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A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA SERRA DE BATURITÉ NA PERSPECTIVA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

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A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA SERRA DE BATURITÉ NA PERSPECTIVA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Aspectos Centrais da Tese de Doutorado 
Prof. Dr. Francisco Edmar de Sousa Silva
Defesa e aprovação - UECE – abril de 2015
Objetivo Geral
O objetivo geral do trabalho foi a discussão a cerca de novas estratégias de conservação da biodiversidade presente na serra de Baturité na perspectiva das unidades de conservação (APA e RPPNs), com foco no manejo integrado do Bioma Mata Atlântica (mata úmida e mata seca), conforme previsto na Lei Federal, de 22 de dezembro de 2006 - A Lei da Mata Atlântica.
Discussão versou sobre
Biodiversidade 
Unidades de conservação 
Serra de Baturité, considerando-a no seu conjunto
Biodiversidade presente na serra de Baturité
Unidades de conservação presentes na serra de Baturité 
Premissas Básicas 
Área de exceção e profundamente isolada do ponto de vista ecológico.
Processo histórico de depleção do ecossistema serrano, muito presente ainda em vários setores, especialmente nas cotas altimétricas mais rebaixadas.
Criação da APA foi em 1990 (novas dinâmicas socioeconômicas e ambientais surgiram – demandam novos estudos e novas estratégias de conservação).
Os avanços da conservação a partir da criação da APA da Serra de Baturité.
Sucesso das RPPNs (não obstante os desafios) dentro do macrocontexto de conservação da biodiversidade.
Premissas Básicas 
Carência de conhecimento sobre a biodiversidade presente na serra de Baturité (não se tem clareza sobre as espécies endêmicas e ameaçadas de extinção).
Insuficiência de mão de obra especializada, especialmente no âmbito das prefeituras.
Boa parte dos estudos em áreas florestadas nas zonas tropicais são desenvolvidos em ambientes úmidos. Apenas 14% são realizados em ambientes tropicais dominados por matas secas (SANCHEZ-AZOFERA et al., 2005 apud GONÇALVES, 2015).
Pensar a Serra de Baturité no seu conjunto (natural e construído).
Premissas Básicas
Aplicação de um critério científico eminentemente ecológico, baseado na fitogeografia serrana.
Significativo processo de degradação, sobretudo nas áreas do entorno do perímetro da APA da Serra de Baturité. 
Área fortemente desmatada na vertente a sotavento no município de Aratuba (abaixo da cota de 600 m) 
Desmatamentos na localidade de Araticum, fronteira da APA, no município de Palmácia 
Evidências de movimento de massa em área ocupada por bananeiras no município de Palmácia 
Por que reduzir a cota altimétrica?
“a ampliação da área da APA da Serra de Baturité, mediante redução da cota altimétrica, poderia supostamente garantir, simultaneamente, uma melhor conservação de espécies da fauna e da flora, promover uma conservação mais efetiva dos recursos hídricos, a manutenção da beleza cênica e, virtualmente, propiciaria a adoção de práticas econômicas mais sustentáveis”.
(SILVA, 2015, p. 180) 
Alterações nos objetivos de Conservação
a) Conservar, em todos os seus componentes (genético, espécie e ecossistema), a biodiversidade presente na serra de Baturité; 
b) Conservar, através de programas específicos, espécies-chave, ameaçadas de extinção, raras e endêmicas; 
c) Fomentar a conservação, em conjunto e de forma integrada, os tipos vegetacionais remanescentes de mata úmida, mata seca e caatinga; 
d) Promover o uso sustentável dos recursos naturais e serviços ecossistêmicos, especialmente através da proteção das nascentes e cursos d’água; 
Alterações nos objetivos de conservação
e) Garantir a adoção de atividades econômicas compatíveis com as potencialidades e limitações naturais da área, de modo a reduzir os índices de desmatamento, queimadas e proteção do solo; 
f) Efetivar programas de educação ambiental, em parceria com os órgãos públicos, organizações não governamentais, sindicatos, associação e demais entidades da sociedade civil organizada, com a finalidade de fomentar a consciência ambiental; 
g) Propiciar a adoção de atividades econômicas que garantam, simultaneamente, geração de renda e conservação da biodiversidade, recursos naturais e serviços ecossistêmicos, de forma muito particular através do desenvolvimento e aprimoramento da prática do ecoturismo, turismo de aventura e turismo rural; 
Modificação Territorial
A proposta de redução da cota altimétrica de 600 m para 300 m elevaria a área total da APA da serra de Baturité dos atuais 32.690 ha para 88.772,4, acrescentando 56.082,4 ha para a unidade de conservação, representando um acréscimo percentual de 171% 
Resultados Presumíveis 
da redução da cota altimétrica
Restauração da vegetação nativa, especialmente da mata seca (impacto direto na conservação e ampliação dos recursos hídricos disponíveis).
Avifauna (recolonização das espécies, inclusive ameaçadas de extinção). Precisam de áreas florestadas.
Abelhas (conservação de áreas florestadas mais secas). 
Herpetofauna (répteis e anfíbios, sobretudo de ambientes mais abertos).
Resultados Presumíveis 
da redução da cota altimétrica
Incorporação de áreas urbanas que não são obrigadas a ter um Plano Diretor. Uma UC poderá ajudar a ordenar os processos de uso e ocupação. Áreas fortemente ocupadas geram grandes preocupações.
Maior contato com o Corredor Ecológico do Rio Pacoti (gerir as UCs em mosaico).
Elevação do potencial turístico (de aventura, ecoturismo, rural e etc).
Tornar-se um “laboratório a céu aberto”, com potencial descoberta de novas espécies (Adelophryne baturitensis).
Para concluir.....
Provavelmente a serra de Baturité seja o lugar de maior concentração de vida selvagem do Estado do Ceará. Porém, o conhecimento a cerca da extensão, estrutura e dinâmica da sua biodiversidade ainda é muito parco e disperso em vários trabalhos. A insuficiência do conhecimento científico em consonância com a intensa ocupação e exploração realizada pelo homem pode ter ocasionado a perda de espécies que nem sequer foram conhecidas e catalogadas pela ciência (CAVALCANTE, 2005). 
Obrigado

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