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Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos 11. CULTIVO MECÂNICO Cultivo é o conjunto de operações após a instalação e durante o desenvolvimento da cultura. Podem ser: Mecânicos; Químicos; Chamas. Os cultivadores mecânicos são usados para uma movimentação superficial do solo com a finalidade de: Escarificar restos culturais; Misturar fertilizantes e corretivos com o solo; Controle de plantas daninhas; Etc. Os cultivadores mecânicos visam substituir o trabalho braçal na realização da capina, possibilitando a execução dessas operações com menor esforço físico do homem e aumentando o rendimento. (tração animal = 8 pessoas para o cultivo manual) (tração mecânica = 80 pessoas para cultivo manual) Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos 11.1. Tipos de Cultivadores Mecânicos Tração animal Partes principais: 1- Chassi; 2- Roda de apoio; 3- Haste; 4- Enxada; 5- Rabiças. Tração mecânica Partes principais: 1- Chassi; 2- Barra porta ferramentas; 3- Haste; 4- Enxada. 11.2. Tipos de Enxadas As enxadas existentes possuem vários formatos em função da finalidade para qual são utilizadas. Abaixo são indicadas alguns dos principais tipos de enxadas existentes: Escarificadora: Usadas para romper a camada superficial do solo e controle de plantas daninhas (cinzel e ponta de lança). Estirpadora: Usadas no controle de plantas daninhas (asa de andorinha e bico de pato). Sulcadora: Usadas para abrir sulcos de irrigação ou plantio (enxada sulcadora). Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Removedora: Usadas para movimentar o solo em direção ao pé da planta (enxada meia asa). Enxada asa de andorinha e cizel Enxada bico de pato 11.3. Tipos de Hastes As hastes, onde são presas as enxadas nos cultivadores podem ser: Rígidas Flexíveis Vantagens: transposição de obstáculos; Desvantagem: desuniformidade na profundidade de corte. Tipos de hastes Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos 12. APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS A aplicação de defensivos tem como objetivo o controle econômico de insetos, doenças e plantas daninhas. Esse controle é feito por meio da distribuição uniforme e exata do produto. 12.1. Tipos de Aplicadores de Defensivos 12.1.1. Pulverizadores São equipamentos que fragmentam o líquido em gotas com diâmetro maiores que 150 microns (1 µm = 0,001 mm). Esta fragmentação é feita por meio da ação da pressão hidráulica proveniente de uma bomba hidráulica. Os pulverizadores podem ser: Pulverizador costal manual Recomendados para pequenas áreas e são constituídos por um pequeno depósito e uma bomba de pistão acionada pelo operador por meio de uma alavanca. Pode ser usado em uso doméstico para aplicação de inseticidas em plantas e animais. Pulverizador costal manual Pulverizador tratorizado de barra São usados em grandes áreas e são os tipos mais comuns na agricultura moderna. Pulverizador tratorizado de barras Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Constituição básica: 12.1.2. Atomizadores São considerados atomizadores os aplicadores de defensivos que promovem uma fragmentação do líquido em gotas com diâmetro entre 50 a 150 microns. Os principais atomizadores são: Atomizador do tipo canhão São usados geralmente em culturas anuais, permitindo a aplicação de defensivo numa faixa de 30 a 40 metros de largura. Seu uso não é indicado em condições de vento (deriva das gotas), baixa umidade do ar, dentre outros. Atomizador do tipo canhão Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Atomizador do tipo cortina de ar São alternativas viáveis para a aplicação de defensivos em culturas perenes. Utilizam dispositivos que fragmentam o líquido em gotas do tipo bicos pneumáticos, distribuídos ao longo de um conduto em forma de arco, e um ventilador axial. Atomizador do tipo cortina de ar 12.2. Bicos Hidráulicos São dispositivos usados nos pulverizadores para subdivisão do líquido em gotas. 12.2.1. Partes constituintes 12.2.2. Tipos mais comuns de pontas de pulverização Bicos jato plano (tipo leque) As gotas são distribuídas num único plano. Usado em superfícies planas. Pressão de pulverização de 2 – 4 bar. Usados principalmente na aplicação de herbicidas. Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Bico jato plano Cone vazio (oco) São usados em alvos tridimensionais para inseticidas, fungicidas e dessecantes. Pressão de 2 – 8 bar. Cone cheio São usados em plantas para herbicidas sistêmicos. Pressão de 1 – 3 bar. Cone cheio Cone vazio Espuma (ou borbulhante com injeção de ar) Gotas maiores com bolhas de ar, menor deriva, aplicado diretamente na planta para herbicidas sistêmicos. Pressão de pulverização 2 – 4 bar. Bico com aspirador de ar Gotas grossas com bolhas de ar Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Defletor (ou de impacto) Maior ângulo de abertura do jato, mesmo a pequenas distâncias, consegue–se uma boa cobertura para herbicidas sistêmicos. Pressão de trabalho 0,7 – 3 bar. Bico defletor 12.2.3. Classificação dos bicos Identificação pelas cores Vazão Pressão Cor Laranja Verde Amarelo Azul Vermelho Marrom Cinza Branco L min-1 3 bar 0,20 0,60 0,80 1,20 1,60 2,00 2,50 3,10 Gal min-1 40 psi 0,10 0,15 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,80 Identificação no bico (1 galão = 3,785 l) (1 lbf/pol² = 1 psi) (1 psi = 0,0689 bar) 12.3. Calibração dos Aplicadores de Defensivos 12.3.1. Volume de pulverização (Q) Quantidade de mistura ou calda (água + produto) expressa geralmente em (litros/hectare). Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Depende: Tipo de equipamento; Tipo de produto químico; Estágio de desenvolvimento da cultura; Formulação do produto químico; Condições climáticas. fv qQ 600 Em que: Q = volume de pulverização (l/ha) q = vazão por bico ou do total de bicos (l/min) v = velocidade de trabalho (km/h) f = faixa de pulverização por bico ou do total de bicos (m) Q DCt Pr Em que: Pr = quantidade de produto químico por tanque (kg oul) Ct = capacidade do tanque (l) D = dosagem do defensivo (kg/ha ou l/ha) Q = volume de pulverização (l/ha) 12.3.2. Faixa de pulverização (f) Largura de faixa tratada por bico a cada passada do pulverizador medida no solo. Pulverizador costal: A faixa de pulverização por bico é igual aos espaçamentos entre duas passadas sucessivas em metros. Para o caso de culturas anuais, a faixa de pulverização é igual a largura tratada pelo bico. No caso de culturas perenes, a faixa de pulverização é igual à metade do espaço entre as linhas da cultura em metros. Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Pulverizador de barras: A faixa de pulverização por bico é igual a distância entre os bicos montados na barra do pulverizador. 12.4. Métodos práticos para calibração dos aplicadores de defensivos 12.4.1. Pulverizador costal manual Marque uma área de 100 m² (quadrado de 10 x 10 m); Encha o tanque e pulverize a área; O operador deverá manter um ritmo constante de bombeamento e de deslocamento (marcha); Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois de operação; Calcule o volume de pulverização em litros/ha. )( )/(000.10)()/( 2 2 mÁrea hamlvhalQ Onde: v = volume gasto em litros; Q = volume de pulverização em litros por hectare. OBS: Caso o volume encontrado não seja o desejado, substitua o bico por um de maior ou menor vazão, ou altere o ritmo de bombeamento e marcha. 12.4.2. Pulverizador de barras Marque um percurso de 30 a 50 metros no terreno a ser tratado; Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser de 4 a 6 km/h; Ligue a tomada de força; Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força; Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado; Anote o tempo que o trator gasta para percorrer o percurso; Em terrenos de topografia irregular, repita a operação várias vezes e tire a média; Com o trator parado na aceleração utilizada para percorrer o percurso, abra os bicos e regule a pressão de acordo com a recomendada para os diferentes tipos de bicos; Colete o volume do bico no tempo igual ao gasto para percorrer o percurso; Repita essa operação em diversos bicos para obter uma média do volume; Calcule o volume aplicado, utilizando a fórmula: fv qQ 600 moufÁrea 5030 logo, tem-se: volume coletado ____________ f x 30 ou 50 m Q ____________ 10.000 m² Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos Correções necessárias Volume de aplicação abaixo do desejado Aumente a pressão nos bicos; Diminua a velocidade de deslocamento; Troque os bicos por bicos de maior vazão. Volume de aplicação acima do desejado Diminua a pressão nos bicos; Aumente a velocidade de deslocamento; Troque os bicos por bicos de menor vazão. 12.4.3. Seleção de pontas de pulverização Etapas: a. Definir o tamanho da gota Produto; Condições climáticas; Alvo. b. Definir a vazão da ponta 600 600 fVQq fV qQ c. Consultar tabelas e escolher a ponta d. Corrigir a pressão, se necessário 2 2 1 1 P V P V Em que: V1 = vazão desejada (L min-1); P1 = pressão de trabalho desejada (bar); V2 = vazão verificada na tabela (L min-1); P2 = pressão de trabalho verificada na tabela (bar). Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos OBS: O aumento da pressão de trabalho não deve fazer com que as gotas extrapolem a classe de tamanho já definida na etapa 1. 12.5. Exercícios resolvidos a) Deseja-se realizar a pulverização de 0,5 ha de uma cultura de batatas, a qual está infestada com o fungo Alternaria solani (pinta preta). Para esta operação será utilizado um pulverizador costal manual com tanque de capacidade de 15 litros e dosagem de 3,0 l/ha do fungicida sistêmico de contato Blason 480 SC. Determine o número de reabastecimentos do tanque bem como a diluição do produto necessária a cada reabastecimento sabendo que o operador aplica 2,5 litros em uma área de 100 m². Volume de pulverização ha lQ mÁrea hamlvhalQ 250 100 000.105,2 )( )/(000.10)()/( 2 2 Quantidade de produto por tanque litros halQ halouhakgDlCtloukg 18,0 250 315Pr )/( )//()()Pr( Número de reabastecimentos lX lm 2 2 m5.000 5,2100 logo, lX 125 100 000.55,2 então: mentosreabasteci l lNr 33,8 15 125 b) Deseja-se realizar a pulverização de 10 ha de uma cultura. Para esta operação será utilizado um pulverizador tratorizado de barra com 20 bicos de espaçamento 0,5 m entre eles, tanque de capacidade de 500 litros e dosagem de 1,0 l/ha do inseticida concentrado emulsionável Polytrin 400/40 CE (400 l/ha AV). Determine o número de reabastecimentos do tanque, a diluição do produto necessária a cada reabastecimento, largura da Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos aplicação, área coberta no teste e vazão por bico na área do teste sabendo que o conjunto percorre 50 m em 36 segundos. Quantidade de produto por tanque litros halQ halouhakgDlCtloukg 25,1 400 1500Pr )/( )//()()(Pr Largura de aplicação mLAoespaçamentbidenLA 1050,020cosº Área coberta no teste 25005010 mÁreapercursoLAÁrea Número de reabastecimentos lX lha ha10 4001 logo, lX 000.4 1 40010 então: mentosreabasteci l lNr 8 500 000.4 Velocidade sX sm 1m 3650 logo, mX 39,1 36 501 hkmVsmvelocidadehkmVelocidade /56,339,16,3)/()/( Vazão por bico min/67,1 600 50,05400 50,05 600400 )()/( 600min)/()/( lqq mfhkmV lqhalQ Seleção de pontas de pulverização Consultando tabelas de pontas encontramos a seguinte situação: 110-04 Malha 50 Pressão (lbf/pol²) Vazão (L/min) 20 1,18 30 1,42 40 1,58 50 1,79 Máquinas e Mecanização Agrícola IFMG – Campus Bambuí Professor Diogo Santos Campos De acordo com a vazão calculada de cada bico, podemos usar essa ponta usando a pressão em torno de 40 lbf/pol². Corrigindo a pressão para vazão calculada: 2 1 22 11 1 12 2 1 1 /69,4468,668,6 58,1 4067,1 40 58,167,1 pollbfPPP P PP V P V
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