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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO: teorias não-críticas e as teorias crítico-reprodutivistas; Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Tecnicista.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO I – A 
Prof. Luís Henrique Sommer – Turma b
Paulo Henrique Cunha Nunes Júnior
Trabalho sobre o capítulo do livro Escola e Democracia, de Dermeval Saviani: “As teorias da educação e o problema da marginalidade”.
Como as teorias não-críticas e as teorias crítico-reprodutivistas enxergam a sociedade, o papel da educação, a marginalidade, e em qual sociólogo clássico (Durkheim ou Marx) cada uma delas se sustenta?
O primeiro grupo possui uma visão mais voltada às ideias de Gramsci. Esse primeiro grupo acredita que a sociedade é harmoniosa por natureza, e que a marginalidade é um problema individual que afeta mais ou menos sujeitos da sociedade ao acaso. Nesse sentido, a educação é vista apenas como um instrumento que serve para equalizar a sociedade e erradicar a marginalidade. 
Já o segundo grupo possui uma visão mais marxista e acredita que a marginalidade é uma expressão da questão social, resultado da relação Capital X Trabalho. Sendo assim, segundo SAVIANI “a marginalidade é entendida como um fenômeno inerente à própria estrutura da sociedade” e não como um problema individual. Nesse contexto, a educação possui a função de reforçar o capitalismo, logo, diferente do primeiro grupo, a educação não é vista como um instrumento de superação, mas sim enquanto um instrumento que reforça a marginalidade. 
Sob a forma de um texto, caracterize a Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Tecnicista.
Saviani divide as teorias não-críticas em três: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova e Pedagogia Tecnicista, cada uma trazendo diferentes características e pontos de vista em determinados temas. A pedagogia tradicional se baseia da ideia de que a educação é um direito de todos e dever do Estado, mas sempre levando como base a classe que atuava no poder, no caso a burguesia. Tratava-se, pois, de construir uma sociedade democrática, de consolidar a democracia burguesa. Para superar a situação de opressão, própria do "Antigo Regime", e ascender a um tipo de sociedade fundada no contrato social celebrado "livremente" entre os indivíduos, era necessário vencer a barreira da ignorância. Na ideia da pedagogia tradicional, então, o marginalizado era aquele dotado de ignorância, aquele “não esclarecido”. Logo a escola surge como um instrumento para vencer a ignorância, sua função e difundir a educação, os conhecimentos acumulados pela humanidade, levando o professor, consequentemente, como centro da educação; a escola então é organizada como uma agência centrada no professor, que transmite o acervo cultural aos alunos.
Mais tarde, porém, foi provada que a escola tradicional não conseguia combater a marginalização, dando origem a um novo tipo de pedagogia, uma que mantinha a crença no poder da escola e na equalização social. A pedagogia nova, por sua vez, não vê mais o marginalizado aquele não esclarecido e o ignorante, mas o rejeitado, que não se encaixa na sociedade, aqueles chamados de “anormais”. Os anormais, porém, não se todo ruim, apenas diferentes, cada individuo é único em sua própria existência – aqui a cor, raça, credo ou classe não eram fatores decisivos, mas sim a diferença entre aqueles que dominavam e os que não dominavam o conhecimento. É desse modo que o aluno se torna o centro do processo educativo, separados em diferentes áreas do conhecimento, transformando o professor em um agente estimulador, que trabalhariam em pequenos grupos de alunos, para manter a relação interpessoal. A escola, por sua vez, tem como papel corrigir a marginalidade ao passo em que contribui para a criação de uma sociedade cujos membros se aceitem mutuamente, respeitando suas diferenças. A escola passa a ser um lugar feliz, alegre, colorido, movimentado e não mais silencioso, disciplinado e sombrio.
A pedagogia tecnicista, por fim, surge após a pedagogia nova se mostrar cansada e desgastada, com as esperanças depositadas nas escolas frustradas. A partir do pressuposto da neutralidade científica e inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade, essa pedagogia acredita na reordenação do processo educativo de maneira a torná-lo objetivo e operacional. Na pedagogia tradicional, o centro do processo era o professor, com seu conhecimento; na pedagogia nova, o aluno, na relação interpessoal. A tecnicista traz como elemento principal a organização racional dos meios, ocupando tanto professor quanto aluno em uma posição secundária “relegados que são à condição de executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e controle ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais”, pelas palavras de Saviani. 
Enquanto que na pedagogia nova os meios estão à disposição do professor e aluno, na tecnicista os meios moldam a forma que professor e aluno devem ou não fazer algo, assim também quando e como. Assim, o marginalizado não é identificado pela ignorância ou sentimento de rejeição, mas sim pela incompetência, aquele que não eficiente e produtivo. O papel da escola então é superar a marginalidade enquanto forma indivíduos eficientes, que possam dar sua parcela de contribuição para a sociedade; cabe à educação proporcionar um eficiente treinamento para a execução das múltiplas tarefas demandadas continuamente pelo sistema social. A teoria tecnicista causa uma modificação na organização escolar, que começa a passar por um processo de burocratização: “O controle seria feito basicamente através do preenchimento de formulários. O magistério passou então a ser submetido a um pesado e sufocante ritual, com resultados visivelmente negativos”.

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