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O CONCEITO DE REGIÃO NO PENSAMENTO GEOGRÁFICO: 
PROBLEMAS EPISTEMOLÓGICOS 
 
Silvana Cristina Costa Correia 
Mestre em Geografia pelo PPGG/UFPB. 
E-mail: silvanageoufpb@yahoo.com.br. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Estudar o conceito de região nos remete ao nascimento da Geografia enquanto 
ciência, uma vez que este conceito foi nosso objeto de estudo por muito tempo. A 
Geografia sempre viveu da renovação de seus paradigmas, principalmente de seus 
conceitos e de suas verdades na busca de achar outros horizontes que dêem conta de 
explicar às atuais exigências que o conceito de região nos apresenta. Por isso que na sua 
caminhada, a região sempre saiu ganhando ou perdendo importância de acordo com as 
diferentes correntes da Geografia. 
 O presente trabalho tem como objetivo principal analisar o conceito de região no 
pensamento geográfico evidenciando o período em que o mesmo teve maior ou menor 
aceitação entre os autores da Geografia e de áreas afins. O estudo pauta-se numa 
pesquisa bibliográfica com base nas obras dos autores clássicos como Capel (1981) e 
Mendonza (1982), bem como nas obras dos autores mais contemporâneos da Geografia 
como Corrêa (2005), Gomes (2001), Lencioni (1999), Haesbaert (1999), Santos (1978, 
1994, 1999), Thrift (1995) além de outros autores de áreas afins como Francisco de 
Oliveira (1981) e Rosa Maria Godoy Silveira (1984) que se dedicaram em estudar este 
conceito. 
 Estruturamos o trabalho em duas partes além da introdução e das considerações 
finais. De início apresentaremos como o conceito de região foi trabalhado nas diferentes 
correntes epistemológicas da Geografia: a) na Geografia Clássica; b) na Geografia 
Teorética-Quantitativa; c) na Geografia Crítica ou Radical; d) na Geografia Humanística 
e Cultural. Por fim, abordaremos algumas reflexões sobre o conceito de região à luz das 
contribuições efetuadas pelos geógrafos e não-geógrafos na tentativa de entender a 
desvalorização ou revalorizão da região no quadro da geografia hoje. 
 
A região nas diferentes correntes do pensamento geográfico: problemas 
epistemológicos 
 
 Para as inúmeras correntes que caracterizaram a Geografia Clássica entre 1870 e 
1950, a região constituiu um conceito-chave e teve como principais expoentes, Vidal de 
La Blache, Hettner e Hatshorne que foram responsáveis pelas primeiras reflexões a 
respeito deste conceito. 
 De acordo com Mendonza (1982) a Geografia Clássica foi uma resposta a crise 
da racionalidade positivista e evolucionista do século XIX. 
 Nas palavras da autora: 
 
Esa crisis finisecular, que no deja de afectar a los fundamentos y a las 
pretensiones generales de la concepción positiva del conocimiento, 
atenta expresamente contra el modelo evolucionista, que había 
conseguido formular, em términos conceptual y metodologicamente 
operativos, um proyecto coherente y fecundo de cientifismo positivo 
y universalista, parecia mostrar ahora, em las postrimerías del siglo 
XIX, insuficiências y fisuras explicativas de innegable importância 
( MENDONZA, 1982, p. 49). 
 
 Para Lencioni (1999) as características fundamentais do método positivista são: 
observação, experimentação e dedução. A primeira considera a observação como único 
fundamento do conhecimento, ou seja, os fatos são observados sem nenhuma indagação 
sobre sua origem ou finalidade. A segunda refere-se à afirmação do empirismo, onde os 
fatos observados na experiência têm que passar por uma experimentação. A terceira 
significa dizer que a explicação advém de deduções que foram elaboradas a partir da 
observação em busca da construção de leis gerais. 
 Lucien Febvre, segundo Mendonza (1982), foi o primeiro a desvalorizar esse 
modelo de interpretação científica, sobretudo, “por la multiplicación de las 
observaciones, por el crecimiento de la documentacíon científica sobre las poblaciones 
primitivas” ( p. 50-51). Porém, a quebra da racionalidade positivista e evolucionista do 
final século XIX foi de fundamental importância para explicar os novos caminhos que a 
Geografia Clássica seguiu na primeira metade do século XX. Ancorada no novo 
paradigma científico, o historicismo de base neokantiana, conheceu a fragmentação e a 
diversificação conceitual e metodológica, dado ao fato, segundo Mendonza (1982) de 
cada autor ou cada escola geográfica, encontrar a sua própria maneira de interpretar a 
Geografia. 
 A Geografia Clássica, no entanto, surge fragmentada e eivada de contradições 
dicotonômicas, como a Geografia Física e a Geografia Humana, bem como a Geografia 
Geral e a Geografia Regional. Nesse contexto, também se destacam dois conceitos de 
região: a região natural e a região-paisagem. O primeiro, influenciado pela corrente 
determinista1, parte do princípio que o ambiente tem certo domínio sobre a orientação 
do desenvolvimento da sociedade. Portanto, a região natural foi concebida: 
 
Como uma porção da superfície terrestre identificada por uma 
específica combinação de elementos da natureza, sobretudo, o clima, a 
vegetação, e o relevo, combinação que vai se traduzir em uma 
específica paisagem natural (CORRÊA, 2005, p. 184). 
 
 Desse enunciado depreende-se que as áreas de domínio de Caatinga, Cerrado, 
Mata Atlântica e Floresta Equatorial são exemplos de regiões naturais. 
 No segundo conceito a região é considerada como área de ocorrência de uma 
mesma paisagem cultural, ou seja, é resultado da transformação da paisagem natural em 
paisagem cultural. 
Para Corrêa (2005), 
 
O arranjo dos campos, o sistema agrícola e o habitat rural, mas 
também o dialeto e os costumes estão, entre outros, construindo um 
conjunto integrado de traços culturais que definem um GÊNERO DE 
VIDA (p. 185). 
 
 
1
 Caracterizava-se pela uniformidade dos resultados da combinação ou integração em áreas dos elementos 
da natureza, justificando a exploração dos recursos naturais por interesses econômicos (CORRÊA, 2005). 
 Assim, a região é vivenciada a ponto dos seus habitantes nomeá-la segundo a 
identidade referente à região que habitam. Como por exemplo: Agreste, Sertão, 
Amazônia e Campo Gaúcho. 
A região geográfica surgiu em reação à visão possibilista e determinista. Foi 
decorrente da visão possibilista de Vidal de La Blache que afirmava que “a região 
natural não pode ser o quadro e o fundamento da geografia, pois o ambiente não é capaz 
de tudo explicar” ( GOMES, 2001, p. 56). No entender do autor “o meio ambiente 
propõe, o homem dispõe” (p. 56). Então, a região existe como resultado do trabalho 
humano num certo ambiente. 
La Blache entendia a região como um “corpo vivo”, único. Para este autor, “a 
região é uma realidade concreta, física, ela existe como um quadro de referências para a 
população que aí vive” ( GOMES, 2001, p. 57). E o método recomendado para os 
estudos regionais, é a descrição, “pois só através dela é possível penetrar na complexa 
dinâmica que estrutura este espaço” (LA BLACHE 1921, apud GOMES, 2001, p. 57). 
Com o desdobramento da proposta lablachiana, a região se tornou o objeto de 
estudo da ciência geográfica. Cada região era detalhadamente descrita e particularizada, 
o que dificultou generalizações. 
A geografia regional francesa buscou a singularidades dos lugares, numa 
perspectiva ecológica, e apoiou-se na descrição dos elementos que a compunham ou 
ainda na inter-relação desses elementos combinados de formas variadas, como por 
exemplo, “na identificação da Borgonha o fundamental é o quadro histórico, nos 
Pirineus mediterrâneos, o clima, na Picardia o relevo, e assim sucessivamente” 
(GOMES, 2001, p. 56). 
É importante acrescentar que o método regional não foi somente exclusividade 
da escola francesa, mas foi identificado com poucas diferenças, em outras escolas 
nacionais, inclusive a escola alemã com destaque para Hettner, consideradoo maior 
defensor de uma geografia regional. O pensamento Hettneriano abordava o historicismo 
de base neokantiana, inspirado no romantismo e na valorização da história, acreditava 
que a natureza não somente possuia uma constituição física, mas também tinha história. 
De acordo com Lencione (1999): 
 
Para o historicismo, a realidade é resultado de uma evolução das 
tradições. O historicismo não considera a ciência como uma, mas 
procura sublinhar a especificidade das ciências do espírito em relação 
às ciências naturais. Considera que diferentemente das ciências 
naturais, em que se busca leis gerais, as ciências humanas (ciências do 
espírito) devem ater-se à descrição das individualidades históricas, 
com a finalidade de aprender o singular como produto de 
circunstâncias únicas no tempo e no espaço (p. 87). 
 
Contudo, no historicismo as explicações gerais perdem a validade, isto é, as 
ciências humanas não devem explicar a realidade sociocultural a partir de princípios 
gerais, mas deveriam compreendê-las a partir do contato íntimo com o objeto 
investigado, para tanto, a sensibilidade e a intuição tornam-se imprescindíveis. 
Outro filósofo neokantista é Windelband, por sua vez, classificou as ciências em 
nomotéticas e idiográficas. Para este autor, segundo Capel (1981), as ciências naturais 
são nomotéticas porque buscam estabelecer leis gerais, e as ciências sociais são 
idiográficas porque estão voltadas para pesquisa de fatos particulares. 
Gomes (2001) acrescenta que para Windelband as ciências naturais ou 
nomotéticas estabelecem abordagens abstratas, dada ao fato, de poder ou não antecipar 
os resultados das pesquisas através do conhecimento das variáveis que definem um fato 
ou fenômeno. Já as ciências sociais ou idiográficas são descritivas e compreendidas 
através das particularidades que lhes foram geradas. 
Então, seria a Geografia uma ciência nomotética ou idiográfica? Hettner 
preocupado com a dualidade proposta por Windelband, afirmou que não era nenhuma 
nem outra, mas tanto uma como outra. 
De acordo com Lencione (1999), Hettner: 
 
Dizia que quando a Geografia se volta para o estudo das relações entre 
os fenômenos de um determinado território é uma Geografia 
idiográfica; porém, quando esses fenômenos podem ser classificados 
em categorias, possibilitando a dedução de leis gerais, ela é 
nomotética (p. 122). 
 
Apesar de Hettner ter afirmado que a Geografia é tanto uma ciência nomotética 
como idiográfica, acabou afirmando ser uma ciência idiográfica, dado ao fato, dela 
estudar as diferenciações da superfície terrestre. Atribuindo assim, um caráter 
corológico ao permitir analisar as variáveis da terra. 
Na análise regional de Hettner leva-se em consideração a individualidade 
espacial referida no tempo e espaço, ambos constituem uma unidade. Na interpretação 
do autor, o caráter variável da superfície terrestre se fundamenta no estudo das relações 
entre os fenômenos de natureza física e humana. Porém, nessa análise, questiona-se 
como as relações estabelecidas entre esses fenômenos se dão em diferentes lugares e 
como tais estão espacialmente interrelacionados. Mais, quais fenômenos e escalas 
devem ser levados em conta no estudo regional de Hettner? O pesquisador os definirá 
através da observação e investigação. Ou seja, aqueles que conformam uma 
individualidade referida no tempo e no espaço formam uma região. Quanto à escala, o 
autor não avança na discussão, mas propõe que as escalas de recortes regionais não 
devem ser nem grande nem pequena. 
Na verdade, para Hettner os recortes feitos na realidade são oriundos do 
exercício intelectual, isto é: são produtos de uma construção mental. 
Hartshorne, influenciado por Hettner, também contribuiu para o estudo regional. 
Para aquele a região constituiria “um constructo intelectual e que, como tal, poderia 
variar em sua delimitação de acordo com os objetivos do pesquisador” (HAESBAERT, 
1999, p. 18). 
Para Gomes (2001) Hatshorne em Perspectives The Nature of Geography, 
publicada em 1939, além de valorizar a região como objeto particular da geografia, 
propõe também que a região seja encarada como um produto mental, “ uma forma de 
ver o espaço que coloca em evidência os fundamentos da organização diferenciada do 
espaço” (p.60). 
Nas palavras do autor: 
 
O fato de todas as áreas da terra diferirem umas das outras desperta 
também um interesse especial em qualquer caso em que áreas 
separadas se afiguram semelhantes. O exame mais atento revela que 
nunca são exatamente iguais, certamente jamais tão parecidas como 
dois gêmeos idênticos, nem como duas pessoas de antepassados em 
sua totalidade europeus, que possam ter características físicas iguais, 
embora nascidas e criadas num e outro lado do Atlântico. Não 
obstante, a maneira como áreas separadas se assemelham não é menos 
significativa do que o modo em que diferem. O estudo comparativo de 
tais áreas permite à Geografia utilizar-se de métodos similares aos das 
ciências experimentais, nas quais certos fatores são controlados e 
mantidos constantes, enquanto outros variam ( GOMES, 1995, p. 60-
61). 
 
 Conforme o enunciado, a região hartshorniana é vista como um método de 
análise (análise regional), ou seja, uma técnica da Geografia na demonstração de suas 
hipóteses. Neste caso, não há fenômenos particulares à Geografia, como também não há 
um objeto de estudo que seja específico a essa disciplina. Para Hartshorne, as ciências 
se definem, principalmente pelos seus métodos de investigação. 
Segundo Lencioni (1999), o autor classifica a região segundo três critérios: a) na 
delimitação das divisões entre áreas descontínuas, pois para Hartshorne, não se deve 
limitar a idéia de contiguidade regional; b) na noção de homogeneidade da região, dado 
ao fato de ser caracterizada mais pelas semelhanças do que pela heterogeneidade, isto é, 
a partir de um ou mais aspectos, como por exemplo: as regiões climáticas, que de fato, 
são definidas segundo a temperatura e umidade; e c) segundo a noção de conexão, como 
por exemplo, “a definição de uma região metropolitana em função da conexão existente 
entre vários municípios. 
A análise regional proposta por Harstshorne influenciará outros autores lógico-
positivistas que a usarão como base nos estudos regionais posteriores. 
Mas na medida em que os critérios de classificação e divisão do espaço são 
uniformes, interessa aquilo que é geral? Então, Hartshorne valoriza o comportamento 
nomotético e ao mesmo tempo acaba por afirmar o método regional (comportamento 
idiográfico), estudando as singularidades e privilegiando o único na Geografia. Mas, 
contudo, renuncia as leis gerais. 
As primeiras críticas à concepção de região elaborada pelos geógrafos clássicos 
vieram dos geógrafos lógico-positivas, mas precisamente, de Schaefer ao publicar em 
1953 o artigo “Exptionalism in Geografhy : A Methodological Examination”. A crítica 
foi, sobretudo, sobre a perspectiva historicista, que trouxe para a Geografia o 
excepcionalismo próprio da História. Para o autor, segundo Lencioni (1999) cabe a 
Geografia romper com o particularismo dos estudos por meio da região e voltar para “a 
formulação de leis gerais sobre a distribuição de determinadas características na 
superfície da terra” (p. 132). Shaefer desconsidera a geografia idiográfica e descritiva, 
pois acredita que somente a Geografia Geral era científica e que forneceria leis e teorias 
para o estudo regional. 
É nessa perspectiva da incontornável singularidade regional que a Geografia 
Clássica se fecha, e dar lugar em 1950, as pretensões renovadoras da denominada 
“Revolução Teorética-Quantitativa ou Nova Geografia”. Mas, contudo, é importante 
destacar que a região, como já foi mencionada, constituiu um conceito-chave nessa 
corrente da Geografia. 
Inúmeras escolas do pensamento geográfico, inclusiveas inglesas, as suecas e as 
norte-americanas, receberam com bastante ênfase as críticas e assumiram uma pretensa 
neutralidade científica e uma postura pragmática em relação à difusão do sistema de 
planejamento do Estado capitalista por meio do positivismo lógico como método de 
apreensão da realidade. 
A Nova Geografia, fundamentada no positivismo lógico consagrou o raciocínio 
hipotético-dedutivo e adotou como metas: a) o maior rigor na aplicação da metodologia 
científica; b) o desenvolvimento de teorias; c) o uso de técnicas estatísticas e 
matemáticas; d) a abordagem sistêmica e; e) o uso de modelos (CHRISTOFOLETTI, 
1985). 
Para Corrêa (2005) o paradigma da Nova Geografia, 
 
Considera a região a partir de propósitos específicos, não tendo a 
priori, como no caso da região natural e da região-paisagem, uma 
única base empírica. É possível identificar regiões climáticas, regiões 
industriais, regiões nodais, ou seja, tantos tipos de regiões quantos 
forem os propósitos do pesquisador. A região natural e a região 
paisagem passam a ser apenas uma das múltiplas possibilidades de se 
recortar o espaço terrestre. A região constitui-se para os geógrafos 
lógico-positivistas em uma criação intelectual, criada a partir de seus 
propósitos específicos (CORRÊA, 1986, p. 186). 
 
Essa abordagem para Haesbaert (2002) decreta a morte da região na Geografia, 
pois representa uma simplificação pela perda considerável da riqueza que o conceito de 
região abarca, sendo vista como classe de área, passando de uma “região indivíduo” a 
“região sem identidade”. 
Para Gomes (2001) a região nesta nova perspectiva passou a ser considerada 
como modelo e não como algo concreto, dado ao fato, dela não ser mais delimitada 
pelos aspectos da natureza, da cultura ou da história do lugar, mas por dados 
econômicos atendendo a objetivos específicos para sua delimitação. 
Surgem assim, dois conceitos de regiões: as regiões homogêneas e as regiões 
funcionais ou polarizadas. As primeiras são definidas como espaços mais ou menos 
homogêneos, que apresentam certo grau de semelhança e as segundas são 
compreendidas associadas aos diversos fluxos que percorrem o espaço, isto é, a 
organização do espaço não tem um caráter uniforme, mas das várias relações que 
circulam e dão forma a um espaço internamente diferenciado (GOMES, 2001). 
É dessa perspectiva que a cidade surge como centros de organização espacial, 
sobretudo, ao organizar sua área de influência e outros centros urbanos de menor porte. 
Esse tipo de estudo ficou conhecido como de “regiões polarizadas” no sentido “de um 
espaço tributário, organizado e comandado por uma cidade. Nesse enfoque, há contudo, 
uma valorização da economia neoclássica como fundamento das trocas e fluxos. 
No entender de Gomes (2001): 
 
Se há uma funcionalidade no espaço que remete à integração mesmo 
ao sistema econômico que interpretam o desenvolvimento deste 
sistema, digamos mais claramente, o desenvolvimento do capitalismo, 
sejam chamadas para justificar esta funcionalidade (GOMES, 2001, p. 
64). 
 
Foi assim que as regras foram feitas de forma tributária na interpretação 
macroeconômica de influência neoclássica. 
Nesse sentido, a região rompe com o senso comum e se afasta do imaginário das 
pessoas que nela vivem, de suas tradições e atinge um grau eminentimente técnico, 
subsidiado por métodos estatísticos sofisticados de laboratório. A região assume uma 
linguagem burocrática, simplificando a realidade na busca pela regularidade, 
formalizando modelos idealizados, deixando de perceber contradições, conflitos e 
irregularidades. 
Contudo, questões como a análise dos processos de desenvolvimento 
sócioeconômico e de desigualdades sócioespaciais ficaram em planos secundários, pois 
diante de um contexto de avanço das técnicas, de aceleração do capitalismo e 
intensificação das relações em escala mundial, essas questões não foram aprofundadas 
satisfatoriamente. Isso, segundo Gomes (2001), porque na definição da funcionalidade 
duas noções têm que ser levadas em consideração: a noção de rentabilidade e mercado. 
E, por meio destas noções, a Geografia ao produzir regionalização estaria contribuindo 
com a produção de um desenvolvimento espacial desigual, porque segundo Gomes 
(2001, p. 65), 
 
Ao assumir a dinâmica de mercado como pressuposto da organização 
espacial, estes modelos “naturalizariam” o capitalismo, como a única 
forma possível de conceber o desenvolvimento social, ao mesmo 
tempo, em que trabalhavam para a manutenção do status quo de uma 
sociedade desequilibrada e desigual. 
 
A partir de 1970, com o surgimento de novos paradigamas geográficos, outros 
conceitos de região foram criados aumentando mais ainda o pluralismo conceitual. 
Então, “o conceito de região reaparece no interior de Geografia Crítica fundamentada 
no materialismo histórico e dialético, como também nas Geografias Humanística e 
Cultural” (CORRÊA, 2005, p. 187). Daí surgiram outros conceitos de região 
construídas por autores de diversas áreas. 
Para Gilbert, segundo Corrêa (2005), a partir da década de 1970, o conceito de 
região poderia ser interpretado por três grandes definições. A primeira, 
 
Refere-se à região entendida como organização espacial dos processos 
sociais associados ao modo de produção capitalista. Trata-se da 
regionalização da divisão social do trabalho, do processo de 
acumulação capitalista, da reprodução da força-de-trabalho e dos 
processos políticos e ideológicos (p. 187). 
 
 A Geografia Crítica, denominada de Radical, propunha transformações na 
sociedade. Então, interessava-se pela análise dos modos de produção e das formações 
sócioeconômicas como base para explicação ou estruturação das distintas formações 
sócioeconômicas e espaciais que devem ser analisadas e compreendidas para o melhor 
entendimento das regiões. 
 Contudo, o conceito de região na vertente marxista, sofre críticas contudentes: 
acusada de ser um poderoso conceito-obstáculo, porque decompunha o espaço global 
em regiões, e, a partir das quais realizava a síntese geográfica. Assim, descrevia suas 
particularidades tornando-se um poderoso conceito ao impedir outras formas de 
representações espaciais e o axame das relações sociais de produção. 
Santos (1978) ancorado na vertente marxista considera a região como uma 
síntese concreta e histórica dos processos sociais, como produto e meio de produção e 
reprodução de toda vida social. Porém, posteriormente, o autor vai mais além e analisa o 
conceito de região no quadro da globalização e define que “as regiões são subdivisões 
do espaço: do espaço total, nacional, e mesmo local, são espaços de conveniência, 
lugares funcionais do todo, um produto social” (SANTOS, 1994, p. 18). 
Para Lencioni (1999) a geografia marxista enfrentou problemas ao negligenciar 
aspectos sobre o caráter subjetivo e pessoal da região e foi bastante criticada quando os 
argumentos contrários ao modelo soviético revelaram os (des) caminhos das revoluções 
socialistas. 
Neste contexto, entra em cena o segundo conceito que surgiu pós-1970 no 
âmbito da Geografia Humanística e Cultural fundamentada na fenomenologia. A região 
é definida: 
 
Como um conjunto específico de relações culturais entre um grupo e 
lugares particulares” uma “apropriação simbólica de uma porção do 
espaço por um determinado grupo” e, assim, “um elemento 
constituinte de uma identidade” (CORRÊA, 2005, p, 188). 
 
Pelo enunciado, nota-se que a região nesta abordagem é vista como um espaço 
vivido de reconhecimento coletivo, marcado pelas relações dos homens com o seu 
ambiente, por intermédio dos laços culturais, o que promoveria uma espécie de coesão 
simbólica. 
Para Frémont (1980) na perspectiva fenomenológica, os estudos regionais foram 
enriquecidos ao levar em consideração as experiências vividas. Oespaço, por causa de 
sua dimensão abstrata, perdeu a referência central para o espaço vivido, já que este 
possibilita entender a região como uma construção mental, individual inscrita na 
consciência coletiva. 
O terceiro conceito estaria relacionado á região como meio para as interações 
sociais, tratando de “uma visão política da região com base na idéia de que dominação e 
poder constituem fatores fundamentais na diferenciação de áreas” (CORRÊA, 2005, p. 
188). 
A região nessa abordagem é concebida no seu conteúdo político, ou seja, o papel 
da dominação e do poder, dentro da sociedade é o fator primordial para a existência da 
diferenciação regional. Assim, a região desempenha um papel importante na produção e 
reprodução das relações sociais. 
Vale ressaltar que além das três definições de região aqui apresentadas a partir 
de 1970, surgiram outras se contrapondo a estas que será sucintamente apresentada mais 
adiante. Porém, o importante é compreender que o traço comum entre essas três 
definições de região é o fato de estarem apoiadas na idéia da persistência da 
diferenciação de áreas. Contudo, não compartilham com a tese do fim da região pelo 
processo de homogeinização do mundo através da globalização. Porém, admitem o 
processo de sua transformação. 
 
Outros e novos olhares sobre região: morte ou ressurreição? 
 
As dúvidas referente a existência ou não da região no interior ou fora do 
pensamento geográfico foram tão variadas e contraditórias em suas formulações, que 
muitos autores na contemporaneidade chegam mesmo a afirmar que a região não existe 
mais. Decretam a sua morte em função do processo de globalização que torna a 
realidade homogênea e indistinta. 
Rosa Maria Godoy Silveira ao pesquisar o conceito de regionalismo nordestino, 
no contexto geográfico, histórico, sociológo e economicista, ou seja, na 
interdisciplinaridade, concluiu que: 
 
A região, em função das mudanças econômicas mundiais, marcadas 
sobretudo, pela internacionalização do capital, deixou de existir e 
passou a ser uma abstração empírica. O espaço geográfico deixou de 
ser estático e passou a ser uma produção coletiva dos homens, cuja 
função era a de expressar o modo de produção em vigor (SILVEIRA, 
1984, p. 75). 
 
 Para a autora, a região não existe e, é um conceito abstrato em meio a um 
contexto macro, atualmente conhecido como globalização. 
 Outro autor que afirma a inexistência rigorosa da região é Pierre Bordieu, que 
defende a tese que a divisão regional não existe mais na realidade, pois esta mesma 
realidade é a representação que dela fazemos. Desta forma, a delimitação regional é 
estabelecida por quem nela vive e passa a compor o imaginário daqueles que a ela se 
referem (BORDIEU, 1989). 
Para este autor, a identidade regional é um produto da construção humana. Ele 
critica os geógrafos, caracterizando-os como impositores de uma divisão arbitrária sobre 
uma ordem que guarda uma continuidade natural. 
De acordo com Francisco de Oliveira (1981) o conceito de região se funda nas 
diversas formas de reprodução do capital, isto é: a) nas formas que o processo de 
acumulação assume; b) na estrutura de classes peculiar as formas de acumulação e c) 
nas formas de luta de classes e do conflito social em escala mais geral. 
Para Oliveira (1981) o conceito econômico e político de região se fundamenta 
no movimento de reprodução do capital e das relações de produção. Nesse sentido, para 
o autor: 
 
Podem e existem “regiões” em determinado espaço nacional, tanto 
mais determinadas quanto sejam diferenciados os processos 
assinalados, e, no limite, (...) num sistema econômico de base 
capitalista, existe uma tendência para a completa homogeneização da 
reprodução do capital e de suas formas, sob a égide do processo de 
concentração e centralização do capital, que acabaria por fazer 
desaparecer as “regiões” (OLIVEIRA, 1981, p. 27). 
 
Porém, Oliveira (1981) chama a atenção, que tal tendência quase nunca se 
materializa de forma completa e acabada, devido o processo de reprodução do capital 
ser contraditório, desigual e combinado. Mas o autor alerta, a ponto de citar os Estados 
Unidos, ou outros países norte-americanos, de economia capitalista, como exemplo de 
materialização mais completa, em que o nível de homogeneização provocado pela 
concentração e centralização do capital, atingiu quase por inteiro as diferenças entre os 
diversos fragmentos do território nacional norte-americano. 
A região seria para Francisco de Oliveira: 
 
O espaço onde se imbricam dialeticamente uma forma especial de 
reprodução do capital, e por consequência uma forma especial da luta 
de classes, onde o econômico e o político se fusionam e assumem uma 
forma especial de aparecer no produto social e nos pressupostos da 
reposição (1981, p. 29). 
 
 No entanto, é possível existir espaços econômico-político-sociais onde o capital 
comercial comanda as leis de reprodução sem, contudo, penetrar propriamente na 
produção, essa região se diferencia daquela onde o capital penetrou no próprio sistema 
produtivo. Assim, são as próprias formas diferentes de reprodução do capital que 
conformam regiões distintas. Portanto, não há motivo de se pensar no fim ou morte da 
região num país como o Brasil, em que tal tendência é dificultada pelas diferentes 
formas de reprodução do capital nos distintos recortes regionais. 
 Talvez seja importante nesse momento fazer a diferenciação entre o conceito de 
região e regionalização. Para Haesbaert (1999, p. 17). 
 
(...) Regionalização é um processo amplo, instrumento de análise para 
o geógrafo em sua busca dos recortes mais coerentes que dêem conta 
das diferenciações no espaço. Por outro lado, região, como conceito, 
envolve um rigor teórico que restringe seu significado, mas aprofunda 
seu poder explicativo. Para definí-la devemos considerar 
problemáticas como a das escalas e fenômenos sociais mais 
específicos (como os regionalismos políticos e as identidades 
regionais) entre aqueles que produzem a diversidade geográfica do 
mundo. 
 
Outra questão importante que merece destacar, é que a região e regionalização 
na Geografia estão diretamente vinculadas aos interesses dos agentes envolvidos nos 
estudos regionais. E, tais interesses são difusões da concepção teórica que orienta o 
trabalho. Podendo surgir uma gama distinta de concepções conforme as escolas do 
pensamento geográfico. 
Santos (1994) ressalta a complexidade da questão regional ao afirmar: 
 
Não pensamos que a região haja desaparecido. O que esmaeceu foi a 
nossa capacidade de reinterpretar e de reconhecer o espaço em suas 
divisões e recortes atuais, desafiando-nos a exercer plenamente aquela 
tarefa permanente dos intelectuais, isto é, a atualização dos conceitos 
(p. 102). 
 
 No entender de Milton Santos a região continua a existir, contrariando, os 
autores que pregoam o seu desaparecimento. Para Santos (1999) a região se apresenta 
com um nível de maior complexidade jamais alcançada pelo homem. Pois, “agora 
nenhum subespaço do planeta pode escapar ao processo conjunto de globalização e 
fragmentação, isto é, de individualização e regionalização “(SANTOS, 1999, p. 16). 
 A partir dessa nova perspectiva focalizamos uma “nova geografia regional” e um 
dos autores responsável pela “ressurreição” do conceito de região é Nigel Thrift, que no 
seu artigo “Visando o âmago da região”, relata o ressurgimento da geografia regional 
quando parecia que estaria mais para a exumação do que para a ressurreição. 
 Depois de fazer um paralelo entre três autoriadades: Vidal de La Blache, Karl 
Marx e Frederic Jamenson, tendo como foco a região, Thrift (1995) entende as regiões 
como constituídas por processos amplos, processos múltiplos e que muitas vezes se 
sobrepõem. Então, apresenta três questões a serem consideradas nas análises regionaiscontemporâneas, quais sejam: a) a fragmentação da região; b) a proliferação de 
agrupamento de estilo de vida no plano da sociedade e da cultura; c) a espacialização da 
cultura. 
 Thrift (1995) ainda chama a atenção para quatro áreas de aprofundamento da 
pesquisa geográfica para uma melhor compreensão da região, hoje: 
 
Primeiro precisamos investigar mais extensivamente a circulação de 
troca simbólica sobre o espaço, e em especial o que Habermas (1962) 
chama a “esfera pública”, todo o complexo (cada vez mais eletrônico) 
de textos e mídia que enquadra debates, forma opiniões e é 
progressivamente a esperança de soluções políticas informadas num 
mundo de símbolos. Em segundo lugar, e relacionado a isso, devemos 
ser bem mais claros de como determinados contextos influenciam a 
maneira pela qual tipos particulares de pessoas recebem, negociam e 
são formadas por significados. Em terceiro lugar, precisamos teorizar 
mais claramente como o processo pelo qual o contexto foi 
transformado em mercadoria pode ser conectado novamente com as 
relações econômicas, especialmente as de consumo, dinheiro e dívida. 
Em quarto lugar, precisamos encontrar novas maneiras de representar 
regiões. Para fazê-lo precisamos afiar nossos instrumentos de escrita e 
de leitura. Certamente os lampejos dessa nova espécie de geografia 
regional podem ser vistos no súbito aparecimento de trabalho social e 
cultural que está ocorrendo acerca de questões como gênero, 
sexualidade e etnias (Thrift, 1995, p. 241-242). 
 
 A partir dessas breves considerações sobre o conceito de região atualmente, é 
necessário acrescentar, que a cada dia esse conceito ganha importância e ressuscita 
pelas diversas alternativas que pode ser trabalhado, segundo Thrift (1995) a prática de 
estudos regionais pode nos colocar frente a frente com a maioria dos problemas que a 
Geografia Humana enfrenta hoje. Para este autor, “a geografia regional é essencial à 
prática de produzir geografia” (p, 242), por propor questões relevantes no mundo que 
vivemos de uma maneira importante porque é contextual. 
 
Considerações finais 
 
 O conceito de região nos remete ao nascimento da Geografia enquanto ciência, 
já que tal foi nosso objeto de estudo por muito tempo. A Geografia sempre viveu da 
renovação de seus paradigmas, principalmente de seus conceitos e de suas verdades na 
busca de achar outros horizontes que dêem conta de explicar às atuais exigências que o 
conceito de região nos apresenta. 
Na sua caminhada, a região sempre saiu ganhando ou perdendo importância de 
acordo com as diferentes correntes da Geografia. Na Geografia Clássica a região teve 
uma boa aceitação, pois foi considerada como conceito-chave da disciplina. Porém, foi 
estudada como uma unidade estática, sem movimento, alicerçada, sobretudo no estudo 
da particularidade, do único. Na corrente posterior, a Nova Geografia, a região perde a 
importância, dado ao fato, dela ser trabalhada como uma unidade abstrata, utilizada para 
classificação ou delimitação de área. A região aqui é entendida como uma classe de área 
e atinge um nível eminentimente técnico, por isso, perde a sua identidade e rompe com 
o senso comum, dado ao fato, dela não ser mais delimitada pelos aspectos da natureza, 
da cultura ou da história do lugar, mas por dados econômicos, atendendo a objetivos 
específicos para sua delimitação. 
Tratar do conceito de região nas correntes posteriores: na Geografia Crítica e na 
Geografia Humanística e Cultural torna-se baste complexo, pois com a interpretação dos 
autores, a região assume distintas formas de conceituação. Na Geografia Crítica a região 
foi trabalhada a partir do modo de produção, onde a mesma foi considerada como uma 
categoria de análise que permite apreender como uma mesma forma de produzir ocorre 
em diversas partes do mundo, reproduzindo-se de acordo com as suas especificidades 
regionais. Na Geografia Humanística e Cultural, ambas fundamentada na 
fenomenologia, a região é vista como um espaço vivido, caracterizada pelas relações 
dos homens com o seu ambiente, por intermédio dos laços culturais. Portanto, para 
alguns autores, nessa abordagem a região ganha importância por levar em consideração 
as experiências vividas, então, à região é entendida como uma construção mental. 
Em suma, o contexto atual corresponde ao momento em que o conceito de 
região ganhou importância, porque a globalização torna mais complexo os processos de 
regionalização e, com isso, integra diferentes alternativas de trabalhar esse conceito. 
Porém, cabe privilegiar, o conceito de região que possui fundamentos na especificidade 
da reprodução do capital, dado ao fato, de nem todos os espaços de economia capitalista 
não se homogeneizar por completo devido ao próprio processo de reprodução do capital 
ser desigual e combinado. 
 
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