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ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES 
 
Prezados leitores, tendo em vista a recente publicação da Lei nº 13.500/2017, que realizou 
algumas alterações na Lei nº 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações e Contratos), a exemplo 
da criação de uma nova hipótese de dispensa de licitação (inciso XXXV do art. 24), 
confeccionamos esta pequena síntese, objetivando prestar um serviço de atualização. 
 
 
1. Lei nº 13.500, de 26 de outubro de 2017 
 
A Lei federal nº 13.500, de 26 de outubro de 2017, foi publicada com o objetivo de 
indicar parâmetros relativos às transferências de recursos e meios do Fundo Penitenciário 
Nacional (Funpen) aos Estados, Municípios e Distrito Federal para financiamento e apoio 
das atividades e programas destinados à modernização do Sistema Penitenciário 
Nacional. A norma trouxe algumas mudanças na Lei Complementar 79/94 (criadora do 
Funpen), alterando alguns trechos e incluindo novos dispositivos. 
Além das mudanças supracitadas, a Lei nº 13.500/2017 também trouxe alterações e 
inovações ao texto da Lei nº 8.666/93, conforme veremos a seguir. 
 
 
2. Nova hipótese de dispensa de licitação (inc. XXXV do art. 24) 
 
O art. 24 da Lei nº 8.666/93 estabelece um rol (taxativo) de situações nas quais o 
administrador poderá dispensar a realização de procedimento licitatório. 
A Lei nº 13.500/2017 incluiu a esse rol uma nova hipótese de licitação dispensável 
(inciso XXXV): 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
 
(...) 
 
 
XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de 
estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente risco à 
segurança pública. 
 
 Nota-se a existência de pressupostos que deverão ser observados para a efetiva 
caracterização dessa nova hipótese de dispensa, quais sejam: 
a) que o objeto da dispensa seja a construção, a ampliação, a reforma e o 
aprimoramento de estabelecimentos penais; e 
b) que a situação se configure como de grave e iminente risco à segurança pública. 
Em relação a esta nova hipótese de contratação direta, convém registrar a crítica 
de que ela, na prática, abrangerá situações já abarcadas pela hipótese de dispensa do inciso 
IV do artigo 24 da Lei nº 8.666/93 (dispensa emergencial). Nada obstante, importa 
ponderar que a nova hipótese (inciso XXXV) não possui as mesmas condicionantes 
previstas na anterior (inciso IV). Nesse prumo, por exemplo, não há aqui a limitação 
temporal de 180 dias, para a respectiva contratação direta. 
Nada obstante a inexistência do limite temporal de 180 dias, seria esdrúxulo 
admitir que essa hipótese de dispensa fosse viável para “construção, a ampliação, a 
reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais”, sem qualquer limitação 
temporal. Diante da realidade caótica de nossos estabelecimentos prisionais, isso geraria 
uma autorização para fuga indiscriminada à obrigatoriedade de licitar, em todas as obras 
e reformas em nosso sistema prisional. 
Mesmo sem a aplicação da limitação temporal de 180 dias (que realmente é muito 
curta para este tipo de intervenção de engenharia), convém firmar que essa hipótese de 
dispensa (inciso XXXV) apenas será admissível quando configurada “situação de grave 
e iminente risco à segurança pública”. Assim, deve-se admitir a utilização desta hipótese 
de dispensa apenas em situações emergenciais, nas quais a submissão à tramitação do 
processo licitatório se demonstre incompatível com a urgência exigida para a intervenção 
(“situação de grave e iminente risco à segurança pública”). 
Nas construções de presídios, obras, recuperações e ampliações ordinárias, deve-
se priorizar a adoção do devido procedimento licitatório. 
 
Por fim, vale ponderar que a nova hipótese de dispensa não constava na redação 
original da Medida Provisória nº 781/2017, tendo sido inseridas tais regras no Parlamento. 
É passível de discussão a pertinência temática entre o texto original da Medida Provisória, 
que tratava sobre transferências de recursos e meios do Fundo Penitenciário Nacional 
(Funpen), e a nova hipótese de dispensa? Houve contrabando legislativo? 
Particularmente, embora seja possível esta discussão, já que a MP não tratava sobre o 
tema, acreditamos difícil que o STF entenda que não há pertinência temática entre a 
hipótese de dispensa criada e o texto original da MP. 
 
3. Modificação do inciso I do parágrafo único do art. 26 
 
Em decorrência do acréscimo da nova hipótese de licitação dispensável, a Lei nº 
13.500/2017 precisou alterar a redação do inciso I do parágrafo único do art. 26 da Lei nº 
8.666/93, que trata sobre os elementos de instrução das contratações diretas, para exigir 
que o processo formal de dispensa demonstre qual é o “grave e iminente risco à segurança 
pública” que autoriza a contratação direta. 
Antiga Redação Nova Redação 
Art. 26. (...) 
 
Parágrafo único. O processo de 
dispensa, de inexigibilidade ou de 
retardamento, previsto neste artigo, será 
instruído, no que couber, com os seguintes 
elementos: 
 
I - caracterização da situação emergencial 
ou calamitosa que justifique a dispensa, 
quando for o caso; 
 
Art. 26. (...) 
Parágrafo único. O processo de dispensa, 
de inexigibilidade ou de retardamento, 
previsto neste artigo, será instruído, no 
que couber, com os seguintes elementos: 
I - caracterização da situação emergencial, 
calamitosa ou de grave e iminente risco à 
segurança pública que justifique a 
dispensa, quando for o caso; 
 
4. Inserção do § 5º ao art. 40 (Possibilidade de exigência de cota para 
mão de obra oriunda do sistema prisional) 
 
Em seguida, objetivando estimular a contratação de ex-detentos, promovendo assim 
a sua ressocialização e reinserção no mercado de trabalho, a Lei nº 13.500/2017 inseriu 
um novo dispositivo à Lei nº 8.666/93, para prever que a Administração Pública poderá 
 
exigir que as empresas contratadas pelo Poder Público tenham um mínimo de 
funcionários que sejam oriundos do sistema prisional. 
Vale a leitura do dispositivo: 
 
Art. 40. (...) 
 
§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a contratação de 
serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja 
oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade de ressocialização do 
reeducando, na forma estabelecida em regulamento. 
 
Trata-se de uma exigência discricionária da Administração Pública, na forma que será 
estabelecida em Regulamento. 
Cada unidade federativa terá autonomia para definir os termos para aplicação, ou 
mesmo não aplicação, desta regra de fomento à ressocialização de egressos do sistema 
prisional. 
 
 
ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES 
 
Decisões Jurisprudenciais 
(LICITAÇÕES E CONTRATOS – Até 17 de Outubro/2017) 
Prezados leitores, confeccionamos esta pequena síntese com as principais decisões 
jurisprudenciais, na área de licitações e contratos, no mês de outubro. Esta é uma forma que 
encontramos para prestar um serviço de atualização para nossos leitores e alunos. 
 
 
 
Licitação. Bens e serviços de informática. Planejamento. Prova de conceito. 
Julgamento. 
Acórdão 2059/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro Benjamin Zymler) 
Provas de conceito não devem ser utilizadas na fase interna da licitação (planejamento da 
contratação), uma vez que não se prestam à escolha da solução de TI e à elaboração de 
requisitos técnicos, mas a, na fase externa, avaliar se a ferramenta ofertada no certame 
atende às especificações técnicas definidas no projeto básico ou no termo de referência. 
Licitação. Sanção administrativa. Obrigatoriedade. Gestor. Apuração. 
Acórdão 2077/2017 Plenário (Representação,Relator Ministro-Substituto Augusto 
Sherman) 
A apuração das condutas faltosas praticadas por licitantes não consiste em faculdade do 
gestor público com tal atribuição, mas em dever legal.A aplicação de penalidades não se 
restringe ao Poder Judiciário, mas, nos termos das Leis 8.666/1993 e 10.520/2002, cabe 
também aos entes públicos que exercem a função administrativa 
Contrato Administrativo. Equilíbrio econômico-financeiro. Avaliação. 
Economicidade. 
Acórdão 2007/2017 Plenário (Levantamento, Relator Ministro Benjamin Zymler) 
Quando a equação econômico-financeira inicial se assenta em bases antieconômicas, 
ocorre violação ao princípio da economicidade desde a origem contratual. Nesse caso, 
não há que se falar em ato jurídico perfeito nem em direito adquirido à manutenção de 
situação lesiva aos cofres públicos. 
 
Licitação. Locação (Licitação). Bens imóveis. Parcelamento do objeto. Serviço de 
vigilância e guarda. Serviço de manutenção e reparos. Serviço de limpeza. 
Condomínio. 
Acórdão 2020/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro-Substituto Weder de 
Oliveira) 
Licitação que tenha por objeto a locação de bem imóvel juntamente com serviços de 
segurança, manutenção, limpeza e conservação (solução imobiliária completa), contidos 
na taxa condominial, não representa, por si só, violação ao art. 23, § 1º, da Lei 8.666/1993, 
haja vista que esse dispositivo não traz regra absoluta, devendo ser avaliado, caso a caso, 
se o parcelamento é vantajoso ou não para a Administração. 
Licitação. Empresa estatal. Atividade-fim. Seleção. Dispensa de licitação. 
Acórdão 2033/2017 Plenário (Denúncia, Relator Ministro Benjamin Zymler) 
Embora as empresas estatais estejam dispensadas de licitar a prestação de serviços 
relacionados com seus respectivos objetos sociais (art. 28, § 3º, inciso I, da Lei 
13.303/2016), devem conferir lisura e transparência a essas contratações, em atenção aos 
princípios que regem a atuação da Administração Pública, selecionando seus parceiros 
por meio de processo competitivo, isonômico, impessoal e transparente. 
Licitação. Orçamento estimativo. Elaboração. Equipamentos. Cotação. Preço 
mínimo. 
Acórdão 8514/2017 Segunda Câmara (Auditoria, Relator Ministro José Múcio Monteiro) 
Na elaboração de orçamento estimativo para equipamentos a serem fornecidos em 
mercado restrito, devem ser adotados os valores decorrentes das cotações mínimas. As 
médias ou medianas de cotações de preços devem ser empregadas apenas em condições 
de mercado competitivo. 
 
 
 
LICITAÇÃO PRESENCIAL e CONDICIONANTES AMBIENTAIS. 
 
Acórdão nº 2131/2017 – TCU – Plenário. 
 
9.2. com base no art. 7º da Resolução-TCU 265/2014, dar ciência ao Departamento 
Nacional de Obras Contra as Secas que: 
9.2.1. a ausência de justificativa técnica e econômica para a realização de licitações na 
forma presencial afronta o art. 13 da Lei 12.462/2011 e o art. 13 do Decreto 7.581/2011, 
 
que exigem, em caso de empreendimentos com recursos federais, a utilização de licitação 
preferencialmente na forma eletrônica; 
9.2.2. o não cumprimento da condicionante (…) referente à elaboração do Projeto Básico 
Ambiental (PBA), o qual deveria ter sido apresentado quando da solicitação da Licença 
de Instalação (…) configura infringência ao art. 4º, § 1º, inciso II, da Lei 12.462/2011 e 
aos arts. 2º e 8º da Resolução-Conama 237/1997; 
9.2.3. o não cumprimento, antes do início das obras, das condicionantes (…) alusivas ao 
uso das jazidas, pedreiras e areal, ao desmatamento racional, às desapropriações e 
reassentamentos, às obras complementares e medidas mitigadoras, inerentes ao 
empreendimento barragem Fronteiras, constitui afronta ao art. 4º, § 1º, inciso II, da Lei 
12.462/2011, aos arts. 2º e 8º da Resolução-Conama 237/1997, ao art. 10 da Lei 
6.938/1981 e aos arts. 2º e 4º do Decreto-Lei 3.365/1941; 
 
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PUBLICIDADE. 
 
Acórdão nº 2158/2017 – TCU – Plenário. 
 
9.2. com fundamento no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, c/c arts. 2º e 
8º da Resolução-TCU 265/2014, determinar ao Ministério da Saúde que: 
9.2.1. condicione a prorrogação dos contratos (…) à exclusão do pagamento referente ao 
percentual de ressarcimento pelo custo dos serviços internos e dos honorários sobre 
serviços de terceiros, uma vez que não há motivação para sua manutenção à luz dos itens 
3.6, 3.6.1, 3.11.2 e 3.12 das Normas Padrão da Atividade Publicitária; 
9.2.2. condicione a prorrogação dos contratos (…) à renegociação dos percentuais de 
honorários para a execução dos serviços (quesitos valorados nas propostas de preços), 
limitados aos já obtidos no certame, utilizando-se das fontes que entender cabíveis (por 
exemplo, outros contratos contemporâneos cujas características dos serviços demandados 
e portes sejam similares aos do Ministério da Saúde), desde que reflitam de maneira 
objetiva a realidade da contratação pretendida/realizada pelo órgão, em respeito à 
necessidade de motivação e fundamentação dos atos administrativos; 
9.2.3. alternativamente, na eventualidade de restarem infrutíferas as negociações acima 
determinadas, promova novo certame com a observância dos critérios neles consignados, 
abstendo-se de prorrogar os contratos vigentes, sem prejuízo de eventual apuração futura 
do Tribunal, caso seja constatado que foram realizados pagamentos indevidos no âmbito 
dos contratos já firmados; 
9.2.4. no que se refere aos contratos em andamento e até o seu final, condicione os 
ressarcimentos pelo custo dos serviços internos à comprovação objetiva, detalhadamente, 
campanha a campanha (fatura a fatura, ou de outra forma, conforme critérios do 
Ministério da Saúde), de que sua supressão compromete a execução do contrato; (…) 
9.3. com fundamento no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, c/c arts. 6º e 
8º da Resolução-TCU 265/2014, recomendar à Secretaria Especial de Comunicação 
Social que: 
9.3.1. faça constar, nos modelos de editais que disponibilizar e nas orientações dirigidas 
aos órgãos e entidades por ocasião da elaboração de seus editais, que: 
9.3.1.1. nem todos os percentuais de valoração das propostas precisam ser previstos e que 
se deve adotar valores compatíveis com o tipo de serviço a ser contratado, 
comparativamente com outros contratos da própria Administração Pública, tanto em 
materialidade, como em perfil dos anúncios e anunciantes; 
9.3.1.2. os custos internos podem ser dispensados conforme as Normas-Padrão da 
Atividade Publicitária, sendo sua adoção a exceção, necessariamente precedida de 
 
demonstração de que sua supressão inviabiliza a execução dos serviços, considerando os 
princípios da eficiência e da economicidade na Administração Pública; 
9.3.2. regulamente o art. 5º da Lei 12.232/2010, estabelecendo critérios para escolha do 
tipo da licitação (“melhor técnica” ou “técnica e preço”), haja vista a necessidade de 
motivação e fundamentação dos atos administrativos; 
9.3.3. disponibilize modelos de editais para licitações do tipo “técnica e preço”, 
contribuindo para dar aplicabilidade à opção prevista no art. 5º da Lei 12.232/2010; 
 
CONTRATAÇÃO INTEGRADA. 
 
Acórdão nº 2123/2017 – TCU – Plenário. 
 
9.4. determinar à Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes que, com 
fundamento no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992: 
9.4.1. adote providências cabíveis no sentido de exigir das empresas contratadas no 
regime de contratação integrada, por ocasião da apresentação do projeto básico e/ou 
executivo, a apresentação de orçamento detalhado contendo a descrição, unidade de 
medida, quantitativo, preços unitários de todos os serviços da obra, acompanhado das 
respectivas composições decusto unitário, bem como do detalhamento de encargos 
sociais e da taxa de BDI, nos termos do parágrafo único do art. 2º da Lei 12.462/2011 c/c 
a Súmula TCU nº 258/2010, aplicável a todos os regimes de execução contratual do RDC; 
 
BDI, DATA-BASE, PREÇO DE REFERÊNCIA e RDC. 
 
Acórdão nº 2136/2017 – TCU – Plenário. 
 
9.7. dar ciência ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes das seguintes 
impropriedades: 
9.7.1. o BDI adotado para a elaboração dos orçamentos base (…) no valor de 28,32%, 
estava em desacordo com o percentual informado aos licitantes no (…) instrumento 
convocatório; 
9.7.2. o orçamento base (…) foi elaborado com a utilização dos preços referenciais do 
Sicro 2 referentes a julho de 2012, em desacordo com a previsão contida no (…) Edital 
(…) 
9.7.3. a falta de apresentação, por parte das empresas contratadas, de planilha de serviços, 
quantidades e preços unitários, mesmo em contratação por preço global, na modalidade 
de contratação integrada do RDC, contraria o que estabelece a Lei 12.462/2011 e a 
jurisprudência desta Corte; 
 
PROVA DE CONCEITO, MOMENTO PROCESSUAL e PLANEJAMENTO DA 
CONTRATAÇÃO. 
 
Acórdão nº 2059/2017 – TCU – Plenário. 
 
9.4. determinar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que: 
9.4.1. no procedimento destinado à elaboração e à identificação de requisitos técnicos, 
abstenha-se de identificá-los em prova de conceito realizada na fase preparatória dos 
certames e, em homenagem aos princípios da impessoalidade e da isonomia, promova o 
exame de outras plataformas disponíveis no mercado; 
9.4.2. o processo de identificação das necessidades de negócio, com consequente 
 
estabelecimento de requisitos para a contratação, se dê em conformidade com a IN SLTI 
4/2014; 
 
LIMPEZA E CONSERVAÇÃO. 
 
Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara. 
 
9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com 
fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento 
Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática 
de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e 
administrativas da organização: 
9.2.1. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de bens e serviços e 
para a gestão dos contratos decorrentes, adote os seguintes controles internos na etapa de 
elaboração dos estudos técnicos preliminares que servirão de base para a elaboração do 
termo de referência ou projeto básico, devendo conter, dentre outros aspectos, em 
obediência à Lei 8.666/1993, art. 6º, inc. IX, alínea “c”, e nos moldes do Acórdão 
6.638/2015-TCU-1ª Câmara: 
9.2.1.1. o levantamento de mercado junto a diferentes fontes possíveis, incluindo as 
contratações similares feitas por outros órgãos, consultas a sítios na internet, consultas a 
publicações especializadas (e.g. comparativos de soluções publicados em revistas 
especializadas) e pesquisa junto a fornecedores, a fim de avaliar as diferentes soluções 
que possam atender às necessidades que originaram a forma de prestação de serviços 
utilizada; 
9.2.1.2. a identificação dos diferentes tipos de solução possíveis de contratar e que 
atendam à necessidade de limpeza do HGeF, incluindo estudos que evidenciem o 
levantamento das áreas a serem limpas, o quantitativo e a relação de material a ser 
utilizado, a análise da produtividade do contrato anterior, a análise de custo/benefício da 
sua manutenção ou a realização de nova contratação; 
9.2.2. adote providências no sentido da emissão de pareceres técnicos relativos ao Edital, 
Termo de Referência e Contrato alusivos aos serviços de limpeza, envolvendo, em 
especial, a análise da Planilhas de Custos e Formação de Preço (PCFP), conforme 
estipulado no artigo 38, item VI, § único, da Lei 8.666/1993; 
 
PESQUISA DE PREÇOS, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO. 
 
Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara. 
 
9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com 
fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento 
Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática 
de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e 
administrativas da organização: (…) 
9.2.3. realize pesquisas de preços mediante a utilização dos parâmetros abaixo elencados, 
com base no artigo 2º da IN 5, de 27/6/2014, apresentando as devidas justificativas para 
a impossibilidade de utilização da melhor técnica possível, fazendo constar no processo 
administrativo para a aquisição de bens e contratação de serviços os devidos critérios que 
fundamentem os preços excessivos ou a inexequibilidade dos preços, dando 
sustentabilidade à média dos preços adotada como resultado final para fins de estimativa, 
conforme bem delineado no § 6º do artigo 2º da IN 5/2015 – SLTI e no Acórdão 
 
2829/2015-TCU-Plenário: 
9.2.3.1. Portal de Compras Governamentais; 
9.2.3.2. pesquisa em mídia especializada com a data e hora de acesso e a contratações 
similares de outros entes públicos, em execução ou concluídos nos 180 dias anteriores à 
data de pesquisa de preços; 
9.2.3.3. pesquisa com fornecedores distintos após solicitação formal, excluindo o próprio 
contratado; 
9.2.4. realize pesquisa de preços com base em padronização do processo de estimativa, 
de forma a conferir confiabilidade e representatividade para aferição dos preços correntes 
de mercado, de modo a permitir a formação de juízo acerca da adequação das propostas 
pela comissão de licitação, de acordo com o Acórdão 1.878/2015-TCU-2ª Câmara, 
atentando para os seguintes aspectos calcados na jurisprudência do TCU: 
9.2.4.1. identificação da fonte de informação e do agente responsável pela elaboração da 
pesquisa (Acórdão 2.451/2013-TCUPlenário); 
9.2.4.2. identificação do servidor responsável pela cotação (Acórdão 909/2007-TCU-1ª 
Câmara); 
9.2.4.3. empresas pesquisadas devem ser do ramo pertinente (Acórdão 1.782/2010-TCU-
Plenário); 
9.2.4.4. empresas pesquisadas não podem ser vinculadas entre si (Acórdão 4.561/2010-
TCU-1ª Câmara); 
9.2.4.5. caracterização completa das fontes consultadas (Acórdão 3.889/2009-TCU-1ª 
Câmara); 
9.2.4.6. indicação fundamentada e detalhada das referências utilizadas (Acórdão 
1.330/2008-TCU-Plenário); 
9.2.4.7. metodologia utilizada e conclusões obtidas (Nota Técnica AGU/PGF/UFSC 
376/2013); 
9.2.4.8. data e local de expedição (Acórdão 3.889/2009- TCU-1ª Câmara); 
9.2.4.9. as informações devem constar do processo da pesquisa, em especial, as memórias 
de cálculo e fontes de consulta pesquisadas (Acórdão 1.091/2007-TCU-Plenário); 
 
PLANEJAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLES INTERNOS, LIMPEZA E 
CONSERVAÇÃO. 
 
Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara. 
 
9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com 
fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento 
Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática 
de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e 
administrativas da organização: (…) 
9.2.5. institua e faça constar dos processos alusivos à prestação de serviços de limpeza os 
devidos Planos de Rotinas de Trabalho e relatórios de acompanhamento e fiscalização da 
execução do contrato, no intuito de atestar a verificação da conformidade da prestação 
dos serviços e da devida alocação dos materiais efetivamente necessários, de forma a 
assegurar o perfeito cumprimento do contrato, manter controle gerencial acerca da 
produtividade do pessoalempregado nos contratos, a fim de subsidiar a estimativa para 
as futuras contratações devendo ser exercido por um ou mais representantes do HGeF, 
especialmente designados na forma dos artigos 67 e 73 da Lei 8.666/93 e do artigo 6º do 
Decreto 2.271/1997, e de acordo com o item 25 do Caderno de Logística do SLTI; 
9.2.6. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de serviços de limpeza, 
 
dote controles internos para a gestão dos contratos decorrentes (Lei 8.666/93, artigos 6º, 
inc. IX, alínea “f” e 7º, § 4º ; art. 40, inciso X e art. 48, inc. II), no sentido de: 
9.2.6.1. definir método de cálculo das quantidades de materiais necessários à contratação; 
9.2.6.2. documentar o método utilizado para a estimativa de quantidades no processo de 
contratação, juntamente com os documentos que lhe dão suporte; 
9.2.6.3. manter controle gerencial, na etapa de fiscalização técnica da execução 
contratual, acerca da utilização dos materiais empregados nos contratos, a fim de 
subsidiar a estimativa para as futuras contratações; 
9.2.6.4. estabelecer critérios de aceitabilidade de preços global e unitários, fixando preços 
máximos para mão de obra e materiais utilizados, de forma que propostas com valores 
superiores sejam desclassificadas; 
9.2.7. adote medidas no sentido de incluir nos processos de trabalho alusivos à prestação 
de serviços de limpeza os critérios e requisitos para a aferição da qualidade dos serviços 
prestados, dentro das rotinas a serem executadas pelos fiscais dos contratos, e a 
vinculação dos pagamentos realizados ao nível de qualidade dos resultados obtidos, de 
acordo com o princípio da eficiência previsto na Constituição Federal, art. 37, caput; 
9.2.8. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de serviços de limpeza 
e para a gestão dos contratos decorrentes, inclua controle interno na etapa de elaboração 
do termo de referência ou projeto básico para prever no modelo de gestão do contrato, 
quando se tratar de contratação de serviços, a segregação das atividades de recebimento 
de serviços de forma que: 
9.2.8.1. o recebimento provisório, a cargo do fiscal que acompanha a execução do 
contrato, baseie-se no que foi observado ao longo do acompanhamento e fiscalização (Lei 
8.666/1993, art. 73, inciso I, “a”); 
9.2.8.2. o recebimento definitivo, a cargo de outro servidor ou comissão responsável pelo 
recebimento definitivo, deve basear-se na verificação do trabalho feito pelo fiscal e na 
verificação de todos os outros aspectos do contrato que não a execução do objeto 
propriamente dita (Lei 8.666/1993, art. 73, inciso I, ‘b’); 9.3. dar ciência ao HGeF acerca 
da seguinte impropriedade: 
9.3.1. ausência de justificativas explícitas nas alterações contratuais para a prestação de 
serviços de limpeza da unidade hospitalar, decorrente do surgimento de novas áreas em 
face de eventuais reformas das instalações (artigo 65, letra “b”, da Lei 8.666/1993); 
 
MERCADO RESTRITO e ORÇAMENTO ESTIMATIVO. 
 
Acórdão nº 8514/2017 – TCU – 2ª Câmara. 
 
9.1. dar ciência à Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia que, de acordo com a 
jurisprudência predominante neste Tribunal, na elaboração de orçamento estimativo para 
equipamentos a serem fornecidos em mercado restrito, devem ser adotados os valores 
decorrentes das cotações mínimas, e não os das medianas (…); 
 
 
 
 
COMPRAS PÚBLICAS e SANÇÕES. 
Instrução Normativa SG/PR nº 1, de 13.10.2017. 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
SECRETARIA-GERAL 
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO 
DOU de 16/10/2017 (nº 198, Seção 1, pág. 5) 
Estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de 
impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho 
de 2002, no âmbito da Presidência da República. 
O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DA SECRETARIA-GERAL DA 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VII, 
do art. 7º, do Anexo V do Decreto nº 9.038, de 26 de abril de 2017, e 
considerando o teor das determinações 9.5.1 e 9.5.2 do Acórdão nº 754/2015-TCU-
Plenário, expedido pelo Tribunal de Contas da União, as quais foram objeto de 
divulgação aos órgãos do Sistema de Serviços Gerais - SISG no Portal de Compras do 
Governo Federal; 
considerando a necessidade de instrução processual administrativa no âmbito da 
Presidência da República com adequação entre meios e fins, com vedação a imposição 
de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público, resolve: 
Art. 1º - Estabelecer procedimentos para a definição da dosimetria na aplicação da 
penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 
17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República. 
 
Art. 2º - Nas licitações na modalidade pregão realizadas no âmbito da Presidência da 
República é obrigatória a instauração de procedimento administrativo para a aplicação 
das respectivas sanções, quando da ocorrência das condutas a seguir relacionadas: 
 
I - não assinar o contrato/ata de registro de preços ou não aceitar/retirar o instrumento 
equivalente, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta: 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF pelo período de 4 
(quatro) meses; 
 
II - deixar de entregar documentação exigida para o certame: 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 2 (dois) meses; 
 
III - fizer declaração falsa ou apresentar documentação falsa: 
 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; 
 
IV - ensejar o retardamento da execução do objeto: 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses; 
 
V - não manter a proposta: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses; 
 
VI - falhar na execução do contrato: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 12 (doze) meses; 
 
VII - fraudar na execução do contrato: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 30 (trinta) meses; 
 
VIII - comportar-se de modo inidôneo: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; e 
 
IX - cometer fraude fiscal: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 40 (quarenta) meses; 
 
Parágrafo único - Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se: 
 
I - retardar a execução do objeto qualquer ação ou omissão do licitante que prejudique 
o bom andamento da licitação, inclusive deixar de entregar a amostra no prazo 
assinalado no edital, que evidencie tentativa de indução a erro no julgamento, ou que 
atrase a assinatura do contrato ou da ata de registro de preços; 
 
II - não manter a proposta a ausência de seu envio, bem como a recusa do envio de seu 
detalhamento, quando exigível, ou ainda o pedido, pelo licitante, da desclassificação 
de sua proposta, quando encerrada a etapa competitiva, desde que não esteja 
fundamentada na demonstração de vício ou falha na sua elaboração, que evidencie a 
impossibilidade de seu cumprimento; 
 
III - falhar na execuçãocontratual o inadimplemento grave ou inescusável de obrigação 
assumida pelo contratado; 
 
IV - fraudar na execução contratual a prática de qualquer ato destinado à obtenção de 
vantagem ilícita, induzindo ou mantendo em erro a Administração Pública; e 
 
 
V - comportar-se de modo inidôneo a prática de atos direcionados a prejudicar o bom 
andamento do certame ou do contrato, tais como a fraude ou frustração do caráter 
competitivo do procedimento licitatório, ação em conluio ou em desconformidade com 
a lei, indução deliberada a erro no julgamento, prestação falsa de informações, 
apresentação de documentação com informações inverídicas, ou que contenha emenda 
ou rasura, destinados a prejudicar a veracidade de seu teor original. 
 
Art. 3º - As sanções previstas nos incisos I a IX do art. 2º poderão ser majoradas em 
50% (cinquenta por cento), para cada agravante, até o limite de 60 (sessenta) meses, 
em decorrência do seguinte: 
 
I - quando restar comprovado que o licitante ou contratado tenha registro no Sistema 
de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF de penalidade aplicada no 
âmbito da Presidência da República, em decorrência da prática de qualquer das 
condutas tipificadas na presente norma, nos 12 (doze) meses que antecederam o fato 
em decorrência do qual será aplicada a penalidade; 
 
II - quando restar comprovado que o licitante tenha sido desclassificado ou inabilitado 
por não atender às condições do edital, quando for notória a sua impossibilidade de 
atendimento ao estabelecido; 
 
III - quando o licitante, deliberadamente, não responder às diligências destinadas a 
esclarecer ou a complementar a instrução do processo licitatório; ou 
 
IV - quando restar comprovado que o licitante tenha prestado declaração falsa de que 
é beneficiário do tratamento diferenciado concedido em legislação específica. 
 
Art. 4º - As penas previstas nos incisos I, II, IV e V do art. 2º poderão ser reduzidas 
em 50% (cinquenta por cento), uma única vez, após a incidência do previsto no art. 3º, 
quando não tenha havido nenhum dano à Administração, em decorrência de qualquer 
das seguintes atenuantes: 
 
I - a conduta praticada tenha sido, desde que devidamente comprovada, decorrente de 
falha escusável do licitante ou contratado; 
 
II - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que contenha 
vícios ou omissões para os quais não tenha contribuído, ou que não sejam de fácil 
identificação, desde que devidamente comprovado; ou 
 
III - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que não 
atendeu às exigências do edital, desde que reste evidenciado equívoco em seu 
encaminhamento e a ausência de dolo. 
 
Art. 5º - A penalidade a que se refere o inciso II do art. 2º será afastada quando a 
entrega da documentação ocorrer fora dos prazos estabelecidos, desde que não tenha 
acarretado prejuízos à Administração, observando-se ainda, cumulativamente, que: 
 
I - a documentação entregue esteja correta e adequada ao que fora solicitado; 
 
 
II - o eventual atraso no cumprimento dos prazos não seja superior a sua quarta parte; 
 
III - não tenha ocorrido nenhuma solicitação de prorrogação dos prazos; 
 
IV - não tenha ocorrido nenhuma hipótese de agravantes prevista no art. 3º; e 
 
V - o licitante faltoso não tenha sofrido registro de penalidade no SICAF em 
decorrência da prática de quaisquer condutas tipificadas na presente norma em 
procedimentos licitatórios ou em contratações ocorridas nos 12 (doze) meses que 
antecederam o fato em razão do qual será aplicada a penalidade. 
 
Art. 6º - Quando a ação ou omissão do licitante ou contratante ensejar o enquadramento 
de concurso de condutas, aplicar-se-á a pena mais grave. 
 
Art. 7º - A aplicação das penas previstas nesta Instrução Normativa não exclui a 
possibilidade de aplicação de outras sanções previstas no edital, no contrato ou na 
legislação vigente, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal, inclusive por 
perdas e danos causados à Administração. 
 
Art. 8º - Na apuração dos fatos de que trata a presente Instrução, a Administração 
atuará com base no princípio da boa-fé objetiva, assegurando ao licitante ou ao 
contratante a ampla defesa e o contraditório, o direito de juntar todo e qualquer meio 
de prova necessário à sua defesa, podendo, inclusive, requerer diligências. 
 
Parágrafo único - A Administração Pública formará sua convicção com base na livre 
apreciação dos fatos e condutas praticadas, devendo, quando necessário, promover 
diligências para a apuração da veracidade das informações e provas apresentadas pela 
defesa. 
 
Art. 9º - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. 
 
ANTONIO CARLOS PAIVA FUTURO 
 
 
 
ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES 
 
Prezados leitores, tendo em vista a recente publicação da Instrução Normativa nº 01/2017, 
que estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de 
impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 
2002, no âmbito da Presidência da República, confeccionamos esta pequena síntese, 
objetivando prestar um serviço de atualização. 
 
 
1. Instrução Normativa nº 01, de 13 de outubro de 2017 
 
A Instrução Normativa nº 01, que foi publicada no DOU de 16/10/2017, estabelece 
critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar 
e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito da 
Presidência da República. A referida norma, que foi editada pelo Secretário de 
Administração da Secretaria-Geral da Presidência da República, objetiva atender às 
determinações emanadas pelo TCU por meio do Acórdão nº 754/2015-Plenário (itens 
9.5.1 e 9.5.2). 
Nesse diapasão, tem-se a Norma Operacional DIRAD/SE/MP nº 2 de 17 de março de 
2017, que dispõe sobre as condutas e a dosimetria na aplicação da penalidade de 
impedimento de licitar e contratar previstas no artigo 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho 
de 2002, no âmbito do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. 
É estabelecido na Instrução Normativa nº 01/2017, para cada conduta tipificada no 
art. 7º da Lei nº 10.520/2002, o período em que a licitante e/ou contratado estará impedido 
de licitar e contratar com a União e será descredenciado do Sistema de Cadastramento 
Unificado de Fornecedores (Sicaf), assim como as hipóteses de aplicação de agravantes 
e atenuantes. Dessa forma, busca-se padronizar a aplicação da penalidade do art. 7º da 
Lei nº 10.520/2002, evitando, assim, para casos idênticos períodos de impedimento de 
participar de licitação distintos, atenuando a subjetividade do gestor na aplicação da 
penalidade após a apuração de conduta da licitante/contratada. 
 
______________________________________________________________________ 
 
 
Instrução Normativa SG/PR nº 01, de 13.10.2017. 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
SECRETARIA-GERAL 
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO 
 
DOU de 16/10/2017 (nº 198, Seção 1, pág. 5) 
Estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de 
impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho 
de 2002, no âmbito da Presidência da República. 
O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DA SECRETARIA-GERAL DA 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VII, 
do art. 7º, do Anexo V do Decreto nº 9.038, de 26 de abril de 2017, e 
considerando o teor das determinações 9.5.1 e 9.5.2 do Acórdão nº 754/2015-TCU-
Plenário, expedido pelo Tribunal de Contas da União, as quais foram objeto de 
divulgação aos órgãos doSistema de Serviços Gerais - SISG no Portal de Compras do 
Governo Federal; 
considerando a necessidade de instrução processual administrativa no âmbito da 
Presidência da República com adequação entre meios e fins, com vedação a imposição 
de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público, resolve: 
Art. 1º - Estabelecer procedimentos para a definição da dosimetria na aplicação da 
penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 
17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República. 
 
Art. 2º - Nas licitações na modalidade pregão realizadas no âmbito da Presidência da 
República é obrigatória a instauração de procedimento administrativo para a aplicação 
das respectivas sanções, quando da ocorrência das condutas a seguir relacionadas: 
 
I - não assinar o contrato/ata de registro de preços ou não aceitar/retirar o instrumento 
equivalente, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta: 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF pelo período de 4 
(quatro) meses; 
 
II - deixar de entregar documentação exigida para o certame: 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 2 (dois) meses; 
 
III - fizer declaração falsa ou apresentar documentação falsa: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; 
 
IV - ensejar o retardamento da execução do objeto: 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses; 
 
V - não manter a proposta: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses; 
 
 
VI - falhar na execução do contrato: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 12 (doze) meses; 
 
VII - fraudar na execução do contrato: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 30 (trinta) meses; 
 
VIII - comportar-se de modo inidôneo: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; e 
 
IX - cometer fraude fiscal: 
 
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento 
do SICAF pelo período de 40 (quarenta) meses; 
 
Parágrafo único - Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se: 
 
I - retardar a execução do objeto qualquer ação ou omissão do licitante que prejudique 
o bom andamento da licitação, inclusive deixar de entregar a amostra no prazo 
assinalado no edital, que evidencie tentativa de indução a erro no julgamento, ou que 
atrase a assinatura do contrato ou da ata de registro de preços; 
 
II - não manter a proposta a ausência de seu envio, bem como a recusa do envio de seu 
detalhamento, quando exigível, ou ainda o pedido, pelo licitante, da desclassificação 
de sua proposta, quando encerrada a etapa competitiva, desde que não esteja 
fundamentada na demonstração de vício ou falha na sua elaboração, que evidencie a 
impossibilidade de seu cumprimento; 
 
III - falhar na execução contratual o inadimplemento grave ou inescusável de obrigação 
assumida pelo contratado; 
 
IV - fraudar na execução contratual a prática de qualquer ato destinado à obtenção de 
vantagem ilícita, induzindo ou mantendo em erro a Administração Pública; e 
 
V - comportar-se de modo inidôneo a prática de atos direcionados a prejudicar o bom 
andamento do certame ou do contrato, tais como a fraude ou frustração do caráter 
competitivo do procedimento licitatório, ação em conluio ou em desconformidade com 
a lei, indução deliberada a erro no julgamento, prestação falsa de informações, 
apresentação de documentação com informações inverídicas, ou que contenha emenda 
ou rasura, destinados a prejudicar a veracidade de seu teor original. 
 
Art. 3º - As sanções previstas nos incisos I a IX do art. 2º poderão ser majoradas em 
50% (cinquenta por cento), para cada agravante, até o limite de 60 (sessenta) meses, 
em decorrência do seguinte: 
 
 
I - quando restar comprovado que o licitante ou contratado tenha registro no Sistema 
de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF de penalidade aplicada no 
âmbito da Presidência da República, em decorrência da prática de qualquer das 
condutas tipificadas na presente norma, nos 12 (doze) meses que antecederam o fato 
em decorrência do qual será aplicada a penalidade; 
 
II - quando restar comprovado que o licitante tenha sido desclassificado ou inabilitado 
por não atender às condições do edital, quando for notória a sua impossibilidade de 
atendimento ao estabelecido; 
 
III - quando o licitante, deliberadamente, não responder às diligências destinadas a 
esclarecer ou a complementar a instrução do processo licitatório; ou 
 
IV - quando restar comprovado que o licitante tenha prestado declaração falsa de que 
é beneficiário do tratamento diferenciado concedido em legislação específica. 
 
Art. 4º - As penas previstas nos incisos I, II, IV e V do art. 2º poderão ser reduzidas 
em 50% (cinquenta por cento), uma única vez, após a incidência do previsto no art. 3º, 
quando não tenha havido nenhum dano à Administração, em decorrência de qualquer 
das seguintes atenuantes: 
 
I - a conduta praticada tenha sido, desde que devidamente comprovada, decorrente de 
falha escusável do licitante ou contratado; 
 
II - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que contenha 
vícios ou omissões para os quais não tenha contribuído, ou que não sejam de fácil 
identificação, desde que devidamente comprovado; ou 
 
III - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que não 
atendeu às exigências do edital, desde que reste evidenciado equívoco em seu 
encaminhamento e a ausência de dolo. 
 
Art. 5º - A penalidade a que se refere o inciso II do art. 2º será afastada quando a 
entrega da documentação ocorrer fora dos prazos estabelecidos, desde que não tenha 
acarretado prejuízos à Administração, observando-se ainda, cumulativamente, que: 
 
I - a documentação entregue esteja correta e adequada ao que fora solicitado; 
 
II - o eventual atraso no cumprimento dos prazos não seja superior a sua quarta parte; 
 
III - não tenha ocorrido nenhuma solicitação de prorrogação dos prazos; 
 
IV - não tenha ocorrido nenhuma hipótese de agravantes prevista no art. 3º; e 
 
V - o licitante faltoso não tenha sofrido registro de penalidade no SICAF em 
decorrência da prática de quaisquer condutas tipificadas na presente norma em 
procedimentos licitatórios ou em contratações ocorridas nos 12 (doze) meses que 
antecederam o fato em razão do qual será aplicada a penalidade. 
 
 
Art. 6º - Quando a ação ou omissão do licitante ou contratante ensejar o enquadramento 
de concurso de condutas, aplicar-se-á a pena mais grave. 
 
Art. 7º - A aplicação das penas previstas nesta Instrução Normativa não exclui a 
possibilidade de aplicação de outras sanções previstas no edital, no contrato ou na 
legislação vigente, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal, inclusive por 
perdas e danos causados à Administração. 
 
Art. 8º - Na apuração dos fatos de que trata a presente Instrução, a Administração 
atuarácom base no princípio da boa-fé objetiva, assegurando ao licitante ou ao 
contratante a ampla defesa e o contraditório, o direito de juntar todo e qualquer meio 
de prova necessário à sua defesa, podendo, inclusive, requerer diligências. 
 
Parágrafo único - A Administração Pública formará sua convicção com base na livre 
apreciação dos fatos e condutas praticadas, devendo, quando necessário, promover 
diligências para a apuração da veracidade das informações e provas apresentadas pela 
defesa. 
 
Art. 9º - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. 
 
ANTONIO CARLOS PAIVA FUTURO 
 
 
 
Simplificação do atendimento prestado aos usuários 
dos serviços públicos 
LEI Nº 13.460, DE 26 DE JUNHO DE 2017 e DECRETO Nº 9.094/2017 
 
 
Prezados leitores e alunos, tendo em vista a recente Lei 13.460/2017 e a 
publicação do Decreto federal nº 9.094, de 18 de julho de 2017, com novas regras para 
simplificar o atendimento aos usuários dos serviços públicos, confeccionamos esta 
pequena síntese com observações sobre a repercussão dessas novidades. 
Esta é uma forma que encontramos para prestar um serviço de atualização para 
nossos leitores e alunos. 
Bons estudos, 
 
1. A PARTICIPAÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO USUÁRIO DOS SERVIÇOS 
PÚBLICOS 
A Lei nº 13.460 tratou sobre participação, proteção e defesa dos direitos do 
usuário dos serviços públicos da administração pública. Ela se aplica à administração 
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
sendo aplicável subsidiariamente, aos serviços públicos prestados por particular. 
Sua aplicação não afasta a necessidade de cumprimento de outras obrigações, 
pela administração pública prestadora de serviços, notadamente quando disposto: 
 em normas regulamentadoras específicas, quando se tratar de serviço ou 
atividade sujeitos a regulação ou supervisão; e 
 na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (CDC), quando caracterizada 
relação de consumo. 
 Segundo a Lei, o usuário de serviço público tem direito à adequada prestação 
dos serviços, devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar 
as seguintes diretrizes: 
 urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no atendimento aos 
usuários; 
 presunção de boa-fé do usuário; 
 atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgência e 
aqueles em que houver possibilidade de agendamento, asseguradas as 
 
 
prioridades legais às pessoas com deficiência, aos idosos, às gestantes, às 
lactantes e às pessoas acompanhadas por crianças de colo; 
 adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, 
obrigações, restrições e sanções não previstas na legislação; 
 igualdade no tratamento aos usuários, vedado qualquer tipo de 
discriminação; 
 cumprimento de prazos e normas procedimentais; 
 definição, publicidade e observância de horários e normas compatíveis 
com o bom atendimento ao usuário; 
 adoção de medidas visando a proteção à saúde e a segurança dos 
usuários; 
 autenticação de documentos pelo próprio agente público, à vista dos 
originais apresentados pelo usuário, vedada a exigência de 
reconhecimento de firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade; 
 manutenção de instalações salubres, seguras, sinalizadas, acessíveis e 
adequadas ao serviço e ao atendimento; 
 eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou social 
seja superior ao risco envolvido; 
 observância dos códigos de ética ou de conduta aplicáveis às várias 
categorias de agentes públicos; 
 aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e 
procedimentos de atendimento ao usuário e a propiciar melhores 
condições para o compartilhamento das informações; 
 utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, 
jargões e estrangeirismos; e 
 vedação da exigência de nova prova sobre fato já comprovado em 
documentação válida apresentada. 
A Lei nº 13.460/2017 também define alguns direitos básicos do usuário, entre 
eles: 
 participação no acompanhamento da prestação e na avaliação dos 
serviços; 
 obtenção e utilização dos serviços com liberdade de escolha entre os meios 
oferecidos e sem discriminação; 
 acesso e obtenção de informações relativas à sua pessoa constantes de 
registros ou bancos de dados, observado o disposto no inciso X do caput 
do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de 18 de novembro 
de 2011; 
 proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 
de novembro de 2011; 
 atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e 
documentos comprobatórios de regularidade; e 
 obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação 
do serviço, assim como sua disponibilização na internet, especialmente 
sobre: a) horário de funcionamento das unidades administrativas; b) 
 
 
serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua localização exata e a 
indicação do setor responsável pelo atendimento ao público; c) acesso ao 
agente público ou ao órgão encarregado de receber manifestações; d) 
situação da tramitação dos processos administrativos em que figure como 
interessado; e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação dos 
serviços, contendo informações para a compreensão exata da extensão do 
serviço prestado. 
Por outro lado, o diploma normativo define que são deveres do usuário: 
 utilizar adequadamente os serviços, procedendo com urbanidade e boa-
fé; 
 prestar as informações pertinentes ao serviço prestado quando 
solicitadas; 
 colaborar para a adequada prestação do serviço; e 
 preservar as condições dos bens públicos por meio dos quais lhe são 
prestados os serviços de que trata esta Lei. 
 
1.1 CARTA DE SERVIÇOS 
A Carta de Serviços ao Usuário uma espécie de manual que deverá ser elaborado 
pelos órgãos e entidades do Poder Executivo federal que prestam atendimento aos 
usuários dos serviços públicos. 
Atenção! O objetivo da carta é informar, aos usuários, os serviços prestados pelo órgão 
ou pela entidade do Poder Executivo federal, as formas de acesso a esses e os 
compromissos e padrões de qualidade do atendimento ao público. 
Todos os órgãos e entidades deverão confeccionar e divulgar Carta de Serviços 
ao Usuário. Ela deverá trazer informações claras e precisas em relação a cada um dos 
serviços prestados, apresentando, no mínimo, informações relacionadas a: 
 serviços oferecidos; 
 requisitos, documentos, formas e informações necessárias para acessar o 
serviço; 
 principais etapas para processamento do serviço; 
 previsão do prazo máximo para a prestação do serviço; 
 forma de prestação do serviço; e 
 locais e formas para o usuário apresentar eventual manifestação sobre a 
prestação do serviço. 
A Carta de Serviços ao Usuário deverá ainda detalhar os compromissos e padrões 
de qualidade do atendimento relativos, no mínimo, aos seguintes aspectos: 
 prioridades de atendimento; 
 
 
 previsão de tempo de espera para atendimento; 
 mecanismos de comunicação com os usuários; 
 procedimentos para receber e responder as manifestações dos usuários; 
e 
 mecanismos de consulta, por parte dos usuários, acerca do andamento do 
serviço solicitado e de eventual manifestação. 
A Carta de Serviços ao Usuário será objeto de atualização periódica e de 
permanente divulgação mediante publicação em sítio eletrônico do órgão ou entidade 
na internet. 
 
1.2 MEDIDAS DE DESBUROCRATIZAÇÃO DA TRAMITAÇÃO PROCESSUAL 
O Governo Federal, por meio do Decreto nº 9.094/2017, regulamentou os 
procedimentos para simplificação do atendimento aos usuários dos serviços públicos. 
Embora váriospontos desse decreto já constassem em outras normas federais, como os 
Decretos nº 6.932/09 e nº 5.378/05, o normativo trouxe novidades. 
Nesse sentido, por exemplo, de acordo com o artigo 2º do Decreto nº 9.094/97, 
salvo disposição legal em contrário, os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal 
que necessitarem de documentos comprobatórios da regularidade da situação de 
usuários dos serviços públicos, de atestados, de certidões ou de outros documentos 
comprobatórios que constem em base de dados oficial da administração pública federal 
deverão obtê-los diretamente do órgão ou da entidade responsável pela base de 
dados, não devendo exigi-los dos usuários dos serviços públicos. 
Via de regra, excetuadas situações previstas em lei, se os documentos contiverem 
informações sigilosas sobre os usuários dos serviços públicos, seu fornecimento pelo 
órgão ou pela entidade responsável ficará condicionado à autorização expressa do 
usuário. 
O Decreto estabelece ainda que, não sendo possível a obtenção dos documentos, 
junto ao órgão ou entidade responsável pela base de dados, a comprovação necessária 
poderá ser feita por meio de declaração escrita e assinada pelo usuário dos serviços 
públicos. 
Atenção. Caso comprovada a falsidade da declaração, o usuário ficará sujeito às 
sanções administrativas, civis e penais cabíveis. 
Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal, responsáveis pelo 
atendimento aos usuários dos serviços públicos, deverão observar as seguintes práticas: 
 gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania, nos termos da 
Lei nº 9.265, de 12 de fevereiro de 1996; 
 
 
 padronização de procedimentos referentes à utilização de formulários, 
guias e outros documentos congêneres; e 
 vedação de recusa de recebimento de requerimentos pelos serviços de 
protocolo, exceto quando o órgão ou a entidade for manifestamente 
incompetente (nesta hipótese, os serviços de protocolo deverão prover as 
informações e as orientações necessárias para que o interessado possa dar 
andamento ao requerimento). 
Caso o agente público verifique que o órgão ou a entidade do Poder Executivo 
federal é incompetente para o exame ou a decisão da matéria, após a protocolização de 
requerimento, deverá providenciar a remessa imediata do requerimento ao órgão ou à 
entidade do Poder Executivo federal competente. Não sendo possível a remessa, o 
interessado deverá ser comunicado imediatamente do fato para adoção das 
providências necessárias. 
Para evitar-se às desnecessárias idas e vindas do usuário, o Decreto firma a regra 
de que as exigências necessárias para o requerimento devem ser feitas desde logo e 
de uma só vez ao interessado, justificando-se exigência posterior apenas em caso de 
dúvida superveniente. Outrossim, estabelece que não será exigida prova de fato já 
comprovado pela apresentação de documento ou informação válida. 
Por fim, compatibilizando-se à tendência de digitalização dos processos, o Decreto 
define que, para complementar informações ou solicitar esclarecimentos, a 
comunicação entre o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal e o interessado 
poderá ser feita por qualquer meio, preferencialmente eletrônico. 
 
1.3 RATIFICAÇÃO DA DISPENSA DO RECONHECIMENTO DE FIRMA E DA 
AUTENTICAÇÃO EM DOCUMENTOS PRODUZIDOS NO PAÍS 
O Decreto federal nº 9.094/2017 ratificou a dispensa do reconhecimento de 
firma para as pessoas físicas, bem como dispensou a necessidade de autenticação em 
documentos produzidos no Brasil, tendo como base o princípio da presunção de boa-fé. 
A novidade do Decreto é que essa prática agora contemplará também as pessoas 
jurídicas. 
Atenção. O Decreto nº 6.932/2009, revogado pelo Decreto nº 9.094/2017, que tratava 
da dispensa do reconhecimento de firma e dispensa da necessidade de autenticação 
para as pessoas físicas, referia-se no corpo da norma à pessoa do ”Cidadão”. O novo 
regramento utiliza-se da expressão “usuários dos serviços públicos”. Segundo o 
parágrafo único do art. 1º, ‘usuários dos serviços públicos’ são as pessoas físicas e 
jurídicas, de direito público ou privado, diretamente atendidas por serviço público. 
 
Nos termos do Decreto, não existindo dúvida fundada quanto à autenticidade ou 
previsão legal, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de cópia dos 
 
 
documentos expedidos no País e destinados a fazer prova junto a órgãos e entidades do 
Poder Executivo federal. 
O próprio servidor público poderá fazer a conferência da cópia dos documentos 
expedidos por órgãos públicos federais no Brasil com o original, autenticando-a. 
 
Atenção. Constatada, a qualquer tempo, a falsificação de firma ou de cópia de 
documento público ou particular, o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal 
considerará não satisfeita a exigência documental respectiva e, no prazo de até cinco 
dias, dará conhecimento do fato à autoridade competente para adoção das 
providências administrativas, civis e penais cabíveis (Art. 10, § 2º, do Decreto nº 
9.094/2017). 
Ademais, será obrigatório aos órgãos federais manter o compartilhamento de 
informações, a atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e 
documentos comprobatórios de regularidade, a eliminação de formalidades, a aplicação 
de soluções tecnológicas que visem simplificar processos e procedimentos de 
atendimento aos usuários dos serviços públicos e a propiciar melhores condições para 
o compartilhamento das informações. 
 
1.4 DA SOLICITAÇÃO DE SIMPLIFICAÇÃO (SIMPLIFIQUE) 
O Decreto 9.094/2017 previu a possibilidade de que os usuários dos serviços 
públicos solicitem mudanças que impactem na qualidade, acesso e execução dos 
serviços, quando a prestação desses não observar as regras previstas no mencionado 
Ato. 
A “Solicitação de Simplificação” deverá ser apresentada, preferencialmente, por 
meio eletrônico, em canal único oferecido pela Ouvidoria-Geral da União, do Ministério 
da Transparência e Controladoria-Geral da União. Do formulário Simplifique! deverá 
constar: 
 a identificação do solicitante; 
 a especificação do serviço objeto da simplificação; 
 o nome do órgão ou da entidade perante o qual o serviço foi solicitado; 
 a descrição dos atos ou fatos; e 
 facultativamente, a proposta de melhoria. 
 
Caso o usuário do serviço público não tenha acesso ao meio eletrônico, ele poderá 
realizar os procedimentos por meio físico. Nessa situação, caberá aos órgãos e as 
entidades digitalizarem a solicitação de Simplificação e promoverem a sua inserção no 
meio eletrônico. 
 
1.5 DAS SANÇÕES PELO DESCUMPRIMENTO 
 
 
 
O Decreto federal nº 9.094/2007 indica a possibilidade de aplicação de sanções, 
casos os servidores federais descumpram as regras por ele definidas. Segundo o 
regulamento, o servidor que descumprir as regras estará sujeito às penalidades 
previstas, respectivamente, na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e na Lei nº 
6.880, de 9 de dezembro de 1980. 
 Atenção. Os usuários dos serviços públicos poderão representar ao Ministério da 
Transparência e Controladoria-Geral da União, eventual desrespeito às regras 
definidas no Decreto. 
 
1.6 VIGÊNCIA 
 
A Lei nº 13.460/2017 entra em vigor, a contar da sua publicação (27/06/2017), em: 
 365 dias para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais 
de 500 mil habitantes; 
 540 dias para os Municípios entre 100 mil e 500 mil habitantes; e 
 720 dias para os Municípios com menos de 100 mil habitantes. 
 
 
Ronny Charles Lopes de Torres 
 
 
 
 
PROGRAMA DE PARCERIAS DE INVESTIMENTOS (PPI), PRORROGAÇÃO E RELICITAÇÃO 
 
Prezados leitores e alunos, tendo em vista a recente aprovação e sanção da Lei nº 
13.448, de 05 de junho de 2017, que tratou sobre a relicitação e a prorrogaçãoantecipada de contratos de parceria, confeccionamos esta pequena síntese com 
observações sobre a repercussão dessas novidades. 
Esta é uma forma que encontramos para prestar um serviço de atualização para 
nossos leitores e alunos. 
Bons estudos, 
 
1. PROGRAMA DE PARCERIAS DE INVESTIMENTOS – PPI 
Antes de adentrarmos, especificamente, no tema prorrogação e relicitação, 
novidades inseridas no bojo da Lei nº 13.448/2017, é importante fazer uma pequena 
síntese sobre o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), projetado pela Lei nº 
13.334/2016, como antecedente importante para a aplicação da recente legislação. 
A Lei 13.334/2016 estabeleceu o Programa de Parcerias de Investimentos - PPI, 
com o objetivo de ampliar e fortalecer a interação entre o Estado e a iniciativa privada, 
através da celebração de contratos de parceria para a execução de empreendimentos 
públicos de infraestrutura e de outras medidas de desestatização. 
De acordo com o §1º do artigo 1º da Lei nº 13.334/2016, podem integrar o PPI: 
I - os empreendimentos públicos de infraestrutura em execução ou a serem 
executados por meio de contratos de parceria celebrados pela administração 
pública direta e indireta da União; 
 
II - os empreendimentos públicos de infraestrutura que, por delegação ou 
com o fomento da União, sejam executados por meio de contratos de 
parceria celebrados pela administração pública direta ou indireta dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; e 
 
III - as demais medidas do Programa Nacional de Desestatização a que se 
refere a Lei nº 9.491, de 9 de setembro de 1997. 
Atenção. Cabe destacar que, conforme segunda hipótese acima elencada (inciso 
II), podem integrar o PPI os contratos de parceria firmado por delegação federal, a 
outros entes políticos. Assim, mesmo empreendimentos de parceria entre estado (ou 
 
município) e empresas privadas, podem integrar o PPI, se a exploração tiver sido 
delegada pela União ao estado (ou município). 
Podem ser considerados contratos de parceria, para os fins da Lei nº 13.334/2016, 
a concessão comum, a concessão patrocinada, a concessão administrativa, a concessão 
regida por legislação setorial, a permissão de serviço público, o arrendamento de bem 
público, a concessão de direito real e os outros negócios público-privados que, em 
função de seu caráter estratégico e de sua complexidade, especificidade, volume de 
investimentos, longo prazo, riscos ou incertezas envolvidos, adotem estrutura jurídica 
semelhante. 
De acordo com a Lei nº 13.334/2016, os órgãos, entidades e autoridades estatais, 
inclusive as autônomas e independentes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, com competências de cujo exercício dependa a viabilização de 
empreendimento do PPI, têm o dever de atuar, em conjunto e com eficiência, para que 
sejam concluídos, de forma uniforme, econômica e em prazo compatível com o caráter 
prioritário nacional do empreendimento, todos os processos e atos administrativos 
necessários à sua estruturação, liberação e execução. 
Atenção. Entende-se por liberação a obtenção de quaisquer licenças, autorizações, 
registros, permissões, direitos de uso ou exploração, regimes especiais, e títulos 
equivalentes, de natureza regulatória, ambiental, indígena, urbanística, de trânsito, 
patrimonial pública, hídrica, de proteção do patrimônio cultural, aduaneira, minerária, 
tributária, e quaisquer outras, necessárias à implantação e à operação do 
empreendimento. 
O PPI será regulamentado por meio de decretos que, nos termos e limites das leis 
setoriais e da legislação geral aplicável, definirão: 
 as políticas federais de longo prazo para o investimento por meio de parcerias 
em empreendimentos públicos federais de infraestrutura e para a desestatização; 
 os empreendimentos públicos federais de infraestrutura qualificados para a 
implantação por parceria; 
 as políticas federais de fomento às parcerias em empreendimentos públicos de 
infraestrutura dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 
Pois bem, a definição de quais empreendimentos públicos serão qualificados 
como parcerias do Programa de Parcerias de Investimentos – PPI é fundamental para a 
aplicação das regras excepcionais de prorrogação e relicitação previstas na Lei nº 
13.448/2017. 
 
2. DA PRORROGAÇÃO E DA RELICITAÇÃO 
A Lei nº 13.448/2017 estabeleceu diretrizes gerais para a prorrogação e relicitação 
dos contratos de parceria, nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário da 
administração pública federal. 
 
Há uma ligação direta entre esses instrumentos e o Programa de Parcerias de 
Investimentos (PPI), pois a referida Lei restringiu a aplicação da prorrogação e da 
relicitação, por ela delineadas, aos empreendimentos qualificados no âmbito do PPI. 
Atenção. A prorrogação e a relicitação, definidas pela Lei 13.448/2017, apenas podem 
ser aplicadas aos empreendimentos públicos prévia e especificamente qualificados para 
esse fim no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). 
Embora a Lei faça alusão à administração federal, importante salientar que podem 
integrar o PPI, também, contratos de parceria firmados por outros entes políticos, em 
virtude de delegação federal. Por conta disso, mesmo empreendimentos de parceria 
entre estado (município ou DF) e empresas privadas, podem integrar o PPI, se a 
exploração tiver sido delegada pela União ao estado (município ou DF). 
 
2.1 DA PRORROGAÇÃO CONTRATUAL E ANTECIPADA 
 A prorrogação pode se dar de duas formas: 
 prorrogação contratual: alteração do prazo de vigência do contrato de parceria, 
realizada a critério do órgão ou da entidade competente e de comum acordo com o 
contratado, em razão do término da vigência do ajuste; 
 prorrogação antecipada: alteração do prazo de vigência do contrato de parceria, 
quando expressamente admitida a prorrogação contratual no respectivo edital ou no 
instrumento contratual original, realizada a critério do órgão ou da entidade 
competente e de comum acordo com o contratado, produzindo efeitos antes do término 
da vigência do ajuste; 
Atenção. Nas duas hipóteses, deve haver previsão expressa, no edital ou no 
contrato, admitindo a prorrogação da parceria. 
A Lei, em relação à prorrogação contratual e à prorrogação antecipada, por ela 
previstas, faz referência apenas aos contratos de parceria nos setores rodoviário e 
ferroviário (não fazendo alusão às parcerias no setor aeroportuário). 
A prorrogação contratual e a prorrogação antecipada poderão ocorrer por 
provocação de qualquer uma das partes do contrato de parceria e estarão sujeitas à 
discricionariedade do órgão ou da entidade competente. De qualquer forma, o contrato 
de parceria só poderá ser prorrogado uma única vez, por período igual ou inferior ao 
prazo de prorrogação originalmente fixado ou admitido no contrato. 
Atenção. O pedido de prorrogação contratual deve ser apresentado formalmente, ao 
órgão ou à entidade competente, com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) 
meses, contados do término do contrato originalmente firmado, exceto quando houver 
disposição contratual em contrário. 
 
A prorrogação antecipada pode ser realizada em função da inclusão de 
investimentos não previstos no instrumento contratual original e apenas ocorrerá no 
contrato de parceria cujo prazo de vigência, à época da manifestação da parte 
interessada, encontrar-se entre 50% (cinquenta por cento) e 90% (noventa por cento) 
do prazo originalmente estipulado. 
A Lei estabeleceu, ainda, algumas condições para que seja admitida a prorrogação 
antecipada: 
 para concessão rodoviária: a execução de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) 
das obras obrigatórias exigíveis entre o início da concessão e o encaminhamento da 
proposta de prorrogação antecipada, desconsideradas as hipóteses de inadimplementocontratual para as quais o contratado não tenha dado causa, conforme relatório 
elaborado pelo órgão ou pela entidade competente; 
 para concessão ferroviária: a prestação de serviço adequado, entendendo-se 
como tal o cumprimento, no período antecedente de 5 (cinco) anos, contado da data da 
proposta de antecipação da prorrogação, das metas de produção e de segurança 
definidas no contrato, por 3 (três) anos, ou das metas de segurança definidas no 
contrato, por 4 (quatro) anos. 
O termo aditivo de prorrogação do contrato de parceria deverá conter o 
respectivo cronograma dos investimentos obrigatórios previstos e incorporar 
mecanismos que desestimulem eventuais inexecuções ou atrasos de obrigações, como 
o desconto anual de reequilíbrio e o pagamento de adicional de outorga. 
Atenção. É necessária a realização de estudo técnico prévio que fundamente a 
vantagem da prorrogação do contrato de parceria, em detrimento à realização de nova 
licitação para o empreendimento. Além disso, as prorrogações (contratual ou 
antecipada) deverão ser submetidas previamente a consulta pública. 
 
2.2 DA “RELICITAÇÃO” 
A relicitação é o procedimento que compreende a extinção amigável do contrato 
de parceria e a celebração de novo ajuste negocial para o empreendimento, em novas 
condições contratuais e com novos contratados, após nova licitação, para assegurar a 
continuidade dos serviços delegados. 
Essa nova ferramenta pode ser utilizada no intuito de se construir soluções para 
contratos de parceria nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário não estavam 
conseguindo cumprir suas obrigações. 
Conforme bem explica publicação do célebre site “Dizer o Direito”1, não estando 
o concessionário cumprindo as suas obrigações contratuais, poderia o Poder Público 
concedente extinguir o contrato sob o fundamento da caducidade, contudo, a 
 
1 http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/a-lei-134482017-e-o-instituto-da.html 
 
relicitação permite a busca de uma solução consensual, que pode ser mais célere e 
eficiente que a extinção, pela caducidade. Ademais, para o parceiro privado, pode haver 
um pagamento mais célere de eventuais indenizações devidas além de evitar a aplicação 
das sanções pertinentes. Vale repetir, interessante quadro criado pela publicação2: 
 
Caducidade Relicitação 
A eventual indenização que ela receba 
(em virtude dos investimentos feitos e 
não amortizados) será paga por meio de 
precatório. 
A indenização ao concessionário será 
paga pelo novo contratado, nos termos e 
limites previstos no edital da relicitação. 
 
A empresa poderá receber a pena de 
inabilitação de contratar com a 
Administração Pública. 
A empresa não será punida com a 
inabilitação de contratar com a 
Administração Pública. A única restrição 
é que ela não poderá participar do 
certame licitatório da relicitação. 
Por outro lado, para o ente público, a relicitação pode evitar a judicialização da 
contenda e o retardo no atendimento do mais importante, que é a correção de uma 
adequada prestação do serviço público delegado. 
Assim, buscando uma solução célere e eficiente para assegurar a continuidade da 
prestação dos serviços, nas situações em que as disposições contratuais da parceria não 
estejam sendo atendidas ou nas quais o contratado demonstre incapacidade de adimplir 
as obrigações contratuais ou financeiras assumidas originalmente, poderá ser realizada 
nova licitação (relicitação) do objeto dos contratos de parceria nos setores rodoviário, 
ferroviário e aeroportuário. 
Atenção. Em relação à relicitação, a Lei faz referência expressa não apenas aos contratos 
de parceria nos setores rodoviário e ferroviário, mas também às parcerias no setor 
aeroportuário. 
A relicitação ocorrerá por meio de acordo entre as partes, cabendo ao órgão ou à 
entidade competente avaliar a necessidade, a pertinência e a razoabilidade da 
instauração do processo de relicitação do objeto do contrato de parceria, tendo em vista 
os aspectos operacionais e econômico-financeiros e a continuidade dos serviços 
envolvidos. 
Para que ocorra a relicitação, deve ser firmado termo aditivo com o atual 
contratado, do qual deve constar, pelo menos: 
 a aderência irrevogável e irretratável do atual contratado à relicitação do 
empreendimento e à posterior extinção amigável do ajuste originário; 
 a suspensão das obrigações de investimento vincendas a partir da celebração do 
termo aditivo e as condições mínimas em que os serviços deverão continuar sendo 
prestados pelo atual contratado até a assinatura do novo contrato de parceria, 
 
2 http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/a-lei-134482017-e-o-instituto-da.html 
 
garantindo-se, em qualquer caso, a continuidade e a segurança dos serviços essenciais 
relacionados ao empreendimento; 
 o compromisso arbitral entre as partes com previsão de submissão, à arbitragem 
ou a outro mecanismo privado de resolução de conflitos admitido na legislação 
aplicável, das questões que envolvam o cálculo das indenizações pelo órgão ou pela 
entidade competente. 
Poderá ser definida (no termo aditivo e no futuro contrato de parceria) que as 
indenizações eventualmente devidas ao contratado original, pelos investimentos em 
bens reversíveis vinculados ao contrato de parceria, realizados e não amortizados ou 
depreciados, sejam pagas pelo novo contratado, nos termos e limites previstos no edital 
da relicitação. 
Atenção. Também poderá ser definida a previsão de pagamento dos valores 
correspondentes a tais indenizações, diretamente aos financiadores do contratado 
original. 
As multas e as demais somas de natureza não tributária devidas pelo anterior 
contratado, ao órgão ou à entidade competente, deverão ser abatidas dos valores 
indenizatórios 
De qualquer forma, o pagamento ao anterior contratado, da indenização calculada 
(abatidas as multas e demais somas de natureza não tributária), será condição para o 
início do novo contrato de parceria. 
São impedidos de participar do certame licitatório da relicitação: 
 o contratado ou a Sociedade de Propósito Específico (SPE) responsável pela 
execução do contrato de parceria; 
 os acionistas da SPE responsável pela execução do contrato de parceria titulares 
de, no mínimo, 20% (vinte por cento) do capital votante em qualquer momento anterior 
à instauração do processo de relicitação. 
As vedações acima também se aplicam se à participação das entidades acima em: 
 consórcios constituídos para participar da relicitação; 
 no capital social de empresa participante da relicitação; 
 na nova SPE constituída para executar o empreendimento relicitado. 
Qualificado o contrato de parceria para a relicitação, serão sobrestadas as 
medidas destinadas a instaurar ou a dar seguimento a processos de caducidade 
eventualmente em curso contra o contratado. 
Outrossim, não se aplicam ao contrato de parceria qualificado para fins de 
relicitação, até sua conclusão, os regimes de recuperação judicial e extrajudicial. 
Atenção. Se não acudirem interessados para o processo de relicitação, persistindo 
o desinteresse de potenciais licitantes ou não for concluído o processo de relicitação no 
prazo de 24 meses (prazo prorrogável), contado da data da qualificação, o órgão ou a 
 
entidade competente adotará as medidas contratuais e legais pertinentes, revogando o 
sobrestamento das medidas destinadas a instaurar ou a dar seguimento a processo de 
caducidade anteriormente instaurado e podendo-se aplicar os regimes de recuperação 
judicial e extrajudicial 
 
 
Ronny Charles Lopes de Torres 
 
 
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