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PORTUGUÊS 1 UNIDADE 3 – COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS Lista: Me, te, se, o, a, os, as, lhe, lhes, nos, vos. Posições: PRÓCLISE: antes do verbo. Nada se perdeu. MESÓCLISE: no meio do verbo. Dirigir-lhe-emos a palavra. ÊNCLISE: depois do verbo. Fugiram-nos as palavras. * A próclise e a ênclise são as mais utilizadas em nossa linguagem. I - REGRAS DE COLOCAÇÃO NAS FORMAS FINITAS Nota: Formas finitas do verbo são todas as do MODO INDICATIVO, MODO SUBJUNTIVO E IMPERATIVO. As formas infinitas são o GERÚNDIO, PARTICÍPIO E INFINITIVO (pessoal e impessoal). PRÓCLISE 1. Estamos obrigados a colocar o pronome oblíquo em posição de próclise (Proclíti- ca) quando, antes e na mesma oração do verbo em que ele (o pronome) se apoia, existir qua l- quer uma das cinco classes gramaticais seguintes: a) conjunção subordinativa; b) pronome relativo; c) pronome interrogativo; d) pronome indefinido; e) advérbio (não seguido de vírgula). O homem produz pouco, quando se alimenta mal. PORTUGUÊS 2 Próclise, porque, antes do verbo alimenta, está a conjunção subordinativa quando que a exige. Observe-se que esse quando está na mesma oração do verbo em que se apoia o pronome se. 1ª Oração: o homem produz pouco. 2ª Oração: quando se alimenta mal. Veja agora, este outro exemplo: O homem produz pouco, quando, pela ausência de diversidade de culturas agrícolas e pela falta de orientação, se alimenta mal. A palavra quando, embora não esteja imediatamente antes do verbo, continua a exi- gir próclise, porque está na mesma oração do verbo alimenta. 1ª Oração: O homem produz pouco 2º Oração: quando, pela ausência de diversidade de culturas agrícolas e pela falta de orientação, se alimenta mal. Tomemos, finalmente, o seguinte exemplo: O homem que trabalha realiza-se. Não deve ser próclise? Não! O pronome relativo que, embora esteja antes do verbo realiza, não está na mesma oração deste: 1ª Oração: O homem realiza-se 2ª Oração: que trabalha Concluímos, pois, que não basta a palavra de força atrativa estar antes do verbo em que se apoia o pronome oblíquo, é necessário também que pertença à mesma oração do verbo. Se, antes do verbo, existir advérbio, este exigirá próclise, quando não estiver seguido de vírgula: Aqui se resolvem todos os problemas. Mas: Aqui, resolvem-se todos os problemas. Resulta disso que as frases negativas se constroem, quase sempre, com próclise: Não nos negou apoio. 2. Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa: Ele se feriu; ou Ele feriu-se. O homem se supera; ou O homem supera-se. PORTUGUÊS 3 Isto nos interessa; ou Isto interessa-nos. Eu te avisarei; ou Eu avisar-te-ei. Nota: Essa faculdade não pode contrariar a REGRA 1. Se o sujeito for um pronome indefinido, a próclise será obrigatória: Ninguém me convencerá. Tudo se fez em prol da causa. 3. Faz-se próclise também nas orações optativas (orações que exprimem desejo): Bons olhos o vejam! Deus te ajude! Bons ventos o levem! MESÓCLISE Respeitadas as regras estabelecidas para a próclise, far-se-á mesóclise, caso o verbo esteja no FUTURO DO PRESENTE (cantarei, procuraremos, direis, amará, etc.) ou no F U- TURO DO PRETÉRITO (cantaria, procuraríamos, diríeis, amaria, etc.). Procurar-te-emos no escritório. Diante de uma plateia educada, cantar-se-ia melhor. Os amigos sinceros lembrar-nos-ão um dia. ÊNCLISE Nos demais casos. II - REGRAS DE COLOCAÇÃO NAS FORMAS INFINITAS GERÚNDIO Precedido em ―EM‖ ou de advérbio não virgulado: PRÓCLISE Demais casos: ÊNCLISE Em o convidando, fez o governo justiça. PORTUGUÊS 4 Usaremos essa técnica, pouco nos interessando o que a crítica possa dizer. Ele falou francamente, revelando-nos a verdade. INFINITIVO IMPESSOAL Negativo ou precedido de qualquer proposição: PRÓCLISE OU ÊNCLISE Demais casos: ÊNCLISE Para te dizer a verdade, não sei se ele virá. Para dizer-te a verdade, não sei se ele virá. Sua intenção era não se contrariar. Sua intenção era não contrariar-se. INFINITIVO PESSOAL - sempre PRÓCLISE Para nos realizarmos, devemos seguir nosso ideal. PARTICÍPIO - Jamais aceita ÊNCLISE. III - ÊNCLISE DOS PRONOMES ―O‖, ―A‖, ―OS‖ e ―AS‖ 1. Se a forma verbal termina por R, S ou Z, suprime-se esse R, S ou Z e antepõe-se L ao pronome oblíquo: Procurar + o = procurá - lo Dissestes + o = disseste - lo Diz + o = di - lo 2. Se o verbo termina por um ditongo nasal (ão, õe) ou por m, antepõe-se n ao pro- nome oblíquo: Dão + o = dão-no Repõe + o = repõe-no Dizem + o = dizem-no PORTUGUÊS 5 3. Nos demais casos, nada varia. Observação: Ao colocar o pronome nos, após as formas verbais terminadas em –mos, supri- me-se o s: Dirigimos-nos = dirigimo-nos.