fazer), negativa (não fazer) ou permissiva (permitir fazer). São caracterizadas pela gratuidade e pela generalidade da medida protetora dos interesses da coletividade, devendo ser gerais, dirigidas a propriedades indeterminadas. A limitação administrativa não pode ser confundida com servidão administrativa, já que esta é um ônus real sobre determinada e específica propriedade privada, mediante indenização, se houver prejuízo, para a execução de serviço público, enquanto aquela é uma restrição geral e gratuita imposta indeterminadamente às propriedades particulares em benefício da coletividade. Exemplo: o recuo na construção de edifícios é limitação administrativa; o atravessamento de um terreno com aqueduto para abastecimento de uma cidade é servidão administrativa. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 93 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Efetivado o tombamento e o respectivo registro no Ofício de Registro de Imóveis respectivo, surgem os seguintes efeitos, no que concerne ao uso e à alienação do bem tombado: 1. Vedação de destruir, demolir ou mutilar o bem tombado ao proprietário ou ao titular de eventual direito de uso; 2. Possibilidade de o proprietário reparar, pintar ou restaurar o bem somente após a devida autorização do Poder Público; 3. Dever do proprietário de conservar o bem tombado para mantê-lo dentro de suas características culturais. OBS: se não dispuser de recursos para proceder a obras de conservação e restauração, deverá necessariamente comunicar o fato ao órgão que decretou o tombamento, o qual poderá mandar executá-las a suas expensas. 4. Possibilidade do Poder Público, no caso de urgência, tomar a iniciativa de providenciar as obras de conservação. 5. Direito de preferência do Poder Público no caso de alienação do bem tombado. Antes de alienar o bem tombado, o proprietário deve notificar a União, o Estado e o Município onde se situe, para exercerem, dentro de 30 dias, seu direito de preferência; caso não seja observado o direito de preferência, será nula a alienação, ficando autorizado o Poder Público a sequestrar o bem e impor ao proprietário e ao adquirente multa de 20% do valor do contrato. 6. O tombamento do bem não impede o proprietário de gravá-lo por meio de penhor, anticrese ou hipoteca; Não há obrigatoriedade de o Poder Público indenizar o proprietário do imóvel no caso de tombamento. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 94 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita As formas mais conhecidas de abuso econômico são a prática do truste, cartéis e o dumping. x TRUSTE (trust): Ocorre quando uma empresa de maior porte domina o mercado e afasta os menores concorrentes, ou ainda os obriga a adotar a sua estratégia econômica. Conforme afirma Carvalho Filho, é uma forma impositiva do grande sobre o pequeno empresário. x Cartel: Ocorre quando os grandes empresários unem seus interesses com um único objetivo: eliminar a concorrência e aumentar arbitrariamente seus lucros. Comumente essa é vista sobre o preço do produto ofertado. Tendo em vista a concentração de poder econômico, pode ocorrer de o pequeno empresário sucumbir e por vezes ser dominado pelo grande empresário. x Dumping: Geralmente essa prática abusiva, possui caráter internacional. Uma empresa recebe o subsídio oficial do seu país de origem de forma que o custeio de seu produto fique excessivamente mais barato. Os valores baixos de seus produtos permanecem até que a empresa consiga impactar as empresas concorrentes, que por vezes perdem a condição de continuar suas atividades, chegando à falência. Com a quebra das concorrentes, essa empresa passa a praticar preços abusivos. Controle de abastecimento Esse controle é feito pelo Estado que, ao intervir no domínio econômico, mantém o mercado consumidor abastecido de produtos e serviços necessários para suprir a necessidade da coletividade. Conforme afirma Carvalho Filho, é comum em momentos de crises ou de inflações que as empresas retenham os seus produtos ou deixem de prestar os seus serviços, de forma que a população é prejudicada, gerando insuficiência de consumo. Geralmente o controle de abastecimento não passa de especulação de mercado e caracteriza o domínio econômico. Tabelamento de preços Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 95 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Conforme Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo descrevem, os preços classificam-se em privados (que se originam das condições normais de mercado) e públicos (estabelecidos unilateralmente pelo poder público, mediante a fixação de tarifa ou preço público). O Estado atua no tabelamento de preços privados, nos limites da lei, quando o preço de mercado, referente à oferta e procura, não supre ao interesse público. Na prática, o Estado determina quanto deve custar produtos essenciais para a sociedade em momentos de crise de abastecimento, como combustíveis e alimentos, ou como instrumento para conter uma disparada na inflação. Criação de empresas estatais A Constituição prevê a atuação do Estado no domínio econômico através da criação de entidades estatais como, por exemplo, de sociedades de economia mista e empresas públicas. Sendo que só é permitida tal criação autorizada por lei específica e quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, determinados por lei. Atualmente, a criação das Agências Reguladoras, que são autarquias em regime especial, tem sido feita para promover intervenções específicas na ordem econômica, regulando e fiscalizando atividades prestadoras de serviços públicos essenciais. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 96 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.brFacebook: Daniel Mesquita 11. Questões 1. (FCC - 2012 - MPE-AL - Promotor de Justiça) No tocante às restrições e intervenções na propriedade, o tratamento dado ao assunto pelo Direito Brasileiro a) permite que um particular seja sujeito ativo da desapropriação judicial em face de outro particular, cujo imóvel seja objeto da expropriação. b) não admite hipótese de expropriação de bens destituída de justa indenização. c) prevê que sempre haverá indenização em favor do particular, pelo simples uso de sua propriedade, caso seja ela requisitada em virtude de iminente perigo público. d) admite a desapropriação sem pagamento prévio de indenização, caso se trate de imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, desde que tal imóvel se situe em área definida pela lei federal como de especial interesse social. e) impede a desapropriação de bens de família. 2. (2012/FCC/TRF - 2ª REGIÃO/Analista Judiciário - Área Judiciária) Parte da propriedade rural, localizada no município de Itambé do Sul, pertencente a Alberto e sua mulher Rosângela, foi objeto de intervenção do Estado por intermédio da União. O respectivo ato administrativo estabeleceu restrições e condicionamentos ao uso daquele bem imóvel, devendo o Poder Público indenizar, caso ocorram, os respectivos danos. Nesse caso, as características da situação jurídica acima correspondem à Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 97 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a) requisição administrativa, abrangendo apenas imóveis, não é auto-executória e preserva a propriedade com os seus donos. b) servidão administrativa como direito real público, tem caráter de definitividade e não retira a propriedade de seus donos. c) ocupação temporária como utilização provisória de bem imóvel, remunerada ou gratuita, retirando a propriedade de seus donos d) limitação administrativa, impondo apenas a obrigação de não fazer, correspondendo ao ato unilateral, retirando a propriedade de seus donos enquanto perdurar o ato. e) desapropriação para proteger o patrimônio público, provisória ou definitiva, esta última retirando o bem de seus proprietários. 3. (2014/FCC/TRF - 4ª REGIÃO/Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados) A empresa responsável pelo abastecimento de água e saneamento local precisa implantar um emissário subterrâneo de esgoto em um terreno particular próximo à estação de tratamento existente, onde se cultiva cana-de-açúcar. Para tanto a) poderá instituir ocupação temporária ou requisição administrativa, que perdurarão pelo tempo necessário para a utilização do emissário, dispensando-se indenização ao proprietário. b) deverá adquirir a porção do terreno necessária à instalação da infraestrutura subterrânea. c) poderá desapropriar a porção de terreno necessária à instalação da infraestrutura, dispensada indenização, tendo em vista que não haverá restrição à exploração econômica. d) deverá decretar o tombamento da área, com a consequente preservação e impossibilidade de utilização da porção do terreno para outra finalidade além do emissário de esgoto. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 98 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita e) poderá instituir servidão administrativa, indenizando o proprietário do terreno pelos prejuízos experimentados pela restrição operada. 4. (FCC - 2012 - PGM-Joao Pessoa-PB - Procurador Municipal) A Secretaria Municipal de Cultura pretende instalar, em terreno de propriedade municipal, um cinema ao ar livre, como instalação permanente dedicada a incentivar a cultura cinematográfica no Município. Como tela de projeção, será utilizada a parede lateral, sem janelas, de um edifício particular lindeiro ao terreno público. Analisando a questão, o Procurador responsável pela consultoria jurídica da Secretaria alerta sobre a possibilidade de que o proprietário privado queira dar outra utilização à fachada cega - por exemplo, locando-a para anúncios publicitários - sendo conveniente utilizar-se de instrumento jurídico que garanta o funcionamento permanente do cinema. Diante da situação, é recomendável que o Município se utilize do seguinte instituto: a) requisição administrativa. b) ocupação temporária. c) permissão de uso. d) servidão administrativa. e) desapropriação. 5. (FCC - 2009 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área Judiciária) Sobre as modalidades de intervenção do Estado na propriedade, é correto afirmar que Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 99 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a) o tombamento é medida sempre compulsória e definitiva. b) a ocupação provisória caracteriza-se como a utilização temporária que o Estado faz de bem improdutivo ou produtivo exclusivamente para instalação de canteiro de obra de grande porte, sem direito a indenização do proprietário. c) a requisição insere-se no poder discricionário da Administração e pode ser adotada em quaisquer circunstâncias, a critério do agente público competente. d) a limitação administrativa é medida concreta, restrita a determinada propriedade e é sempre indenizável. e) a servidão administrativa tem natureza de direito real e só é indenizável se causar dano ou prejuízo. 6. (FCC - 2013 - DPE-AM - Defensor Público) São características da servidão administrativa: a) imperatividade, perpetuidade e natureza real. b) gratuidade, precariedade e natureza pessoal. c) consensualidade, perpetuidade e natureza real. d) autoexecutoriedade, perpetuidade e natureza pessoal. e) onerosidade, precariedade e natureza real 7. (2014/FCC/Câmara Municipal de São Paulo ± SP/Procurador Legislativo)Analise a seguinte situação hipotética: Em razão da realização de evento desportivo de âmbito mundial, foi editada Lei Federal determinando que, durante o período de realização da referida Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 100 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita competição, os terrenos vagos de propriedade particular situados no raio de 3 (três) quilômetros dos estádios que sediam a competição, sejam colocados à disposição das respectivas Municipalidades-sedes, para fins de instalação de equipamentos necessários à segurança e comodidade dos frequentadores dos eventos do campeonato, como postos de policiamento e sanitários coletivos, assegurando-se indenização aos respectivos proprietários, com base em critérios estabelecidos na referida legislação. Em vista do relato, deve-se concluir que está sendo utiliza- do o instituto da a) ocupação temporária. b) locaçãocompulsória. c) desapropriação pro tempore. d) servidão administrativa. e) permissão de uso. 8. (FCC/TCE-RO/Procurador/2010) Em relação às restrições do Estado sobre a propriedade privada é correto afirmar: a) A servidão administrativa impõe um ônus real ao imóvel, que fica em estado de sujeição à utilidade pública. b) Nas limitações administrativas impõe-se um dever de suportar, enquanto na servidão administrativa impõe-se um dever de não fazer. c) Nas limitações administrativas grava-se concreta e especificamente um bem determinado, gerando indenização correspondente ao sacrifício. d) A servidão administrativa impõe ônus de natureza pessoal ao imóvel gravado, de forma que a transferência do domínio exige renovação do gravame. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 101 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita e) Nas limitações administrativas impõe-se ônus de natureza real a todos os imóveis abrangidos pela descrição do ato normativo correspondente. 9. (2014/FCC/TJ-AP/Juiz) Segundo a Constituição Federal, são meios de promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro a) tombamento, registro e descoberta. b) apenas o tombamento e o registro. c) inventário, registro, vigilância, tombamento e desapropriação. d) tombamento, registro e ad corpus. e) apenas o tombamento e a desapropriação. 10. (2012/FCC/TRT - 6ª Região (PE)/Analista Judiciário ± Arquitetura)O tombamento de bens culturais é um ato administrativo realizado pelo poder público, nos níveis federal, estadual ou municipal. Os tombamentos federais são da responsabilidade do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Sobre esse instrumento de preservação é correto afirmar que a) pode ser aplicado aos bens móveis e imóveis de interesse cultural e ambiental, desde que estes mantenham intactas suas características e feições originais. b) pode ser aplicado exclusivamente aos bens imóveis de interesse cultural e ambiental, excetuando os bens móveis como livros, mobiliário e obras de arte. c) tem início pelo pedido de abertura de processo, por iniciativa exclusiva de um técnico ou especialista no campo da preservação cultural. d) tem por objetivo preservar bens materiais de interesse para a preservação da memória coletiva, mediante a desapropriação do bem sob proteção legal, que passa a ser de propriedade pública. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 102 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita e) tem por objetivo preservar bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo a destruição e/ou descaracterização de tais bens. 11. (2013/FCC/Caixa/Engenheiro Civil)O patrimônio histórico e artístico nacional é constituído de um conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público. Sobre o tombamento, considere: I. Pode vir a constituir o patrimônio histórico e artístico nacional, o conjunto de bens móveis ou imóveis que estão vinculados a fatos memoráveis da história do Brasil. II. Os bens locados para órgãos públicos são considerados partes integrantes do patrimônio histórico e artístico nacional mesmo antes de inscritos nos Livros do Tombo. III. Os bens tombados não poderão ser destruídos ou demolidos sem prévia autorização do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional. Contudo, poderão ser reparados, pintados ou restaurados antes de prévia autorização. IV. Excluem- se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de origem estrangeira que pertenceram às representações diplomáticas acreditadas no país. Está correto o que se afirma em a) I, II, III e IV. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 103 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita b) II e III, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) III e IV, apenas. e) I e IV, apenas. 12. (FCC - 2011 - TCE-SE - Analista de Controle Externo - Coordenadoria Jurídica) A proteção e defesa pelo Estado dos bens detentores de valor histórico, artístico, estético, paisagístico ou turístico poderá ser feita mediante o instituto do tombamento a) exclusivamente. b) que implicará a transferência de titularidade desses bens ao Estado. c) cujos efeitos legais produzidos incidem precipuamente sobre bens imateriais. d) que gerará ao Estado o dever de indenizar o proprietário, em todos os casos e em valor equivalente à totalidade do bem tombado. e) que se aplica a bens públicos ou privados. 13. (FCC - 2013 - TJ-PE - Titular de Serviços de Notas e de Registros ± Provimento) O tombamento constitui uma das formas de intervenção do Estado na propriedade, que tem por objetivo a proteção do patrimônio histórico e artístico, a) importando a restrição ao exercício de todos os direitos inerentes ao domínio, quando compulsório. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 104 de 114 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita b) sendo sempre compulsório quando incidente sobre bens particulares e voluntário quando se trate de bens de entidades públicas. c) não podendo incidir sobre bens de origem estrangeira que pertençam a representações diplomáticas e consulares acreditadas no país. d) recaindo somente sobre bens de propriedade privada, móveis ou imóveis, materiais ou imateriais, sendo vedado o tombamento de bens públicos. e) podendo incidir sobre bens privados, nacionais ou estrangeiros, sendo compulsório na primeira hipótese e voluntário na segunda. 14. (2012/FCC/TJ-GO/Juiz) Relativamente à desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, a) as benfeitorias necessárias serão indenizadas em dinheiro, mas não as úteis. b) o decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza o Município a propor a ação de desapropriação. c) cabe à lei ordinária estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. d) o orçamento fixará a cada dois anos o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no biênio. e) são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. Direito Administrativo p/ Analista Judiciário ʹ TRT/MG. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 17 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 105 de 114 Twitter: @danielmqt
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