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04 Nocoes de Administracao Publica

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Universidade Federal da Paraíba – UFPB 
Assistente em Administração - Classe D 
 
Constituição Federal: Da Administração Pública. Administração direta, indireta e fundacional. Controle 
da Administração Pública. ........................................................................................................................ 1 
 
Contrato administrativo. ..................................................................................................................... 29 
 
Serviços públicos. .............................................................................................................................. 48 
 
Bens públicos. ................................................................................................................................... 58 
 
Improbidade Administrativa na Lei nº 8.429/92. ................................................................................. 68 
 
Seguridade Social do Servidor Público. ............................................................................................. 81 
 
Regime Jurídico Único (Lei nº 8.112/90). ........................................................................................... 91 
 
Lei Federal nº 8.027, de 12 de abril de 1990, e Decreto Federal nº 1.171, de 22 de junho de 1994 - 
Código de Ética dos Servidores Públicos. ............................................................................................ 139 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho 
na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor 
terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
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Da Administração Pública. 
 
É a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público, destinada 
a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade. É todo o aparelhamento 
do Estado para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens públicos e dos interesses da 
comunidade. 
A Administração Pública direta e indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. 
 
Características: 
 
- praticar atos tão somente de execução – estes atos são denominados atos administrativos; quem 
pratica estes atos são os órgãos e seus agentes, que são sempre públicos; 
- exercer atividade politicamente neutra - sua atividade é vinculada à Lei e não à Política; 
- ter conduta hierarquizada – dever de obediência - escalona os poderes administrativos do mais alto 
escalão até a mais humilde das funções; 
- praticar atos com responsabilidade técnica e legal – busca a perfeição técnica de seus atos, que 
devem ser tecnicamente perfeitos e segundo os preceitos legais; 
- caráter instrumental – a Administração Pública é um instrumento para o Estado conseguir seus 
objetivos. A Administração serve ao Estado. 
- competência limitada – o poder de decisão e de comando de cada área da Administração Pública é 
delimitada pela área de atuação de cada órgão. 
 
Disposições gerais. 
 
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer 
as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, 
administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, 
sendo dividida em administração direta e indireta. 
A Administração Pública direta se constitui dos serviços prestados da estrutura administrativa da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Já a Administração Pública indireta compreende os 
serviços prestados pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas 
públicas. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos poderes obedecerá aos princípios 
constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. 
Podemos definir a Administração Pública como a atividade mediante a qual as autoridades públicas 
tomam providências para a satisfação das necessidades de interesse público, utilizando, quando 
necessário, as prerrogativas do Poder Público, para alcançar os fins que não sejam os próprios à 
legislação ou à distribuição da justiça. 
Sobre Administração Pública, o professor José Afonso da Silva assim explica: “...É o conjunto de meios 
institucionais, material, financeiro e humano preordenado à execução das decisões políticas. Essa é uma 
noção simples de Administração Pública que destaca, em primeiro lugar, que é subordinada ao Poder 
político; em segundo lugar, que é meio e, portanto, algo de que se serve para atingir fins definidos e, em 
terceiro lugar, denota os dois aspectos: um conjunto de órgãos a serviço do Poder político e as operações, 
as atividades administrativas” (in Curso de Direito Constitucional Positivo). 
Por sua vez, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito federal, mas irradia sua 
força normativa para os demais entes da federação, traz uma série de princípios administrativos no seu 
art. 2º, senão vejamos: Art. 2º “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios 
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência”. 
 
Princípio da supremacia do interesse público 
Constituição Federal: Da Administração Pública. 
Administração direta, indireta e fundacional. Controle da 
Administração Pública 
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Este princípio consiste na sobreposição do interesse público em face do interesse particular. Havendo 
conflito entre o interesse público e o interesse particular, aquele prevalecerá. 
Podemos conceituar interesse público como o somatório dos interesses individuais desde que 
represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade. 
O interesse público primário é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como um todo. 
Já o interesse público secundário é o interesse direto do estado como pessoa jurídica, titular de direitos 
e obrigações, em suma, é vontade do estado. Assim, a vontade do povo (interesse público primário) e a 
vontade do estado (interesse público secundário) não se confundem. 
O interesse público secundário só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público primário. 
E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse público primário. 
Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta distinção. 
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a 
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à administração pública para que esta 
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela constituição e pelas leis. 
O ordenamento jurídico determina que o estado-administração atinja uma gama de objetivos e fins e 
lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio da supremaciado 
interesse público, fornecendo à administração as prerrogativas e os poderes especiais para obtenção dos 
fins estabelecidos na lei. 
O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala, 
dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do direito Administrativo. Vejamos alguns 
exemplos práticos: 
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no princípio da 
Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma propriedade, 
requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à propriedade. 
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses contratos 
preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo, modificar 
ou rescindir unilateralmente tal contrato. 
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade, por exemplo, 
de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite com o 
objetivo de diminuir a violência. 
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades cometidas em nome do aludido princípio, já 
existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se por fim a este, através da Teoria da 
Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá o 
problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria da doutrina, o 
princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da Administração, 
devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário deve 
ser provocado para corrigi-lo. 
 
Princípio da indisponibilidade do interesse público 
 
Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico-administrativo, funcionando como contrapeso ao 
princípio da Supremacia do Interesse Público. 
Ao mesmo tempo em que a Administração tem prerrogativas e poderes exorbitantes para atingir seus 
fins determinados em lei, ela sofre restrições, limitações que não existem para o particular. Essas 
limitações decorrem do fato de que a Administração Pública não é proprietária da coisa pública, não é 
proprietária do interesse público, mas sim, mera gestora de bens e interesses alheios que pertencem ao 
povo. 
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode atuar pautada em lei. A Administração 
somente poderá agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A atuação da 
Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único instrumento capaz de retratar o que seja 
interesse público. Assim, o princípio da Indisponibilidade do Interesse Público tem estreita relação com o 
princípio da Legalidade, sendo que alguns autores utilizam essas expressões como sinônimas. 
Este princípio também se encontra implícito em nosso ordenamento, surgindo sempre que estiver em 
jogo o interesse público. Exemplos da utilização deste princípio na prática: 
- os bens públicos não são alienados como os particulares, havendo uma série de restrições a sua 
venda. 
- em regra, a Administração não pode contratar sem prévia licitação, por estar em jogo o interesse 
público. 
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- necessidade de realização de concurso público para admissão de cargo permanente. 
É importante frisar a Administração Pública deverá se pautar nos cinco princípios estabelecidos pelo 
“caput” do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Os princípios são os 
seguintes: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
Princípio da legalidade 
 
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico 
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante 
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao 
administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que ele 
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o 
princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 
5º, II, da Constituição Federal de 1988. 
 
Princípio da impessoalidade 
 
Posteriormente, o artigo 37 da CF/88 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da 
impessoalidade. Este princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não 
poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o 
interesse social e não o interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella 
Di Pietro, o princípio da impessoalidade estaria intimamente relacionado com a finalidade pública. De 
acordo com a autora “a Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou beneficiar pessoas 
determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento”.1 
Em interessante constatação, se todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput) necessariamente o serão 
perante a Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos de modo 
igual, ou quando necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar à igualdade real e 
material. 
Nesse sentido podemos destacar como um exemplo decorrente deste princípio a regra do concurso 
público, onde a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego. 
 
Princípio da moralidade administrativa 
 
A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com 
boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador 
público de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas 
dos padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei). 
Não basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser honesto tendo como finalidade o bem 
comum. Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade administrativa significa um conjunto de regras 
de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Trata-se de probidade administrativa, que é a 
forma de moralidade. Tal preceito mereceu especial atenção no texto vigente constitucional (§ 4º do artigo 
37 CF), que pune o ímprobo (pessoa não correto -desonesta) com a suspensão de direitos políticos. Por 
fim, devemos entender que a moralidade como também a probidade administrativa consistem 
exclusivamente no dever de funcionários públicos exercerem (prestarem seus serviços) suas funções 
com honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou função para proveito pessoal ou para 
favorecimento de outrem. 
 
Princípio da publicidade 
 
O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração 
Pública, obedecendo, todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do eminente doutrinador 
Hely Lopes Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de 
assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados 
e pelo povo em geral, através dos meios constitucionais...”.2 
 
1
 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005. 
2
 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005. 
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Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII, garante a todos o direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei nº 
12.527/2011 (Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do 
art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; 
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e 
dá outras providências). 
Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de segurança cumprem importante papel 
enquanto garantias de concretização da transparência. 
 
Princípio da eficiência 
 
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37, da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 é o da eficiência. 
Considerando que na iniciativa privada se busca a excelência e a efetividade, na administração outro 
não poderia ser o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a eficiência também para a 
Administração Pública. 
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a todo 
agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno 
princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, 
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da 
comunidade e de seus membros”.3 
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode 
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor 
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação 
ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo 
de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”.4 
 
CAPÍTULO VII 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado 
em lei de livre nomeação e exoneração; 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por 
igual período; 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em 
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos 
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, 
chefia e assessoramento; 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
 
3
 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005. 
4
 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005. 
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IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público; 
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente 
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, 
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; 
 
Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de 
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. 
 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da 
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais 
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos 
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não 
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito 
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos 
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos 
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos 
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito 
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e 
aos Defensores Públicos; 
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser 
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; 
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito 
de remuneração de pessoal do serviço público; 
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem 
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; 
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são 
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, 
III, e 153, § 2º, I; 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver 
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, 
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de 
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, 
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades 
mencionadas no incisoanterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa 
privada; 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e 
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de 
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, 
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras 
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma 
integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da 
lei ou convênio. 
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§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores 
públicos. 
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição 
da autoridade responsável, nos termos da lei. 
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e 
indireta, regulando especialmente: 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a 
manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da 
qualidade dos serviços; 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, 
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego 
ou função na administração pública. 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a 
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, 
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de 
ressarcimento. 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da 
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. 
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração 
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores 
e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou 
entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade 
dos dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal." 
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, 
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os 
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão 
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. 
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do 
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. 
 § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e 
ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei 
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de 
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos 
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de 
mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, 
emprego ou função; 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe 
facultado optar pela sua remuneração; 
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as 
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, 
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; 
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IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo 
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; 
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão 
determinados como se no exercício estivesse. 
 
Servidores públicos 
 
Podemos considerar de forma geral que servidor público é todo aquele empregado de uma 
administração estatal. Sendo uma designação geral, engloba todos aqueles que mantêm vínculos de 
trabalho com entidades governamentais, integrados em cargos ou empregos das entidades político-
administrativas, bem como em suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ou ainda, é 
uma definição a todo aquele que mantém um vínculo empregatício com o Estado, e seu pagamento 
provém da arrecadação pública de impostos, sendo sua atividade chamada de "Típica de Estado", 
geralmente é originário de concurso público, pois é defensor do setor público, que é diferente da atividade 
do Político, detentor de um mandato público, que está diretamente ligado ao Governo e não 
necessariamente ao Estado de Direito, sendo sua atribuição a defesa do Estado de Direito, principalmente 
contra a Corrupção Política ou Governamental de um eleito, que costuma destruir o Estado 
(Historicamente); um Estado corrompido demonstra geralmente que essa função, cargo ou serventia não 
funciona adequadamente. 
 
SEÇÃO II 
DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua 
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração 
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
 
Com base nesse parâmetro foi promulgada a Lei nº 8.112/90, que demarcou a opção da União pelo 
regime estatutário, no qual os servidores são admitidos sob regime de Direito Público, podem alcançar 
estabilidade e possuem direitos e deveres estabelecidos por lei (e que podem, portanto, ser alterados 
unilateralmente pelo Estado-Legislador). 
 
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório 
observará: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada 
carreira; 
II - os requisitos para a investidura;III - as peculiaridades dos cargos. 
 
Significa dizer que quanto maior o grau de dificuldade, tanto para ingressar no cargo, quanto para 
desenvolver as funções inerentes a ele, melhor deverá ser a remuneração correspondente. 
 
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o 
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos 
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou 
contratos entre os entes federados. 
 
Essas escolas possuem como objetivo a atualização e a formação dos servidores públicos, 
melhorando os níveis de desempenho e eficiência dos ocupantes de cargos e funções do serviço público, 
estimulando e promovendo a especialização profissional, preparando servidores para o exercício de 
funções superiores e para a intervenção ativa nos projetos voltados para a elevação constante dos 
padrões de eficácia e eficiência do setor público. 
 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, 
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados 
de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
 
Vamos conferir o que diz os referidos incisos, do artigo 7º da Constituição Federal: 
 
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- Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais 
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo 
vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 
- Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
 
- Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
 
- Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 
- Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
 
- Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada 
a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
 
- Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
 
- Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; 
 
- Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
 
- Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; 
 
- Licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
 
- Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
 
- Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
 
- Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de 
sexo, idade, cor ou estado civil; 
 
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários 
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, 
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação 
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
 
Ao falar em parcela única, fica clara a intenção de vedar a fixação dos subsídios em duas partes, uma 
fixa e outra variável, tal como ocorria com os agentes políticos na vigência da Constituição de 1967. E, 
ao vedar expressamente o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de 
representação ou outra espécie remuneratória, também fica clara a intenção de extinguir, para as mesmas 
categorias de agentes públicos, o sistema remuneratório que compreende o padrão fixado em lei mais as 
vantagens pecuniárias de variada natureza previstas na legislação estatutária. 
 
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a 
relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer 
caso, o disposto no art. 37, XI. 
 
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do 
subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. 
 
O inciso XI do artigo 37 da Constituição refere-se aos tetos remuneratórios, quais sejam: 
 
- Teto máximo: Subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
 
- Teto nos municípios: O subsídio do Prefeito; 
 
- Teto nos Estados e no Distrito Federal: O subsídio mensal do Governador; 
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- Teto no âmbito do Poder Executivo: O subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do 
Poder Legislativo; 
 
- Teto no judiciário: O subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa 
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos 
Defensores Públicos. 
 
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de 
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, 
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e 
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização 
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. 
 
Esses cursos são importantes para obter o envolvimento e o comprometimento de todos os agentes 
públicos com a qualidade e produtividade, quaisquer que sejam os cargos, funções ou empregos 
ocupados, minimizar os desperdícios e os erros, inovar nas maneiras de atender as necessidades do 
cidadão, simplificar procedimentos, inclusive de gestão, e proceder às transformações essenciais à 
qualidade com produtividade. 
 
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos 
termos do § 4º. 
 
Ou seja, por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, 
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, 
os tetos remuneratórios dispostos no art. 37, X da Constituição Federal. 
 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de 
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores 
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial e o disposto neste artigo. 
Para o regime previdenciário ter equilíbrio financeiro, basta ter no exercício atual um fluxo de caixa de 
entrada superior ao fluxo de caixa de saída, gerado basicamente quando as receitas previdenciárias 
superam as despesas com pagamento de benefícios. 
Já para se ter equilibro atuarial, deve estar assegurado que o plano de custeio gera receitas não só 
atuais, como também futuras e contínuas por tempo indeterminado, em um montante suficiente para 
cobrir as respectivas despesas previdenciárias. 
Para se manter o equilíbrio financeiro e atuarial é imprescindível que o regime mantenha um fundo 
previdenciário que capitalize as sobras de caixa atuais que garantirão o pagamento de benefícios futuros. 
 
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão 
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixadosna forma dos §§ 3º e 17: 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, 
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa 
ou incurável, na forma da lei; 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) 
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no 
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as 
seguintes condições: 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos 
de idade e trinta de contribuição, se mulher; 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com 
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
 
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Nos termos do art. 100 dos ADCT, incluído pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015, até que entre 
em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da 
União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do 
art. 52 da Constituição Federal. 
 
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão 
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria 
ou que serviu de referência para a concessão da pensão. 
 
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão 
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos 
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. 
 
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos 
definidos em leis complementares, os casos de servidores: 
I- portadores de deficiência; 
II- que exerçam atividades de risco; 
III- cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física. 
 
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em 
relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de 
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 
 
A redução só é permitida nos casos em que o tempo de contribuição é exclusivamente no magistério. 
Ou seja, não é possível somar o tempo de magistério com o tempo em outra atividade e ainda reduzir 5 
(cinco) anos. A soma é possível, no entanto, sem a redução de 5 (cinco) anos. 
 
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta 
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de 
previdência previsto neste artigo. 
 
Os cargos acumuláveis são: Dois de professor; um de professor com outro técnico ou científico; 
dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. 
 
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual 
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido 
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de 
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou 
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o 
falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, 
caso em atividade na data do óbito. 
 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, 
o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. 
 
O valor real refere-se ao poder aquisitivo, em outros temos, se no início do recebimento do benefício, 
o beneficiário conseguia suprir suas necessidades com alimentação, saúde, lazer, educação... Após 
alguns anos, o mesmo benefício deveria, em tese, propiciar o mesmo poder aquisitivo. 
 
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de 
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. 
 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição 
fictício. 
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§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive 
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras 
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante 
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma 
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de 
cargo eletivo. 
 
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares 
de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de 
previdência social. 
 
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o 
regime geral de previdência social. 
 
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de 
previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão 
fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este 
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de 
que trata o art. 201 
 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de 
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no 
que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza 
pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na 
modalidade de contribuição definida. 
 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser 
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de 
instituição do correspondente regime de previdência complementar. 
 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 
3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. 
 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo 
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido 
para os servidores titulares de cargos efetivos. 
 
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria 
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono 
de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as 
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. 
 
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio deprevidência social para os 
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime 
em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. 
 
A Lei nº 12.618, de 30 de abril de 2012, institui o regime de previdência complementar para os 
servidores públicos federais titulares de cargo efetivo, inclusive os membros dos órgãos que menciona; 
fixa o limite máximo para a concessão de aposentadorias e pensões pelo regime de previdência de que 
trata o art. 40 da Constituição Federal; autoriza a criação de 3 (três) entidades fechadas de previdência 
complementar, denominadas Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do 
Poder Executivo (Funpresp-Exe), Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal 
do Poder Legislativo (Funpresp-Leg) e Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público 
Federal do Poder Judiciário (Funpresp-Jud); altera dispositivos da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004; 
e dá outras providência. 
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O Sistema Brasileiro de Previdência é formado por um tripé com três regimes previdenciários: a) o 
Regime Geral, a cargo do INSS, b) o Regime Próprio dos servidores, de responsabilidade do Tesouro, e 
c) o Regime Complementar. 
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS), a cargo do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), 
é público e de caráter obrigatório para todos os trabalhadores do setor privado e servidores públicos 
contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). De amplitude nacional e caráter contributivo, 
possui teto de contribuição e de benefício. Oferta plano de benefício definido, o regime financeiro é de 
repartição simples e faz parte do sistema de Seguridade Social, que também custeia as despesas com 
Saúde e Assistência Social. 
Os Regimes Próprios dos Servidores Públicos, de responsabilidade dos respectivos tesouros (União, 
Estados e Municípios), são públicos e de caráter obrigatório para os detentores de cargo efetivo, no caso 
dos servidores civis, e para os servidores militares, no caso das Forças Armadas. Os planos ofertados 
são de benefício definido e, para os servidores civis, passará a ter teto de contribuição e de benefício a 
partir da instituição do fundo de pensão (Funpresp), que será igual ou o mesmo do INSS ou do RGPS. 
Faz parte do orçamento fiscal e o regime financeiro é de repartição simples. 
O Regime de Previdência Complementar é privado, possui caráter facultativo (voluntário), se organiza 
sob a forma de entidade aberta (bancos e seguradoras) e entidade fechada (fundo de pensão). É 
autônomo em relação à Previdência Social oficial e se baseia na constituição de reservas (poupança). 
Seu regime financeiro, portanto, é o de capitalização. 
Com a criação da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), o 
valor das aposentadorias e pensões no serviço público civil deixará de ser integral ou de ter por base de 
cálculo a totalidade da remuneração, e ficará limitado ao teto do Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS), atualmente fixado em R$ 4.663,75 (janeiro de 2015). E para fazer jus a esse benefício limitado 
ao teto, o servidor contribuirá com 11% até esse limite. Essa regra valerá, obrigatoriamente, para todos 
os servidores que ingressarem no serviço público após a instituição do fundo. Isto valerá porém para os 
servidores admitidos após a criação do fundo. Eles serão segurados obrigatórios do Regime Próprio do 
servidor somente até o teto do INSS. Acima disto poderão aderir à Previdência Complementar, filiando-
se à Funpresp. 
Ele contribuirá para o Regime Próprio, até o teto do Regime Geral ou do INSS, no percentual de 11%, 
e acima disto contribuirá com o percentual que desejar para o Fundo de Pensão dos Servidores. O 
governo, contribui com o mesmo percentual do servidor até o limite de 8,5%. Ou seja, se o servidor 
contribuir com menos, 5% por exemplo, a contribuição do governo será paritária. Se, entretanto, o servidor 
resolver contribuir com 12%, o governo para nos 8,5%. Dizendo de outra forma, se for para contribuir 
com menos de 8,5%, o governo acompanha. Se for para contribuir com mais, o Executivo para nos 8,5%. 
 
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos 
de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando 
o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. 
 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de 
provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada ampla defesa. 
 
Referido instituto corresponde à proteção ao ocupante do cargo, garantindo, não de forma absoluta, a 
permanência no Serviço Público, o que permite a execução regular de suas atividades, visando 
exclusivamente o alcance do interesse coletivo. 
 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o 
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, 
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo 
de serviço. 
 
Reintegração é o instituto jurídico que ocorre quando o servidor retorna a seu cargo após ter sido 
reconhecida a ilegalidade de sua demissão. 
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§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em 
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado 
aproveitamento em outro cargo. 
 
A disponibilidade é um instituto que permite ao servidor estável, que teve o seu cargo extinto ou 
declarado desnecessário, permanecer sem trabalhar, com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço, à espera de um eventual aproveitamento. 
Desde já, cumpre-nos ressaltar: o servidor estável que teve seu cargo extinto ou declarado 
desnecessário não será nem exonerado, nem, muito menos, demitido. Será ele posto em disponibilidade! 
Segundo a doutrina majoritária, o instituto da disponibilidade não protege o servidor não estável quanto 
a uma possível extinção de seu cargo ou declaração de desnecessidade. Caso o servidor não tenha, 
ainda, adquirido estabilidade, será ele exonerado ex officio. 
 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
 
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de Gestão de Pessoas que corresponde a 
uma análise sistemática do desempenho do profissional em função das atividades que realiza, das metas 
estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. 
 
Militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios. 
 
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições 
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios. 
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que 
vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, 
cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as 
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. 
§ 2ºAos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se 
o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. 
 
 
Súmula vinculante 39-STF: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos 
dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. 
 
 
 
Administração direta, indireta e fundacional. 
 
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da 
esfera governamental que integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia 
administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera. 
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas via de 
um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura. 
 
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles responsáveis. 
Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como característica inerente da 
Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direitos e 
assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa política (União, Estado, Distrito Federal e 
Municípios). 
 
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como autor 
ou réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda que 
pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá 
propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa política dotada 
de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide. 
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
 
São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. 
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de 
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do 
serviço público. 
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações 
previstas na CF/88, no seu art. 173: 
- para fazer frente à uma situação de relevante interesse coletivo; 
- para fazer frente à uma situação de segurança nacional. 
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica. Quando 
estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade com os 
particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à livre concorrência. 
 
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO 
 
A execução do serviço público poderá ser: 
 
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do Estado 
(ex.: Secretarias, Ministérios etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular do serviço público, 
como o prestador do mesmo, o próprio estado é quem centraliza a atividade. 
 
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a 
Administração direta do Estado. Esses terceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública. 
Se estiverem dentro da Administração Pública, poderão ser autarquias, fundações, empresas públicas e 
sociedades de economia mista (Administração indireta do Estado). Se estiverem fora da Administração, 
serão particulares e poderão ser concessionários, permissionários ou autorizados. 
Assim, descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para 
outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos serviços 
relativos à seguridade social à autarquia INSS. 
Na esfera federal, a Administração Direta ou Centralizada é composta por órgãos subordinados à 
Presidência da República e aos Ministérios, como o Departamento da Polícia Federal, Secretaria do 
Tesouro Nacional ou a Corregedoria-Geral da União. 
 
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 
 
Desconcentração (Criar órgãos) 
Mera técnica administrativa de distribuição interna de competências mediante criação de órgãos 
públicos. Pressupõe a existência de apenas uma pessoa, pois os órgãos não possuem personalidade 
jurídica própria. 
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da administração 
indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura afim de tornar mais ágil e eficiente a 
prestação dos serviços. Desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa jurídica. 
Porque a desconcentração ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, surge relação de 
hierarquia, de subordinação, entre os órgãos dela resultantes. No âmbito das entidades desconcentradas 
temos controle hierárquico, o qual compreende os poderes de comando, fiscalização, revisão, punição, 
solução de conflitos de competência, delegação e avocação. 
 
Concentração (extinguir órgãos) 
Trata-se da técnica administrativa que promove a extinção de órgãos públicos. Pessoa jurídica 
integrante da administração pública extingue órgãos antes existentes em sua estrutura, reunindo em um 
número menor de unidade as respectivas competências. Imagine-se, como exemplo, que a secretaria da 
fazenda de um município tivesse em sua estrutura superintendências, delegacias, agências e postos de 
atendimento, cada um desses órgãos incumbidos de desempenhar específicas competências da referida 
secretaria. Caso a administração pública municipal decidisse, em face de restrições orçamentárias, 
extinguir os postos de atendimento, atribuindo às agências as competências que aqueles exerciam, teria 
ocorrido concentração administrativa. 
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Diferença entre Descentralização e Desconcentração: As duas figuras dizem respeito à forma de 
prestação do serviço público. Descentralização, entretanto, significa transferir a execução de um serviço 
público para terceiros que não se confundem com a Administração Direta, e a desconcentração significa 
transferir a execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro da Administração Direta, 
permanecendo está no centro. 
Feitas essas considerações iniciais, passamos à análise das pessoas jurídicas que compõem a 
Administração Pública Indireta: 
 
AUTARQUIAS 
 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para a prestação de serviços públicos, 
contando com capital exclusivamente público, ou seja, as autarquias são regidas integralmente por regras 
de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo 
da Administração Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.). 
 
 Características: 
- Dirigentes Próprios: Depois de criadas, as autarquias possuem uma vida independente, contando 
com dirigentes próprios. 
- Patrimônio Próprio. 
- Liberdade Financeira: As autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços 
que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para 
manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou. 
- Liberdade Administrativa: As autarquias têm liberdade para desenvolver os seus serviços como 
acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as 
criou. 
 
Controle: 
Não existe hierarquia ou subordinação entre as autarquias e a Administração Direta. Embora não se 
fale em hierarquia e subordinação, há que se falar, entretanto, em um controle de legalidade, ou seja, a 
Administração direta controlará os atos das autarquias para observar seestão dentro da finalidade e 
dentro dos limites legais. 
 
AUTARQUIA DE REGIME ESPECIAL 
 
É toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia 
comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a 
essas entidades de personalidade pública. O que posiciona a autarquia de regime especial são as regalias 
que a lei criadora lhe confere para o pleno desempenho de suas finalidades específicas. 5 
Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades 
encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões, como a OAB, etc. Com a política 
governamental de transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado 
a regulamentação, o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na 
administração agências especiais destinadas a esse fim. 
 
AGÊNCIAS EXECUTIVAS E AGÊNCIAS REGULADORAS 
 
A qualificação de agências executivas se dá por meio de requerimento dos órgãos e das entidades 
que prestam atividades exclusivas do Estado e se candidatam à qualificação. Aqui estão envolvidas a 
instituição e o Ministério responsável pela sua supervisão.6 
Segundo determina a lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998, artigos. 51 e 52 e parágrafos, o Poder 
Executivo poderá qualificar como Agência Executiva autarquias ou fundações que tenham cumprido os 
requisitos de possuir plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em 
andamento além da celebração de Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor. 
 
5
 http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial 
6
 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=661 
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Os planos devem definir diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e 
do quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos 
e o fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva. 
O Poder Executivo definirá também os critérios e procedimentos para a elaboração e o 
acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional das Agências. 
A qualificação como Agência Executiva deve ser dada por meio de decreto do Presidente da República. 
O Poder Executivo também estabelecerá medidas de organização administrativa específicas para as 
Agências Executivas, com o objetivo de assegurar a sua autonomia de gestão, bem como as condições 
orçamentárias e financeiras para o cumprimento dos contratos de gestão. 
O plano estratégico de reestruturação deve produzir melhorias na gestão da instituição, com vistas à 
melhoria dos resultados, do atendimento aos seus clientes e usuários e da utilização dos recursos 
públicos. 
O contrato de gestão estabelecerá os objetivos estratégicos e as metas a serem alcançadas pela 
instituição em determinado período de tempo, além dos indicadores que medirão seu desempenho na 
realização de suas metas contratuais, condições de execução, gestão de recursos humanos, de 
orçamento e de compras e contratos. 
A autonomia concedida estará subordinada à assinatura do Contrato de Gestão com o Ministério 
supervisor, no qual serão firmados, de comum acordo, compromissos de resultados. 
 
Organização administrativa das Agências Executivas. 
 
As Agências Executivas serão objeto de medidas específicas de organização administrativa. Os 
objetivos são, basicamente, aumento de eficiência na utilização dos recursos públicos, melhoria do 
desempenho e da qualidade dos serviços prestados, maior autonomia de administração orçamentária, 
financeira, operacional e de recursos humanos além de eliminar fatores restritivos à sua atuação como 
instituição. 
A não existência de certos limites de atuação das Agências é condicionada à existência prévia de 
recursos orçamentários disponíveis e a necessidade dos serviços para o cumprimento dos objetivos e 
metas do contrato de gestão. 
Sem aumentar despesas e o numeral de cargos da entidade, os Ministros supervisores tem 
competência para aprovação ou readequação das estruturas regimentais ou estatutos das Agências 
Executivas. Esta competência poderá ser delegada pelo Ministro supervisor ao dirigente máximo da 
Agência Executiva. 
Os dirigentes máximos das Agências Executivas também poderão autorizar os afastamentos do País 
de servidores civis das respectivas entidades. 
As Agências Executivas também poderão editar regulamentos próprios de avaliação de desempenho 
dos seus servidores. Estes serão previamente aprovados pelo seu Ministério supervisor e, provavelmente, 
pelo substituto Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado nos governos posteriores à sua 
extinção. 
De acordo com o que se viu a partir da Emenda Constitucional nº 19 de 1998, os resultados da 
avaliação poderão ser levados em conta para efeito de progressão funcional dos servidores das Agências 
Executivas. 
O art 7º do Decreto subordina a execução orçamentária e financeira das Agências Executivas aos 
termos do contrato de gestão e isenta a mesma dos limites nos seus valores para movimentação, 
empenho e pagamento. Esta determinação não se coaduna, entretanto, com o pensamento reinante de 
administração fiscal responsável a partir do que se encontra positivado pela Lei Complementar 101 de 
2000. 
Algo semelhante é o que se deu também com o art. 8º e parágrafo que delega competência para os 
Ministros supervisores e dirigentes máximos das Agências para a fixação de limites específicos, aplicáveis 
às Agências Executivas, para a concessão de suprimento de fundos para atender a despesas de pequeno 
vulto. 
As Agências Executivas poderão editar regulamento próprio de valores de diárias no País e condições 
especiais para sua concessão. O que se busca é adequá-las às necessidades específicas de todos os 
tipos de deslocamentos. Todos os dados relativos a número, valor, classificação funcional programática 
e de natureza da despesa, correspondentes à nota de empenho ou de movimentação de créditos devem 
ser publicados no Diário Oficial da União em atendimento ao princípio constitucional da publicidade. 
As agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de tentar fiscalizar as atividades 
das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero autarquias, possuem as mesmas 
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características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Seu escopo principal é a 
regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao setor privado. 
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja, é 
aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em comparação com 
autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais. 
 
Uma das principais características das Agências Reguladoras é a sua relativa autonomia e 
independência. As agências sujeitam-se ao processo administrativo (Lei 9.784/99, na esfera federal, além 
dos próprios dispositivos das leis especificas). 
Caso ocorra lesão ou ameaça de lesão de direito, a empresa concessionária poderá ir ao Judiciário. 
Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses serviços a serem 
prestados por concessionárias ou permissionárias. 
 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
 
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu 
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito públicoquanto 
de direito privado. 
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de 
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de 
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado. 
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir 
a finalidade pública. Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico 
Estatístico); Universidade de Brasília; FEBEM; FUNAI; Fundação Memorial da América Latina; Fundação 
Padre Anchieta (TV Cultura). 
Características: 
- Liberdade financeira; 
- Liberdade administrativa; 
- Dirigentes próprios; 
- Patrimônio próprio: Patrimônio personalizado significa dizer que sobre ele recai normas jurídicas que 
o tornam sujeito de direitos e obrigações e que ele está voltado a garantir que seja atingido a finalidade 
para qual foi criado. 
Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é um 
controle de legalidade, um controle finalístico. 
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito privado, 
integram a Administração Pública. A lei cria e dá personalidade para as fundações governamentais de 
direito público. As fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua 
personalidade jurídica se inicia com o registro de seus estatutos. 
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta, tanto na área tributária 
(ex.: imunidade prevista no art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro). 
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a terceiros. A responsabilidade da 
Administração é de caráter subsidiário, independente de sua personalidade. 
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se extinta, o patrimônio vai para a 
Administração indireta, submetendo-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As 
particulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à ação popular e mandado de 
segurança, sendo estas fundações fiscalizadas pelo Ministério Público. 
 
EMPRESAS PÚBLICAS 
 
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas para a prestação de serviços 
públicos ou para a exploração de atividades econômicas que contam com capital exclusivamente público 
e são constituídas por qualquer modalidade empresarial. Se a empresa pública é prestadora de serviços 
públicos, por consequência está submetida a regime jurídico público. Se a empresa pública é exploradora 
de atividade econômica, estará submetida a regime jurídico igual ao da iniciativa privada. 
Alguns exemplos de empresas públicas: 
- BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): Embora receba o nome de banco, 
não trabalha como tal. A única função do BNDS é financiar projetos de natureza social. É uma empresa 
pública prestadora de serviços públicos. 
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- EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos): É prestadora de serviço público (art. 21, X, da 
CF/88). 
- Caixa Econômica Federal: Atua no mesmo segmento das empresas privadas, concorrendo com os 
outros bancos. É empresa pública exploradora de atividade econômica. 
- RadioBrás: Empresa pública responsável pela “Voz do Brasil”. É prestadora de serviço público. 
As empresas públicas, independentemente da personalidade jurídica, têm as seguintes características: 
- Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são contempladas com verbas 
orçamentárias; 
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e demitir pessoas, devendo seguir as regras 
da CF/88. Para contratar, deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver motivação. 
Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas públicas e a Administração Direta, 
independentemente de sua função. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e 
finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão vinculadas àquela. Só é possível, 
portanto, controle de legalidade finalístico. 
A lei não cria, somente autoriza a criação das empresas públicas, ou seja, independentemente das 
atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das empresas públicas, não conferindo 
a elas personalidade jurídica. 
A empresa pública será prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. A 
CF/88 somente admite a empresa pública para exploração de atividade econômica em duas situações 
(art. 173 da CF/88): 
- Fazer frente a uma situação de segurança nacional; 
- Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo: A empresa pública deve obedecer aos 
princípios da ordem econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o Estado explora, 
portanto, atividade econômica por intermédio de uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela 
vantagens e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre concorrência). 
Quanto à responsabilidade das empresas públicas, temos que: 
- Empresas públicas exploradoras de atividade econômica: A responsabilidade do Estado não existe, 
pois, se essas empresas públicas contassem com alguém que respondesse por suas obrigações, elas 
estariam em vantagem sobre as empresas privadas. Só respondem na forma do § 6.º do art. 37 da CF/88 
as empresas privadas prestadoras de serviço público, logo, se a empresa pública exerce atividade 
econômica, será ela a responsável pelos prejuízos causados a terceiros (art. 15 do CC); 
- Empresas públicas prestadoras de serviço público: Como o regime não é o da livre concorrência, elas 
respondem pelas suas obrigações e a Administração Direta responde de forma subsidiária. A 
responsabilidade será objetiva, nos termos do art. 37, § 6.º, da CF/88. 
Empresas públicas exploradoras de atividade econômica: Submetem-se a regime falimentar, 
fundamentando-se no princípio da livre concorrência. 
Empresas públicas prestadoras de serviço público: não se submetem a regime falimentar, visto não 
estão em regime de concorrência. 
 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas para a prestação 
de serviços públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e 
constituídas somente sob a forma empresarial de S/A. As sociedades de economia mista são: 
- Pessoas jurídicas de Direito Privado. 
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de serviços públicos. 
- Empresas de capital misto. 
- Constituídas sob forma empresarial de S/A. 
 
Veja alguns exemplos de sociedade mista: 
 
a. Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil e Banespa. 
 
b.Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô, CDHU (Companhia de Desenvolvimento 
Habitacional Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços, empresa responsável pelo 
gerenciamento da execução de contratos que envolvem obras e serviços públicos no Estado de São 
Paulo). 
As sociedades de economia mista têm as seguintes características: 
- Liberdade financeira; 
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- Liberdade administrativa; 
- Dirigentes próprios; 
- Patrimônio próprio. 
Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de economia mista e a Administração 
Direta, independentemente da função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de legalidade. 
Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades não estão subordinadas à Administração Direta, 
mas sim à lei que as autorizou. 
As sociedades de economia mista integram a Administração Indireta e todas as pessoas que a 
integram precisam de lei para autorizar sua criação,

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