Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PENAL PARTE GERAL: Gustavo junquera – twitter @profjunqueira Teoria da lei penal: Princípio da legalidade: não há crime sem lei anterior que o defina e nem pena sem prévia cominação legal. Princípios derivados da legalidade: Estrita reserva legal – que apenas a lei em sentido estrito, ou seja, a lei ordinária pode tratar de matéria penal incriminadora, sendo lei em sentido estrito para tratar de crimes e penas. Tem outros atos normativos, mesmo que com força de lei ordinária, não podem (medida provisória e lei delegada), é devido ao princípio de lex Populi, onde o povo tem o direito através de seus representantes, que é do parlamento (câmara dos deputados e senado federal). O presidente lidera e não representa, por isso, que não pode MP tratar de lei penal. Taxatividade – a lei deve esclarecer o que é o que não é crime. Nada adianta se a lei penal for totalmente aberta. Tipos fechados – aqueles que cumprem a taxatividade, onde os tipos dolosos devem ser fechados. Tipo aberto – aquele que não cumpre a taxatividade. Os tipos culposos podem também ser abertos. A culpa pode ser aberto pois é descuido se tratando de várias hipóteses. Tipo culposo fechado – receptação. Exigibilidade de lei escrita – é vedada incriminação por analogia. É possível analogia se favorável ao réu. Stj – pacifica o seguinte, que o gato de energia eletrica se o sujeito repara tudo, extingue a punibilidade, aplicando por analogia (tributo vs tarifa) os crimes contra a ordem tributária. Analogia: método de integração, não podendo ir contra reu. Analogia vs interpretação analógica – a analogia é um método de integração do ordenamento, ou seja, as lacunas da lei, são preenchidas. O mais importante método de integração é a analogia. Interpretação analógica – artigo 121 p.2 inciso 4. o legislador se vale de uma clausula genérica que por sua vez deve ser interpretada em harmonia de sentido com a enumeração casuística. Na interpretação analógica pode lei incriminadora. Legalidade das penas – para a doutrina, limites muitos amplos para fixação da pena violam o princípio. Anterioridade – a lei deve ser anterior ao fato. LEI PENAL EM BRANCO – É AQUELA QUE PRECISA DE COMPLEMENTO DE OUTRO ATO NORMATIVO PARA QUE TENHA SENTIDO. Ex: crime de bigamia e consumo de droga, que precisam de complementação. Ausente complemento na lei penal em branco, esta se torna ineficaz. Lei penal em branco: homogenea ou latu sensu, ou ainda heterogenea que é o strictu sensu. Homogenea – aquela que cujo o cumprimento é vinculado em lei. Homo pois o complemento é igual. A classificação da lei penal Homovitelinea e heterovitelinea, onde podem estar ou não no mesmo dispositivo. Mesmo diploma homovitelinea. Ex: peculato Heterovitelinea – diploma normativo diferente do complemento. Ex: bigamia. Heterogenea – complemento está em ato normativo diverso da lei como de decretos, portarias resoluções. Ex: a lei penal de drogas. As leis penais em branco também podem ser divididas em ao revés ou invertidas: o preceito incriminador está completo, mas o preceito sancionador precisa de complemento norma penal em branco invertida. Polemica – a lei penal em branco heterogenea parece violar a estrita reserva legal. É constitucional ? Resposta: prevalece que sim, dada a excepcional necessidade de rápida alteração no rol de substâncias consideradas drogas ou resíduos cujo o descarte é proibido no meio ambiente. Outro entendimento levaria a proteção deficiente, pois bens jurídicos importantes ficariam sem tutela penal. Pelo princípio da proteção deficiente, a ausência de tutela penal para direitos fundamentais é inconstitucional. LEI PENAL NO TEMPO: Em direito penal o princípio geral TEMPUS REGIT ACTUM é fortemente mitigado pelo artigo 5 inciso 40 CF e artigo 2º do CP que é a retroatividade da lei penal benigna: a nova lei penal que de qualquer forma beneficiar o réu será aplicada em seu favor, mesmo que já transitado em julgado a condenação ou extinta a pena ( não há limite). ABOLICIO CRIMINIS: lei penal revogadora do tipo criminal, ex: adultério. É causa extintiva da punibilidade que afasta todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória. LEI INTERMEDIÁRIA: é que entra em vigor após o fato mas é revogada antes da data de julgamento. A lei intermediária favorável ao réu será aplicada em seu benefício ? R: sim, pois ao entrar em vigor o réu adquiriu o direito de ser julgado em seus termos e eventual lei futura não poderia prejudicá-lo, pois o estado é lerdo ao julgar. Alteração no complemento na lei penal heterogênea: retroage ? R: 1.quando oscila não beneficia; que por sua natureza o conteúdo do complemento oscila no tempo ( preço) sua alteração não beneficia o réu. 2. no entanto se tiver a natureza duradoura ou perene sua mudança terá retroatividade benéfica. COMPETÊNCIA PARA APLICAR A NOVA LEI BENIGNA: em regra a competência será do juízo perante ao qual tramita o processo. Depois do transito em julgado ou cumprimento de pena: é o juiz da execução, sumula 611 do STF e artigo 66 da lei de execuções penais. LEI DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA: é aquela que traz em seu bojo o momento de sua auto revogação. Ex: lei geral da copa. Lei excepcional – vincula a sua eficácia a permanência de um evento excepcional. Lei temporária – é aquela que traz a data termo de sua auto revogação. CONSEQUÊNCIA: serão aplicadas aos fatos praticados durante a sua vigência mesmo que o julgamento ocorra após a auto revogação. Excepciona a retroatividade benéfica. AULA 5 aula 5 e 6: teoria do crime 1. conceito: de crime: formal: crime é o ilícito seguido de pena. É um conceito correto mas é muito tautológico, não sendo o suficiente. natural - crime é a conduta humana que intencional ou descuidadamente lesa ou expõe a risco o bem jurídico vital para a vida em sociedade. lise significa quebra: se quebra o crime em vários pedaços. PRINCIPAIS CONCEITOS ANALÍTICOS: fato típico + antijurídico = bipartida; fato típico + antijurídico + culpável = tripartida, que é aplicada aqui no Brasil; fato típico + antijurídico + culpável + punível = quadripartida. 2. FATO TÍPICO: tem duas estruturas essenciais, conduta e tipicidade. São chamadas de essenciais pois presentes em todos os atos típicos. Tem duas estruturas eventuais: nexo decausalidade e resultado, são chamadas eventuais, pois estão presentes nos crimes materiais. 3. TEORIA DA CONDUTA: é o movimento corpóreo humano positivo ou negativo, consciente e voluntário dirigido a uma finalidade (conceito finalista). CAUSAS QUE EXCLUEM A CONDUTA: A) FORÇA FÍSICA IRRESISTÍVEL: é aquela que se impõe diretamente sobre o corpo do sujeito determinando - o a um movimento positivo ou negativo. Se não tem fato típico, e sem este não tem crime. B) MOVIMENTOS INCONSCIENTES: espasmo, ato reflexo e o movimento durante o sono. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES QUANTO A CONDUTA: podem ser: a) comissivos; b) omissivos; a. comissivos: praticados durante ação positiva fazendo o que é proibido; b. omissivo: conduta negativa, o sujeito não faz o que deveria fazer, violando uma norma mandamental . COMISSIVO É A REGRA. classificação omissivo => próprios ou puros e impróprios ou impuros (comissivos por omissão). próprios => o sujeito tem um dever jurídico de agir. - não há resultado naturalístico do tempo. - previsão típica direta : a omissão está expressamente escrita no tipo; - dever geral de agir. impróprios => também tem o dever de agir para impedir o resultado, sob pena de responder pelo resultado. O resultado é relevante para o tipo; quem está na posição de garantidor (art. 13 CP §2º). 1. por dever legal = aquele que a lei impõe o dever de guarda, proteção ou vigilância; 2. dever contratual = por qualquer meio assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 3. dever de vigilância = aquele que com a sua conduta anterior gera o risco da produção do resultado; ex: risco de incêndio. ausente no caso concreto a capacidade fisica de ação, omissão, perde a relevância penal. TEORIA DO RESULTADO: classificado como jurídico ou naturalístico. Jurídico é a afronta a norma jurídica, todo crime tem resultado jurídico. naturalístico: a alteração do mundo exterior, diversa da conduta é gerada por ela. É importante para entender a classificação dos crimes enquanto o resultado naturalístico. quanto ao resultado: formal: o tipo faz previsão do resultado necessário para a sua consumação; material que é a previsão do resultado necessário para a consumação; mera conduta: tipo não faz a previsão do resultado. NEXO DE CAUSALIDADE: o que é ? relação física, lógica de causa e efeito entre a conduta ao resultado. Só se responde pelo que fez. Teoria da equivalência dos antecedentes: nos termos do artigo 13 CP é o da equivalência dos antecedentes. Causa é tudo que contribui para gerar o resultado. A mesma teoria define a causa como condição sem a qual não teria ocorrido o resultado nas mesmas circunstâncias. É a condicio sine qua non. Tão importante que houve o movimento causalista de 1890 a 1930. para distinguir entre várias condutas quais podem ser consideradas as causas foi proposto o critério da eliminação hipotética de Thyrén. Como critério: elimine hipoteticamente a conduta da cadeia causal. Se o resultado permanece nas mesmas circunstâncias, a conduta não era causa. Se o resultado se altera, a conduta é causa. O critério da eliminação hipotética desnuda um dos grandes vicios da teoria que é permitir o regresso ao infinito, apesar da critica, a teoria é adotada sob a justificativa que qualquer excesso no reconhecimento da relação de causa e efeito será afastada na análise do dolo e da culpa. Obs.: no entanto a teoria da equivalência dos antecedentes não se adota em sua pureza. TIPICIDADE – é perfeita adequação do fato ao modelo normativo. Objetiva e subjetiva. Objetiva: se divide entre formal e material, e subjetiva: dolosa ou culposa. Material: é aquela que se relaciona com o conteúdo da norma proibitiva, ou seja, delimita o que se quer proibir e pode ser afastada por princípios constitucionais penais como a insignificância e a adequação social. Insignificância: o risco e lesão mínimas não merece relevância penal. Critérios – stf: mínima ou nenhuma periculosidade, reprovabilidade, ofensividade e lesividade. Ou seja, o juiz decide como quiser. Critica: o supremo trovou um conceito jurídico indeterminado por 4. observação – prevalece que nos tribunais superiores que o reincidente não deve ser beneficiado com a insignificância. Princípio da adequação social: conduta socialmente adequada não merece relevância penal. SUMULA 502 STJ: Súmula 502 - Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas. (Súmula 502, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, DJe 28/10/2013) A venda de pequena quantidade d produtos pirateados não é socialmente adequada e configura crime. Tipicidade subjetiva: os tipos incriminadores são a princípio dolosos pois o dolo está implícito em todos eles (tipos incriminadores). A culpa por outro lado precisa de previsão expressa para se ter a relevância. É a regra da excepcionalidade do crime culposo. Ex: homicídio. Princípio da culpabilidade impõe a responsabilidade subjetiva ,ou seja, não há crime sem dolo ou culpa. DOLO → consciência + vontade: teoria do dolo: a) vontade: querer o resultado; b) consentimento: aceitar o risco; c) representação: faz previsão e tem o resultado como possível; d) teoria da probabilidade – tem o dolo aquele que tem o resultado provável. Vontade e consentimento são as volitivas. Já as outras duas falava sobre o conhecimento, sendo cognitivas, que por sua vez é mais fácil de provar. O CP adota expressamente as volitivas, estando no artigo 18. Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). OBS.: OS TRIBUNAIS SUPERIORES JÁ RECONHECERAM A TEORIA DA CEGUEIRA DELIBERADA PARA REAFIRMAR O DOLO ESPECIALMENTE NO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO. OS REQUISITOS NÃO SÃO PACÍFICOS MAS CONSTAM DENTREOS MAIS CONSAGRADOS: a) livre escolha por não saber o que faz; b) dever saber o que faz; c) obtenção de vantagem com a conduta; d) probabilidade de prática de infração; CLASSIFICAÇÃO DO DOLO: DIRETO: o dolo direto é aquele que o autor faz previsão do resultado e atua para alcançá-lo, ou seja quer o resultado. No dolo direito o importante para o autor é alcançar o resultado. A conduta é apenas meio, um preço a pagar. Dolo eventual – o autor faz previsão do resultado e assume o risco de sua ocorrência. No dolo eventual o importante para o autor é a manutenção da conduta. O resultado é apenas um preço que se aceita a pagar. Enquanto ao grau, sendo a nova classificação do dolo: dolo direto de primeiro grau, segundo grau (dolo de consequências necessárias), e dolo eventual. O dolo direto de primeiro grau é o objetivo que orienta a conduta, em outras palavras é o que o sujeito quer. O dolo direto de segundo grau é o efeito colateral necessário, com certeza que vai acontecer. O dolo eventual é o efeito colateral possível ou provável, sendo a mesma coisa que a aceitação do risco. TEORIA DA CULPA: 1. é a quebra do dever geral de cuidado, os deveres de cuidado em regra são culturais, mas podem ser legais como no código de transito. 2. é a previsibilidade, partindo da conduta tida como descuidada, o resultado deve ser um desdobramento esperado, previsível para maioria das pessoas, sendo objetiva, tendo o critério o homem médio. CRISE NA PREVISIBILIDADE: para afastar respostas insatisfatórias sobre o alcance da previsibilidade passa a ser adotado o princípio da confiança: Quem cumpre com seus próprios deveres de cuidado tem o direito de acreditar que terceiros também o farão. Exceção: fica afastado o princípio da confiança se no caso concreto já foi evidentemente rompido. CLASSIFICAÇÃO DA CULPA: pode ser classificada como consciente ou inconsciente. Culpa consciente é aquela que o autor faz a previsão do resultado mas tem certeza que irá evitá-lo. A semelhança entre dolo eventual e culpa consciente é que ambos assumem o risco, a diferença entre eles é que na culpa consciente tem certeza que irá evitar enquanto que no dolo eventual aceita o risco. culpa inconsciente: não faz a previsão do resultado. Culpa concorrente e compensação de culpas: concorrente duas ou mais pessoas concorrem para resultados culposos. É possível concorrência de culpas, mas não se admite a compensação de culpas em direito penal. ERRO DE TIPO => é a falsa percepção da realidade ou falso conhecimento de determinado objeto. ignorância é o completo desconhecimento da realidade ou de algum objeto. O código penal entretanto, trata de forma idêntica esses institutos. portanto estabelecido pelo CP, artigo 20, é a falsa percepção da realidade acerca de elementos constitutivos do tipo penal. DAMÁSIO DE JESUS “o erro de tipo é o que incide sobre elementares e circunstâncias da figura típica, tais como qualificadoras e agravantes genéricas”. espécies: a) escusável: não deriva de culpa do agente, ou seja, mesmo que houvesse agido com as cautelas do homem médio, não poderia evitar a falsa percepção da realidade. b) inescusável - provém de culpa do agente, pois se houvesse agido com a devida cautela necessária, não teria incorrido no erro. efeitos: exclui o dolo sempre, onde o escusável exclui o dolo e a culpa, tendo a impunibilidade total do fato. o inescusável exclui o dolo mas permite a punição pelo crime culposo. tem exceção no tipo escusável, não excluindo a criminalidade, se tendo somente a desclassificação para a outra. ex: agente ofende pessoa desconhecendo a condição de funcionário público, se retirando do crime de desacato e substituindo por injúria. descriminantes putativas - art. 20 p.1. é a causa de exclusão da ilicitude que não existe concretamente e sim na mente do autor do fato típico. Relaciona-se com a figura do erro de 3 espécies: a) erro relativo aos pressupostos de fato de uma causa de exclusão da ilicitude. Ex: erro sobre o elemento da agressão injusta; b) erro relativo a existência de uma causa de exclusão de ilicitude. ex: legítima defesa da honra, incidindo aqui sobre a discriminantes; c) erro relativo aos limites de uma causa de exclusão da ilicitude. O erro repousa no excesso entre os bens jurídicos tutelados e desproporcional valoração. ex: fazendeiro mata todos que invadem a sua propriedade. erro de proibição - letras b e c. Já a letra a depende da teoria da culpabilidade adotada. teoria limitada da culpabilidade: CP ARTIGO 20 P1. teoria normativa da culpabilidade, artigo 21 cp. DETERMINADO POR 3º: falsa percepção da realidade dos elementos constitutivos do tipo penal em decorrência da atuação de uma terceira pessoa, que é o agente provocador. responde conforme a conduta pelo artigo 20 p.3 CP: ERRO SOBRE O OBJETO: O sujeito crê que a conduta recai sobre um determinado objeto, mas na verdade incide sobre o diverso. O erro é irrelevante e não interfere na tipicidade penal. ERRO SOBRE A QUALIFICADORA: o sujeito age com a falsa percepção da realidade no que diz respeito a uma qualificadora do crime. O tipo permanece íntegro mas a qualificadora desaparece. ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL: o dolo geral por erro sucessivo, é o engano no tocante ao meio de execução do crime, que efetivamente determina o resultado almejado pelo agente. O sujeito acredita ter alcançado o resultado e pratica nova conduta, com finalidade diversa, aí sim atingindo o resultado anteriormente pretendido. Trata-se de erro sobre a relação de causalidade. O dolo é geral, irrelevante para o direito, devendo o agente responder pelo resultado naturalístico alcançado. Ex: pessoa aplica veneno em outrem, mas na verdade a vítima morre por asfixia em virtude do soterramento. ERRO NA EXECUÇÃO - ART 73 CP, responde pelo artigo 20 §3º. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO: ART 74 cp, o erro é no crime que foi cometido. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: nos termos do artigo 14 inciso 1 CP, considera-se consumado o crime quando realizado todos elementos de sua definição legal. tentativa - artigo 14 inciso 2º CP - se iniciada a execução, o autor não alcança a execução por circunstâncias alheias à sua vontade. puniçãoda tentativa -> salvo disposição em contrário, a tentativa vai ser punida com a pena do consumado, diminuindo de 1 a 2/3 . critério de redução: quanto mais próximo da consumação, menor será a redução. CLASSIFICAÇÃO DA TENTATIVA: Pode ser classificada: a) branca e cruenta: branca -> não resulta lesão, cruenta -> é aquela que resulta lesão. a que tem pena maior é a cruenta pois fica perto da consumação. b) perfeita, acabada ou crime falho, inacabada: perfeita: o autor esgota todos os meios executórios, formando o seu plano criminoso. imperfeita é aquela ao qual o sujeito não esgota os meios executórios, não termina o plano criminoso. c) tentativas qualificadas ou abandonadas: desistência voluntária e arrependimento eficaz. AULA 15 - PARTE GERAL DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ: desistência voluntária: iniciada a execução o sujeito por ato voluntário, desiste de nela prosseguir impedindo a consumação. consequência - fica afastada a tentativa e o sujeito só responde por atos praticados. A desistência não precisa ser espontânea, bastando que seja voluntária. espontânea - não tem provocação; voluntária - pode ser provocado. DESISTÊNCIA VC TENTATIVA: A) fórmula de frank: desistência o sujeito pode mais não quer enquanto que na tentativa quer mais não pode. ARREPENDIMENTO EFICAZ: após terminar seu plano executório, o sujeito voluntariamente atua de forma eficiente a impedir a consumação. consequência - é a mesma da desistência voluntṕaria, ou seja, fica afastada a tentativa e o sujeito só responde pelos atos praticados. DESISTENCIA VOLUNTARIA ARREPENDIMENTO EFICAZ basta interromper a execução para impedir consumação. necessária ação salvadora para impedir a consumação. CRIME IMPOSSÍVEL: o sujeito pratica conduta muito semelhante a prática de crime, mas fica afastada a relevância penal pela ausência de risco de bem jurídico. São três espécies de crime impossível reconhecidas na doutrina: 1. impropriedade absoluta do objeto: objeto material não reveste o bem jurídico tutelado. lembrar que objeto material é a pessoa ou coisa que recai a conduta do autor. exemplo do crime de furto onde não tem carteira ou celular para roubar; 2. inidoneidade absoluta do meio: se o meio escolhido pelo sujeito no caso concreto e absolutamente incapaz de gerar risco ao bem jurídico. O critério deve ser a experiência comum. Ex.: matar com arma de brinquedo. Súmula 567 STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. (Súmula 567, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2016, DJe 29/02/2016) Ela esclarece que a mera existência de um sistema de segurança em estabelecimento comercial não torna o crime impośsivel. 3. espécie de crime impossível: por obra do agente provocador: se ocorre a interferência de terceiro na dinâmica causal do crime onde este tomada providencias anteriores para impedir o risco ao bem jurídico. exemplo: policial contrata jovem para pegar traficante, tem haver com espécies de flagrante ! AULA 16 - TENTATIVA: no caso de Súmula 145 flagrante preparado, sendo inválido - súmula 145 stf: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Flagrante preparado / inválido porque traduz hipótese de crime impossível porque traduz hipótese de crime impossível por obra do agente provocador e não se pode prender em flagrante por crime impossível. ANTIJURIDICIDADE: é a contrariedade do fato com a totalidade do ordenamento jurídico, é o juízo definitivo de proibição. Relação da tipicidade com a antijuridicidade: todo fato típico será antijurídico, salvo se presente uma excludente de antijuridicidade. REQUISITOS SUBJETIVOS DAS EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE: Para ser beneficiado por excludente de antijuridicidade, o sujeito deve conhecer a situação de fato que justifica a sua conduta. EXCLUDENTE DE ANTIJURIDICIDADE: artigo 23 CP. Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito LEGÍTIMA DEFESA: requisitos: Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão ( agressão é o ato lesivo humano, injusta é toda agressão salvo se acobertado por uma excludente de antijuridicidade. Possível concluir pela inviabilidade da legítima defesa real recíproca, ou seja, duas pessoas não podem estar em legítima defesa real recíproca, ou seja, duas pessoas não podem estar em legítima defesa real uma contra outra) atual ou iminente ( atual é aquela que está acontecendo e iminente - próximo instante. Possível concluir pela ilegitimidade da legítima defesa por agressão passada ou futura), a direito seu ou de outrem (OBS.: exige-se proporcionalidade entre o bem defendido e o bem objeto da reação). Além destes há um quarto e quinto requisito que é meio necessário e o uso moderado: O meio necessário é o menos lesivo ao alcance do autor, sendo suficiente para afastar injusta agressão já o uso moderado é o emprego do meio necessário da forma menos lesiva para afastar a agressão. ESTADO DE NECESSIDADE: ART 24 CP Um único jeito é sacrificar outro. I) Situação de perigo atual não criada voluntariamente pelo sujeito. Obs.: O artigo 24 fala apenas do perigo atual e não criada voluntariamente pelo sujeito. Obs.: O artigo 24 fala apenas do perigo atual e não se vale da expressão iminente artigo 25. No entanto prevalece na doutrina que o perigo iminente também admite o estado de necessidade. Situação de perigo atual não cobrada pela legítima defesa. II) sacrifício inevitável e razoável: Inevitável é aquele que não pode evitar sem risco pessoal. Razoável, um sacrifício de um bem para salvar outrem de igual valor. Se o sacrifício não for razoável não há estado de necessidade que exclui, mas sim para diminuir a pena no caso concreto, conforme diz o artigo 24 p.1 CP. No mesmo parágrafo fala que não se pode alegar estado de necessidade quem tem o dever legal de enfrentar o perigo. Culpabilidade: é o juízo de censura daquele quepode e deve agir de acordo com o direito. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE Imputabilidade Potencial consciência da ilicitude Exigibilidade da conduta diversa Inimputabilidade Erro de proibição inevitável Inexigibilidade de conduta diversa ( coação moral irresistível, obediência hierarquica). INIMPUTABILIDADE: No caso do menor de 18 anos eca; Silvicula não adaptado, estando pelo estatuto do índio; Embriaguez acidental completa e a incompleta diminui. Artigo 26 CP Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Aqui é consequência psicológica. É possível concluir que o artigo 26 adota o critério biopsicológico. Consequência é que o inimputável recebe medidas de segurança em sentença de absolvição imprópria. O semi imputável é muito semelhante ao imputável, mesma causa biológica só que perde apenas de forma parcial capacidade de autodeterminação. Aqui será condenado a uma pena reduzida ou medida de segurança, se tendo o sistema vicariante, sendo pena ou medida de segurança. ERRO DE PROIBIÇÃO: é a equivocada compreensão sobre o que é proibido e o que é permitido. Pode ser classificado como inevitável, invencível ou evitável (vencível). Inevitável : não, salvo e não poderia saber da proibição. Evitável é aquela que não sabe mas nas suas condições de vida poderia saber da proibição. Aqui reduz a pena. Observações: a) Erro de proibição vs ignorância:legis “presunçan” ou presunção de que todos sabem da lei. O erro de proibição incide sobre a existência da lei mais sim sobre o conteúdo proibitivo de que ela veicula. b) inevitável - não tem potencial consciência da ilicitude. CLASSIFICAÇÃO DO ERRO DE PROIBIÇÃO: A) DIRETO: é o mais comum, sendo aquele que incide sobre norma proibitiva de um crime comissivo; B) mandamental: erro sobre a existência da norma mandamental (ou seu alcance). ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO: É aquele que erra sobre o ordenamento, sobre a excludente de antijuridicidade. Ex: legítima defesa da honra. Se o sujeito erra sobre a existência ou limites de excludentes de antijuridicidade e erro sobre o conteúdo do ordenamento. INEXIGIBILIDADE DA CONDUTA DIVERSA: artigo 22 CP - duas causas legais 1. coação moral irresistível: é aquela que se impõe sobre a vontade do sujeito obrigando o mediante invencível ameaça a uma conduta. Quem responde é o coator enquanto o constrangido terá afastada a sua culpabilidade, autoria mediata. É inexigível que seja a conduta adequada. 2. obediência hierárquica: dois requisitos, como ordem não manifestamente ilegal de superior para inferior e vínculo público, sendo de administração pública. superior responde pelo crime e inferior têm afastada sua culpabilidade. CONCURSO DE PESSOAS: classificação típica da conduta de cada colaborador: a) teoria monista: todos os colaboradores respondem pelo mesmo crime. é a teoria adotada como regra no Brasil. Mesmo aquele que não é funcionário público pode responder por crime funcional, desde que colabore com o funcionário. b) teoria pluralista: cada colaborador responde por crime diferente, cada um responde pelo crime que cometeu. É adotada em dois casos: previsão da conduta de cada colaborador em um tipo autônomo. ex: corrupção e aborto. cooperação dolosamente distinta: art 29 p. 2 cp, se um dos colaboradores só aceitou a participar de um crime menos grave receberá a pena deste ou seja, responde no limite do dolo. Se previsível o resultado mais grave a pena poderá ser aumentada até a metade. REQUISITOS PARA O CONCURSO DE PESSOAS 1. PLURALIDADE DE PESSOAS; 2. LIAME SUBJETIVO - É A ADERÊNCIA DE UMA VONTADE A OUTRA ; 3. RELEVÂNCIA CAUSAL DA COOPERAÇÃO - A PRETENSA COLABORAÇÃO DE TER INFLUÊNCIA NA DINÂMICA CRIMINOSA, SEM INFLUÊNCIA NÃO HÁ CONCURSO. 4. UNIDADE DE CRIME - TODOS RESPONDEM PELO MESMO DELITO. AUTORIA NA PARTICIPAÇÃO: a) critério objetivo formal - verbo nuclear, autor é aquele que realiza o verbo e partícipe é aquele que colabora sem realizar o verbo. Dentre as críticas destaca-se a incapacidade de resposta satisfatória para o autor intelectual. b) domínio do fato - para roxin, autor é aquele que domina o fato e partícipe é aquele que colabora sem ter este domínio é o participe. Para roxin tem o domínio do fato; domínio da ação: quem pratica o crime com as pŕoprias mãos; domínio da vontade - coação moral irresistível, por determinação em erro, aparato de poder organizacional. O aparato de poder deve ser verticalizado, paralelo ao ordenamento e o executor fungível. c) domínio funcional: duas ou mais pessoas tomam decisão conjunta pela prática criminosa com divisão de tarefas. PENA NA PARTICIPAÇÃO: nos termos do artigo 29 §1º CP, se a participação for de menor importância, a pena será diminuída de ⅙ a ⅓ . AUTORIA MEDIATA: Autor mediato é aquele que serve de um inculpável ou alguém determinado em erro para a prática criminosa. TEORIA COLATERAL: É a prática coincidente da mesma infração penal, por dois ou mais sujeitos sobre o liame subjetivo. Como não há concurso de pessoas pela ausência de liame subjetivo, não será aplicada a teoria monista e cada um só responde pelo seus próprios atos. autoria incerta em autoria colateral: se na autoria colateral não for possível comprovar qual conduta gerou o resultado, todos responderão no máximo pela tentativa.
Compartilhar