Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FLUXO DE CAIXA Carlos Alexandre de Sá Todos Direitos Autorais Reservados - Catho Online - Carlos Alexandre de Sá Material de Apoio do Curso Online Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa APRESENTAÇÃO DO CURSO Este curso tem o objetivo de fixar conceitos, apresentar técnicas extremamente práticas e de aplicação imediata para capacitar o aluno a: Utilizar o fluxo de caixa como instrumentos de gestão financeira e empresarial; Monitorar corretamente o fluxo de caixa da empresa; Projetar o fluxo de caixa curto prazo; Usar algumas funções avançadas do Excel para acompanhar e projetar o fluxo de caixa; Utilizar o fluxo da caixa projetado para fazer corretamente o planejamento financeiro da em- presa; Preparar o fluxo de caixa contábil dentro das normas internacionais; Avaliar a capacidade de geração de caixa da empresa e do negócio; Avaliar o grau de dependência dentro das normas internacionais; Avaliar o grau de dependência da empresa e os empréstimos a curto prazo; Traçar uma política de imobilização e de distribuição de dividendos que não fragilize a estrutura de capital de giro da empresa; Avaliar se as políticas de financiamento dos clientes e de reposição de estoque estão compatí- veis com a capacidade de geração de caixa da empresa; Avaliar se as políticas de imobilização e de distribuição de dividendos que não fragilize a estru- tura de capital de giro de empresa; Avaliar as necessidades de capital de giro da empresa; Diagnosticar o motivo da empresa dar lucro e mesmo assim o dinheiro não aparecer; Fluxo de Caixa SOBRE O AUTOR Carlos Alexandre Sá Graduado em Engenheria Civil pela PUC-RJ. Graduado em Administração de Empresas na antiga Universidade do Estado da Guanabara. Pós-graduado em Administração Industrial na Universidade da Holanda. Mestre em Finanças e Economia Empresarial. Especializado na Societé Sateco, em Paris , e no Conder Group, em Winchester, na Inglater- ra. Foi diretor financeiro e diretor superintendente de empresas nacionais e multinacionais. Autor do livro: Estabelecimento do Limite de Credito: uma nova abordagem para um velho pro- blema. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. Autor do livro: Orçamento Estratégico: uma visão empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. Autor do livro: Contabilidade para não contadores. Rio de Janeiro: Editora SENAC Rio,2005. Atualmente é professor de cursos MBA de várias instituições de ensino superior e palestrante do IBEF- Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, da Câmara de Comercio Americana do Rio de Janeiro e do IBEF-Instituto de Desenvolvimento Empresarial. É sócio da Cash Flow Solutions, empresa de consultoria na área de Tesouraria. Fluxo de Caixa MENSAGEM DO AUTOR CARLOS ALEXANDRE DE SÁ Caros amigos, Bem-vindos ao fascinante mundo do fluxo de caixa! Você sabia que muitas empresas quebram dando lucro? Sabia também que existem empresas que continuam operando apesar de darem prejuízo há anos? Isto acontece porque o que quebra uma empresa é a falta de caixa e não a falta de lucro! Foi pensando nisto que montamos um curso que apresentasse os conceitos mais fundamentais da gestão do fluxo de caixa dando-lhe, no entanto, um enfoque eminentemente prático. Aprender fazendo é a nossa filosofia.. Ao longo deste curso você vai aprender técnicas de aplicação imediata no seu dia-a-dia. A partir do pri- meiro módulo você já vai sentir que seus horizontes vão se abrir. Provavelmente você vai adquirir conhe- cimento que nem suspeitava que existissem...Isto tudo em uma linguagem simples e acessível, mesmo fomos a navegar por assuntos aparentemente complexos. Ao final do curso você vai conhecer o processo de informação de caixa de sua empresa e sentir-se capacitado a fazer um planejamento financeiro eficiente e eficaz. Com isto você vai sentir-se muito mais a vontade ao negociar com os bancos, vai sentir-se muito mais seguro ao negociar com seus clientes e for- necedores, vai transmitir autoridade quando dialogar com seus superiores hierárquicos. Este é um curso que, com certeza, vai ajudá-lo a pavimentar o caminho que levará ao sucesso profissional. Espero encontrá-lo em breve! Até lá! Fluxo de Caixa 5 SUMÁRIO Módulo 1 – Introdução 1.1 - Conceitos fundamentais ........................................................................................................7 1.2 - Saldos a controlar ................................................................................................................13 Módulo 2 – Fluxos de caixa pelo Método Direto 2.1 - O plano de contas da tesouraria .........................................................................................23 2.2 - Quadros Auxiliares ..............................................................................................................33 Módulo 3 – Controle e projeção do Fluxo de Caixa utilizando o Excel 3.1 - Formatando a planilha .........................................................................................................43 3.2 - Acompanhando o Fluxo de Caixa .......................................................................................49 Módulo 4 – Fluxo de Caixa Projetado 4.1 - O horizonte da projeção ......................................................................................................56 4.2 - Compromisso e previsões ...................................................................................................58 4.3 - Projeção das vendas ...........................................................................................................60 Módulo 5 – Fluxo de caixa pelo método indireto 5.1 - Conceitos fundamentais ......................................................................................................73 5.2 - O SFAS 95 ..........................................................................................................................83 Módulo 6 – Análise do Fluxo de Caixa pelo Método Indireto 6.1 - Interpretação da Geração Interna de Caixa ........................................................................88 6.2 - Interpretação da Geração Operacional e não Operacional de Caixa ................................92 Referências Bibliográficas .......................................................................................................99 Modulo 1´Fluxo de Caixa 6 MÓDULO 1 INTRODUÇÃO Iniciaremos apresentando algumas considerações essenciais para que você possa enten- der os fundamentos do conceito de fluxo de caixa. Vamos ver (ou rever) alguns conceitos básicos sobre contabilidade e finanças. Em seguida, ensinaremos a conciliar o saldo do fluxo de caixa com o saldo da contabilidade. Este procedimento é fundamental para asse- gurar que o seu fluxo de caixa esteja sendo preparado corretamente. 1.1 - Conceitos fundamentais 1.2 - Saldos a controlar Modulo 1´Fluxo de Caixa 7 MÓDULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS Vamos começar este curso contando à historia de Nelson: Nelson tem 30 anos, é casado e pai de um menino de 2 anos. Ultimamente Nelson está muito preocupado porque gasta mais do que ganha todos os meses. Faz compras no cartão de crédito, paga parcelado e recorre ao cheque especial para solucionar seu problema de falta de dinheiro. Mas isso não está o ajudando, pois paga juros muito altos e seu endividamento só aumenta. Um dia, Nelson resolve anotar em sua agenda tudo o que gasta para ver se descobre onde pode cortar despesas. Veja seus gastos: Nelson verificou que, mais uma vez, havia gastado mais do que havia ganho. Revisou todas as páginas de sua agenda para ver o que poderia cortar de despesas. Tudo estava anotado lá, mas ainda não tinha a solução de redução dos gastos. No entanto, para saber o quantohavia gastado com refeições, gasolina, estacionamento, etc. Ele teria que agrupar essas despesas e, depois, somá-las uma a uma. Poderia até ser feito, mas daria muito tra- balho. Nelson teve a idéia de criar grupos de despesas e classificar seus gastos nestes grupos à medida que fosse pagando estas despesas. Estes grupos de despesas são chamados de “contas”. Essas são as contas criadas por Nelson: Despesas com moradia Despesas com veículo Despesa com empregada Alimentação Lazer Seguros em geral Saúde e higiene Diversos Modulo 1´Fluxo de Caixa 8 Sem saber, Nelson havia começado a criar um plano de contas da tesouraria *. Assim, no final do mês o seu fluxo de caixa** estava desta maneira: Esta tabela demonstra o plano de contas de Nelson no final do mês. *Estrutura em vários níveis que permite decompor as entradas e saídas em contas e subcontas para facilitar a análise e a compreensão do fluxo de caixa. **Método de captura e registro dos fatos que provocam alterações no saldo de caixa e sua apresentação em rela- tórios estruturados para facilitar sua compreensão e análise. Veja as conclusões de Nelson: Meu plano de contas ainda não está bom. Talvez se eu dividisse as contas em subcontas isso facilitaria meu trabalho de identificar onde devo cortar despesas. E foi exatamente isso o que Nelson fez: decompôs as contas em subcontas e criou um novo fluxo de caixa. Este é o relatório do fluxo de caixa realizado de Nelson: Modulo 1´Fluxo de Caixa 9 Ao começar a anotar e classificar todos os recebimentos e todos os pagamentos ocorridos no mês, Nelson estava começando a acompanhar o seu fluxo de caixa realizado (produto final da integração das entradas e das saídas ocorridas em um determinado período). Quando um relatório de fluxo de caixa apresenta apenas as contas, é chamado de “relatório no 1º nível”. Quando apresenta as contas e as subcontas, é chamado de “relatório no 2º nível”, como este relatório que vimos acima. Nelson precisa tomar uma providência urgente antes que seja tarde demais. Modulo 1´Fluxo de Caixa 10 Ele tomou a dura decisão de vender o carro para quitar suas dívidas. Em dezembro, quando recebesse o 13º salário, daria entrada em um outro carro. Desta maneira, sem saber, havia começado a fazer um planejamento financeiro*. *Planejamento financeiro é o conjunto de decisões que podem envolver operações financeiras (por exemplo: em- préstimos, aplicações financeiras ou resgates de aplicações financeiras) e que são tomadas com o objetivo de atingir um determinado objetivo. Quanto melhor o planejamento financeiro, melhores serão os resultados obtidos. Nelson não quer se endividar... Ele decide projetar todos os recebimentos e todas as despesas que vão ocorrer no mês que vem. De- pois, vai fazer os cortes de despesas necessários para se manter dentro do orçamento. Isso vai permitir que ele estabeleça limites de gastos para cada subconta do plano de contas. Este é fluxo de caixa projetado de Nelson para o mês de outubro. Modulo 1´Fluxo de Caixa 11 Analisando este fluxo de caixa projetado, verificamos que: Além das despesas com o carro (inclusive o seguro), Nelson cortou também as despesas com jantares fora. Com o dinheiro da venda do carro, pagou o que devia ao banco e reduziu os juros que pagava pela utilização do cheque especial. Agora, com a economia que pretende fazer todos os meses, vai pagar o que deve aos cartões de crédito para, depois, reprogramar suas despesas. Você deve estar pensando: “Tudo bem que eu estou conseguindo controlar meus recebimentos e meus pagamentos por meio de um fluxo de caixa. Mas, porque é que as empresas, que já possuem uma conta- bilidade com balanços patrimoniais e demonstrativos de resultados, precisam de um fluxo de caixa?”. A contabilidade sempre conta uma história que já aconteceu, ou seja, só olha para trás, não tem facili- dade de olhar para o futuro, e quando o faz (como acontece por ocasião do orçamento*) não o faz pro- jetando os resultados dia a dia. Este fato de a contabilidade não projetar resultados dia a dia faz com que ela seja um instrumento absolutamente inadequado ao planejamento financeiro. *Projeção mês a mês, ao longo do próximo ano, do demonstrativo de resultados do exercício, do fluxo de caixa e do balanço patrimonial. O orçamento serve para a empresa planejar o seu futuro. O fluxo da caixa tanto mostra o passado quanto o futuro: quando compara as contas recebidas com as contas pagas temos o chamado fluxo de caixa realizado, quando compara as contas a receber com as contas a pagar, temos o fluxo de caixa projetado. E, veja bem, projetado dia a dia, o que permite ao administrador tomar, com a devida antecedência, as medidas que se façam necessárias para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos. Isso é importantíssimo, pois o que quebra uma empresa não é a falta de lucro, é a falta de caixa. Exemplo Imagine uma loja de roupas feminina, a proprietária é Maria Inês. Ela tem 35 anos e abriu este negócio recentemente. Inês depois que saiu da empresa em que trabalhava, decidiu realizar seu sonho de abrir uma loja, sentiu-se mais realizada e mais feliz. Vai inaugurar a loja na semana que vem e já comprou R$ 100.000,00 em mercadorias para pagar daqui a 30 dias. Para promover a loja, vai anunciar que as compras feitas no dia da inauguração poderão ser pagas com cheques pré-datados de 30 dias. Você acha que é possível que esta empresa, que dá lucro, “quebre”? A festa de inauguração foi um sucesso. As peças eram de muito bom gosto e a loja vendeu bem. E mais: todos os clientes aproveitaram a facilidade oferecida pela loja e pagaram com cheque pré-datado para vencimento em 30 dias. Modulo 1´Fluxo de Caixa 12 Quando terminou a festa, Maria Inês fez as contas e verificou que vendeu R$96.000 de mercado- rias que lhe custaram R$80.000. Após a inauguração, Maria Inês estava muito cansada e resolveu fechar a loja e tirar 30 dias de férias. Durante as férias de Maria Inês a loja não comprou nem vendeu nada nem pagou ou rece- beu qualquer quantia. Ao final de suas férias, corada e bem disposta, Maria Inês reabre sua loja e decide procurar o seu contador e seu tesoureiro. Seu primeiro encontro foi com seu contador. O contador trouxe boas notícias. Já no primeiro mês de funcionamento a receita foi R $96.000 e o custo da mercadoria vendida foi R$ 80.000. O lucro foi, portanto, de R$ 16.000! Este é um exemplo hipotético, estamos supondo que a empresa não possui qualquer custo fixo nem esteja sujeita ao pagamento de qualquer imposto. O tesoureiro trouxe más notícias. Hoje a loja tem que pagar R$ 100.000 aos fornecedores das mercadorias e só tem para receber R$ 96.000 relativos aos cheques pré-datados que estão ven- cendo. Isso quer dizer que, mesmo que todos os cheques sejam pagos, ainda faltarão R$ 4.000 para a loja poder honrar seus compromissos. Caso Maria Inês não coloque mais dinheiro na loja ou então arranje garantias para fazer um empréstimo bancário, sua loja poderá falir, apesar de ter gerado lucro! Vimos que é possível que uma empresa que dê lucro, quebre. Isso porque nem sempre o lucro con- segue virar caixa. A empresa só quebra porque falta de caixa, ou seja, faltam recursos que possam ser prontamente convertidos em moeda para pagar suas contas. E quem permite à empresa enxergar se vai haver sobra ou excesso de caixa é o fluxo de caixa. Mais adiante iremos compreender este fenômeno. No decorrer deste curso, além de aprender como acompanhar e projetar o fluxo de caixa, você vai aprender a enxergar, entre outras coisas: Se a empresa gera caixa suficiente para financiar suas próprias operações; O quanto pode ser retirado de recursos da empresa – sob a forma dedividendos ou de investi- mentos – sem que esta se fragilize financeiramente; Qual a capacidade de a empresa se endividar; Se a inadimplência dos clientes está aumentando ou diminuindo; Porque a empresa gera lucro e não gera caixa; Por que, apesar de a empresa estar com prejuízo, continua sobrevivendo Modulo 1´Fluxo de Caixa 13 1.2 - SALDOS A CONTROLAR Nelson graças ao fluxo de caixa e ao planejamento financeiro, conseguiu superar a crise. Comprou um novo carro e reorganizou sua vida. De agora em diante, descontrole, nunca mais! Está tão animado com os resultados obtidos e tão maravilhado com essas duas novas ferramentas que vai usá-las na empresa em que trabalha. Nelson é gerente financeiro da Casas & Coisas, uma cadeia de lojas de materiais de construção. Ao tentar implantar na empresa o fluxo de caixa que usou com tanto sucesso em sua vida pessoal, Nelson percebeu que, na empresa, o desafio seria muito maior. No seu fluxo de caixa pessoal, ele só se preocupava em saber se as entradas tinham sido (ou seriam) maiores ou menores que as saídas. Como é economista, ele sabe que planejar é o oposto de improvisar; é procurar se antecipar aos fatos. Por isso, precisava saber se nos próximos meses ia faltar ou sobrar dinheiro, o quanto ia faltar ou sobrar, a partir de que dia e por quantos dias, para poder planejar com antecedência onde arranjar um empréstimo (no caso de faltar dinheiro) ou onde aplicar os excessos de caixa (no caso de sobrar dinheiro). Projetar e controlar os saldos de caixa não será nada fácil. A empresa de Neson trabalha com vários bancos, tem vários fundos fixos de caixa, além de um fundo de troco* em cada loja, possui vários tipos de aplicações financeiras, ou seja, o dinheiro está “espalhado” por vários lugares. Quais os saldos que deveria projetar e controlar em seu fluxo de caixa? Apenas os saldos bancários? Os cheques pré-datados também? E quais as aplicações entrariam no saldo do fluxo de caixa? *Quantia em dinheiro trocado que é dada ao caixa de uma loja para atender a suas necessidades de troco para os clientes. No final do dia, o caixa da loja deve devolver à tesouraria o fundo de troco. Como o problema de Nelson era garantir que não iria faltar dinheiro para pagar as contas da empresa, o fluxo de caixa deveria controlar apenas os recursos que pudessem ser prontamente convertidos em moe- da. O ideal agora é rever seu conceito sobre fluxo de caixa adaptando-o para a empresa. Assim, podemos dizer que: Para refrescar sua memória: Disponível é a conta do Ativo onde são contabilizados os recursos dos quais a empresa pode dispor (daí o seu nome) a qualquer momento. São recursos que são moeda (como é o caso do dinheiro em espécie que possa existir na empresa) ou que possam ser prontamente convertidos em espécie. Fluxo de caixa é o método de captura e registro dos fatos e valores que provocam alterações no saldo do Disponível e sua apresentação em re- latórios estruturados de forma a permitir sua compreensão e análise. Modulo 1´Fluxo de Caixa 14 As subcontas do Disponível são: Caixa Representa todo o dinheiro em espécie existente na empresa. De um modo geral as empresas – até por questões de segurança – não mantêm em seu poder grandes quantidades de dinheiro em espécie. No entanto, praticamente todas elas possuem um (ou mais) fundo fixo de caixa, que serve para atender a pequenas despesas que não compensam serem pagas com cheques devido à sua urgência e ao seu reduzido montante. Também são classificados nesta subconta os fundos de troco das lojas comerciais. Bancos Representando as contas correntes-bancárias de livre movimentação, ou seja, aquelas cujo saldo pode ser sacado, no todo ou em parte, a qualquer momento. Valores em Trânsito Representando cheques que tenham sido recebidos, que sejam pagáveis irrestrita e imediata- mente, mas que ainda não tenham sido depositados, remessas para filiais feitas por meio de cheques ou ordens de pagamento e remessas de filiais ou de terceiros quando conhecidas até a data de encerramento do exercício. Aplicações de liquidez imediata ou de curtíssimo prazo* Representando investimentos de curtíssimo prazo que possam ser rapidamente convertidos em uma quantidade conhecida de moeda. *Quantia em dinheiro trocado que é dada ao caixa de uma loja para atender a suas necessidades de troco para os clientes. No final do dia, o caixa da loja deve devolvera à tesouraria o fundo de troco. Com todas as informações novas que agora Nelson possui, ele mudou o relatório do fluxo de caixa mensal da Casas & Coisas. Vamos verificar como ficou: Modulo 1´Fluxo de Caixa 15 No relatório da página anterior, o “Saldo Inicial” é o saldo da conta “Disponível” no início do mês, e o “Saldo Final” é o saldo da conta “Disponível” no final do mês. O conceito de que o fluxo de caixa representa as variações do saldo do Disponível pode parecer óbvio a primeira vista, mas não é. Existe uma série de situações nas quais, se este conceito não tiver muito claro para o responsável pelo acompanhamento e projeção do fluxo de caixa, ele pode se enganar. Quer ver alguns exemplos? Obs: Se você não está entendendo o significado de algumas contas, não se preocupe, você terá estas explicações detalhadas no próximo módulo quando falarmos sobre como se prepara um bom plano de contas de Tesouraria. Exemplo Suponha que você seja o responsável pelo acompanhamento do fluxo de caixa realizado de sua empresa e que o único recurso existente no Disponível sejam R$ 10.000 depositados em uma conta-corrente de livre movimentação. Imagine que você decidiu criar um fundo fixo de caixa de R$ 1.000 para pequenas despesas do escritório. Você, então, saca este valor da conta-corrente da empresa. Pergunta-se: ao final desta operação, o saldo do fluxo de caixa da empresa será R$ 10.000 ou R$ 9.000? Você deve ou não deve lançar uma saída de R$ 1.000 no fluxo de caixa da sua em- presa? São contas correntes bancárias cujo saldo pode ser sacado, no todo ou em parte, a qualquer momento. O saldo não será modificado, pois os R$ 1.000 sacados ainda continuam no Disponível. Não deve haver lançamentos porque o saldo do Disponível não variou. O dinheiro saiu de uma subconta do Disponível (Bancos) para outra subconta do Disponível (Caixa). É como se você tivesse R$ 10 no bolso direito da calça e decidisse passar R$ 1 para o bolso esquerdo. Você continuaria com R$ 10! Agora, vamos imaginar uma situação um pouco mais complicada: Exemplo Eduardo é tesoureiro da Farma & Cia. Hoje, a Farma & Cia recebeu fornecimento de 1.000 me- dicamentos. Eduardo deve pagar a esse fornecedor, R$ 10.000. Porém, este explica que não trabalha com cobrança bancária e prefere receber seu pagamento em cheque. Assim, no dia do vencimento do título, o fornecedor manda a Farma & Cia um representante de- Modulo 1´Fluxo de Caixa 16 vidamente autorizado que recebe o cheque e dá quitação* na fatura *Quitação é o mesmo que dar um recibo, ou seja, atestar que recebeu o pagamento de uma dívida. No dia seguinte à liquidação do compromisso, toda a documentação é enviada para Contabilida- de e esta procede a classificação e dá entrada no sistema contábil**. **Sistema informatizado que processa a contabilidade da empresa. O único problema é que o fornecedor não depositou o cheque recebido. O único problema é que o fornecedor não depositou o cheque recebido. E agora que Eduardo emitiu o cheque, ele deve dar saída deste dinheiro no fluxo de caixa ou deve esperar que o cheque seja depositado e compensado para, só então, fazer os lançamentos devidos? Eduardo deve dar saída imediatamente no fluxo de caixa. Isso porque o saldo do Disponível já variou! Eduardo refletiusobre tudo isso que vimos e chegou à conclusão de que o fluxo de caixa acompanha as variações do saldo do Disponível... Por isso, é importantíssimo que estes dois saldos sejam conciliados diariamente. Assim teremos uma garantia de que não estaremos cometendo erros relativamente comuns e que podem distorcer o resultado do fluxo de caixa. Veja os erros aos quais nos referimos: Omissão de lançamentos Esta omissão ocorre todas as vezes que o banco faz lançamentos na conta-corrente da empresa que não são capturados pela pessoa responsável pelo acompanhamento do fluxo de caixa. Uma conta-corrente pode ser muito dinâmica, inclui lançamentos automáticos a crédito ou a dé- bito que levam um certo tempo para serem comunicados ao cliente. Por isso, é preciso consultar diariamente o extrato da conta-corrente e registrar no fluxo de caixa os lançamentos automáticos feitos pelo banco de forma a conciliar o saldo bancário com o saldo constante nos registros da empresa. Os saldos das aplicações financeiras de liquidez imediata têm que ser conciliados dia- riamente também e as variações diárias do valor da cota têm que ser lançados como entradas ou saídas do fluxo de caixa. Lançamentos em duplicidade Estes casos são mais raros, mas podem ocorrer. Um exemplo de lançamento que corre o risco de ser feito em duplicidade é a CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Trans- missão de Valores e de crédito de natureza financeira. Este imposto é apurado semanalmente toda quarta-feira e é debitado na sexta-feira. Às quartas-feiras o banco faz um lançamento da “previsão de CPMF”. Às sextas, este lançamento é confirmado. Pode acontecer de o encarregado pelo acompanha- Modulo 1´Fluxo de Caixa 17 mento do fluxo de caixa fazer um lançamento na quarta-feira e outro, em duplicidade, na sexta- feira, distorcendo o saldo final do fluxo. A conciliação diária denunciaria este erro e permitiria sua correção em tempo hábil. Erros de digitação Muito comuns. Sem a conciliação podem passar despercebidos e tornar sua identificação muito trabalhosa no futuro. Nelson decidiu começar a conciliação do saldo do Disponível com o saldo do fluxo de caixa. Para isso, pegou o extrato da conta-corrente fornecido pelo banco A e comparou com seus controles internos. Ele sabe que às vezes o banco se engana e faz lançamentos indevidos em sua conta. No entanto, é muito mais comum o cliente se enganar do que o banco. Por isso, usou como ponto de partida da conciliação bancária o saldo constante do extrato bancário. A partir deste saldo, fez as seguintes contas: Você também pode conciliar o saldo de suas contas bancárias apresentado no extrato do banco com o saldo que consta em seus controles (como por exemplo, o canhoto de seu talão de cheque). A conciliação bancária pode até ser trabalhosa, mas não é complicada, não é mesmo? Exemplo Existe uma empresa que trabalha apenas com um banco que informa um saldo de R$ 20.000,00. O problema é que o saldo bancário que consta nos controles da empresa é de R$ 27.010,00. Como explicar esta diferença? Primeiramente deve-se comparar com os lançamentos que constam no extrato do banco com os lançamentos que constam em nossos controles internos. A cada passo, é importante marcar os lançamentos que já foram conciliados, ou seja, que já foram esclarecidos, e, ao mesmo tempo, preencher a planilha de conciliação. Modulo 1´Fluxo de Caixa 18 Quando, ao preenchermos a planilha de reconciliação, chegamos exatamente ao saldo que consta em nossos controles, isso significa que tanto os lançamentos feitos pelo banco quanto os lançamentos que fizemos estão corretos. Quando não chegamos ao saldo que consta em nossos controles, isso quer dizer que ou o banco enganou-se e fez lançamentos indevidos ou nos enganamos e fizemos lançamentos er- rados. Você reparou que, neste caso, não havia erros de lançamento por parte do banco? A diferença entre o saldo do banco e o saldo que constava dos nossos controles era divido a que: Foi considerado um saldo de R$ 15.000,00 de depósitos que ainda não haviam sido liberados pelo banco. Houve o lançamento do depósito de um cheque recebido de um cliente e que foi devolvido por insuficiência de fundos. Após a conciliação, temos que corrigir os lançamentos que eventualmente tenham sido feitos indevida- mente em nossos controles ou pelo banco. Em nosso exemplo, teríamos que: Identificar e lançar o depósito feito em outra agência. Lançar a despesa de R$ 10,00 referente aos DOC’s emitidos. Estornar* o valor do cheque que foi devolvido. Os cheques emitidos e não compensados não têm problema. O lançamento foi correto e o banco ainda não os debitou porque os cheques ain- da não foram apresentados. Então, a empresa e o banco estão certos e não há lançamentos de correção a serem feitos. *Estornar um lançamento significa reverter um lançamento de forma que anule os seus efeitos. Considerar como saldo do fluxo de caixa os depósitos feitos e não liberados, caso constem no extrato. Isso porque são considerados “valores em trânsito” e, portanto, fazem parte do Disponí- vel. Porém, caso estes depósitos não constem no extrato, é necessário verificar se por acaso o Vamos supor que, ao final do processo de conciliação, a planilha tenha ficado assim: Modulo 1´Fluxo de Caixa 19 depósito não foi feito por engano em uma conta-corrente que não é a de sua empresa. Ao final do processo que vimos na tela anterior, chegamos à conclusão que, para atingir o saldo concilia- do do banco, é necessário lançar nos controles o valor de R$ 5.000,00 relativos ao depósito feito em outra agência, o valor de R$ 2.000,00 referente ao cheque devolvido e os R$ 10,00 referentes à tarifa de DOC. Estes foram os únicos lançamentos que não haviam sido capturados pelos controles internos. Assim, o saldo bancário conciliado é igual a R$ 27.010,00 + R$ 5.000,00 – R$ 2.000,00 – R$ 10,00 = 30.000,00. Então, o que é preciso fazer para determinar o saldo do fluxo de caixa? Para determinar o saldo do fluxo de caixa, temos que somar o saldo conciliado da conta-corrente ban- cária mais o valor dos fundos fixos de caixa mais o saldo das aplicações de curtíssimo prazo e mais even- tuais valores em trânsito como os cheques em nosso poder que podem ser descontados (ou seja, que não são cheques pré-datados), mas que ainda não tenham sido depositados. Agora você já sabe como controlar o saldo do fluxo de caixa, mas ainda não dá para começar a controlar um fluxo de caixa... Você já pode começar a conciliar suas contas-correntes bancárias. Isso lhe será ex- tremamente útil quando começarmos a acompanhar o fluxo de caixa realizado. No próximo módulo, você aprenderá a fazer o controle do fluxo de caixa pelo método direto. Modulo 1´Fluxo de Caixa 20 RESUMO 1. Fluxo de caixa é o método de captura e registro dos fatos e valores que provocam alterações no saldo do Disponível e sua apresentação em relatórios estruturados permitindo sua compreen- são e análise. 2. Disponível é a conta do Ativo em que são contabilizados os recursos dos quais a empresa pode dispor (daí o seu nome) a qualquer momento. São recursos que são moeda (como é o caso do dinheiro em espécie que possa existir na empresa) ou que possam ser prontamente convertidos em espécie. As subcontas do disponível são: Caixa; Bancos; Valores em Trânsito e Aplicações de Liquidez imediata. 3. Plano de contas de tesouraria é a estrutura em vários níveis que permite decompor as entradas e as saídas em contas e subcontas de forma que facilite a análise e a compreensão do fluxo de caixa. 4. Fluxo de caixa realizado é o produto final da integração das entradas e das saídas ocorridas em um determinado período. 5. Planejamento financeiroé o conjunto de decisões que podem envolver operações financeiras (por exemplo: empréstimos, aplicações financeiras ou resgates de aplicações financeiras) e que são tomadas com o objetivo de atingir uma determinada meta. Quanto melhor o planejamento financeiro, melhores serão os resultados obtidos. 6. As empresas que já possuem uma contabilidade com balanços patrimoniais e demonstrativos de resultados precisam de um fluxo de caixa por dois motivos: A Contabilidade sempre conta uma história que já aconteceu, ou seja, só olha para trás. A Con- tabilidade não tem facilidade de olhar para o futuro, e quando o faz (como acontece por ocasião do orçamento) não o faz projetando os resultados dia a dia. Ora, o fato de a Contabilidade não projetar resultados dia a dia faz com que ela seja um instrumento absolutamente inadequado ao planejamento financeiro. Já o fluxo de caixa tanto olha para trás como olha para frente. Quando olha para trás, comparando as contas recebidas com as contas pagas, temos o fluxo de caixa re- alizado. Quando olha para frente, comparando as contas a receber com as contas a pagar, temos o fluxo de caixa projetado. E, veja bem, projetado dia a dia, o que permite ao administrador tomar, com a devida antecedência, as medidas que se façam necessárias para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos. O que quebra uma empresa não é a falta de lucro, mas a falta de caixa. 7. Orçamento é a projeção mês a mês, ao longo do próximo ano, do demonstrativo de resultados do exercício, do fluxo de caixa e do balanço patrimonial. O orçamento serve para a empresa pla- nejar o seu futuro. 8. O fluxo de caixa projetado permite ao administrador verificar o quanto, quando e por quantos dias sobrará ou faltará de dinheiro para liquidar os seus compromissos, para que possa tomar, Modulo 1´Fluxo de Caixa 21 com a devida antecedência, as medidas que se façam necessárias para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos. 9. É possível uma empresa quebrar dando lucro. Isso porque nem sempre o lucro consegue virar caixa. A empresa só quebra porque há falta de caixa, ou seja, faltam recursos que possam ser prontamente convertidos em moeda para pagar suas contas. Quem permite à empresa enxergar se vai haver sobra ou excesso de caixa é o fluxo de caixa. 10. Fundo de troco é a quantia em dinheiro trocado que é dada ao caixa de uma loja para atender a suas necessidades de troco para os clientes. No final do dia, o caixa da loja deve devolver à tesouraria o fundo de troco. 11. Quitação é o mesmo que dar um recibo, ou seja, atestar que recebeu o pagamento de uma dívida. 12. Sistema contábil é o sistema informatizado que processa a contabilidade da empresa. 13. Os erros relativamente comuns que podem distorcer o resultado do fluxo de caixa são: Omis- são de lançamentos; Lançamentos em duplicidade e Erros de digitação. 14. Para conciliar o saldo de contas bancárias da conta- corrente apresentado no extrato do banco com o saldo que consta em seus controles (como por exemplo, o canhoto de seu talão de cheque) é interessante preencher a planilha de conciliação. 15. Estornar um lançamento significa reverter o lançamento anulando os seus efeitos. Modulo 2´Fluxo de Caixa 22 MÓDULO 2 O FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO Neste módulo você aprenderá a monitorar o fluxo de caixa realizado pelo método direto. Iniciaremos falando da importância de se possuir um plano de contas do fluxo de caixa (também chamado de plano de contas da Tesouraria) bem estruturado e ensinaremos como fazê-lo. Em seguida, falaremos sobre alguns controles paralelos que devem ser feitos para facilitar o acompanhamento do fluxo de caixa realizado e faremos algumas recomendações úteis no momento de fazer os lançamentos de entrada e de saída. Finalmente, apresentaremos os principais relatórios e gráficos utilizados no acompanha- mento do fluxo de caixa realizado obtido pelo método direto. 2.1 - O plano de contas da tesouraria 2.2 - Quadros Auxiliares Modulo 2´Fluxo de Caixa 23 2.1 - O PLANO DE CONTAS DA TESOURARIA No módulo anterior, vimos que Nelson conseguiu implantar na empresa Casas & Coisas a conciliação diária dos saldos bancários. Agora, para começar a acompanhar diariamente o fluxo de caixa realizado, ele precisa montar um bom plano de contas da tesouraria*. Vimos também que o plano de contas decompõe as entradas e as saídas em contas e subcontas para que se possa compreender melhor porque o saldo de caixa está aumentando ou diminuindo. O plano de contas é a base do fluxo de caixa obtido pelo método direto. Nos próximos módulos veremos que esta não é a única maneira de se apresentar o fluxo de caixa. Exis- te também o chamado fluxo de caixa obtido pelo método indireto. No entanto, ainda é cedo para falarmos disso. *Referimo-nos ao plano de contas do fluxo de caixa como “plano de contas da tesouraria” para não confundir com o plano de contas que o contador utiliza na Contabilidade para apresentar o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultados. Relatório do fluxo de caixa obtido pelo método direto. O sucesso no acompanhamento, interpretação e projeção do fluxo de caixa depende da maneira como o plano de contas da tesouraria é estruturado. Nelson agora sabe quais objetivos deverá alcançar montando um plano de contas. Veja quais idéias estão pairando na cabeça dele Primeiro plano “Meu plano de contas deve permitir que eu compare o comportamento de uma conta em dois mo- mentos distintos de forma a verificar se esta conta está apresentando algum tipo de descontrole. Se, por exemplo, a empresa desembolsar mensalmente cerca de R$ 100.000 com o pagamento MÓDULO 2 O FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO Modulo 2´Fluxo de Caixa 24 da folha e em um determinado mês pagar R$ 150.000, ele me indicará que aconteceu alguma coisa fora dos padrões. Por exemplo, pode ser que tenha havido muitas horas extras. Neste caso, não precisarei esperar a divulgação dos relatórios contábeis para tomar providências e corrigir as distorções”. Segundo Plano “Baseado no comportamento de uma conta no passado, poderei projetar seu valor no futuro. Caso a empresa venha desembolsando cerca de R$ 10.000 com as contas de telefone, não precisarei esperar a chegada da conta de telefone para projetar esta despesa para o mês que vem. Sei que existem várias contas cujos comportamentos no passado nos fornecem indicações de seus comportamentos no futuro como a folha de pagamento, o aluguel e condomínio, o IPTU, as despesas de manutenção preventiva, de seguros de uma forma geral, dos serviços públicos (água e esgoto, luz e energia elétrica) e outras. A projeção destas despesas ficará muito facilitada se eu conseguir acompanhar seu comportamento pelo fluxo de caixa realizado. Por outro lado, sei que, infelizmente, existem contas cujos comportamentos no passado não informam muito sobre como irão se comportar no futuro. Entre estas contas estão os pagamentos aos fornecedores de materiais de revenda e os pagamentos de despesas de manutenção corretiva, por exemplo. Nestes casos, o fluxo de caixa dos meses anteriores pode não ser a melhor fonte de informações na hora de projetar estes gastos para os próximos meses”. Exemplo Imagine que o Nelson esteja no final de abril preparando a projeção de despesas para maio. Veja abaixo a evolução de algumas destas despesas nos últimos quatro meses: Modulo 2´Fluxo de Caixa 25 Repare que é mais fácil projetar as despesas aluguel de equipamentos, seguros e assinaturas de peri- ódicos do que as despesas com rescisões de contratos de trabalho, materiais de loja ou publicidade. Quando se trata de estruturar os planos de contas da contabilidade, a liberdade de o contador criar contase ordená-las é limitada pela legislação. O contador não pode decidir, por exemplo, quais as receitas ou as despesas irão compor o resultado operacional da empresa, pois o Regulamento do Imposto de Renda* já define isto. Pelo mesmo motivo, também não pode decidir em que ordem as contas devem ser apresentadas no Balanço Patrimonial. No caso do fluxo de caixa obtido pelo método direto é diferente. Como a legislação não atinge esta atividade, Nelson, por exemplo, poderá criar as contas que quiser e dispô-las como lhe parecer melhor. Por este motivo, o plano de contas da tesouraria pode ser muito mais simples do que o plano de contas da contabilidade. *É o conjunto de instrumentos legais (leis, decretos, instruções normativas, comunicados, etc.) que regulam o im- posto de renda das pessoas físicas e jurídicas. O plano de contas da tesouraria plano de contas da tesouraria pode ter apenas dois níveis. Nível 1 O relatório do fluxo de caixa deste exemplo está no primeiro nível porque só mostra as contas. No en- tanto, cada uma das contas pode ser decomposta em tantas subcontas quanto for necessário. Vimos no módulo anterior que, quando o relatório do fluxo de caixa mostra as contas e as subcontas, dizemos que ele está no segundo nível. Modulo 2´Fluxo de Caixa 26 Nível 2 Só para relembrar, o mesmo relatório tirado no segundo nível ficaria assim: Modulo 2´Fluxo de Caixa 27 Um bom plano de contas deve possuir as seguintes contas de entradas: Recebido de Clientes Registra os valores efetivamente recebidos de clientes pela venda de bens produzidos ou de serviços prestados pela empresa. Outras Entradas Operacionais Registra os dividendos recebidos de coligadas e controladas* e os juros recebidos referentes a aplicações financeiras. *São empresas ou cotas que a empresas possui mais de 50% das ações com direito a voto de outra empre- sa, esta é chamada de controlada. Quando a empresa possui mais de 10% das ações de outras empresas e não as controla, esta é chamada de coligada, Quando a empresa possui menos de 10% das ações de uma empresa e não as controla, esta é chamada de não controlada. Entradas Patrimoniais Registra os aportes de capital* em dinheiro recebido de acionistas, e as vendas de participações acionárias e de imobilizado. *Aporte de Capital é o dinheiro pelos acionistas da empresa para aumento de capital. Entradas Financeiras Registra os resgates de aplicações financeiras, o valor do principal dos empréstimos obtidos e o valor líquido das duplicatas descontadas. Resgate é o ato de transformar um investimento financeiro em moeda. Exemplo: quando um cliente solicita ao gerente do banco que venda contas de um fundo de investimento e deposite o dinheiro em sua conta-corrente, dizemos que este cliente resgatou (ou seja, vendeu) cotas daquele fundo. Entradas Diversas Registra as entradas que não tenham sido registradas nas contas acima tais como reembolsos diversos, devoluções em dinheiro, prêmios de seguros, ressarcimentos e indenizações recebidas, etc.Estas contas de entrada deverão ser decompostas em tantas subcontas quantas julgadas necessárias pela Tesouraria. As saídas podem ser decompostas em: Saídas Administrativas Modulo 2´Fluxo de Caixa 28 Referentes a aluguéis, despesas de condomínio, material de escritório, material de limpeza etc. Saídas Comerciais Referentes a comissões de vendas, royalties*, publicidade e propaganda etc. *Pagamento feito a alguém que detém um direito pelo uso daquele direito. Exemplo: se uma empresa pos- suir a patente de um produto, quem quiser comercializar aquele produto tem que pagar royalty. Saídas Industriais Referentes a todos os custos de fabricação exceto os que estiverem discriminados em outras contas deste plano de contas. Fornecedores Referentes a pagamentos feitos a fornecedores nacionais e estrangeiros. Folha e Encargos Referentes a salários, encargos (INSS e FGTS), rescisões, indenizações e benefícios concedidos aos empregados, espontaneamente ou por força de lei, tais como seguros de vida, seguro saúde, vale transporte, ticket refeição etc. Serviços de Terceiros Referentes a serviços corporativos, assim entendidos como aqueles serviços que beneficiam a empresa como um todo e que, portanto não tenham sido classificados em nenhuma outra conta, tais como, consultorias empresariais, manutenção predial, assessoria jurídica etc. Impostos e Taxas Referentes a impostos e taxas tais como IPI, ICMS, PIS, Cofins, IRPJ, CSSL, etc. Saídas Financeiras Os juros pagos referentes a operações financeiras, as amortizações de empréstimos e financia- mentos; Saídas Patrimoniais Referentes aos dividendos pagos as prestações de operações de Leasing financeiro* e às aqui- sições de participações acionárias e de imobilizado. *Também chamado de “arrendamento mercantil”. Contrato pelo qual a pessoa que arrenda paga durante um determinado período uma prestação pelo uso de um bem. Ao final do período, a pessoa que arrenda tem a opção de adquirir o bem arrendado por um valor residual estipulado no contrato ou devolver o bem arrendado à pessoa que o arrendou. Modulo 2´Fluxo de Caixa 29 Saídas Diversas Saídas não classificáveis nas contas acima tais como reembolsos, devoluções e outros. Nelson já pode dividir as contas em quantas subcontas julgar necessário. Ele está concentrado na ela- boração do plano de contas da tesouraria que deve obedecer, antes de tudo, ao bom senso. No entanto, ele deve tomar alguns cuidados, veja quais são: O plano de contas da tesouraria não deve ser muito sucinto. É difícil analisar um plano de con- tas com poucas contas. Imagine um plano de contas que tivesse uma conta chamada “Despesas de Pessoal” e essa conta englobasse todas as despesas de pessoal tais como salários, férias, 13º salário, rescisões, seguro-saúde, vale-transporte, encargos trabalhistas, etc. Suponha que Nelson projetasse as despesas com folha e encargos em R$ 100.000 por mês e que no final do mês verificasse que estas despesas demonstraram R$ 150.000. Como saber onde foi que ele errou? Com um plano de contas muito sucinto não dá pra saber rapidamente onde está o erro. Neste caso, o trabalho dele seria muito simplificado se ele tivesse decomposto esta conta em subcontas conforme o exemplo abaixo: O plano de contas não deve ser muito detalhado, ou seja, muito longo. Já pensou como seria difícil analisar um relatório com muitas páginas? Por isso, não precisa criar uma conta para tipo de saída. Basta criar contas para as despesas mais importantes. Aquelas despesas de pequeno valor ou aquelas que só acontecem de vez em quando como, por exemplo, a festa de Natal dos funcionários da empresa, devem ser lançadas em uma subconta chamada “Diversos”. Deve-se dar atenção especial à conta “Recebido de Clientes”. Ao dividir esta conta em sub- contas, devemos fazê-lo de forma a facilitar a elaboração do fluxo de caixa projetado. Por isso, sugerimos que as entradas sejam subdivididas em função do grau de certeza quanto ao seu recebimento. Decompondo a conta “Recebido de Clientes” em subcontas A empresa Casas & Coisas efetua vendas nas seguintes condições: Vendas de balcão pagas com cheque ou dinheiro Vendas de balcão pagas com cheques pré-datados Vendas de balcão pagas com cartão de crédito Modulo 2´Fluxo de Caixa 30 Vendas faturadas para muitos pequenos clientes Vendas faturadas para grandes clientes Veja o que Nelson deve fazer para decompor estas contas em subcontas: Analisando as diversas formas como os clientes pagam suas compras, vejo que estas produzem entra- das com diferentes graus de certeza. As entradas provenientes de vendas pagas com cartão de crédito são muito maisprevisíveis do que as entradas provenientes de vendas de balcão pagas com cheques pré-datados. Isto porque nas vendas pagas com cartão, é a administradora do cartão de crédito quem corre o risco da inadimplência. Já no caso de compras pagas com cheques pré-datados, quem corre o risco da inadimplência* ou do calote é a cadeia de lojas. *Inadimplência é o não pagamento de uma conta. Dizemos que um “cliente está inadimplente” quando ele está atrasado em relação ao pagamento de uma conta. Quando dizemos que “a administradora do cartão de crédito corre o risco da inadimplência”, significa que mesmo que o cliente não pague, a administradora paga. Veja se há alguma solução para estes problemas de Nelson. Para que a projeção de entradas seja facilitada e fique mais precisa, sugerimos que a conta “Recebido de clientes” seja decomposta nas seguintes subcontas: Caso a empresa Casas & Coisas possuísse vendas concentradas, ou seja, vendesse muito para poucos clientes, estes clientes deveriam ser classificados de acordo com a pontualidade com que liquidam seus compromissos. Assim, os clientes que pagassem seus compromissos sem atrasos seriam classificados como “Clientes classe A”. Aqueles que atrasassem seus pagamentos, mas cumprissem com a programa- ção de pagamento seriam classificados como “Clientes classe B”. Finalmente, aqueles que atrasassem seus pagamentos e não conseguissem cumprir com as programações de pagamentos acordadas seriam classificados como “Clientes classe C”. Baseado nas recomendações anteriores, Nelson preparou o seguinte plano de contas da Tesouraria para a empresa Casas & Coisas: Modulo 2´Fluxo de Caixa 31 Modulo 2´Fluxo de Caixa 32 O plano de contas do Nelson é apenas um exemplo. Este plano de contas pode variar de empresa para empresa. Modulo 2´Fluxo de Caixa 33 2.2 QUADROS AUXILIARES Depois que Nelson preparou o plano de contas da Tesouraria e determinou o saldo inicial do fluxo de caixa, começou a fazer diariamente os lançamentos de entrada e de saída. Logo, porém, percebeu que al- guns lançamentos ficariam mais claros se pudessem ser controlados a parte em quadros, que ele chamou de “quadros auxiliares” porque o auxiliavam a entender melhor estas operações. O desconto de títulos é uma opção adequada. Se você já trabalha no Departamento Financeiro, então já sabe o que é um desconto. Se não, saiba que o desconto de títulos é um empréstimo que o banco faz e que é garantido por duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartões de crédito ou Notas Promissórias. Avance e veja na próxima tela um exemplo um desconto de duplicatas. Quadros Auxiliares Veja como a planilha abaixo facilitaria os lançamentos desta operação de desconto de duplicatas. *No dia 12/05/04 a empresa Casas & Coisas descontou 5 duplicatas no valor total de R$ 18.940,26 e recebeu, líquido R$ 18.586,67. **Caso não houvesse uma planilha desta operação, daria para saber apenas qual o valor total das duplicatas des- contadas e o valor total do líquido recebido. Porem, não teríamos como separar, classificar e lançar na planilha do fluxo de caixa o quanto foi pago de juros, IOF e tarifas. Nelson percebeu que é importante também controlar em quadros auxiliares as aplicações financeiras porque os juros diários, quando puderem ser sacados no curtíssimo prazo, fazem parte do Disponível e devem, portanto, ser lançados diariamente. Os impostos que incidem sobre os ganhos com aplicações financeiras só devem ser lançados no mo- mento em que forem debitados pelo banco. Veja o quadro auxiliar de controle das aplicações financeiras. ** * ** * ** Modulo 2´Fluxo de Caixa 34 É muito importante controlar a posição de todos as duplicatas, cheque pré-datado e cartões de crédito em aberto. A melhor maneira de fazer isto é por meio de um bom sistema informatizado de controle das contas a receber. Lembre-se que, qualquer título pago por um cliente, seja uma duplicata, uma fatura de cartão ou um cheque pré-datado, mesmo que tenham sido descontados, representa uma entrada de caixa e deve ser lançado no fluxo de caixa. A entrada de dados Agora que Nelson preparou o plano de contas da Tesouraria, já determinou o saldo inicial e montou os quadros auxiliares com os quais vai controlar as operações, as aplicações financeiras e a posição dos recebíeis, vai começar a fazer os lançamentos na planilha de controle do fluxo de caixa. Antes que Nelson comece a fazer lançamentos na planilha de controle do fluxo de caixa realizado, te- mos alguns conselhos para dar-lhe que, certamente, lhe serão muito úteis para que tenha sucesso nessa tarefa. Lance diariamente as entradas e as saídas do dia anterior. Não deixe acumular o movimento de vários dias para depois lançar tudo de uma vez. Lançando diariamente o movimento do dia anterior, as chances de erro diminuem muito. Consulte diariamente os extratos de suas contas-correntes bancárias. Isto é importante porque o banco pode estar fazendo créditos ou débitos avisados* que, por representarem entradas e saídas de caixa, têm que ser lançados na planilha de fluxo de caixa. Se você não consultar os extratos das contas-correntes, como é que vai saber quais os lançamentos que foram feitos pelo banco? *Débitos avisados são lançamentos que são feitos pelo banco na conta-corrente do cliente. Os débitos avisados são despesas que o banco cobra sacando diretamente da conta-corrente do cliente. Exemplos de débitos avisados são os juros pela utilização da conta garantida, tarifas por serviços prestados, estornos de lançamentos feitos por engano, etc. Já os créditos avisados são depósitos feitos pelo banco na conta-corrente do cliente. Podem referir-se a depósitos feitos por clientes da empresa, juros de aplicações, resgates de aplicações financeiras, estorno de débitos feitos indevidamente etc. Modulo 2´Fluxo de Caixa 35 Reconcilie diariamente o saldo do fluxo de caixa com os saldos das contas-correntes mais os saldos das aplicações financeiras e mais os saldos dos fundos fixos de caixa (dinheiro vivo). Somente faça pagamentos em dinheiro pelo fundo fixo de caixa. Todo o recebimento em dinhei- ro deve ser integralmente depositado no banco. Algumas empresas (lojas, principalmente) que recebem pagamentos em cheques ou dinheiro, usam uma parte destes recursos para fazer pa- gamentos. Este procedimento, além de facilitar a ocorrência de erros e fraudes (não se esqueça que pagamentos feitos em dinheiro não são conferidos pelo setor de contas a pagar) prejudica o controle do fluxo de caixa. Basta que quem fez o pagamento não informe o que foi pago e o quanto foi pago para que o fluxo de caixa fique “furado”. O Fluxo de Caixa Realizado Duas principais questões devem ser respondidas por qualquer sistema de acompanhamento e projeção do fluxo de caixa: 1. Como se comportou o fluxo de caixa no período que passou? 2. Como vai ser comportar o fluxo de caixa no(s) próximo(s) período(s)? O relatório do “Fluxo de Caixa Realizado” responde à primeira destas questões. Este controle fornece a posição do saldo inicial, das entradas, das saídas e o saldo final do período (geralmente o mês), relacio- nando as contas, subcontas, clientes e fornecedores. O relatório do fluxo de caixa realizado é um relatório como este: O exemplo acima representa o fluxo de caixa de uma empresa industrial ao longo de um período não especificado e só está apresenta as contas. No entanto, poderia apresentar as subcontas também. Neste caso, o relatório ficaria com o seguinte aspecto: Modulo 2´Fluxo de Caixa 36 Modulo 2´Fluxo de Caixa 37 Poderíamos ainda mostrar o fluxo de caixa dia a dia ao longo de um período, conforme o quadro abai- xo. O Fluxo de Caixa Projetado O fluxo de caixaprojetado informa como comportará o fluxo de caixa da empresa em um período futuro definido pelo usuário, apresentando sua evolução dia a dia. Comparando o fluxo de caixa projetado com o realizado, podemos verificar dados importantes, como: Quais os recebimentos previstos que não entraram? Quais os recebimentos não previstos que entraram? Quais os pagamentos previstos que não foram realizados? Quais os pagamentos não previstos que foram realizados? O relatório do fluxo de caixa projetado apresenta o mesmo formato do relatório do fluxo de caixa reali- zado, conforme o quadro abaixo: Modulo 2´Fluxo de Caixa 38 Comparação entre fluxo de caixa projetado e o fluxo de caixa realizado É importante comparar o fluxo de caixa realizado com que havia sido projetado de forma a analisar os desvios ocorridos e propor correções caso seja necessário. Este relatório pode ter o seguinte formato: Modulo 2´Fluxo de Caixa 39 Gráfico do Fluxo de Caixa Uma das grandes vantagens do fluxo de caixa é a sua representação em um gráfico. No módulo 4, quando falarmos do fluxo de caixa projetado veremos que é muito mais fácil fazer o pla- nejamento financeiro baseado no gráfico do fluxo de caixa do que na planilha do fluxo de caixa. Isto porque o gráfico do fluxo de caixa nos permite uma melhor visualização de quando vai faltar ou sobrar dinheiro, por quantos dias e em que montantes de forma a podermos planejar com antecedência os empréstimos ou as aplicações que poderão ser feitas. Além disto, veremos também que o gráfico do fluxo de caixa possui relações que nos dão importantes informações a respeito do processo de formação de caixa da empresa. O gráfico mais comum é o que mostra a evolução dos saldos de caixa ao longo de um período. Se o período for o mês, o gráfico exibirá a evolução diária do saldo. Se o período for o ano, o gráfico exibirá a evolução mensal do saldo. Modulo 2´Fluxo de Caixa 40 RESUMO 1. Para acompanhar diariamente o fluxo de caixa realizado é preciso montar um bom plano de contas da tesouraria que é a base do fluxo de caixa obtido pelo método direto. É uma maneira de decompor as entradas e as saídas em contas e subcontas para que possa compreender melhor porque o saldo de caixa está aumentando ou diminuindo. 2. O plano de contas do fluxo de caixa é chamado “plano de contas da tesouraria” para não con- fundir com o plano de contas que o contador utiliza na Contabilidade para apresentar o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultados. O sucesso no acompanhamento, interpretação e projeção do fluxo de caixa depende da maneira como o plano de contas da tesouraria é estrutu- rado. 3. Um plano de contas deve alcançar os seguintes objetivos: - Permitir comparar o comportamento de uma conta em dois momentos distintos de forma a veri- ficar se esta conta está apresentando algum tipo de descontrole. - Projetar o valor de uma conta no futuro, baseado no comportamento desta no passado. Caso a empresa desembolse R$ 10.000 com as contas de telefone, não é preciso esperar a chegada da conta de telefone para projetar esta despesa para o mês que vem. 4. Quando se trata de estruturar os planos de contas da contabilidade, a liberdade de o contador criar contas e ordená-las é limitada pela legislação. O contador não pode decidir, por exemplo, quais as receitas ou as despesas irão compor o resultado operacional da empresa, pois o Re- gulamento do Imposto de Renda (Conjunto de instrumentos legais (leis, decretos, instruções normativas, comunicados, etc.) que regulam o imposto de renda das pessoas físicas e jurídicas) já define isto. Pelo mesmo motivo, também não pode decidir em que ordem as contas devem ser apresentadas no Balanço Patrimonial. No caso do fluxo de caixa obtido pelo método direto é diferente. Como a legislação não atinge esta atividade, pode-se criar as contas que quiser e dispô-las como lhe parecer melhor. Por este motivo, o plano de contas da tesouraria pode ser muito mais simples do que o plano de contas da contabilidade. 5. Um bom plano de contas deve possuir as seguintes contas de entrada: Recebido de Clientes Outras Entradas Operacionais Entradas Patrimoniais. Entradas Financeiras Entradas Diversas Estas contas de entrada deverão ser decompostas em tantas subcontas quantas julgadas neces- sárias pela Tesouraria. As saídas podem ser decompostas em: Saídas Administrativas Modulo 2´Fluxo de Caixa 41 Saídas Comerciais Saídas Industriais Fornecedores Folha e Encargos Serviços de Terceiros Impostos e Taxas Saídas Financeiras Saídas Patrimoniais Saídas Diversas Pode-se dividir as contas em quantas subcontas se julgar necessário. Porém, a elaboração do plano de contas da tesouraria deve obedecer, antes de tudo, ao bom senso. 6. Controlar em quadros as explicações financeiras é útil porque os juros diários, quando pude- rem ser sacados no curtíssimo prazo, fazem parte do Disponível e devem, portanto, ser lançado diariamente. Os impostos que incidem sobre os ganhos com aplicações financeiras, só devem ser lançados no momento em que forem debitados pelo banco. 7. É muito importante controlar a posição de todos as duplicatas, cheques pré-datados e cartões de credito em aberto. A melhor maneira de fazer isto é por meio de um bom sistema informatizado de controle das contas a receber. Qualquer título pago por um cliente, seja uma duplicata, uma fatura de cartão ou um cheque pré-datado, mesmo que tenham sido descontados, representa uma entrada de caixa e deve ser lançado no fluxo de caixa. 8. Alguns conselhos úteis no momento de se fazer os lançamentos na planilha de acompanha- mento do fluxo de caixa realizado: - Lance diariamente as entradas e as saídas do dia anterior. Não deixe acumular o movimento de vários dias para depois lançar tudo de uma vez. Lançando diariamente o movimento do dia anterior, as chances de erro diminuem muito. - Consulte diariamente os extratos de suas contas correntes bancárias. Isto é importante porque o banco pode estar fazendo créditos ou débitos avisados que, por representarem entradas e saídas de caixa, têm que ser lançados na planilha de fluxo de caixa. Se você não consultar os extratos das contas correntes, como é que vai saber quais os lançamentos que foram feitos pelo banco? - Reconcilie diariamente o saldo do fluxo de caixa com os saldos das contas-correntes mais os saldos das aplicações financeiras e mais os saldos dos fundos fixos de caixa (dinheiro vivo). - Somente faça pagamentos em dinheiro pelo fundo fixo de caixa. Todo o recebimento em dinhei- ro deve ser integralmente depositado no banco. Algumas empresas (lojas, principalmente) que recebem pagamentos em cheques ou dinheiro, usam uma parte destes recursos para fazer pa- gamentos. Este procedimento, além de facilitar a ocorrência de erros e fraudes (não se esqueça que pagamentos feitos em dinheiro não são conferidos pelo setor de contas a pagar) prejudica o controle do fluxo de caixa. Basta que quem fez o pagamento não informe o que foi pago e o quanto foi pago para que o fluxo de caixa fique “furado”. Modulo 3´Fluxo de Caixa 42 MÓDULO 3 CONTROLE E PROJEÇÃO DO FLUXO DE CAIXA UTILIZANDO O EXCEL* Neste módulo você aprenderá uma forma prática e eficiente de utilizar as planilhas eletrô- nicas para controlar e projetar o fluxo de caixa. A planilha com a qual trabalharemos é a Excel da Microsoft. Juntamente com este módulo, disponibilizamos um arquivo com uma base de dados para que você possa praticar elaborando fluxos de caixa utilizando os recursos avançados do Excel. *Excel é marca registrada da Microsoft Corporation. 3.1 - Formatando a planilha 3.2 - Acompanhando o Fluxo de Caixa Modulo 3´Fluxo de Caixa43 3.1 - FORMATANDO A PLANILHA Nelson usa a planilha eletrônica para acompanhar e projetar o fluxo de caixa, e um dos problemas que enfrenta é que os lançamentos são feitos de forma agrupada. Por exemplo, quando a empresa paga vários fornecedores em um mesmo dia, o responsável pelo acompanhamento do fluxo de caixa soma todos os pagamentos feitos e lança um único valor na conta “Fornecedores”. Se mais tarde, alguém quiser saber quais os fornecedores que foram pagos naquele dia, a planilha Ex- cel não possui esta informação. E, no entanto, todas estas informações e muitas outras, poderiam ser dis- ponibilizadas pelas planilhas eletrônicas desde que seus recursos mais avançados fossem manipulados corretamente. Por isso é que neste módulo, vamos aprender juntos que é possível obter estes resultados, sem que, necessariamente sejamos especialistas em técnicas mais avançadas de planilha eletrônica. Definindo um nome para uma célula Para podermos ajudar o Nelson a resolver seu problema, vamos aprender, passo-a-passo, como utilizar alguns recursos do Excel. O primeiro é como atribuir um nome a uma célula. Trata-se de um recurso muito importante para o sistema que vamos implantar. Embora em uma planilha “Excel” o nome de uma célula seja normalmente definido por seu endereço, ou seja, pelo nome da coluna seguido pelo número da linha onde se encontra, podemos atribuir a esta célula o nome que quisermos. Assim, uma célula que normalmente seria denominada por seu endereço, por exemplo, A3, poderá passar a se chamar “Lucro”. conheça as vantagens de se utilizar este recurso. Facilidade em lembrar o nome da célula do que seu endereço; MÓDULO 3 CONTROLE E PROJEÇÃO DO FLUXO DE CAIXA UTILIZANDO O EXCEL* Modulo 3´Fluxo de Caixa 44 Pode-se chamar uma célula pelo seu nome de qualquer parte da pasta de trabalho que se esteja. O nome de uma célula não muda quando se muda de uma planilha para outra em uma mesma pasta de trabalho. Assim, se a célula chamada “Lucro” na planilha Plan1 contiver o valor 200, e, de qualquer outra planilha da mesma pasta de trabalho, quisermos chamar este valor, basta digitarmos = Lucro que, ao pres- sionarmos a tecla “Enter”, o número 200 surgirá na tela; Um pequeno erro no endereço de uma célula pode inutilizar uma fórmula. Ao chamar a célula por seu nome, esta possibilidade desaparece; Os nomes tornam mais fácil a tarefa de navegar por uma planilha. Pode-se usar o comando F5 - Ir Para {nome da célula}- para ir rapidamente para a célula desejada. Definindo um nome para uma célula 1. Selecione a célula em que você deseja que as referências sejam substituídas por um nome. No nosso caso, será a célula A1. 2. Clique no menu, em Inserir, aponte o mouse para Nome e, em seguida, clique em Definir. 3. Digite no espaço em branco o nome: Lucro. Após, clique em Adicionar e OK. Está pronta a definição da “caixa de nome” e as referências das células que compõem uma fór- mula a serem substituídas pelos nomes da célula. Neste caso as células A1 e A2 foram substitu- ídas por seus nomes “Vendas” e “Custo” respectivamente. Definindo um nome para uma célula Uma maneira mais simples de se atribuir um nome a uma célula é simplesmente selecionar a célula escolhida, clicar na “caixa de nome”, digitar o nome desejado e pressionar a tecla “Enter”. Caso você deseje retornar à referência anterior, ou seja, ao seu endereço, coloque o mouse sobre a célula desejada e clique no menu Inserir, aponte para Nome, clique em Definir e, em seguida, em Excluir. Existem algumas regras para nomear as células de uma planilha. É importante segui-las: O nome deve iniciar com uma letra ou um caractere sublinhado ( _ ). Para o restante do nome pode-se utilizar qualquer combinação de caracteres, números ou símbolos (exemplo, “_123”, ou “Despesas”), exceto espaços. Em nomes de múltiplas palavras, deve-se separar as pala- vras usando o caractere sublinhado ( _ ) ou misturando letras maiúsculas com letras minúsculas (exemplo, “CustoDosInsumos” ou “Custo_dos_Insumos”); As células não podem ser nomeadas simplesmente com as letras “C” ou “L” porque estas letras selecionam as colunas ou as linhas em que a célula está situada; Não use no nome das células os símbolos operadores tais como +,-,*,/,<,>, ou &, porque estes símbolos podem causar confusão ao usar o nome da célula em uma fórmula. Filtrando dados de uma lista Filtrar dados de uma lista também é um recurso muito importante para o sistema que queremos implan- tar. Filtrando uma lista, podemos exibir apenas as linhas que correspondem aos critérios especificados. Modulo 3´Fluxo de Caixa 45 Por exemplo, a planilha abaixo contém o nome de vendedores, os valores das vendas e as datas em que estas vendas ocorreram. Poderemos exibir apenas os dados referentes ao vendedor Guilherme. Você pode filtrar uma lista no Microsoft Excel de duas maneiras: pelo comando Auto Filtro ou o comando Filtro Avançado, ambos no menu Dados. O comando Auto Filtro exibe setas junto aos rótulos da coluna (ou seja, os cabeçalhos) de uma lista, de modo que seja mais fácil selecionar o item que deseja exibir. Para filtrar uma lista usando o Auto Filtro a lista deve ter rótulos de coluna. Neste caso, siga os seguintes passos: 1. Selecione uma célula C11. 2. Agora, clique no menu Dados. 3. No menu Dados, aponte o mouse para Filtro e, em seguida, clique em Auto Filtro. 4. Clique sobre a seta na coluna que contém os dados que você deseja filtrar. O Excel exibirá uma “bandeira” com todos os dados (nomes ou valores) constantes naquela coluna. 5. Para filtrar a lista, clique sobre o dado que corresponde ao seu critério de seleção. Em nosso exemplo, clique sobre o nome “Guilherme”. Filtrando dados de uma lista O comando Filtro Avançado filtra a lista, da mesma maneira que o AutoFiltro, mas não exibe setas em rótulos de coluna para a seleção de critérios. Vamos supor que em uma lista contendo nomes dos vende- dores da empresa, os valores vendidos e as datas em que ocorreram as vendas, você queira selecionar os vendedores que efetuaram vendas acima de R$ 5.000 no período compreendido entre os dias 1o e 30 de junho de 2004. Para isto, defina critérios de seleção conforme a figura abaixo: Modulo 3´Fluxo de Caixa 46 Agora que os critérios estão definidos, antes de executar o Filtro Avançado não se esqueça que é im- portante que haja um espaço mínimo de pelo menos duas linhas entre a última linha do critério de seleção e a primeira linha da lista que se quer filtrar. Selecione a lista que você deseja filtrar colocando o cursor na primeira célula à esquerda da lista e, mantendo pressionadas as teclas Ctrl + Shift, tecle seta para baixo e, em seguida seta para direita. Filtrando dados de uma lista Selecione a tabela. Agora, que a tabela está selecionada, siga os seguintes passos: 1. Clique no menu Dados, aponte para Filtro e, em seguida, clique sobre Filtro avançado. A caixa de diálogo do filtro avançado surgirá na tela. Como você já havia selecionado a lista a ser filtrada, o quadro Intervalo da lista já aparecerá preenchido. 2. Agora, você deve preencher o espaço relativo ao intervalo de critérios sombreando a área que contém este intervalo de critérios. 3. Clique em “Copiar para outro local” e “Somente registros exclusivos”. Digite G6 no espaço em branco que apareceu para qual célula você deseja que o Excel filtre esta lista e clique em OK. Assim, a lista filtrada aparece. Transformando uma lista em uma matriz Existem duas principais formas de apresentação de dados em uma planilha eletrônica: a lista e a matriz. Conheça cada uma De forma muito simplificada e apenas para facilitar a compreensão, podemos definir uma “lista” como uma relação de dados que possua somenterótulos de coluna, ou seja, de cabeçalho, como no exemplo abaixo: Modulo 3´Fluxo de Caixa 47 Uma matriz possui rótulos de linhas e de colunas e os dados estão situados no cruzamento das linhas com as colunas, como no exemplo abaixo: Usando a Tabela Dinâmica Um dos mais importantes recursos disponibilizados pelo computador é justamente sua capacidade de ordenar um banco de dados de diversas maneiras. A planilha eletrônica “Excel” possui uma ferramenta denominada “Tabela Dinâmica” (“Pivot Table” em inglês) cuja função é agrupar os dados de uma lista transformando-a em uma matriz de duas entradas. Exemplificando: A Tabela Dinâmica reagrupa os dados desta lista e constrói uma matriz semelhante a que vimos no exemplo anterior. A esta altura, você deve estar se perguntando porque todo este interesse em listas e matrizes... A res- posta é simples: o fluxo de caixa é uma matriz na qual cada linha corresponde a uma conta do plano de contas e cada coluna corresponde a um dia do período analisado (lembra-se do relatório do fluxo de caixa dia a dia visto no módulo anterior?). Vamos construir passo-a-passo uma tabela dinâmica? Siga os passos de acordo com o exemplo abai- xo: 1. Sombreie (ou selecione) a lista. 2. Vá ao menu Dados, clique em Relatório da tabela e gráfico dinâmicos. O Excel vai exibir o “as- sistente” da Tabela Dinâmica. O Assistente é um recurso disponibilizado pelo Excel e que conduz o usuário passo a passo através de um processo mais complexo. 3. Pule as duas primeiras etapas e vá direto à terceira etapa. Pressione o botão “layout”. Repare que o Excel identificou os cabeçalhos das colunas da lista e os exibe sob a forma de etiquetas no lado direito da caixa de diálogo. No centro da caixa de diálogo está um “layout” genérico de Modulo 3´Fluxo de Caixa 48 uma matriz. Basta que informemos ao Excel qual os dados que queremos que sejam apresenta- dos nas linhas, nas colunas e no cruzamento das linhas com as colunas. Isto é feito utilizando o recurso de “arrastar” e “soltar”. 4. Mantenha pressionado o botão do lado esquerdo do mouse, arraste a etiqueta “Região” e solte na área da “LINHA”. Repita a mesma operação soltando a etiqueta “Trimestre” na área da “COLUNA” e a etiqueta “Valor” na área de “DADOS”. Ao soltar a etiqueta “Valor” na área de “DA- DOS”, deve aparecer uma etiqueta com os dizeres “soma de valor”. Caso apareça uma etiqueta com dizeres diferentes (como Cont.Valor, por exemplo), clique duas vezes em cima da etiqueta e, na caixa de diálogo que vai aparecer, selecione “soma” e clique OK. Na caixa de diálogo que aparece em seguida, clique “Concluir”. Pronto, já temos uma matriz. No entanto, a matriz resultante ainda não está formatada; os cabeçalhos das linhas e das colunas estão com a mesma fonte dos dados, os números não estão com os algarismos separados por pontos de milhar, etc. Agora você poderá formatar a planilha a seu gosto, inclusive utilizan- do o recurso da Auto formatação do menu Formatar. Modulo 3´Fluxo de Caixa 49 3.2 - ACOMPANHANDO O FLUXO DE CAIXA Nelson está na sua empresa, depois de seu horário de expediente, fazendo um curso online sobre acompanhamento do Fluxo de Caixa no Excel. Aprenda junto com ele: 1º Passo O primeiro passo de quem vai projetar o fluxo de caixa de curto prazo com o auxílio de uma plani- lha eletrônica é a estruturação de um bom plano de contas da Tesouraria. Abra, na sua pasta de trabalho, uma planilha e atribua a ela o nome Plano de Contas. Monte nesta planilha o seu plano de contas da Tesouraria. É imprescindível que as contas e as subcontas sejam numeradas. Você não está entendendo porque as contas estão antecedidas por um grupo de duas le- tras? Não se preocupe. No próximo passo, ou seja, no 2º passo você vai entender a razão por- que temos que proceder assim. Preste atenção que o grupo de letras que antecede o nome das contas está digitado em uma coluna diferente da coluna onde estão digitados os nomes das contas. 2º Passo Após ter estruturado o plano de contas, atribua a cada uma das células que contém uma conta ou subconta o nome correspondente ao grupo de letras que a antecede. 3º Passo Após ter estruturado o plano de contas da Tesouraria, passe para a folha 2 da pasta de trabalho e renomeia-la para “Livro Caixa”. Nesta folha, construa uma lista composta de 10 (dez) colunas com as seguintes denominações: E/S - Indica se o lançamento é uma entrada ou uma saída. Conta - é a conta na qual se classifica o lançamento. Subconta - é a subconta na qual se classifica o lançamento. Cliente/Fornecedor - é o nome do cliente ou do fornecedor. Documento - é uma descrição sucinta do lançamento, podendo ser o número do documento. Valor Devido - É o valor de face do documento. Em se tratando de uma entrada, este valor recebe o sinal “+”.Quando for uma saída, o valor recebe um sinal “-“. Vencimento - É a data de vencimento do lançamento. Valor Pago - É o valor pelo qual o lançamento foi liquidado. Em se tratando de uma entrada este valor recebe o sinal “+”.Quando for uma saída, o valor recebe um sinal “-“. Enquanto o lançamento não houver sido liquidado, esta célula fica em branco. Após sua liquidação deve constar o valor efetivamente pago ou recebido. Pagamento - é a data em que o documento foi liquidado Status – indica se o lançamento é um compromisso ou uma previsão. Você vai compreender o que isto Modulo 3´Fluxo de Caixa 50 quer dizer após estudarmos a projeção do fluxo de caixa. 4º Passo Agora que sua lista está pronta, convém verificar se está faltando alguma informação importante. Para isto, utilizando o recurso do AutoFiltro, verifique mais uma vez se está tudo certo e faça as modificações apropriadas. Um engano muito comum é entrar com saídas com o sinal positivo. Fique atento! Agora estamos prontos para passar ao fluxo de caixa propriamente dito. Vamos iniciar com o caso mais simples e, à medida que você for se familiarizando com o sistema, passaremos para os casos mais com- plexos. Na lista da folha de “Livro Caixa” filtre - utilizando sempre o recurso do Filtro Avançado - o intervalo para o qual você deseja determinar o fluxo de caixa (realizado ou projetado). Em nosso exemplo, o livro caixa compreende os meses de maio e junho de 2004. Vamos supor que estamos no final de maio. Isto significa que o fluxo de caixa de maio é um fluxo de caixa realizado e o de junho, projetado. Assim, para obtermos o fluxo de caixa realizado de maio, temos que filtrar nossa lista com os critérios: Vencto>= 01/05/2004 e Vencto<=31/05/2004. Os próximos passos você pode fazer sozinho, na planilha de Excel que abriu. Leia atentamente as orientações abaixo: 1. Sombreie toda a área correspondente à nova lista obtida; 2. Clique em Dados, Relatório da tabela e gráfico dinâmicos para chamar o Assistente da Tabela Dinâmica; 3. Vamos inicialmente tirar o fluxo de caixa do mês, ou seja, sem decompor as entradas e as sa- ídas por dia. Já vimos que podemos passar direto pela primeira e segunda etapas do processo. Na terceira etapa do processo, utilizando o recurso “arrastar/soltar”, empilhe na coluna “Linha”, os rótulos “E/S” e “Conta”. Deixe o espaço “Coluna” em branco; 4. Utilizando o recurso “arrastar/soltar”, traga para o espaço “Dados” o rótulo “Valor Pago”; 5. No próximo passo, escolha a folha da pasta de trabalho e a célula onde você deseja que a pla- nilha do fluxo de caixa inicie. Inicialmente o fluxo obtido ficará com o aspecto da figura abaixo: Modulo 3´Fluxo de Caixa 51 6. Como você pode constatar, a visualização do relatório obtido não é nem clara e nem agradável e que, portanto, é preciso formatá-la.
Compartilhar