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Aula 06 Midia e Violencia

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MIDIA E VIOLENCIA
AULA 06
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Verificar a relação entre mídia e violência;
2- Entender a mídia como um fator importante na construção de visões de mundo que afetam os comportamentos;
3- Compreender como os conteúdos midiáticos sobre o crime e a violência geram um sentimento de insegurança que irá afetar o comportamento social.
Introdução:
Vivemos na era da informação. Estatisticamente, 98% das residências dos brasileiros possuem televisão, 87% possuem celular em detrimento de 37% que possuem telefone fixo, o rádio está presente em 80% das casas e 37% delas, possuem pelo menos um computador de mesa.  
 
Com relação ao uso da internet, pesquisas demonstram que 38% das residências brasileiras que possuem computador, conectam-se à internet. Destes, 43% encontra-se em áreas urbanas.
Um passeio no tempo:
Em uma escala evolutiva, os impressos formam os primeiros meios de massa influenciadores de opiniões e comportamentos. Muito tempo depois, no final do século XIX, aparece o cinema utilizado o recurso da imagem como construção de comunicação.
Segundo Tondato (2007):
 
Analisado no contexto urbano de grandes cidades, o consumo dos meios de comunicação de massa, especificamente jornais, revistas, rádio e televisão, é caracterizado pela rapidez e necessidade de informação sobre o ambiente social, econômico e político, nessa ordem. Dos meios impressos, o jornal dá uma visão geral dos acontecimentos e só se busca a revista quando há necessidade de ‘detalhamento’ e aprofundamento das informações. Os meios eletrônicos, rádio e TV, fazem parte do cotidiano. (p.128)
Isto nos remete à reflexão sobre o conteúdo transmitido pelos programas televisivos, visto a sua força de disseminação de ideias, porque atinge as mais diversas classes sociais em praticamente a totalidade da população.
 
Devido ao fato de permitir que diversas classes sociais, em diversos contextos culturais, tenham acesso a um mesmo conteúdo, decorre que uma mesma ideologia pode permanecer como sendo base de toda uma população.
A Disseminação de valores:
Segundo Coimbra (2001), nas mídias contemporâneas “Enfatizam-se os valores e as virtudes da instantaneidade, da descartabilidade, da diversificação, do planejamento e ganhos a curto prazo, da capacidade de se movimentar com rapidez.” (p.3)
Vários autores da atualidade já pensam a contemporaneidade como possuindo os  valores do hedonismo, da superficialidade das relações sociais, do individualismo exacerbado, do hiperconsumo. 
Tais valores acarretam a fluidez das relações, o rompimento do vínculo e do sentimento de comunidade e coletividade, onde o que interessa é aquilo que satisfaz a si próprio ou, no caso da violência, aquilo que me coloca em risco ou a minha segurança.
Segundo Belloni (2004)
 
(...) a violência generalizada nas mensagens difundidas pelas mídias – nas quais se tornou a proposta estética prevalente, inclusive no aspecto visual e corporal, como o pearcing, por exemplo – contribui para a criação e consolidação de uma cultura jovem mundializada, cujas características mais marcantes podemos assim resumir: consumismo, narcisismo, banalização da violência como imagem do mundo urbano contemporâneo, legitimação do uso de meios violentos como forma de resolver conflitos, tudo isto levando à dessensibilização dos jovens com relação a cenas de violência física e psíquica e sua consequência, o sofrimento do outro (p. 578-579)
Nesse quadro valorativo, a empatia, a tolerância à diferença e a solidariedade são colocadas em segundo plano. E as mídias, através de seus conteúdos, poderá reforçar esse estilo de vida.
De acordo com Harvey (1993), na “sociedade do descarte”, o significado da vida acontece a partir daquilo que se tem; a confiabilidade do indivíduo não é pautada em valores, mas naquilo que ele tem e demonstra ter. Não vale o relacionamento estável nem o apego às coisas; o que é antigo torna-se obsoleto, inclusive os relacionamentos.
Se pensarmos o vínculo que tais valores possuem com a mídia, ora, ver um programa na TV aberta é estar exposto a uma série de comerciais dizendo como se vestir, o que comer e o que é necessário ter para sentir-se incluído. 
E neste jogo de inclusão – exclusão (ou vazio simbólico) o que introjetamos é que temos que consumir sempre mais para estarmos inseridos socialmente.
No que se refere aos valores sociais, Coimbra (2001) argumenta que “(...) a atuação dos meios de comunicação de massa torna a sociedade mais vulnerável às representações dos acontecimentos como consequência da valorização das formas simbólicas.” (p.3)
Disto decorre o impacto das mídias na construção subjetiva e valorativa dos seres humanos. 
A Psicologia debate o assunto em termos de aprendizagem social, ou seja, em que medida a exposição das pessoas a determinados conteúdos faz com que elas apreendam e aprendam o que se vê na televisão e na internet. Ou, pensando a mídia como um poderoso meio de socialização de valores, como os conteúdos midiáticos tornam-se exemplos a serem copiados devido à identificação que se tem com determinados personagens, especialmente no caso das crianças.
A Influência nas Crianças:
Sobre o conteúdo direcionado às crianças, estudos recentes evidenciam que 92% da temática transmitida para a faixa etária de 2 a 11 anos possuem violência. 
A maioria das situações violentas apresentadas era verbal (78%), divididas em: agressão à autoestima ou posição social de outro personagem do programa, dos quais apareceram 52% de “insultos”, 25% de “apelidos”, 10% de provocações e 9% sarcasmo.
Fonte: Universidade de Indiana, Estados Unidos, acessado em:   http://www.redepsi.com.br/portal/modules/news/article.php?storyid=6264 
É importante ressaltar que muitas vezes a percepção preponderante dos pais  é que o conteúdo veiculado para as crianças é inadequado devido ao excesso de violência, sexualidade e outros assuntos que vão contra os valores transmitidos em casa.
A Percepção Adulta:
Quanto à percepção de adultos sobre a violência na TV, constata-se, a partir de pesquisa sobre o significado da violência na TV pelos expectadores, que o que é considerado violento não é a notícia sobre a morte, sobre cenas sangrentas ou sobre as faltas (ou falhas) nas políticas públicas. 
Essas, quando veiculadas, são consideradas informativas e representantes de uma sociedade violenta. 
O que realmente pesa como violência é o desrespeito pelo outro nos programas, a humilhação, a ridicularização, a exploração das mazelas do dia a dia exibidos nos programas sensacionalistas.
Resumindo:
É importante entender que não há neutralidade nos conteúdos midiáticos. 
Os programas televisivos e as notícias que aparecem nos meios de comunicação social referem-se a um determinado contexto histórico de uma determinada cultura. 
 
Ao mesmo tempo em que alimenta nosso imaginário, as mídias também são alimentadas pelo que a população deseja, ou o que ela (mídia) acha que a sociedade (ou pelo menos uma parte dela) almeja.
Isso significa que, quando um assunto é elencado para veiculação midiática, há sempre uma expectativa de quem o produz, que é acessar as pessoas e suas representações, opiniões e ideias. 
Neste sentido, tal conteúdo aparece com uma série de valores associados que poderão ser incorporados pelo espectador influenciando sua visão de mundo, afetando seu comportamento e a vida social.
Nesta aula, você:
Identificou como a mídia transmite valores que afetam a visão de mundo das pessoas;
Avaliou como os conteúdos veiculados pela mídia podem servir de exemplos para a formação das crianças;
Estabeleceu como ocorre a articulação entre mídia e violência.

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